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Campus VIII – Varginha

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO


TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

Curso Técnico em Mecatrônica

METROLOGIA
Prof. Fernando Teixeira Filho

Varginha/MG, Agosto de 2009.


Apostila de Metrologia – Curso Técnico em Mecatrônica 4

Ementa
Introdução e conceitos fundamentais. Sistemas de unidades. Régua graduada, metro e trena. Paquímetros: características
e aplicações. Micrômetros: características e aplicações. Blocos padrão. Relógio comparador. Medição angular. Tolerâncias
de fabricação. Controle dimensional de roscas. Calibração.
Objetivos Gerais
Ao final do curso, o aluno deverá: 7. Verificar superfícies planas, reios, folgas e roscas.
1. Empregar corretamente a terminologia adequada em 8. Medir ângulos em peças utilizando o transferidor, o
Metrologia. esquadro eou o goniômetro.
2. Converter medidas do sistema métrico para o sistema 9. Medir peças utilizando micrômetros externos e internos
inglês e vice-versa. com resolução de 0,01 mm, 0,001 mm e 0,005 mm.
3. Identificar as características metrológicas dos 10. Consultar corretamente a tabela de ajustes e
instrumentos. tolerâncias.
4. Executar medições utilizando paquímetros com resoluções 11. Diferenciar os diversos tipos de roscas encontradas
de 0,05 mm, 0,02 mm, 1/128” e 0,001”. comercialmente.
5. Aplicar a técnica de utilização dos blocos-padrão. 12. Saber a importância da calibração dos instrumentos de
6. Utilizar o relógio comparador adequadamente. medição.
Conteúdo Programático
Unidade 1: Introdução à Metrologia Unidade 7: Blocos padrão
1.1. A importância da Metrologia; 7.1. Materiais
1.2. Metrologia em nosso cotidiano; 7.2. Classificação de blocos padrão
1.3. Fontes de erro, erros de medição e exatidão 7.3. Jogos, técnica de empilhamento e conservação.
das medidas.
Unidade 8: Relógio comparador
Unidade 2: Conceitos fundamentais da Metrologia 8.1. Aplicações
2.1. Divisão de escala 8.2. Nomenclatura das partes principais
2.2. Resolução 8.3. Princípios de funcionamento
2.3. Faixa de medição 8.4. Técnica de utilização

Unidade 3: Sistemas de Unidades Unidade 9: Medição angular


3.1. Sistema Internacional 9,1. Esquadro
3.2. Sistema Inglês 9.2. Transferidor
3.3. Conversão de Unidades 9.3. Goniômetro
9.4. Cuidados no manuseio e conservação dos
Unidade 4: Régua graduada, metro e trena. instrumentos
4.1. Características principais 9.5. Prática e medição e leitura
4.2. Aplicações mais comuns
4.3. Cuidados no manuseio e conservação Unidade 10: Tolerâncias de fabricação
10.1. Tolerância de ajuste na produção mecânica
Unidade 5: Paquímetros: características e aplicações 10.2 Conceitos fundamentais de tolerância
5.1. Nomenclatura das partes principais dimensional
5.2. Tipos, características e aplicações 10.3. Intercambiabilidade de peças
5.3. Técnica de utilização e erros 10.4. Sistema Internacional ISSO de tolerâncias
5.4. Cuidados no manuseio e conservação 10.4.1. Ajuste com folga e suas subdivisões
5.5. Paquímetro com resolução de 0,05 mm e 0,02 10.4.2. Ajuste com interferência e suas
mm subdivisões
5.5.1. Princípio do nônio 10.4.3. Sistema furo normal H7 e eixo
5.5.2. Prática de medição e leitura normal h7
5.6. Paquímetro com resolução de 1/128” e 0,001” 10.4.4. Tabelas para tolerância de ajuste
5.6.1. Princípio do nônio
Unidade 11: Controle dimensional de roscas
5.6.2. Prática de medição e leitura
11.1. Definição e nomenclatura das partes.
Unidade 6: Micrômetros: características e aplicações 11.2. Características
11.3. Medição de roscas conforme norma
6.1. Nomenclaturas das partes principais.
6.2. Tipos e aplicações
Unidade 12: Calibração
6.3. Técnica de utilização (ajuste do zero) e erros 12.1. Conceitos básicos
6.4. Cuidados no manuseio e conservação 12.2. Importância da calibração dos instrumentos de
6.5. Micrômetro externo
medição
6.5.1. Resolução de 0,01 mm e 0,001 mm
12.3. Rastreabilidade
6.5.2. Prática de medição e leitura.

Bibliografia
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6388. Relógios comparadores com leitura de 0,01 mm.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6393. Paquímetros com leitura de 0,1 mm e 0,05 mm.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6670/1981. Micrômetros externos com leitura 0,01 mm.
INMETRO. Vocabulário Internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia.
Metrologia – Telecurso 2000 – Curso Profissionalizante.
Apostila de Metrologia. Varginha: CEFET-MG

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Algarismos Significativos
Exemplo: Desejamos medir uma barra metálica, com uma trena cujas divisões da escala estão em centímetros.

Cada divisão vale 1 cm. O comprimento AB tem 13 divisões completas. A fração entre 13 cm e 14 cm não pode
ser medida, mas pode ser estimada. Vamos supor que 3 pessoas fazem a leitura e registram:

1ª pessoa – 13,8 cm 2ª pessoa – 13,6 cm 3ª pessoa – 13, 7 cm

Nas três leituras a dúvida está no algarismo da fração de centímetro (0,8, 0,6 e 0,7 cm). Este algarismo, portanto,
é duvidoso.
O resultado de uma medida é composto pelos algarismos corretos e também um, e apenas um, algarismo
duvidoso. Os algarismos corretos e o algarismo duvidoso são os algarismos significativos.
Exemplos
13,1 cm  3 algarismos significativos
5 cm  1 algarismo significativo e ele próprio é duvidoso
9,0 cm  2 algarismos significativos
9,00 cm  3 algarismos significativos
0,006 cm  1 algarismo significativo

Algarismos significativos são todos os algarismos necessários na notação científica, exceto o expoente.
-3
0,006 = 6 x 10  1 algarismo significativo
0
2 = 2 x 10  1 algarismo significativo
-1
9,0 = 90 x 10  2 algarismos significativos
12,1 = 1,21 x 101  3 algarismos significativos
-3
1,001 = 1001 x 10  4 algarismos significativos

Observações importantes
a) O algarismo à esquerda, diferente de zero, é o algarismo mais
Exemplo: 100,0 – 0720 – 0,00054 – 0,0023400
significativo.
b) Se não houver vírgula, o último algarismo à direita diferente de zero
Exemplos: 260 – 1000 – 224 – 0170
é o algarismo menos significativo.
c) Havendo vírgula, o último algarismo à direita é o algarismo menos
Exemplos: 27,0100 – 0,0020 – 100,0 – 209,99
significativo.
d) A quantidade de algarismos significativos de um número é a
Exemplos: 27,0100 (6 A.S.) – 0,0020 (2 A.S.) –
quantidade de dígitos do algarismo mais significativo ao menos
299,99 (5 A.S.), 100,0 (4 A.S.) – 100 000 (1 A.S.)
significativo.
e) O número 2030 tem 3 algarismos significativos. Se o último zero for importante, deve-se escrever 2,030 x 103 (4 A.S.).
2 3
f) 5 = 0,5 x 10 = 0,05 x 10 = 0,005 x 10  (1 A.S.)
g) Note que L = 22,5 cm e L = 0,225 m representam a mesma medida e têm o mesmo número de algarismos significativos.
h) Matematicamente  8 = 8,0 = 8,00 = 8,000 ....
Fisicamente  8 ≠ 8,0 ≠ 8,00 ≠ 8,000 ≠ ......

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Soma e subtração de algarismos significativos


• Reduzir todas as parcelas para a mesma unidade.
• As contas são feitas usando todos os algarismos e em seguida arredonda-se para o número de algarismos
significativos corretos.
• O resultado deve apresentar apenas um algarismo duvidoso.

Exemplo 1:

Exemplo 1 Exemplo 2

2,222 m + 13,8 cm + 222 cm + 3,765 m 5,7764 g + 1,2 g + 3,110 g

2, 222 5, 7764
0, 138 1, 2
Resposta: 10,0 g
2, 22 Resposta: 8,34 m 3, 110
3, 765 10, 0864
8, 345

Produto e divisão de algarismos significativos

Fazer a operação com todos os algarismos. O resultado deve ter o mesmo número de algarismos significativos do fator
com menor quantidade de algarismos significativos.

Exemplos
2
a) 33,314 cm x 26,0 cm = 866,164 = 866 cm
b) 32,794 cm x 3,1 cm = 101,6614 = 1,0 x 102 cm3
2

c) 32,794 m ÷ 3,1 s = 10,57870 = 10,6 m/s


d) 32,794 m ÷ 3 s = 10,9313333 m/s = 10 m/s

Medidas com erro


Numa série de medidas obteve-se:
Pressão média: P = 86,9780 Pa
Erro estimado: ∆P = 0,558 Pa
O erro estimado de uma medida deve conter somente o seu algarismo mais significativo. Por isso, o erro é ∆P =
0,5 Pa.
Portanto, a maneira correta de escrever a medida efetuada é P = (86,9 ± 0,5) Pa

Técnicas de arredondamento
Para arredondar um numero deve-se verificar quantos algarismos deverão ficar no final numa única operação e
proceder da seguinte forma.
a) Se o algarismo à direita do último dígito que se pretende representar for inferior a 5, 50, 5000, ..., apenas
desprezam-se as demais dígitos à direita.
Exemplos:
3,141592 com 3 A.S.  3,14 5,91338 com 3 A.S.  5,91 204, 91298 com 5 A.S.  204,91

b) Se o algarismo à direita do último dígito que se pretende representar for maior que 5, 50, 500, ...., adiciona-se uma
unidade ao último dígito representado e desprezam-se os demais dígitos à direita.
Exemplos:
3,141592 com 5 A.S.  3,1416 5,91638 com 3 A.S.  5,92 204, 91298 com 3 A.S.  205

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c) Se o algarismo à direita do último dígito que se pretende representar for 5, 50, 500, ..:
• Adiciona-se uma unidade ao último dígito representado e desprezam-se os dígitos à direita, se esse dígito
for originalmente impar.
3,141592 com 4 A.S.  3,142 5,97538 com 3 A.S.  5,98 204, 93598 com 5 A.S.  204,94

• Desprezam-se os demais dígitos à direita se esse dígito for originalmente par ou zero.

3,146592 com 4 A.S.  3,146 5,90538 com 3 A.S.  5,90 204, 92528 com 5 A.S.  204,92

Exercícios
1) Duas barras metálicas A e B são interligadas. Qual é o comprimento final, se A = 118,7 mm e B = 13,624 mm?

2) Calcular a área de um retângulo cujos lados medem 38,68 mm e 3,18 mm.

Medidas e conversão de unidades

O sistema inglês tem a jarda como padrão. Este termo vem da palavra
inglesa yard, que significa “vara”, em referência a uso de varas nas
medições. Esse padrão foi criado por alfaiates ingleses.
No século XII, em conseqüência da sua grande utilização, esse padrão
foi oficializado pelo rei Henrique I. A jarda teria sido definida como a
distância entre a ponta do nariz do rei e a de seu polegar, com o braço
esticado. A exemplo dos antigos bastões de um cúbito, foram
construídas e distribuídas barras metálicas para facilitar as medições.
Apesar da tentativa de uniformização da jarda na vida prática, não se
conseguiu evitar que o padrão sofresse modificações.

As relações existentes entre a jarda, o pé e a polegada também foram instituídas por leis, nas quais os reis da
Inglaterra fixaram que:
1 pé = 12 polegadas 1” = 1 in = 1 pol = 25,4 mm
1 jarda = 3 pés 1’ = 1 ft = 1 pé = 0,3048 m = 304,8 mm
1 milha terrestre = 1.760 jardas

Medidas em polegadas fracionárias

Pode-se dividir a polegada em frações ordinárias de denominadores iguais a 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...

Polegada dividida em 16 partes. Cada parte equivale a 1/16’” (um dezesseis


Polegada dividida em 4 partes. Cada parte avos de polegada)
equivale a ¼” (um quarto de polegada)

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Medidas em polegadas – fração decimal

A divisão da polegada em submúltiplos de ½”, ¼”,.... em vez de


facilitar complica os cálculos na indústria. Por isso criou-se a divisão
decimal da polegada. Na prática, a polegada subdivide-se em
milésimos e décimos de milésimos.
Exemplo:
a) 1.003” = 1 polegada e 3 milésimos
b) 1.1247” = 1 polegada e 1247 décimos de milésimos
c) 0.725” = 725 milésimos de polegada

Observe que, no sistema inglês, o ponto indica separação de decimais.


Nas medições em que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de polegada, também
chamada de micropolegada (em inglês, “micro inch”, representado por m inch).

Conversões de unidades

a) Transformando polegada fracionária em milímetro


Para converter polegada fracionária em milímetro, deve-se multiplicar o valor em polegada fracionária por 25,4.
Exemplos

3" 3x 25, 4 5" 5 x 25, 4


a) 2” = 2 x 25,4 = 50,8 mm b) = = 9,525mm c) = = 7,9375mm
8 8 16 16

Exercícios
Converter polegada fracionária em milímetro

a) 5" d) 1" g) 27"


32 128 64
b) 7" e) 33" h) 2 1"
16 128 8
c) 5” i) 15”
f) 3 3"
4

b) Transformando milímetro em polegada fracionária


Para converter milímetro em polegada fracionária deve-se dividir o valor em milímetro por 25,4 e multiplicar o resultado por
128. O resultado deve ser escrito como numerador de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um
número inteiro, deve-se arredonda-lo para o número inteiro mais próximo.

Exemplos
Converter para polegada fracionária as medidas em milímetro abaixo.

 12, 7   19,8 
 25, 4  x128 0,5 x128 64" 1"  25, 4  x128 99, 77 100" 25"
12,7 mm =   = = = 19,8 mm =   = ≅ =
128 128 128 2 128 128 128 32

Regra prática – Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em milímetro por 5,04, mantendo-
se 128 como denominador. Arredondar se for necessário.

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Exercícios
Converter para polegada fracionária as medidas em milímetro abaixo.

a) 1,5875 mm c) 127,00 mm e) 88,900 mm g) 4,3656 mm


b) 31,750 mm d) 10,319 mm f) 133,350 mm h) 18,256 mm

c) Transformando polegada milesimal em polegada fracionária


A polegada milesimal é convertida em polegada fracionária quando se multiplica a medida expressa em milésimo por uma
das divisões da polegada, que passa a ser o denominador da polegada fracionária resultante.

Exemplos
a) Expressar 0.125” em polegada fracionária. b) Expressar 0.625” em polegada fracionária.
Se escolhermos a divisão da polegada em 128 partes, Escolhendo 64 divisões da polegada
0,125 x128 16" 8" 4" 2" 1" 0, 625 x64 40" 20" 10" 5"
0.125” = = = = = = 0.625” = = = = =
128 128 64 32 16 8 64 64 32 16 8

Exercícios
Converter polegada milesimal em polegada fracionária.
a) 0.750” c) 0.3125” e) 4.750”
b) 0.1563” d) 0.9688” f) 1.5625”

d) Transformando polegada fracionária em polegada milesimal


Para converter polegada fracionária em polegada milesimal, divide-se o numerador da fração pelo seu denominador.
Exemplos

5" 5 5" 5 1" 1 9


a) = = 0.375" b) = = 0.3125" c) 1 = 1 = = 1.125"
8 8 16 16 8 8 8

Exercícios
Converter polegada fracionária em polegada milesimal

9" 7" 3" 9" 17" 5"


a) 2 b) 2 c) d) e) f) 1
16 8 16 16 32 16

e) Transformando polegada milesimal em milímetro


Para converter polegada milesimal em milímetro, é só multiplicar o valor por 25,4.

Exemplo
Converter 0.6875” em milímetro Converter 1.250” em milímetro
Solução: Solução:
0.6875” x 25,4 = 17,462 mm 1.250” x 25,4 = 31,750 mm

f) Transformando milímetro em polegada milesimal


Para converter milímetro em polegada milesimal é só dividir o valor em milímetro por 25,4.

Exemplo:
a) 5,08 mm b) 18 mm c) 21 mm
5, 08 18 21
= 0.200" = 0.7086" = 0.8268"
25, 4 25, 4 25, 4

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Exercícios
Converter para polegada milesimal as medidas em milímetro indicadas a seguir.

a) 12,7 mm b) 15 mm c) 17 mm d) 22,35 mm
e) 237,89 mm f) 139,70 mm g) 78,45 mm h) 57,15 mm

Exercícios Propostos

1) Um inspetor de qualidade precisava calcular o


comprimento da peça ao lado. Qual foi o resultado que ele
obteve?

2) Qual o diâmetro externo desta arruela?

3) Qual a medida da cota D no desenho abaixo?

4) Determine a cota x do desenho.

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5) Determine a distância A no desenho.

6) Determine o número de peças que pode ser obtido de


uma chapa de 3 m de comprimento, sendo que cada peça
deve ter 30 mm de comprimento e que a distância entre as
peças deve ser de 2,5 mm.

7) Um mecânico precisava medir a distância x entre os


centros dos furos da peça representada abaixo. Qual foi a
medida obtida?

Unidade 1: Introdução à Metrologia

Breve Histórico
A Metrologia (palavra de origem grega – metron: medida e logos: ciência) é a ciência das medidas e das
medições, codificando os conhecimentos relativos às medidas e unidades de medir e estudando a medição de grandezas,
que é uma das mais importantes partes da Física, pois fenômeno algum poderá ser bem definido sem o conhecimento
exato da quantidade de fatores que nele influi.
Não somente na Física, mas, de modo geral em todas as ciências, a metrologia ocupa papel de primeira
importância e, muito justamente, pode ser classificada como sendo uma ciência básica.
As trocas e o comércio entre os povos trouxeram, desde a antiguidade, a necessidade de serem estabelecidas
unidades de medir para as mercadorias, devido à grande diversidade de unidades, medidas e suas denominações, entre
uma região e outra, como variavam também seus valores.
A história das medidas é a história do homem. Desde que o homem domesticou seu primeiro animal e dominou o
fogo, seu progresso tem sido construído sobre a fundamentação das medidas. A taxa do seu progresso através da história
tem estado intimamente relacionada ao seu progresso na ciência da medição. O homem, porém, descobriu logo cedo que
sua habilidade para apenas medir não era suficiente. Para sua medição ter sentido, ela teria que concordar com as
medições de outros homens. Este acordo universal de unidades de medida requereu que padrões fossem adotados, dos
quais todos os homens derivariam suas unidades de medida. A solução do problema não foi tão simples assim. Através da
história têm havido confusões combinadas porque os padrões adotados têm sido mudados, corrompidos ou destruídos.

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Padrões naturais de comprimento, tais como a mão, palmo e a palma foram usados nos primórdios dos tempos,
mas não há registros de qualquer esforço em estabelecer um padrão permanente até a construção da grande pirâmide
Khufu no Egito, em torno do ano 2900 antes de Cristo. O faraó Khufu foi o primeiro a decretar que uma unidade padrão de
comprimento deveria ser fixada. O padrão escolhido foi feito de granito preto e foi chamado de “Cúbito Real Egípcio”. A
história registra que seu comprimento era o equivalente ao antebraço e a mão do faraó. Este padrão foi um padrão de
trabalho, pois nenhum lado da base quadrada da pirâmide desviou do comprimento do seu lado médio de 9000 polegadas
(228,6 metros) mais que 0,05%. Embora a história da tecnologia Egípcia esteja incompleta, nós podemos sumarizar que os
Egípcios também conheciam muito sobre medições de ângulos, já que cada um dos cantos da Grande Pirâmide é um
perfeito ângulo reto dentro de um arco de 12 segundos (1/5 de um grau). Encontrar esta precisão é ainda hoje
suficientemente difícil até mesmo com todas as nossas modernas ferramentas e técnicas.
As figuras abaixo mostram alguns exemplos de padrões que foram utilizados ao longo do tempo pelos homens.

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Unidade 2: Conceitos fundamentais da Metrologia

Muitas vezes, uma área ocupacional apresenta problemas de compreensão devido à falta de clareza dos termos
empregados e dos conceitos básicos. Este tópico enfatiza a terminologia e os conceitos da área de Metrologia.
A seguir se indicam alguns termos principais, tomando como referência o Vocabulário Internacional de Termos
Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM), editado pelo INMETRO de acordo com a Portaria no. 29 de 10 de março de
1995 (disponível no endereço http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/vim.pdf). Maiores informações podem ser
obtidas no referido documento.

1.1 – Grandeza Mensurável


Atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado.
Observacões:
1) O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em um sentido geral (veja exemplo a) ou a uma grandeza específica
(veja exemplo b).
Exemplos:
a) Grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, massa, temperatura, resistência elétrica, concentração de
quantidade de matéria;
b) Grandezas específicas: comprimento de uma barra, resistência elétrica de um fio, concentração de etanol em uma
amostra de vinho.
2) Grandezas que podem ser classificadas, uma em relação a outra, em ordem crescente ou decrescente, são
denominadas grandezas de mesma natureza.
3) Grandezas de mesma natureza podem ser agrupadas em conjuntos de categorias de grandezas, por exemplo:
- Trabalho, calor, energia.
- Espessura, circunferência, comprimento de onda.
4) Os símbolos das grandezas são dados na norma ISO 31.

1.2 – Sistema de Grandezas


Conjunto de grandezas, em um sentido geral, entre as quais há uma relação definida.

1.3 – Grandeza de Base


Grandeza que, em um sistema de grandezas, é por convenção aceita como funcionalmente independente de uma outra
grandeza.
Exemplo:
As grandezas comprimento, massa e tempo são geralmente tidas como grandezas de base no campo da mecânica.
Observação:
As grandezas de base correspondentes às unidades de base do Sistema Internacional de Unidades (SI) são dadas na
observação do item 1.12.

1.4 – Grandeza derivada


Grandeza definida, em um sistema de grandezas, como função de grandezas de base deste sistema.
Exemplo:
Em um sistema que tem como grandezas de base o comprimento, a massa e o tempo, a velocidade é uma grandeza
derivada, definida como: comprimento dividido por tempo.

1.5 – Dimensão de uma grandeza


Expressão que representa uma grandeza de um sistema de grandezas, como produto das potências dos fatores que
representam as grandezas de base deste sistema.

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Exemplo:
a) Em um sistema que tem como grandezas de base comprimento, massa e tempo, cujas dimensões são representadas
-2
por L, M e T respectivamente, LMT é a dimensão de força;
-3
b) No mesmo sistema de grandezas, ML é a dimensão de concentração de massa, bem como de massa específica.
Observações:
1) Os fatores que representam as grandezas de base são chamados “dimensões” dessas grandezas de base.
2) Para detalhes da álgebra pertinente ver ISO 31-0.

1.6 – Grandeza de dimensão um (Grandeza adimensional)


Grandeza em cuja expressão dimensional todos os expoentes das dimensões das grandezas de base são reduzidos a
zero.
Exemplos:
Deformação linear relativa, coeficiente de atrito, número de Mach, índice de refração, fração molar (fração de quantidade de
matéria), fração de massa.

1.7 – Unidade de medida


Grandeza específica, definida e adotada por convenção, com a qual outras grandezas de mesma natureza são comparadas
para expressar suas magnitudes em relação àquela grandeza.
Observações:
1) Unidades de medida têm nomes e símbolos aceitos por convenção.
2) Unidades de grandezas de mesma dimensão podem ter os mesmos nomes e símbolos, mesmo quando as grandezas
não são de mesma natureza.

1.8 – Símbolo de uma medida


Sinal convencional que designa uma unidade de medida.
Exemplos:
m é o símbolo do metro;
A é o símbolo do ampère.

1.9 – Sistema de Unidades (de medida)


Conjunto das unidades de base e unidades derivadas, definido de acordo com regras específicas, para um dado sistema de
grandezas.
Exemplos:
a) Sistema Internacional de Unidades SI;
b) Sistema de Unidades CGS.

1.10 – Unidade de medida derivada coerente


Unidade de medida derivada que pode ser expressa como um produto de potências de unidades de base com fator de
proporcionalidade um.
Observação:
A coerência pode ser determinada somente em relação às unidades de base de um dado sistema. Uma unidade pode ser
coerente em relação a um Sistema, mas não a outro.

1.11 – Sistema coerente de unidades de medida


Sistema de unidades de medida no qual todas as unidades derivadas são coerentes.
Exemplo:
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As seguintes unidades (expressas por seus símbolos) fazem parte do sistema de unidades coerentes em mecânica, dentro
do Sistema Internacional de Unidades, SI:
2 3 -1 -1 -2 -3 -2 -1 -2 2 -2 2 -3
m; kg; s; m ; m ; Hz = s ; ms ; ms ; kg.m ; N = kg.m.s ; Pa = kg.m .s ; J = kg.m .s ; W = kg.m .s

1.12 – Sistema Internacional de Unidades – SI


Sistema coerente de unidades adotado e recomendado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM).
Observação:
O SI é baseado, atualmente, nas sete unidades de base seguintes:

Unidade SI
Grandeza
Nome Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente Elétrica ampère A
Temperatura Termodinâmica kelvin K
Quantidade de Matéria mol mol
Intensidade Luminosa candela cd

Conceitos Fundamentais/ Terminologia

O estabelecimento de uma terminologia básica contribuirá grandemente para uma maior compreensão das atividades
relativas à metrologia e seus recursos instrumentais.
A seguir se indicam os termos principais, tomando como referência o Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e
Gerais de Metrologia, editado pelo INMETRO de acordo com a Portaria no. 29 de 10 de março de 1995 (disponível no
endereço http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/vim.pdf).

Medição (VIM 2.1)


Conjunto de operações que têm por objetivo determinar um valor de uma grandeza. As operações podem ser feitas
automaticamente.

Metrologia (VIM 2.2)

Ciência da medição. A metrologia abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos aas medições, qualquer que seja
a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou tecnologia.

Resolução – de um dispositivo mostrador (VIM 5.12)


Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente percebida. Para dispositivo
mostrador digital, é a variação na indicação quando o dígito menos significativo varia de uma unidade. Este conceito
também se aplica a um dispositivo registrador.

Incerteza de Medição (VIM 3.9)


Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser
fundamentadamente atribuídos a um mensurando.
O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou múltiplo dele), ou a metade de um intervalo correspondente a
um nível de confiança estabelecido.
A incerteza de medição compreende, em geral, muitos componentes. Alguns destes componentes podem ser estimados
com base na distribuição estatística dos resultados das séries de medições e podem ser caracterizados por desvios padrão

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experimentais. Os outros componentes, que também podem ser caracterizados por desvios padrão, são avaliados por meio
de uma distribuição de probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras informações.
Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e que todos os componentes da
incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os componentes associados com correções e
padrões de referência, contribuem para a dispersão.

Calibração (VIM 6.11)


Conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a relação entre os valores indicados por um instrumento
de medição ou sistema de medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência,
e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
O resultado de uma calibração permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para as indicações como a
determinação das correções a serem aplicadas.
Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas como o efeito das grandezas de influência. O
resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento, algumas vezes denominado certificado de calibração
ou relatório de calibração.

Ajuste – de um instrumento de medição (VIM 4.30)


Operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso. O ajuste
pode ser automático, semi-automático ou manual.

Regulagem – de um instrumento de medição (VIM 4.31)


Ajuste, empregando somente os recursos disponíveis no instrumento para o usuário.

Rastreabilidade (VIM 6.10)


Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas,
geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo
incertezas estabelecidas. O conceito é geralmente expresso pelo adjetivo rastreável. Uma cadeia contínua de comparações
é denominada de cadeia de rastreabilidade.

Repetitividade – de um instrumento de medição (VIM 5.27)


Aptidão de um instrumento de medição em fornecer indicações muito próximas, em repetidas aplicações do mesmo
mensurando, sob as mesmas condições de medição. Estas condições incluem:
• redução ao mínimo das variações devido ao observador;
• mesmo procedimento de medição
• mesmo observador;
• mesmo equipamento de medição, utilizado nas mesmas condições;
• mesmo local;
• repetições em um curto período de tempo.
Repetitividade pode ser expressa quantitativamente em termos das características da dispersão das indicações.

Exatidão de um instrumento de medição (VIM 5.18)


Aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro. Exatidão é um conceitot
qualitativo.

Faixa nominal (VIM 5.1)

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Faixa de indicação que ser pode obter em uma posição específica dos controles de um instrumento de medição. Faixa
nominal é normalmente definida em termos de seus limites inferior e superior, por exemplo: “100º C a 200º C”. Quando o
limite inferior é zero, a faixa nominal é definida unicamente em termos do limite superior, por exemplo: a faixa nominal de
0V a 100V é expressa como “100V”.

Instrumento (de medição) mostrador (VIM 4.6)


Instrumento de medição que apresenta uma indicação. Exemplo: voltímetro analógico, frequencímetro digital, micrômetro. A
indicação pode ser analógica (contínua ou descontínua) ou digital. Valores de mais de uma grandeza podem ser
apresentados simultaneamente. Um instrumento de medição indicador pode, também, fornecer um registro.

Resultado de uma medição (VIM 3.1)


Valor atribuído a um mensurando obtido por medição. Quando um resultado é dado, deve-se indicar claramente se ele se
refere à indicação, ao resultado não corrigido ou ao resultado corrigido e se corresponde ao valor médio de várias
medições.
Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui informações sobre a incerteza de medição.

Sistema de medição (VIM 4.5)


Conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos acoplados para executar uma medição específica.
Exemplo: aparelhagem para medição de condutividade de materiais semicondutores, aparelhagem para calibração de
termômetros clínicos, O sistema pode incluir medias materializadas e reagentes químicos. Um sistema de medição que é
instalado de forma permanente é denominado instalação de medição.

Valor de uma divisão (VIM 4.22)


Diferença entre os valores da escala correspondente a duas marcas sucessivas. O valor de uma divisão é expresso na
unidade marcada sobre a escala, qualquer que seja a unidade do mensurando.

Valor nominal (VIM 5.3)


Valor arredondado ou aproximado de uma característica de um instrumento de medição que auxilia na sua utilização.
Exemplos: 100 Ω como valor marcado em um resistor padrão; 1L como valor marcado em um recipiente volumétrico com
uma só indicação; 0,1 mol/L como a concentração da quantidade de matéria de uma solução de ácido clorídrico (HCl); 25ºC
como ponto pré-selecionado de um banho controlado termostaticamente.

Padrão (VIM 6.1)


Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar,
conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma grandeza para servir como referência. Exemplos:
massa padrão de 1 kg, resistor padrão de 100Ω, amperímetro padrão, padrão de freqüência de césio, eletrodo padrão de
hidrogênio; solução de referência de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificado. Um conjunto de
medidas materializadas similares ou instrumentos de medição que, utilizados em conjunto, constituem um padrão coletivo.
Um conjunto de padrões de valores escolhidos que, individualmente ou combinados, formam uma série de valores de
grandezas de uma mesma natureza é denominado coleção padrão.

Padrão Internacional (VIM 6.2)


Padrão reconhecido por um acordo internacional para servir, internacionalmente, como base para estabelecer valores a
outros padrões de grandeza a que se refere.

Padrão Primário (VIM 6.4)

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Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas qualidades metrológicas e cujo valor é
aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza. O conceito de padrão primário é igualmente válido para
grandezas de base e para grandezas derivadas.

Padrão de Referência (VIM 6.6)


Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local ou em uma organização, a partir
do qual as medições lá executadas são derivadas.

Padrão de Trabalho (VIM 6.7)


Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas, instrumentos de medição ou materiais de
referência. Um padrão de trabalho utilizado rotineiramente para assegurar que as medições estão sendo executadas
corretamente é chamado Padrão de Controle.

Padrão Itinerante (VIM 6.9)


Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado entre locais diferentes. Exemplo: Padrão de
freqüência de Césio, portátil, operado por bateria.

DEFINIÇÂO DO METRO PADRÂO

A definição atual.
Em 20 de outubro de 1983, na 17ª Reunião do “Le Bureau Internacional des Poids et Measures”, sediado no bairro de
Sèvres, Paris/França, foi determinada a nova definição do metro:
“Um metro é a distância percorrida pela luz, no vácuo, no intervalo de tempo de 1 segundo dividido por 299.792.458”.
Esta definição é universal e se aplica a todo tipo de medições, desde o lar até a astronomia. O metro em si não foi alterado,
o que ocorreu foi mais uma impressionante melhoria na exatidão de sua definição. O erro atual de reprodução por este
-9
meio corresponde a ± 1,3 x 10 , isto é, ± 0,0013 µm. Em terminologia mais atual dizemos 1,3 nm (nm = nanometro) o que
significa um erro de 1,3 milímetros para 1.000 quilômetros.

A definição anterior
Anteriormente, em outubro de 1960 (11ª Reunião do Le Bureau Internacional des Poids et Measures”) o metro era definido
como sendo 1.670.763,73 vezes o comprimento de onda de uma luz emitida pela transição entre os níveis de energia 2p10
86
e 5d5 do átomo de Kriptônio 86 (Kr ) no vácuo. Desta forma conseguia-se uma reprodução do metro com um erro de ±
0,010 µm (10 nm).
Assim, a fascinante história do metro se perde no tempo, acreditando-se que, por volta do ano de 1790, teve início sua
definição especificamente na França, onde procurava-se a definição de um padrão de comprimento que não dependesse
nem do corpo humano nem de materializações deterioráveis pelo tempo.

Protótipo e Réplicas do Metro / A Cópia do Brasil


Cabe ainda acrescentar um fato interessante: em 1876 se deu início à fabricação de um protótipo do metro e sua
reprodução para as nações que participaram do tratado. Foram feitas 30 barras com 90% de Platina e 10% de irídio e, em
o o
1889, determinou-se que a de n . 6 seria o protótipo internacional, chamada também “Metro dos Arquivos”. A barra de n .
o
22 correspondeu ao Japão e a de n . 26 ao Brasil. Esta última encontra-se no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
localizado na Cidade Universitária, em São Paulo.

Critério de seleção do instrumento de medição


Ao selecionar o instrumento mais adequado, deve-se levar em conta, fundamentalmente, o campo de tolerância (IT) da
medida a ser verificada, pois peças diferentes podem ter a mesma medida nominal especificada em seu projeto, porém a
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importância de sua exatidão pode ser diferente. Por exemplo, a medida ∅25 mm tanto pode corresponder a um cabo de
vassoura fabricado em madeira, como ao pino de um pistão de motor. Para o primeiro caso, uma variação de ± 1mm não
afetará sua finalidade, já no segundo caso essa variação tornaria a peça inútil.
O instrumento ideal para cada caso deve ter uma leitura ou resolução de acordo com a medida a ser verificada e sua
tolerância. Assim, recomenda-se que o instrumento possua uma leitura no mínimo igual à décima parte do campo de
tolerância da peça ou, no pior dos casos, igual à quinta parte:

Resolução ≤ IT/10 (como ideal)


Resolução ≤ IT/5 (como mínimo)

Se considerarmos como exemplo uma peça com tolerância de ± 0,25mm (campo de tolerância = 0,50 mm) podemos
concluir que um instrumento com leitura de 0,05 mm seria satisfatório, porém outro com leitura de 0,10 mm ainda poderia
ser utilizado. Este critério está fundamentado na existência de uma relação direta entre a exatidão de um instrumento de
medição e sua resolução.
O passo seguinte é a definição do tipo de instrumento requerido, levando em conta o tamanho da peça, sua forma, a
pressão e a freqüência com deve ser feira a medição. Existe uma variedade de tipos e capacidade de instrumentos,
facilmente identificáveis nos catálogos de cada fabricante.

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Unidade 3: Sistemas de Unidades

3.1. Sistema Internacional de Unidades

O Sistema Internacional de Unidades é o fundamento da metrologia moderna. Sua abreviatura SI vem do nome
francês Système International d’Unités. O SI é usado internacionalmente por acordos legais mesmo em países com sistema
próprio, por exemplo, os Estados Unidos, onde o sistema nacional de medidas é U. S. Customary System. Entretanto, as
unidades tais como: polegada, pé, jarda, libra, etc., são definidas em termos das unidades bases do SI (1 in = 0,0254 m,
etc.).
O uso do SI proporciona facilidades e segurança. Pode-se lembrar a perda da sonda Mars Climate Orbiter em 23
de setembro de 1999, um programa de US$ 125.000.000 por um simples problema de conversão de unidades. O software
instalado na espaçonave usava unidades SI (newton segundo (N.s) para impulso) e o software da equipe de controle em
Terra usava unidades imperiais lbf.s (libra-força segundo). Como conseqüência, os valores do impulso foram subestimados
e os motores que ajustariam a espaçonave numa órbita a 150 km da superfície foram acionados com um fator 4,45 a mais
(1 lbf = 4,45 N) numa trajetória de choque com a atmosfera marciana.
O Sistema Internacional é um conjunto de definições. Os Laboratórios Nacionais realizam experiências para
expressar as unidades tais como são definidas. Por exemplo, o volt pode ser determinado a partir do metro, quilograma e
segundo. Na sua realização prática em uma célula de junções Josephson, depende de uma correlação de constantes da
natureza.
O Sistema Internacional consiste em 28 unidades (7 unidades de base, 2 unidades derivadas adimensionais e 19
unidades derivadas.

a) Unidades de base

As unidades de base formam os parâmetros para todas as demais unidades.

Grandeza Nome Símbolo Definição


Comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo durante o intervalo de
Comprimento metro m
tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
A massa é a única unidade ainda definida como artefato físico (protótipo
Massa quilograma kg internacional do quilograma). Consiste em um cilindro de liga platina-irídio
conservado no BIPM em Sèvres, França.
Duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição
Tempo segundo s entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio
133.
Corrente elétrica invariável que, se mantida em dois condutores retilíneos,
paralelos, de comprimento infinito e de área de seção transversal
desprezível e situados no vácuo a 1 m de distância um do outro, produz
Corrente elétrica ampère A
entre esses condutores uma força igual a 2 x 10-7 newton, por metro de
comprimento desses condutores. Obs.: ampère é também unidade de força
eletromotriz.
Temperatura Fração de 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto tríplice da água.
kelvin k
termodinâmica
Intensidade luminosa em uma dada direção, de uma fonte que emite uma
Intensidade
candela cd radiação monocromática de freqüência 540 x 1012 hertz e cuja intensidade
luminosa
energítica naquela direção é de 1/183 watt por esterradiano.
Quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades
Quantidade de
mol mol elementares quantos são os átomos contidos em 0,012 quilograma de
matéria
carbono 12.

b) Unidades derivadas adimensionais (suplementares)

Grandeza Nome Símbolo Definição


Ângulo plano radiano rad Ângulo central que subtende um arco de círculo de comprimento igual ao
do respectivo raio.
Ângulo sólido esterradiano sr Ângulo sólido que tendo vértice no centro de uma esfera, subtende na
superfície uma área igual ao quadrado do raio da esfera.
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c) Unidades derivadas

Grandeza Nome Símbolo Definição


Freqüência hertz Hz Freqüência de um fenômeno periódico cujo período é de 1 segundo
Força que comunica à massa de 1 quilograma a aceleração de 1 metro por
Força newton N
segundo, por segundo.
Pressão exercida por uma força de 1 newton, uniformemente distribuída sobre uma
Pressão pascal Pa
superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular à direção da força.
Trabalho, Energia, Trabalho realizado por uma força constante de 1 newton, que desloca seu ponto de
joule J
Quantidade de calor aplicação de 1 metro na sua direção.
Potência, fluxo de Potência desenvolvida quando se realiza, de maneira contínua e uniforme, o
watt W trabalho de 1 joule em 1 segundo.
energia
Carga elétrica Carga elétrica que atravessa em 1 segundo, uma seção transversal de um condutor
(quantidade de coulomb C percorrido por uma corrente invariável de 1 ampère.
eletricidade)
Gradiente de Gradiente de potencial uniforme que ser verifica em um meio homogêneo e
volt por
potencial, intensidade V/m isótropo, quando é de 1 volt a diferença de potencial entre dois planos
metro equipotenciais situados a 1 metro de distância um do outro.
de campo elétrico
Resistência elétrica de um elemento passivo de circuito que é percorrido por uma
Resistência elétrica ohm Ω corrente invariável de 1 ampère, quando uma tensão elétrica constante de 1 volt é
aplicada aos seus terminais.
Condutância de um elemento passivo de circuito cuja resistência elétrica é de 1
Condutância siemens S
ohm.
Capacitância de um elemento passivo de circuito, entre cujos terminais a tensão
Capacitância farad F elétrica varia uniformemente à razão de 1 volt por segundo, quando percorrido por
uma corrente invariável de 1 ampère.
Indutância de um elemento passivo de circuito, entre cujos terminais se induz uma
Indutância henry H tensão constante de 1 volt, quando percorrido por uma corrente que varia
uniformemente à razão de 1 ampère por segundo.
Indução magnética uniforme que produz uma força constante de 1 newton por
metro de um condutor retilíneo situado no vácuo e percorrido por uma corrente
Indução magnética tesla T
invariável de 1 ampère, sendo perpendiculares entre si as direções da indução
magnética, da força e da corrente.
Fluxo magnético uniforme através de uma superfície plana de área igual a 1 metro
Fluxo magnético weber Wb
quadrado, perpendicular à direção de uma indução magnética uniforme de 1 tesla.
Temperatura grau Intervalo de temperatura unitário igual a 1 kelvin, numa escala de temperaturas em
ºC que o ponto 0 coincide com 273,15 kelvins.
Celsius Celsius
Fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme e invariável de 1 candela, de
Fluxo luminoso lúmen Lm mesmo valor em todas as direções, no interior de um ângulo sólido de 1
esterradiano.
Iluminamento de uma superfície plana de 1 metro quadrado de área, sobre a qual
Iluminamento lux lx incide perpendicularmente um fluxo luminoso de 1 lúmen. Uniformemente
distribuído.
Atividade de um material radioativo no qual se produz uma desintegração nuclear
Atividade becquerel Bq
por segundo.
Dose de radiação ionizante absorvida uniformemente por uma porca ode matéria, à
Dose absorvida gray Gy
razão de 1 joule por quilograma de sua massa.
Equivalente de dose sievert Sv Equivalente de dose de uma radiação igual a 1 joule por quilograma.

d) Múltiplos e submúltiplos (prefixos do SI)

Todas as unidades podem ser estendidas sobre uma faixa de 48 ordens de grandeza do seu valor base. Os
multiplicadores são todos potências de 10. Os prefixos da tabela podem ser empregados por unidades que não pertencem
ao SI.
Nome Símbolo Multiplicador Nome Símbolo Multiplicador
yotta Y 1024 deci d 10–1
21 –2
zetta Z 10 centi c 10
18 –3
exa E 10 mili m 10
15 –6
peta P 10 micro µ 10
tera T 1012 nano n 10–9
9 –12
giga G 10 pico p 10
6 –15
mega M 10 femto f 10
3 –18
quilo k 10 atto a 10
2 –21
hecto h 10 zepto z 10
deca da 101 yocto y 10–24

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e) Algumas unidades formadas mediante combinações adequadas de unidades SI


Grandeza Nome Símbolo Definição
metro Área de um quadrado cujo lado tem 1 metro de comprimento.
Área m2
quadrado
Volume metro cúbico m3 Volume de um cubo cuja aresta tem 1 metro de comprimento.
metro por Velocidade de um móvel que, em movimento uniforme, percorre a distância
Velocidade m/s
segundo de 1 metro em 1 segundo.
radiano por Velocidade angular de um móvel que, em movimento de rotação uniforme,
Velocidade angular rad/s
segundo descreve 1 radiano em 1 segundo.
metro por Aceleração de um móvel em movimento retilíneo uniformemente variado,
Aceleração segundo, por m/s2 cuja velocidade varia de 1 metro por segundo em 1 segundo.
segundo
radiano por Aceleração angular de um móvel em movimento de rotação uniformemente
Aceleração 2
segundo, por rad/s variado, cuja velocidade angular varia de 1 radiano por segundo em 1
angular
segundo segundo.
quilograma Massa específica de um corpo homogêneo, em que um volume igual a 1
3
Massa específica por metro kg/m metro cúbico contém massa igual a 1 quilograma.
cúbico
metro cúbico 3 Vazão de um fluido que, em regime permanente através de uma superfície
Vazão m /s
por segundo determinada, escoa o volume de 1 metro cúbico do fluido em 1 segundo.
Fluxo de massa de um material que, em regime permanente através de
quilograma
Fluxo de massa kg/s uma superfície determinada, escoa a massa de 1 quilograma do material
por segundo
em 1 segundo.
quilograma- Momento de inércia, em relação a um eixo, de um ponto material de massa
Momento de
metro kg.m² igual a 1 quilograma, distante de 1 metro do eixo.
inércia
quadrado
quilograma- Momento linear de um corpo de massa igual a 1 quilograma, que se
Momento linear metro por kg.m/s desloca com velocidade de 1 metro por segundo.
segundo
quilograma- Momento angular, em relação a um eixo, de um corpo que gira em torno
metro desse eixo com velocidade angular uniforme de 1 radiando por segundo, e
Momento angular kg.m²/s
quadrado cujo momento de inércia, em relação ao mesmo eixo, é de 1 quilograma-
por segundo metro quadrado.
Momento de uma newton- Momento de uma força de 1 newton, em relação a um ponto distante 1
N.m
força, Torque metro metro de sua linha de ação.
Viscosidade dinâmica de um fluido que se escoa de forma tal que sua
Viscosidade pascal- velocidade varia de 1 metro por segundo, por metro de afastamento na
Pa.s
dinâmica segundo direção perpendicular ao plano de deslizamento, quando a tensão
tangencial ao longo desse plano é constante e igual a 1 pascal.
watt por Densidade de um fluxo de energia uniforme de 1 watt, através de uma
Densidade de fluxo
metro W/m² superfície plana de 1 metro quadrado de área, perpendicular a direção de
de energia
quadrado propagação da energia.
Tensão elétrica, Tensão elétrica entre os terminais de um elemento passivo de circuito, que
diferença de dissipa a potencia de 1 watt quando percorrido por ele uma corrente
volt V
potencial, força invariável de 1 ampère.
eletromotriz
Resistividade de um material homogêneo e isótropo, do qual um cubo com
Resistividade ohm-metro Ω.m 1 metro de aresta apresenta uma resistência elétrica de 1ohm entre faces
opostas.
siemens por Condutividade de um material homogêneo e isótropo cuja resistividade é de
Condutividade S/m
metro 1ohm-metro.
Potência aparente de um circuito percorrido por uma corrente alternada
Potencia aparente volt-ampère VA senoidal com valor eficaz de 1 ampère sob uma tensão elétrica com valor
eficaz de 1 volt.
Potência reativa de um circuito percorrido por uma corrente alternada
Potência reativa var var senoidal com valor eficaz de 1 ampère, sob uma tensão elétrica com valor
de 1 volt, defasada de π/2 radianos em relação à corrente.
Intensidade de um campo magnético uniforme, criado por uma corrente
invariável de 1 ampère, que percorre um condutor retilíneo de comprimento
Intensidade de ampère por
A/m infinito e de área de seção transversal desprezível, em qualquer ponto de
campo magnético metro
uma superfície cilíndrica de diretriz circular com 1 metro de circunferência e
que tem como eixo o referido condutor.
Relutância de um elemento de circuito magnético, no qual uma força
ampère por
Relutância A/Wb magnetomotriz invariável de 1 ampère produz um fluxo magnético uniforme
weber
de 1 weber.

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f) Algumas outras unidades aceitas para uso com o SI, sem restrição de prazo.

Valor em unidades
Grandeza Nome Símbolo Definição
SI
unidade 6
Comprimento UA Distância média da Terra ao Sol. 149 600 x 10 m
astronômica
Comprimento do raio de um circulo no qual o ângulo central
16
Comprimento parsec pc de 1 segundo subtende uma corda igual a 1 unidade 3,0857 x 10 m
astronômica!
Volume litro l Volume igual a 1 decímetro cúbico. 0,001 m³
Ângulo plano igual à fração 1/360 do ângulo central de um
grau º π/ 180 rad
circulo completo.
Ângulo plano
minuto ‘ Ângulo plano igual à fração 1/60 de 1 grau. π/ 10 800 rad
segundo ‘’ Ângulo plano igual à fração 1/60 de 1 minuto. π/ 648 000 rad
Intervalo de
oitava Intervalo de duas freqüências cuja relação é igual a 2.
freqüências
Unidade
-27
(unificada de Massa igual à fração 1/12 da massa de um átomo de 1,66057 x 10 kg
u
Massa massa carbono 12. aproximadamente
atômica)
tonelada t Massa igual a 1000 quilogramas.
minuto min Intervalo de tempo igual a 60 segundos. 60s
Tempo hora h Intervalo de tempo igual a 60 minutos. 3600s
dia d Intervalo de tempo igual a 24 horas. 86400s
Velocidade angular de um móvel que, em movimento de
Velocidade rotação por
rpm rotação uniforme a partir de uma posição inicial, retorna à π/ 30 rad/s
angular minuto
mesma posição após 1 minuto.
-19
Energia adquirida por um elétron ao atravessar, no vácuo, 1,60219 x 10 J
Energia elétron-volt eV
uma diferença de potencial igual a 1 volt. aproximadamente
Divisão de uma escala logarítmica cujos valores são 10
Nível de vezes o logaritmo decimal da relação entre o valor de
decibel dB
potência potência considerado e um valor de potência especificado,
tomado como referência e expresso na mesma unidade.
Divisão de uma escala logarítmica cujos valores são os
Decremento logaritmos neperianos da relação entre dois valores de
neper Np
logarítmico tensões elétricas, ou entre dois valores de correntes
elétricas.

g) Unidades fora do SI admitidas temporariamente

Nome da unidade Símbolo Valor em unidades SI


angstrom Å 10-10 m
(1)
atmosfera atm 101325 Pa
bar bar 105 Pa
-28
barn b 10 m²
(1)
caloria cal 4,1868 J
(1)
cavalo-vapor cv 735,5W
10
curie Ci 3,7 x 10 Bq
gal Gal 0,01 m/s²
(1) -4
gauss Gs 10 T
4
hectare ha 10 m²
(1)
quilograma-força kgf 9,80665 N
(1)
milímetro de mercúrio mmHg 133,322 Pa
Milha marítima 1852 m
(1852/3600) m/s

Igual a 1 milha marítima por hora
(1)(2) -1
quilate 2 x 10 kg
rad 0,01 Gy
roentgen R 2,58 x 10-4 C/kg
-2
rem rem 10 Sv
(1)
Evitar o uso destas unidades, substituindo-as pelas unidades do SI.
(1)(2)
Não confundir com o quilate da escala numérica convencional do teor de ouro das ligas de ouro.

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h) Fatores de conversão para algumas unidades fora do SI

Unidade Igual a Unidade Igual a


ampère-hora 3,600 000 x 10³ C in de Hg (32º F) 3,386 38 kPa
+2
are 1,000 000 x 10² m² in de água (39,2º F) 2,490 82 x 10 Pa
atmosfera 1,013 250 x 10² kPa in/s 2,540 000 x 10-2 m/s
3 -7 3
atmosfera técnica (1kgf/cm²) 9,806 650 x 10¹ kPa in /min 2,731 177 x 10 m /s
bar 1,000 000 x 10² kPa kcal 4,186 800 kJ
-1 3 2 +1
barril de petróleo (42 galões,) 1,589 873 x 10 m kgf/cm 9,806 650 x 10 kPa
3 2
BTU 1,055 056 x 10 J kgf.s /m 9,806 650 kg
caloria 4,186 800 J kip (1000 lbf) 4,448 222 kN
-1
cm de Hg (0º C) 1,333 22 kPa km/h 2,777 778 x 10 m/s
1 +6
cm de água (4º C) 9,806 38 x 10 Pa kw.h 3,600 000 x 10 J
-3
centipoise 1,000 000 x 10 Pa.s lbf 4,448 222 N
-6 2 2 -2 2
centistokes 1,000 000 x 10 m /s lb.ft 4,214 011 x 10 kg.m
-5
dina 1,000 000 x 10 N lb.in2 2,926 397 x 10 kg.m2
-4
-7 2 2
dina.cm 1,000 000 x 10 N.m lb/ft 4,882 428 kg/m
dina/cm2 1,000 000 x 10-1 Pa lb/ft3 1,601 846 x 10+1 kg/m3
-19 +2 3
eletronvolt (eV) 1,602 19 x 10 J lb/galão (l.a.) 1,198 264 x 10 kg/m
-7 3 +4 3
erg 1,000 000 x 10 J lb/in 2,767 990 x 10 kg/m
-7 -1
erg.s 1,000 000 x 10 W lb/s 4,535 924 x 10 kg/s
-1 2
ft (foot, pé) 3,048 000 x 10 m lbf/in (psi) 6,894 757 kPa
+1
ft água (39,2º F) 2,988 98 x 10 kPa lbf/lb 9,806 650 N/kg
-3 2
ft/min 5,080 000 x 10 m/s milibar 1,000 000 x 10 Pa
-4
ft.lbf 1,355 818 J minuto (de ângulo) 2,908 882 x 10 rad
-4 -1
ft.lbf/h 3,766 161 x 10 W nó (intern.) ou milha (n.int.)/h 5,144 444 x 10 m/s
2 -5 2
ft /h 2,580 640 x 10 m /s psi 6,894 757 kPa
3 -4 3 +1
ft /min (cfm) 4,719 474 x 10 m /s slug (massa de 1 lbf) 1,459 390 x 10 kg
2 2 +2
g padrão (32,17405 ft/s ) 9,806 650 m/s torr (torricelli) 1,333 22 x 10 Pa
galão (l.a.) 3,785 412 x 10-3 m3 W.h 3,600 000 kJ
3 +3 2 2
g/cm 1,000 000 x 10 kg/m3 W/in 1,550 003 kW/m
gf/cm2 9,806 650 x 10+1 Pa yd (yard, jarda) 9,144 000 x 10 m -1
-2 3 -2 3
grau (de ângulo) 1,745 329 x 10 rad yd /min 1,274 258 x 10 m /s
+2
hp (550 ft.lbf/s) 7,456 999 x 10 W OBS.: l.a. – líquido americano
-2
in (inch, polegada) 2,540 000 x 10 m

i) Informações Gerais

Grafia dos nomes de unidades

• Quando escritos por extenso, os nomes de unidades começam por letra minúscula.
Exemplos: metro, candela, segundo, mol, etc.
• Se a unidade for o nome de um cientista, a regra permanece válida exceto para o grau Celsius.
Ex.: ampère, kelvin, newton, hertz, etc.
• Na expressão do valor numérico de uma grandeza, a respectiva unidade pode ser escrita por extenso ou
representada pelo seu símbolo, não sendo admitidas combinações de partes escritas por extenso com partes por
símbolos.
Exemplos: quilovolts por milímetro ou kV/mm, joule por quilograma e por kelvin ou J/(kg.K), quilograma-metro por segundo
ou kg.m/s

Plural dos nomes de unidades

Quando os nomes de unidades são escritos ou pronunciados por extenso, a formação do plural obedece às
seguintes regras básicas.
a) os prefixos SI são sempre invariáveis. Exemplos: deci, mili, quilo, mega, pico, etc.

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b) os nomes de unidades recebem a letra “s” no final de cada palavra, exceto nos casos da alínea c
1. Quando são palavras simples. Por exemplo: ampères, candelas, curies, farads, grays, joules, kelvins,
quilogramas, volts, etc.
2. Quando são palavras compostas em que o elemento complementar de um nome de unidade não é ligado a este
por hífen. Por exemplo: metros quadrados, milhas marítimas, unidades astronômicas, etc.
3. Quando são termos compostos por multiplicação, em que os componentes podem variar independentemente
um do outro. Por exemplo: ampères-horas, newtons-metros, ohms-metros, pascals-segundos, watts-horas
Obs. Segundo esta regra, e a menos que o nome da unidade entre no uso vulgar, o plural não desfigura o nome que a
unidade tem no singular (por exemplo, decibels, mols, pascals, etc.), não se aplicando aos nomes de unidades certas
regras usuais de formação do plural de palavras (por exemplo: moles, decibéis, pascais).

c) Os nomes ou partes dos nomes de unidades não recebem a letra “s” no final
1. Quando terminam pelas letras s, x ou z. Por exemplo: siemens, lux, hertz, etc.
2. Quando correspondem ao denominador de unidades compostas por divisão. Por exemplo: quilômetro por hora,
lumens por watt, watts por esterrradiano, etc.
3. Quando, em palavras compostas, são elementos complementares de nomes de unidades e ligados a estes por
hífen ou preposição. Por exemplo: anos-luz, elétron-volts, quilogramas-força, unidades de massa atômica, etc.

Grafia dos Símbolos de Unidades

1. A grafia dos símbolos de unidades obedece às seguintes regras básicas:


a) Os símbolos são invariáveis, não sendo admitido colocar após o símbolo ponto de abreviatura, seja “s” de plural,
sejam sinais, letras ou índices. Exemplo: o símbolo do watt é sempre W, qualquer que seja o tipo de potência a que se
refira (mecânica, elétrica, térmica, acústica, etc.); o símbolo do volt é sempre V não importando se é médio, RMS, DC, AC,
etc. Grafias como W RMS, VAC, VAC, etc. devem ser evitadas.
b) Os prefixos SI nunca são justapostos num mesmo símbolo. Por exemplo: unidades como GWh, nm, pF, não
devem ser substituídas por expressões em que se justaponham, respectivamente , os prefixos mega e quilo, milli e micro,
micro e micro etc. (exemplo: pF e não µµF, nm e não mµm, etc.) Note que é comum nos meios técnicos a referência a
partes decimais, porém, deve-se tomar cuidado na escrita da unidade. Por exemplo, o técnico pode falar em um milésimo
de micrometro, mas deve escrever 1nm e não 1mµm ou, pior ainda, 1 mµ.
c) Os prefixos SI podem coexistir num símbolo composto por multiplicação ou divisão. Por exemplo: kN.cm,
2
kΩ.mA, kV/mm, MΩ.cm, kV/µs, µW/cm , etc.
d) Os símbolos de uma mesma unidade podem coexistir num símbolo composto por divisão. Por exemplo:
2
Ω.mm /m, kWh/h, etc.
e) O símbolo é escrito no mesmo alinhamento do número a que se refere e não como expoente ou índice. São
exceções os símbolos das unidades não SI de ângulo plano (º ‘ “), os expoentes dos símbolos que têm expoente, o sinal (º )
do símbolo do grau Celsius e os símbolos que têm divisão indicada por traço de fração horizontal. Exemplo: 12 V, 23ºC, 34º
22’15”, 59 s, mA/m, etc.
f) O símbolo de uma unidade composta por multiplicação pode ser formado pela justaposição dos símbolos
componentes e que não cause ambigüidade (VA, kWh, etc.), ou mediante a colocação de um ponto entre os símbolos
componentes, na base da linha ou a meia altura (N.m ou N.m, m.s-1 ou m.s-1, etc.).
g) O símbolo de uma unidade que contém divisão pode ser formado por qualquer das três maneiras
2 -1 -2 2
exemplificadas em seguida: W/(sr.m ), W.sr m , w/sr.m , não devendo ser empregada esta última forma quando o símbolo
escrito em duas linhas diferentes puder causar confusão.
h) As unidades de tempo aceitas com o SI sem limite de prazo são o dia (d), a hora (h) e o minuto (min). Estas
unidades devem ser escritas obedecendo aos mesmos critérios para as unidades do SI. Exemplo: treze horas e vinte e seis

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minutos, 13 h 26 min, 13 h 26 min 18 s. Evitar escrever como relógio digital (13:26 ou 13:26:18”) ou 13h 26m, ou 13h 25min
18seg, ou 13hs 26min 18segs, etc.

2. Quando um símbolo com prefixo tem expoente, deve-se entender que esse expoente afeta o conjunto prefixo-
3 -3 3 3 -9 3
unidade, como se esse conjunto estivesse entre parênteses. Por exemplo: dm = 10 m , mm = 10 m .
Nota: O símbolo do litro (letra l) pode ser escrito em maiúsculo quando causar confusão com o número 1. Exemplo: 21 l, 21
L, etc.

Grafia dos Números

As prescrições desta seção não se aplicam aos números que não representam quantidades (por exemplo,
numeração de elementos em seqüência, códigos de identificação, datas, números de telefone, etc.).
• Para separar a parte inteira da parte decimal de um número, é empregada sempre uma vírgula; quando o
valor absoluto do número é menor do que 1, coloca-se o 0 à esquerda da vírgula. Exemplo: 123,44 – 0,22
– 0,123 – 1,2 etc.
• Os números que representam quantias em dinheiro, ou quantidades de mercadorias, bens ou serviços em
documentos para efeitos fiscais, jurídicos e/ou comerciais, devem ser escritos com os algarismos
separados em grupos de três, a contar da vírgula para a esquerda e para a direita, com pontos separando
esses grupos entre si. Exemplo: R$ 1.354,90 – 113.299 sacolas – colocação de 2.800 peças, etc.
Nos demais casos, é recomendado que os algarismos da parte inteira e os da parte decimal dos números sejam
separados em grupos de três, a contar da vírgula para a esquerda e para a direita, com pequenos espaços entre esses
grupos (por exemplo, em trabalhos de caráter técnico ou científico), mas é também admitido que os algarismos da parte
inteira e os da parte decimal sejam escritos seguidamente (isto é, sem separação em grupos). Exemplo: 13800 V ou 13 800
V – 2,323 34 J ou 2,32334 J, etc.
• Para exprimir números sem escrever ou pronunciar todos os seus algarismos:
a) Para os números que representam quantias em dinheiro, ou quantidades de mercadorias, bens
ou serviços, são empregadas de uma maneira geral as palavras:
mil = 103 1 000
6
milhão = 10 1 000 000
9
bilhão = 10 1 000 000 000
12
trilhão = 10 1 000 000 000 000
Podem ser opcionalmente empregados os prefixos SI ou os fatores da tabela dos múltiplos e
submúltiplos (prefixos do SI), em casos especiais (por exemplo, em cabeçalhos de tabelas).
b) Para trabalhos de caráter técnico ou científico, é recomendado o emprego dos prefixos SI ou
fatores decimais da tabela dos múltiplos e submúltiplos (prefixos SI).

Espaçamento entre Número e Símbolo

O espaçamento entre um número e o símbolo da unidade correspondente deve atender à conveniência de cada
caso, por exemplo:
a) Em frases de textos correntes, é dado normalmente o espaçamento correspondente a uma ou a meia letra, mas
não se deve dar espaçamento quando há possibilidade de fraude. Exemplo: 12 m – 227 V – 80 km/h, etc.
b) Em colunas de tabelas é facultado utilizar espaçamentos diversos entre os números e os símbolos das unidades
correspondentes.
Exemplos:
2 300V 2300 V 2300 V

Tensão medida (V)


2 300 2300 2300

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Pronúncia dos Múltiplos e submúltiplos decimais das unidades

Na forma oral os nomes dos múltiplos e submúltiplos decimais das unidades não pronunciados por extenso,
prevalecendo a sílaba tônica da unidade. As palavras quilômetro, decímetro, centímetro e milímetro consagradas pelo uso
com acento tônico deslocado para o prefixo, são as únicas exceções a esta regra. Assim sendo, os outros múltiplos e
submúltiplos decimais do metro devem ser pronunciados com o acento tônico na penúltima sílaba (mé de mega – mí de
micro – nâ de nano – quí de quilo, etc.), por exemplo, megametro, micrometro (diferente de micrômetro, instrumento de
medição), nanometro, etc.

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