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Benzimento de doenças físicas feito com palha da costa

Material
Palha da costa
Cruz

Procedimento
Depois de já ter feito uma triagem com o atendido, envolva a
região afetada do corpo com um pedaço do fio de palha da
costa dando 7 nós
Pegue a cruz e cruzando esta local, faça a seguinte oração:

Em nome de Deus, da divina trindade, Pai, Filho e espírito


santo e em nome de São Lázaro eu rogo que todo o mal que
estiver instalado no ( falar o nome do local afetado na
pessoa) de ( falar o nome da pessoa) seja cruzado e
transmutado e que na força de São Lázaro, Deus Pai, Deus
Filho e Espírito Santo, seja curado, Amém
Em seguida rezar 7 Pai Nosso e 7 Ave Maria

A fita de palha da costa deverá ficar no local amarrada com


os 7 nós por 7 dias consecutivos
A oração deverá ser repetida durante estes 7 dias com o
benzimento feito com a cruz no local
No sétimo dia após benzer pegar uma tesoura benta e cortar
esta palha da costa devendo a mesma ser enterrada em um
jardim

Bom atendimento a todos

Benzimentos e Rezas
É bom esclarecer que os benzimentos aqui relacionados eram
usados numa época em que não existiam muitos médicos na
região. As pessoas moravam em sítios ou em locais muito
distantes dos centros onde existiam farmácias e hospitais e
desenvolviam a fé no uso de determinadas rezas e simpatias
que podiam ou não funcionar.
De qualquer forma, eles hoje figuram aqui como amostra da
riqueza cultural da região e pelo seu valor histórico, não
como fórmulas para serem utilizadas em substituição aos
tratamentos médicos ou psicológicos feitos por especialistas
que se empenharam durante anos de estudo com o objetivo de
salvar vidas.

CURA COM BARATA: (Publicado na Imprensa Oficial - 03/04/2008)


Esta quem nos ensinou foi o senhor Wilson Grecco, figura
sempre presente nas manifestações artísticas da cidade.
Segundo consta, sua nona, Dona Libera, tinha uma maneira
muito peculiar de fazer sarar a dor de ouvido: pegava uma
barata viva, colocava numa colher grande e enchia de óleo,
levando ao fogo para "fritar" o bichinho. Quando a barata
fritava, tirava-se o inseto do meio do óleo e esperava o
líquido ficar morno, daí pingava-se uma ou duas gotas no
ouvido, fazendo cruzes e orando.
ESTRANHA PROTEÇÃO: (Publicado na Imprensa Oficial -
23/02/2008)
Há muito tempo atrás, em Itatiba, as pessoas tentavam fazer o
melhor possível para se proteger contra doenças, porque os
médicos eram poucos e a maioria das pessoas vivia nos sítios.
As mães faziam chás para as crianças que estavam gripadas ou
com cólicas. Hoje se sabe que muitas ervas usadas para estes
chás têm realmente princípios que podem ajudar na restauração
da saúde. Também existiam muitas simpatias para susto e para
desejos. Às vezes, uma criança queria um brinquedo ou tinha
vontade de comer alguma coisa e ficava desassossegada. Aí era
preciso levar numa benzedeira que orasse e restabelecesse a
paz de espírito da paciente. Mas havia um costume muito
estranho que algumas pessoas adotaram para proteger a
garotada, e também os adultos, do tétano: enfiar um prego
dentro de uma cebola. As mães costumavam fazer isso
principalmente quando os filhos iam jogar bola em campos
improvisados, com jogadores descalços, o que aumentava o
risco de alguém se ferir em pedaços farpados de madeira,
vidro, etc, e contrair a doença.
SANTA LUZIA: (Publicado na Imprensa Oficial - 14/02/2008)
Esta simpatia é bem usada quando da ocorrência de algum corpo
estranho nos olhos. Lembrando sempre que oração sempre ajuda,
mas nunca deixe de procurar um médico quando houver dor e
sintomas que indiquem alguma gravidade ou anormalidade:
"Fazer o sinal da cruz sobre os olhos - Santa Luzia passou
por aqui com seu cavalinho comendo capim! - Continuar até
passar a dor ou até o cisco sair."
NOSSA SENHORA DA DEFESA:
A Irani Adriana Teixeira de Assis enviou para nós esta
oração, que ela utiliza faz tempo e que pouca gente conhece,
a de Nossa Senhora da Defesa. É para se levar na carteira ou
para se ter em casa. Segundo consta do site do santuário de
Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Alto do Sumaré, São
Paulo, a devoção a essa manifestação de Maria começou na
Itália.
A cidade de Cortina D´Ampezzo fica em Belluno, nordeste da
Itália, tem uma localização estratégica e sempre foi alvo de
invasões bárbaras e conflitos políticos.
No ano de 572, os lombardos tentaram invadir seus vizinhos
ampezzanos. O povo atacado se reuniu e rezou fervorosamente,
pedindo ajuda de Nossa Senhora, e em seguida prepararam-se
para defender sua cidade. Ao perceberem que a invasão era
inevitável, invocaram o nome da Virgem Maria e ela apareceu
sobre as nuvens, com uma espada na mão. Quando os inimigos
tentaram entrar na cidade, ela os confundiu com as nuvens,
que lhes impediu a visão. Dessa forma, o exército invasor
lutou entre si até a derrota.
No século XIV, na cidade, já existia uma capela dedicada a
ela. Em 1412 ocorreu outro incidente: o exército dos bárbaros
godos ameaçava dominar o território. O povo de Ampezzo, quase
desarmado, conseguiu parar as tropas inimigas e a vitória foi
interpretada como um novo sinal de Nossa Senhora da Defesa.
No início do século XXI, uma catequista trouxe da Itália um
quadro com a imagem da Santa para São Paulo e em setembro de
2003 os devotos paulistanos dedicaram a ela uma igreja. Os
fiéis costumam recorrer à santa pedindo proteção contra a
violência existente nas grandes cidades. Comemora-se o dia de
Nossa Senhora da Defesa em 18 de Setembro.
Oração: "Nossa Senhora da Defesa, Virgem poderosa, recorro à
Vossa proteção contra todos os assaltos do inimigo, pois vós
sois o terror das forças malignas. Eu seguro no vosso manto
santo e me refugio debaixo dele para estar guardado, seguro,
e protegido de todo o mal. Mãe Santíssima, refúgio dos
pecadores, vós recebestes de Deus o poder de esmagar a cabeça
da serpente infernal e com a espada levantada, afugentar os
demônios que querem acorrentar os filhos de Deus. Curvado sob
o peso dos meus pecados, venho pedir a vossa proteção, hoje,
e em cada dia da minha vida, para que vivendo na luz do vosso
Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, eu possa, depois desta
caminhada terrena, entrar na pátria celeste. Amém. Rezar em
seguida um pai-nosso, uma ave-maria, e dar glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo."
PARA NÃO ENTRAR EM CHOQUE COM A NATUREZA:
O Paulo Degani, responsável pelo Museu Histórico Municipal
"Padre Francisco de Paula Lima", nos contou sobre dois
costumes interessantes, especialmente úteis para quem gosta
de caminhar por locais cheios de mato, no meio de florestas,
bosques, trilhas.
Conta-se que, para não pegar carrapato quando se entra na
mata, é preciso quebrar um galhinho da primeira árvore que se
encontrar e guardar no bolso.
Outra simpatia: existe uma árvore chamada Aroeira, fácil de
encontrar nos sítios aqui da cidade. Algumas pessoas já
tiveram experiências ruins com a dita cuja: foi passar por
baixo da árvore e começar a espirrar, ou sentir a pele ficar
vermelha e coberta de calombos! Dizem que, para evitar a
"raiva" da aroeira e de outras formas de vida, é bom pedir
licença para "Dona Aroeira" antes de entrar na mata, mesmo
que não haja nenhuma aroeira por perto. É só chegar, dizer em
alto e bom som: "Dá licença para eu entrar, Dona Aroeira!", e
caminhar sossegado.
Mas, por via das dúvidas, antes de entrar na mata, é bom
colocar botas ou calçados de cano longo para evitar picadas
de insetos, um bom repelente e, caso você já tenha tendências
alérgicas, é bom ficar longe das aroeiras, mesmo não tendo
certeza se elas estão bravas ou apenas chateadas...
SEM SILICONE E SEM CASAMENTO:
Pessoas que vieram de Arealva (interior paulista) para morar
em Itatiba contam que naquela cidade existia uma simpatia que
as meninas que acabavam de entrar na adolescência costumavam
fazer: tomar água na concha para que os seios crescessem. Em
Arealva também existia uma crendice de que se alguém passasse
com a vassoura sobre os pés de uma pessoa, aquela que teve os
pés "varridos" não se casaria mais. Essa superstição era
conhecida também em Itatiba e até hoje algumas pessoas
desviam do caminho quando avistam alguém fazendo faxina, de
medo de ter os pés varridos.
SIMPATIA DE ANO NOVO PARA PROSPERIDADE:
Cada família tem uma simpatia especial para assegurar que o
Ano Novo seja realmente bom. Algumas pessoas colocam a maior
nota de dinheiro que possuem dentro do sapato, durante a
festa de Reveillon, para que a cédula chame suas companheiras
de igual valor durante o ano que começa.
Existe uma simpatia interessante que veio de São Lourenço,
Sul de Minas, para cá: a troca de folha de louro. À meia
noite do dia 31 de dezembro, coloca-se num pratinho ou outro
recipiente, algumas folhas secas de louro, dessas utilizadas
para tempero. O louro representa vitória, glória. Quando bate
meia-noite, pega-se uma folhinha e troca-se com a de outra
pessoa. A folha que foi trocada é guardada na carteira, junto
com o dinheiro, para assegurar segurança financeira. No final
do ano, a folhinha usada é trocada pela de outra pessoa
novamente. Se estiver muito gasta, joga-se fora e toma-se uma
nova folhinha para troca.
Limpeza da Casa Depois do Velório: Ainda hoje nós verificamos
o costume de algumas famílias de velar o morto na residência.
Diz a tradição que, após a retirada do caixão e a saída do
cortejo rumo ao cemitério, deve-se varrer a casa toda, em
direção à porta da frente da casa, varrendo tudo para a rua,
ou seja, mandando embora todo resquício da Dona Morte...
(Contribuição da Sra. Ivone Igarashi, da AEPTI)
Simpatia perigosa para violeiro: A senhora Inês Simões
Barbosa, presidente da AEPTI, contou que o povo acreditava na
eficácia do guizo de cascavel para melhorar o som do violão.
Antigamente, o pessoal topava com muitas cobras nos pastos...
até cascavel! Gente com mais sorte não encontrava a cobra,
mas o guizo dela. Se a pessoa tocava violão, colocava o guizo
dentro do instrumento, que passava a ter um som mais suave e
melódico.
Simpatia perigosa para passar de ano: As crianças que viviam
pelos pastos e pelos quintais cheios de árvores da Itatiba
antiga, quando encontravam a casca de uma cobra, ficavam
felizes! É que se acreditava que a pele que as cobras trocam
no decorrer de suas vidas dá sorte para os estudantes: eles
colocavam aquela pele, que mais parece plástico, dentro do
caderno, bem na parte onde estava a matéria mais difícil, que
eles não conseguiam aprender. De acordo com a crença, o aluno
passava de ano. (contribuição da Sra. Maria Inês Simões
Barbosa).
Benzimento para "Ramo de Ar": Os antigos falavam muito nesse
tal "Ramo de Ar", que era um reflexo de sol ou de luz que
pegava em cheio no rosto de alguém, causando uma sensação de
mal estar que, geralmente, terminava numa enxaqueca que
poderia durar dias.
Ainda hoje se usa o termo, principalmente quando algum
raiozinho de sol bate em espelhos retrovisores ou vidros
traseiros e faz alguma vítima - que fica vendo bolinhas
coloridas desfilando diante dos olhos durante horas.
Mas o povo tem remédio para tudo e bom benzedor sabe tirar
"ramo de ar". O benzimento pode ser de várias formas, mas
sempre envolve água, arruda e muita fé. Um dos mais simples e
que o próprio "doente" pode fazer é o seguinte: pega-se um
copo de água, cobre-se a boca do copo com uma toalhinha limpa
e, com um pouquinho de jeito, abaixa-se a cabeça até que a
testa possa tocar na toalhinha bem esticada que cobre a boca
do copo.
Quando a boca do copo estiver bem junto à testa, ergue-se a
cabeça, não deixando escorrer a água. O "doente" tem que
ficar sentado em algum lugar de frente para o sol, de olhos
fechados. O copo fica equilibrado sobre a testa e a água
apenas umedece a toalhinha e a pele. A pessoa deve rezar para
que o "ramo de ar" se vá, pedindo a Deus, Jesus, aos santos
anjos da guarda, ou ao santo de sua devoção, que leve o mal
embora.
Geralmente é nesse momento que a água dentro do copo começa a
movimentar-se, como se fervesse. Segundo os benzedores, é
porque o "ramo de ar" está indo embora. Quem quiser, pode até
colocar folhas ou um galhinho de arruda dentro de um copo,
desde que não se sinta mal com o cheiro exalado pela planta.
(Contribuição da família Fattori)
Benzer Susto: Antigamente, as mães e avós tinham um
instrumento poderoso não só para cuidar da nutrição da
família, mas também para proteger seus entes queridos contra
o mal: o fogão de lenha. Quando uma criança levava um susto
ou não conseguia dormir à noite, era levada para junto do
fogão e devidamente benzida com brasa. A fórmula podia
variar, mas geralmente era esta: falava-se o nome da criança
assustada e, em seguida, dizia-se "eu vou te benzer", com
bastante confiança. Pegava-se uma brasa do fogão, com o
auxílio de algum instrumento para não queimar as mãos, e
jogava-se a brasa dentro de um copo com água. Se a brasa
subisse era porque a criança não estava assustada e a manha
dela era de birra mesmo.
Se a brasa descesse, a criança precisava de ajuda. Aí era
preciso colocar um pouco da água do copo com brasa em um
outro copo com água, que seria dada para a criança beber. O
que sobrou da água com a brasa devia ser usada para borrifar
três cantos do cômodo (geralmente a cozinha). Não se borrifa
o canto por onde se sai. O restinho, junto com a brasa, seria
jogado no fogo do fogão de lenha. (Contribuição da família
Polessi)
Benzimento contra a Dor de Barriga: Esta fórmula era usada
principalmente com crianças. A benzedeira fazia o seguinte:
Colocava uma das mãos na altura da boca do estômago do doente
dizendo "São Martim deitado". Colocava então a mão na cintura
do doente continuando a recitar: "Sur la somente, benza teu
male". E, finalmente, a benzedeira dizia: "Cura esse ventre",
descendo a mão ao ventre do doente. (Contribuição da família
Polessi - Bairro da Ponte).
Benzimento contra a Dor de Cabeça: A benzedeira e a pessoa
com dor-de-cabeça deveriam rezar um pai-nosso e uma ave-
maria, em seguida, a benzedeira colocava três galhinhos de
arruda dentro de um copo de água, que era colocado no topo da
cabeça do doente. A benzedeira então dizia: "Com que eu tiro
o sol? Com água da fonte, ramo verde do monte." E retirava os
galhinho de arruda de dentro do copo, batendo levemente com
elas na testa e na cabeça da pessoa. (Contribuição da família
Polessi - Bairro da Ponte)
Para curar susto de criança - Esta é outra versão do
benzimento com brasas. Contribuição da senhora Maria Inês
Simões Barbosa, da Associação dos Escritores, Pintores,
Poetas e Trovadores de Itatiba. Quando uma criança estava
assustada, pegava-se uma caneca de ágata. Podia até ser de
outro material, mas as benzedeiras preferiam as de ágata.
Colocava-se água (temperatura ambiente) dentro dela e jogava-
se 3 brasas na água. Logo em seguida colocava-se um prato
sobre a boca da caneca e era preciso virá-la de uma vez, como
quando queremos desenformar um bolo. A caneca ficava de
cabeça para baixo dentro do prato. E a água da caneca não
podia ser derramada. Então, para finalizar a simpatia, era
preciso fazer uma pequena cruz com palha. A cruz era colocada
sobre o fundo da caneca e todo o material era deixado no
mesmo lugar por 7 dias. Quando o período terminava, jogava-se
a água fora (podia ser no quintal), com brasas encharcadas e
tudo.
Para as mães de recém-nascidos não pegarem friagem -
Novamente lembramosque todas essas receitas caseiras eram
adotadas numa época em que era difícil conseguir um médico.
Estamos publicando esses relatos pelo seu valor como
folclore, não para que ele seja utilizado para fins
medicinais, o que pode acarretar até problemas ainda mais
sérios, porque não estamos publicando aqui as dosagens que
eram utilizadas, nem temos provas de que realmente
funcionavam. E também não sabemos se ocorriam efeitos
colaterais.
Segundo a tradição, mulheres que haviam dado à luz deviam
manter uma dieta por mais ou menos 40 dias. Os antigos temiam
que as mulheres "pegassem friagem" durante o período e
ficassem doentes. Na época, muitas casas não tinham forro e o
piso era de terra batida. Havia umidade dentro das casas de
fazenda e o perigo era real. Para prevenir alguma doença
causada pela umidade e pelo frio, as mulheres queimavam
arruda com açúcar numa caneca de alumínio. Daí jogavam pinga
sobre o xarope que se formava e em seguida tomavam a
beberagem ainda quente. Isso se repetia pelos 40 dias.
(Contribuição da Sra. Ivone Igarashi, membro da diretoria da
Associação dos Poetas, Pintores e Trovadores de Itatiba).
Simpatia para fazer a criança andar: Dona Josefina Maria de
Jesus Almeida, Dona Zefina, morava no bairro do Corintinha e
era procurada por muitas mães que levavam seus bebês para que
ela aplicasse uma simpatia que, segundo se dizia, ajudava a
criancinha a perder o medo de andar. Funcionava da seguinte
forma: Dona Zefina pegava a criança nos braços e suspendia o
bebê sobre um pilão, um pilão grande e simples, dos que se
usava para socar café e grãos. Com cuidado, ela baixava e
erguia a criança sobre o pilão três vezes, como se a criança
fosse o socador, mas com movimentos mais lentos. A simpatia
era repetida por três sextas-feiras. Depois do benzimento,
dona Zefina colocava a criança no chão e vinha caminhando
atrás dela, passando a vassoura pelo piso com o intuito de
"cortar" as influências negativas, dizendo: "-O que eu
corto?" e a mãe da criança deveria responder: "- O medo".
Isso era feito mais três vezes. Dona Zefina era conhecida
também como "Vozica" pelos familiares. Muita gente do bairro
certamente se lembra dela. Atualmente, o pilão se encontra na
casa de parentes de Dona Zefina, no Harmonia. A história é
contribuição das famílias Crivelari e Almeida.
Reza contra os problemas dos olhos: Esta oração é dirigida à
Santa Luzia (ou Santa Lúcia). A jovem viveu por volta do
século III d.C. e, segundo a lenda, era filha de uma família
italiana abastada, que lhe deu uma sólida formação cristã.
Era tanta a sua vocação a Deus que queria dedicar sua vida a
Ele. No entanto, o pai da jovem faleceu e a mãe queria vê-la
casada com um rapaz de outra família também influente, mas
pagã. Há versões diferentes para a história. Algumas contam
que quando descobriu que a moça seguia a doutrina de Cristo,
o rapaz que era apaixonado por ela a denunciou. Ela foi presa
e martirizada. Seus olhos foram arrancados pelos algozes.
Outras versões contam que Luzia, apesar de se negar a casar
com o pretendente, continuava sendo perseguida pelo rapaz.
Numa ocasião, o moço teria dito que o olhar de Luzia o havia
enfeitiçado. A própria Luzia teria, então, arrancado os olhos
e enviado para o rapaz, mandando dizer que preferia viver
cega a quebrar os votos feitos a Deus e que, se eram os olhos
que o haviam feito perder, que ficasse com eles.
A oração de Santa Luzia deve ser rezada pelo próprio doente,
fazendo o sinal da cruz sobre os olhos, com o polegar da mão
direita. Depois de feita a oração, reza-se um Pai-Nosso e uma
Ave-Maria:
Vem Santa Luzia,
de noite e de dia,
trazer-me esta luz
dos braços da cruz.
(Fazer o sinal da cruz 3 vezes sobre os olhos)
Se é nuvem de sangue
e de água formada
Pelo Cristo exangue
Será derramada.
(Fazer o sinal da cruz 3 vezes sobre os olhos)
Por Santa Luzia,
Vais ver que esta luz
No céu se produz
(Fazer o sinal da cruz 3 vezes sobre os olhos)

BENZIMENTOS Varias doenças


Se as simpatias podem ser executadas por qualquer pessoa que
delas tenha necessidade, a realização dum benzimento exige a
presença ou a intervenção de uma pessoa conhecedora da
matéria.

Há benzedores para todos os males e doenças. Alguns se


especializam só em doenças de animais ou plantas e há os que
se dedicam só à cura de um único tipo de mal. Assim, na zona
rural e mesmo em alguns bairros citadinos encontramos os que
curam torceduras e eczemas; dor-de-barriga e quebranto de
criança; só reumatismo; broca e empazinamento de cavalo;
vacas cocoteiras e lambevu de cachorro, etc., etc.

Agradecemos, aos benzedores e macumbeiros que com o risco de


perder suas "forças", nos ensinaram alguns benzimentos.
Benzimento da bicheira:
"Te benzo bicheira, com o nome de Deus e de Nossa Senhora.
Assim como o serviço de domingo ou de dia santo não vai pra
frente, esta bicheira pra frente não há de ir." – Fazer uma
cruz, rezando três padres-nossos e três ave-marias. – Chama-
se o animal pelo nome e diz-se no seu ouvido: "Dizem que você
está com sete bichos, é mentira, você só tem seis, é mentira,
você só tem cinco", etc. até dizer que não há bicho algum.
Benzimento de lombriga:
"Santos Reis tinha dozes filhos, de doze morreu um ficaram
onze, de onze morreu um ficaram dez, de dez morreu um ficaram
nove, de nove morreu um ficaram oito, de oito morreu um
ficaram sete, de sete morreu um ficaram seis, de seis morreu
um ficaram cinco, de cinco morreu um ficaram quatro, de
quatro morreu um e ficaram três, de três morreu um ficaram
dois, de dois morreu um ficaram um e esse um se arrebentou
graças a Deus". Rezar três padre-nossos e três ave-marias.
Benzimento de íngua:
O benzedor manda que se coloque a mão do braço que está
doente sobre um monte de cinza e, simulando dar golpes com
uma faca, pergunta ao paciente: - "O que é que eu corto?" –
"Íngua", deve responder o doente. "É isso mesmo que eu
corto", retruca o curandeiro, e corta pelo meio o monte de
cinza sobre o qual ficou a marca da mão. Reza um padre-nosso,
um credo e repete o tratamento três dias seguidos.
Benzimento para endemoniados:
O curandeiro deve ir escondido detrás do doente e, sem que
este perceba, rezar mentalmente: "São Marco que te marque,
São Brando que te abrande e São Amâncio que te amanse". Faz o
sinal da cruz três vezes sobre as costas do doente e termina
a oração: "Jesus Cristo que te amarre e abençoe."
Benzimento de cobreiro:
Munido de três raminhos de arruda e um pouco de toicinho sem
sal, o curandeiro benze o cobreiro, dizendo: - "Ele arando e
lavrando esta. A meu par o levei no monte de Gomel com
raminhos de sarmiento e unto sem sal. E que te seques, que te
seques, que te seques e que não voltes mais".
Benzimento da impigem:
O benzedor, pela manhã, em jejum, procura o doente. Passa-lhe
saliva e cinza sobre a impigem, desenhando cruzes e diz:

"Empige rabiche
a Senhora Santana
te manda secar
com cuspe da boca
e cinza do lar".

Repete-se o benzimento três manhãs seguidas.


Benzimento de semioto (doença de macaco):
O benzedor, por três madrugadas, faz que levem a criança
doente para um gramado orvalhado. Deita a criança no chão e
com uma faca recorta a sua figura ou forma na terra. Em
seguida, retirando a criança, com uma enxada revira no
próprio lugar a terra recortada, dizendo: "Que a doença fique
do lado de lá, que Deus e a saúde conosco fica do lado de
cá". Repete essas palavras três vezes e reza um credo. Dá-se
leite de égua à criança.
Benzimento de dor-de-cabeça:
Coloca-se o doente assentado numa cadeira, na frente duma
porta aberta para o terreiro e, com três raminhos de arruda
ou de alecrim molhado numa tijela d'água, benze-se em cruz a
sua cabeça, começando pelo cocoruto e terminando no queixo.
Recita-se um credo. Assim que o benzedor começar a bocejar,
sinal evidente de que a dor saiu do doente e passou para o
seu próprio corpo, realiza-se a parte final da cruz. Com um
machado, o benzedor traça cruzes nos batentes das portas da
casa, murmurando: "Corto, tiro e mando embora", por três
vezes, ao que o doente responde: "a dor-de-cabeça".
Benzimento de quebranto:
Durante três dias a fio o curandeiro reza três vezes o credo,
fazendo o sinal da cruz sobre a criança. Quando começa a
bocejar diz estas palavras: "Deus te fez, Deus te criou, Deus
te tire o mal que no corpo entrou".
Todos são mais ou menos secretos e o benzedor esforça-se por
não os revelar. No entanto, podem ser transmitidos em
ocasiões excepcionais e permitidos pela crença tradicional.
São quatro as ocasiões em que o benzimento pode ser ensinado,
sem que isso redunde em perdas de "forças" para quem os
ensina: 1) Quando o benzedor percebe que vai morrer; 2) Na
véspera de Natal; 3) Na noite de Sexta-Feira Maior; 4) No dia
de Todos os Santos.

Contra as doenças "incuráveis" a que chamam doenças do "mal",


cujos os nomes são "secos", isto é, malditos (morféia,
tuberculose e câncer) e impronunciáveis, não nos foi possível
conhecer nenhum benzimento.

Uso de facas nos benzimentos

Texto ditado no ano de 1991 por PAI BENEDITO DOS CRUZEIROS

"Quando mencionamos o uso de objetos dentro do benzimento,


notamos que na realidade se vincula aos mesmos no plano
etéreo suas atuações identicas no plano fisico.
Quando utilizamos facas para se benzer, nem sempre esta
prática é bem aceita pois a associação que se faz com este
elemente esta sempre ligada ao negativo. Olhando por um
prisma espiritual verificaremos que a faca tem uma única
função " CORTAR" e não se dever ser associado a ela a AÇÃO
que o ser vivente toma com a mesma, sendo esta segunda de
total responsabilidade de quem o faz.
Ao benzermos uma pessoa com o uso de uma faca, pouco importa
sua forma ou alegoria que nela seja colocada, nem tão pouco
se tenha corte ou não, pois em momento alguma á o contato
dela e de seu fio de corte com a pessoa que esta sendo
benzida, fcando a atuação somente no campo ritualistico.
Os movimentos neste benzimento devem ser lentos para não
assustar o assistido e vale lembrar que a fé é elemento
propulsor de energia e sem a mesma nada se realiza.

Abaixo, citaremos um benzimento simples com o uso da faca

ELEMENTOS
Uma faca

Procedimento
Cruzado a pessoa fazer a seguinte oração

"Em nome de Deus, de Jesus e nossa Senhora do Socorro eu


cruzo ( nome da pessoa) na frente e no atrás, na esquerda e
na direita, no em cima e no embaixo e todo o mal que com (
nome da pessoa ) esteja na força de Deus, de Jesus e Nossa
Senhora do Socorro será cortado, assim como cortado será todo
caminho fechado, toda doença incurável, toda perseguição
espiritual, inveja e maldição
Na paz de Deus ( nome da pessoa) esta liberto, curado e
renovado, Amém"
Rezar 01 Pai Nosso
01 Ave Maria

O USO DE DEFUMADORES NOS BENZIMENTOS

Existe uma prática dentro dos benzimentos pouco utilizada que


é a benzeção feita com defumadores.
De bastão ou em tabletes o benzimento feito com estes
elementos atua de duas formas no assistido

1. Trabalha-se a energia eólica, pois o fogo que crepita e


alimenta a resina só pode ser utilizado perante o fluxo de
oxigênio que existe no local.
2. Após queimar, a fumaça atua como elemento purificador na
aura, nos chacras e em todo o corpo físico e energético do
assistido
3. A chama, atua como elemento igneo atuando no afastamento e
queima de míasmas, larvas astrais e formas ovóides, enquanto
no ar ele atua como somente purificador e energias enfermiças
ou parasitárias
4. A cada cruz feita com o defumador, uma cruz ígnea, eólica
atua no campo a ser trabalhado do assistido

Abaixo passaremos um benzimento simples feito com defumador


MATERIAL UTILIZADO
- 01 Defumador de sua preferência de boa qualidade
- 01 banco ( sugerimos que o banco onde benzemos seja
utilizado somente para este fim e que o mesmo possa ser
benzido também)

PROCEDIMENTO
Ascender o defumador
Cruzando a pessoa fazer a seguinte oração:

No ar e no fogo eu purifico ( nome da pessoa )


No ar e no fogo todo mal que manifestar no mental, no corpo e
no espírito de ( nome da pessoa) o vento vai levar
No ar e no fogo, todo mal que insistiu em ficar, o fogo
sagrado de Deus vai queimar
No ar e no fogo
Na força e na luz
( nome da pessoa) esta purificado
Pelas mãos de Jesus

Em seguida coloca-se o defumador entre as pernas da pessoa


sentada e reza-se com a mão projetando no chacra cardíaco do
assistido
03 Pai Nosso
07 Ave Maria

Benzimentos para varias coisas


Ventre caído:
Oração: (nome da criança)
Se tem o ventre caído
Com a graça de Deus
Te seja erguido.
Se tens o baço virado
Que vá ao seu lugar
Como dantes era
Deita-se a criança de barriga para baixo, no regaço da pessoa
que está a erguer o ventre. Unem-se as pernas, da criança, e
se não ficarem do mesmo comprimento, medido pela covinha da
perna, é sinal de que tem o ventre caído.
A reza começa com o nome da pessoa doente, a criança.
Enquanto se faz a reza, com o dedo molhado no azeite, que
está propositadamente entornado no cu de uma malga, fazem-se
tantas cruzes como o tempo que leva a dizer a reza nas duas
covinhas das pernas e nas costas. Cada vez que se reza e se
fazem as cruzes, a criança é posta na vertical, de cabeça
para baixo, e dão-se-lhe umas palmadinhas nos pés que é para
acertar as pernas.
A oração repete-se três vezes com o doente nesta posição,
rezando 1Pai-Nosso, e 1 Avé_Maria no fim de cada vez.
Voltado, o doente, de barriga para cima, é-lhe feita a mesma
coisa mas no umbigo, e o mesmo número de vezes. Por fim, o
resto do azeite que está no cu da malga é entornado na
barriga e com a mão aberta fazem-se massagens de baixo para
cima, só na zona do umbigo e sempre na mesma direcção.
Espalhado todo o azeite, é colocada uma moeda no umbigo do
doente e apertado com uma fralda de tecido branco. No dia
seguinte repete-se a operação, e isto durante três dias
seguidos.

Cortar a peçonha:
Pessonha: quando aparecem borbulhas co “aguadilha” e com
tendência a alastrar pelo corpo, com comichão.
A peçonha é provocada pela passagem de algum bicho
pessonhento pela pele.
Tem que se ter brasas e uma faca.
Passa-se a faca por cima das brasas e, depois, em volta e em
cruzes por cima do mal. Não se pode lavar a parte do corpo
afectada.
Diz-se assim:
Eu te corto bicho, bichão
Aranha, aranhão
Sapo, sapão
Cobra, cobrão
Bicho de qualquer nação
Que andar de rastos pelo chão
Eu lhe corto cabeça e rabo
Em louvor das pessoas da Santíssima Trindade
Que é Pai, Filho e Espírito Santo
Em louvor de S. Silvestre
Que ele é verdadeiro mestre
Tudo quanto te faço te preste.
Pai-Nosso, Avé-Maria, Glória, reza-se 9 vezes, Salvé-Raínha.

Rezar à augação:
Para tirar a augação é preciso que as pessoas mais idosas, e
que saibam, façam uma broa com azeite e farinha de pão
Depois de cozida, as pessoas dão a broa às crianças ou comem
mesmo elas. Mas tem de comer-se 9 fatias. Caso não se consiga
comer tanta broa é necessário deitar o restante da broa ao
rio para que a corrente a arraste consigo e deste modo tire a
augação.
Rezar ao quebranto:
Antes de se começar a rezar, deve benzer-se e dizer o nome da
pessoa, com calma.
Deus me fez e Deus me criou
E Deus me desolhe para quem a mim mal olhou
Quebranto me deu e quebranto me daria
Que a Virgem Santa Maria meta tudo na sua santa surgia.
Reza-se de seguida o Pai-Nosso e a Avé-Maria.

REZA AO OLHADO

ASSIM TE BENZA DEUS


ASSIM TRÊS VEZES
DEUS TE GEROU
DEUS TE CRIOU
E DEUS TE ABENÇOOU.

OS BONS OLHOS TE VEJAM


E OS MAUS, ESTOIRADOS TE SEJAM.

DOIS TE DERAM, TRÊS TE HÃO-DE TIRAR


QUE SÃO AS TRÊS PESSOAS DA SANTISSIMA TRINDADE
É PAI, FILHO E ESPIRITO SANTO.

ASSIM COMO AS PORTAS DO CÉU


ESTAVAM VIRADAS PARA O MAR
ASSIM COMO ISTO É VERDADE, TODO O MAL TE HÁ-DE LEVAR.

EU PONHO A MINHA MÃO E O SENHOR PÕE A SUA PALMA.


ESTE MAL SE DESFAÇA COMO O SAL NA ÁGUA.

- PAI NOSSO E AVÉ-MARIA


- A REZA, REPETE-SE TRÊS VEZES SEGUIDAS
Talhar ao mau olhado:
Mau olhado – provoca com o olhar, voluntário ou involuntário,
desgraça ou doença, em coisa, animal ou pessoa.
Ingredientes - moeda antiga que tenha no verso uma cruz
gravada e um colete de rapaz.
Vão-se passando, a moeda e o colete, sobre o corpo da pessoa
ou do animal dizendo:
Dois olhos te deu
Três te tiraram
S. Pedro, S. Paulo
E o milagroso S. João
Assim como do mar salgado
Sai o sal salgado
Saia (desta pessoa ou animal)
Todo o mal que lhe deram
Ar, cobranto ou olhado
Se te deu pela frente
Que te corte S. Vicente
Se te deu por trás
Que te corte S. Brás
Se te deu à hora do meio dia
Que te corte a Virgem Maria
Diz-se 5 vezes todos os dias, até a pessoa ou animal ficarem
curados.

Rezar ao Zagre:
Para rezar ao zagre é preciso erva-doce ou funcho do monte,
uma tigela com água e sal.
Pega-se em três ramos de funcho e molha-se na água. Passando
depois em cruz e em volta, diz-se:
Estando Deus e mais Mateus
Numa fonte plenária
Disse Deus para Mateus:
- Cura-me este zagre Mateus
Curai-o vós Senhor
Que tendes todo o poder
Eu vos entrego o meu poder
Com água da fonte,
Funcho do monte,
Sal marinho,
E água da fonte.
3 avé-Marias e 1 Salvé_raínha

Contra a Cabrita e Névoa:


Cabrita – quando os olhos estão ou ficam vermelhos.
Ingredientes – pau de sabugueiro verde e uma faca.
Começa-se a raspar o pau e atirar-lhe a casca, enquanto se
reza:
Névoa – quando junto da menina do olho, aparece uma espécie
de pinta.
A pessoa que vai rezar trinca:
1 folha de louro
1 avelã
1 dente de alho
Abre o olho da pessoa e sopra-lhe. O olho começa a chorar e
sara. Tanto para a cabrita como para a névoa a reza é a
mesma.
Oração :
(Nome da pessoa)... que tens tu nesse olho (direito ou
esquerdo)?
É cabrita?
Ou cabrito?
Ou névoa ou nevoeiro?
Eu te corto, neste pau de sabugueiro.
Pai-nosso; Avé-Maria; Salvé-Raínha ( 9 vezes).

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