Você está na página 1de 58

RODRIGO BOFF DAITX

KINESIO TAPING COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NO TRATAMENTO


FISIOTERAPÊUTICO DE PACIENTES COM EXACERBAÇÃO DE DOENÇA
PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

TUBARÃO
2015
RODRIGO BOFF DAITX

KINESIO TAPING COMO TERAPIA COMPLEMENTAR NO TRATAMENTO


FISIOTERAPÊUTICO DE PACIENTES COM EXACERBAÇÃO DE DOENÇA
PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Saúde para obtenção do título de
Mestre em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profa. Jane da Silva, Dra

TUBARÃO
2015
Daitx, Rodrigo Boff, 1985-
D13 Kinesio taping como terapia complementar no tratamento
fisioterapêutico de pacientes com exacerbação de doença
pulmonar obstrutiva crônica / Rodrigo Boff Daitx ; -- 2015.
57 f. il. color. ; 30 cm

Orientadora : Jane da Silva.

Dissertação (mestrado)–Universidade do Sul de Santa

Catarina, Tubarão, 2015.

Inclui bibliografias.

1. Pulmões – doenças obstrutivas. 2. Exercícios

respiratórios – uso terapêutico. 3. Testes de função respiratória.

I. Silva, Jane da. II. Universidade do Sul de Santa Catarina –

Mestrado em Ciências da Saúde. III. Título.

CDD (21. ed.) 616.24

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul


AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Jane da Silva, pela orientação, confiança e


oportunidades oferecidas.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Aos meus colegas e eternos professores da Universidade Luterana do Brasil
– Torres, que contribuíram para a realização dessa dissertação, em especial ao
professor Marcelo Dohnert, professora Laura J. dos Santos e a acadêmica Tamiris
Amaral.
A todas as pessoas que participaram da pesquisa, pelo espírito de
colaboração, sem o qual não teria sido possível a realização deste trabalho.
À minha esposa Caruline, pela paciência, compreensão e dedicação
incansável durante todo esse árduo período.
À minha família em geral, em especial minha mãe e meus irmãos, pelo
apoio, principalmente nas horas mais difíceis.
E por fim, meu filho Bruno, que foi e sempre será a principal e mais
importante inspiração para o alcance de meus objetivos.
RESUMO

Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se por ter


uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas e/ou gases
tóxicos, sobretudo à fumaça de cigarro. É progressiva e, apesar de acometer
primariamente os pulmões, incluindo a musculatura respiratória, diversas
manifestações extrapulmonares são também descritas. Em períodos de
exacerbação a doença requer tratamento específico devido à piora do estado geral.
Uma das alternativas terapêuticas, além do tratamento medicamentoso, é a
fisioterapia respiratória. Kinesio Taping (KT) é uma técnica fisioterapêutica que pode
auxiliar o movimento fisiológico muscular e que pode ser considerada como opção
para melhorar a função respiratória. No entanto, não há dados na literatura a
respeito de sua aplicação em pacientes com exacerbação da DPOC.
Objetivo: Avaliar os efeitos da KT na função respiratória de pacientes internados
com exacerbação da DPOC.
Métodos: Ensaio clínico randomizado. Foram selecionados pacientes internados em
hospital com critérios clínicos de exacerbação da DPOC no período de janeiro de
2014 a setembro de 2015. Pacientes foram alocados em dois grupos: um realizou
fisioterapia convencional associada à aplicação da KT e o outro recebeu apenas
fisioterapia convencional. O volume expiratório forçado no primeiro segundo, o pico
de fluxo expiratório, as pressões respiratórias máximas, a saturação de oxigênio e a
mobilidade torácica foram avaliadas antes e 24h após a intervenção.
Resultados: Dentre os 71 selecionados, foram elegíveis 61 pacientes, alocados 31
no grupo intervenção e 30 no grupo KT. Apresentaram média de idade de 66,3 anos,
variando entre 43 e 92 anos. O grupo KT obteve uma melhora significativa pós-
intervenção apenas na variável saturação de oxigênio. Não foram verificadas
diferenças estatisticamente significantes nas demais variáveis estudadas.
Conclusão: A aplicação da KT na musculatura respiratória de pacientes com
exacerbação de DPOC auxiliou na melhora da saturação de oxigênio, não sendo
observadas diferenças nos demais parâmetros investigados.

Descritores: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Serviço Hospitalar de


Fisioterapia. Ensaio clínico.
ABSTRACT

Introduction: Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is characterized by


having an abnormal inflammatory response of the lungs to inhaled particles and / or
toxic gases, mainly to cigarette smoke. It is progressive and although primarily affect
the lungs, including the respiratory muscles, extrapulmonary manifestations are also
described. In periods of exacerbation, disease requires specific treatment due to
worsening of general condition. One therapeutic alternatives, in addition to drug
treatment, is respiratory therapy. Kinesio Taping (KT) is a physiotherapy technique
which can assist physiological muscle movements and can be considered as an
option for improving respiratory function. However, there is no data in the literature
about its application in patients with exacerbation of COPD.
Objective: To evaluate the effects of KT on lung function in patients hospitalized with
COPD exacerbation.
Methods: Randomized clinical trial. We selected patients admitted to hospital with
clinical criteria for COPD exacerbation from January 2014 to September 2015.
Patients were divided into two groups: one held conventional physiotherapy
associated with the application of KT and the other received only conventional
therapy. Forced expiratory volume in the first second, peak expiratory flow, maximal
respiratory pressures, oxygen saturation and chest mobility were assessed before
and 24 hours after intervention.
Results: Among the 71 selected, 61 were eligible patients allocated 31 in the
intervention group and 30 in the KT group. They had a mean age of 66.3 years,
ranging between 43 and 92 years. The KT group achieved a post-intervention result
significantly improved only in the variable oxygen saturation. No statistically
significant differences in other variables were observed. Conclusion: The application
of KT in respiratory muscles of patients with COPD exacerbation helped in improving
the oxygen saturation and differences were not observed in other investigated
parameters.

Keywords: Pulmonary Disease, Chronic Obstructive. Physical Therapy Department,


Hospital. Clinical Trial.
LISTAS

Lista de abreviaturas
% - Porcentagem
BD - Broncodilatador
BPM - Batimentos Por Minuto
CAAE - Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CAT - COPD Assessment Test
CVF - Capacidade Vital Forçada
DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
DTA - Diâmetro Tóraco Anterior
DTLD - Diâmetro Tóraco Lateral Direito
DTALD - Diâmetro Tóraco Anterior x Diâmetro Tóraco Lateral Direito
Ex - Exemplo
GOLD - Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease
KT - Kinesio Taping
L - Litros
l/s - Litros por Segundo
MRC - Medical Research Council
ml/cmH20 - Milílitros por Centímetro de Água.
O2 – Oxigênio
PaO2 – Pressão Arterial de Oxigênio.
PEmax - Pressão Expiratória Máxima (cmH20)
PImax - Pressão Inspiratória Máxima (cmH20)
PFE - Pico de Fluxo Expiratório (l)
pH – Potencial de Hidrogênio
PÓS-BD - Após Uso de Broncodilatador
PO2 - Pressão de Oxigênio
SpO2 - Saturação de Oxigênio
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina
VA/Q - Ventilação-Perfusão
VEF1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (%)
VEF1/CVF - Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo/Capacidade Vital
Forçada

Listas de ilustrações
Fluxograma 1 - Recrutamento e avaliação dos pacientes internados com
exacerbação de
DPOC.........................................................................................................................26
Fotografia 1 - Vista frontal da biofotogrametria com os diâmetros torácico anterior
nos níveis acromial, axilar e xifoide...........................................................................30
Fotografia 2 - Vista lateral da biofotogrametria com os diâmetros torácicos laterais
direito nos níveis acromial, axilar e decima segunda costela.....................................30
Fotografia 3 - Aplicação da KT na musculatura do diafragma e dos escalenos ........ 32
Fluxograma 2 - Recrutamento e avaliação dos pacientes internados com
exacerbação de DPOC...............................................................................................34

Lista de tabelas
Tabela 1 - Características dos pacientes internados, por exacerbação da DPOC, no
Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. ................................................................ 35
Tabela 2 - Parâmetros saturação de oxigênio, manovacuometria, volume expiratório
forçado no primeiro segundo e do pico de fluxo expiratório em pacientes internados
por exacerbação da DPOC no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes ................ 35
Tabela 3 - Parâmetros da biofotogrametria nos pacientes internados por
exacerbação de DPOC no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. ..................... 36
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................10

1.1 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................11

1.1.1 Epidemiologia e diagnóstico da doença...................................................11

1.1.2 Fisiopatologia da DPOC.............................................................................14

1.1.2.1 Limitação do fluxo aéreo e aprisionamento de ar......................................15

1.1.2.2 Anormalidade nas trocas gasosas.............................................................15

1.1.2.3 Hipersecreção de muco.............................................................................16

1.1.2.4 Hipertensão pulmonar................................................................................16

1.1.3 Exacerbação da DPOC e tratamento.........................................................16

1.1.4 Tratamento fisioterapêutico.......................................................................19

1.1.5 Kinesio Taping.............................................................................................20

2. OBJETIVOS ......................................................................................................23

2.1 OBJETIVO GERAL .........................................................................................23

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...........................................................................23

3. MÉTODOS ........................................................................................................24

3.1 TIPO DE ESTUDO ..........................................................................................24

3.2 POPULAÇÃO, LOCAL E PERÍODO ...............................................................24

3.3 AMOSTRA.......................................................................................................24

3.3.1 Critérios de inclusão...................................................................................24

3.3.2 Critérios de exclusão .................................................................................25

3.4 COLETAS DE DADOS ....................................................................................25

3.4.1 Recrutamento de pacientes.......................................................................25

3.4.2 Randomização e pareamento ....................................................................26

3.4.3 Cegamento ..................................................................................................27

3.4.4 Medidas de avaliação pré e pós-intervenção ...........................................27


3.4.4.1 Monitoração eletrônica do VEF1 e pico de fluxo expiratório ......................27

3.4.4.2 Manovacuometria ......................................................................................28

3.4.4.3 Biofotogrametria ........................................................................................28

3.4.4.4 Saturação de oxigênio ...............................................................................30

3.5 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ...........................................................31

3.5.1 Tratamento fisioterapêutico convencional da instituição – grupo controle


..............................................................................................................................31

3.5.2 Kinesio Taping ............................................................................................31

3.5.2.1 Aplicação da KT na musculatura diafragmática ........................................31

3.5.2.2 Aplicação na musculatura dos escalenos..................................................32

3.6 COMPILAÇÃO E ANÁLISES DOS DADOS ....................................................33

3.7 CONSIDERAÇOES ÉTICAS DA PESQUISA ..................................................33

4. RESULTADOS ..................................................................................................34

5. DISCUSSÃO .....................................................................................................38

6. CONCLUSÃO ...................................................................................................42

REFERÊNCIAS......................................................................................................43
APÊNDICES .........................................................................................................49

APÊNDICE A- Ficha de avaliação ......................................................................49

APÊNDICE B- Termo de consentimento livre e esclarecido............................51

ANEXO .................................................................................................................54

ANEXO A- Parecer consubstanciado do CEP...................................................54


10

1. INTRODUÇÃO

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença prevenível e


tratável que tem como principal característica a obstrução persistente e geralmente
progressiva ao fluxo aéreo, associada à inflamação crônica das vias aéreas. A
principal causa da doença é a inalação de gases e partículas nocivas 1.
Pacientes com DPOC são frequentemente acometidos por exacerbações da
doença, em que ocorre uma amplificação da resposta inflamatória nas suas vias
aéreas, que pode ser desencadeada por infecção bacteriana, viral ou poluentes
ambientais 1. Durante as exacerbações, ocorre um aumento do aprisionamento do ar
nos pulmões, levando a uma hiperinsuflação pulmonar, diminuição do fluxo
expiratório, fenômeno esse responsável pelo aumento da dispneia. Exacerbações
desencadeiam alterações do padrão respiratório, desenvolvendo um processo de
aceleração de degeneração nos tecidos e órgãos, proporcionando alterações como
a perda de massa corporal, diminuição da força e resistência muscular respiratória e
periférica, interferindo diretamente na diminuição da função pulmonar, da qualidade
de vida e da própria perspectiva de vida dos pacientes 1.
Nos últimos anos tem-se observado um crescimento acelerado de estratégias
terapêuticas que auxiliam o tratamento da DPOC 2-4, inclusive para os períodos de
exacerbação. Uma dessas estratégias é a fisioterapia respiratória, a qual pode ser
realizada por diferentes técnicas que buscam amenizar os sintomas da doença 5.
Dentre as diferentes técnicas utilizadas em fisioterapia, a kinesio taping (KT), por ser
relativamente nova, vem ganhando espaço entre os profissionais da área. Trata-se
de uma bandagem terapêutica que promove uma elevação da epiderme e reduz a
pressão sobre os mecanorreceptores que estão situados abaixo da derme. Segundo
seu idealizador, a sua utilização pode auxiliar na diminuição do quadro álgico, no
alinhamento dos tecidos moles, na melhora da circulação de sangue e linfa, na
otimização da reparação de lesão tecidual, na facilitação ou limitação do movimento,
na correção da biomecânica articular e de funções musculares 6. O uso da técnica,
embora ainda não citada na literatura, pode ser um recurso de tratamento
fisioterapêutico adicional na DPOC, tendo em vista que pode auxiliar o movimento
fisiológico muscular, melhorando o desempenho da musculatura respiratória, a qual
está enfraquecida na doença, especialmente durante a exacerbação 1.
11

Apesar de ser mais utilizada em lesões musculoesqueléticas, a aplicação da


KT como recurso terapêutico em doenças respiratórias foi modestamente estudada.
Jan Szczegielniak et al. 7, utilizaram a técnica em pacientes hospitalizados com
diagnóstico de asma, avaliando como desfechos o nível de dispneia, o volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e o pico de fluxo expiratório (PFE).
Ao final do estudo, foi observado a melhora em todas as variáveis avaliadas. Couto
et al., 8 avaliaram a ação da KT na musculatura respiratória do diafragma e
intercostais externos associada à fisioterapia convencional em pacientes com
DPOC. Os autores concluíram que a maioria dos pacientes apresentaram maior
mobilidade abdominal e 60% das mulheres relataram maior facilidade para realizar
as incursões respiratórias.
Nesse sentido, um estudo que avalie os efeitos da KT sobre a musculatura
respiratória em pacientes com exacerbação da DPOC, torna-se relevante não
apenas por ser um assunto pouco explorado, mas também por servir como respaldo
científico para a utilização dessa recente técnica, ao serem demonstrados seus
efeitos naquele grupo de pacientes.

1.1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1.1 Epidemiologia e diagnóstico da doença

A DPOC, por ser uma doença crônica e por ter uma evolução lenta, possui
um impacto significativo em todas as áreas da saúde. Entre elas, uma das mais
procuradas pelos pacientes acometidos são as unidades hospitalares, devido à
exacerbação da doença. Relata-se que 25% das hospitalizações por problemas
respiratórios sejam devido à DPOC, sendo esta a doença líder de mortalidade entre
as doenças respiratórias 9. Nos últimos anos, a DPOC é a quarta principal causa de
mortalidade e morbidade crônica em todo o mundo, estimando-se que o número de
casos da doença ainda tende a aumentar significativamente, decorrente de seu
principal fator de risco, o tabagismo, e o envelhecimento progressivo da população 1.
No Brasil, em 2014, foram hospitalizados devido à DPOC mais de 121 mil
pacientes, chegando ao gasto financeiro de mais de 92 milhões de reais. Na Região
Sul, nesse mesmo período, foram mais de 40 mil internações, totalizando um gasto
de 28 milhões de reais 10.
12

A exposição à poluição do ar, tanto externa (poluição ambiental), quanto na


poluição interna (por queima de biomassa, ex: fogões à lenha) são fatores de risco
importantes para o desenvolvimento da DPOC. No entanto, a exposição tabágica,
que se refere ao uso de cigarros, charutos, cachimbos, ou qualquer outro tipo de
tabaco, é considerada o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença
11. Apesar das chances serem menores, existem outros fatores de risco que podem
desencadear a DPOC, entre eles estão as alterações que afetam o crescimento
pulmonar nos fetos e alterações pulmonares em crianças durante o desenvolvimento
na infância, que podem ser causadas por baixo peso ao nascer e infecções
respiratórias. Além disso, há o risco genético causado pela deficiência hereditária de
α-1-antitripsina, especialmente em indivíduos jovens, caucasianos e com histórico de
DPOC na família 1.
O diagnóstico da doença pode ser obtido por um conjunto de informações
relacionadas à exposição de fatores de risco e aos sintomas apresentados. Entre os
sintomas estão:
- Tosse crônica: apresenta-se de forma intermitente ou diariamente,
frequentemente durante o dia e raramente durante à noite.
- Bronquite aguda: episódios repetitivos.
- Tosse crônica produtiva: qualquer tosse crônica que produza expectoração
pode ser um indicativo de DPOC.
- Dispneia: pode ser progressiva, persistente, piora com exercícios e piora
durante infecções respiratórias 1.
Sintomas de menor expressão como coriza, febre, mialgias, taquicardia e
taquipneia podem aparecer no caso da exacerbação 12.

Para a realização do diagnóstico conclusivo, utiliza-se a espirometria, que tem


seus valores previstos para cada indivíduo de acordo com sua idade, sexo e altura.
Sendo assim, os resultados apresentam-se como percentual avançado pelo paciente
correlacionado ao valor previsto de acordo com suas características. São
mensurados, para o diagnóstico, os valores de volume expiratório forçado no
primeiro segundo/capacidade vital forçada (VEF1/CVF). Resultados menores de
0,70, após a utilização de broncodilatodores (BD), confirma-se a presença de
limitação persistente ao fluxo aéreo 13.
Os estágios para DPOC, relacionados à espirometria, variam entre quatro
graus:
13

Grau 1: doença leve – pacientes com VEF1 Pós-BD = 80% do previsto com
relação VEF1/ CVF inferior a 0,70 Pós-BD.
Grau 2: doença moderada – paciente com VEF1 Pós-BD < 80% e > 50% do
previsto, com relação VEF1/CVF inferior a 0,70 Pós-BD.
Grau 3: doença grave – VEF1/CVF < 0,70 Pós-BD e VEF1 < 50% e ≥ 30% do
previsto, ou pacientes com hipoxemia intensa, mas sem hipercapnia,
independentemente do valor de VEF1.
Grau 4: doença muito grave – VEF1/CVF < 0,70 Pós-BD e VEF1 < 30% do
previsto, ou pacientes com hipercapnia ou sinais clínicos de insuficiência cardíaca
direita, ou pacientes com dispneia que os incapacite a realizar as atividades diárias
necessárias à sustentação e higiene pessoais 1.
Ainda segundo a Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(GOLD) 1, a classificação da DPOC pelos dos estágios A, B, C e D, vem sendo
utilizada nos últimos tempos. Trata-se de uma classificação que avalia o impacto da
doença para o paciente e também avalia os riscos de futuras exacerbações. Além da
classificação espirométrica do fluxo aéreo, são avaliados os sintomas, através da
escala de dispneia MRC modificada ou avaliação dos sintomas pelo COPD
Assessment Test (CAT) e, por fim, o risco em relação à exacerbação / internação
hospitalar.
A escala de dispneia Medical Research Council (MRC) modificada tem uma
classificação numérica de 0 a 4, em que “0” significa falta de ar ao realizar exercícios
intensos; “1” Falta de ar ao apressar o passo, ao subir um lance de escadas ou ao
subir uma ladeira leve; “2” Andar mais devagar que pessoas da mesma idade ou
precisar parar para respirar quando anda no próprio passo; “3” Parar para respirar
antes de andar 100 metros ou após alguns minutos; e “4” Não sair de casa devido à
falta de ar 1.
O CAT é uma escala numérica de 0 a 5, em que o paciente quantifica seu
nível de tosse, secreção, pressão torácica, dispneia ao realizar esforços, confiança
ao sair de casa, apesar da doença pulmonar, qualidade do sono e disposição
(energia). Quanto menor for a pontuação, melhor a qualificação da DPOC 1.
O risco em relação à exacerbação / internação hospitalar é classificado em
baixo risco, quando o paciente apresenta no máximo uma exacerbação ao ano sem
hospitalização e alto risco, quando paciente apresentarem qualquer hospitalização
por exacerbação ou dois episódios ou mais de exacerbação por ano.
14

Os pacientes DPOC são classificados de acordo com os estágios a seguir:


Grupo A: Baixo risco, pouco sintomático: Paciente no estágio GOLD 1 ou 2
(leve a moderada limitação do fluxo de ar) e/ou no máximo uma exacerbação por
ano e sem hospitalizações por exacerbação e escala de dispneia MRC grau 0 ou 1.
Grupo B: Baixo risco, muito sintomático: Paciente no estágio GOLD 1 ou 2
(leve a moderada limitação do fluxo de ar), e/ou no máximo uma exacerbação por
ano e sem hospitalizações por exacerbação e escala de dispneia MRC grau 2 ou
mais ou CAT 10 ou mais.
Grupo C: Alto risco, pouco sintomático: Paciente no Estádio GOLD 3 ou 4
(grave ou muito grave limitação do fluxo de ar), e/ou mais que duas exacerbações
por ano ou hospitalizações por exacerbação e escala de dispneia MRC grau 0 ou 1
ou CAT menor que 10.
Grupo D: Alto risco, muito sintomático: Paciente no Estádio GOLD 3 ou 4
(grave ou muito grave limitação do fluxo de ar), e/ou Mais que duas exacerbações
por ano ou hospitalizações por exacerbação e escala de dispneia MRC grau 2 ou
mais ou CAT 10 ou mais 1.

1.1.2 Fisiopatologia da DPOC

A DPOC é caracterizada por um processo inflamatório, em que são


envolvidas células como neutrófilos, macrófagos e linfócitos. Esses células fazem a
liberação de mediadores inflamatórios e interagem com outras células estruturais no
parênquima pulmonar e nas vias aéreas 14.
O estresse oxidativo tem uma grande contribuição para evolução da DPOC e
se eleva ainda mais nas exacerbações. É desencadeado pela fumaça de cigarros e
outras partículas inaladas, e faz a liberação de células inflamatórias. O estresse
oxidativo ocasiona várias consequências adversas nos pulmões, como a ativação de
genes inflamatórios, inativação de antiproteases, estimulação de secreção de muco
e estimulação do aumento da exsudação plasmática. Esse estresse oxidativo pode
ser ainda responsável pela redução da atividade das histona-deacetilase nos tecidos
pulmonares, levando pacientes DPOC a um elevado aumento de genes
inflamatórios e a uma possível redução da ação anti-inflamatória dos corticoides 15.
Há uma grande evidência da ocorrência de desequilíbrio entre as proteases
nos pulmões de pacientes DPOC. Essas destroem os componentes do tecido
15

conjuntivo e as antiproteases que protegem contra isso. Portadores de DPOC


apresentam um elevado número de proteases, derivadas das células inflamatórias e
epiteliais. A elastina, que é um componente importante do tecido conjuntivo no
parênquima pulmonar, pode ser destruída pela protease e essa destruição é
considerada uma característica importante do enfisema e possivelmente irreversível
1.

Pacientes com DPOC apresentam também comprometimento sistêmico. Em


casos mais graves frequentemente há caquexia, além de perda de massa muscular
esquelética, como resultado do aumento do desuso muscular e/ou apoptose. Esses
pacientes estão propensos a maior chance de desenvolver a osteoporose,
depressão e anemia crônica 16-18. Mediadores inflamatórios em concentrações
elevadas, como TNF-α, IL-6 e radicais livres derivados do oxigênio, podem mediar o
aparecimento de alguns desses efeitos sistêmicos, que estão relacionados a
proteína C-reativa 19.

1.1.2.1 Limitação do fluxo aéreo e aprisionamento de ar

A redução do VEF1 e da relação VEF1/CVF estão relacionadas diretamente


com a extensão do processo inflamatório, do exsudato e a fibrose nas pequenas
vias aéreas pulmonares 20. Esse processo evolui para uma obstrução dessas vias
aéreas, e consequentemente um progressivo aprisionamento de ar durante a
expiração, desenvolvendo assim a hiperinsuflação pulmonar 1.
O enfisema pulmonar caracteriza-se pela destruição e alargamento dos
bronquíolos e alvéolos gerando uma perda de elasticidade e favorecendo o
aprisionamento de ar nos pulmões. O enfisema está mais associado as trocas
gasosas do que a redução de VEF1, contribuindo assim para um maior
aprisionamento de ar durante a expiração. Isso acontece especialmente quando a
doença se torna mais grave e as ligações alveolares a pequenas vias aéreas são
destruídas 1. A hiperinsuflação, que geralmente se desenvolve no início da doença,
reduz a capacidade inspiratória e aumenta a capacidade residual funcional,
resultando em dispneia, principalmente relacionada ao esforço físico 21.

1.1.2.2 Anormalidade nas trocas gasosas


16

A hipoxemia e hipercapnia são anormalidade resultantes da deficiente troca


gasosa nos pulmões. De modo geral, a troca gasosa piora de acordo com a
progressão da doença. A gravidade do enfisema está diretamente relacionada aos
marcadores de desequilíbrio da relação ventilação/perfusão (VA/Q) e a pressão de
oxigênio (PO2). Outro agravante para desequilíbrio do VA/Q é a obstrução das vias
aéreas periféricas e a disfunção dos músculos respiratórios, resultando na retenção
de dióxido de carbono em pacientes com DPOC 1.

1.1.2.3 Hipersecreção de muco

Uma das características da bronquite crônica é a hipersecreção de muco, que


resulta numa tosse produtiva crônica e não está diretamente associada à limitação
do fluxo aéreo. Vários são os mediadores e proteases que estimulam e
hipersecreção de muco e diversos desses exercem efeitos pela ativação do receptor
do fator de crescimento epidérmico. Geralmente a presença do muco está
relacionada à metaplasia da mucosa, com números elevados de glândulas
submucosas e células caliciformes em resposta a irritação das vias aéreas pelos
agentes causadores da doença 22.

1.1.2.4 Hipertensão pulmonar

A vasoconstrição das pequenas artérias pulmonares pode desenvolver


tardiamente uma hipertensão pulmonar leve à moderada em pacientes DPOC, e
esse fato pode eventualmente causar mudanças estruturais como hipertrofia ou
hiperplasia do musculo liso 23. Ocorre uma disfunção celular endotelial devido e uma
resposta inflamatória nos vasos, semelhante as que ocorrem nas vias aéreas. A
hipertensão pulmonar, que pode ser aumentada pela perda do leito capilar pulmonar
no enfisema, pode desenvolver ainda patologias cardíacas, como hipertrofia
ventricular e insuficiência cardíaca direita 1.

1.1.3 Exacerbação da DPOC e tratamento


17

A exacerbação da DPOC é um evento de crise na história da doença. Ela


ocorre quando a sintomatologia aumenta e se torna excessivamente desconfortável,
necessitando uma intervenção adicional ao tratamento que vem sendo realizado,
causando aceleração do declínio da função pulmonar e aumentando as chances de
internações hospitalares 1. Pacientes com exacerbação da DPOC desenvolvem um
padrão respiratório apical, devido ao aumento da resistência das vias aéreas,
alterando a função pulmonar, identificada pelo aumento dos volumes pulmonares
estáticos. Devido ao aprisionamento do fluxo aéreo, a DPOC é clinicamente
conhecida como desencadeadora de limitação da função diafragmática 24.

Pacientes DPOC apresentam perda de força e de endurance dos músculos


respiratórios e dois fatores são considerados importantes no que se diz respeito à
alteração da estrutura e função muscular. São eles os fatores musculares
intrínsecos, que apresentam alterações geométrica da parede torácica e alterações
no volume pulmonar, e os fatores extrínsecos, que estão relacionados ao
comprimento das fibras musculares 25.
Nesses pacientes, as mudanças geométricas do tórax e à limitação do fluxo
aéreo causadas pela hiperinsuflação pulmonar desencadeiam um aumento da carga
mecânica do diafragma 26. O diafragma também sofre um aumento da capacidade
oxidativa e alterações estruturais em suas fibras musculares 27.
A exacerbação da DPOC tende a desencadear o aumento hiperinflação
pulmonar, consequentemente recrutando a musculatura acessória da respiração,
causando uma fraqueza muscular inspiratória, tornando a respiração superficial e
acelerada. Esse padrão diminui o tempo expiratório e altera o volume minuto. Além
disso, desenvolve alterações no movimento toracoabdominal, que também está
diretamente ligada à mudança do desempenho dos músculos inspiratórios,
resultando no rebaixamento do diafragma, reduzindo o comprimento de suas fibras,
sua capacidade de gerar força, e ainda, modificando a relação tensão-comprimento,
a zona de posição e o raio de curvatura deste músculo 28. Adicionalmente, ocorre
aumento da contribuição dos músculos do tórax e pescoço, acessórios na inspiração
29, resultando no rebaixamento das hemicúpulas diafragmáticas, correspondendo a
uma menor pressão abdominal, seguida de uma menor expansão da caixa torácica
inferior, levando à diminuição da mobilidade costal 30.
Os fatores que indicam a internação por exacerbação da DPOC estão
relacionados às seguintes condições: incapacidade de ser cuidado em domicílio;
18

DPOC muito grave; falência de tratamento ambulatorial; doenças associadas com


repercussões clínicas: insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus, arritmia
cardíaca, doença renal ativa ou doença hepática ativa; suspeita de outros
diagnósticos associados, tais como pneumonia, embolia, derrame pleural ou
pneumotórax; dispneia acentuada que não melhora com tratamento adequado;
frequência respiratória > 30 incursões por minuto; respiração paradoxal; instabilidade
hemodinâmica; rebaixamento do nível de consciência (confusão mental, sonolência,
torpor, coma); hipoxemia intensa e não responsiva ao uso de oxigênio (PaO 2< 40
mmHg); hipercapnia intensa ou progressiva; acidose respiratória pH < 7,25 1.
Tratamentos não farmacológicos são indispensáveis para uma vida saudável
de portadores da DPOC, entre eles estão a cessação ou diminuição do tabagismo,
cessação ou diminuição da exposição a ambientes prejudiciais, avaliação nutricional
e agregação de atividades físicas. O uso de ventilação não invasiva também é
recomendado nos casos de hipercapnia, porém não apresentam resultados sobre a
qualidade de vida 31.
Entre as medicações, inclusive na fase de exacerbação, as mais usadas são
os broncodilatadores que podem ser utilizado por demanda ou regularmente. A
escolha correta da medicação dependerá da resposta individual do paciente,
relacionado ao alivio dos sintomas e aparecimento de efeitos adversos, assim como
a disponibilidade da própria medicação 32.

Medicamentos mais convenientes são os que apresentam efeitos de longa


duração, por apresentar resultados mais duradouros e acentuados, no entanto, os
medicamentos de curta ação apresentam características de iniciar a sua ação mais
rapidamente, porém menos duradoura. Os medicamentos mais utilizados são:
- B2-agonistas, no caso do formoterol e salmeterol para longa ação, ou
fenoterol e terbutalina para curta duração;
- Anticolinérgicos, como o brometo de ipratrópio, de curto tempo de ação, e o
brometo de tiotrópio utilizado como agente de longa ação.
- Xantinas, no caso da bamifilina e teofilina utilizados como ação prolongada e
a aminofilina como agente de curta duração.
- Corticóides inalados, que diminuem a frequência das exacerbações pela
melhora dos sintomas apresentados e da função pulmonar, em contra partida se
utilizados por longos prazos podem aumentar os riscos de infecções respiratórias.
19

- Inibidores da fosfodiesterase-4, nos casos de DPOC grave, em que


apresentem classificação da função pulmonar nos níveis de grau 3 ou 4 na classe
GOLD.
Outras medicações sugeridas são as vacinas anuais contra a Influenza e
agentes mucolíticos no caso do carbocisteína, para pacientes que apresentarem
expectoração viscosa 32.

1.1.4 Tratamento fisioterapêutico

O tratamento fisioterapêutico da DPOC consiste em várias modalidades,


dependendo do estado e da limitação de cada paciente. Entre as atividades mais
utilizadas, as principais estão relacionadas ao aumento progressivo de atividade
física, aumento da força muscular global e melhora da força e resistência
cardiopulmonar 33.
Em pacientes estáveis deve-se priorizar a diminuição da sintomatologia,
melhorando a tolerância aos exercícios e o estado de saúde. Além de trabalhar
paralelamente a prevenção da doença, deve-se trabalhar a prevenção e tratamento
das exacerbações. Na abordagem do paciente com DPOC deve- se incluir uma
avaliação da sintomatologia aguda e crônica, levando em conta fatores como
comorbidade, exames físicos, duração dos sintomas e, se possível, aferir a
gravidade da exacerbação. Quanto mais graves algum dos fatores, maiores as
chances de um paciente necessitar de internação 1.
O tratamento fisioterapêutico apresenta um papel importante na exacerbação
da DPOC 34, em pacientes hospitalizados, as atividades fisioterapêuticas estão
diretamente relacionada à desinflação pulmonar, sendo utilizadas técnicas como
manobras expiratórias, exercícios metabólicos e deambulação 35.

Langer et al. 33, descreveram as práticas fisioterapêuticas para DPOC,


relacionadas à função muscular respiratória e periférica, capacidade de exercícios,
qualidade de vida e limitações em relação à atividade na vida diária pela dispneia ou
intolerância ao exercícios. O estudo baseia-se em conclusões de pesquisas
científicas e relata intervenções fisioterapêuticas para DPOC que promovem
redução da hiperinsuflação dinâmica, melhora da troca gasosa e melhora do
movimento tóraco-abdominal. Esses objetivos são alcançados com emprego de
técnicas como o treinamento muscular inspiratório, pressão expiratória positiva,
20

percussão e vibração torácicas, posicionamento corporal, respiração diafragmática,


exercícios de relaxamento, entre outros.

1.1.5 Kinesio Taping

Entre as décadas de 1970 e 1980, foi desenvolvido por Kenzo Kase, um


quiropraxista japonês, uma técnica chamada Kinesio Taping (KT) na qual utiliza-se
uma fita adesiva elástica, que colocada sobre a pele, fornece suporte às articulações
e aos músculos 6. Por ser elástica, a fita adesiva proporciona uma liberdade de
movimento, sendo muito bem aceita pelos adeptos. Além disso, é muito flexível,
tolera até 75% de seu tamanho original e, se aplicada da forma correta, pode tanto
contribuir para facilitação muscular (aumento da contração dos músculos), quanto
para inibição muscular (diminuição de contraturas) 36.
A técnica KT, que é considerada não invasiva, tem como efeito direto o alívio
de dores, aumento do fluxo sanguíneo e linfático, liberação da tensão da pele e
nervos, manutenção da função das articulações e normalização do sistema muscular
37.

Estudos sobre o efeito da KT em diversas condições, vêm mostrando


benefícios de sua aplicação. Marcin et al., 38, avaliaram a influência da KT no nível
de dor e aumento da tolerância ao esforço em pacientes no período pós-operatório
de colecistectomia laparoscópica. Esse estudo avaliou 63 pacientes, que foram
divididos em dois grupos, um grupo recebeu fisioterapia hospitalar e outro grupo
recebeu a fisioterapia adicionado à KT. Os resultados demonstraram que os
pacientes que fizeram uso da KT apresentaram uma diminuição no tempo de
internação, redução na percepção da dor, com consequente diminuição do uso de
medicamentos para esse fim, e ainda uma melhora na tolerância aos exercícios nas
sessões de fisioterapia, em relação aos pacientes que receberam a fisioterapia
hospitalar isolada.
Ristow et al., 39 utilizaram a KT para avaliar dor e edema após cirurgia de
fratura do arco zigomático. Foram incluídos no estudo 30 pacientes, divididos em
dois grupos, um foi submetido ao tratamento convencional de pós-operatório de arco
zigomático e o outro grupo submetido ao mesmo tratamento associado à aplicação
da KT. Os pesquisadores consideraram que a KT pode ajudar em relação à melhora
21

na diminuição de edema e também na diminuição da percepção de dor, quando


comparados aos pacientes que não fizeram uso da KT.
Szczegielniak et al., 7 avaliaram o efeito da KT em pacientes hospitalizados
por asma na Polônia. Os pesquisadores avaliaram 10 pacientes, todos receberam o
tratamento medicamentoso da instituição, além de fisioterapia respiratória e a
aplicação da KT na musculatura respiratória. Os parâmetros avaliados foram o nível
de dispneia através da escala de Borg modificada, o VEF 1 e PFE. Todas as medidas
foram avaliadas uma hora após a colocação da KT e reavaliados 24h após a
primeira aferição. Ao final do estudo, os pesquisadores relataram uma melhora em
todos os parâmetros respiratórios avaliados.
Couto et al. 8, avaliaram a ação da KT na musculatura respiratória do
diafragma e intercostais externos associada à fisioterapia convencional em
pacientes do sexo feminino com DPOC. Antes e após cada sessão de fisioterapia
todas as mulheres realizavam as medidas de pressão inspiratória máxima (PImax),
pressão expiratória máxima (PEmax), Cirtometria (axilar e abdominal), saturação de
oxigênio (SpO2) e escala de BORG modificada. Ao final do estudo, concluíram que a
maioria dos pacientes apresentou maior mobilidade abdominal e 60% das mulheres
relataram maior facilidade para realizar as incursões respiratórias.
Entretanto a literatura apresenta algumas controvérsias relacionada à
utilização da KT. Parreira et al 40, através de uma revisão sistemática, avaliou doze
estudos randomizados envolvendo 495 participantes, e através deles aferiu a
eficácia do uso da KT nas variáveis dor no ombro, dor no joelho, dor lombar crônica,
dor de garganta, fascite plantar. Na maioria dos estudos, a utilização da KT não
ofereceu benefícios significativos às pessoas que fizeram o uso da técnica, e os que
foram clinicamente significativos, foram ensaios de baixa qualidade, que
apresentavam metodologias falhas. Os autores concluíram que as evidencias não
suportavam o uso da KT como tratamento para doenças osteomusculares. No
entanto, relataram ainda que as conclusões da revisão sistemática foram baseadas
em estudos metodologicamente fracos, salientando a importância de novos estudos
apresentando uma força metodológica de maior qualidade para aferir o real efeito da
utilização da KT.
De modo geral, um estudo que avalie os efeitos da KT sobre a musculatura
respiratória em pacientes com exacerbação da DPOC, torna-se relevante não
apenas por ser um assunto ainda não explorado, mas também por servir como
22

respaldo científico para a utilização dessa recente técnica, ao serem demonstrados


seus efeitos naquele grupo de pacientes.
23

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

 Analisar os efeitos da KT, associada à fisioterapia convencional, na função


respiratória e saturação de oxigênio de pacientes internados com
exacerbação de DPOC.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Comparar o efeito da KT associado à fisioterapia convencional na


mobilidade torácica de pacientes em exacerbação da DPOC em relação à
fisioterapia convencional isoladamente.
 Avaliar se a KT promove variações no VEF1 desses pacientes.
 Avaliar se a KT promove variações na PEmax e na PImax desses
pacientes.
 Avaliar se a KT promove variações no PFE, desses pacientes.
 Avaliar se a KT promove variações na SpO2 desses pacientes.
24

3. MÉTODOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Ensaio clínico randomizado simples cego.

3.2 POPULAÇÃO, LOCAL E PERÍODO

O estudo ocorreu no período de janeiro de 2014 a setembro de 2015, no


Hospital Nossa Senhora dos Navegantes (HNSH), localizado na cidade de Torres,
no Estado do Rio Grande do Sul.
A população do estudo foi composta por pacientes internados no hospital com
critérios clínicos de exacerbação da DPOC: aumento da tosse, aumento da
expectoração ou mudança do aspecto da secreção e aumento da dispneia 1. No
HNSN foram internados no ano de 2014, 4307 pacientes, desses 674 por doenças
respiratórias e 48 por exacerbação da DPOC.

3.3 AMOSTRA

O cálculo amostral foi baseado em estudo piloto e foi realizado com o intuito
de detectar uma diferença de no mínimo 5 cmH2O na PImax, 26 mm no diâmetro
axilar e 17 mm no diâmetro xifóide. Tais variáveis estavam relacionadas aos
desfechos pressões respiratórias e mobilidade torácica. Considerando um α de 0,05,
um poder de 80% e uma perda amostral de 10%, o tamanho estimado da amostra
60 indivíduos, sendo que 30 passaram pela KT (grupo de intervenção), e 31 foram
considerados controles 41.

3.3.1 Critérios de inclusão

Foram considerados critérios de inclusão:


a) Pacientes que internaram por critério clínico de exacerbação da DPOC,
definido pelo médico da instituição: geralmente apresentado pelo aumento
25

da expectoração, dispneia, mudança da cor da expectoração,


broncoespasmo e presença de febre.
b) Pacientes que receberam prescrição de fisioterapia no primeiro dia de
internação.

3.3.2 Critérios de exclusão

Foram considerados como critérios de exclusão:


a) Pacientes internados na UTI;
b) Pacientes não colaborativos que não puderam realizar os métodos de
avaliação respiratória através de aparelhos de manovacuometria,
microespirometria, e Pico de Fluxo Expiratório;
c) Aqueles que referiram cirurgia torácica prévia ou que apresentaram
deformidades torácicas, ou qualquer complicação que dificultasse o uso da
KT;
d) Aqueles que referiram reações alérgicas na pele com o uso de “band-aid”,
esparadrapo, micropore ou outro material adesivo.

3.4 COLETAS DE DADOS

3.4.1 - Recrutamento de pacientes

Pacientes internados foram convidados a participar do estudo, após


explicação dos procedimentos a serem realizados. Os que aceitaram participar
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B). No caso de
pacientes não escolarizado, um familiar era convidado a assinar. Em seguida, foi
preenchido o protocolo de estudo (Apêndice A) nas partes 1 e 2, referentes aos
dados demográficos, dados clínicos e de avaliação pré-intervenção, de acordo com
o fluxograma 1.
Os dados demográficos e clínicos foram fornecidos pelo paciente ou familiar,
ou ainda localizado no prontuário médico, quando necessário.
26

Fluxograma 1- Recrutamento e avaliação dos pacientes internados com


exacerbação de DPOC

3.4.2 – Randomização e pareamento

Foi realizado randomização em blocos pré-determinados de quatro


participantes, em que eram colocados em envelopes lacrados dois cartões contendo
a escrita “grupo de intervenção”, e dois cartões contendo a escrita “grupo controle”,
a fim de assegurar amostra semelhante quanto ao número de participantes nos dois
grupos. A randomização ocorreu normalmente dentro de cada bloco de forma
simples, cada participante era alocado no devido grupo, de acordo com um sorteio.
Ao fim de cada bloco de quatro alocações, um novo envelope era organizado para a
sequência de alocação dos participantes. Dessa forma, a alocação foi determinada
na proporção de 2:2, determinando-se os dois grupos a seguir:
- Grupo intervenção KT (Grupo KT): pacientes que receberam aplicação de
Kinesio Taping adicionada ao tratamento padrão da instituição, que se constituiu no
27

uso de medicamentos e fisioterapia convencional (realizado pelos fisioterapeutas da


unidade),
- Grupo controle: pacientes que receberam o tratamento padrão da instituição.

3.4.3 Cegamento

Para o cegamento os profissionais trabalharam independentes e sem


comunicação quanto aos resultados das suas atividades na pesquisa. Um dos
profissionais (pesquisador 1) era responsável pelo recrutamento dos pacientes,
coleta de dados demográficos e avaliação pré e pós-intervenção nos dois grupos.
Um segundo pesquisador (pesquisador 2) era responsável pela randomização dos
pacientes e aplicação da técnica de KT. A fisioterapia convencional era aplicada por
profissionais não ligados diretamente à pesquisa. Após 24h da aplicação da KT, as
bandagens eram retiradas antes da reavaliação pelo pesquisador 2. Apenas o
pesquisador 2 tinha conhecimento sobre os pacientes alocados nos grupos
(Fluxograma 1).

3.4.4 Medidas de avaliação pré e pós-intervenção

A seguir são descritas as medidas de avaliação e respectivas técnicas de


aplicação. Todas foram realizadas antes e após a intervenção de fisioterapia e em
todos os pacientes.

3.4.4.1- Monitoração eletrônica do VEF1 e pico de fluxo expiratório

Foi realizada a monitoração eletrônica do VEF1 e medida do PFE, através do


aparelho digital Picofarad 200 (Microlife®, Guangdong/China), que fornece ambas as
informações na mesma aplicação.
A monitoração eletrônica do VEF1 e medida do PFE são técnicas não
invasivas e que, de acordo com estudos prévios, apresentam boa acurácia para
acompanhamento de pacientes com síndrome obstrutiva 42,43. Possuem a vantagem
de serem portáteis e de fácil utilização 43. A técnica foi aplicada de acordo com as
normas do fabricante.
28

Brevemente, após receber um bocal individual, o paciente era posicionado


sentado em uma cadeira com encosto e com narinas ocluídas por um clipe nasal.
Solicitou-se que o mesmo realizasse uma inspiração máxima, seguida de
acoplamento do bocal do instrumento na sua cavidade oral, e uma expiração
forçada, exalando o máximo possível de ar por 3 segundos. A seguir foram anotados
os valores de VEF1 e PFE demonstrados no monitor do aparelho. A manobra foi
repetida por três vezes, tomando-se por definitivos os valores do teste em que o
paciente tenha apresentado o melhor desempenho (maiores valores).

3.4.4.2 Manovacuometria

Foi realizada a manovacuometria através do aparelho manovacuômetro


(Comercial Médica®, São Paulo/SP/Brasil), com bocais individuais, que foram
esterilizados na central de materiais esterilizados do hospital após utilização. O
protocolo de realização da manovacuometria foi estabelecido pelas Diretrizes para
Testes de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(2002) 44. Com o paciente sentado em uma cadeira com apoio, narinas ocluídas por
um clipe nasal, foi solicitado que este exalasse todo o ar dos pulmões; em seguida
ao acoplamento do bocal, foi solicitado uma contração inspiratória máxima, de forma
a obter-se o valor da PImax. Para a avaliação da PEmax, o paciente manteve-se no
mesmo posicionamento e com oclusão nasal. Solicitou-se que o paciente exercesse
uma inspiração máxima, seguida do acoplamento do bocal e, após, uma contração
expiratória máxima.
Para reprodutibilidade da mensuração, as medidas de PImax e de PEmax
foram realizadas cinco vezes, sendo as duas primeiras manobras consideradas
demonstrativas, para compreensão por parte do paciente. As três seguintes foram
consideradas para registro, sendo utilizada a de maior valor. Caso houvesse
discrepância entre as medidas, ultrapassando 20% das medidas anteriores, uma
nova medida era realizada 44. A calibração do manovacuômetro era realizada no
início de cada aferição.

3.4.4.3- Biofotogrametria
29

A biofotogrametria, conduzida para aferir a mobilidade torácica, foi aplicada


de acordo com as orientações de Ricieri e Rosário 45. Para isso, antes da aquisição
das imagens, foram colocados marcadores de superfície brancos, esféricos, planos
e autoadesivos de 13 mm de diâmetro em pontos anatômicos pré-determinados dos
pacientes. Em seguida, após a retirada dos marcadores de superfície na primeira
avaliação, os pontos foram marcados com caneta cirúrgica, com objetivo de
minimizar erros de marcação dos pontos anatômicos na reavaliação. Foram
utilizadas para incidência frontal, acrômio-anterior, linha axilar anterior e apêndice
xifoide. Para incidência em perfil, foram utilizados acrômio-anterior e posterior, linha
axilar anterior e na projeção lateral do 10º arco costal, de modo a estarem visíveis
nas imagens das duas vistas.
Logo após, o paciente era posicionado sentado em uma cadeira sem escora,
com postura confortável e induzido pelo comando verbal do pesquisador para que
realizasse uma inspiração profunda, seguida de uma expiração profunda e
relaxamento dos ombros a seguir. Como forma de sistematizar a aquisição, duas
fotos foram realizadas na seguinte sequência: vista anterior e lateral direita. Após, as
mesmas foram submetidas à análise.
Para aquisição das imagens, foi utilizada uma câmera fotográfica digital
marca Nikon D500® (NIKON do Brasil LMTD, Manaus, Brasil) posicionada sobre um
tripé fotográfico a 1,10m de altura do solo, com eixo óptico ortogonal aos planos das
medidas e distância de 1,80, conforme descrito por Ricieri e Rosário 45. As imagens
foram obtidas após a mensuração correta e o posicionamento do tripé, no quarto do
paciente. As imagens digitais foram importadas para o programa Suíte Corel Draw
versão 9.0®. Com a ferramenta “dimensão linear”, sobre as imagens foram traçados
três diâmetros torácicos em cada vista: três diâmetros torácicos anteriores (DTA)
(fotografia 1), nos níveis acromial, axilar e xifoide e três diâmetros torácico lateral
direito (DTLD) (fotografia 2), nos níveis acromial, axilar e decima segunda costela.
Foram mensurados os diâmetros torácicos anterior x lateral D (DTALD). As
fotografias 1 e 2, a seguir, mostram respectivamente a vista frontal e lateral da
biofotogrametria.
30

Fotografia 1 - Vista frontal da biofotogrametria com os diâmetros torácico anterior


nos níveis acromial, axilar e xifoide.

Fotografia 2 - Vista lateral da biofotogrametria com os diâmetros torácicos laterais


direito nos níveis acromial, axilar e décima segunda costela.

3.4.4.4- Saturação de oxigênio

Para medida da SpO2, foi utilizado o oxímetro de pulso OXIFAST (K. Takaoka
Indústria e Comércio LTDA São Paulo/ SP/ Brasil) que fornece os dados de maneira
não invasiva, conforme orientação previas de Alexander et al 46. O aparelho possui
um receptáculo que foi acoplado à porção distal do dedo indicador do paciente. A
saturação de oxigênio presente no sangue foi fornecida através da leitura dos dados
provenientes de receptores de luz vermelha e infravermelha.
31

3.5 INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

3.5.1 Tratamento fisioterapêutico convencional da instituição – grupo controle

O grupo controle foi submetido ao tratamento fisioterapêutico padrão da


instituição para pacientes com exacerbação da DPOC. No período de 24h, foram
realizadas duas sessões, conduzidas pelos fisioterapeutas da instituição. O
tratamento convencional era constituído por exercícios respiratórios objetivando a
redução da hiperinsuflação dinâmica e melhora da troca gasosa, entre eles: (a)
terapia manual expiratória passiva, que consistiu na mobilização manual passiva da
caixa torácica por meio de compressão regional do tórax na expiração (três séries
compostas por dez repetições cada); (b) exercícios metabólicos, executados por
mobilização ativa de membros superiores e membros inferiores (três séries
compostas por dez repetições para cada membro); (c) deambulação, com duração
de cinco minutos, realizada nos corredores do hospital.

3.5.2 Kinesio Taping

O grupo kinesio taping foi submetido ao tratamento fisioterapêutico padrão da


instituição para pacientes com exacerbação da DPOC e aplicação de KT na
musculatura respiratória (diafragma e escalenos). Neste grupo foram utilizadas
bandagens elásticas da marca Kinesio Tex®, de 5 cm de largura. Tricotomia foi
realizada nos pacientes que apresentaram pelos nas regiões de aplicações da KT.
Todos os pacientes foram orientados a não retirarem e a não esfregarem a KT no
momento do banho.

3.5.2.1 Aplicação da KT na musculatura diafragmática

A aplicação foi realizada nas hemicúpulas direita e esquerda do diafragma,


com o paciente na posição sentada. A bandagem teve os cantos cortados, a fim de
diminuir os riscos de descolamento da mesma. Após retirar o papel do centro da
bandagem, a KT foi aplicada sobre o processo xifoide. Na sequência, solicitava-se
que o paciente realizasse uma inspiração máxima – se possível com apneia – e,
acompanhando o movimento dos arcos costais com média tensão
32

(aproximadamente 30%), fixava-se a KT na altura de T12. No final aplicava-se um


compressão manual na fita fixada sobre a pele, a fim de promover-se a ativação da
cola 6.

3.5.2.2 Aplicação na musculatura dos escalenos

A aplicação foi realizada com o paciente sentado em uma cadeira sem


encosto. A KT foi cortada ao meio no sentido longitudinal, em torno de 80% de sua
extensão, para fixar a fita no sentido inserção-origem para proporcionar o
relaxamento da musculatura. Recortou-se os cantos da KT, a fim de diminuir riscos
deslocamento da mesma, rasgou-se o papel protetor, fixou-se a ponta da KT na
altura da clavícula, fez-se uma extensão e rotação homolateral da cervical,
aplicando-se com uma tensão média (aproximadamente 30%), deslocando a KT até
o processo transverso das vértebras cervicais C2, C3 e C4. Antes de voltar à coluna
cervical a posição fisiológica, esfregou-se a fita a fim de promover a ativação da
cola. Esse processo foi realizado bilateralmente. A fotografia 3 mostra como fica a
aplicação da KT 6.

Fotografia 3 - Aplicação da KT na musculatura do diafragma e dos escalenos.


33

3.6 COMPILAÇÃO E ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram armazenados em uma planilha do programa Excel® 2013


(Microsoft Corporation, Redmond, WA, Estados Unidos) e posteriormente
exportados para o software Statistical Product for servisse solution (SPSS) 20.0®,
para análise estatística. O teste de Shapiro Wilk foi aplicado para verificar a
normalidade dos dados. As variáveis nominais foram sumarizadas como números
absolutos e percentuais. As variáveis quantitativas discretas e contínuas foram
sumarizadas como médias e desvio-padrão, quando se apresentavam com
distribuição normal e como medianas e mínimo-máximo, quando se apresentavam
como variáveis não paramétricas.
As associações entre as variáveis foram avaliadas através do teste do qui-
quadrado de Pearson, a comparação entre as médias foi realizada pelo teste t de
Student, e a comparação de medianas pelo teste Mann-Whitney. Foram
considerados significativos valores de “p” menores que 0,05.

3.7 CONSIDERAÇOES ÉTICAS DA PESQUISA

Este estudo foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres


Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e do Hospital Mãe de
Deus, via Plataforma Brasil (CAAE: 24002513.1.0000.536) e cumpre com a
Resolução do Conselho Nacional de Saúde 466/12. Os pacientes que aparecem nas
fotos autorizaram a utilização de suas imagens para serem apresentadas nessa
dissertação e, se necessário, em eventos científicos.
34

4. RESULTADOS

Foram Recrutados para a pesquisa 71 pacientes. Desses, cinco foram


excluídos; sendo dois por não serem colaborativos para aplicação das fitas de KT e
três por terem sido transferidos para unidade de tratamento intensivo. Assim, 66
pacientes poderiam ser elegíveis na pesquisa, no entanto, cinco se recusaram a
participar da pesquisa por motivos pessoais.
Ficaram incluídos 61 pacientes que participaram de todas as etapas da
pesquisa, sendo randomizados 30 pacientes para o grupo KT e 31 para o grupo
controle (Fluxograma 2).

Avaliados para
Inscrição elegebilidade (n=71)

Excluido (n=10)
Não colaborativos (n=02)
Recusaram-se a participar (n=05)
Internados na UTI (n=03)

Randomizado (n=61)

Alocação
Alocados para o grupo KT (n=30) Alocados para o grupo controle (n=31)
Receberam intervenção (n=30) Receberam intervenção (n=31)

Seguimento
Interrompeu a intervenção (n=0) Interrompeu a intervenção (n=0)

Analise
Analisado (n=30) Analisado (n=31)

Fluxograma 2 - Recrutamento e avaliação dos pacientes internados com


exacerbação de DPOC.
Fonte: Autores, 2015.
35

Os pacientes tinham média de idade de 66,3 anos (DP), variando entre 43 e


92 anos. Foram recrutadas 23 mulheres (37,09%), sendo 14 alocadas no grupo KT.
Os 38 homens que fizeram parte do estudo ficaram divididos em 16 no grupo KT.
Treze pacientes (21,3%) não apresentaram nenhum tipo de comorbidade
associada à DPOC. As comorbidades mais frequentemente relatadas foram a
hipertensão apresentada em 23 pacientes (37,7%), seguida de doenças cardíacas,
presente em 14 pacientes (22,9%), e a diabete mellitus em 9 pacientes (14,8%). A
Tabela 1 apresenta as características gerais dos pacientes incluídos no estudo.

Tabela 1 - Características dos pacientes internados, por exacerbação da DPOC, no


Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
Variável Total Grupo KT Grupo p valor
(n=61) (n=30) Controle
(n=31)
Gênero M/F 38/23 16/14 22/09 0,19
Idade, em anos (± DP) 66,3 ± 14,1 66,9 ±14,7 65,8 ± 13,6 0,25
Comorbidades, n (%) 0,19
Sim 48 (78,6) 21 (34,4) 27 (44,3)
Não 13 (21,4) 9 (14,8) 4 (6,5)
Tabagismo positivo, 42,0 ± 28,5 35,68± 30,0 37,81 ± 29,2 0,71
em maços/ano (± DP)
M/F= masculino e feminino. DP= Desvio Padrão

Os dados referentes à saturação do oxigênio, pressões inspiratória e


expiratória máximas, volume expiratório forçado no primeiro segundo e pico de fluxo
expiratório dos dois grupos estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Saturação de oxigênio, pressões inspiratória e expiratória máximas,


volume expiratório forçado no primeiro segundo e do pico de fluxo expiratório em
pacientes internados por exacerbação da DPOC no Hospital Nossa Senhora dos
Navegantes.
36

Variável Grupo KT (n=30) Grupo Controle (n=31) p valor


Média ± DP Média ± DP
SpO2, %
Pré 92,0 ± 3,0 92,5 ± 3,3 0,77
Pós 94,4 ± 2,1 92,3 ± 2,7 0,01
p valor 0,0001 0,34
PEmax, cmH2O
Pré 64,4 ± 19,0 68,7 ± 23,19 0,46
Pós 72,7 ± 18,2 70,5 ± 19,5 0,67
p valor 0,0001 0,41
PImax, cmH2O
Pré -43,8 ± 22,9 -47,0 ± 20,8 0,57
Pós -48,1 ± 22,9 -45,5 ± 20,4 0,66
p valor 0,001 0,32
VEF1, l
Pré 0,9 ± 0,6 1,1 ± 1,1 0,42
Pós 1,1 ± 0,6 0,9 ± 0,5 0,41
p valor 0,0001 0,42
PFE, l/s
Pré 164,1 ± 94,1 159,7 ± 100,9 0,86
Pós 179,5 ± 92,9 181,8 ± 108,8 0,93
p valor 0,0001 0,66
SpO2= saturação de oxigênio, PEmax= pressão expiratória máxima, PImax=pressão inspiratória
máxima, VEF1= volume expiratório máximo no primeiro segundo, PFE= pico de fluxo expiratório, DP=
desvio padrão, l= litros, l/s= litros por segundo.

Tabela 3 - Parâmetros da biofotogrametria nos pacientes internados por


exacerbação da DPOC no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
(Continua)

Variável Grupo KT (n=30) Grupo Controle p


Mediana (n=31) valor
Mediana
Diâmetro Torácico
Acromial (mm)
Pré 79,32 77,40 1,00
Pós 80,04 74,43 0,60
p valor 0,31 0,22
Diâmetro Torácico Axilar
(mm)
Pré 141,41 144,12 1,00
Pós 144,65 145,08 1,00
p valor 0,56 0,16
37

Tabela 3 - Parâmetros da biofotogrametria nos pacientes internados por


exacerbação da DPOC no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes.
(Conclusão)

Diâmetro Torácico Xifóide


(mm)
Pré 293,87 309,80 1,00
Pós 275,50 308,38 0,60
p valor 0,95 0,21
Pré= avaliação antes da intervenção, Pós= avaliação depois da intervenção.
38

5. DISCUSSÃO

No presente estudo foi realizada a aplicação da KT na musculatura


respiratória de pacientes internados com exacerbação da DPOC e foram avaliados
desfechos como saturação de oxigênio, pressões respiratórias máximas, fluxos e
volumes respiratórios e mobilidade torácica. Verificou-se que, após a intervenção,
somente o grupo tratado com KT apresentou um aumento estatisticamente
significativo da SpO2. Os demais desfechos avaliados não foram diferentes entre os
grupos KT e controle.
Pacientes em exacerbação de DPOC podem apresentar SpO2 normal ou
baixa no momento da exacerbação 1. Nesse estudo, a SpO2 foi de 92 % no grupo KT
e 92,5% no grupo de fisioterapia convencional antes da intervenção. No entanto,
após as primeiras 24 horas de internação, correspondente ao período da
intervenção, apenas o grupo KT apresentou aumento significativo da SpO2. De
acordo com a literatura, a hiperinsuflação pulmonar gerada pelo aprisionamento de
ar em pacientes com DPOC, diminui o comprimento das fibras musculares do
diafragma e sua capacidade de gerar força, consequentemente gerando uma fadiga
muscular inspiratória e uma troca gasosa insuficiente 28. A KT, segundo seu
idealizador, promove um recrutamento de unidades de fibras motoras musculares 6.
Desse modo, hipotetiza-se que a utilização da KT tenha auxiliado no recrutamento
dessas unidades motoras no diafragma, resultando no aumento da SpO2 nos
pacientes que fizeram uso da técnica. Além disso, a aplicação da KT nos músculos
escalenos pode ter promovido relaxamento dessa musculatura. Já foi demonstrado
que, ao realizarem respirações mais lentas e profundas em sessões de ioga,
pacientes com DPOC moderada a grave apresentam redução da frequência
respiratória, aumento do volume corrente e melhora da SpO2 47. Sabe-se que uma
baixa ventilação alveolar pode piorar a troca gasosa em pacientes DPOC, e que
para uma boa ventilação alveolar, incursões ventilatórias lentas e maior volume
corrente são mais propícios do que uma respiração rápida e superficial, resultando
assim em uma ventilação maior no espaço morto 48. Acredita-se que a aplicação da
KT pode ter contribuído para um possível relaxamento da musculatura acessória da
respiração, promovendo uma respiração menos acelerada e mais profunda, com
consequente aumento do volume corrente e melhora da SpO2.
39

Pacientes com DPOC podem apresentar uma fraqueza muscular respiratória 1

e, na exacerbação da doença, essa fraqueza pode ainda ser maior 25. Ao avaliar a
disfunção muscular global de pacientes com DPOC, foi constatado que os músculos
inspiratórios apresentam limitação funcional aumentada durante as exacerbações,
devido ao aumento da capacidade residual funcional, promovidos pelo
aprisionamento de ar e hiperinflação pulmonar 1. Além disso, já foi demonstrado que
os pacientes mais propensos a internações hospitalares por exacerbações da
doença apresentam maior disfunção dos músculos expiratórios 49. Na presente
pesquisa, após a aplicação da KT, não foi observado aumento estatisticamente
significante da PEmax e da PImax no grupo KT, comparado ao controle. A aplicação
da KT para melhora da força muscular vem sendo investigada, porém há poucos
dados na literatura sobre o uso da técnica nos músculos respiratórios. Zubeyir et al.,
50 avaliaram os efeitos da KT na força muscular respiratória de indivíduos saudáveis,
divididos em dois grupos distintos de acordo com o local de aplicação da KT:
diafragma e músculos acessórios da respiração (esternocleidomastoideo, oblíquos
externos e internos). Nesse estudo, a KT não foi capaz de promover melhora da
força muscular em nenhum dos grupos avaliados. A aplicação da KT em outros
grupos musculares também não tem revelado resultados favoráveis à aplicação da
técnica quando o objetivo é melhora da força muscular. Vercelli et al., 51 após
investigar os efeitos imediatos da KT em 36 indivíduos saudáveis, não encontraram
efeitos significativos na força muscular de quadríceps. Em um ensaio clínico
randomizado, Poon et al.,52 também avaliaram os efeitos da KT no quadríceps de
indivíduos saudáveis e, assim como no estudo de Vercelli et al., não observaram
aumento da força desse grupo muscular. Csapo & Alegre 53 conduziram uma meta-
análise com 19 estudos com o intuito de verificar a eficácia da KT na facilitação do
aumento da força muscular em adultos saudáveis e, após as análises, os autores
concluíram que a aplicação da KT não melhorou a força muscular,
independentemente do grupo muscular em que foi aplicado. Além disso, essa
revisão salientou que a qualidade metodológica dos estudos analisados foi
moderada e que os poucos estudos que apresentam melhora no desfecho em
questão, tendem a ter menor qualidade metodológica.
A função respiratória de pacientes com DPOC é caracterizada por apresentar
uma síndrome obstrutiva, em que valores de VEF1 e da capacidade vital forçada
(CVF) estão reduzidos 1. Durante a exacerbação, a função pulmonar pode ficar
40

ainda mais comprometida com redução mais acentuada do VEF1 e aumento no


volume residual. Esses valores tendem a ser ainda mais diminuídos, de acordo com
a recorrência de exacerbações 54. Nesse estudo, o VEF1 foi avaliado através da
monitorização eletrônica, que possibilita conhecer valores absolutos da VEF1.
Estudos revelam que essa pode ser uma ferramenta de grande utilização em
pacientes com síndromes obstrutivas, exacerbados ou não 42,43. Caracteriza-se por
ser um exame de fácil execução, podendo ser aplicado em paciente exacerbados, à
beira do leito, fornecendo valores absolutos de VEF1 e PEF, e apesar de não
fornecer os valores completos de uma espirometria, apresentam forte correlação
com resultados de uma espirometria completa 55,56. No presente estudo, a aplicação
da KT não promoveu melhora estatisticamente significante no PFE e no VEF 1, e
esses dados estão de acordo com grande parte da literatura, que tem relatado que,
apesar da espirometria ser uma importante técnica para a determinação do grau de
obstrução das vias aéreas, seus parâmetros não sofrem melhoras após programas
fisioterapêuticos de reabilitação 55,56. Em uma revisão sistemática, Tang, Taylor,
Blackstock 55, avaliaram a eficácia da fisioterapia respiratória em pacientes
internados com exacerbação da DPOC e observaram que manobras
fisioterapêuticas podem beneficiar esse grupo de pacientes, através de técnicas que
objetivam, por exemplo, a melhora do movimento tóraco-abdominal, da respiração
diafragmática e da expectoração de secreção, porém, os pesquisadores,
observaram que a maioria dos programas de fisioterapia respiratório não alteram o
VEF1 e PFE. Kunikoshita et al., avaliaram os efeitos de três programas de
fisioterapia respiratória em pacientes com DPOC e concluíram que nenhum dos
programas de fisioterapia respiratória, propostos no estudo, se mostrou efetivo para
proporcionar melhoras nas variáveis espirométricas mensuradas 56.
A mobilidade tóraco-abdominal está relacionada diretamente com a
expansibilidade torácica e ação dos músculos respiratórios, frequentemente utilizada
em pacientes com DPOC 1. Esse grupo de paciente pode apresentar uma série de
alterações na biomecânica da caixa torácica, devido a reorganização das cadeias
musculares na doença 57. A biofotogrametria vem sendo utilizada para aferir a
mecânica respiratória em indivíduos saudáveis ou não 58,59,60. Apesar de autores
relatarem que a utilização da KT associada com algum intervenção fisioterapêutica,
pode inibir ou facilitar a função muscular, mantendo o posicionamento articular e
fornecendo feedback proprioceptivo para manter o alinhamento corporal 61,62,63, a
41

literatura de modo geral não suporta essa tese 40. No presente estudo, os dados da
biofotogrametria não apresentaram diferença estatisticamente em nenhuma das
medidas avaliadas. O uso da KT na musculatura do diafragma e dos escalenos
parece auxiliar na melhora da SpO2, porém observa-se no presente estudo e na
literatura em geral que os efeitos para ganho de força não são evidentes, justificando
assim a não melhora nos dados da biofotogrametria desses pacientes, tendo em
vista que a mobilidade torácica está relacionada a integridade da musculatura
respiratória, que assessora a expansão e a retração da caixa torácica 64.

Este estudo apresenta algumas limitações. O diagnóstico de DPOC foi


realizado com base no histórico e nos sintomas. Os pacientes incluídos não foram
submetidos à espirometria convencional, o que não permitiu a confirmação do
diagnóstico e a classificação dos pacientes de acordo com a gravidade da doença.
Apesar disso, pode-se considerar esse um estudo piloto em que foi observado
melhora na SpO2 nos pacientes que fizeram o uso da KT. Os relatos da utilização
dessa técnica em pacientes com DPOC são raros, sendo talvez essa a primeira
demonstração em pacientes exacerbados. Além disso, o estudo reflete o que ocorre
na rotina real dos hospitais, na qual os pacientes são internados e submetidos ao
tratamento da exacerbação e após a hospitalização nem sempre são encaminhados
a serviços especializados ou à realização de espirometria para acompanhamento.
Uma outra limitação foi o pequeno número de participantes. Entretanto,
estudos prévios sobre aplicação de KT contaram com a participação de um número
semelhante 38,39. Em função disso e de outras razões relativas à metodologia de
estudo, recentemente, Nunes et al. 65 levantaram questionamentos sobre a base
fisiológica que explique os benefícios da KT, apontando a falta de eficácia dessa
técnica. No entanto, os mesmos autores sugerem que novos estudos sejam
realizados para explorar mais profundamente a teoria que existe por trás dessa
técnica e reconhecem que a falta de evidência pode ser devido à falta de robustez
dos estudos. O presente estudo pode ser considerado como um piloto, que indica a
técnica para consideração em estudos que permitam que a mesma possa ser
explorada de forma mais aprofundada.
42

6. CONCLUSÃO

A aplicação da KT na musculatura respiratória de pacientes com exacerbação


de DPOC auxiliou na melhora da saturação de oxigênio, não sendo observadas
diferenças nos demais parâmetros investigados.
Os achados desse estudo indicam que a KT pode ser uma opção associada à
fisioterapia convencional no tratamento dos pacientes. Reforça-se a necessidade de
mais estudos com uma amostra mais ampla e aplicando a KT por maior tempo para
se tentar identificar efeitos adicionais da terapia em pacientes com exacerbação da
DPOC.
43

REFERÊNCIAS

1. Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), 2015. [Acesso
2015 ago. em 27]. Disponível em: http://www.goldcopd.org/.
2. Fritzsche A, Clamor A, Leupoldt AV. Effects of medical and psychological
treatment of depression in patients with COPD – A review. Respir Med. 2011;
105(10): 1422-33.

3. Lee SD, Huang MS, Kang J, Lin CH, Park MJ, Oh YM et al. The COPD
assessment test (CAT) assists prediction of COPD exacerbations in high-risk
patients. Respir Med. 2014; 108(4): 600-8.

4. Celli BR , Thomas NE , Anderson JA , Ferguson GT , Jenkins CR , Jones PW


et al. Effect of pharmacotherapy on rate of decline of lung function in chronic
obstructive pulmonary disease: results from the TORCH study. Am J Respir
Crit Care Med. 2008; 178: 332-8.

5. Vieira JCP, Chiappa AMG, Cipriano GJ, Umpierre D, Arena R, Chiappa GR.
Neuromuscular electrical stimulation improves clinical and physiological
function in COPD patients. Respir Med. 2014; 108(4): 609-20.

6. Kase K, Wallis J, Kase T.Clinical Therapeutic Applications of the Kinesio


Taping Method. Tokyo, Japan; 2003. 252 p.

7. Szczegielniak J, £uniewski J, Bunio A, Bogacz K, Œliwiñski Z. zastosowanie


kinesio tapingu u pacjentów z zaostrzeniami astmy oskrzelowej. Polish J Sport
Med. 2007; 23(6): 337-41.

8. Couto ER, Figueiredo FA, Augusto PC, Davi SF. Bandagem elástica
associada à fisioterapia respiratória convencional em pacientes com doença
pulmonar obstrutiva crônica. Movim. & saúde. 2013; 26(6): 18-22.

9. Laizo A. Doença pulmonar obstrutiva crónica – Uma revisão. Rev Port


Pneumol. 2009; 15(6): 1157-66.

10. Ministério da Saúde (Brasil). DATASUS: Informações de Saúde [internet].


2014 [acesso 2015 mar 10]. Disponível em: http://datasus.gov.br.

11. Trupin L, Earnest G, San Pedro M, Balmes JR, Eisner MD, Yelin E, et al. The
occupational burden of chronic obstructive pulmonary disease. Eur Respir J
2003; 22(3): 462-9.

12. Tesfaigzi Y, Meek P, Lareau S. Exacerbations of chronic obstructive


pulmonary disease and chronic mucus hypersecretion. Clin Applied Immunol.
2006; (6): 21-36.
44

13. Celli BR, MacNee W. Standards for the diagnosis and treatment of patients
with COPD: a summary of the ATS/ERS position paper. Eur Respir J. 2004;
23(6): 932-46.

14. Barnes PJ, Shapiro SD, Pauwels RA. Chronic obstructive pulmonary
disease:molecular and cellular mechanisms. Eur Respir J 2003; 22(4): 672-88.

15. MacNee W. Oxidative stress and lung inflammation in airways disease. Eur J
Pharmacol. 2001; 429 (1-3):195-207.

16. Wouters EF, Creutzberg EC, Schols AM. Systemic effects in COPD. Chest
2002; 121 (Suppl.5): 127-30.

17. Agusti AG, Noguera A, Sauleda J, Sala E, Pons J, Busquets X. Systemic


effects ofchronic obstructive pulmonary disease. Eur Respir J. 2003; 21(2):
347-60.

18. Similowski T, Agusti AG, MacNee W, Schonhofer B. The potential impact


ofanaemia of chronic disease in COPD. Eur Respir J. 2006; 27(2): 390-6.

19. Gan WQ, Man SF, Senthilselvan A, Sin DD. Association between chronic
obstructive pulmonary disease and systemic inflammation: a systematic
review and a meta-analysis. Thorax. 2004; 59(7): 574-80.

20. Saetta M, Turato G, Maestrelli P, Mapp CE, Fabbri LM. Cellular and structural
bases of chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med.
2001; 163(6): 1304-9.

21. O'Donnell DE, Revill SM, Webb KA. Dynamic hyperinflation and exercise
intolerance in chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care
Med. 2001; 164(5):770-7.

22. Burgel PR, Nadel JA. Roles of epidermal growth factor receptor activation
inepithelial cell repair and mucin production in airway epithelium. Thorax.
2004; 59(11): 992-6.

23. Barbera JA, Peinado VI, Santos S. Pulmonary hypertension in chronic


obstructivepulmonary disease. Eur Respir J. 2003; 21(5): 892-905.

24. Yamaguti WPS, Paulin E, Shibao S, Chammas MC, Salge JM, Ribeiro M, et
al. Air trapping: The major factor limiting diaphragm mobility in chronic
obstructive pulmonary disease patients. Respirology, 2008; 13(1): 138-44.

25. Skeletal muscle dysfunction in chronic obstructive pulmonary disease. A


Statement of the American Thoracic Society and European. Am J Respir Crit
Care Med. 1999; 159(4): 2-40.
45

26. Levine S, Nguyen T, Kaiser LR, Shrager JB. Evaluating respiratory muscle
adaptations: a new approach. Am J Respir Crit Care Med. 2002;
166(11):1418-9.

27. Decramer M, Gosselink R, Troosters T, Verschueren M, Evers G. Muscle


weakness is related to utilization of health care resources in COPD patients.
Eur Respir J. 1997; 10(2): 417-23.

28. Troyer A. Effect of hyperinflation on the diaphragm. Eur Respir J. 1997; 10:
708-13.

29. Calverley PM, Koulouris NG. Flow limitation and dynamic hyperinflation: key
concepts in modern respiratory physiology. Eur Respir J. 2005; 25: 186-99.

30. Duiverman ML, Boer EW, Eyker LA, Greef MH, Jasen DF, Wempe JB, et al.
Respiratory muscle activity and dyspnea during exercise in pulmonary
disease. Respir Physiol Neurol. 2009; 167(2): 195-200.

31. Nici L, Donner C, Wouters E, ZuWallack R, Ambrosino N, Bourbeau J, et al.


American Thoracic Society/European Respiratory Society statement on
pulmonary rehabilitation. Am J Respir Crit Care Med 2006; 173(12):1390-413.

32. Silva RM. Doença pulmonar obstrutiva crônica. Rev Bras Med. 2012; 69(14):
114-20.

33. Langer D, Probst VS, Pitta F, Burtin C, Hendriks E, Schans CPVD, et al.,
Clinical Practice Guideline for physical therapy in patients with Chronic
Obstructive Pulmonary Disease (COPD) - Portuguese version. Rev Bras
Fisioter. 2009; 13(3): 183-204.

34. Anne EH. Physiotherapy management of acute exacerbations of chronic


obstructive pulmonary disease. J. Physiother. 2014; 60(4): 181-8.

35. Jones A, Rowe BH. Bronchopulmonary hygiene physical therapy in


bronchiectasis and chronic obstructive pulmonary disease: a systematic
review. Heart Lung. 2000; 29(2): 125-35.

36. Wong OM. Cheung RT, Raymond RC. Isokinetic knee function in healthy
subjects with and without Kinesio Taping. Phys Ther Sport. 2012; 13(4): 255-
8.

37. Venta D, Lina V, Aleksandras K, The effect of kinesio Taping on maximal grip
force and key pinch force. Pol Ann Med. 2012; (19): 98-105.

38. Marcin K, Katarzyna B, Jacek L, Jan S. The influence of Kinesio Taping on the
effects of physiotherapy in patientes afterlaparoscopc cholecystectomy.
Scientific World J. 2012: 1-5.
46

39. Ristow O,Pautke C, Victoria K,, Koerdt S, Schwärzler K, Hahnefeld L,et al.
Influence of kinesiologic tape on postoperative swelling, pain and trismus after
zygomatico-orbital fractures.J Craniomaxillofac Surg. 2013; (13): 1-8.

40. Parreira PCS, Costa LCM, Junior LCH, Lopes AD, Costa LOP. Current
evidence does not support the use of Kinesio Taping in clinical practice: a
systematic review J. Physiot. 2014; 60(1): 31-9.

41. Dean AG, Sullivan KM, Soe MM. OpenEpi: Open Source Epidemiologic
Statistics for Public Health, Versão [atualizado em 2015 may 4; acesso em
2015 jun12]. Disponíve em: www.OpenEpi.com.

42. Rothe T, Karrer W, Schindler C. Accuracy of the piko-1 pocket spirometer. J


Asthma. 2012; 49(1): 45-50.

43. Aguilar-Fernández AJA,Villa-Asensi JR, Codesal MC, Gil EA, Alvarez MIG,
Andújar FR. Concordance between the Piko – 1® portable device and
pneumotachography in measuring PEF and FEV1 in asthmatic children.
Allergol Immunopathol. 2009; 37(5): 244-8.

44. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Consenso Brasileiro no


Manejo da Asma. J Pneumol. 2002; 28(1): S1-28.

45. Ricieri DV, Rosário NA. Assessing the impact that external factors have on
respiratory mechanics assessed using a specific photogrammetric model. J
Bras Pneumol. 2008; 34(9):702-6.

46. Alexander CM, Teller LE, Gross, JB. Principles of pulse oximetry: theoretical
and pratical considerations. Anaesth Analg. 1989; 68(3): 368-76.

47. Pomidori L, Campigotto F, Amatya TM, Bernardi L, Cogo A. Efficacy and


Tolerability of Yoga Breathing in Patients With Chronic Obstructive Pulmonary
Disease. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2009; 29: 133-7.

48. Parot S, Miara B, Milic-Emili J, Gautier H. Hypoxemia, hyper- capnia, and


breathing pattern in patients with chronic obstruc- tive pulmonary disease. Am
Rev Respir Dis. 1982; 126: 882-6.

49. Vilaró J, Sarmiento AR, Llorens JMM, Mendoza T, Alvarez M, Cayado NS et


al. Global muscle dysfunction as a risk factor of readmission to hospital due to
COPD exacerbations. Respir Med. 2010; 104(12): 1896-902.

50. Zubeyir S, Nilufer K, Burcu C, Onur A, Bahar K, Saadet Y. et al., The effect of
Kinesiology Taping on Respiratory Muscle Strength. J Phys Ther Sci. 2012;
24: 241-4.

51. Vercelli S, Sartorio F, Foti C, Colletto L, Virton D, Ronconi G et al. Immediate


effects of kinesiotaping on quadriceps muscle strength: a single-blind,
placebo-controlled crossover trial. Clin J Sport Med. 2012: 22(4): 319-26.
47

52. Poon KY, Li SM, Roper MG, Wong MK, Wong O, Cheung RT. Kinesiology
tape does not facilitate muscle performance: A deceptive controlled trial. Man
Ther. 2015; 20(1): 130-3.

53. Csapo R, Alegre LM. Effects of Kinesio(®) taping on skeletal muscle strength-
A meta-analysis of current evidence. J Sci Med Sport. 2015; 18(4): 450-6.

54. Makris D, Moschandreas J, Damianaki A, Ntaoukakis E, Siafakas NM, Milic


EJN. Tzanakis Exacerbations and lung function decline in COPD: New
insights in current and ex-smokers. Respir Med. 2007; 101(6): 1305-12.

55. Tang CY, Taylor NF, Blackstock FC. Chest physiotherapy for patients
admitted to hospital with an acute exacerbation of chronic obstructive
pulmonary disease (COPD): a systematic review. Physiotherapy. 2010; 96(1):
1-13.

56. Kunikoshita LN; Silva YP; Silva TLP; Costa D, Jamami M. Efeitos de três
programas de fisioterapia respiratória (PFR) em portadores de DPOC. Rev.
bras. fisioter. 2006; 10(4): 449-55.

57. Souchard PE. Respiração. São Paulo: Summus; 1989. p. 100-102.

58. Ripka WL, Ulbricht L, Gewehr PM. Application of a photogrammetric kinematic


model for prediction of lung volumes in adolescents: a pilot study. Biomed Eng
online. 2014; 13(1): 21.

59. Ricieri DV, Rosário Filho NA. Effectiveness of a photogrammetric model for
the analysis of thoracoabdominal respiratory mechanics in the assessment of
isovolume maneuvers in children. J Bras Pneumol. 2009; 35:144-150.

60. Ripka WL, Ricieri DV, Ulbricht L, Neves EB, Guimarães IA, Romaneli E et al.
Biophotogrammetry model of respiratory motion analysis applied to children.
Conf Proc IEEE Eng Med Biol Soc. 2012; 1: 1952-5

61. Pachioni CAE, Ferrante JA, Panissa TSD, Ferreira DMA, Ramos D, Moreira
GL, et al. Postural assessment in patients with chronic obstructive pulmonary
disease. Fisioter. Pesqui. 2011; 18(4): 341-5.

62. Zaraczewska E, Long C. Kinesio taping in stroke: improving functional use of


the upper extremity in hemiplegia. Rehabil Top Stroke. 2006; 13: 31-42.

63. Halseth T, McChesney JW, DeBeliso M, Vaughn R, Lien J. The effects of


kinesio taping on proprioception at the ankle. J Sports Sci Med. 2004; 3: 1-7.

64. Oliveira KM, Macêdo TM, Borja RO, Nascimento RA, Medeiros Filho WC,
Campos TF et al. Respiratory muscle strength and thoracic mobility in children
and adolescents with acute leukemia and healthy school students. Rev Bras
Cancerol. 2011; 57: 511-7.
48

65. Nunes GS, Noronha M, Vargas VZ, Wageck B, Haupenthal DPS, Luz CM.
How Strong are the physiological theories on which kinesio taping is based? J.
Phisiot. 2015; 163: 1.
49

APÊNDICES

APÊNDICE A- ficha de avaliação

KINESIO TAPING- ( ) SIM ( ) NÃO


Endereço:
Telefone:

DADOS INICIAIS
Nome
Idade Sexo No prontuário
Data
Comorbidades
Tipos de
comorbidades
Medicações em
uso
Tabagismo Sim ( ) Não ( ) nº cigarro dia/20 x anos fumados =
Pack Year- Anos/maço.

DIA 1
Saturação de o2

PEmax

PImax

VEF1

PFE
Dados da DTAPPD- ACROMIO-
Biofotogrametria AXILAR-
XIFOIDE-
DTAPPE- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-
DTPAPD- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-
50

DTPAPE- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-

DIA 2
Saturação de o2

PEmax

PImax

VEF1

PFE
Dados da DTAPPD- ACROMIO-
Biofotogrametria AXILAR-
XIFOIDE-
DTAPPE- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-
DTPAPD- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-
DTPAPE- ACROMIO-
AXILAR-
XIFOIDE-
51

APÊNDICE B- Termo de consentimento livre e esclarecido

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

Cep.contato@unisul.br, (48) 3279.1036

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado(a) a participar como voluntário(a), em uma


pesquisa que tem como título “KINESIO TAPING EM PACIENTES COM
EXACERBAÇÃO DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA”. Sobre a
responsabilidade do pesquisador Rodrigo Boff Daitx e da pesquisadora Profa. Dra.
Jane da Silva e tem como objetivo avaliar os efeitos da Kinesio Taping na função
pulmonar de pacientes internados com exacerbação da Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica. A Kinesio Taping é uma faixa elástica adesiva muito flexível, que se
aplicada sobre a pele contribui para o aumento da contração dos músculos, e para a
diminuição de contraturas, sem causar danos ao paciente.

Este estudo é uma proposta de dissertação de Mestrado do Programa de


Pós-graduação em Ciências da Saúde – UNISUL. Ele é importante porque vai
estudar a função respiratória e sua relação com a Kinesio Taping, uma técnica que
auxilia no movimento fisiológico, ativando o controle e regeneração das articulações
e dos músculos.

Neste estudo será realizada aplicação de uma ficha de identificação,


constando dados do pacientes e sinais vitais. Posteriormente, serão feitas medidas
de mecânica respiratória com duração de aproximadamente 10 minutos. Na
avaliação inicial, serão anotados os resultados de algumas medidas da função
respiratória. Nas medidas dessas funções, o pesquisador irá coletar informações
sobre o sistema respiratório, através de aparelhos de fácil manuseio e de fácil
aplicação, em que os pacientes terão apenas que soprar e inflar o ar ambiente,
através de um bucal individual anexado a aparelhos que nos fornecerão algumas
medidas. Será realizada também uma avaliação postural através de fotografias,
52

onde serão colocados pequenos adesivos de identificação em algumas partes do


corpo, como ombro, abdome. Essas técnicas de medidas serão realizadas somente
no 2o e 3o dia de internação e não comprometem, de forma alguma, no tratamento
realizado pela equipe hospitalar. Por ser um estudo de ensaio clínico, alguns
participantes, de acordo com um sorteio prévio, serão submetidos a uma técnica
com Kinesio taping, onde será aplicada uma fita elástica na região do abdome e na
região do pescoço, e que permanecera fixada no corpo pelo período de 24h, sendo
retirada pelo pesquisador após esse período. De qualquer forma, você terá a
liberdade para desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem que isto
lhe traga qualquer prejuízo.

A pesquisa poderá ajudar diretamente os pacientes envolvidos na


pesquisa, melhorando a sua respiração, diminuindo assim a falta de ar que a DPOC
causa nos pacientes. Por ser uma técnica nova, poderá trazer benefícios para todos
os portadores da doença, auxiliando os profissionais que tratam essa patologia,
incluindo equipes hospitalares trazendo conhecimentos sobre a técnica da Kinesio
Taping e sua relação com a evolução dos pacientes com Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica.

Você poderá, quando quiser, pedir informações sobre a pesquisa ao


pesquisador. Esse pedido pode ser feito pessoalmente, antes ou durante a
entrevista, ou depois dela, por telefone, a partir dos contatos do pesquisador que
constam no final deste documento.

Todos os seus dados de identificação serão mantidos em sigilo e a sua


identidade não será revelada em momento algum. Em caso de necessidade, serão
adotados códigos de identificação ou nomes fictícios, de modo que ao serem
utilizados em eventos e artigos científicos, assim como em campanhas de
prevenção, a sua identidade será sempre preservada.

Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você


não poderá ser pago, de nenhuma maneira, por participar desta pesquisa.

Eu, _______________________________, abaixo assinado, concordo em participar


desse estudo como sujeito. Fui informado (a) e esclarecido (a) pelo pesquisador
________________________ sobre o tema e o objetivo da pesquisa, assim como a
53

maneira como ela será feita e os benefícios e os possíveis riscos decorrentes de


minha participação. Recebi a garantia de que posso retirar meu consentimento a

Nome por extenso: ______________________________________________

RG: _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

qualquer momento, sem que isto me traga qualquer prejuízo.

Pesquisador Responsável: Profa. Dra. Jane da Silva.

Outros Pesquisadores: Rodrigo Boff Daitx (Mestrando do curso de Pós Graduação


em Ciências da Saúde da Unisul)

Telefone para contato: (51) 92123616


54

ANEXO

ANEXO A- Parecer consubstanciado do CEP


55
56

Você também pode gostar