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Graduação em ensino religioso pela universidade São Luís do Jaboticabal/SP

orientadora: Maria do Carmo Iroshi Coelho autor: Janaína Marques Fernandes de Souza
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PLURALISMO CULTURAL E A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, EDUCAÇÃO
EM CONFLITO.

Janaina Marques Fernandes de Souza

RESUMO:

O pluralismo religioso vem desafiando ser humano a ter uma vida religiosa onde os conflitos já
não são bem vindos. a nova visão abre espaço para o dialogo e o entendimento entre religiões
para que cheguem a um entendimento e o sentimento de tolerância e paz, o pluralismo chega
com a visão de liberdade religiosa e valorização das manifestações de forma indiscriminada.

ABSTRACT:

Religious pluralism has challenged a human being to have a religious life where conflicts are no
longer welcome. The new vision opens space for dialogue and understanding between religions
to reach an understanding and a sense of tolerance and peace, pluralism arrives with the vision
of religious freedom and appreciation of manifestations indiscriminately.

Palavra-chave: pluralismo, intolerância, educação.

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1- Introdução:
Este artigo tem a intencionalidade de abordar alguns
aspectos religiosos que tem se tornado popular no período pós-moderno
e que tem influenciado a muitos, o pluralismo religioso. Para isso
estudaremos alguns pensamentos religiosos que integram nossa
sociedade.

Sabemos que um dos assuntos mais debatidos na atualidade


indiscutivelmente é a religião, os questionamentos são infindáveis, existe
mesmo um Deus? São vários Deuses? Será que existe uma religião
verdadeira? E estes são apenas alguns dos questionamentos que envolvem o
mundo religioso.

O que iremos ver aqui neste trabalho é um pouco desse


pluralismo religioso que envolve as varias camadas sociais e culturais,
buscando compreender a sociedade brasileira onde a religiosidade e algo forte
e em crescimento.

Este artigo abordará também assuntos pertinentes ao exercício


do ensino religioso na rede publica bem como os desafios enfrentados, haja
vista que o ensino religioso nas instituições publica devem sempre buscar
formas de ensino inclusivas abordando a religião de forma coerente e
respeitando assim a diversidade cultural e religiosa de cada individuo.

Para compreender as dificuldades enfrentadas na atualidade


quanto ao ensino da religião devemos buscar informações sobre os
acontecimentos históricos que podem ter influencia no comportamento muitas
vezes intolerante da sociedade atual.

Abordaremos um pouco as questões sociais que estão


incutidas na construção da cultura social do país e que influenciou e influencia
a pratica do ensino religioso nas instituições de educação.

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O Pluralismo Religioso é a crença de que toda religião é
verdadeira e que cada uma proporciona um encontro genuíno com o Supremo.
Uma pode ser melhor que a outra, mas todas são adequadas.

A pluralidade certamente é uma questão muito


polemica nos dias atuais, principalmente pela sua grande influencia num
período em que as pessoas estão cansadas das convergências religiosas e
começam a buscar uma forma de praticar uma religião de forma pacifica e ao
mesmo tempo verdadeira.

É dai que partem os questionamentos, há mesmo uma


religião genuína ou todos os caminhos levam a Deus não importa que caminho
seja, pois bem para tentar entender estas questões será desenvolvido este
trabalho de forma cientifica abordando alguns pensadores do assunto e
também um dos livros mais lidos em todo o mundo, a bíblia.

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2-Desenvolvimento:

No século XVIII, com a explosão do iluminismo na


Europa, o ocidente obteve também uma nova visão a respeito da
sociedade e da religião. Era a chegada da era da razão, surgem às
pesquisas cientificas e elas vão se fortalecendo no período moderno
dando ênfase as descobertas do homem e nascendo assim os
questionamentos quanto aos dogmas e princípios da igreja.
Acontece ai também o inicio da laicidade que dá ao
homem a possibilidade de escolher a religião a qual ele deseja seguir e
com essa liberdade de escolha surgem também novas religiões
influenciadas ou não por uma religião pré-estabelecida.

É difícil falar de religião sem fazer comparações, o fato


de a ideologia do pluralismo ter se alastrado dentro da sociedade pode
dar-se ao fato de muitas religiões mesmo sendo diferentes apresentam
muitas similaridades, geralmente as religiões nascem a partir de um
acontecimento sobrenatural pode ser uma revelação ou visão
transcendente que atua de forma marcante, junta se a este
acontecimento os rituais que são uma forma que as religiões utilizam
para relembrar aquele momento marcante e as permanências destes
eventos viram uma tradição.
Analisando aqui então teremos alguns pontos essenciais
para a formação das religiões: todas as religiões oferecem ao ser
humano a possibilidade de religa-lo ao plano divino, todas as religiões se
afirmam totalmente necessárias para mudar o homem e fazer com que
ele se torne melhor, e que o ser divino pode modifica-lo, mas o ser
divino não pode ser modificado.
Partindo destes fundamentos façamos uma pequena
analise para ver como se dá este pluralismo para isso retornarei aos
princípios religiosos para que possamos compreender um pouco como
surgiram tantas religiões e tantas crenças.

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Podemos falar aqui que apesar de não ser a primeira
esta é uma das mais importantes religiões da antiguidade o judaísmo,
pois ela influenciou a formação do islamismo uma das religiões que mais
cresce no mundo e o cristianismo.
A história do povo Hebreu inicia-se com um homem
chamado Abraão, segundo a bíblia ele recebeu um chamado de Deus
para que saísse da terra onde vivia na Mesopotâmia, viajou por vários
lugares casou-se com Sarah que era estéril, e por isso Abrão teve seu
primeiro filho com a escrava Ismael e depois teve um filho com Sarah
que era prometido por Deus chamado Isaque, então segue a historia de
grandes milagres e prodígios, o principio da fé judaica é o monoteísmo.

“IAHWEH disse a Abrão: sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a
terra que te mostrarei e eu farei de ti uma grande nação, e eu te abençoarei,
engrandecerei teu nome; se uma benção” (bíblia de Jerusalém 1973 p.47)

Somente nesta primeira religião citada vemos mais duas


igrejas nascendo e apesar de seus fundamentos serem parecidos suas
teorias são diferentes, o livro sagrado dos judeus é a Torah, conhecida
também como o Pentateuco, já no islamismo o Alcorão escrito por
Maomé que fundou a religião islâmica baseada em possíveis revelações
e com influencia também de alguns princípios judaicos.
Desta mesma vertente nasce o cristianismo orientado
pela bíblia sagrada que é uma junção dos textos da Torah com livros
escritos pelos discípulos que caminharam com o cristo a Tanack.
Surgem então varias denominações da fé crista utilizando-se de uma
base única, mas possuindo também pensamentos que convergem
constantemente.
Outra religião que citarei é o Budismo que por sua vez
acredita que o ponto central do praticante budista está na busca pelo
estado de contemplação do absoluto, o budismo possui na sua essência
quatro verdades: o sofrimento, o desejo, a iluminação e o método, quem
observa o budismo pode pensar que é uma forma de religião aberta a
todas as pessoas, mas, segundo zimmer, o budismo é uma doutrina
espiritual destinada a uma minoria.

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“A doutrina filosófica que alicerça manifestações populares tão
numerosas e fascinantes não é o tipo de ensinamento que se poderia esperar ver
prontamente acessível a todos. Dentre as muitas respostas que tem sido oferecida há
milênios nos quatro cantos do mundo, para soluções aos enigmas da vida, a do
budismo deve ser considerada como a mais inflexível, obscura e paradoxal. (ZIMMER,
2003, p. 336)..
A religião budista nega a existência de um Deus como
no cristianismo ou judaísmo ele não vê a possibilidade de haver um
relacionamento do homem com um ser divino e a salvação é apenas a
libertação dos ciclos atingindo a iluminação espiritual.
Aqui no budismo podemos observar duas linhas de
religiosidades os budistas praticantes, ou seja, aqueles que cumprem
com os rituais religiosos e existe também a linhagem dos adeptos ao
budismo aquelas pessoas que apenas buscam no budismo aquilo que
lhes é necessário para seu bem estar.
No Kardec ismo que é uma das formas de espiritismo de
mesa branca acredita no cristianismo como sendo cristo um espirito
puro, um médium, e na salvação através da caridade e acreditam ainda
que ao atingirem a evolução as reencarnações terminam.
É muito comum vermos pessoas de outras religiões que
são também adeptos as ideologias Kardecistas como a reencarnação ou
a mediunidade.
Através das explicações acima vemos que há diferenças
na base religiosa que destoa do pluralismo pregado afinal se todos os
caminhos levam a Deus porque as religiões não se relacionam entre si?

Seguindo a visão bíblica veremos no livro de Mateus um texto


que diz claramente que não existem muitos caminhos, mas pelo contrario
existe um caminho e que muitos não irão encontra-lo.

“Entrai pelo portão estreito; porque larga e espaçosa é a estrada que


conduz à destruição, e muitos são os que entram por ela; ao passo que estreito é o
portão e apertada a estrada que conduz à vida, e poucos são os que o acham.”
(Mateus 7:13, 14)

Em contra partida veremos aqui algumas palavras ditas pelo


historiador Geoffrey Parrinder.

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“Tem-se dito às vezes que todas as religiões têm o mesmo objetivo, ou são caminhos
equivalentes que levam à verdade, ou mesmo que todas ensinam as mesmas
doutrinas.” Os ensinos, os rituais e as deidades das religiões de fato são similares. A
maioria das religiões fala de amor e ensina que é errado matar, roubar e mentir. Em
quase todos os grupos religiosos, há os que fazem esforços sinceros para ajudar
outros. Assim sendo, se a pessoa é sincera na sua religião e procura levar uma vida
de boa moral, será que faz diferença a que denominação pertence? Ou: São todas as
religiões apenas caminhos diferentes que levam a Deus?(Geoffrey Parrinder
(https://wol.jw.org)

Fechando aqui a ideia do pluralismo, precisamos observar que


não existe de fato uma aceitação real da sociedade que todos os caminhos
levam a Deus, o que existe é uma tentativa de se conviver em harmonia e por
isso a intolerância religiosa muitas vezes se torna algo muito agressivo tanto na
sociedade quanto nos meios educacionais.

Existe então uma diversidade religiosa que entra em conflito


quando e pautada no ambiente educacional, e tem sido alvo de discussões e
criticas ao que se refere às tendenciosidades no ensino da religião na sua
diversidade.

Ao observarmos um pouco as questões sociais que estão incutidas na


construção da cultura social do país e que influenciou e influencia a pratica do
ensino religioso nas instituições de educação poderemos perceber que essa
invasão as pratica e costumes religiosos são bem antigos e que a busca por
uma forma de ensino nessa área é antiga e é importante visionar alguns
acontecimentos que nortearam o inicio da educação no Brasil.

No período das grandes navegações no século XVI, com os


movimentos reformistas a igreja viu nas terras do novo mundo a oportunidade
de se fazer novos fieis e assim o catolicismo foi introduzido no Brasil, através
de missões franciscanas.

Os ensinamentos católicos e a aceitação da mesma significava


uma civilidade para aquele povo encontrado em meio ao desconhecido e que
os europeus intitularam como sem cultura, e, portanto a conversão desse povo
era compreendida como indispensável.

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“a expedição dava prosseguimento ás navegações portuguesas, cuja intenção era
disseminar a pregação da religião cristã por meio de missionários franciscanos.”
(historia do Brasil, Galaxynet,1999/2012)

Digamos que o Brasil nasceu de uma cultura cristianizada,


mesmo porque em determinados período o catolicismo era a religião oficial do
império o que foi determinante para que a igreja alcançasse um grande poder
cultural diante da sociedade.

O ensino era dado através de livros religiosos, e sendo assim a


alfabetização e religião estava interligada e, portanto os segmentos católicos
eram inseridos na sociedade simultaneamente ignorando uma preexistência
cultural entre os povos indígenas.

Desde esse período o estudo do ensino religioso passou por


algumas modificações, mas permanecia como parte dos ensinamentos
repassados para as crianças e adolescentes.

A religião passa a ser um dos principais aparelhos ideológicos do Estado, concorrendo


para o fortalecimento da dependência ao poder político por parte da Igreja. Dessa
forma, a instituição eclesial é o principal sustentáculo do poder estabelecido, e o que
se faz na Escola é o Ensino da Religião Católica Apostólica Romana. (PCN: ER,
2004:13)

No século de XIX, especificamente na década de 60 o ensino


religioso foi excluído das escolas publicas no Brasil e foi substituído por uma
nova disciplina a educação moral e cívica.

Essa disciplina tinha a finalidade de inserir naquela nova


geração noções de virtude moral e civilidade e principalmente os valores
republicanos iniciando a desvinculação com o catolicismo.

O regime republicano inaugurado em 1889 sepultou o regime do padroado. O decreto


119-A, de 7 de janeiro de 1890, separa a Igreja1 do Estado. O Estado brasileiro se
seculariza. A laicização do Estado é consagrada na Constituição Federal de 1891.
Várias esferas da vida social até então ligadas à Igreja Católica se secularizam. A
Constituição de 1891 institui o casamento civil, a secularização dos cemitérios, o fim
da subvenção estatal a qualquer culto religioso (Mariano, 2003:12).

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O Brasil torna-se um país laico e, portanto todas as religiões
podem ser praticadas livremente, mas da instituição da lei ate a sua pratica é
uma nova trajetória a se cumprir afinal a força cultural que envolve a sociedade
é muito grande e tende ocasionalmente a interferir nessa tal liberdade religiosa.

Neste contexto é necessário analisar os procedimentos a


serem observados pelo docente na hora de definir o conteúdo a ser ensinado
para os alunos além de observar como essa disciplina vai ajuda-lo a explorar a
criticidade

A grande expectativa na atualidade é que se consiga instaurar


o ensino religioso nas escolas de maneira não confessional, ou seja,
abordando a religião em um ponto de vista humanístico buscando apenas a
religião de um ponto de vista histórico e sociológico.

Após a criação dos PCNs, para o ensino religioso em 1996,


ficou evidente o objetivo esperado para a disciplina, o primeiro enfoque
novamente é o cuidado no que diz respeito a ensinamentos com inclinação ao
proselitismo por parte da escola e professores.

Os professores devem se ater ao ensino da religião no seu


contexto geral e histórico captando a prática religiosa de maneira filosófica e
sociológica esta nova proposta para os currículos nacionais para o ensino
religioso foram elaborados pelo FONAPER que foi uma das associações que
colaboraram para a implantação desse novo currículo.

O ensino religioso continua a seu caráter confessional, mas


com algumas ressalvas, ele deverá estar de acordo como a opção religiosa do
aluno ou responsável e deverá ser ministrada por professores bem como
também por autoridades religiosas desde que sejam devidamente
credenciadas por suas respectivas igrejas.

O ensino religioso poderá ser ensinado em caráter


interconfessional que seria o mais viável para uma sociedade onde entramos
adeptos de varias religiões.

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Observa-se assim que não há na verdade uma formação
especifica que possa fazer deste fazer escolar uma transposição na qual o
aluno recebe informações de todas as religiões sem o risco de receber
informações tendenciosas por parte dos seus educadores

Entramos então na questão da formação docente para o ensino


religioso, há muitas duvidas a respeito da preparação profissional dos
professores de ensino religioso, afinal em uma cultura onde existe uma grande
diversidade religiosa é necessário um cuidado com a tendenciosidade.

O ensino religioso precisa ser trabalhado de forma significativa


compreendo o aluno como ele sendo um construtor ativo do seu conhecimento,
a prática pedagógica neste contexto tem a missão de alcançar os objetivos de
forma inclusiva, estimulando os alunos a esse processo de ensino
aprendizagem.

“o ensino religioso, enquanto componente curricular, busca a analise de diferentes


relações entre fenômeno religioso e a construção, a reflexão e a socialização dos
conhecimentos sistematizados durante todo o processo de ensino aprendizagem num
fazer pedagógico dinâmico, permitindo a interação e o dialogo, de maneira que
professores e estudantes, juntos, possam resignifica-los.” (NOGUEIRA DA SILVA,
BRIGIDA).

Para que isso ocorra é necessária uma formação a qual o


docente passe por uma preparação e consiga se desprender de sua visão
étnica de religião, não há possibilidade de se ensinar religião se o profissional
não se desprender das suas preconcepções.

O profissional que se dispõe a ensinar religião de modo geral


precisa fazê-lo de forma imparcial e igualitária, lembrando sempre que á escola
publica é concedido o ensino da disciplina de ensino religioso englobando
todos os pensamentos religiosos nos quais a sociedade está inserida.

Um dos problemas enfrentados também é o fato de serem


poucos profissionais formados na disciplina de ensino religioso, na maioria das
vezes os profissionais possuem apenas extensão de curso de ciências da

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religião, ou seja, ele possui uma licenciatura especifica e faz um extensivo
recebendo autorização para lecionar.

Infelizmente estes cursos extensivos apesar de acrescentarem


em conhecimento objetivo não dão ao profissional a preparação adequada para
lidar com a realidade do quadro escolar, o ensino nestes cursos é superficial e
não abordam todas as visões etnológicas da religião.

“No enfoque hermenêutico ou reflexivo, o ensino é uma atividade complexa que ocorre
em cenários singulares, claramente determinados pelo contexto, com resultados em
grande parte imprevisíveis, carregada de conflitos de valor, o que requer opções éticas
e politicas.”( PIMENTA, SELMA,GARRIDO; ANASTASIOU p.185).

Segundo a LDB o ensino de religioso não é obrigatório a todos


os alunos e a escola tem a responsabilidade de assegurar a diversidade de
credo assim como também não aconteça à imposição de dogmas religiosos no
sentido de converter os alunos.

A partir dai surge o questionamento é necessário o estudo de


ensino religioso nas escolas haja vista que as dificuldades enfrentadas nesse
sentido são inúmeras começando da dificuldade de que se integre a lei de
diversidade no ensino da religião?

Partindo do pressuposto de que alguns alunos não queiram


participar das aulas de ensino religioso, quais atividades a escola proporia á
esse aluno para que ele seja inserido de forma que haja aproveitamento do
tempo disposto.

As discussões em torno desse assunto são infindáveis, apesar


da lei de diversidade o artigo 33 da LDB deixa o conteúdo a ser ensinado nas
salas de aula a encargo da escola e dos professores, sendo assim quem
fiscaliza o que está sendo proposto aos alunos?

Voltamos novamente a questão da qualificação, afinal o ensino


religioso está interligado a construção politica e social do individuo, e se
aplicado de forma correta ele influencia de forma libertadora a criticidade e o
senso questionador do aluno.

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Por outro lado se este ensino não for feito de forma coerente
ele passa a ser algo que fere a liberdade étnica e cultural dos alunos e podem
causar prejuízos quanto a sua formação social.

Para o fazer escolar, é necessário observar o crescimento do numero de pessoas que


se autodeclaram como “sem religião” e aqueles ligados às tradições orientais, a saber:
Budistas, Xintoístas e Messiânicos, dentre outros. Como outro grupo em crescimento
(IBGE, 2010) também deve haver reflexão quanto aos que se confessam “sem
religião”, enquanto pessoas que professam a fé cristã sem estar ligada a nenhuma
denominação religiosa. (JUNQUEIRA, R. A. Sergio, Projeto CNE/UNESCO
914BRZ1009. 2, p.81)

Seguindo a linha de pensamento de Junqueira vemos a


necessidade de se olhar a sociedade escolar como sendo dotada de um
pluralismo religioso extenso, e que mesmo que o país em si tenha sua religião
oficial, a população é constituída por um leque muito grande de religiões e
mesmo de não religiosos e que, portanto o ensino deve atender ao publico
escolar existente.

O ensino religioso deve propiciar aos alunos conhecimentos


significativo que reconheçam de maneira geral as singularidades existentes na
cultura e fazendo despertar o sentimento de compreensão e acolhimento das
diferenças e assim cumprir um papel social de resguardar os direitos humanos
de cada individuo.

O respeito a diversidade torna a ação docente


automaticamente a forma mais eficiente de se finalizar com a doutrinação
escolar que acompanha a disciplina, fazendo que a sua importância e
relevância no âmbito de conhecimento seja questionados pela sociedade e
órgãos públicos.

O que se vê nas escolas a respeito da intolerância religiosa é o


que vemos refletido na sociedade onde pessoas passam a ser rotuladas por
sua religião ou mesmo descriminadas, e ocorre que mesmo o Brasil sendo um
país laico existe pessoas que escondem suas religiões por causa da origem ser
africana chinesa ou japonesa e por isso temerem uma critica da sociedade.

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2- Conclusão:

Este trabalho buscou entender a pluralidade em sua primeira


chamada e fica subentendido que no nosso país ainda não se atingiu essa
compreensão, mesmo sendo ele um país de diversidade religiosa vasta.

Vivenciamos a realidade em que falar de religião é como falar


de times de futebol, não há um acordo coerente muito menos uma
concordância ou respeito.

Há uma necessidade de se ensinar religião na escola afinal faz


parte da nossa cultura, da nossa historia da construção dela, mas é preciso
entender que apesar de ser a primeira religião oficial o cristianismo não é a
única religião do pais e as outras existentes também fazem parte do nosso
contexto filosófico e sociológico.

A ideia pluralista poderia ser uma saída para os diversos


problemas religiosos muitas vezes de forma violenta, mas o que dizer a estas
religiões que sobrevivem a séculos observando seus dogmas e leis a milhares
de anos, a questão metafisica no nascimento dessas religiões tornam isso
praticamente impossível, o ser humano necessita de um contato com algo
superior e ao exemplo das religiões monoteístas como eles poderão ir contra
tudo o que acreditam em favor de um pluralismo religioso que é a aceitação de
que existe outro caminho e ele apenas escolheu um deles para seguir.

Compreende-se apenas que está surgindo um novo movimento


religioso pluralista que enxerga em todas as religiões um caminho de salvação,
não há como compreender este pluralismo dentro das religiões já constituídas
exceto nas que já estão fundamentadas sobre este pensamento.

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A religião praticada de maneira respeitosa é
comprovadamente algo necessário á vida humana, haja vista que os excessos
e fanatismos religiosos levam a grandes desastres religiosos.

Na segunda carta de Timóteo cap.1 v, 7 diz:

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e
de moderação.”

Está moderação deve ser algo constante na vida de qualquer


religioso, tendo, pois o principio da laicidade no nosso país todas as religiões
são validas.

Portanto não há uma obrigatoriedade de se seguir uma religião


determinada, mas há uma liberdade para se cultuar e pregar todas as religiões
a aceitação partirá de cada individuo de forma espontânea, portanto seguindo a
base do respeito as diversidades existentes pode –se viver de forma pacifica.

Desvalorizar o ensino religioso nas escolas seria apagar


uma parte da história cultural da humanidade, o homem se relaciona
com Deus e isso interfere nas suas ações junto a sociedade, portanto
dizer que a disciplina é desnecessária seria impossível.
O que se deve é traçar metas pelas quais os métodos
de ensino religioso se aprimorem de maneira a ser absorvido pelos
alunos como conhecimento geral religioso e não como uma imposição
doutrinaria.

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3- Referencias:

Bíblia de Jerusalém em português Jerusalém 1973 p.47


Clark, David k. in Beckwith, Francis j. & Craig, William Lane & Moreland, J.P.
ensaios apologéticos: um estudo para uma cosmovisão cristã. Hagnos. São
Paulo, SP: 2006. p.347
Cantieri Bordonal Guilherme, Sanches Wilson, silva Thiago rodrigo, Fabricio
Edison Lucas ( povo cultura e religião)editora educacional.2014)
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 25 ed. são Paulo: paz e terra, 2002.
galaxynet.com (1999/2012).
https://vestibular.uol.com.br.
http://portal.mec.gov.br.
http://www.biblioteca.pucminas.br
http://jornal.usp.jw.org
http://wol.jw.org
Junqueira, r. a. Sergio, projeto CNE/Unesco 914brz1009.2, p.81.
Pimenta, Selma garrido; Anastasiou, Lea das graças Camargo. Docência no
ensino superior. são Paulo: Cortez, 2002.

www.revistaforum.com.br/2013/01/11/o-ensino-religioso-nas-escolas-publicas.

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