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JOÃO DIAS
2016 – 2ª Edição
Impresso no Brasil
Autor
João Dias
066.141.598-87
Obras do Autor
– “História da Glesp” – Quem e como fizeram sua história:
1º Volume – Acontecimentos Grão Mestrados 1927/2002;
2º Volume – Constituições, Publicações, Ritos, Paramaçônicas, Lojas
fundadoras, Altos Corpos, Mesas Redondas, CMSB, Relações das Lojas em
ordem AZ de Cadastro e de Orientes;
3º Volume – Histórico das Lojas, Cadastro Numérico 017 a 356, História da
fundação resumida, Fundadores, 1º Administração, Cartas Constitutiva,
Registro dos Estatutos, Atos e Decretos, Relação dos Veneráveis – Edição
esgotada);
4º Volume – Histórico das Lojas, Cadastro Numérico 357 a 551 – (Edição
esgotada);
5º Volume – Acontecimentos Grão Mestrados 2002/2013 – Edição esgotada)
– “Aprendiz Maçom Pleno” – 1ª Edição (esgotada);
– “Aprendiz Maçom Pleno” – 2ª Edição;
– “Companheiro Maçom Pleno” – 1ª Edição;
– “Mestre Maçom Pleno” – 1ª Edição (esgotado);
– “Mestre Maçom Pleno” – 2ª Edição;
– “Loja de Perfeição” – Grau 4 ao 14;
– “Capítulo” – Grau 15 ao 18;
– “Conselho de Cavaleiros Kadosch” – Grau 19 ao 39;
– “De Kilowinning a Charlestons” – Grau 1 ao 33;
– “Maçonaria Paulista” história das Potências: GOB, GOSP, GLESP e GOP
– “Ordem Maçônica – Preliminares da Iniciação;
– “Boletim Fé e Equilíbrio” Informativo da ARLS Fé, Equilíbrio e Amor Nº
317, atual Edição nº 43.
APRESENTAÇÃO
Como filosofia, definimos a maçonaria sendo uma instituição que surgiu para
ajudar a humanidade, ensinando: o amor, a tolerância compreendendo as diferen-
ças em todos os sentidos aperfeiçoando o nosso interior, assim podemos contribuir
um pouco para melhoramos a obra designada pelo Grande Arquiteto do Universo.
Ao ter a honra, pela segunda vez, de apresentar a segunda edição do livro
“Aprendiz Maçom Pleno” de autoria do Irmão João Dias, membro ativo da
Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Fé, Equilíbrio e Amor nº 317”, Oriente de
São Paulo, da qual tenho a honra de ser um de seus ex-Veneráveis Mestre. Irmão
Gimenes “João Dias” com uma dedicação moral, ética e literária, com oito obras
publicadas dedicadas a nossa Sublime instituição. A história recente da maçonaria
moderna em nosso País se funde a própria estória do nosso amado autor, visto ter
suas obras dedicadas a maçonaria, de valor não somente pelo seu dom literário,
mas também apresentando o seu dom artístico. Dom este que pode ser visto em
vários templos, feitos pelo dedicado irmão, um exemplo é o complexo Fé
Equilíbrio de templos, em que os irmãos poderão admirar as obras de valores imen-
suráveis feitas com muita Luz, Amor, União, Trabalho, Esperança e Justiça.
Agradeço imensamente ao nosso Irmão por sua dedicação à nossa Augusta
Instituição e Sublime Ordem, sobretudo a nossa querida loja “Fé, Equilíbrio e
Amor 317”.
Desejo a ti, muitos anos de convívio entre nós, para desfrutarmos do seu tempo,
dom artístico e literário.
Bibliografia........................................................................................................ 160
Escultura de Madeira
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Capítulo I
Ordem Maçônica
1 – Maçonaria
Não é fácil definir Maçonaria. Ela não é ima religião, nem uma associação
dogmática, muito menos uma teoria política. Também não é uma corrente filosó-
fica ou sistema individualista. Mas não exclui a religião, a política ou a filosofia.
Seu conceito fica como o de uma sociedade que tem seu conceito próprio, basea-
do em símbolos, palavras e alegorias, com finalidade educativa e filantrópica,
destinada a reunir homens de boa vontade que se proponham a debater e equacio-
nar os grandes problemas da humanidade, do seu tempo, de sua Pátria e de sua
comunidade, lutando pela realização das soluções. Cultua valores básicos e imu-
táveis, como a existência de um Principio Criador, a filosofia liberal, o patriotis-
mo, a liberdade de pensamento e a intangibilidade da família. É universal, mas
não antipatriótica ou desnacionalizante; é tradicionalista, mas não se opõe a evo-
lução: tem uma unidade doutrinária, mas admite a diversidade, de acordo com a
característica e história de cada povo; é uma trincheira de liberdade, mas respeita
a autoridade e a lei.
A Maçonaria é uma instituição organização moderna, desde 1717, da data da
constituição em Londres da Grande Loja Mãe, da qual se derivam diretamente
todas as federações maçônicas do mundo, cuja finalidade e dar abrigo a todos os
homens de reconhecida moralidade sem distinção de religiões, de opiniões políti-
cas, de nacionalidade, de raça, posição social e cuja finalidade é de conseguir que
seus membros cultivem a fraternidade universal, apesar de tudo quanto possa
diferencia-los, seu dever é estimar-se mutuamente e esforçar-se em compreender-
se ainda que as distâncias, maneira de pensar ou expressar.
A maçonaria desde seus primórdios aspira a remediar a confusão dos idiomas
que dispersou os construtores da torre de Babel. O seu objetivo era formar homens
capazes de entender-se de um extremo a outro do planeta terra. Para assim, con-
seguir juntos, edificar um Templo, único e onde pudessem confraternizar os
maçons de todas as nações.
A maçonaria exige de todo candidato a iniciação, a estrita observância da lei
moral, deve ter uma conduta impecável e gozar da estima dos que estão a seu redor.
Uma vez iniciado, deverá viver em boa harmonia com os seus irmãos e observar
escrupulosamente as Leis que regem na vida diária, convém ser discreto, fugir dos
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dogmatismos, dedicação no trabalho para encontrar a sua verdade, tal vez no fim
de seu caminho a encontrará.
A iniciação não impõe dogmas de Fé e limita-se colocar o homem frente a uma
realidade, iniciando a desentranhar o enigma das coisas, ensina a ser solidário com
os semelhantes, ser útil e desenvolver a sua energia para inverter em bem de
todos, praticar as virtudes de caridade e tolerância.
A Maçonaria não é, e nunca foi o que dizem. A Maçonaria se classifica entre as
poucas sociedades milenares existentes, talvez a mais antiga se considerarmos
suas origens calcadas nas filosofias, culturas e agremiações de povos antigos
desaparecidos que lhe deixaram conhecimentos de valor inestimáveis e conserva-
das através dos séculos.
A definição mais simples que se possa referir é que a Maçonaria é uma instituição
que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos
costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião.
Essa definição representa, no entanto, apenas um comportamento exterior, uma vez
que a Maçonaria agrega um grupo de iniciados que, além, de amarem ao próximo,
amam-se a si mesmos, evoluindo mentalmente, na incessante busca do saber.
Toda instituição que recebe seus adeptos por meio do processo iniciático foge
do comum, vulgar, pois, existindo uma seleção, a Maçonaria ocupa-se dos proble-
mas superiores, fugindo do vulgar.
As definições da Maçonaria foram inúmeras, procurando cada um defini-la
segundo seus sentimentos particulares. Não obstante, a maioria concorda em que
se trata de um sistema de moralidade. Diz no inicio da maioria das Constituições
Maçônicas (preâmbulo):
Além disso, diz ainda a maioria das Constituições Maçônicas, regulares inscri-
tas e registradas em Cartório de registro publico, que a Ordem Maçônica: “enal-
tece o mérito da inteligência e da virtude, amor à Pátria e a humanidade; posiona-
se contra a exploração do homem, os privilégios e as regalias; afirma que o sec-
tarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universidade do pensa-
mento maçônico; combate a ignorância, a tirania, a superstição e todo sectarismo
religioso ou racial”.
construir catedrais e palácios cada vez mais imponentes, bonitos e que demons-
trassem o poderio econômico de quem os possuísse.
Considerando a definição da filosofia como amor ao conhecimento, cuja defi-
nição está inserida em todos os rituais que se pratica na Ordem e na história de
sua origem, constitui a filosofia Maçônica seu segredo, que se traduz na verdadei-
ra e completa Filosofia do Trabalho, descoberta e desenvolvida pelos Maçons
Operativos nos tempos medievais. Não foi descoberta pela teoria, mas sim pelo
trabalho diário da construção de catedrais e de outros magníficos edifícios.
A origem da palavra Maçonaria é latina, por alusão aos massoneri; pedreiros
ou oficiais do maço e do cinzel (escopo). É comum ouvirem-se as expressões;
franco maçon., libero muratori, free mason, friMaurer. Pela tradição, eram
livres, na idade média, os profissionais mais altamente categorizados nas cons-
truções; homens estes, que construíram as catedrais, palácios, túmulos e obras
majestosas que interessavam a alta nobreza, razão porque ouviremos também,
falar de Arte Real.
Através dos tempos o sucesso alcançado pela Maçonaria em todos os continen-
tes causou surpresa e, ao mesmo tempo, alarma as autoridades eclesiásticas e civis
nos países não protestantes e submetidos a monarquias absolutas. Os ensinamen-
tos maçônicos apresentam-se sob uma forma simbólica e iniciatica e a sua meta é
fornecer uma imagem simbólica de iniciação. Os Rituais, por sua vez, contêm os
rudimentos de todas as Artes Iniciáticas: hermetismo, cabala, simbolismo, etc.,
além de tradições sobre a simbólica das cores, dos números, dos animais, etc.
A Maçonaria não é uma sociedade secreta e pela simples razão de sua existência
ela é amplamente conhecida. As autoridades da maioria dos países lhe concedem
personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enci-
clopédia, livros, jornais, etc. Em seu comportamento, a Maçonaria no mundo
exterior, é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo
amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo
respeito à autoridade e à religião. Essa definição, entretanto, é apenas um de seu
comportamento, uma vez que a Maçonaria agrega um grupo de iniciados que,
além de amarem o próximo, vivem em fraternal união como verdadeiros irmãos,
e além de amarem a si mesmo, mentalmente evoluindo, na incessante busca do
saber e em seu aperfeiçoamento moral e intelectual.
A Maçonaria recebe seus adeptos por meio do processo iniciático fugindo do
comum, vulgar, pois, existindo uma seleção, ocupa-se dos problemas superiores,
fugindo do vulgar. Para alcançar seu objetivo tem sua filosofia própria, adotando
para desenvolver e ensinar as grandes verdades filosóficas, seguindo as lições e
os sábios preceitos que lhe foram transmitidos por uma tradição iniciada em tem-
pos remotos, através do estudo do Simbolismo, alma e vida da Instituição, deriva-
da dos símbolos primitivos da arte de construir.
A Maçonaria objetiva a investigação da verdade, o exame da moral e a pratica
das virtudes. Moral é para a Maçonaria, uma ciência com base no entendimento
humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres racionais e livres. É a
demonstração da ciência da Consciência, e é essa ciência que nos ensina os deve-
res e a razão do uso de nossos direitos. Ao penetrar a moral nos mais profundo de
nossa arma, sentimos o triunfo da verdade e da justiça.
O Conceito Maçônico ao Longo da História, abraçou aspectos de estudos, pes-
quisas e do próprio combate às injustiças impostas à humanidade, fazendo do seu
conceito uma pratica voltada inteiramente para a justiça da sociedade.
Por isso, a Maçonaria se caracteriza por ser um movimento filosófico, educativo
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menor duvida, porém, que o ambiente das Lojas modifica, melhora o homem dá-
lhe outra concepção da vida, uma noção mais exata de dever a cumprir.
O indivíduo humano só envolve para as formas mais complexas de socialização
graças à aprendizagem que causa a modificação de seu comportamento, causado
pela motivação, que a precede e condiciona.
Nenhuma organização proporcionou melhor acervo de conhecimentos que a
Maçonaria a qual, através dos séculos, vem colocando a disposição de seus mem-
bros uma didática particularizada, através da qual aperfeiçoa e eleva o conheci-
mento dos seus membros por discernimento próprio de cada individuo, proporcio-
nado pelo condicionamento de suas regras aprimoradas para torná-los virtuosos e
úteis à sociedade.
A Maçonaria, por ser uma sociedade Iniciatica, herdeira de alguns usos e costu-
mes dessas escolas antiguíssimas, aproveitou esses hábitos para moldar o caráter
daqueles que se sujeitaram ao Cerimonial de Iniciação.
A Maçonaria exige dos maçons, em princípio, tudo aquilo que se exige ao
ingressar em qualquer instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos, regi-
mentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princí-
pios que a regem; amor à pátria; respeito aos governos legalmente constituídos;
acatamento as leis do país, etc; a guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta
correta e digna dentro e fora dela; dedicação de parte do seu tempo para assistir
às reuniões maçônicas; à prática da moral, da igualdade, da solidariedade humana
e da justiça em toda sua plenitude.
Ademais, proíbe-se terminantemente, dentro da instituição, as discussões polí-
tico-partidárias e religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento
entre os homens, a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da
vida civil.
O maçom como componente da instituição maçônica, deve comprovar perten-
cer a uma entidade seletiva e destacar-se no mundo profano como exemplo. O
maçom foi pinçado à mercê da vontade do Grande Arquiteto do Universo, que é
Deus, entre milhares de pessoas; é um destaque e, por este motivo, faz juz às
benesses que a Maçonaria dispensa. O maçom deve, a todo momento ser grato por
ter sido chamado a demonstrar essa gratidão por seu viver.
Não existe no mundo todo, uma organização fraternal não religiosa, maior que
a Maçonaria. Ser maçom significa ser “irmão” de aproximadamente oito milhões
de maçons espalhados pelo mundo. É como tal, um maçom é recebido como
membro da família em qualquer parte, menos em países onde as liberdades são
uma fantasia.
Um maçom pode encontrar-se com outro pela primeira vez na vida, mas isto
não importa, pois, basta ser maçom para ser acolhido e considerado como um
irmão.
Um maçom compartilha das aspirações e divides suas obrigações com os
homens de boa vontade, procurando aperfeiçoa-se mais do que o comum dos
homens.
Para ser maçom é preciso ter liberdade consciente para praticar o culto que
deseja, sem se sentir tolhido por convenções ou tradições com liberdade conscien-
te, queremos dizer que um maçom não deve se submeter a servidões ou dogmas
que ferem a razão, a consciência e o pensamento.
O maçom defende o conceito de que a fraternidade entre os homens é a única
solução para por fim aos conflitos sociais, religiosos, políticos e raciais.
O maçom procura destacar-se como um paladino na prática da sobriedade, aus-
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2 – Maçonaria Contemporânea
Na idade média, que teve inicio no século 5º com a queda do Império Romano
no Ocidente e terminou no século 15 com queda de Constantinopla, o sistema de
governo predominante era o feudalismo absolutista, sendo a forma de governo o
da monarquia, tendo entre os dois sistemas o do Clero, às vezes, o mais forte cuja
função seria a de manter a harmonia e a submissão da população camponesa nas
terras do velho mundo, função essa nem sempre cumprida.
Ainda na Idade Média e concomitantemente ao movimento dos filósofos, ou um
pouco antes, entretanto com grande importância, entra em cena o grande movi-
mento da Reforma, liderado por Martinho Lutero (1483-1564) e a Contrarreforma,
que teve inicio com o Concílio de Trento (1545-1563), estendeu o Clero seus
tentáculos a todo o mundo conhecido, chegando inclusive ao Brasil.
Ao lado desse caldeirão em ebulição, surgiram, após o século 16, pensadores
propondo novas maneiras de relacionamento entre as pessoas, as nações e as coi-
sas entre si. Assim, René Descartes (1595-1650) desenvolveu o método cientifico
racional, onde propunha relação matemática para explicar todo e qualquer fato,
sendo referência obrigatória a todos os demais pensadores.
Quanto ao relacionamento entre as pessoas, houve muitos avanços, dos quais
podemos citar o empirista Thomas Hobbes (1588-1679) e o empirista liberal John
Locke (1632-1704), que abordara o homem como ser natural e social.
Com esse estágio do pensamento, o século 17 começa com um grande movimen-
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3 – Loja Maçônica
Loja Maçônica é uma reunião regular de Maçons. A Loja inicia-se quando são
abertos os trabalhos, e termina quando estes são dados por encerrados. É comum
o uso das palavras Templo Maçônico e Loja Maçônica como sinônimos.
A palavra “Loja” vem do germânico antigo – Loubja” – e dos vocábulos diale-
tais “leubja” e “loubja”, cuja corruptela deu “loge” (em francês) e “Lodge” (em
inglês) e “loggia” (em italiano). A palavra tinha o sentido de abrigo, lar, cabana.
Esta palavra, Loja, nada tem a ver com o “colégio” dos obreiros romanos, nem
com o termo “logia” (estudo, tratado) dos gregos.
Para que uma Loja, também conhecida como Oficina, possa ser regular, justa e
perfeita é necessário que seja uma reunião de Sete Mestres Maçons e apenas regu-
lar se, no mínimo, a presença de três Mestres Maçons, completando sete membros
com companheiro e Aprendizes.
Se o número de maçons for inferior a sete, ainda assim poderão reunirem-se,
formando ou fundando um triangulo, o qual é constituído por Mestres em número
de 3 (três) e completado por Companheiros e Aprendizes 6 membros. Um
Triangulo só poderá ser fundado se não existir, no Oriente onde se pretenda a sua
instalação, nenhuma Loja que trabalhe no Rito em que esse Triangulo vai trabalhar.
Os Maçons podem se reunir (formar Loja) em qualquer lugar (mesmo que não
seja em um Templo Maçônico), até num deserto, campo ou floresta, contanto que
estejam ocultos ou retirados das vistas e dos ouvidos profanos. Nessas condições,
dizemos que a Loja está “a coberto”. E porque nos dias que correm, a Loja é
geralmente instalada dentro de um Templo próprio, a expressão “a coberto” ou
simplesmente “coberto”, é empregada também em relação ao Templo (ver no
Ritual, a abertura ritualística nas sessões).
Nos primeiros tempos, na Maçonaria Operativa, os Maçons formavam suas
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Lojas nos canteiros das construções, em cabanas, hospedarias por ser o banquete,
parte essencial de tais reuniões, cujo cerimonial era o mais simples possível. Com
o advento da Maçonaria Especulativa, em maio de 1776, foi inaugurado, na
Inglaterra, o Freemasons Hall, de Londres. Em 1776, o Grande Oriente da França
proibiu, por decreto, que suas Lojas se realizassem em tavernas e hospedarias.
Estava inaugurado o período dos Templos Maçônicos.
Cobrir o Templo, significa sair do Templo. Quando, em Loja, um irmão neces-
sita (motivado por uma emergência qualquer) sair em meio à sessão, solicita ao
Vigilante de sua coluna (e este solicitará ao Venerável) a autorização para aquele
Irmão “cobrir o Templo”.
4 – Templo Maçônico
Como mencionamos no capitulo anterior houve divergências entre o Supremo
Conselho da França, de um lado, e os Supremos Conselhos dos Estados Unidos e
da Inglaterra, de outro, em conseqüência foram alterados alguns procedimentos
ritualísticos, símbolos e principalmente a concepção interna do templo, tendo sido
dividido em Oriente e Ocidente e não mais constituído apenas pelo trono
Venerável Mestre.
O Templo Maçônico é baseado no Templo de Salomão. Entretanto, apesar de
ser uma construção material, o templo tem, para os maçons, um significado espi-
ritual. Tem a forma de um plano retangular em forma de quadrilongo. De qualquer
ponto da Terra, livre dentro do próprio planeta e como que suspenso no espaço da
esfera celeste, pois, conforme diz o ritual, o seu comprimento é: do Oriente ao
Ocidente; a sua altura: da Terra ao Céu, a sua largura: do Sul ao Norte; a sua pro-
fundidade: da superfície ao centro da Terra. Tudo isso para nos dizer que a
Maçonaria é Universal e o Universo, um verdadeiro Templo.
Assim, podemos afirmar que o Templo Maçônico dos dois primeiros graus
simbólicos do Rito Escocês nasceu na França. Representa um quadrilongo, forma
geométrica, definidas diferentemente por vários pesquisadores. Para uns, o qua-
drilongo seria composto por três quadrados perfeitos; para outros, seria um duplo
quadrado; outros, ainda, o definem como um retângulo cuja proporção entre os
lados seja 1 x 1,618.
O Templo não deve ter janelas ou outras aberturas, a não ser que por elas nada
se veja desde o exterior. Ao longo da frisa das paredes laterais e passando, sem
interrupção, pela parede do fundo do Oriente, há um cordão que forma, de distân-
cia em distância, nós emblemáticos em número de 81. Esse cordão termina de
cada um dos lados da porta de entrada, por duas bordas pendentes. Deve haver
mais duas bordas (artificiais), no Oriente, partindo dessa mesma corda. Na parede
do fundo, no Oriente, há o Painel do Oriente, conforme visto no ritual do 1º grau.
Os nossos Templos atuais são adaptados. Desta forma nem sempre obedecemos
às dimensões e características do Templo ideal. E também, nem sempre obedece-
mos às alegorias e símbolos que foram criados posteriormente, e que se tornaram
parte da tradição maçônica. Hoje, os Templos Maçônicos são mais simples.
Contudo, há que se entender que, quanto mais completo o Templo, tanto maiores
os ensinamentos simbólicos.
O Templo Maçônico é, fisicamente, a realização material dos Painéis da Loja
(simbólico e alegórico). Todavia, se os Maçons tomarem por modelo de seus
Templos, o Templo de Salomão, não quer dizer que pretendam reconstruir mate-
rialmente aquele monumento. Em Maçonaria, esse Templo é ele próprio, um sím-
bolo de maior amplidão: Simboliza o Templo Ideal, sempre inacabado, em que
cada Maçom é uma pedra, preparada sem machado nem martelo, no silêncio da
meditação. É o Templo Espiritual. Para o Maçom, o Templo de Salomão não deve
ser considerado nem na sua realidade histórica, nem na sua acepção religiosa judai-
ca, mas sim, na sua significação esotérica, bastante profunda. Da mesma forma que
os cristão propuseram-se a realizar sobre a Terra, o reino de Deus – espécie de
paraíso reconquistado – graças à generalização das virtudes cristãs, os Maçons
pretendem o mesmo ideal quando se propõem a terminar a construção do Templo
da Fraternidade Universal. Mas o seu método não é o das religiões. Ao invés de
fazer um apelo, indistintamente a todos os indivíduos, para alista-los debaixo da
bandeira de uma fé, senão totalmente cega ao menos aceita sem controle efetivo, a
Maçonaria se dirige apenas aos espíritos emancipados, capazes de se determinarem
a si próprios, de acordo com aquilo que conhecem como razoável e justo. A cons-
trução desse Templo Interno é indispensável, e deve anteceder à do Templo
Externo da Fraternidade Humana. Todas as tentativas de paz entre os homens têm
fracassado, por falta de um Templo Ideal, Interno e, ao mesmo tempo Coletivo.
O quadrilátero que forma o Templo é dividido proporcionalmente, em duas
partes; numa terça parte, situa-se o Oriente e nas restantes três partes o Ocidente.
No Oriente chega-se a um plano elevado através de três degraus. No Ocidente,
na entrada uma porta e próximo, duas colunas denominadas de “B” e “J”, conhe-
cidas como colunas do pórtico. Ao redor, nas paredes laterais surgem seis colunas
de cada lado, ora em relevo, ora em baixo relevo, cujo capteis nada sustenta,
sendo colunas ornamentais que correspondem aos doze signos do Zodíaco.
No Oriente, um trono onde tem acento o Venerável Mestre que preside os tra-
balhos; para atingir esse trono, em uma segunda elevação, mais quatro degraus.
O trono está sob um dossel que na sua parte frontal possui o “Delta Sagrado”,
constituído por um triângulo e nele inserida a letra hebraica “Iod”.
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Sala dos Passos Perdidos – Ao vestíbulo precede a Sala dos Passos Perdidos,
onde os irmãos e os visitantes aguardam a permissão de ingresso, mobiliada con-
venientemente e possivelmente ornada com figuras emblemáticas, alegóricas ou
retratos. Se destina à preparação dos Maçons, onde se encontram os paramentos
necessários que os Maçons usam, em especial os aventais e o ambiente é compos-
to com iluminação apropriada, com queima de incenso, tudo para formar um
ambiente propício à meditação; à meditação é conduzida habilmente pelo Mestre
de Cerimônias com sua preleção que pode conter uma prece para despertar os
sentimentos de religiosidade que o Maçom porta, formando o cortejo para entrada
dos irmãos no Templo.
do Símbolo que não ser nomeado categoricamente, mas sim evocado, sugerido,
sentido, portanto a todo tipo de qualidades não representadas.
Segundo alguns estudiosos do assunto, o Símbolo pode ser visto ainda sob qua-
tro sentidos diferentes: o sentido literal, o sentido alegórico, o sentido tropológico
ou moral e, o sentido anagógico ou místico.
O conhecimento do Sagrado Triângulo em que a Loja assenta o seu fundamen-
to: da SABEDORIA que orienta, da FORÇA que impele da BELEZA que execu-
ta. Régua, Maço, Cinzel, três Colunas Sagradas do Templo.
O 1º Grau (Aprendiz Maçom) é o alicerce da filosofia Simbólica, resumindo ele
toda a Moral maçônica de aperfeiçoamento humano, compete ao Aprendiz
Maçom o trabalho de desbastar a pedra bruta, isto é, desvencilhar-se dos defeitos
e paixões, para poder concorrer à construção moral da humanidade, que é a ver-
dadeira obra da Maçonaria.
O Templo Maçônico é decorado por muitos Símbolos e suas simbologias, entre
eles os altares, Abobada Celeste, Colunas, Colunetas, Adornos do Próprio
Maçom, Corda de 81 Nós, Pavimento de Mosáico, Romãs, Símbolos do Oriente.
Altar dos Juramentos – O Altar dos Juramentos existe nos Ritos: Escocês
Antigo e Aceito, Adonhiramita e Brasileiro. Já existiu no Rito Moderno. Não
existe nos Ritos de York, Schroeder.
No eixo principal do corpo do Templo (linha imaginária que representa o equa-
dor), próximo aos degraus de acesso ao Oriente, situa-se o Altar dos Juramentos,
apoiado no chão do Ocidente, permitindo a passagem por trás dele. Sob a forma
de um prisma triangular de um metro um metro de altura. no Ocidente, situado no
pavimento de mosáico, de 80 cm de altura tem por tampo um triangulo equilátero,
com o vértice voltado para o Venerável Mestre, no qual ficam o Livro da Lei,
sobre o qual está o compasso e o esquadro na posição de grau. Em Loja de
Aprendiz, o Esquadro deve ser colocado sobre o compasso. O Compasso devera
ter suas pontas voltadas para o Ocidente e a abertura deve ser de 45º. O Esquadro
se relaciona com a matéria e o Compasso com o Espírito No Grau de Aprendiz, a
matéria ainda predomina sobre o espírito, daí o Esquadro ser colocado sobre o
compasso. Rodeando o altar três candelabros de bronze. Em geral acesos antes da
abertura dos trabalhos e em algumas Lojas acesas com cerimonial especial.
Salmo 133 – Walnyr Goulart Jacques, em sua obra “Uma Loja Simbólica”, nos
brinda com a seguinte interpretação sobre o Salmo 133, “Excelência do Amor
Fraterno”, lido na abertura dos trabalhos no Grau de Aprendiz do Rito Escocês
Antigo e Aceito, cujo texto selecionado encerra significado muito espacial, mani-
festado no ensinamento simbólico e filosófico da fraternidade: “Excelência do
Amor Fraternal”. Para melhor compreensão, tentaremos interpretá-lo dividindo-o
em três partes:
1º parte: ”Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos habitem em união”.
Para o hebreu de outrora, a palavra “irmão” apresentava significado bem defi-
nido. Jerusalém não era apenas a capital entidade civil, mas também uma entidade
espiritual. Em certas ocasiões, práticas religiosas eram celebradas no Templo de
Salomão. Era um período muito feliz, pois todos os judeus reconheciam a sua
comum irmandade e “habitavam em união” por diversos dias, na Cidade Sagrada,
para onde todos convergiam.
Mais do que qualquer outro povo, os judeus davam importância à unidade da
família. Os filhos nunca deixavam a tenda do pai, mesmo na época em que viviam
como nômades no sistema patriarcal. Quando um rapaz casava, outra tenda era
levantada. Somente as moças deixavam o lar, pois tinham que se mudar para a
tenda de seus maridos. Era o ideal da família, que os “irmãos sempre habitavam
em união”.
Essa unidade que os caracterizava foi quebrada pelo exílio babilônico. Os
judeus, então, estabeleceram-se em cidades, aprenderam vários ofícios, prospera-
ram materialmente, e por fim se espalharam para os centros mercantis do velho
mundo. A típica coessão familiar foi partida.
Mais tarde, com a permissão de retorno à Jerusalém, reconstruiu-se o Templo e
o versículos parece um toque de reunir, uma chamada para relembrar os bons dias,
quando todos habitavam em paz e felicidade na terra natal.
Assim como os irmãos de sangue sentiam a necessidade de unir-se em torno do
templo familiar, depreende-se que a filosofia maçônica tomou como exemplo essa
salutar experiência, para doutrinar os adeptos a estarem sempre juntos como única
família, constituindo o seu Templo Espiritual.
Nos dias atuais, quando são lidos os versículos sempre da mesma forma, no
mesmo momento do ritual de abertura da Loja e são considerados os trabalhos
com plena força e vigor, esse texto atua em todos os presentes ao ato, como um
unificador das mentes em torno do grande objetivo comum, pois que nesse
momento constituiu-se uma obre de criação, à glória do Grande Arquiteto do
Universo.
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2º parte – “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a
barba de Aarão, e que desce à orla de suas vestes”.
Os egípcios naquela época usavam a cabeça raspada; pelo contrário era marca
de distinção entre os judeus, o cabelo e a barba compridos. A barba era um sinal
de veneração e virilidade. Se um judeu recebesse um convidado para ceiar ele lhe
dava as boas-vindas derramando-lhe óleo sobre a cabeça. O texto é claro e diz:
“sobre a cabeça e a barba, até a orla dos seus vestidos”, portanto,o óleo tinha que
ser em abundância para fazer o efeito. Se alguém era realmente bem vindo, o óleo
havia de correr livremente da cabeça aos pés, passando pela barba, pescoço até o
vestiário. Tinha que ser bastante óleo, para que o seu perfume enchesse a sala de
refeições, dando ao ambiente um odor refrescante, da mesma maneira que quere-
mos boa-vontade e companheirismo dominando as nossas reuniões, enchendo a
atmosfera com um doce sabar de fraternal regozijo. A hospitalidade da reunião
deve gerar um sentimento de ardor, vivacidade e prazer entre todos os que estão
reunidos. Tudo deve contribuir para as palavras do bom homem da casa. Entre
irmãos estamos realmente contentes...”.
O Olho que tudo Vê – O Olho que tudo vê pode ser considerado como o sím-
bolo de Deus manifestado em sua onipresença – seu guarda e protetor – ao qual
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alude Salomão no Livro dos Provérbios (XV, 3), quando diz: “Os olhos do Senhor
estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”. Trata-se de um símbolo
da Divindade Onipresente.
Sol – Estrela entorno da qual giram a Terra e os outros planetas do sistema solar,
e que comparada a outras, é relativamente pequena e de brilho fraco, parecendo
maior e mais brilhante por se encontrar mais perto. Sua luz leva oito minutos e
meio para atingir a Terra, ao passo de que a segunda estrela mais próxima de
nosso planeta (próxima do centauro) o faz em três anos e quatro meses.
O Sol, fonte de toda vida na Terra, sempre foi adorado de forma bem distinta,
desde os tempos mais remotos da Humanidade. Já os selvagens da idade da Pedra
tinham os conhecimentos astronômicos, necessários para orientar seus toscos
Monumentos de Pedra.
As representações do Sol são frequentes nas obras de arte e obras religiosasde
toda a antiguidade. O Sol é o símbolo da luz, da inteligência, da origem, do prin-
cípio ativo, enquanto a Lua representa o princípio negativo, é o feminino, a pas-
sividade, a imaginação.
era o sol e Isis a Lua; na Síria Adonis era o Sol e Astarot a Lua; os gregos a ado-
ravam como Diana e Hecate; nos mistérios de Ceres, enquanto o hierofante ou
Sumo Sacerdote representava o Criador, e o portador de archote o Sol, o epibó-
mios ou o oficial mais próximo do altar, representava a Lua. Em suma, o culto da
Lua era bastante difundido, tanto quanto o do Sol”.
Os Maçons mantém a sua imagem em seus ritos, porque a Loja é uma represen-
tação do Universo, onde, como o Sol governa durante o dia, a Lua preside duran-
te a noite; como um regula o ano, assim faz a outra com os meses ( Um mês lunar
compreende 27 dias, 7 horas, 43’ 15’’ e5’’’), e como o primeiro é o rei do exerci-
to estelar, esta ultima é a rainha; ambos, porem, recebem o calor, a luz e a potên-
cia dele, que como a terceira e maior Luz o senhor do céu e da terra controla a
ambos.
A Lua simboliza o principio feminino, aquoso, frio e úmido, o úmido radical ou
Mercúrio dos hermetistas, a imaginação, a sensibilidade. Em Astrologia, ela cor-
responde as funções as mais materiais, á “substancialidade” ao povo (Rhéa).
Por outro lado, a Lua simboliza a constância, a regularidade, a afeição, a obedi-
ência, a evolução, e a luz moral.
A sua representação constitui, na Maçonaria, um dos Símbolos de origem her-
mética; as duas colunas, o Sol e a Lua eram para os hermetistas que os introduzi-
ram no simbolismo maçônico, a imagem dos dois sexos.
5 – O Templo de Salomão
Não se conhece o lugar exato onde foi construído o Templo, visto que dele não
sobrou qualquer vestígio, sabe-se que ele foi construído no Monte Moriah apenas.
Foi terminado em 1012 a. C. e dedicado em 1004.
A construção do Templo em Jerusalém deve ter sido um acontecimento dos
mais significativos e, até em nossos dias, não deixaria de se construir um fato fora
do comum, já que nessa construção estiveram empenhados dois Reis: Salomão rei
de Israel e Hiram rei de Tyro. Este nasceu em 1063 a. C. e morreu em 985 a. C..
A turbulenta história dos judeus explica por que não fora ainda construído
qualquer templo em honra a seu Yahvej (Jeová) até que Salomão o fizesse.
Conta a Bíblia em Crônicas que David já se dispusera a erigir um Templo, mas,
que Deus lhe enviara uma mensagem através do profeta Nathan avisando-o de
que não era ele David, mas sim, seu filho Salomão que havia sido escolhido para
essa tarefa.
Não dispondo de mão de obra especializada e nem de material necessário.
Salomão recorre ao seu aliado e amigo rei de Tyro que logo concordou, mas,
mediante pesado tributo como bom comerciante que era. Assim Salomão entrega-
ria 20.000 medidas de farinha, 20.000 medidas de cevada, 20.000 medidas de óleo
e 20.000 medidas de vinho, alem de outras especiarias. E, ao final, entregou
Salomão a Hiram 20 cidades da Galilea. Ao tomar posse dessas cidades, Hiram as
encontrou em tão lastimável estado que protestou, assim, aprendemos não só na
Bíblia, mas, no Ritual do 6º grau do Rito escocês.
Hiram enviou também a Salomão um artífice em metais, filho de uma viúva de
nacionalidade judia que havia esposado um homem de Tyro. Este filho da viúva,
famoso por sua competência em trabalhar com metais era Hiram Abif, estreita-
mente ligado a nossa liturgia maçônica.
A madeira cortada no Líbano foi transportada em balsas até Joppa que atual-
mente, se chama Gaffa. Joppa era um porto que distava cerca de 45 kilometros de
Jerusalém.
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6 – Painel
Segundo diversos Dicionários Enciclopédico chama-se painel a um quadro de
pano, oleado, etc., no qual são pintadas, gravadas ou bordadas, etc., as figuras que
servem para a instrução maçônica, e que é exposto depois de aberta a sessão e
fechado os trabalhos.Os ingleses chamam-no de “Tracing Board”, isto é, “Taboa
de Delinear”, reminiscência da Maçonaria Operativa simbolizando a “prancheta”
sobre a qual o “Mestre traçava linhas e delineava desenhos”.
Nas Lojas primitivas, o Cobridor desenhava sobre o soalho do local da reunião
um paralelograma e dentro dele alguns símbolos maçônicos, que, depois da ini-
ciação, o candidato devia apagar com balde e esfregão. Posteriormente, algumas
Lojas aboliram este método, adotando objetos de metal, representando dos símbo-
los, que colocavam no soalho e sobre os quais eram feitas as instruções simbólicas
e morais.
Pelos fins do século XVIII, apareceu um desenvolvimento dos sistemas anterio-
res, juntando-se os símbolos sobre um tapete, geralmente montado em rolos sobre
os quais eram enrolados. Muitos destes tapetes continham os símbolos dos três
graus, outros os dos dois, outro os dos três sgraus separadamente.
Finalmente, o pintor John Harris, em 1820, desenhou os painéis geralmente
adotados pelas Lojas. Nunca houve qualquer regulamentação a respeito de tais
desenhos e por isso existem variações, todas, porém, baseadas no simbolismo
original.
Todavia, em nossos dias, o Templo reproduz, em grande parte, os símbolos
antigamente desenhados no painel, e é por isto, segundo alegam, que os franceses
o aboliram, ao passo que ainda é mantido pelos ingleses. No entanto, o Rito
Schroeder continua utilizando o tapete pintado, desenrolado no centro da Loja.
7 – Abobada Celeste
É costume ser o teto do templo decorado com a pintura ou representação do céu
(obedecendo o estabelecido pelo rito praticado). Chama-se, por isso, o teto do
Templo de “abóbodceleste”. Entretanto hoje em dia está sendo abandonada essa
tradição e o teto do Templo está sendo pintado apenas em azul liso. Isto porque, a
pintura, no teto, de todo o planisfério celeste, resultaria difícil dispendiosa e, além
disso, se formos pintar nesse teto, o modelo tradicional oriundo da Maçonaria euro-
peia, teríamos as estrelas e constelações tal como se apresentam na Europa, de onde
procede a Instituição, e não como se apresentam a nós, neste lado do mundo.
8 – Colunas
Como se sabe, Pilar ou (coluna) é um elemento de construção abóboda ou enta-
blamento, ou que serve de adorno, podendo também, cumprir ambas às funções.
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A ideia primitiva foi o emprego de colunas como suportes de telhados, uma ideia
que derivou da árvore. Assim, eram a principio, bastante simples e, como tal,
podem ser encontradas na história de todos os povos. Com o tempo, foram pas-
sando a ser construídas de modo a também servirem de adorno. Assim é que, no
Egito, eram simples monólitos, ao passo que no Império Romano, chegaram ao
maximo em luxo. Era também generalizado, na antiguidade, o costume de se
erigirem colunas, como marco de grandes acontecimentos ou como reconheci-
mento aos Deuses.
Desconhecendo a lei da gravidade e não podendo imaginar como a terra era
“sustentada”, os antigos – que a imaginavam Plana – pensavam que fosse susten-
tada por colunas (ou por elefantes enormes).
As colunas se compõe e três parte: Base (pedestal). Corpo (fuste) e Capitel.
Fazem parte do Templo Maçônico, além das já mencionadas, as colunas Jônica,
Dórica e Coríntia.
Em Maçonaria a palavra “coluna” pode ter três significados:
Jônica – Coluna esbelta e elegante. Sua altura é igual a nove vezes o seu diâ-
metro de base. Tem o fuste assentado sobre um pedestal e apresentando 24 estrias
(também chamadas caneluras, cracas ou meias-canas) separadas por um filete e
não por uma aresta viva, como na Dórica seu capitel é caracterizado por uma
dupla espiral ou voluta.
Deve existir um quarto pilar, no canto nordeste, (Charlier) más esse pilar é vir-
tual e não material, como podem ser os outros três. Esse quarto pilar é o da inteli-
gência Suprema, por isso não aparece, nem pode ser materialmente representado.
Coluna Jônica – A Jônica: é esbelta e elegante. Sua altura é igual a nove vezes
a seu diâmetro de base. Tem o fuste assentado sobre um pedestal e apresentando
24 estrias (também chamadas caneluras, cracas ou meia canas) separadas por um
filete e não por uma aresta viva, como na Dórica. Seu capital é caracterizado por
uma dupla espiral ou voluta.
11 – Fraternidade Maçônica
No Templo está representada toda Simbologia da Fraternidade Maçônica e a
União dos Maçons. Segundo Plantagenet, a Corda de 81 Nós tem relação direta
com o Pavimento Mosáico, a Orla Dentada, a Cadeia de União e as Romãs. Cada
um desses símbolos relembra que todos os Maçons espalhados pela superfície do
globo formam entre si uma única família de Irmãos. A Corda de 81 Nós é, portan-
to, o emblema simbólico da União e da Fraternidade Maçônica.
O Piso do Templo no Oriente é construído com materiais diversos: de madeira,
granito, mármore, forração, carpete ou tapete, incluindo a escada do acesso ao
Oriente.e da cor escolhido pelos Irmão.
No Ocidente apresenta o piso de dois tipos; o mais usado é tomado por inteiro
pelo Pavimento de Mosáico, rodeando a beira da parede e limitando o pavimento
existe a Orla Dentada, também chamada “Muralha Protetore”, é formada por tri-
ângulos, lado a lado, em uma fileira contínua, que contorna todo o Pavimento
Mosáico. É chamada “Orla dentada” porque esses triângulos em tal arranjo lem-
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12 – Corda de 81 Nós
É a corda colocada na friza das paredes do Templo, que apresenta, de distancia
em distancia, nós emblemáticos, em numero total de 81 que são chamados “laços
de Amor” e primitivamente, estas cordas eram desenhadas no pequeno paralelo-
gramo, traçado no chão, com giz ou carvão, que constituía então o Painel da Loja
e que, posteriormente, foi substituído pelo “tapete”.
A corda sempre foi um grande instrumento nas antigas construções (como tam-
bém o é nas modernas). Serviu para arrastar pedras por planos inclinados, para
construir as Pirâmides e para inúmeros outros trabalhos, incluindo-se os da nave-
gação.
A corda de 81 nós percorre sem interrupção, as paredes do Templo, terminando,
de cada lado da porta do Ocidente, por uma borda pendente. Duas outras borlas
(estas artificiais), são colocadas no Ocidente de modo que, ao todo são quatro
borlas duas (reais) no Ocidente e duas (artificiais) no Oriente. A razão disso é que
as borlas devem representar as quatro virtudes cardiais: Temperança, Justiça,
Coragem e Prudência.
Á coragem e a Temperança devem corresponder às borlas situadas no Ocidente;
a Justiça e a Prudência são representadas pelas borlas do Oriente, devendo a
Justiça ser aquela que fica ao lado do Orador.
13 – Pavimento de Mosáico
O pavimento Mosáico é feito de ladrilhos brancos e pretos, colocados alterna-
damente em diagonal (Rito Escocês Antigo e Aceito) ou como num tabuleiro de
xadrez (Rito Moderno). Os Ladrilhos brancos e pretos representam o contraste; o
sim e o não; o ser e o não ser; a tese e a antítese.
A palavra “mosáico”, aqui, não se deriva como se poderia crer, de Moises mas,
sim, da palavra do latim medieval “Mosaicum”, antigo “musivam” derivada do
grego “Mouseios”.que significa “pertencente as musas” ou simplesmente, “artís-
tico” a cercadura de que falamos tem o nome de “Orla dentada”, que é uma cor-
ruptela de “borla dentada”, conforme verificaremos adiante.
A Maçonaria é uma escola de harmonização, no fundamento de que a melhor
síntese é a conciliação, a união dos opostos. Além disso, o contraste entre o branco
e o preto, sugere a diversidade que existe, tanto nos seres animados como inanima-
dos; diversidade que existe tanto na natureza como no mundo das ideias; a hetero-
geneidade entre os seres humanos, em raça, cor, religião, opiniões etc., porém se
Maçons, sempre ligados entre si pelo cimento: Tolerância e benevolência.
A disposição desses ladrilhos, alternados, define líneas retas que servem para
regular os passos dos irmãos. Assim o iniciado livre das misérias profana, é posto
a pisar sobre pedras lavradas e a andar com passos dirigidos e firmes, pois, reto é
o passo do Aprendiz e reto é o seu caminho.
A rigor o Pavimento Mosáico é o assoalho do Templo, devendo extender-se por
todo o quadrilongo, abrangendo, inclusive, o Oriente, isto porque, em Loja cober-
ta, não se dão passos perdidos. A evolução do simbolismo Pavimento Mosáico,
permitiu, com o tempo, que ele fosse reduzido às dimensões de uma pequena
prancha que é colocada no Ocidente no centro do piso do Ocidente, tendo no
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centro o altar dos Juramentos. Neste caso o restante do piso, não coberto pelo
Pavimento de Mosáico, tem a mesma característica do Oriente.
No Ritual de Aprendiz o pavimento de Mosáico, apresenta o seguinte: “com
seus quadrados brancos e pretos, nos mostra que, apesar da diversidade e do anta-
gonismo e todas as coisas da natureza, em tudo reside a mais perfeita harmonia.
Isso nos serve de lição para que não olhemos as diversidades de cores e de raças
e o antagonismo das religiões e dos princípios que seguem os diferentes povos,
senão é apenas, como uma exterioridade de manifestação, pois toda a humanidade
foi criada para viver na mais perfeita harmonia e na mais intima fraternidade”.
Poderemos, ainda, aduzir outras considerações: Os ladrilhos brancos e pretos
simbolizam os seres animados ou espírito e matéria, a vida e a forma, a polarida-
de positiva e negativa da natureza, a dualidade do bem e o mal. Desta forma, o
pavimento de Mosáicos lembra-nos a onipotência da vida. Ele representa a possi-
bilidade de harmonia,em se tratando de coisas antagônicas. Lembra ainda, o
mundo com suas dificuldades e consequentes contrastes, cujos caminhos percor-
remos com intermitências de sombra e de luz, de alegria e de tristeza de felicida-
de e de desdita. Representa o Pavimento de Mosáico a dualidade dos contrários
expressam o simbolismo do numero dois, que é objeto de estudo especial em “O
Simbolismo dos números na Maçonaria”, do mesmo autor, e desta mesma editora.
O Pavimento de Mosáico quando representado na Loja por um retângulo cen-
tral, tendo no centro o Altar dos Juramentos com três candelabros e sobre ele o
Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso, sempre foi objeto do mais profundo
respeito entre os Maçons que nele não podem pisar senão se não quando há estri-
ta necessidade de fazê-lo, por exemplo na abertura e fechamento do Livro
Sagrado pelo Orador e os irmãos que lhe acompanham e que formão o Palio e
quando há necessidade de prestar os juramentos.
O Dicionário de Maçonaria de J. G. Figueiredo nos informa que: “Ao penetrar
ou movimentar-se na Loja nenhum Maçom deve pisar no Pavimento de Mosáico
em que se ergue o altar, e sim, ladeá-lo ou circunvagá-lo sempre com o ombro
direito voltado para o altar em respeito às forças magnéticas ou secretas que se
concentram e acumulam naquele local”. Esta claro que, neste caso, o piso do
Templo não esta todo revestido com o Pavimento de Mosáicos.
Existe Lojas que consideram o Pavimento de Mosáico sagrado, simbolizando o
Tabernaculo ou Sancto-Santorium, que abrigava a Arca da Aliança.
O saudoso Irmão José Castellani, em sua “Cartilha do Aprendiz”, nos fornece
autentica discrição sobre o Tabernáculo, a seguir transcrito:
Fortaleza, Prudência e Justiça; os quatro elementos dos antigos: água, terra, fogo e
ar e, também, os quatro dirigentes que governam estes elementos.
14 – Romãs
As romãs representam às Lojas, pela afinidade de seus grãos, e a união de toda
a família maçônica, como o exemplo de Fraternidade que deve servir para toda a
humanidade.
Pela divisão interna, mostram os bens produzidos pela influência das estações
representam as Lojas e os Maçons espalhados pela superfície da terra. Suas
sementes, intimamente unidas, nos lembram da Fraternidade e a União que devem
existir entre os homens.
No Ritual de Aprendiz, a quarta e a sexta instrução instrução, assim se referem
a romã:
1ª Instrução “As romãs são símbolo equivalente ao feixe de Esopo: milhares de
sementes contidas no mesmo fruto, num mesmo germe, numa substância, num
mesmo invólucro, imagem do povo maçônico, que por mais multiplicado que
seja, constituiu, constitui e sempre constituirá uma e a mesma família. Assim, a
romã é o símbolo da harmonia social, porque só como as sementes, apoiadas umas
às outras, é que o fruto toma sua verdadeira forma”.
6ª Instrução “As romãs, pela divisão interna, mostram os bens produzidos pela
influência das estações; representam as Lojas e os Maçons espalhados pela super-
fície da Terra. Suas sementes, intimamente unidas, nos lembram a fraternidade e
a união que devem existir entre os homens.
15 – Cadeia de União
É feita após terminados os trabalhos, para a comunicação da palavra semestral,
ou visando a outros objetivos (o Aprendiz aprenderá à respeito em Loja). Deve ser
realizada com a presença de, pelo menos, sete irmãos.
Uma cadeia da União é formada da seguinte maneira: Os irmãos formam uma
cadeia circular ou (elíptica) no centro do Templo, ficando o Venerável no ponto
mais oriental e o Mestre de Cerimônias, ao outro lado, no ponto mais Ocidental do
circulo. O venerável terá, à sua direita o 1º vigilante, seguido pelo Orador, e a sua
esquerda o 2º vigilante seguido pelo Secretário. Os demais irmãos estarão forman-
do os dois semicírculos, até o Mestre de Cerimônias. Todos os irmãos cruzam os
braços sobre a base do tronco, o direito sobre o esquerdo, e dão-se as mãos.
A Cadeia de União tem sua origem nos Canteiros medievais. A Cadeia de
União, nos principais Ritos é formada, exclusivamente, para a transmissão da
Palavra Semestral que, como penhor de regularidade e de frequência, é enviada
pelo Grão-Mestrado, a cada seis meses, às Lojas, somente o Venerável toma
conhecimento transmitindo-a aos obreiros na cadeia.
16 – Colunas Zodiacais
Denomina-se Zodíaco a faixa da esfera celeste pela qual se move o Sol, a Lua
e os planetas. É formado por 12 constelações, localizadas no topo das colunas
ornamentais localizadas junto as paredes do Ocidente, seis de cada lado; na
Coluna Norte, corresponde a Aires, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem; na
Coluna Sul correspondem a Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário
e Peixes.
A linha central do zodíaco é a eclíptica, trajetória do Sol em seu movimento
anual aparente em torno da Terra. O zodíaco estende-se até 8º, para cada lado
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desta linha, e cada constelação zodiacal corresponde a 30º contados sobre ela. A
eclíptica é inclinada em relação ao equador celeste; o ângulo desta inclinação, que
representa a chamada obliquidade da eclíptica, varia com o tempo.
17 – Equinócio e Solstício
Para conhecimento do que se compreende por Solstícios, transcrevemos tradu-
ção de trecho apresentado pela “Enciclopédia Britânica”:
a diferença entre a duração dos dias é muito pequena,a data e celebrada alguns
dias antes ou depois sem maiores implicações.
Nota-se no Ato, assima a falta do Cadastro Númerico da Loja (Nº 5), isto porque
somente em 1930 foram catalgadas as Lojas com cadastro númerico, ocasião que
foram classificadas pelo Sereníssimo Carlos Reis de acordo com a antiguidade de
sua Carta Constitutiva, sendo catalogada na ocasião a Prudente de Morais o núme-
ro cinco. Hoje a segunda mais antiga, sendo a mais atiga a Loja nº 4 do Oriente
de Casa Branca.
No primeiro Ritual de Aprendiz adotado pela Grande Loja, aliás estabelecido
por Mário Behring, em suas paginas iniciais estabeleccia sobre as Festas:
“Além das datas festivas, prescritas pelo Regulamento da Grande Loja e das
Lojas, todos os obreiros devem reunir-se em banquete maçônico nos dias 24 de
junho e 27 de dezembro, correspondente à passagem dos solsticios. Havendo
impedimento sério o banquete poderá ser realizado em outro dia próximo a data”.
“As festas de Solstício que anualmente celebra a Maçonaria tem lugar na época
dos solstícios de Verão e Inverno, dedicada a primeira ao reconhecimento e a
segunda a Esperança. São as chamadas festas de São João”.
Os banquetes de São João de Inverno e de verão se celebram em mesa única e
em forma de ferradura, com a face interna livre, para facilitar o serviço.
Em um e outro caso o Venerável Mestre, que segundo o catecismo Maçônico
representa ao Sol, ocupa os extremos da linha vertical dos Solsticios respectivos. Os
Vigilantes se colocam sobre os dois extremos do Equador, os pontos equinocciais que
marcam as duas estações. Estes pontos estão, colocados no Ceu sobre o limite que
separa os dois hemisferios, como Vigilantes de inspecionar a estação que começa e
a que termina, é tão exata esta observação, que é somente do Equador donde pode-
mos ver os dois polos ao mesmo tempo, de tal modo, que desde lá percebemos
sucescivamente todas as constelações e observamos suas evoluções. Tratando-se de
uma tangente a circunferencia inferior, perpendicular ao raio vertical indicaram seus
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Capítulo II
1 – Trabalho
O Trabalho mostra que todos nos dependemos uns dos outros; vejamos o
Trabalho de um agricultor que planta e colhe o algodão favorece o trabalho do
caminhoneiro que transporta o algodão para a fabrica, onde o operário da industria
têxtil o transforma em tecido que chega a costureira através dos vendedores das
lojas para atender seus clientes. Assim o Trabalho gera habilidade e experiência
para aquele que o executa; O Trabalho cria não apenas relações comerciais, mas
também sociais.
O Trabalho nos proporciona aprendizagem, conhecimento, estabelece parce-
rias através do ensino. Em linhas gerais, o ensino maçônico abrange o estudo de
suas origens, seus Ritos, sua Ritualística e Liturgia, Simbolismo, Direito,
Legislação e a Administração Maçônica através da Ética, da Moral e da
Filosofia, transmitindo as suas ideias e seus ensinamentos através de símbolos,
alegorias e emblemas.
3 – Cadeia de União
Uma Cadeia de União bem feita, em que cada irmão se conscientize da res-
ponsabilidade ali empenhada, constitui-se no verdadeiro elo de união, cuja
manifestação de fé conjunta irá inundar todos os corações, com eflúvios de
saúde, de força e de união.
A razão da necessidade de frequência à Loja, diz muito a respeito da forma-
ção homogênea da equipe que desenvolve o ritual e que participa dessa cor-
rente. Quanto mais correntes forem efetuadas por uma Loja, mais se sentirá a
força da coesão, da uniformidade e da prosperidade maçônica. Lojas existem
que realizam Cadeia de União em todas as sessões.
A cadeia de União é uma cerimônia mística e esotérica, embora muitos
irmãos não aceitem a assertiva, porém é a pura realidade. Meditemos no
seguinte:
1º. o Venerável Mestre representa o Sol criador, que investido dos poderes
emanados pelo Grande Arquiteto do Universo, em Seu nome abre a Loja;
2º. o perfume exalado pela queima do incenso, impregna o ambiente e torna-
o harmônio e produtivo;
3º. o som da música suave e apropriada, enche o espaço e torna límpida a
receptiva a mente dos participantes;
4º. a palavra semestral transmitida, seguida do desejo uníssono de Saúde,
Força e União, por ocasião da entrada dos solstício de verão e de inverno,
quando o Sol aquece a terra mais, ou menos, ou seja quando habita as
portas da plenitude de vida, ou de seu fenecer, resurgindo novamente para
constituir o ciclo do sistema solar, ou ciclo anual de vida;
5º. o Círculo Misterioso realizado em torno do Altar dos Juramentos, onde se
superpõem as três Grandes Luzes da Maçonaria, completam a obra de cria-
ção iniciada quando da abertura ritualística da Loja, atingindo o ápice da
corrente mágica, que gera a força e alimenta a egregora coletiva da oficina.
Tudo isso infunde força positiva no grupo de irmãos que constitui a Loja,
desde que todos estejam conscientizados da nobre obrigação de servir e traba-
lhar em beneficio da humanidade.
O ritual de abertura calma e disciplinadamente executada; os giros bem
orientados e obedientes aos fluxos naturais; os temas bem conduzidos, sério e
harmonicamente tratados; a Cadeia de União calorosamente argolada pelos
irmãos; o encerramento da sessão saudosamente precedido, causará, temos
certeza, uma semana de compreensão, de amor Fraternal e de Paz a todos.
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4 – Composição da Loja
São as Luzes de uma Loja: O Venerável, o 1º Vigilante e o 2º Vigilante. São as
cinco Dignidades de uma Loja: O Venerável, o 1º Vigilante, o 2º Vigilante, o
Orador e o Secretário. Os demais membros da administração, são chamados:
Oficiais.
As Lojas são classificadas segundo os graus que estão subordinadas e do Rito
adotado. No caso do Rito Escocês Antigo e Aceito compreendem duas Jurisdições
Maçônicas. Segundo o regime administrativo do governo maçônico em todo
mundo, há uma linha divisória entre a maçonaria Simbólica e a maçonaria filosó-
fica, limite este que traça, perfeitamente, a ação que a cada um desses ramos esta
assinalada nas respectivas jurisdições, embora todos os maçons estejam ligados
pelos mais estreitos laços de amizade, em uma família universal.
Para manter essa harmonia geral e pelo respeito as Jurisdições Simbólicas regu-
lares do Brasil, a estas fica entregue o governo dos três primeiros graus do Rito:
Aprendiz, Companheiro e Mestre, chamados graus simbólicos. (Dos Estatutos e
regulamentos Gerais) do Sob. Soberano Supremo Conselho do Grau 33º do Rito
Escocês Antigo e Aceito para a Republica Federativa do Brasil.
5 – Aprendiz Maçom
A palavra não tem somente significado maçônico. Indica aquele que está apren-
dendo um oficio ou arte, significando, por extensão, aquele que é novato ou
inexperiente. É o primeiro grau da Maçonaria simbólica Universal, admitido em
todos os sistemas e Ritos. O nome foi tirado da Maçonaria Operativa, na qual o
Aprendiz ocupava o Grau mais inferior da escala entre os operários. A Maçonaria
Especulativa adotou os usos, costumes, regulamentos e instrumentos das antigas
corporações, fraternidades ou guildas operarias de construtores a fim de estabele-
cer o seu próprio sistema de organização e de moralidade.
No simbolismo maçônico, o Grau de Aprendiz apresenta o homem na sua pri-
meira infância e nos primeiros séculos da civilização. O Aprendiz deve estudar as
leis, os usos e os costumes da Instituição, trabalhando, simbolicamente no desbas-
tar da Pedra Bruta, o que faz desde o meio dia até a meia-noite.
Pedra Bruta – A Pedra Bruta se apresenta em estado natural e grosseiro tal como
foi extraída da natureza. Ela representa a infância do Homem e a própria humani-
dade. É de se reconhecer que a humanidade evoluiu muito mas não passa de uma
pedra bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias etc. A Pedra Bruta é uma joia,
por oferecer, latente, a possibilidade de ser aproveitada para edificar, para construir.
Todo individuo tem qualidades socialmente aproveitáveis, mas para tanto, é neces-
sário que se lhe desbastem as arestas de uma formação grosseira.
A Pedra Bruta ensina ao Aprendiz, que o homem, dotado de inteligência e racio-
cínio, pode aperfeiçoar-se na educação e instrução.
Graças à iniciação Maçônica (novo nascimento), o Aprendiz se encontra em
“estado natural”, desembaraçado de tudo o que a sociedade profana lhe impigiu
(artificialidade, preconceitos, etc.). Encontra de novo a liberdade de pensar livre-
mente e, graças às suas ferramentas, ferramentas estas que a Maçonaria lhe oferece,
trabalhará, por si mesmo, a sua Pedra Bruta, tornando-se mais perfeita possível.
A Pedra Bruta, segundo Luis Umbert Santos (Catecismo Maçônico), é o emble-
ma da pedra informe e irregular que desbastam os Aprendizes. É o símbolo da
idade primitiva e, por conseguinte, do homem sem instrução e em estado natural.
A Pedra Bruta é a imagem da alma do profano antes de ser instruído nos mistérios
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Maçônicos e figura em terceiro lugar entre os emblemáticos que devem ser repre-
sentados sempre no quadro do primeiro grau.
Nos templos maçônicos simbólicos coloca-se a esquerda da Coluna B (à
esquerda da Coluna J no Rito Moderno), junto com um tosco malho... O
Aprendiz Maçom deve trabalhar e estudar para adquirir o conhecimento do
simbolismo do seu grau e sua aplicação e interpretação filosófica; a este tra-
balho dar-se o nome de “Desbaste da Pedra bruta”. Por isto, tão cedo o irmão
tenha recebido a primeira Luz e o Orador tenha completado a sua instrução, o
Venerável Mestre dispõe que entre imediatamente em atividade, começando
por verificar o seu primeiro trabalho.
O irmão Experto ou o Mestre de Cerimônias o acompanham então ate a
Pedra Bruta e entregando-lhe o Malho ensina-lhe a dar três golpes misteriosos
com os quais devera chamar no futuro às portas dos templos, explicando-lhe
ao mesmo tempo o seu significado que é: Busca e encontraras; chama e te
abrirão; peça e te darão.
Os Trabalhos, no grau de aprendiz têm, por objetivo, demonstrar ao novo
iniciado a escravidão em que vive, despertando em seu coração o sentimento
de sua própria dignidade, incentivando-o no estudo da Verdade o Aprendiz
tem, por objetivo, lutar contra os inimigos naturais do homem, as paixões
contra os hipócritas, os perjuros, os fanáticos e os ambiciosos, os que especu-
lam com a ignorância e o obscurantismo, combatendo-os com vigor para que
a luz vença as trevas, para que a honra derrote a perfídia e a verdade triunfe
do erro. É este o simbolismo do Aprendiz que passa das trevas para a luz.
Simbolicamente, a Iniciação representa a morte do Neófito para as trevas e o
seu renascimento para a verdadeira luz.
6 – Sessões Maçônicas
A abertura e o encerramento dos trabalhos das Oficinas de qualquer natu-
reza por um cerimonial e formulas especiais, que não podem ser dispensados
e que são prescritos nos Rituais dos vários Graus. No simbolismo, a abertu-
ra a abertura não pode ser feita sem a presença de, no mínimo, sete irmãos,
dos quais três devem ser Mestres, variando, no entanto, em função do Rito
adotado.
Este cerimonial de abertura e encerramento dos trabalhos, sempre repetiti-
vo, estabelecidos pelos Rituais desde tempos remotos, tem importância muito
significativa, embora muitos maçons não lhes de importância, por acharem
uma perda de precioso tempo, entretanto, com este procedimento procura a
Maçonaria lembrar o tempo por ocasião da dependência de nossos pais, os
quais todos os dias não se casaram de repetir diariamente os mesmos conse-
lhos, que permanecem em nossa memória para sempre.
As sessões de uma Loja podem ser Econômicas, Especiais e Magnas e obe-
decem em suas cerimônias o determinado pelo Rito adotado, entre eles os
Ritos Escocês Antigo e Aceito e o Rito Moderno, também conhecido como
Rito Frances.
7 – Iniciandos
O meio que proporciona a conscientização da mente para se obter o estado
mental que permite a condição necessária para se estabelecer a sintonia com a
energia dos elementos, nos foi proporcionada pelos povos antigos que iniciaram
os estudos e estabeleceram a simbologia especulativa e filosófica dos quatro ele-
mentos naturais: terra, ar, água e fogo, através de suas convicções religiosas e não
raras vezes considerados como Divindades.
Os conhecimentos que chegaram aos nossos dias deram origens aos Rituais, e
consequentemente, aos surgimentos dos Ritos. Desta forma, a cada prova iniciá-
tica vencida, executada pela cerimônia estabelecida nas iniciações, consegue-se o
fortalecimento do Eu e absolvição dos conhecimentos que nos transmite os ele-
mentos, bem como põe o iniciando em sintonia com as fontes energéticas, entre
as forças da natureza e o iniciando de forma consciente. Conhecimento este absor-
vido pelo próprio Iniciando.
O fato do Iniciando vencer as provas iniciátícas, o faz com que tenha o domínio
total sobre a energia e a compreensão dos conhecimentos simbolicamente trans-
mitidos. No Ritual maçônico cada uma das quatro provas faz uma inovação aos
elementos, apresentando um nível crescente de relacionamento com eles.
A primeira prova do iniciando, a prova da reflexão ou prova da terra, onde o
iniciando só passa por indução simbólica a refletir sobre a vida profana. A Camará
de Reflexão apresenta a simbologia que representa as oferendas ao elemento terra.
Após vencer a prova da terra o Iniciando começa sua jornada dentro do Templo,
onde se submete as três provas restantes, passando pelas provas dos elementos: ar,
água e fogo.
Os candidatos à iniciação deverão ser avisados por seus proponentes, que são
os seus padrinhos, das obrigações que têm a cumprir.
Assim, o padrinho fica na obrigação de prevenir o candidato do dia, hora e lugar
em que devera se achar, de que devera trazer vestuário preto e bem assim da
quantia que terá de despender com a sua iniciação, segundo o que estiver fixado
pela Loja, e da quantia que é de praxe depositar no tronco de benemerência.
Todavia, e de suma importância que o proponente tenha o cuidado de esclarecer
ao Iniciando tudo sobre a Maçonaria, principalmente sobre os Princípios esposa-
dos pela Maçonaria e seus deveres ao ser constituído maçom, principalmente os
necessários esclarecimentos sobre os absurdos cometidos pelos Irmãos nos inde-
vidos e prejudiciais trotes que submetem o Iniciando. Não raras vezes de aciden-
tes chocantes que ultimamente tem acontecido com o abandono do candidato em
plena cerimônia, causando grandes transtornos e irreparável prejuízo para nosso
Conceito Deve ficar isso muito recomendado para que o candidato não passe
qualquer vexame, devido o descuido ou inexperiência de seu proponente e descui-
do do Venerável Mestre no transcorrer do processo de sindicâncias.
É oportuno o cuidado que deve prevalecer no trato com os Iniciandos, isto é,
não deixar em segundo plano saber se o Iniciando provem de família maçônica,
ou se este não é possuidor dos conhecimentos sobre sua futura vida Maçônica.
Neste último caso é que vem os graves prejuízos para a Ordem e principalmente
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8 – Sessão de Iniciação
Segundo explica Jaime Pusch, a iniciação é a “sessão magna de admissão de
novos membros aos mistérios maçônicos. A iniciação tem o significado básico de
ressurreição. É a morte para o mundo profano com o consequente ressurgimento
no mundo Maçônico. A libertação cármica, no plano espiritual, pela recepção dos
mistérios iniciáticos. Todas as seitas religiosas e sociedades místicas recebem seus
neófitos por uma cerimônia com maior ou menor simbologia. Por ser a Maçonaria
uma cultura dinâmica pode-se entender a iniciação como um processo permanen-
te de evolução dentro da ordem, sendo a sessão magna de iniciação tão somente
a aceitação do profano, e a síntese simbólica do que virá a ser o seu caminho na
fraternidade”.
Por tanto, como se observa, a cerimônia de iniciação deve ser realizada com
muita seriedade e com a preocupação de que seu efeito seja bastante marcante para
o candidato. Em função dos vários objetos realizados na iniciação, todos os mem-
bros da Loja devem estar preparados para as funções a serem desempenhados.
Muitos irmãos terão que colaborar com o Arquiteto, especialmente com a aqui-
sição de alguns itens e com a ajuda na ornamentação do Templo. Assim por
exemplo, o Secretário deverá providenciar os documentos que lhe competem
(Ritual, Constituição e Regulamento, Placet de iniciação do candidato etc.), o
Experto verificará se estão nos devidos lugares os utensílios que são de sua res-
ponsabilidade: (Questionário, Venda Capuz etc.) e o Tesoureiro verificará os
aspectos financeiros.
Verifica-se, pois, uma verdadeira conjugação de esforços para o brilho de uma
cerimônia que a grande maioria dos membros da Loja sequer conhece o candidato.
Assim sendo, feitas essas considerações, descrevemos a importância dos uten-
sílios da Loja para iniciação no preparo do Templo e o cuidado especial com a
Camará de Reflexões pela simbologia que se traduz no inicio do ressurgimento do
neófito no mundo maçônico.
Graças à Iniciação Maçônica (novo nascimento), o Iniciando se encontra em
“estado natural”, desembaraçado de tudo o que a sociedade profana lhe impingiu
(artificialidade, preconceitos etc.). Deverá, portanto estar preparado para aprovei-
tar, isto é, ter condições de meditar e analisar sobre a primeira lição que lhe pro-
porciona a filosofia maçônica, graças a qual encontra de novo a liberdade de
pensar livremente e, Graças as ferramentas que a Maçonaria lhe oferece, talhará
por si mesmo, a sua Pedra Bruta, tornando-a mais perfeita possível.
A Câmara de Reflexão, além de simbolizar um dos quatro elementos alquímicos
da antiguidade (a terra), representa a masmorra que, figuradamente, encarcera a
consciência humana, retirando a livre determinação do homem, regida pelo racio-
cínio critico. Além de mostrar que a Maçonaria rejeita esse encarceramento da
consciência, esta pratica maçônica quer mostrar que o candidato deve desprender-
se das convenções sociais e mundanas que ele traz de fora e que, mesmo inadver-
tidamente, podem escravizar a sua consciência.
A permanência na Câmara tem, todavia, origem nos hábitos da cavalaria medie-
val, que floresceu a sombra da Igreja, assim como a Maçonaria de Oficio, ou
operativa e a própria Maçonaria dos Aceitos, ou Especulativa, em seus primór-
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instituída no século XIV pelo Rei João da França e também da conhecida “Ordem
da Jarreteira” fundada por Eduardo III da Inglaterra para si próprio e para 25 de
seus cavaleiros.
Realmente, o avental maçônico é um símbolo antiquíssimo. Com, ele lembra-
mos nossos irmãos operativos que o usavam não como um paramento, mas, como
um indispensável acessório de trabalho.
Não é de admirar, por isso, que o avental maçônico atravesse séculos e é hoje
envergado com reverência devido a um símbolo que representa o que de mais
importante existe para identificar aqueles que escolheram a maçonaria como um
sistema de vida.
O Avental em uma Loja maçônica poderá estar ornamentado para identificar
cargos ou graus, mas, isto não diferencia um maçom de outro. O avental pode ser
feito de pele de carneiro, como é a tradição, como de outro material, até de papel
branco, se necessário.
Usos e costumes, maneiras de se fazer conhecer, toques, palavras e prática ritu-
alísticos podem divergir, de um país a outro, porém, uma coisa é Univeral nas
Lojas maçônicas regulares em todo o mundo: o uso de avental durante os traba-
lhos Maçônicos.
O Avental maçônico além de ser o emblema mais característico do maçom
(posto que qualquer um possa ostentar um distintivo maçônico na lapela do seu
paletó) só é envergado por quem realmente foi iniciado na Ordem.
Por ultimo, não importa que o avental revele pelas suas insígnias, a hierarquia
ou grau de quem o usa. Uma vez usado por um maçom num templo maçônico,
desaparecem títulos, presidentes, cientistas, patentes militares, etc. etc. são todos
irmãos e como tal, são e devem ser tratados.
Scorpius nos transmite a seguinte mensagem: Professores nesta matéria há
muitos, muitíssimos mesmo, mas Mestres, na verdadeira acepção da palavra,
existem infelizmente poucos. Para responder às inúmeras consultas, poderíamos
usar apenas de nossa velha experiência e dos conhecimentos que nos foram
transmitidos nas várias Câmaras por que temos passado, mesmo pelo exterior,
mas preferimos argumentar com Godicke, que no seu Dicionário Simbólico da
Maçonaria diz: “O avental maçônico, ordinariamente fabricado com pele bran-
ca, é o principal atributo da Arte Real, e a nenhum irmão é permitido apresentar-
se em Loja sem ele”.
Há aventais para todos os Graus, desde Aprendiz até Grande Inspetor Geral,
mas como a base da instituição é o simbolismo, os maçons de Grau de Mestre em
diante, podem usar nos trabalhos o avental desse grau, distintivo da plenitude das
faculdades maçônicas. Sem avental é que não pode haver trabalho maçônico, por
muito que pese aos professores encartados de liturgia aplicada.
9 – Sessão de Filiação
É o ato pelo qual é admitido, adotado ou incorporado numa Loja, um Maçom
que, por qualquer motivo, se tenha desligado de sua Loja mãe e que apresente
documento que o libere da Loja que era filiado. A filiação deve ser pedida por
meio da Bolsa de Propostas e Informações, em petição dirigida ao Venerável
Mestre e aos membros da Loja. O requerente é admitido se os sindicantes, secre-
tamente nominados pelo Venerável, apresentarem boas informações a seu respeito
e o escrutínio secreto tenha sido favorável.
No caso da perda de sua regularidade, por ultrapassar o tempo, estabelecido
pelas leis da Obediência, fica considerado irregular e seu processo para a filiação
se assemelha aos candidatos à iniciação.
O Maçom que está afastado da Ordem Maçônica, ou seja, que não está filiado
a nenhuma Loja; diz-se, também que é um Maçom que “esta adormecido”. O
Maçom nessas condições é irregular e, para “acordar”, precisa solicitar a uma
Oficina Simbólica a sua filiação com a consequente regularização.
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10 – Sessão de Regularização
O Mação é considerado irregular quando se afasta de sua Loja, sem observar as
condições estabelecidas pelas leis da Obediência, ficando impedido de filiar-se a
outra Loja. Nestas condições somente poderá voltar a frequentar a Loja após pas-
sar por um processo de Regularização, isto é, corrigir sua falta para obter sua
regularidade, podendo após a Sessão de Regularização solicitar documento neces-
sário para filiar-se a outra Loja (Certificado de Grau ou Quite Placet, se for o
caso).
11 – Adoção de Lowtons
Nas mãos dos jovens sempre foram depositadas as esperanças de um futuro
melhor para a sociedade. A maçonaria sempre esteve atenta a esse pensamento,
tanto assim que, no universo, há as ordens paramaçônicas DeMolay e Meninas do
Arco-íris para rapazes e moças filhos de maçons ou que façam parte da família,
até 21 anos de idade. Os lowtons, da mesma forma, são jovens adotados pelas
lojas maçônicas, que, a partir daí, passam a ter toda orientação da oficina, visando
prepará-los para se tornarem um futuro maçom e um homem de bem. Sua vanta-
gem é ser criado num ambiente maçônico, respirando maçonaria, o que não ocor-
re com um profano, que, quando indicado para a ordem, chega como uma verda-
deira “pedra bruta”.
A adoção de Lowtons constitui ato maçônico da mais alta responsabilidade
assumida por uma loja maçônica, tendo em vista a natureza e a sublimidade do
encargo, dar integral cumprimento.
As Oficinas, evidentemente deverá atuar com prudência ao concederem as doa-
ções, porque deverão acharem-se devidamente dotadas das condições indispensá-
veis para atender o compromisso assumido que é na Ordem Maçônica, um empe-
nho Sagrado.
A cerimônia de adoção é solene e grave, e nela dá-se asilo e proteção às crianças
que penetram no Templo, e as quais passarão a ter, em cada obreiro da Loja, um
protetor diante dos perigos da vida.
Cumpre assegurar-lhe convívio social ameno e afável, amor ao trabalho que
lhes manterá a moralidade de costumes, espírito dotado de fôrça, virtude e união.
A aspiração do reinado do bem na terra, o exemplo da conduta virtuosa, a com-
preensão, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o respeito mútuo a Tolerância,
amar e socorre, amar e socorrer o próximo, a prática de boas ações e outros pre-
conceitos fundamentais, constituem ensinamentos da filosofia e da moral, e repre-
sentam o ideal fraterno da comunidade.
No perpassar do templo vem a Instituição, através de suas Lojas, oferecendo
dignificante exemplo de dedicação e desvelo pelos seus afilhados.
Objetiva-se ainda, na incessante busca da perfeição humana, dar novas dimen-
sões no convívio, amparo e dedicação aos “lowtons”. Assim é que as Lojas tem
por obrigação efetivar Sessões Brancas semestrais com os seus “lowtons” a exem-
plo das Lojas do interior, proporcionando-lhes a oportunidade de maior contato
com seus pais adotivos e receberem ensinamentos adequados e lições de moral e
cívica através da palavra de obreiros da Loja. Após a sessão reunir-se-ão Obreiros,
Lowtons e convidados em dependências próprias para um informal e festivo con-
vívio social, segundo nossas tradições.
O simbolismo do Ritual de Adoção pela sua beleza e no seu abrangente signifi-
cado e conteúdo, não devem ser considerados simbólico e como um cerimonial
realizado e mantido por ser prática tradicional maçônica. Deve, sim ser conside-
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rada como necessária e uma obrigação a ser observada pelos padrinhos e pela
própria Loja, aos quais cabe a responsabilidade de orientar e proteger-los, não
esquecendo-se dos deveres que assumiram, pois nesse caso a adoção de lowtons
é uma falsa, iniciada com a representação do cerimonial e encerrada com a última
batida de malhete.
Algumas Lojas, as quais mantem um razoavel número de Lowtons, mantem
sua Loja de Lowtons, orientadas por sua Comissção de Lowtons e adotam o
Ritual da Loja de Lowtons. Foi este Ritual aprovado em Assembleia da
Confederação da Maçonaria Simbolica do Brasil, realizada no passado no
Estado de Pernambuco, tendo a tese “Adoção de Lowtons” apresentada pela
Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, elaborada pelo saudoso Irmão
Herve Cordovil.
Adoção de Meninas – Cumprindo promessa para dar apoio aos lowtons, como
o fez com os jovens DeMolay e com a Ordem do Arco-Íris que, juntamente com
as Estrelas do Oriente, para senhoras, o Grão Mestre Salim Zugaib tendo em conta
a inegável evolução filosófica da cultura universal e os entendimentos sempre
progressistas da Maçonaria, apresentou e conseguiu aprovar pela Assembleia, o
Projeto de Lei, que foi incorporado em contexto regulamentar, para que as Lojas,
como lowtons, filhas ou netas de Maçom.
Foi, assim, alterado os procedimentos da Adoção de Lowtons passando as Lojas
a adotarem como lowtons os filhos, filhas, netos e netas de Obreiros de seu
Quadro. O significado desta adoção é que, a partir dela, os membros da Loja,
principalmente os padrinhos, ficam responsáveis pelo adotado, dando-lhe, na falta
do pai, orientação segura.
Cabe aqui esclarecer que a adoção de meninas não pretende dar ingresso às
mulheres na Ordem ou dar-lhes oportunidade de participarem de sessões ritualís-
ticas. A única seria a cerimônia de Adoção e que o lowtons (masculino) não é
maçom e que para se tornar um, deverá dar atendimento a todas exigências legais
para sua inicição na Loja, como qualquer candidato, com a vantagem de poder
solicitar sua admissão aos dezoito anos.
Desde o século dezenove, em muitas lojas das capitais estaduais e do interior,
além de fazerem periodicamente a adoção de grande quantidade de lowtons,
incluíam meninas (sexo feminino), apesar disto não ser permitido pela legislação
maçônica das potências consideradas regulares sua participação ritualistica, como
acontece com as Garotas do Arco-Iris que constituem uma Ordem Paramoçônica.
Os Regulamentos da grande maioria das potências, mantinham praticamente o
mesmo artigo, referente a adoção de Lowtons, como por exemplo especifica o
“Regulamento Geral” do Grande Oriente do Brasil, de 18.04.1989: “Uma Loja
regular tem direito: A admitir como os seus lowtons os filhos de maçons maiores
de sete e menores de treze anos, devendo ser como tais os filhos legítimos, natu-
rais e adotivos legalmente reconhecidos, dos maçons regulares”.
Mas nem com esta legislação especifica as adoções de meninas eram feitas
abusivamente, inclusive em lojas da jurisdição do Grande Oriente do Brasil, prin-
cipalmente nos Grandes Orientes que se declaram independentes e em tempos
posteriores pelas Grandes Lojas, as quais, também, mantinham a proibição cons-
titucional.
Entretanto, no que diz respeito ao Estado do Rio Grande do Sul, já as cerimô-
nias de adoção de meninas foram oficializadas em fins do século dezenove, como
comprova o Vade-mecum maçônico, editado com licença oficial do “Grande
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14 – Indumentária Maçônica
A Revolução Francesa marcou o fim do vaidoso traja aristocrático do século
XVIII. A austeridade revolucionária, também no vestir, expressava essa ideia,
depois parcialmente realizada, de uma indumentária racional, simples e pratica e
prática. A concepção aristocrática da elegância caia por terra. Das vestes mascu-
lina de então, compostas de paletó, colete, calças estreitas e botas nasceu, em
linhas gerais, a vestimenta masculina de até o final da segunda guerra e de lá para
cá calça e camisa para todos.
A Maçonaria, apesar de nascida de ideias liberais e libertárias do século XVIII,
continua a seguir a linha aristocrática em suas vestes; o terno preto, camisa bran-
ca, gravata preta e a beca, também denominada de balandraus para Maçons.
O irmão Boanargés Barbosa Castro faz s seguinte proposição:
“Traja: designa o vestuário dos Maçons, que deve ser decente e limpo e que não
comporta camisa esporte ou falta de paletó. Todavia pode ser usado um balandrau,
porém somente nas Sessões Econômicas. Nas Sessões Magnas o traje é preto, com
luvas brancas”.
Iniciação – os candidatos devem estar revestidos com traje social (terno e gravata)
não sendo permitido o uso de Beca para esta cerimônia.
Proibido – Em qualquer Sessão o uso de calça jeans e tênis.
Nota: – Os profissionais liberais (médicos e dentistas) que por força do trabalho,
principalmente nas Capitais, ficam impossibilitados de mudar A roupa, devem usar
Beca preta, bem comprida, supondo, assim, em caráter especial o traje adequado”.
Segundo o Rito praticado, de um modo geral, o traje dos maçons nas sessões
econômicas não é de rigor, com exceção das Lojas tradicionais inglesas que sem-
pre se apresentam com rigor em todas as sessões e, no caso das Lojas que praticam
o cerimonial de Emulação não dispensam, além do rigor o uso do chapéu tipo
cartola. Nas sessões magnas na maioria dos ritos exige terno preto, camisa branca,
gravata preta, sapatos pretos e meias pretas, coisa que é altamente discutível, pois
em regiões quentes dos Estados Unido, por exemplo, os Maçons costumam fre-
quentar as sessões em mangas de camisa, e o avental, evidentemente, pois traje
maçônico mesmo é o avental, já que sem ele o Maçom é considerado nu.
Nas solenidades e Sessões Magnas a maioria dos Ritos exige o rigor, e no míni-
mo traje completo, sendo importante que todos apresentem uniformidade na
vestimenta. No caso de algum dos irmãos apresentar-se fora do padrão é exigido
o uso de balandrau preto, cobrindo-se todo o corpo, inclusive os sapatos.
Capítulo III
1 – Régua de 24 polegadas
A régua é um pedaço de madeira reta ao qual podemos acrescentar uma gra-
duação. Dos instrumentos empregados pelo homem é um dos mais simples e
singelos, mas sua utilização é das mais amplas e sua simbologia das mais pro-
fundas. Da Régua dependem desde ás mensurações mais triviais ate a compre-
ensão dos fenômenos mais complexos, desde os atos mais simples do dia a dia,
ate a produção de uma obra de arte. Em todos os campos da atividade humana,
ela é fundamental e indispensável. Sendo sua função a de medir comprimentos,
distancias, longitudes, a régua torna-se essencial para conhecermos e entender-
mos o mundo material em que vivemos, bem como para que, com ele, possa-
mos interagir. Da Régua depende a medida de todas as grandezas físicas conhe-
cidas, pois se sabe que todas elas podem ser expressas fundamentalmente em
termos de espaço, tempo e massa isto equivale a dizer que todas as medidas
físicas dependem da Régua do relógio e da balança, mas lembramos de que a
operação dos dois últimos instrumentos é impossível sem a noção e a avaliação
da distancia.
A segunda medida fundamental no mundo físico é a medida do tempo, de
extrema importância em nossas atividades diárias e em todas as atividades
humanas. É bem conhecido o fato de que, para medirmos o tempo, necessita-
mos da noção de movimento, de deslocamento, de distancia e que por tanto a
medida do tempo depende também da Régua, isso nos mostra mais uma das
lições simbólicas deste instrumento; devemos medir e calcular o nosso tempo
utilizando-o para a consecução de ideais nobres. Por isto a régua do Aprendiz
Maçom tem 24 polegadas. As quais lembram às 24 horas do dia que devemos
usar com sabedoria.
Para medir e planear a obra – corresponde a Sabedoria do Venerável Mestre
que também a de medir e planear quando dirige os trabalhos.
A significação simbólica nos ensina que como no plano moral, o homem deve
medir os seus planos de ação deve medir e apreciar o contorno das suas ideias
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como se mede um pedaço de pedra, para ter o conhecimento exato do seu valor
e da utilidade. Material com espiritualidade, medir é saber, e o erro começa onde
se perde o censo de medida.
2 – Maço
Utilizado para desferir golpes, tem relação com o 1º Vigilante cuja qualidade é
a força e cuja missão consiste na transmissão de energia, E para transmitir aos
instrumentos à força de implosão necessária à execução do trabalho. O Maço é o
poder e a força. Qualquer que seja o sistema de impulsão adotado modernamente
nos labores do homem, ele se deriva da ideia primitiva do golpe. O Maço é a ação.
A tarefa do homem na vida, em síntese, tem como fim a remoção e transforma-
ção da matéria; toda ação humana se reduz a isso, quer no campo material, quer
da esfera moral. Mover pedras e terras, para a construção de um edifício; mover
pensamentos e ideias, para a construção de um ideal; para mover pedras e terra, é
necessária a impulsão muscular; para mover e transladar ideias, é necessária a
impulsão moral, – ação, vontade força espiritual, se, no plano físico, a Régua
tivesse traçado as suas linhas e o cinzel estivesse pronto para realiza-las na pedra,
mas faltasse força no braço do obreiro, o trabalho consciencioso da Régua e as
qualidades de penetração do Cinzel de nada serviriam; a obra não seria realizada.
O Maço é a impulsão que leva para frente. O Maço é a energia.
3 – Cinzel
Corresponde ao 2º Vigilante porque como este representa o elemento da Beleza,
assim o Cinzel é o instrumento com que o Maçom cinzela a pedra tosca nela,
criando líneas superficiais e molduras, para o embelezamento do edifício.
Simbolicamente modela o espírito e a alma, de acordo com os mandamentos da
sabedoria. Representa ás nossas faculdades morais e espirituais, subordinadas ao
nosso saber e a nossa prudência. Sem o desenvolvimento dessas forças o Maçom
não poderia agir no meio que o circunda, nem poderia dar feição à sua própria
natureza.Este Cinzel Maçônico deve ter fio e têmpora capazes de um esforço
grande e tenaz, isto é, o Maçom deve ter sentimentos generosos, mente Sá, Fé
profunda, estoicismo e capacidade do sofrimento.
4 – Joias Maçônicas
As joias maçônicas estão constituídas em Joias Fixa e as Joias Moveis.
Joias Fixas – São a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, Essas
joias deverão permanecer no Templo enquanto a Loja estiver com as “colunas
erguidas, Isto é fazem parte do Templo.
A pedra Bruta é a joia fixa do grau de Aprendiz, a Pedra Cúbica, do grau de
companheiro e a Prancha de traçar, do Mestre.
A Pedra bruta se apresenta em estado natural e grosseiro tal como foi extraída
da natureza. Ela representa a infância do homem e da própria humanidade. É de
se reconhecer que a humanidade evoluiu muito, mas não passam de uma pedra
bruta, com suas guerras, preconceitos, misérias etc. A Pedra Bruta é uma joia, por
oferecer, latente, a possibilidade se ser aproveitada para edificar, para construir,
Todo individuo tem qualidades socialmente aproveitáveis, mas, para tanto, é
necessário que se Le desbastem as arestas de uma formação grosseria.
A Pedra bruta ensina ao aprendiz, que o homem, dotado de inteligência e racio-
cínio, pode aperfeiçoar-se na educação e instrução.
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5 – Maço e o Cincel
São as duas ferramentas necessárias para talhar e desbastar a Pedra Bruta, fun-
ção primordial do Aprendiz Maçom, para que ela, esquadrada, se encaixe perfei-
tamente nas construções como pedra cúbica, isso, simbolicamente, significa o
aperfeiçoamento e a evolução dentro da ordem maçônica. Significa que o Maçom,
desbastando a impureza do seu próprio “eu”, do seu intimo, caminha, na senda
iniciatica em direção à Luz do conhecimento e da perfeição maçônica.
O Cinzel que se aplica sobre a pedra com a mão esquerda, lado passivo, corres-
ponde a receptividade, ao discernimento especulativo. O Maço, vibrado com a
mão direita, lado ativo, é a vontade.
Executiva, e determinação moral, donde emana a realização prática. O Cinzel
tem por missão fazer desaparecer as asperidades, isto é, os erros e os preconceitos.
Ao ser aplicado sobre a Pedra Bruta, o Cinzel é seguro com a mão esquerda, lado
passivo que corresponde à receptividade intelectual e ao discernimento especula-
tivo. O Cinzel produz a beleza final de toda obra e realiza os ornamentos e ador-
nos, ao mesmo tempo que faz ressaltar as figuras.
O Cinzel é a Ferramenta quem determina a justa aplicação da sabedoria, pois
nenhuma obra de arte poderá ser produzida na pedra sem a ação, bem orientada
do Cinzel, com a força do Maço, dentro das linhas retas e perfeitas traçadas pela
Régua. Simboliza a inteligência, porque, com ele, o artista lavra o mármore e faz
prodígios na pedra tosca. É o símbolo do progresso humano, da Razão sendo,
também, como o Malho, o da Arquitetura, da Escultura e das Belas Artes.
O Malho, como o Cinzel, é o instrumento de trabalho do Aprendiz, para alego-
ricamente “desbastar a pedra”, ou educar a agreste e inculta personalidade para
uma vida ou obra superior. O Malho simboliza a vontade, energia, o aspecto ativo
da consciência, necessário para vencer e superar os obstáculos.
– Não se deve confundir Maço ou Malho, com Malhete.
Malhete é o símbolo de autoridade do Venerável, os Vigilantes também usam
malhete, que corresponde ao 2º e 3º Malhete da Loja. O malhete tem a forma de
um “tau” grego e é, geralmente fabricado de madeira de buxo, símbolo de firme-
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7 – Espadas
A Espada faz parte dos objetos usados pelos Maçons, constituindo-se em
Símbolo que contém vários significados, como a justiça, a força e proteção, em
Loja existem dois tipos de Espadas: Flamejante e Gaudio (Espada Comum).
8 – Tronco de Beneficência
Também chamado Tronco de solidariedade, vem da Maçonaria Operativa. É o
auxilio material que os irmãos oferecem, através de suas respectivas Lojas, aos
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necessitados. Não deve ser ensinado ao Obreiro que um Irmão necessitado pode
retirar do tronco. Em tal caso, o Irmão deve dirigir se ao Irmão Hospitaleiro.
– O que é óbulo?
É a dádiva ou metal, que o irmão coloca no tronco de Beneficência.
– O que é Medalha Cunhada? Em Loja não se usa o termo “dinheiro”. Diz-
se metal ou medalha cunhada. Sendo a qualidade expressa em unidades de peso,
Istoé, ao invés de cruzeiros, dizemos “quilos” e, para centavos, dizemos “gra-
mas”. Por exemplo: Cr $ 542,78 – Quinhentos e quarenta e dois quilos e setenta
e oito gramas.
9 – A Palavra Huzze
Vem de uma velha aclamação escocesa: Huzza, que quer dizer viva: escreve se
huzza, mas pronuncia-se huzzé. A palavra é inglesa, porem veio Arábia e foi ado-
tado na Inglaterra, o que explica a diferencia de ortografia e pronuncia.
– São João da Escócia existiu?
Não se encontra esse santo, entre os catalogados e honrados da Igreja. Não se
sabe, portanto, de que santo se trata.
11 – A Escrita Maçônica
O sistema cartográfico maçônico, infelizmente tem seu uso pouco ou quase não
difundido, tendo sido eliminado até mesmo na circulação das palavras semestrais,
tornando-a presa fácil para os que dela não devem tomar conhecimento.
A maçonaria adota como técnica de escrita dois sistemas distintos: Alfabeto
Maçônico e as abreviaturas maçônicas.
O alfabeto maçônico, que por muito tempo foi utilizado para resguardar o nosso
sigilo, baseia-se em duas figuras geométricas que formam a ”chave do código”.
– A primeira chave é formada por duas paralelas cruzadas, também denominada
70
12 – Calendários Maçônicos
Muitos são os calendários adotados pelos Maçons. Os Maçons do Rito
Escocês antigo e aceito, em geral seguem o calendário hebráico, alegando que
foi usado na Maçonaria, desde o tempo dos cruzados.
O ano hebráico é lunissolar, sendo regulado pelo tempo em que a Terra faz a
sua revolução em torno do Sol; é dividido em meses lunares, que correspondem
ao tempo em que a Lua faz a sua revolução em roda da terra.
Como uma lunação tem lugar em cerca de 29 dias, 12 horas e 44 minutos, e
como cada dia e cada mês começa e termina a meia noite, alguns meses devem
ter sò 29 dias e outros 30 dias.
Os 12 meses lunares não completam, porém, o tempo de um ano solar, haven-
do um excesso de 11 dias, visto que o ano lunar tem 354 dias e o solar 365. Isto
do Lugar a que alguns anos lunares tenham 13 messes.
O ano hebráico começa em dois períodos diferentes, fazendo-se a distinção
de ano eclesiástico e ano civil. O ano eclesiástico começa no mês de Nisan ou
logo depois da Lua Nova, que se segue no equinócio de Março e serve para
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regular a época das festas religiosas dos Judeus. O ano civil começa no mês
Tisri ou por ocasião da lua nova seguinte ao equinócio de setembro e é usado
em todos os assuntos civis, legais e históricos, sendo este também o adotado
pelos Maçons.
Os meses hebráicos são os seguintes, os quais correspondem aos do calendário
gregorianos, adiante declarados:
O mês Veadar (2º Adar) só faz parte dos anos que tem 13 meses, tendo sempre
30 dias.
O ano de 12 meses denomina-se ano comum e pode ser de três espécies, a saber;
ordinário, com 354 dias; deficiente ou defectivo, com 353 dias; abundante com
355 dias.
O ano de 13 meses chama-se ano intercalar e pode ser também de três espécies,
que são: ordinário, com 384 dias; abundante com 385 dias.
Nos anos deficientes, o mês Kisley tem apenas 29 dias, nos abundantes o mês
Khesvan tem 30 dias.
E preciso decorrer o espaço de 19 anos para que as faces da lua tornem a suce-
der nos mesmos dias dos meses do ano solar civil; esse espaço de tampo é o que
se chama ciclo lunar.
Por esse motivo, em um período de 19 anos, são considerados intercalares os
seguintes anos do calendário hebráico: 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º, 19º.
Para achar o ano hebráico correspondente a um ano dado da era crista, junta-se
3760 ao número que representa o ano dado, se precede ao comeso do mês Tisri e
3761 se e depois dessa época. Exemplo:
2013 + 3760 = 5773
13 – As Abreviaturas Maçônicas
Abreviatura é uma redução gráfica de uma palavra ou grupo de palavras, e
remonta a antiguidade, como as anotações tironeadas em que uma letra ou uma
sílaba inicial substitui a palavra.
Há entretanto uma regra maçônica para o emprego das abreviaturas, tanto nas
palavras escritas no singular como no plural. Existe um certo número de palavras,
que, abreviadas, são entendidas por todos os maçons; o que não pode, é chegar ao
exagero, abreviando indiscriminadamente, qualquer palavra.
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a) – o corte deve ser feito entre a consoante e uma vogal; Ex; Or. = Oriente;
b) – o plural é feito através da repetição da letra inicial: Ex. VVig. = Vigilantes,
ou pela repetição da abreviatura; Or. Or. = Orientes como fazem algumas
obediências europeias.
Toda Abreviação Maçônica é caracterizada pelo uso de três pontos. Parece que
seu uso teve inicio na França, onde foram empregados em abreviaturas, em docu-
mentos maçônicos. Embora esse costume não tivesse sido admitido pelos Maçons
ingleses, ele foi-se generalizando, espalhando-se gradativamente por todos os
países, inclusive os Estados Unidos.
Segundo Ragon, a tripontuação foi usada, pela primeira vez, na circular de 12
de Agosto de 1774, onde se lia “G\ O\ de France”, dando uma informação a
respeito de mudança da sede do Grande Oriente. Entretanto, F. Chapuis contesta
Ragon, afirmando que os três pontos já apareciam nas atas da Loja “sincerité”, ao
serem mencionadas as eleições de 3 de dezembrode1764, isto é 10 anos antes da
data apontada por Ragon.
Outra explicação sobre a origem dos três pontos situa-os como herança dos
Rosa – Cruzes do século XVII; outra, diz que seriam provenientes da arte hiero-
glífica egípcia.
Embora, no inicio, os três pontos fossem apenas sinais de abreviaturas, não
tardaram a se transformar em símbolo ao qual foram dadas as mais variadas inter-
pretações. Citaremos algumas:
Os três pontos, na posição de vértivos de um triangulo equilátero, podem cons-
tituir o símbolo da divisa maçônica: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Para
Ragon, simbolizam o Passado, o Presente e o Futuro. Para Oswald Wirth, simbo-
lizam: Tése, isto é, a ideia que se defende; Antítese, ou seja, a oposição que lhe é
feita; e Síntese, isto é a harmonia das ideias opostas.
Os Maçons usam colocar os três pontos após a assinatura, porem os usa muito
mais como abreviatura dos vocábulos Maçônicos, obedecendo naturalmente, a
certas regras.
73
Capítulo IV
Conhecimentos Gerais
1 – Origens da Maçonaria
Segundo a lenda, Hiran Abif teria fundado a Maçonaria, ao construir o templo
de Salomão, que, para os maçons, simboliza o corpo humano, o Universo, pois
a “pedra bruta” Precisa ser polida para uma sólida construção mental e espiritu-
al. A Maçonaria pode ser Simbólica e filosófica. Simbólica quando mantém seus
três primeiros graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre; Potência filosófica
quando reconhece os demais Graus, segundo os ritos adotados: Escocês Antigo
e aceito, o mais generalizado; Moderno, Adoniramita, York, Schroeder e
Brasileiro. Daí a origem dos utensílios e instrumentos de pedreiros usados sim-
bolicamente pelos Maçons: O prumo, o compasso, a régua, o esquadro, o nível,
o malho, o cinzel e outros, como pedreiros livres, filhos da viúva, pois que
Hiran era órfão de pai.
Muito tenho lido e ouvido sobre as origens real da Maçonaria, razão de não
termos a presunção de doutrinar sobre tão nebuloso assunto. Apenas queremos
trazer para os irmãos, algumas considerações que, possivelmente, lhes facilitará
tirar algumas concluções sobre um assunto que tem sido objeto de tantas versões
e interpretações que, realmente, nem os cerca de 30.000 volumes publicados sobre
a maçonaria, conseguiram esclarecer. Sempre existiram e existirão os estudiosos,
os pesquissadores e os místicos que interpretarão, à sua maneira, esse mistério
intrigante : como se originou e de onde veio a Maçonaria.
Malgrado as divergentes opiniões sobre as origens da maçonaria, um fato é
reconhecido: seja gual for o prisma sob o qual se examine a história, ela é faci-
nante e, talvez seja por isso messmo que até hoje não se tenha chegado a uma
conclusão definitiva sobre sua origem.
Existe, porém, uma unanimidade: a maçonaria estaria intimamente ligada à
antigas sociedaddes iniciáticas e, possivelmente, delas descendem, num processo
de depuração e caldeamento de ritualiisticas que chegaram até nós. Se a compa-
ramos com as antigas sociedades secretas em número superior a 300, existentes
no antigo Egito, Grécia e Caldéa, uma das quais bem poderia ter sido o embrião
da maçonaria.
Mas, se dermos isso como certo, como ficam as antigas sociedade de constru-
tores, estas sim, composta de maçons operativos, universalmente, reconhecidas
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2 – Maçonaria Operativa
Podemos dizer que a Maçonaria Operativa, surgida na Inglaterra teve origem
nas corporações de construtores originadas das collegia artificum ou collegia
fabrum Greco romanas. Em Roma por volta do ano 715 A.C foram criadas orga-
nizações que incluíam membros de várias atividades para a construção de edifi-
cações permanentes, cujas collegia recebiam seus membros através de inicia-
ções e dividiam seus membros em graus e possuíam um fundo de caridade pelo
qual davam assistência aos pobres, usavam palavras de passe, toques, sinais e se
concentravam em suas atividades profissionais.
Desaparecidas as collegia no século III com as incursões de tribos beligeran-
tes vindas do leste da Europa que sobrepujaram o Império Romano, destruindo
a civilização então existente. Escolas, cultura, belas artes, religião e associações
de artesões de toda natureza desapareceram. Seguiu-se em seguida o período de
mais de setecentos anos conhecido como Idade das Trevas.
Passado esse período a Europa começou a reconstruir sua civilização com o
desenvolvimento e treinamento de artesões de todos os tipos, surgindo as orga-
nizações chamadas Guildas formadas por homens em várias localidades em
particular, que executavam um definido e especifico tipo de trabalho ou serviço.
É estas organizações com a qual a Maçonaria se relaciona. Seu objetivo era
governar a conduta de seus membros, coletar fundo para melhorar a vida dos
desafortunados e especialmente melhorar o nível técnico das especializações.
Muitos dos ofícios daquele período tinham segredos de execução zelosamente
guardados, onde os membros estavam sujeitos por juramento a não revelá-los
àqueles que não pertenciam à Guilda.
Como estas corporações eram agregadas a organizações religiosas, daí dedu-
zimos que seus componentes reforçaram a prática de Rituais.
Os Maçons operativos nem sempre se reunião em Templos instalavam a Loja
entre as moradias, no próprio local da obra, pois suas Lojas duravam enquanto
durasse a construção do edifício. Terminada esta, dispensavam-se, para se rea-
gruparem em outros locais localizados nos novos canteiros de obras.
A cada vez que se reunião desenhavam no chão, a giz, os símbolos, que reves-
tiam o caráter ritualístico das reuniões. Estes desenhos a giz (Painel) eram
apagados ao termino da reunião.
Era na Loja que se reuniam para orar, meditar, traçar planos, analisar o traba-
lho realizado e a ser realizado e prever o trabalho a realizar no dia seguinte.
Estas Lojas provisórias eram tão sagradas quanto nossos Templos.
Com a admissão dos Maçons Aceitos ou Adotados que eram membros hono-
rários e não praticavam, as Lojas substituíram o traçado a giz por um tapete, no
qual estavam bordados os Símbolos que davam o caráter de sacralidade à reu-
nião. Este tapete era estendido no principio das reuniões, enrolado e cuidadosa-
mente guardados no fim dela.
Traçado a giz, tapete ou Painel pintado em tela ou madeira sempre teve o
mesmo conteúdo, apenas com variantes do Rito. Aos símbolos nele figurados
nossos Irmãos sempre atribuíram caráter sagrado e sigiloso.
Durante séculos nossos irmãos Operativos escreveram na pedra mensagens
ocultas e legaram à Humanidade obras de arte fantásticas, Giz, Cordel,
Compasso, Régua, Esquadro, prumo, Nível, Malho, Cinzel era tudo o que pos-
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3 – Maçonaria Especulativa
No fim do século XVI na Escócia e a partir de 1646 na Inglaterra, as Lojas
Operativas começaram a aceitar personalidades que não tinham qualquer afinida-
de com o ofício de “pedreiro” ou “construtor” que era do que se constituía a
chamada maçonaria operativa. Foi assim que, acolhendo elementos da elite como
professores, filósofos, cléricos, elementos da nobreza e de outras classes sociais,
interessados em participar de uma instituição onde pudessem, livremente, expor e
discutir suas teses, teorias e pensamentos é que a maçonaria se tornou especulati-
va. Essa transição da maçonaria operativa para a especulativa, esta bem descrita e
relatada na obra “Natural History of Staffordahire” editada em 1668. Essa obra
cita que as personalidades que buscaram ingresso na Ordem Maçônica eram do
mais alto nível social e cultural.
O processo de assimilação das Lojas Operativas pela Maçonaria Especulativa
originou a Maçonaria Moderna, que se espalhou pelo mundo todo, porém este
processo teve um período de transição ao serem admitidos nas Lojas Operativas
membros integrantes da alta sociedade, da nobreza e da aristocracia. Para melhor
compressão transcrevemos trecho sobre o assunto do Livro “Historial da Franco
Maçonaria”, de autoria do Irmão Valton S. V. Tempski-Silka:
Londres desde 1662 – e cujo fim era o de se ocuparem das descobertas cientifi-
cas, excluindo a política e a teologia; em 1662, do Invisible College nasce a
Royal Society (Sociedade Real), congregando todos os sábios da época, não só
da Inglaterra como de toda a Europa. Instalou-se em 1701 na vasta propriedade
que adquiriu: Crane Court na Fleet Street. Da Royal Society é gerada a
Maçonaria Simbólica com membros puramente especulativos, e em 24 de junho
1717, é criada uma Grande Loja Londrina, isto é, um governo maçônico, por
quatro Lojas de antigos Maçons de Londres: “Crown Ale-hause” (Cervejaria
Coroa), em Parker`s Lane perto de Drury Lane; Apple-Tree Tavern (Taverna
Macieira) na Charles Street – Covent Garden; “Rummer & Grapes Tavern”
(Taverna Copázio & Uvas) na Channel Row – Westminster que se reuniram na
“Goose and Gridiron Ale-house (Cervejaria Ganso e Grelha) situada na Praça da
Igreja de São Paulo e elegeram o primeiro Grão-mestre, “Cavalheiro” Anthony
Sayer, com o Capitão Joseph Elliot e Jacob Lamball, Carpinteiro, como Grandes
Vigilantes. Anthony Sayer foi seguido como Grão-Mestre por George Payne
(1718), Dr. Jean Téophile Désaguliers (1719) e George Payne novamente em
1720. Depois, em 1721 o primeiro nobre na sucessão, o Duque de Montagu,
assume aquele oficio.
Das quatro Lojas, há evidências que a Rummer & Grapes Taverna era predomi-
nantemente especulativa e largamente composta por integrantes da alta sociedade,
membros da Royal Society, da aristocracia (João II, Duque de Monagu, primeiro
nobre Grão-Mestre, em 1721), Duque de Wharton o segundo e eminentes profis-
sionais. Homens como Jean Théophile Désaguliers educador ” pregador, cientista
investigador e 3º Grão-Mestre em 1710, e o Reverendo Pastor presbiteriano James
Anderson, escocês de nascimento, professor de belas-artes, autor da Constituição
de 1723 & 1738”.
5 – Pensamento Maçônico
Existem várias correntes no estudo do pensamento maçônico. Trataremos, por
ora, de duas delas: a dos maçons místicos e à dos maçons autênticos. Acorrente
mística busca, nas lendas do passado, a inspiração simbólica e filosófica. A auten-
tica prefere apoiar-se na história da humanidade e da própria Instituição Maçônica
à luz de registros autênticos. Cada uma a seu gosto, ambas a correntes tem trazido,
sempre, importantes contribuições, e marcado sua influência na evolução do pen-
samento maçônico.
fundado a referida Loja dois anos depois, isto é, em 1797. Essa Loja teve seu
destaque, pois consta que dela fizeram parte personalidades como o Visconde de
Cayru, Francisco Barreto Muniz de Aragão, Cipriano Barata e outros, todos natu-
ralmente, inflamados pelas ideias e teorias vindas da europa onde poucos anos
antes (1789) ocorrera a tomada da Bastilha e, consequentemente a Revolução
Francesa.
Uma das mais antigas memórias que se conhece sobre a maçonaria no Brasil,
publicada nos “Anais fluminenses”, em 1832 cujo autor é desconhecido, inicia a
sua crônica com as seguintes declarações, na obra intitulada “Quadro histórico da
maçonaria no Rio de Janeiro”:
do, desta maneira serem tomados de surpresa, por serem perseguidos e espiona-
dos, correndo enormes perigos. Todas tiveram vida efêmera, com exceção da Loja
São João de Bragança que conseguiu funcionar por mais tempo, isto porque em
seu quadro participava pessoas da corte portuguesa e em vista da grande espiona-
gem que era submetida pelo Rei e seu ministro, Villa Nova, resolveram os irmãos
de seu quadro entregar toda a documentação e encerrar as atividades.
81
Capítulo V
1 – Potências Maçônicas
Potência Maçônica ou Obediência é uma Federação de Lojas, que funcionam
sob um Poder Central, Gande Lojas, Grande Oriente ou Grande Orientes esta-
duais Tanto os Grandes Orientes ou Grandes Lojas, são constituídos por Lojas
que trabalham em vários Ritos.
São necessários a reunião de no mínimo três Lojas para constituir uma
Potência, tanto no caso de Grande Oriente e Grandes Lojas. Do ponto de vista
político-administrativo, a Maçonaria não deixa de ser um Estado dentro de
outro, ou um pais dentro de outro.Tem forma própria de Governo, que geral-
mente acompanha a forma de governo do Pais. Isto nos Países de Governo
Democrático, pois a Maçonaria é totalmente contra os governos ditatoriais.
Assim é que temos, na Maçonaria, os poderes: Legislativo, Executivo e
Judiciário.
– Legislativo: É exercido pela Assembleia Geral Legislativa. Constituem-na,
no caso das Grandes Lojas as Luzes das Lojas da Obedecia e no caso dos
Grandes Orientes pelos irmãos Deputados, eleitos por suas Lojas, compreen-
dendo no Grande Oriente federado dois Poderes Legislativos: Estadual e
Federal;
– Executivo: é exercido pelo Grão-Mestre, em uma Grande Loja e nos
Grandes Orientes estaduais e no Grande Oriente, federado (GOB), pelo Grão-
Mestre Geral, auxiliado pelos Grão-Mestres estaduais;
– Judiciário: Nas Grandes Lojas, exercidos pelos seguintes órgãos: Conselho
de Família e Tribunal de Primeira Instância das Lojas exercido pelas Regiões
Maçônicas; Tribunal de Recurso, Tribunal Superior Maçônico, Tribunal
Eleitoral. No caso dos Grandes Orientes: Conselho de Família, Tribunal do Júri
das Lojas, Tribunal de Justiça Maçônica e Tribunal Eleitoral,constituídos no
Poder Central e nos estaduais.
Originalmente designava-se por Grande Oriente uma federação de Ritos
exemplos: (Grande Oriente da França, Grande Oriente da Itália e Grande
Oriente do Brasil) que abrigam Lojas simbólicas de Ritos diversos (Emulação,
Escocês, Frances, Heredom, Misraim, Moderno, York Americano etc.) enquanto
que Grande Loja designava uma federação de Lojas adotando um único Rito
82
homem não haja prova em contrario”. Sua antiguidade é seu elemento essencial.
A pergunta que com maior frequência se tem feito na Maçonaria é a busca de
uma enumeração autorizada dos Landmarques, e pergunta alguma, recebeu tantas
respostas. Existem pelo menos três razões pelas quais não temos tal lista:
1. Não estamos de acordo com uma definição que os inclua a todos;
2. Ninguém que dê sua própria definição de Landmarks pode nomear todos
os que possam ser incluídos em tal definição;
3. Não podemos ter uma definição aceita por todos. Não existe autoridade
universal capaz de promulgar uma definição que não seja suscetível de
discussão.
3 – Maçonaria Moderna
As Constituições de Anderson são o documento básico da Maçonaria chamada
Moderna, que surgiu em Londres em 1717. Embora alteradas em 1738, em 1756,
em 1767 e em 1784, e não sejam a Constituição da Grande Loja Unida da
Inglaterra depois de 1815 ( em 1813 as duas correntes maçônicas inglesas –
“Antigos” e “Modernos” se fundiram num corpo só) o texto Andersoniano conti-
nua a dominar em suas linhas mestras.
As Constituições dos Franco–Maçom, contendo a História, das Obrigações,
Regulamentações, &c. dessa mui Antiga e Mui Venerável fraternidade.– Para o
uso das Lojas, foi traduzido no livro “As Constituições dos Franco– Maçons de
1723”, editado pelo Grande Oriente do Brasil, por João Nery Guimarães. Nos
informa na pagina 32 e 33 o surgimento da primeira Assembleia Geral presidida
por um Grão-Mestre:
“Que o Príncipe Edwin, o mais jovem filho do dito Rei, tendo sido instruído na
Arte de construir, e tendo feito suas Obrigações de um Mestre Pedreiro, para tes-
temunhar o amor que tinha pela referida profissão, e pelos honrados princípios
sobre os quais ela repousa, comprou uma carta livre de seu pai o Rei Athelstan,
para os Pedreiros que tinham direito de correição entre eles (como se dizia anti-
gamente), ou a Liberdade e o Poder de se administrarem por si, modificar o que
pudesse advir da desventura, e de ter anualmente uma Comunicação e uma
Assembleia Geral (360 Era Vulgar).
Que consequentemente o Príncipe Edwin convocou todos os Pedreiros do reino
para se reunirem a ele em assembleia em York, os quais vieram e constituíram
86
uma Loja Geral, da qual ele foi Grão-Mestre, e tendo trazido com ele todos os
Escritos e Arquivos subsistentes, alguns em Grego e outros em Latim, outros em
Frances e em outras línguas, por meio de seu conteúdo essa Assembleia redigiu a
Constituição e as obrigações de uma Loja Inglesa, fez uma lei para conservar e
observar essa constituição em todos os tempos futuros e prescreveu um salário
satisfatório para os Pedreiros Operativos, &c”.
4 – Constituições Atuais
A primeira Constituição Maçônica dita especulativa que se tem noticia ocorreu
pôr influência do terceiro Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra, John
Desaguliers, eleito em 1719, definindo a aproximação entre a tradição maçônica
e a dos pedreiros construtores de maneira efetiva, tendo convocado um maçom
escocês para escrever a primeira Constituição da Grande Loja da Inglaterra, que
identificou a Maçonaria Moderna ou Especulativa com a identidade e ferramentas
alegóricas fundadas nas tradições místicas dos antigos canteiros de obras.
Por ocasião da constituição da Grande Loja da Inglaterra o número de Lojas
multiplicou-se em poucos anos. Por volta de 1723 já eram mais de 50 lojas em
Londres, e rapidamente apareceram na Europa continental e principalmente na
França.
Os rituais maçônicos praticados nessa época, até meados de 1730-1735,
seguiam as tradições da Maçonaria Inglesa de três graus. Existiam oficinas mais
antigas, em solo escocês que praticavam alguns nuances do simbolismo presente
nas Guildas de Pedreiros Construtores. Isso fica claro em um dos poucos registros
formais que chegaram aos nossos dias. A primeira iniciação efetivamente registra-
da em solo britânico foi realizada em 20 de maio de 1641, quando Robert Moray
foi aceito na Loja Moray´s Chaped Nº 2, de Edimburgo.
Para essa transformação influiu o escocês Andrews Michael Ramsay, que por
motivos políticos deixou a Grã-Bretanha e foi para a França, como protegido do
arcebispo de Fenelon, por ocasião da restauração ou causa jacobina.
Em 1773 séria estabelecida à primeira Obediência formal francesa, a Grande
Loja Nacional da França. Suas lojas, apesar de repletas de ideias sobre liberdade
e fraternidade, como seria esperado não despertava grande interesse nas camadas
mais letradas da sociedade francesa. Isso ocorria por causa da propalada aproxi-
mação histórica e ideológica dos maçons com as ancestrais guildas de pedreiros
construtores e de outros trabalhadores.
Ramsay foi o mentor de afastar a origem da Maçonaria dos obreiros das cate-
drais e a sitiou a reis, príncipes, nobres, duques, barões e cavaleiros da
Antiguidade e da Idade Média. Incorporou a coragem e valentia dos cruzados à
alma maçônica, claro que não tinha ele nenhum documento oficial ou fonte de
pesquisa adequada, mas esse novo conceito muito mais “sangue azul” e repleta
de novas personalidades heroicas foi a pedra angular que sustentaria nossa
Ordem nesses momentos cruciais, porém, que também daria origem vários tipos
de Maçonaria, assim como as conhecidas como filosóficas (Altos Corpos) e
consequentemente ao aparecimento de diferentes tipos de Maçonaria e consti-
tuições que prevalecem nos dias atuais, surgindo o Grande Oriente Frances,
cada qual com suas características peculiares, tais como: Constituições da
Maçonaria Simbólica (Grandes Lojas) – Constituições da Maçonaria Simbólica
dos Grandes Orientes – Constituições dos Altos Corpos (Maçonaria Filosófica)
– Constituições da Maçonaria Mista (Simbólica e Filosófica), além de centenas
de Constituições das Maçonarias irregulares, segundo sua origem, segundo
duplicidade de território, etc.
Jean Palou, em seu livro “A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática”, trans-
creve o longo discurso do cavaleiro de Ramsay, marco inicial do Grande Oriente
Françes, após o fracasso da Grande Loja Francesa, fundada em 1773, cujo final
de seu discurso transcrevemos:
6 – Constituições Atuais
Na atualidade, cada potencia possui a sua própria Constituição, independente,
ligando-se as demais, tão somente por tratados, reconhecimentos e atos de tradição.
Com a evolução do pensamento, da religião e até da filosofia, cada país possui
uma ou mais Potencia Maçônica própria; os Rituais são alterados, as Constituições
formadas pela necessidade local, os Regulamentos e Estatutos ficam na dependên-
cia da vontade dos Grãos Mestrados (Poder Central). Porem conserva os princí-
pios fundamentais, entre outros os de que para ser aceito um novo Membro, esse
deverá ser iniciado; deveram ser obedecidos os Landmarks e as tradições secular
da Ordem.
A Maçonaria regula-se por princípios invariáveis e imutáveis em toda a super-
fície do globo, os quais formam o estatuto geral de cada Rito. Além desses prin-
cípios, há outras variáveis, estabelecidos pelas diferentes Potências os quais for-
mam a constituição Maçônica de uma Grande Loja ou de um Grande Oriente.
Tomando por base a sua constituição, toda Potência Maçônica formula o seu
Regulamento Geral, onde são desenvolvidos os princípios estabelecidos na
Constituição. Esse Regulamento compreende em geral duas partes; a lei adminis-
trativa e a lei penal.
As Lojas, em fim, são concedidas a adotarem um regulamento particular
(Estatutos), baseado na Constituição e no Regulamento Geral. Ficando assim,
assemelhadas ao Poder Central (Grande Loja ou Grande Oriente), e que tem por
objeto principal regularizar sua situação como pessoa Jurídica. E, obter seu CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). Antes desse procedimento toda Loja obri-
gatoriamente deve registrar na Grande Loja ou Grande Oriente seus Estatutos,
pois, seus artigos não podem estar em desacordo ou contrariar as Leis estabeleci-
das pela Grande Loja ou Grande Oriente se for o caso.
Resumindo-se, vê-se que sempre há a observar:
7 – Princípios da Maçonaria
Segundo a Constituição da grande maioria das potencias, a Maçonaria é uma
instituição universal e iniciatica, essencialmente filosófica, filantrópica. progres-
siva, trabalha pelo aperfeiçoamento moral e intelectual do ser humano.
“Persegue como finalidade ultima. A união fraternal da humanidade e o império
da Paz universal pela pratica da Justiça e da Verdade, a cooperação social e o
respeito à Dignidade”.
“Se impõe o estudo da natureza e a investigação da verdade como as fontes de
conhecimento e de progresso cultural do mundo”.
Segundo seus Princípios a Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por
homens de todas as raças e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados
em lojas, nas quais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para
o aperfeiçoamento da sociedade humana.
È fundada no amor fraternal e na esperança de que, com amor a Deus, á Pátria,
á família e ao próximo com tolerância e sabedoria, com a constante e livre inves-
tigação da verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia,
ciências e artes, sob a tríade da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e dentro dos
princípios da moral, da Razão e da Justiça o mundo alcance a felicidade geral e a
Paz universal.
Desse enunciado deduz-se o seguinte:
Capítulo VI
Ritos Maçônicos
Rito: (do latim ritus). Ordem, costume, cerimônia, e por extensão qualquer das
práticas e formulas usadas em todos os cultos. Eles podem diferenciar-se em todas
as religiões, como ainda dentro de cada uma podem existir em grande número,
como acontece com a católica que possui os Ritos Ambrosíano, Gregoriano,
Romano, o Grego, o Mozarabe, etc.
Rito em Maçonaria é o conjunto de formulas e prescrições e prescrições indis-
pensáveis – ora de caráter legislativo, ora puramente formalístico – eles são ado-
tados para estabelecer exigências e o modo por que devem ser recebidos os ade-
pitos e se conduzir os filiados.
Apesar de diversos, tem todos pontos fundamentais de contato e de doutrina e
em nada alteram o fim essencial da Ordem.
A Maçonaria em todas as suas fases tem possuído vários Ritos, principalmente
na atual, na qual chegou a ter nada menos de sessenta e dois, felizmente hoje
consideravelmente reduzidos.
Entre os praticados pelas potências maçônicas, três são os mais adotados em
mais de 90% delas, razão porque são tidos como universais e são o simbólico ou
azul que forma a base de todos os demais, o de York, também chamado moderno
Inglês, o de Schroider e o Escocês Antigo e Aceito.
Chama-se Ritual o livro que contém a forma e a ordem das cerimônias determi-
nadas pelo ritos, religiosas ou não, com as palavras ou orações que devem acom-
panha-las, refere-se a qualquer cerimonial ou a um conjunto de regras a seguir.
Por essa definição, até atos diários da vida de uma sociedade, ou de uma pessoa,
que se repetem sempre da mesma maneira, são formas de um ritual, isto é, deter-
minam um conjunto de regras.
Entende-se por Ritualística tudo que é relativo ao rito ou a pratica do que é
determinado pelo Ritual.
Maçonicamente Rito é a pratica de se conferir a Luz Maçônica a um profano,
através de um cerimonial muito bonito e próprio, a uma serie de Graus específi-
cos. São práticas tradicionais que a Maçonaria adota desde tempos imemoriais.
Em 600 anos de Maçonaria documentada, uma imensidade de Ritos surgiu. Mas
é bom que se esclareça que, de 1356 até 1740, só existiu um Rito, ou melhor, um
Sistema de Cerimônias e práticas, ainda sem o titulo de Rito, que normatizava as
92
1 – Os Ritos Maçônicos
Antes do décimo oitavo século não existia Ritos diferentes. Havia lojas sem
outras ligações a não ser um Grão-Mestre cuja autoridade não era bem definida e
assembleias ás quais as lojas enviavam representantes.
O Simbolismo foi sempre tomado á arte de construção. Do mais as Lojas ingle-
sas tiveram, muito particularmente, pela arquitetura e pela construção de monu-
mentos públicos. Dai concluiu-se que a Maçonaria teve sua origem nas confrarias
de pedreiros profissionais há serias razões para de tal se duvidar.
Na época dos Cruzados, um grande número de ocidentais se iniciou em seitas
filosóficas ou religiosas que se perpetuaram no oriente desde a antiguidade.
Trouxeram para seus países a prática das iniciações secretas. Formaram confra-
rias, capítulos, Ordens de Cavaleiros, Etc. A Maçonaria foi, talvez, uma de essas
criações; é a mais verossímil das hipóteses.
Na época da supressão dos Templários, formaram-se associações tendo a pre-
tensão de conservar as doutrinas secretas e os direitos dessa ordem. Havia a
Associação dos Rosas Cruzes filosóficos, nascida na Alemanha, que se espalhou
pela Inglaterra e pela Holanda, principalmente no século 17.
Todas essas associações refugiaram-se sucessivamente, no seio da Maçonaria.
Formaram, no seio das lojas, Capítulos diversos, onde só se admitiam maçons pre-
viamente iniciados nos três primeiros graus. Outras vezes esses capítulos Templários
de Rosa Cruz, Cavaleiros do Oriente, do Real Machado, da Abobada Sagrada cria-
ram lojas sobre as quais exerciam Jurisdição. Esses capítulos e essas lojas, adotaram
elevado graus filosóficos, porem, não tinham hierarquia nem estatutos comuns, nem
laço algum, a não ser a comunhão de certas tradições e a confraternidade.
3 – Rito de York
O Rito de York surgiu na Inglaterra com a rivalidade entre as duas grandes lojas,
após a fundação da Grande Loja de Londres, ocasião que algumas Lojas Inglesas
formaram uma Obediência Central na cidade de York, onde no passado servia de
encontro de maçons operativos. Foi introduzido no Brasil em 28.06.1837 com a
Loja “Orphan Lodge” no Rio de Janeiro, fundada por Joseph Ewbank e outras
Lojas fundadas por ingleses, jurisdicionadas ao Grande Oriente do Brasil, entre
elas as Lojas “Unity of Lodge” e “Lodge of Wanderers” em São Paulo.
Todas as Lojas inglesas que existiam em São Paulo (Wanders e Unity), assim
como as demais espalhadas em outros estados trabalhavam no Rito de York nos
três graus simbólicos. Pelo Decreto nº 478 do dia 1º de Dezembro de 1913, em
virtude do Tratado firmado com a Grande Loja da Inglaterra em 21.12.1912, foi
criado o Grande Capítulo do Rito de York, passando todas as Lojas do Rito de
York existente na época e as que foram fundadas posteriormente liturgicamente
jurisdicionadas ao Capitulo de York que adquiriu as mesmas.
Pelo tratado todas as Lojas do rito de York existente na época e as que foram
fundadas posteriormente foram subordinadas liturgicamente ao referido capitulo
e conferido ao Capitulo do Rito de York as mesmas atribuições que a Constituição
e o Regulamento Geral conferiam às Grandes Oficinas chefes de Rito, além do
estabelecido no acordo celebrado entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande
Loja Unida da Inglaterra.
No dia 6.5.1935, o Grande Oriente do Brasil assinou o “Convênio de Aliança
Fraternal – ”Treaty of Fraternal Alliance” com a Grande Loja Unida da Inglaterra
(United Grand Lodge of Ingland), permitindo-lhe a criação da Grande Loja
Distrital no Brasil (District Grand Lodge of South América, Northem Division),
entregando-lhe a administração das 10 Lojas do Rito de York, que até essa data
tinha em sua jurisdição, e dando permissão para criar novas lojas simbólicas para
trabalharem no Rito de York, bem como a criação da Ordem Suprema do “Holu
Royal Arch” e de Capítulos do Royal Arch a serem anexados as Lojas de sua
jurisdição.
Os ingleses consideram como Rito às regras e cerimônias de caráter sacro ou
simbólico que seguem preceitos estabelecidos e que se devem observar na pratica.
Em síntese representa o sistema de organizações maçônicas. Portanto na Inglaterra
o rito é inominado, o que se reconhece é o ritual que representa o livro que contém
o cerimonial. Poder-se-ia dizer que, para os ingleses, Rito é um procedimento,
uma prática específica, o que eles chamam de working.
No Brasil costuma-se confundir Rito de York americano, acertadamente chama-
do de Rito de York com o Emulation Ritual, pensando que o segundo é também
um Rito. O primeiro é um Rito, e o segundo é um Ritual utilizado pelo primeiro,
conhecido no Brasil como Ritual Emulação.
94
cido por Rito de York) e a Ordem do Santo Real Arco de Jerusalém estabelecido
pelo Irmão Santiago Ansaldo de Arosteguy, Past Grão-Mestre da Catalunha-
Espanha.
Após o encerramento da IV Conferência Mundial de Grandes Lojas, realizada
na Capital Paulista, a Glesp promoveu a instalação do Supremo Grande Capítulo
dos Maçons da Ordem do Santo Real Arco de Jerusalém. Contribuiu para que a
instalação ocorresse a Grande Loja da Espanha, sob o comando do Grão-Mestre
Tomas Sarobe.
Em curto espaço de tempo a Glesp conseguiu que fossem fundadas as lojas do
Rito de Emulação, contando em 1999 o total de 14 lojas, número suficiente para
a fundação do Real Arco na Glesp. O supremo Conselho do Real Arco da Espanha
veio para São Paulo juntamente com seus oficiais e fundou sob seus auspícios três
Capítulos: União Justa e Fraterna, Novo Laço Místico e Memória e Tradição, em
cerimônia em que foram exaltados 40 irmãos das lojas do Rito Emulação.
Após consagrados e instalados os três Capítulos e instalados os Principais e
Oficiais de cada um foi efetuada a consagração do Supremo Grande Capítulo do
Real Arco da Glesp, a aprovação pelos Capítulos da sua constituição e a instalação
dos três Grandes Principais, respectivamente, Grão-Mestre Salim Zugaib e Past
Grão-Mestres Santiago Ansaldo de Aróstegui e Hector Luis Pandolfo.
Com isto, os Capítulos fundados pelo Real Arco da Espanha puderam ser trans-
feridos para o novo Supremo Grande Capitulo da Glesp, o qual se revestiu de
grande importância por ser o primeiro instalado na América Latina consagrado
por um Supremo Grande Capítulo de origem europeia.
A fundação do Supremo Grande Capítulo da Glesp teve os seguintes Grandes
Oficiais consagrantes: Tomas Sarobe Piñero, Santiago Arsaldo de Aróstegui,
Horst Rietmueller e Alberto Martinez Lacaci y Perez Cosio.
No inicio da última década do findo século o Grão-Mestre Pedro Luiz Ricardo
Gagliardi e Laelso Rodrigues, na qualidade de Soberano Grão-Mestre Geral do
Grande Oriente do Brasil assinaram o tratado de mutuo e recíproco reconheci-
mento dos dois Supremos Grande Capitulo dos Maçons da Ordem do Santo Real
Arco de Jerusalém do Estado de São Paulo, formados em ambas potencias, repre-
sentados pelo Irmãos: Santiago Ansaldo de Arostegui de Larin y de Contreras,
Primeiro Grande Principal do Supremo Grande Capitulo dos Maçons da Ordem
do Santo Real Arco de Jerusalém do Estado de São Paulo e Fernando Túlio
Colecioppo Junior, em sua qualidade de Pró Primeiro Grande Principal do
Supremo Grande Capitulo dos Maçons do Arco Real do Grande Oriente do Brasil
e Grande Secretário Geral de Relações Exteriores do Grande Oriente do Brasil.
Foi, permitindo a divulgação proliferação do belíssimo rito de York na jurisdição,
indo além da prática do puro simbolismo nos trabalhos nos graus 1, 2 e 3 com a
fundação de Capítulos de Real Arco e de Lojas de Mark, divulgando não se tratar
de Graus Filosóficos, mas sim apenas de uma “extensão do Rito de York simbó-
lico”, satisfazendo os que pensam conseguir mais um grauzinho também no filo-
sofismo deste rito.
Assim na Glesp e no Gosp no Estado de São Paulo foram adotados duas formas
ritualísticas, o Emulation e o denominado Rito de York, praticado nos Estados
Unidos (Rito Americano), os dois em nível de Corpos Filosóficos.
Nos Estados Unidos as Lojas trabalham no chamado Rito Americano, que é o
Rito de Emulação inglês ligeiramente modificado por Thomas Webb e de certa
forma por seu seguidor Jeremy Cross em princípios de 1800. O Simbolismo nos
estados Unidos é conhecido sob o nome de “Bleu lodges” ou Lojas Azuis. Thomas
96
Webb se inspirou nas conferências que sobre o Rito de Emulação realizou William
Preston na Inglaterra.
tradicional inglesa e entre elas o próprio Grande Oriente com conceito próprio,
adotando muitos ritos não reconhecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra e
pregando a ideia de Ramsay, quanto a origem da maçonaria e o Rito Frances em
oposição a maçonaria inglesa, tendo como argumento que o Maçom não poderia
ser livre se condicionado ao conceito religioso, tendo substituído o Livro da Lei
pela sua Constituição.
6 – Rito Adonhiramita
O Rito Adonhiramita foi criado em 1787 pelo barão de Tschoudy autor da
Estrela Flamiígera, esse Rito é um dos mais espalhados e baseia seus símbolos
e emblemas nos instrumentos e ornamentos da construção do Templo de
Salomão, segundo os planos traçados pelo hábil obreiro e mestre Hiram. Os
Adonhiramitas celebram a memória de Adoram ou Adonhiram, que foi o arqui-
teto do Templo, segundo a Bíblia, e comemoram seu trágico fim. A história de
Adonhiram é tomada do Talnud dos Judeus; contudo, não se acham os maçons
interiramente de acordo com o nome dessa personagem, vítima de três maus
companheiros de trabalho. Para muitos foi Hiram, de onde veio o nome
Hiramitas; porém a doutrina, tanto a dos altos graus como a dos simbólicos, é a
mesma dos adonhiramitas.
As praticas ritualísticas do Rito Adonhiramita são, sem duvida alguma, das mais
belas, entre as dos outros ritos existentes, é o mais complexo e o de maior riqueza,
não só nas cerimônias magnas, mas até nas sessões mais simples. Essas praticas
tem sido imitadas por outros ritos; tais como o cerimonial do fogo (reavivamento
da Chama Sagrada, tirada do Fogo Eterno); as doze badaladas.
O Grau de Mestre e a lenda da construção do templo de Jerusalém, teriam sur-
gido em 1725, após a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Anderson atribuía a
Hiram-Abif como responsável pela direção dos operários na construção. No Rito
Adonhiramita, o Mestre é Adonhiram.
As primeiras publicações afirmando Adonhiram como o Mestre Construtor são
atribuídas ao Abade Gabriel Luiz Calabre Perau em 1742 e a Luiz Travenol em
1744, sendo a partir daí estabelecido o debate sobre quem seria o Mestre respon-
sável pela construção do Templo: Hiram Abiff ou Adonhiram.
Sugere o livro do abade Perau, publicado em Genebra no ano de 1745 que
Hiram e Adonhiram poderiam ser a mesma pessoa, com duas denominações. No
principio começa a referir-se como dirigente dos trabalhos por Adonhiram e no
transcorrer da obra, o Mestre passa a ser denominado por Hiram.
As dúvidas sobre as genealogias dos personagens podem ser a razão da polêmi-
ca. Hiram sempre foi considerado como natural de Tiro, filho de uma viúva da
tribo de Naftali (I Reis 7, 13-14) ou Dã (II Crônicas 2, 12-13). Adonhiram, por sua
vez, é hebreu, e também é sugerido como filho de uma viúva, Abda, sem contudo
indicar sua tribo de origem. Na Bíblia, é citado em duas oportunidades como o
“dirigente dos trabalhos” (I Reis 4, 6 e I Reis 5,14).
A Maçonaria Adonhiramita que prosperou e chegou aos dias atuais, se alicerça
na tradição sobre o mestre arquiteto Adonhiram, conforme o prescreve o texto
bíblico, o “dirigente dos trabalhos”. Dessa forma, apresentava-se extremamente
conservadora ao não admitir interpretações nem erros nas Escrituras, fonte única
da palavra Revelada. Ritualisticamente, até as grandes mudanças introduzidas a
partir de 1969, prevaleceu aquele que foi codificado pela Compilação Preciosa da
Maçonaria Adonhiramita, cuja primeira publicação datou de 1781, organizada por
Claude Louis Guillemain de Saint-Victor.
101
7 – Rito Schroeder
O Rito Schröder originou-se na Alemanha, sendo depois praticado em diversos
países. No Brasil, com a colonização germânica no Rio Grande do Sul e em Santa
Catarina, estabeleceu-se inicialmente no idioma alemão, sendo mais tarde tradu-
zido para o português. Em janeiro de 2000, contava com 36 Lojas, no território
nacional e é reconhecido pelas Grandes Lojas Estaduais; pelo Grande Oriente do
Brasil e pelos Grandes Orientes Estaduais Independentes.
Foi criado pelo Irmão Friedrich Luddwig Schröeder, Ex Grão-Mestre da Grande
Loja de Hamburgo (incorporada à Grande Loja dos Maçons Antigos e Aceitos da
Alemanha), nascido em 3 de setembro de 1816.
O Irmão Schröeder foi iniciado em 1774 no Rito da Estrita Observância. Foi
eleito Venerável Mestre de sua Loja Mãe, a “Emanuel Zur Maiemblume”, ficando
no cargo até 1799. Entre 1794 e 1814 foi Deputado do Grão-Mestre (Grão-Mestre
Adjunto) e, de 1814 a 1816, foi Grão-Mestre da Grande Loja de Hamburgo e da
Baixa Saxônia, anteriormente subordinada à Grande Loja de Londres.
Após ser eleito Venerável Mestre, Schröder assumiu a presidência de uma
Comissão encarregada de reformar os Rituais dos Três Graus. Profundo conhece-
dor da História e dos Rituais da Maçonaria, principalmente pelos livros “As Três
Pancadas Distintas na Porta da mais Antiga Franco-Maçonaria” – “The Thee
Distinct Knocks at the Door of the Most Ancient Free-Masonry”, de autor desco-
nhecido, sem dúvida o mais antigo Ritual Maçônico impresso; e “Maçonaria
Dessecada” – ‘Massonry Dissected”, de Samuel Prichard, um estudo sobre as
práticas e Rituais Maçônicos. Estudou também os Rituais dos diversos sistemas
de Graus Complementares que proliferavam na Europa daqueles tempos. Suas
pesquisas o levaram a abolir os chamados “altos Graus”, bem como todo o esote-
103
8 – Rito Brasileiro
Teria sido criado em 1978, em Pernambuco, mas tem a sua existência legal a
partir de 23 de dezembro de 1814, quando foi publicado o decreto nº 500, do
Grão-Mestre do Gr\ Or\ do Brasil, Lauro Sodré, fazendo saber que, em sessão
do conselho geral da Ordem, em 21 de Dezembro, havia sido aprovado o reconhe-
cimento e incorporação do Rito Brasileiro entre os que compunham o Gr\ Or\
do Brasil. Depois o Rito desapareceria para prosseguir em 1940 e, novamente, em
1962 praticamente desaparecer, até que, em 1968, o decreto Nº 2080, de 19 de
Março de 1968, do Grão-Mestre Álvaro Palmeira, renovava os objetivos do Ato
Nº 1617, de 3 de Agosto de 1940, como o marco inicial da efetiva implantação do
Rito Brasileiro.
A partir daí, o Rito teve grande crescimento no pais, chegando a condição de
segundo mais praticado, Bastante decalcado.no Rito Escocês possui, como este,
30 Altos Graus, alem de 3 Graus Simbólicos.
104
105
Capítulo VII
Religião e Maçonaria
1 – A Religião Maçônica
O Reverendo James Anderson, autor da primeira constituição maçônica abor-
dou bem o pensamento da Maçonaria referente a religião do maçom, quando
apregoou:
Considera que o mundo é uma grande oficina onde dirige e trabalha um gênio.
Principio ou força. Como queira chamá-lo, que para as religiões é Deus e para
a Ordem é o Grande Arquiteto do Universo, porque, não só governa o mundo,
mais o universo todo. G:.A:.D:.U:. Com esta formula concilia os princípios de
teistas e ateistas, que depois encontrarão sua verdade para dirigir sua vida e suas
obras dentro deste plano construtor da natureza e da sociedade no mundo na
qual atuam. O, G;.A:.D:.U;. de esta maneira é o Principio universal que governa
o universo e dirige suas formas dinâmicas na construção de suas forças naturais
no mundo.
1ª Grande verdade – Nenhum homem jamais viu Deus, Deus é único. Eterno,
Onipotente, Onésimo, infinitamente justo, misericordioso, benévolo e compassi-
vo. Criador e conservador de todas as coisas, fonte da luz e da vida, co-extensivo
com o tempo e espaço, Ele que pensou e com o pensamento criou o universo e
todos os seres vivos e as almas dos homens; ele é PERMANENTE, entre tanto
todas as outras coisas são um GENESE perpetuo.
3ª Grande verdade – O impulso que move para a boa conduta e que afasta do
crime, não é somente mais antigo que as nações e cidades, mas é coetânea do ser
Divino que vê e rege o céu e a terra. Tarquino notou realmente a lei divina, apesar
que durante seu reinado não havia em Roma lei escrita que condenara suas vio-
lências pois o principio que impele a observar uma conduta justa e nos aconselha
separar-nos do crime, nasce da natureza das coisas. Não começou a ser lei quando
se escreveu pela primeira vez, mas quando teve origem e é coetânea com a mesma
inteligência divina. A conseqüência da virtude não é ter sido feita como fim, e as
ações laudáveis necessitam ter raízes, motivos e integrações mais profundas para
merecer o nome de virtudes se um homem considera como bem principal o que
não tem conexão com a virtude e o mediu por se os próprios princípios, e não foi
incluído as vezes pela bondade de seu coração, não podia cultivar nem a amizade
nem a justiça, nem a generosidade. É impossível seja o homem valente que con-
sidera a dor como o maior dos males; é impossível que seja virtuoso, o que acre-
dita que o prazer é o maior dos bens.
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merece ser reprimido pela força e castigado quando se comete, mesmo quando não
haja lei nem contrato que o condene. O homem reconhece naturalmente a distinção
entre as ações de mérito e as que não são meritórias, o mesmo que entre a justiça e
a injustiça, entre a honestidade e a perversidade, e sente, sem que ninguém o ensine
y sem necessidade de leis, ou contratos, que é ruim que o vicio seja recompensado
ou fique impune e que a virtude seja castigada ou fique sem premio. Sendo a
Divindade infinitamente justa e boa, deve seguir-se, como lei necessária ou inflexí-
vel, que o castigo será o resultado do pecado, seu efeito inevitável, seu corolário
natural e não uma mera vingança arbitraria.
4 – A Bíblia
É curioso que, sendo a Bíblia o mas conhecido e difundido Livro em todo o
mundo, praticamente traduzido em todos os idiomas e dialetos, com o maior
número de edições e, ainda hoje, considerado um “Best seller”, seja a sua história
tão pouco conhecida pela maioria das pessoas.
O Cristianismo que representa a maior religião do universo, compondo-se de
católicos, ortodoxos, independentes, protestantes de vários matizes, etc. congrega
aproximadamente 33% de toda a população do globo. A BÍBLIA representa o
livro sagrado do Cristianismo, nele se encerrando os sagrados princípios da fé de
todos os cristãos.
O nome BÍBLIA vem do grego “BIBLIO”, significando “Livro”, sendo usado
o termo pela primeira vez no século VI por São Crisostomo.
Supõe-se que já nos tempos da maçonaria operativa, a Bíblia vinha sendo utili-
zada quando eram iniciados os chamados “pedreiros livres”. Mas só mesmo
quando a maçonaria se tornou completamente especulativa é que a Bíblia foi
incorporada ao seu simbolismo e, assim mesmo, muitos anos depois de criada a
primeira Grande Loja mãe. Isto se deu por volta do ano de 1740 mas, de forma
progressiva e gradual, pois, nem todas as Lojas decidiram aceitar a inovação.
A Constituição de Anderson de 1723, pedra angular da maçonaria especulativa,
não fez qualquer referência à Bíblia. Esta veio a se constituir em uma das princi-
pais Luzes nos trabalhos de Loja, no ano de 1760, isto é, 43 anos depois da for-
mação da Grande Loja mãe.
Um manuscrito maçônico datado de 1696 na cidade de Edimburgh menciona
que as três Luzes de uma Loja se localizavam no Leste, Sul e Oeste e eram repre-
112
Capítulo VIII
Maçonaria e Política
1 – Política
A Maçonaria não dá preferência a nenhum partido. Entre os candidatos de todos
os partidos, há maçons. A maçonaria jamais tomou partido de qualquer agremia-
ção, ela somente toma partido em defesa da Soberania da nação e dos direitos do
Homem.
Assim como é proibida a discussão de religião sectária em Loja maçônica,
também é proibida qualquer discussão sobre política partidária. Por isso, a
Maçonaria não é um partido político e, tampouco, tem partido. Os maçons são
aconselhados a se formarem cidadãos exemplares e a se afastarem dos movi-
mentos cuja tendência seja a de subverter a paz e a ordem da sociedade, a se
tornarem cumpridores das ordens e das leis do país em que estejam vivendo,
sem nunca perder o dever de continuar amando o seu próprio país. A Maçonaria
defende o conceito de que não pode existir direito sem a correspondente presta-
ção de deveres, nem privilégios sem retribuição, assim como privilégios sem
responsabilidade.
Pelo seu caráter essencialmente democrático e intransigente defensora da liber-
dade com consciência, a Maçonaria é contra regimes da extrema esquerda ou
direita. Por isso, ela não existe nos países comunistas e foi abolida nos regimes
nazista e fascista.
A Maçonaria destaca e recomenda a ação política nos seguintes termos: “A
Maçonaria deve fazer a larga política dos princípios, contribuindo para que repre-
sentantes de suas doutrinas tenham palavra e voto nas Assembleias legislativas e
nos Conselhos Municipais da República”.
No passado, a ação de ilustres irmãos no desempenho de suas funções em
importantes cargos públicos e participantes de acontecimentos nacionais que mar-
caram a história, ações estas enaltecidas por escritores maçônicos, talvez motiva-
dos para o engrandecimento da Ordem, ou mesmo por orgulho por serem maçons.
Entretanto, ao vincular tais conquistas como ação da Maçonaria incorre em certa
falsidade, pois a Maçonaria é hoje como o foi por toda sua existência.
Os ilustres Maçons dos Séculos passados e também da atualidade compreen-
diam e compreendem perfeitamente esta posição implícita nas Doutrinas
Maçônicas e como resultado, encontraram e encontram na Ordem e em suas Lojas
114
“A independência não fui eu, não fomos nós, não foi José Bonifácio, nem D.
Pedro I, que a fez. Foi a vinda de D. João VI ao Brasil, foi o Decreto de 16.12.1815
(o da elevação do Brasil a reino unido a Portugal e Algarves), foi a estupidez das
cortes portuguesas querendo recolonizar o Brasil, foi a vontade popular exigindo
do Príncipe a Assembleia Constituinte, foi, enfim, a fatalidade do tempo. A inde-
pendência de um povo não pode ser feita por um só homem. É obra da opinião
pública, que é soberana, que é invencível quando lateja a consciência nacional na
anciã da liberdade, aniquilando déspotas e tiranos...”.
115
Capítulo IX
Cargos em Loja
1 – Venerável Mestre
Para bom desempenho do cargo de Venerável Mestre é importante o conheci-
mento maçônico pleno, isto é, ter conhecimentos além dos símbolos, alegorias,
figuras, lendas e palavras, objeto do conteúdo deste livro. Ter o senso da razão,
por ser o grande impulsionador das suas atitudes, onde a legislação, a liturgia, a
fraternidade, a solidariedade sejam os verdadeiros sustentáculos.
O Venerável Mestre, líder da Loja, não é uma pessoa dotada de poderes mágicos
necessariamente, não é o mais inteligente, mais amadurecido e mais brilhante do
que os seus irmãos; mas alguém que pode propiciar à Loja suas necessidades,
proteção, tranquilidade e progresso.
Ninguém deve aceitar o cargo de Venerável por ser competente, habilidoso ou
original a não ser que sua competência, habilidade ou originalidade seja reconhe-
cida de proveito por seus irmãos.
O Venerável Mestre não deve ser escolhido porque seja de estatura elevada,
esteja bem vestido, fale fluentemente, ou seja, de origem socioeconômica elevada,
porque estes fatores tendem a pré-dispor seus irmãos a esperar melhores meios do
que realmente ele é possuidor.
O reconhecimento do Venerável Mestre deve estar acima dos dispositivos regu-
lamentares, porque prometeu levar ou realmente leva, mais do que qualquer outro,
a sua Loja para perto daquilo almejado. Se ele consegue, será seguido, mesmo que
seja pequeno, tenha aparência insignificante ou dificuldade de expressão.
Costumamos enxergar o Venerável Mestre como um irmão capaz de satisfazer
determinadas necessidades da Loja e não como um produto de suas característi-
cas, mas de sua relação funcional nas situações especificas onde não atua os
Rituais e determinações regulamentares.
118
Nunca deve o Venerável Mestre louvar-se nos exemplos profanos, mesmo que
de experiências bem sucedidas, pois que tendo a Maçonaria leis próprias, qual-
quer atitude de fora desvirtuará seus métodos. As táticas profanas com a finalida-
de de aprovar ou recusar uma proposta ou ideia será incompatível com o espírito
maçônico e jamais um Guia de Fraternidade deve admitir esse desvirtuamento.
Em Maçonaria a tradição fala mais alto, cujo princípio surgiu ao natural, sem se
saber onde nem quando, mas com certeza, com bases solida assentadas no primor-
dial, no Totem símbolo e protetor da nossa coletividade, que originou tudo o que
se pode denominar Ordem Maçônica.
A joia do cargo de Venerável Mestre, usada pelo Rito Escocês Antigo e Aceito,
adotado pelas Lojas jurisdicionadas à Grande Loja Maçônica do Estado de São
Paulo, é representada pelo Esquadro, oriunda do Rito de York (Inglês), o qual tem
como companhia o Rito Schroeder (Alemão). Entretanto a verdadeira joia do Rito
Escocês Antigo e Aceito, usada pela maioria dos Sereníssimos Grão-Mestes da Glesp
e por Lojas de outras potencias é formada pelo Compasso sobre o Esquadro, circun-
dando as pontas daquele, abertas em 45º (metade do ângulo reto), um arco correspon-
de a ¼ de circulo, ou a uma estação do ano. No centro do Compasso e Esquadro fica
o Sol radiante, com seus raios vivificadores, tendo ao meio o Olho que tudo vê.
O Esquadro usado pelo Venerável Mestre interpreta-se como joia de alto signifi-
cado simbólico, ressaltando o senso de retidão, que deve nortear a conduta do diri-
gente. Esta joia é a representação do quadrado, que por sua vez é o símbolo da Terra.
Interpreta-se que o Esquadro é usado pelo Senhor da Terra porque sabe esquadrinhá-
la, assim, também o Venerável Mestre, chefe da Loja, sabe usar esse instrumento
para ensinar a medida exata, necessária ao aperfeiçoamento do Maçom.
O Venerável Mestre exerce duas funções bastante distintas: uma, de gerenciar
ao administrar a Loja, semelhante a uma instituição profana que obrigatoriamente,
possui registros como uma sociedade comum, que tem patrimônio, que tem res-
ponsabilidades a cumprir; a outra refere-se ao governo da Loja em Templo, a fim
de atender os dispositivos iniciáticos: fazer maçons, orientá-los, aperfeiçoá-los,
para a gloria do Grande Arquiteto do Universo. Bem diferente, portanto, os dois
aspectos de dirigir uma Loja, o que corresponderia dizer que está incurso no sis-
tema profano e até fácil solucioná-los, porém o outro, que diz respeito ao objetivo,
ao espiritual, ao transcendental, além de ser complexo, exige preparo e conheci-
mentos, que só a experiência maçônica pode conferir.
Por essa razão, além das funções constantes do Regulamento Geral e normas
ritualísticas da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo ou de outra
Potência, se for o caso, vamos numerar outras importantes para o bom desempe-
nho da função:
25. Decidir toda questão de ordem suscitada, não podendo haver contestação.
26. Exigir o cumprimento do brigatório sigilo assumido por juramento, fazen-
do ressalva quando algum assunto deva ser liberado por razões obvias,
quando assim o entender.
3 – 1º Grande Vigilante
O 1º Vigilante é a segunda autoridade administrativa e litúrgica de uma Loja
Maçônica, eleito pelos Mestres e, portanto, substituto do Venerável Mestre nas
ausências e impedimento do mesmo, nas ausências e impedimento do titular, não
podendo dirigir os trabalhos da Loja, salvo se for Mestre Instalado sem autoriza-
ção do titular. No caso de necessidade de reunião administrativa, fà-lo-a
na Sala dos Passos Perdidos ou Secretaria da Loja, sempre com consentimento do
Venerável Mestre, entretanto se houver necessidade de sessão Ritualística, assu-
mirá a direção dos trabalhos o ex-Venerável Mestre mais moderno.
O lugar do 1º Vigilante é no Ocidente no poente, declínio, fim, morte, do lado
da Coluna do Norte. O 1º Vigilante encontra-se sob a Lua, símbolo da água, pró-
ximo ao Mar de Bronze por onde o iniciado passa.
Equivocadamente, o Ritual de 1927/28, trás uma série de erros ou modificações
introduzidas pela Comissão Litúrgica de Mário Behring, distorção em desacordo
com o Rito Escocês Antigo e Aceito que até o presente não foram corrigidos. Pois
um dos lapsos ocorreu com o Mar de Bronze que consta na Coluna do Sul, quando
o certo é na do Norte foram trocadas as funções ritualísticas dos vigilantes e esque-
cidos os utensílios que os acompanham, obrigando os vigilantes a trocarem o coman-
do das Colunas o que não acontece com a imensa maioria das Lojas Escocesas do
Mundo e inclusive do Grande Oriente do Brasil que conservam os Rituais antigos.
Por ser uma das Luzes da Loja, tem o 1º Vigilante que colaborar com assessora-
mento ao Venerável Mestre, sempre que este necessitar, assumindo tarefas e ajudan-
do-o sentido de que a Loja funcione dentro da normalidade. Não é somente no dia da
sessão que o Vigilante deve comparecer e desempenhar seu papel, mas em todo o
momento em que a Loja realizar encontros, visitas, ou qualquer outra atividade.
4 – 2º Grande Vigilante
O 2º Vigilante é a terceira autoridade litúrgica administrativa da Loja, eleito
pelos seus pares. É o substituto do Venerável Mestre, na ausência deste e do 1º
Vigilante.
Ocupa espaço físico no meio da Coluna do Sul, administrativamente o 2º
Vigilante assessora os trabalhos do Venerável Mestre, colaborando para o bom
desempenho das atividades que a Loja promover.
“Irmão 2º Vigilante, a vossa joia é o prumo, com a qual vos revisto” diz o
Venerável Mestre ao empoçá-lo no cargo. Ela representa a verticalidade das ações,
emblema da justiça. Sobre o seu Altar, na parede sobre sua cabeça, localiza-se
uma Estrela de cinco pontas, o Pentagrama ou Estrela Flamejante. Esta Estrela de
grande significação esotérico e místico representa o homem perfeito, quando se
encontra com a ponta para cima, a cabeça; e as outras, os membros superiores e
inferiores. A Estrela em sentido contrário, isto é, com a ponta para baixo, signifi-
ca o oposto do ser humano inteligente, quer dizer representa a besta.
Em seu Altar encontra-se uma coluneta da Ordem de Arquitetura Corintia, que
representa a Beleza. Conforme consta no Ritual, o 2º Vigilante é o responsável
pelo repouso dos irmãos, razão porque comanda a recreação da Loja.
Por dirigir a Coluna do Sul, local dos Companheiros, o 2º Vigilante deve minis-
trar instruções por meio de peças de arquitetura versando sobre as ciências, as
artes e as leis maçônicas.
Empunhando o malhete, entra e sai do Templo no início e fim dos trabalhos,
acompanhando o Venerável Mestre e 1º Vigilante.
1. Estar sempre atento ao desenrolar dos trabalhos, pois é sua obrigação não
permitir que as leis sejam descumpridas.
2. Manter em seu poder durante as reuniões, uma pasta-arquivo contendo
toda legislação vigente.
3. Certificar-se, juntamente com o Secretário, do conteúdo da Bolsa de
Proposta e Informações e do resultado dos escrutínios secretos.
4. Constituir a Mesa Eleitoral nas eleições para Administração da Loja e do
Grão-Mestre.
5. Opor o seu “ne varietur” nos balaústres, depois de aprovada a sua redução,
como testemunho de que a lei não foi ferida.
6. Colocar seu “ne varietur” “ nos documentos oficiais emitidos pela Loja.
7. Decifrar os decretos e Atos oriundos do Grão-Mestre.
8. Entregar, por determinação do Venerável Mestre os diplomas e demais
documentos aos novos Mestres, verificando a autenticidade do “ne varie-
tur” oposto pelos favorecidos.
9. Examinar a documentação dos visitantes, por determinação do Venerável
Mestre.
10. Requer, verbalmente, o adiamento de votação sobre qualquer assunto que
julgar não estar algum irmão suficientemente esclarecido.
11. Oferecer sua opinião sobre candidatos à Loja, quando da entrada da Pré
Proposta, ou por ocasião de discussão antes do assunto ser votado.
12. Manifestar sua opinião pessoal, quando fora da função de Guarda da Lei.
13. Dar as conclusões finais ao término dos trabalhos.
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6 – Secretário
O Secretário é o responsável por todos os registros que correspondem à memó-
ria maçônica. Da sua real e leal anotação depende a vida da Loja, pois que o
presente alicerça-se no passado e constitui a base para um futuro promissor.
Cargo eminentemente administrativo, cujo titular é da escolha do Venerável
Mestre e se localiza à esquerda do Trono de Salomão no Oriente.
Pertence à Secretaria inventariar todo material, não permitindo a retirada de
livros, pastas, arquivos, fichários, ou qualquer expediente é da sua competência,
ainda, a organização de todos esses documentos e necessários registros.
O Secretário é o responsável pelas comunicações, convites, etc. às co-irmãs, à
Grande Loja e aos irmãos, por determinação do Venerável Mestre.
Sobre alguns assuntos de Secretaria receberá a colaboração do Chanceler, bem
como o cargo poderá ter adjunto para auxiliá-lo, o qual ocupará lugar no Oriente
ao seu lado.
Redigir um balaustre é de grande responsabilidade, principalmente que são
tomadas decisões na Ordem do Dia e acontece debate da matéria, não podendo o
Secretário desvirtuar a ideia expedida por cada obreiro, ao registrar o assunto, ou
mesmo torcer uma opinião, nem tampouco manifestar sua aprovação ou discor-
dância elogiando ou criticando um pronunciamento de outro. A isenção nos regis-
tros resumidos é condição “sine qua non” para aprovação de um balaústre. Pode,
é claro, manifestar-se como qualquer irmão.
Sua postura em Loja é de suma importância, como de qualquer outro cargo,
porem o Secretário está na vitrine pela pureza de sua imagem, que deve ser de acor-
do com mo vocabulário maçônico, uma vez que serve de exemplo aos mais jovens.
Na decifração do expediente deve haver uma ordenação de elementos, colocando
em primeiro luar os Atos e Circulares do Grão-Mestrado, depois os Boletins e final-
mente as pranchas em geral. Ao termino da decifração de um balaustre faz parte dos
Usos e Costumes, levantar-se, por-se à ordem, e dizer: “é o que consta Venerável
Mestre”, desfazendo o sinal e sentando-se, igualmente, ao encerrar o expediente.
Não pode o Secretário transcrever no balaústre qualquer passagem ritualística
ou relatar cerimônias, somente deve fazer o registro do ato realizado e da perso-
nagem envolvida, com o nome completo e o respectivo grau.
No caso de uma sessão ser transformada em Conselho de Família para tratar-se
um assunto sigiloso, suspende-se o registro.
7 – Tesoureiro
O Tesoureiro será o responsável pela arrecadação das finanças da Loja, bem
como dos pagamentos das despesas por ela efetuadas.
Trata-se de cargo eletivo, face à necessidade de isenção no q2ue se refere aos
metais da Loja, sendo o depositário de todos os recebimentos monetários, como
mensalidades, taxas e demais recursos estabelecidos.
O Tesoureiro deverá manter em seu poder uma pasta onde estejam arquivados
o Estatuto, o Regulamento Interno, cópias dos documentos comprobatórios do
registro da Loja no CGC, da Ata de Fundação, Ata de Eleição, assim como dos
balanços e balancetes devidamente aprovados pela Loja.
Deverá manter sob sua guarda o Livro Caixa, bem como escriturá-lo a cada
movimentação por entrada ou saída de metais.
Funções do Tesoureiro – Como foi dito, este cargo encerra função administra-
tiva e burocrática, por ele contabilizando-se todo o movimento de entrada e de
saída de valores monetários, em Livro Caixa, escriturado diariamente e à disposi-
ção do Venerável Mestre.
Trimestralmente, ou de acordo com a deliberação do Venerável Mestre, deverá
o Tesoureiro apresentar balancete da movimentação do período, sendo encami-
nhado pelo Venerável Mestre à Comissão de Finanças para emitir seu parecer e
ser apresentado em Loja para aprovação. Ao final do mandato, deverá ser prepa-
rado o balanço anual a ser entregue à Loja juntamente com o Livro Caixa, por
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8 – Mestre de Cerimônias
Mestre de Cerimônias é todo aquele que organiza e dirige um cerimonial.
Maçonicamente, trata-se de uma função litúrgico-ritualística, além de administra-
tiva em muitos momentos, pois que é o responsável pelo bom andamento dos
trabalhos de uma Loja.
Deve esse cargo ser exercido por um Mestre disciplinado e experiente, a fim de
que a ordem interna da Oficina, sob sua responsabilidade, seja executada em per-
feita harmonia.
Servindo de ligação entre o Venerável Mestre e os demais irmãos, para cumpri-
mento administrativo, tem a liberdade de desempenhar sua função sem o bastão,
assim como andar à vontade, sem formalidade ritualística. Entretanto, represen-
tando o Venerável Mestre ou em função ritualística, deve observar rigorosamente
a sistemática maçônica, posto que será, além de harmonizador, o exemplo aos
mais novos maçons.
A joia do cargo é a régua de 24 polegadas, simbolizando o aproveitamento de
todas as horas do dia, que é dividido em três partes: oito horas para o trabalho,
oito para o cultivo das faculdades intelectuais e oito para o descanso, lembrando-
nos a pontualidade, a pontualidade, a precisão e a exatidão.
A sua insígnia representada maçonicamente pelo bastão, conduzido com a
mão direita, é o “cetro patriarcal do guia que todos seguem confiantes.”
Encimando o bastão aparece régua de 24 polegadas, e ou um triangulo equilátero.
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9 – Diáconos
Pela semelhança das funções, procuramos descrever os cargos do 1º e 2º
Diáconos simultaneamente, separando-os somente nas suas respectivas atividades
ritualísticas.
Os lugares dos Diáconos são localizados à direita da autoridade à qual serve,
como executores das suas ordens em cumprimento ao ritual, funções eminente-
mente litúrgico-ritualísticas. O 1º Diácono no Oriente ao lado do Venerável
Mestre e o 2º no Ocidente, ao lado do 1º Vigilante e suas funções não envolvem
aspectos administrativos.
Conforme Ritual do Rito Escocês Antigo e Aceito, as joias dos cargos são para
o 1º Diácono, o malho; para o 2º Diácono, a Trolha. A Grande Loja adota as joias
de rituais antigos, representadas por duas Pombas, sendo que a do 1º Diácono fica
dentro de um triângulo.
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1. Substituir o 1º Diácono.
2. Proferir de cor o texto ritualístico, na abertura e no encerramento dos
trabalhos, para bem desempenhar sua função.
3. Observar, rigorosamente, o sistema ritualístico nos giros, locomovendo-se
pausadamente.
4. Como detentor da Aspiração Estética, deverá manter a ordem e a discipli-
na nas Colunas; se necessário, proceder assim: levantar-se sem ruído,
apanhar o bastão, caminhar lentamente até a frente do faltoso, parar vol-
tado para o Oriente, batendo no piso com o bastão, uma vez, sem nada
dizer, retornando ao seu lugar, completando o giro. Com isso evitar-se-ia
que irmãos distraídos cruzemos braços ou os pés, ou ainda, conversem
durante os trabalhos.
10 – Chanceler
Chanceler ou Guarda dos Selos, é o oficial que tem responsabilidade admi-
nistrativa secundando o Secretário, porém com funções especificas, competin-
do-lhe o controle dos registros individuais dos obreiros e o quadro de freqüên-
cia de cada um. No passado era o responsável pelo protocolo da correspondên-
cia recebida, fazendo o registro em livros próprios. Tratava-se de antigo
magistrado, ao qual estava afeta a guarda do selo real; funcionário encarregado
de autenticar documentos, com funções similares às de um Ministro dos
Negócios Exteriores.
130
A joia do cargo é o timbre ou sinete da Loja, que deve ser aposto nos documen-
tos concedidos, como transferências, diplomas, garante de amizade, “quite placet”
e outros, assim como leis e normas baixadas. No passado existiam de fato, selos
especiais que eram colocados nos documentos, sem os quais não tinham validade.
11 – Hospitaleiro
O cargo de Hospitaleiro é muito importante, não pelo trabalho de coleta de
óbolos que executa em todas as reuniões maçônicas, mas pelo desempenho da
nobre missão de levar, eventualmente, conforto espiritual, nos momentos difíceis
por que atravessa um irmão, ou familiar.
É o Hospitaleiro, pela função harmônica e caritativa, o responsável pela ligação
do irmão em dificuldade e a Loja, por isso, deve o cargo ser preenchido por irmão
de idade madura e de vivência na Loja, além de ser ele portador de acentuada
espiritualidade, a fim de que o conforto por ele levado como conselheiro surta o
efeito da filantropia e de solidariedade.
Sendo cargo de nomeação facilita seu preenchimento e é evidente que se deve
colocar o maçom certo no lugar certo; esta função, mais do que nenhuma outra,
exige alguma independência do seu titular, no sentido de condição financeira e
tempo, pois que as visitas em nome da Loja e do Venerável Mestre são imprescin-
díveis, quando as ausências se fazem sentir.
A joia do cargo de Hospitaleiro é uma sacola ou bolsa pequena denominada
bolsa coletora, ou Bolsa de Beneficência, simbolizando seu utensílio de trabalho
para arrecadação de metais durante as reuniões.
O processo de recolhimento de metais é tradicional, mostrando-se a discrição
que o Hospitaleiro deve ter, quando da circulação dó Tronco de Solidariedade.
Leva-o junto à cintura, do lado esquerdo e apresenta-o ao irmão para sua frente,
ereto, apresenta-lhe a bolsa, olhando para o lado direito, demonstrando não enxer-
131
gar o que nele é depositado; o doador deverá colocar o óbolo com a mão esquerda,
lado do coração, da benevolência, lado passivo, gesto nobre e solidário que todo
maçom deve possuir.
Antes do surgimento da moeda, existia a troca pura de bens, porém se tornava
difícil mensurar-se o valor de cada espécie, a fim de que a troca fosse justa no
intercâmbio de mercadorias diferentes. No século VIII A. C., na Grécia, servia de
parâmetro para as contas o “boi”, segundo história da Moeda, uma mulher valia
de vinte a quarenta cabeças de gado e um homem, cem. O boi, desde essa época
passou a ser o animal que servia para qualquer sacrifício, incluindo-se a troca. O
sacrifício ao animal fazia parte do culto divino, concluindo-se que o nome das
moedas antigas terem origem naquele culto. A primeira moeda romana em bronze
fundido teve a denominação de AES, derivada de ASSUM, assado, numa referên-
cia no banquete sagrado. As moedas gregas, denominada “óbolo”, tem a raiz em
“obelos”. objeto de ferro, onde se colocavam pedaços de carnes das vítimas no
sacrifício do animal. Óbolo era, também, uma unidade de peso (0,72 gramas) e
moeda na Grécia antiga.
Não é de se estranhar a razão por que a palavra “dinheiro” seja denominada de
“pecúnia”, que tem sua origem na raiz “pecus”, cuja significação é gado, donde
temos as derivadas “pecuário” e “pecuniário”.
Os romanos foram os primeiros a cunharem moedas e sua casa de cunhagem era
no templo da deusa Juno Moneta, talvez esta palavra seja a origem da palavra
moeda. È, portanto, muito antiga a expressão Moeda Cunhada que servia de troca
de materiais ou bens e que os povos passaram a utilizar, fazendo-se de metal nobre,
ouro ou prata, para terem o valor que de fato possui o objeto ou bem adquirido.
A Maçonaria herdou a ideia e a origem, adotando o sistema simbólico de
cunhar, ou amoedar, quando recolhia numerário para atender as necessidades dos
irmãos, e com seu vocabulário especial, estabeleceu a denominação de Medalha
Cunhada, devendo o produto recolhido ser cunhado numa única moeda. Daí a
expressão maçônica “ ... o Tronco de Solidariedade produziu uma Medalha
Cunhada no valor de .... reais”.
O maçom, ao levar a mão esquerda fechada ao saco coletor, deverá doar o que
o seu coração ditar, de acordo com suas possibilidades, aquele que possui melho-
res condições deverá dar mais e quem possui menos, dará menos, porém o impor-
tante é o gesto de desprendimento manifestado pelo coração. Poderá acontecer de
algum irmão nada poder doar naquele momento, mas ninguém terá de saber, pois
em outra oportunidade, certamente sua consciência lhe ditará como preencher a
falha criada anteriormente.
A joia do Guarda do Templo são duas espadas cruzadas, como que impedindo
a entrada de pessoas indesejosas, assim como a saída indevida de ideias, decisões
e, principalmente, como chamamento ao segredo, condição inevitável para que
cada um compreenda os mistérios da vida, adquira seu desenvolvimento e aper-
feiçoe-se. Os ferros cruzados em guarda para o combate nos ensinam a estar em
defesa contra os pensamentos contrários aos sãos princípios e a ordenarmos
moralmente as nossas ações.
13 – Experto
Muitas vezes toma-se a palavra “Experto” como se tratasse de pessoa sagas,
viva, hábil, ativa, diligente, astuta; todavia, segundo o termo do latim “expertu”,
tem o significado de experimentado, experiente, perito, conhecedor, como por
exemplo acontece a um ex-Venerável Mestre, razão por que o cargo a tempos
passado, quando se observava o giro dos cargos, na época de eleições, deixou de
ser o Cobridor Externo, retornando ao Templo para ser o condutor dos Neófitos,
passando a ser o segundo ex-Venerável Mestre mais moderno. Infelizmente rarís-
simas Lojas observam o rodízio dos cargos, sendo escolhido para o cargo irmãos
que preenche o primeiro quesito da interpretação da palavra.
O desempenho do Experto é bem especifico, consoante prescrevem os rituais,
bem como de uma grande responsabilidade, principalmente nas Sessões Magnas.
A seriedade durante as cerimônias, sem brincadeiras, sem distorções ritualísticas
que às vezes servem para adaptações e invencionices.
A mistura de ritos nas Lojas, antes da fundação das Grandes Lojas, inúmeros
problemas foram criados e até hoje não corrigidos nos rituais e nos costumes do
Rito Escocês Antigo e Aceito. O contato com os Ritos Adonhiramita e Frances ou
Moderno, na época, criaram grandes distorções até hoje discutidas e não corrigi-
das. Dentre vários, na denominação do cargo durante a iniciação, pois que os ritos
mencionados chamam-no Irmão Sacrificador, ou Irmão Terrível não existente no
Rito Escocês.
A joia do cargo é o punhal, segundo Frau Abrines, “o Punhal é o símbolo do
castigo que recebem os perjuros”.
14 – Arquiteto
O Arquiteto é um oficial da Loja que aparentemente tem pouca atribuição, face
não fazer parte do funcionamento ritualístico, porém, subjetivamente, muito tem
a ver com o ensino com o ensino do Aprendiz no início da carreira.
135
15 – Porta Espada
O Porta espada tem função bastante restrita durante o trabalhos ritualísticos,
somente funcionando nas consagrações de grau, como na Iniciação, Elevação e
Exaltação.
Costuma-se designar o Porta espada para condutor do Pavilhão Nacional nas
sessões especiais, quando ele é entronizado no Templo, assim como um cargo
denominado Porta Bandeira, inexistente no Rito Escocês.
Na consagração dos recipiendários, no momento em que o Venerável Mestre
desloca-se para o Ocidente, o Porta Espada apanha a almofada onde se descansa
a espada e o acompanha, colocando-se ao seu lado direito não podendo tocar na
Espada Flamejante.
A joia do Porta Espada, de conformidade com o Rito Escocês Antigo e Aceito,
é uma espada comum.
A função desempenhada pelo cargo é bastante profunda, por ser o condutor da
Espada Flamejante ao Altar dos Juramentos, para que o Venerável Mestre proceda
à consagração do recipendário.
O lugar que ocupa o Porta Espada, fica junto à entrada do Oriente, do lado
direito do Venerável Mestre, à frente do Guarda da Lei.
nar: “Sentai-vos meus irmão”, contornando o altar por trás dos que ali
se encontram.
16 – Porta Estandarte
O Porta Estandarte é o responsável de identificação de uma Loja, mantendo-o
limpo e bem cuidado, no pedestal que o sustenta de pé.
O lugar primitivo do estandarte era ao lado do cargo, na grade do Oriente, entre-
tanto para não prejudicar a visão foi mudado para trás, à esquerda do Venerável
Mestre.
Ao contrário das demais bandeiras como Pavilhão Nacional e outras, que devem
ficar fora do Templo, só adentrando e saindo nas solenidades, o Estandarte perma-
necerá, por ser parte integrante dos utensílios, desde a sagração de um Templo até
a recepção de neófitos.
Não obstante as poucas funções do Porta Estandarte, seu papel litúrgico impor-
tante é na noite de Iniciação, quando é apresentado ao Recipientário como o
símbolo característico, em geral criado na fundação da Loja, significando o con-
junto de ideias e de idealismo, como o retrato filosófico da sociedade a que irá se
ligar e, por isso, tem que estar presente nos atos mais sublimes, como uma forma
de apresentação da consciência coletiva dos irmãos.
A joia do Porta Estandarte é uma miniatura de estandarte, que deverá permane-
cer preso ao seu colar. O Porta Estandarte terá lugar junto a grade a direita de
entrada do Oriente.
Loja havia um organista; hoje coloca-se na Coluna do Sul, de forma visível para
o Venerável Mestre.
A joia do cargo de Mestre de Harmonia é uma Lira, instrumento de cordas dos
mais antigos de que se tem noticia, hoje em desuso, mas continuando como sím-
bolo da Música Universal.
17 – Mestre de Banquete
Os banquetes são tão antigos como os mistérios, pois todos os povos da antigui-
dade os praticavam. Os egípcios, os gregos, os romanos, os judeus, todos realiza-
vam os seus banquetes sagrados, após as cerimônias religiosas. A Maçonaria
herdou, como outros hábitos, esse costume, realizando ágapes depois dos grandes
acontecimentos.
Esta cerimônia não é mais exercitada como devia, a não ser nas iniciações,
raramente, e sem obediência às formalidades ritualísticas. Quando realizados
almoço ou jantares com formalidades ritualísticas são denominados Jantar de
Mesa ou Ritualísticos e constam com ritual especifico.
O cargo de Mestre de Banquetes não aparecia nos rituais, antes de 1900, sendo,
portanto, um cargo novo, como outros meramente administrativos, nada tendo haver
com o que se passa no Templo. Justifica-se, pois no passado os ágapes eram reali-
zados em lugares profanos, em ambiente fechado é claro, mas preparados por par-
ticulares, o que se pode provar por rituais do século XIX, onde não aparece o cargo.
Já consagrado como muitos outros, pelo uso de mais de cem anos, podemos
dizer que se trata de uso e costumes que fixou o lugar do Mestre de Banquetes na
Coluna do Sul, ao lado do Hospitaleiro.
Modernamente, a joia do Mestre de Banquetes é o Cornucópia, símbolo da
fartura e da abundancia. Esse corno Mitológico é apresentado cheio de frutas e
flores e cabe perfeitamente ao cargo.
Os rituais mais antigos do Rito Escocês Antigo e Aceito mencionam ser a joia
do Mestre de Banquetes dois bastões cruzados.
Capítulo X
Perguntas e Respostas
instituição maçônica, a luz de registros autênticos. Cada uma a seu modo, ambas
as correntes tem trazido, sempre, importantes contribuições, e marcado sua influ-
ência na evolução do pensamento maçônico.
O que é um quadrilongo?
Uma forma geométrica, em que as proporções são definidas diferentemente por
vários pesquisadores. Para uns, o quadrilongo seria composto por três quadrados
perfeitos; para outros seria um duplo quadrado; outros ainda, o definem como um
retângulo cuja proporção entre os lados seja de 1 x 1,618.
Templo a entrada é sempre pelo Ocidente, Um irmão deve passar pela coluna do
Norte, depois pela grade (balaustrada) do Oriente e, finalmente. Pela coluna do sul.
Loja é Templo?
Não. Mas, já é comum o uso dessas duas palavras como sinônimas.
O que é Oficina?
O mesmo que Loja.
Quais são os Graus que estão subordinados a uma Grande Loja ou Grande
Oriente?
Os três primeiros graus simbólicos. Houve tempo que os Grande Orientes admi-
nistrava também parte dos Altos Corpos (Lojas Capitulares), constituíam, portan-
to uma Potência Mista, em 1927 esta condição fez aparecer as Grandes Lojas por
dissidência; em 1963 os Grande Orientes passaram administras apenas as Lojas
Simbólicas, igualando-se às Grandes Lojas.
E os demais 30 graus?
Estão subordinados ao Supremo Conselho das Grandes Lojas, ou ao Supremo
Conselho dos Grandes Orientes federados, ambos conservando as mesmas origens e
146
história anterior a 1927. As Lojas jurisdicionadas aos Grande Orientes estaduais inde-
pendentes estão subordinadas ao Supremo Conselho do Grau 4 ao 33 fundado na
ocasião de seus aparecimentos. Entre as potências simbólicas e seus Supremos conse-
lhos existem tratados de amizade. O direito de um, termina onde começa o do outro.
O que é coluna?
Em Maçonaria, a palavra “coluna” pode ter três significados:
1. Colunas B e J são as duas colunas que existem á entrada do Templo;
2. Colunas Jônica, Dórica e Coríntia. As três colunas gregas de grande sig-
nificado simbólico (colunetas). Deveriam ser mais propriamente chama-
das de “Pilares”, mas, porque não deixam de serem colunas, assim podem
ser denominadas;
3. Colunas de Norte e de Sul (ou do meio dia). Referem-se às alas (e por
tanto colunas) onde tomam lugar os irmãos. Estão diretamente direciona-
das as colunas J e B, como também aos irmãos 1º e 2º Vigilantes respec-
tivamente.
Estando a Loja constituída pode um irmão passar por trás das colunas B e J?
Simbolicamente não, porque seria como se o irmão saísse do Templo. A rigor,
o ocidente esta demarcado pelas colunas B e J, as quais separam simbolicamente,
o templo do mundo profano.
O que deve existir sobre os capitéis das colunas B e J, nas Lojas de aprendiz?
Três romãs entreabertas. As romãs representam as Lojas pela afinidade de seus
grãos e a união de toda a família maçônica, como o exemplo de fraternidade que
deve servir para toda a humanidade.
esplendor do Sol, é também a hora em que a construção pode ser verificada com
maior precisão, por meio do Nível e do Prumo. Diz-se que os antigos construtores
assim procediam e, uma vez que todo corria bem, proclamavam ao chefe que tudo
estava justo e perfeito.
O que é Malhete?
O símbolo da autoridade do Venerável. Os vigilantes também usam Malhetes, que
correspondem ao 2º e 3º Malhete da Loja. O malhete tem a forma de um “tau” grego
e é geralmente fabricado de madeira de bucho, símbolo da firmeza e perseverança,
o Malhete é também conhecido como Insígnia do Venerável e dos vigilantes.
152
O que é Óbolo?
É a dádiva ou metal, que o irmão coloca no Tronco de Beneficência.
Alem de São Batista e de São João Evangelista, quais outros santos tem, por
tradição, relação com a Maçonaria Operativa?
São os “quatro corados”: Severo, Severiano, Carpóforo e Vitorino, que teriam
sido sacrificados e mortos por ordem do Imperador Diocleciano, por se terem
negado a fazer estátuas de ídolos pagãos.
O que é Lowton?
Por Lowton, deve se entender: filho, descendente ou dependente de Maçom
adotado por uma Loja, durante sua minoridade. Esse menino (assim adotado) terá
o direito de ser iniciado menor do que a que se exige de profanos comuns, isto é
poderá ser iniciado aos 18 anos. A adoção de Lowton é um compromisso público,
assumido pela Loja, A Oficina que adota Lowton assume grande responsabilida-
de. Devera proteger o adotado e, se órfão necessitado, deverá sustenta-lo até a
maioridade e custear-lhe os estudos até o grau superior, se for o caso.
O que sã os “Landmarks”?
São consideradas as mais antigas Leis que regem a Maçonaria Universal, pelo
que se caracteriza pela antiguidade e jamais podem ser modificadas. São 25 em
numero, que foram colecionados pelo Irmão Alberto Mackey.
158
Bibliografia
Bíblia Sagrada – Padre Santos Farinha (Ano Santo 1950)
Eduardo Carvalho Monterio – “O Templo Maçônico e as Moradas do Sagrado”
Erwin Seignemartin – Palestras – Boletim do Venerável Colégio – Glesp – S.
Paulo
Dicionário Enciclopédico Brasileiro – Álvaro Magalhães
Dicionário Maçônico – Nicola Aslan
Jorge Von Borries – “El Gran Arquiteto del Universo” – Boletim da Masonaria
Boliviana – outubro de 1964 – Republica de Bolívia
João Carlos Pereira da Silva – “Os Landmarques da Franco Maçonaria” –
Editora Maçônica “A Trolha” Ltda – Londrina – Paraná
José Castellani – “Do Pó dos Arquivos, Vol II” – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda – Londrina – Paraná
Jules Boucher – Simbólica Maçônica – Editora Pensamento
Luis Umbert Santos – “La Religion Masonica” – Libreria Carlos Cesarman S. A.
– México.
Marcos Santiago – “Maçonaria historia e atualidade” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda – Londrina – Paraná.
Valton Sergio Von Tempski –Silka “Historial da Franco Maçonaria” – Juruá
Editora – Curitiba – Paraná.
Walnyr Goulart Jacques – “Uma Loja Maçônica Simbólica” – Grande Loja do
Rio Grande do Sul.
História da Grande Loja Maçônica
.. . APRENDIZ MAÇOM PLENO Aprendiz Maçom