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PROJETO OTIMIZADO DE POSTES DE

TELECOMUNICAÇÕES
1
Matheus Barbosa Moreira Cedrim; 2Ricardo Vital Barroso; 3Adeíldo Soares Ramos Júnior
1
matheus.cedrim@ctec.ufal.br; 2ricardo.vital@lccv.ufal.br; 3adramos@lccv.ufal.br;
123
Universidade Federal de Alagoas; Av. Lourival Melo Mota, s/n, Tabuleiro do Martins; 57072-900; Maceió;
Alagoas; Brasil

RESUMO: A análise estrutural de postes de telecomunicações é uma etapa importante para o dimensionamento destes
quando em situações operacionais. Este trabalho aborda um projeto otimizado para postes de aço, considerados como
elementos de viga, submetido a ações devido ao vento e cargas permanentes das plataformas, antenas, cabos, escada e
o peso próprio do poste em si. Na formulação do problema de otimização estrutural, a função objetivo deve ser
minimizada, a fim de atender ao critério de mínimo peso, onde são impostas restrições em tensões, deslocamentos e
rotações admissíveis. Para que o poste resista às solicitações com segurança, realiza-se uma análise elástica linear
discreta via método das diferenças finitas. De maneira a alcançar um mínimo local que satisfaça as restrições, o
processo de otimização através da utilização da ferramenta de otimização disponível no MATLAB mostra-se viável, de
modo que é possível encontrar valores ótimos para as variáveis de projeto, definidas para diferentes variações de
altura.
PALAVRAS-CHAVE: Otimização estrutural; Postes de aço; Análise estática.

1 INTRODUÇÃO

Christensen e Klarbring (2009) definem a otimização estrutural como a área de estudo


destinada a fazer o projeto de estruturas de uma maneira melhor. A definição de melhor depende dos
objetivos a serem alcançados através das medidas de performance desejadas. Por exemplo: peso,
rigidez, tensão, deslocamentos e geometria. Um problema de otimização estrutural é formulado
escolhendo uma medida de performance e a determinando como função objetivo, que deve ser
maximizada ou minimizada, usando outras medidas como restrições.
Arora (2012) relata a importância de uma formulação apropriada para que a solução ótima
esteja compatível com o problema. Deve-se definir uma função objetivo e suas restrições (igualdade
e/ou desigualdade), limites para as variáveis de projeto e os critérios de minimização. É importante
que todos os parâmetros sejam consistentes, pois, se forem inconsistentes, talvez não seja possível
encontrar uma solução. Para a maioria dos problemas de otimização, são utilizados 5 passos para o
procedimento de formulação: descrição do problema/projeto; definição dos dados e informações;
definição das variáveis de projeto; critérios de otimização; formulação das restrições.
Na área de análise estrutural, há vastas aplicações para projetos e dimensionamentos práticos
de estruturas otimizadas. Estas podem possuir um grau de complexidade que requerem uma análise
mais sofisticada, que se tornam inviáveis de serem analisadas através de métodos manuais. Para
tanto, existem ferramentas numéricas computacionais para a discretização do problema em análise,
a exemplo do método das diferenças finitas. Em geral, a solução aproximada torna-se mais precisa à
medida que se aumenta o refinamento da malha.

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Anais do XI Congresso de Engenharia, Ciência e Tecnologia
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Os postes de aço são encontrados em diversas aplicações práticas, como por exemplo, postes
de telecomunicações, postes de linhas de transmissão de energia elétrica, entre outras. O objetivo
deste trabalho é fornecer parâmetros para o dimensionamento de um poste de aço para
telecomunicação com o intuito de alcançar o mínimo volume, baseado nos critérios de tensão,
deslocamento e rotação admissíveis.

2 METODOLOGIA

O poste é afunilado e possui seção circular vazada. É submetido a cargas horizontais devido
ao vento, 𝐹ℎ e 𝑝ℎ , e cargas permanentes verticais, 𝐹𝑣 e 𝑝𝑣 , como demonstrado na Fig. 1.

Figura 1 – Modelo de cálculo do poste

Fonte: Adaptado de ARORA, 2012.

Para formular o problema, é necessário incluir os procedimentos para a análise da estrutura,


expressões para as tensões e propriedades da seção transversal. Arora (2012) apresenta os seguintes
dados para o problema, referentes às propriedades do material, cargas de vento, cargas permanentes,
equações de esforços solicitantes e limites para as restrições.

𝑞 (𝑧) = 463,1 𝑧 0,25 (1)


𝐹ℎ = 𝐶𝑡 𝐴𝑡 𝑞 (𝐻) = 𝐶𝑡 𝐴𝑡 (463,1 𝐻0,25 ) (2)
𝑑𝑒 (𝑧) = 𝑑𝑡 + 2 𝜏 (𝐻 − 𝑧) (3)
𝑑𝑖 (𝑧) = 𝑑𝑒 (𝑧) + 2 𝑡 (4)

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𝜋
𝐴(𝑧 ) = [𝑑 (𝑧)2 − 𝑑𝑖 (𝑧)2 ] (5)
4 𝑒
𝜋
𝐼 (𝑧 ) = [𝑑 (𝑧)4 − 𝑑𝑖 (𝑧)4 ] (6)
64 𝑒
2 𝐼(𝑧)
𝑆 (𝑧 ) = (7)
𝑑𝑒 (𝑧)
𝑝ℎ (𝑦) = [𝐴𝑙𝑐 𝐶𝑙𝑐 + 𝑑𝑒 (𝑧) 𝐶𝑝 ] 𝑞 (𝑧); 𝑧 = 𝐻 − 𝑦 (8)
𝑝𝑣 (𝑦) = 𝑝𝑙𝑐 + 𝐴(𝑧) 𝛾; 𝑧 = 𝐻 − 𝑦 (9)

onde, 𝐴𝑙𝑐 é a área distribuída de escada e cabos, igual a 0,3 𝑚2 ⁄𝑚 ; 𝐴𝑡 é a área projetada no plano
vertical de plataformas, suportes e antenas, igual a 10 𝑚2 ; 𝐴(𝑧) é a área transversal da seção do
poste na altura 𝑧, em 𝑚2 ; 𝐶𝑙𝑐 é o coeficiente de arrasto da carga do vento atuando sobre escada e
cabos, igual a 1; 𝐶𝑝 é o coeficiente de arrasto da carga do vento atuando sobre o poste, igual a 0,75;
𝐶𝑡 é o coeficiente de arrasto da carga de vento atuando em 𝐴𝑡 , igual a 1; 𝑑𝑒 é o diâmetro externo de
uma dada seção do poste, em 𝑚; 𝑑𝑖 é o diâmetro interno de uma dada seção do poste, em 𝑚; 𝑑𝑡 é o
diâmetro externo no topo do poste, em 𝑚; 𝐸 é o módulo de elasticidade, igual a 210 𝐺𝑃𝑎; 𝐹ℎ é a
carga de vento no topo devido à plataforma, suportes e antenas, em 𝑁; 𝐹𝑣 é a carga permanente no
topo devido ao peso da plataforma, suportes e antenas, igual a 10400 𝑁; 𝐻 é a altura do poste, em
𝑚; 𝐼(𝑧) é o momento de inércia da seção na altura 𝑧, em 𝑚4 ; 𝑝𝑙𝑐 é o peso próprio de escada e
cabos, igual a 400 𝑁/𝑚; 𝑝ℎ (𝑦) é a carga distribuída horizontal à distância 𝑦 do topo, em 𝑁/𝑚;
𝑝𝑣 (𝑦) é a carga distribuída vertical à distância 𝑦 do topo, em 𝑁/𝑚; 𝑞 expressa a pressão efetiva da
velocidade do vento com base na NBR-6123 (ABNT, 1988), em 𝑁/𝑚2 ; 𝑆(𝑧) é o módulo elástico
da seção do poste na altura 𝑧, em 𝑚3 ; 𝑡 é a espessura da parede do poste, em 𝑚; 𝛾 é o peso
específico do aço, igual a 78500 𝑁/𝑚3 ; 𝜏 é o afunilamento do poste, em 𝑚/𝑚.

Os esforços internos solicitantes, tensões, deslocamentos, rotações e curvaturas são


dependentes da carga 𝑞(𝑧), chamada máxima pressão do vento. As expressões do esforço normal,
𝑁(𝑧), e do momento fletor, 𝑀(𝑧), apresentadas a seguir (Eq. 10 e Eq. 11), são encontradas para
uma seção de altura 𝑧, como mostrado na Fig. 2.
𝐻−𝑧
𝑁(𝑧) = 𝐹𝑣 + ∫ 𝑝𝑣 (𝑦) 𝑑𝑦 (10)
0
𝐻−𝑧
𝑀 (𝑧) = 𝐹ℎ (𝐻 − 𝑧) + ∫ 𝑝ℎ (𝑦) (𝐻 − 𝑧 − 𝑦) 𝑑𝑦 (11)
0

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Figura 2 – Esquema da seção do poste em uma seção de altura z

Fonte: ARORA, 2012.

Para a tensão normal no elemento, 𝜎 (𝑧), é necessário verificar que o elemento está submetido
ao momento fletor e força axial, portanto, as tensões são combinadas para obter a tensão axial
efetiva. Para o poste em balanço, a tensão máxima ocorre no nível 𝑧 = 0, visto que o poste é
engastado. Na presente análise, o efeito da força cortante é negligenciado no cálculo da tensão e da
rotação.

𝑁(𝑧) 𝑀(𝑧)
𝜎 (𝑧 ) = + (12)
𝐴(𝑧) 𝑆(𝑧)

Assumindo um comportamento elástico linear para estrutura, deve-se calcular os


deslocamentos e rotações através da equação diferencial da linha elástica. Como é difícil integrar a
equação analiticamente, utiliza-se o método das diferenças finitas. Uma vez que o momento fletor
𝑀(𝑧) e o momento de inércia 𝐼(𝑧) variam ao longo do eixo 𝑧, um procedimento prático para
realizar a integração é através da regra trapezoidal apresentada a seguir.

𝑀(𝑧𝑖 )
𝑣𝑖′′ = − (13)
𝐸 𝐼(𝑧𝑖 )
𝑣𝑖′′ + 𝑣𝑖−1
′′
𝑣𝑖′ = 𝑣𝑖−1

+ ℎ (14)
2
𝑣𝑖′ + 𝑣𝑖−1

𝑣𝑖 = 𝑣𝑖−1 + ℎ (15)
2
onde, ℎ = 𝑧𝑖 − 𝑧𝑖−1 ; 𝑣𝑖 é o deslocamento horizontal na altura 𝑧𝑖 , em 𝑚; 𝑣𝑖′ é a rotação no plano
vertical da seção do poste na altura 𝑧𝑖 , em radianos; 𝑣𝑖′′ é a curvatura no plano vertical da seção do
poste na altura 𝑧𝑖 , em 𝑚−1 .

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Como as condições de contorno são 𝑣(0) = 0 e 𝑣′(0) = 0, é possível dividir o poste em 𝑛
segmentos, introduzindo 𝑛 + 1 pontos ao longo do eixo do poste. A quantidade de pontos escolhida
para a discretização do poste é definida a fim de se obter uma melhor representatividade da
estrutura em análise, visto que, quanto maiores os segmentos, menor é a precisão dos resultados.
Uma vez que a altura, os carregamentos e o material para a estrutura são especificados, apenas
as dimensões da seção transversal precisam ser determinadas para que o projeto esteja completo.
Então, as três variáveis de projeto para o poste são o diâmetro externo na seção do topo (𝑑𝑡 ), a
espessura da seção da parede (𝑡) e o afunilamento do poste (𝜏).
A função objetivo consiste em minimizar o peso do poste e, consequentemente, o consumo de
material. Arora (2012) expressa esta em termos das variáveis de projeto, de acordo com a Eq. 16:

1
𝑓 = 24 𝜏 𝜋 𝛾 {[(𝑑𝑡 + 2 𝜏 𝐻)3 − (𝑑𝑡 )3 ] − [(𝑑𝑡 + 2 𝜏 𝐻 − 2 𝑡)3 − (𝑑𝑡 − 2 𝑡)3 ]}, 𝑁 (16)

Com o intuito de otimizar a função objetivo, tornando a massa do poste mínima, são impostas
restrições para o problema. A primeira restrição é relativa à falha do material, utilizando o critério
de tensão máxima admissível (σ𝑎𝑑𝑚 ), que pode ser escrita na forma da Eq. 17:

𝑀 (0) 𝑁 (0)
𝑔1(𝑧) = + ≤ σ𝑎𝑑𝑚 (17)
𝑆 (0) 𝐴(0)

A segunda restrição trata-se da flecha no topo, que deve ser menor que o valor admissível
(𝑣𝑎𝑑𝑚 ), como expresso na Eq. 18:

𝑔2(𝑧) = 𝑣(𝐻) ≤ 𝑣𝑎𝑑𝑚 (18)

A terceira restrição é relacionada com a ligação das antenas no poste, que não podem perder
sua conexão com o receptor quando submetidas às condições operacionais devido à velocidade
operacional do vento, 𝑉𝑜𝑝𝑒𝑟 . Neste caso, a rotação das antenas deve ser menor do que um

determinado limite, chamada rotação admissível para as antenas (𝑣𝑎𝑑𝑚 ). A Fig. 3 demonstra essa
restrição do limite rotacional.

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Figura 3 – Visão geométrica da rotação admissível para a antena

Fonte: Adaptado de ARORA, 2012.

Em uma análise linear, temos que a rotação no plano vertical da seção devido à velocidade

operacional do vento (𝑣𝑜𝑝𝑒𝑟 ) é expressa pela Eq. 19:


𝑣𝑜𝑝𝑒𝑟 = 𝑣 ′ (𝐻) ∙ 0,552 (19)

Chegando então a seguinte restrição, descrita matematicamente pela Eq. 20:


𝑔3(𝑧) = 𝑣 ′ (𝐻) ∙ 0,552 ≤ 𝑣𝑎𝑑𝑚 (20)

Problemas sem restrição e problemas com restrição são resolvidos baseados em algoritmos
implementados na toolbox de otimização do MATLAB. Para problemas gerais com restrição, é
possível utilizar a função fmincon, que possui como entrada a função objetivo, o ponto inicial das
variáveis de projeto, as restrições lineares (igualdade e/ou desigualdade), os limites laterais, as
restrições não lineares (igualdade e/ou desigualdade) e, quando necessário, as opções definidas pelo
usuário. O procedimento é apresentado através da formulação padrão do problema de otimização,
ilustrada na Fig. 4, relacionada à função fmincon, conforme a Fig. 5.

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Figura 4 – Formulação padrão do problema de otimização

Fonte: PAULINO, 2016.

Figura 5 – Função fmincon para otimização com restrições

Fonte: PAULINO, 2016.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Utilizando o aço como material constituinte do poste, são adotadas as seguintes propriedades
para a análise: módulo de elasticidade longitudinal (𝐸) igual a 210 𝐺𝑃𝑎 e peso específico (𝛾) igual
a 78500 𝑁/𝑚3 .
Partindo do ponto inicial, o processo de otimização busca encontrar um mínimo local que
satisfaça as restrições. Os limites para as restrições são dados do problema:

𝜎𝑎𝑑𝑚 = 150 𝑀𝑃𝑎 (21)


𝑣𝑎𝑑𝑚 = 2% 𝐻 (22)
𝑣′𝑎𝑑𝑚 = 0,00873 𝑟𝑎𝑑 (23)

Os limites para as variáveis de projeto são impostos como:

0,30 ≤ 𝑑𝑡 ≤ 1,0 , 𝑚 (24)


0,0032 ≤ 𝑡 ≤ 0,0254 , 𝑚 (25)
0 ≤ τ ≤ 0,05 , 𝑚/𝑚 (26)

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Considerando os valores iniciais das variáveis de projeto como (0,400, 0,005, 0,010), temos
que o projeto inicial é viável e é possível ser melhorado. Em busca de valores ótimos, realiza-se um
estudo para diversas alturas do poste.
Com a formulação matemática da estrutura em análise, implementa-se uma rotina em
MATLAB para solução do problema utilizando a toolbox de otimização. Essa rotina consiste em
uma função para definição das restrições não lineares e uma função principal que é utilizada para a
obtenção da solução ótima.
A fim de se estudar a influência da altura na determinação dos valores ótimos para as
variáveis de projeto, são analisados postes com diferentes alturas. Os resultados obtidos através
destas análises estão dispostos na Tabela 1.

Tabela 1 – Resultados da otimização em função da altura


𝑯 (𝒎) 𝒅𝒕 (𝒎) 𝒕 (𝒎) 𝝉 (𝒎/𝒎) 𝑷𝒆𝒔𝒐 (𝑵)
10 0,3 0,0032 0,012 3268,4
20 0,3 0,0032 0,016 9611,5
30 0,3 0,0032 0,017 19319
40 0,3 0,0032 0,019 33030
50 0,3 0,0032 0,020 51543
60 0,3 0,0032 0,021 75789
70 0,3 0,0032 0,023 106830
80 0,3 0,0032 0,025 145820
90 0,3 0,0032 0,027 194060
100 0,3 0,0032 0,029 252920
Fonte: Autores, 2018.

Observando a Tabela 1, é possível constatar que as variáveis de projeto referentes ao


diâmetro externo na seção do topo (𝑑𝑡 ) e à espessura da seção da parede (𝑡) permanecem constantes
para as diferentes alturas, confirmando que as restrições laterais estão ativas em seu valor mínimo.
As Fig. 6 e Fig. 7 apresentam, respectivamente, a variação do valor ótimo encontrado para o
afunilamento do poste (𝜏) e a variação do peso mínimo, ambos em relação à altura.

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Figura 6 – Variação do afunilamento em função da altura

Afunilamento x Altura
0.04
0.035
Afunilamento (m/m)

0.03
0.025
0.02
0.015
0.01
0.005
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Altura do poste (m)

Fonte: Autores, 2018.

Figura 7 – Variação do peso mínimo em função da altura

Peso x Altura
250,000
225,000
200,000
Peso mínimo (N)

175,000
150,000
125,000
100,000
75,000
50,000
25,000
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Altura do poste (m)

Fonte: Autores, 2018.

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Com base na Fig. 6, é possível confirmar que o afunilamento apresenta uma tendência de
crescimento à medida que se aumenta a altura do poste. Isto pode ser explicado através da análise
estrutural, uma vez que as solicitações de momento fletor na base, oriundas das cargas horizontais,
são maiores, resultando numa relação de maior consumo de material em função da altura, conforme
é observado na Fig. 7.

4 CONCLUSÕES

Um assunto importante que não foi considerado na presente formulação do problema foi a
análise dinâmica desse tipo de estrutura. Quando a primeira frequência natural de vibração é menor
que 1 Hz, os efeitos dinâmicos das cargas de vento devem ser considerados, e a análise dinâmica
deve ser realizada.
Além disso, a análise não linear geométrica, que considera a configuração deformada da
estrutura, deve ser incluída para uma análise mais precisa, visto que os postes devem ser projetados
de maneira segura, uma vez que este tipo de estrutura é essencial para os sistemas de
telecomunicações.
O potencial da toolbox do MATLAB foi comprovado através dos usos de suas ferramentas
para o problema proposto, mostrando-se uma aplicação eficaz para diversas áreas da engenharia,
seja para otimizar custo, peso, tempo, rigidez e diversos outros parâmetros que dependem da
formulação do problema encontrado.
Com uma formulação matemática precisa, dentro da área de engenharia estrutural, utilizando
a ferramenta Optimization Toolbox do MATLAB, é possível ainda realizar análises mais complexas
envolvendo a não linearidade geométrica e o comportamento dinâmico do domínio.

5 REFERÊNCIAS

ARORA, Jasbir S. Introduction to optimum design. 3. ed. Elsevier, 2012.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas ao vento
em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
CHRISTENSEN, Peter W.; KLARBRING, Anders. An introduction to structural optimization.
Springer Science & Business Media, 2009.
MATLAB - The Language of Technical Computing. Disponível em:
<http://www.mathworks.com/products/matlab/>. Acesso em: 15 de dezembro de 2017.
PAULINO, Glaucio H. Notas de aula, Curso: Structural Design Optimization: Optimization with
MatLab. Urbana-Champaign, Illinois, 2016.

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