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Produto

e Emprego

UFRJ / CCJE / IE / PPED


Teoria Econômica II

Introdução à Macroeconomia
Modelo Keynesiano Simples

Froyen (caps.5 e 6.1)


Vasconcellos (caps.10 e 11)
Produto e Emprego
Hipótese

• nível tecnológico, estoque de capital e estoque de mão de obra


constantes;
• economia opera abaixo do pleno emprego e com capacidade
ociosa;
• nível agregado de preços é fixo e mudanças nas variáveis
refletem variações em termos reais.
P

Ys

Yd’
Yd
Y
29/03/17 1
Produto e Emprego
Demanda Agregada

Demanda: Yd = E = C + I + G + (X-M) P
Produto: Ys = C + Ir + G + (X-M)
Renda: Yr = C + S + T
Ys

Y=Ys: produto total


E=Yd: demanda agregada Yd
C: consumo das famílias
Y
I: demanda desejada por investimentos pelas empresas
Ir: investimento realizado (Ir = I + Δindesej.estoque)
G: demanda por bens e serviços por parte do governo
S: poupança agregada
T: impostos
X: exportações
M: importações
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Produto e Emprego
Demanda Agregada P

Demanda: Yd = E = C + Id + G + (X-M)
Produto: Ys = C + Ir + G + (X-M)
Ys
Renda: Yr = C + S + T

Condição de equilíbrio Yd

Y
Demanda = Produto = Renda
Yd(=C+I+G+X-M) = Ys (= C+Ir +G+X-M) = Yr (= C + S + T)

Ir: investimento realizado (Ir = I + Iie)


I: investimento desejado em bens de capital e estoques
Iie: investimento indesejado em estoques

I = Ir = S + (T – G) + (M – X) = S + Sg + Sext
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Demanda Agregada
C
• Consumo C=a+bYD

Função consumo: C = a + bYD, inclinação = b


onde a > 0 , 0 < b < 1 ΔC
ΔY
a: componente autônomo
do gasto em consumo a-bT

b: Propensão Marginal a Consumir Y


PMgC = ΔC / ΔYD

YD = Y – T

C = a + bYD = a + bY – bT
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Demanda Agregada

• Consumo
C
Função consumo: C = a + bYD, C=a+bYD

C=a+bY’D
YD = Y – T 42
41,2
C = a + bYD = a + bY – bT

Ex. a=2, T = 0, b = 0,8 e Y = 50


a-bT
C = 2 + 0,8*(50-0) = 42
50 Y

T’=1, C = 2 + 0,8*(50-1) = 41,2

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Demanda Agregada

• Consumo
C
Função consumo: C = a + bYD, C=a+bYD
inclinação = b

YD = Y – T ΔC
49,2 ΔY
C = a + bYD = a + bY – bT 41,2

Ex. a=2, T = 1, b = 0,8 e Y’ = 60


a-bT
C = 2 + 0,8*(60-1) = 49,2
50 60 Y

Y’=60, ΔYD=10, ΔC = 8

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Demanda Agregada
• Investimento: I = I (r, Re)
r: taxa de juros
Re: retorno esperado
Expectativas de longo prazo são formuladas seguindo padrão
convencional de projeção do passado, mas sujeitas a revisões imprevistas,
o que torna a demanda por investimento potencialmente instável.
Investimento é autônomo em relação à renda corrente (mas pode ser
considerado função da variação da renda, de acordo com o modelo
acelerador: I = vΔY)
ü Curto Prazo: elemento de demanda agregada – gasto em instalações,
máquinas e equipamentos.
ü Longo Prazo: elemento de oferta agregada – provoca elevações da
capacidade produtiva, viabilizando acréscimos da produção.

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Produto e Emprego
Demanda Agregada

• Gastos governamentais e impostos

G: gastos governamentais
T: arrecadação tributária

Os gastos governamentais e o nível de arrecadação tributária são


função de decisões de política econômica.

• Exportação e importação

X: exportações
M: importações
Exportações e importações autônomas em relação à renda
nacional.
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Determinação da renda de equilíbrio
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M)
Y = E = C + I + G + (X – M)
Y – bY = a – bT + I + G + (X-M)
C = a + bYD = a + bY – bT
I, G, X, M autônomos (1-b)Y = a – bT + I + G + (X-M)
1
Y= (a - bT + I + G + X - M )
C,I,G,X,M 1- b
E
A

a-bT+I+G +(X-M)

45o
Yo Y Y1 Y
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Exemplo 1 (renda de equilíbrio)
Y = C + I + G + (X – M)
1
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M) Y= (a - bT + I + G + X - M )
1- b

a = G = T = X = M = 0, I = 10 e b = 0,8
Y = C + I = 0,8.Y + 10
Y = 1/(1-0,8) . 10 = 5.10 = 50
Y = C + I = 40 + 10 = 50
ΔC2 ΔY2 ...
ΔC1 ΔY1
ΔI0 ΔY0 ΔS2 = ΔY1 – ΔC2
ΔS1= ΔY0 – ΔC1

6,4 6,4 ...


8 8
10 10 1,6
2
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Exemplo 2 (excesso de oferta) x Ex. 1

Y = C + I + G + (X – M) 1
Y= (a - bT + I + G + X - M )
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M) 1- b

a = G = T = X = M = 0, I = 10 e b = 0,8
C,I,G,X,M
Y = C + I = 0,8.Y + 10
Y = 1/(1-0,8) . 10 = 5.10 = 50 E
A
Y = C + I = 40 + 10 = 50
a-bT+I+G +(X-M)
Ys = 60
Yd = 0,8.60 + 10 = 58
45o
Ir = Ir = I + Δindesej.estoque = 10 + 2
Yo Y Y1 Y

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Determinação da renda de equilíbrio

• Mudança nos gastos autônomos


Variação nos gastos autônomos geram variações mais do que
proporcionais sobre a renda como resultado do multiplicador.
C,I,G,X,M
1
DY = (Da - bDT + DI + DG + DX - DM )
1- b
E1
B
DY 1 DY 1 B’
= = Eo
Da 1 - b DG 1 - b a-bT1+I1+G1+(X-M)1
A
DY -b DY 1 a-bTo+Io+Go+(X-M)0
= =
DT 1 - b DX 1 - b
45o
DY 1 DY -1 Yo Y1 Y
= =
DI 1 - b DM 1 - b

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Exemplo 3 (elevação do gasto autônomo – investimento) x Ex. 1
Y = C + I + G + (X – M)
1
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M) Y= (a - bT + I + G + X - M )
1- b

a = G = T = X = M = 0, I = 40 e b = 0,8
Y = C + I = 0,8.Y + 40
Y = 1/(1-0,8) . 40 = 5.40 = 200
Y = C + I = 160 + 40 = 200
DY 1
=
∆Y = 1/(1-b). ∆I = 1/(1-0,8) . 30 = 150 DI 1 - b

25,6 25,6 ...


32 32
40 40 6,4
8
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Exemplo 4 (elevação dos gastos autônomos diversos e impostos) x Ex.3

Y = C + I + G + (X – M) 1
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M) Y = (a - bT + I + G + X - M )
1- b
a = 10, G = T = 20, X = 21, M = 5, I = 10 e b = 0,8
Y = 10 + 0,8.Y – 0,8.20 + 10 + 20 + 21 – 5
Y = 1/(1-0,8) . (10 – 16 + 10 + 20 + 21 – 5)
Y = 5.40 = 200

Y = C + I + G + (X – M) = 154 + 10 + 20 + 21 – 5 = 200
∆Y = 1/(1-b). [∆a + b∆T + ∆I + ∆G + ∆X - ∆M) = 1/(1-0,8) . 30 = 150

25,6 25,6 ...


32 32
40 40 6,4
8

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Produto e Emprego
Determinação da renda de equilíbrio
Renda de equilíbrio da economia é resultado do produto do
multiplicador dos gastos autônomos pelo total de gastos
autônomos realizados na economia. O multiplicador determina o
impacto sobre o consumo induzido a partir dos gastos autônomos.

Y = 1/(1-b) x (a-bT+I+G+X-M) = C + I + G + (X – M)

• Mudança no multiplicador C,I,G,X,M E’


A’
E
b = 0,5: 1/(1-b) = 2
A
b’ = 0,8: 1/(1-b) = 5 a-bT+I+G+(X-M)
45o
b’’= 0,9: 1/(1-b) = 10 Y Y’ Y
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Exemplo 5 (elevação da propensão marginal a consumir e
multiplicador) x Ex. 1
1
Y = C + I + G + (X – M) Y= (a - bT + I + G + X - M )
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M) 1- b

a = G = T = X = M = 0, I = 10 e b = 0,9
Y = C + I = 0,9.Y + 10
Y = 1/(1-0,9) . 10 = 10.10 = 100
Y = C + I = 90 + 10 = 100
ΔC2 ΔY2 ...
ΔC1 ΔY1
ΔI0 ΔY0 ΔS2 = ΔY1 – ΔC2
ΔS1= ΔY0 – ΔC1

8,1 8,1 ...


9 9
10 10 0,9
1
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Produto e Emprego
Exemplo 6 (elevação do multiplicador, considerando gastos autônomos
e impostos) x Ex. 4

Y = C + I + G + (X – M)
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M)
1
Y= (a - bT + I + G + X - M )
1- b
a = 10, G = T = 20, X = 21, M = 5, I = 10 e b = 0,9
Y = 10 + 0,9.Y – 0,9.20 + 10 + 20 + 21 – 5
Y = 1/(1-0,9) . (10 – 18 + 10 + 20 + 21 – 5)
Y = 10.38 = 380

Y = C + I + G + (X – M) = 324 + 10 + 20 + 21 – 5 = 380
30,78 30,78 ...
34,2 34,2
38 38 3,42
3,8
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Produto e Emprego
Determinação da renda de equilíbrio
• Teorema do orçamento equilibrado (Teorema de Havelmo):
Quando o governo gasta exatamente o que arrecada, há impacto
positivo na renda em magnitude igual ao gasto público.

DY = DC + DI + DG + DX - DM = Da + bDY - bDT + DI + DG + DX - DM

1
Da = DI = DX = DM = 0 DY = (- bDG + DG )
1- b

DG = DT 1- b
DY = DC + DG DY = DG
1- b
DY = b(DY - DT ) + DG
(1 - b )DY = -bDT + DG DY = DG = DT

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Produto e Emprego
Exemplo 7 (elevação de gastos públicos e impostos) x Ex.4

Y = C + I + G + (X – M)
Y = a + bY – bT + I + G + (X-M)
1
Y= (a - bT + I + G + X - M )
1- b
a = 10, G’ = T’ = 30, X = 21, M = 5, I = 10 e b = 0,8
Y = 10 + 0,8.Y – 0,8.30 + 10 + 30 + 21 – 5
Y = 1/(1-0,8) . (10 – 24 + 10 + 30 + 21 – 5)
Y = 5.42 = 210 = 154 + 10 + 30 + 21 – 5

Y = C + I + G + (X – M) = 154 + 10 + 30 + 21 – 5 = 210
26,88 26,88 ...
33,6 33,6
42 42 6,72
8,4
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Produto e Emprego
Formulações Alternativas do Modelo Keynesiano Simples

• Alíquota de imposto de renda (T=to+tY)

• Propensão marginal a importar (M = mo + mYD)

• Investimento induzido (I = io + iY)

Y=C+I+G+X–M

Y = a + b(Y-to-tY) + io + iY + G + X – [mo+m(1-t)Y]
1
Y= (a - bt0 + i0 + G + X - m0 )
1 - (1 - t )(b - m ) + i

↑multiplicador: ↑b, ↑i, ↓t e ↓m


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Produto e Emprego

Moeda no sistema keynesiano r


Ms0
• Teoria keynesiana da taxa de juros

Ativos financeiros (simplificação): r0


M = Moeda (M1 = PMPP + DV)
B = Títulos (outros ativos financeiros) Md
M

Riqueza financeira (Wh) = M + B


Taxa de juros (r) remunera títulos (B)

Taxa de juros de equilíbrio: Ms=Md e Bs=Bd

Oferta de moeda: Ms = M/P determinado pelo Banco Central


Demanda de moeda: Md = L(Y,r) determinado pela preferência
pela liquidez dos agentes
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Produto e Emprego

Moeda no sistema keynesiano

• Teoria keynesiana da demanda por moeda

ü Demanda para transações:↑Y ↑Mdt (Keynes)

Representa necessidade do dinheiro para realizar os gastos


correntes de aquisição de bens e serviços na economia uma vez
que a moeda é o meio de pagamento. Viabiliza transações com
padrão global previsível, que dependem do montante da renda e
que serão realizados entre o recebimento da renda e seu
desembolso.

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Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano

• Teoria keynesiana da demanda por moeda

ü Demanda precaucionária: ↑Y ↑Mdp

Influenciado pela incerteza quanto a prazo, montante e natureza das


despesas que deverão ser realizadas.

Keynes contudo simplificou a função de demanda precaucionária,


estabelecendo que a quantia média de gastos inesperados estava
correlacionada com a renda, permitindo, assim, que os saldos por
precaução pudessem ser adicionados aos saldos para transação num
mesmo período de renda.

=> demanda por moeda para transação e precaução = Mdt


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Produto e Emprego

Moeda no sistema keynesiano

• Teoria keynesiana da demanda por moeda

ü Demanda especulativa: ↓r ↑Mde

Depende das expectativas quanto ao comportamento futuro da


taxa de juros e que influencia as possibilidade alternativas de
aplicação de capital sem data especificada.

Keynes sugere que os agentes, de acordo com suas experiências,


formam uma referência sobre a taxa de juros normal para
economia, que é usada para balizar suas decisões frente a
diferentes situações de mercado.

29/03/17 25
Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano

•Teoria keynesiana da demanda por moeda

ü Demanda especulativa: ↓r ↑Mde


PB = C/r
Situação inicial: PB = 1.000, C = 100, r=10%
1000 = 100/0,10
Se os agentes acham que a taxa de juros está baixa (10%) e vai subir (20%),
demandam moeda para comprar os títulos mais baratos no futuro
r=20% => PB = 500 Perda de Capital (ΔPB < 0)
500 = 100 / 0,20

Se os agentes acham que a taxa de juros está alta (10%) e vai cair (5%),
demandam títulos para revender mais caros no futuro
r=5% => PB = 2.000 Ganho de Capital (ΔPB > 0)
2000 = 100/0,05
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Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano

• Teoria keynesiana da demanda por moeda

ü Demanda total por moeda:

A demanda total por moeda depende dos recursos demandados para


satisfazer os motivos transação e precaução, que são função positiva do nível
de renda e negativa do nível de juros, e o motivo especulação, que varia
negativamente em relação à taxa de juros.
+-
Mdt + Mde = Md = L(Y,r)

Será considerada a seguinte função linear por moeda:

Md = c0 + c1Y – c2r onde c1 > 0; c2 > 0

c1: aumento na demanda por moeda por aumento unitário da renda


c2: declínio da demanda por moeda por aumento unitário da taxa de juros
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Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano
• Mercado monetário
Aumento na oferta de moeda gera elevação da demanda por
títulos, o que pressiona os preços dos títulos para cima e a taxa
de juros para baixo, elevando a demanda por moeda e
reequilibrando o mercado monetário.
r
Ms0 Ms1
Md = c0 + c1Y – c2r , Y = Y0
Excesso inicial de
oferta de moeda
t0: Ms = Ms0

r0 t1: Ms = Ms1, onde Ms1 > Ms0


r1 < r0
r1
Md(Y0)
M
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Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano
• Mercado monetário
Aumento no nível de renda gera excesso de demanda por moeda,
portanto eleva a oferta de títulos, o que pressiona o preço dos
títulos para baixo e a taxa de juros para cima, reduzindo a demanda
por moeda e reequilibrando o mercado monetário.
r Ms0
Ms = Ms0
t0: Md = c0 + c1Y0 – c2r

r1 Excesso inicial de t1: Md = c0 + c1Y1 – c2r , onde Y1 > Y0


demanda de
moeda r1 > r0
r0
Md(Y1)
Md(Y0)
M
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Produto e Emprego
Moeda no sistema keynesiano
• Mercado monetário
Uma política monetária expansionista, ao promover a queda da taxa de juros,
pode elevar o investimento, levando a economia a um novo equilíbrio com maior
nível de renda e taxa de juros inferior à inicial, mas superior àquela resultante
apenas do ajuste da demanda especulativa, considerando também o impacto
sobre a demanda transacional e precaucional decorrente da elevação da renda.

r
Ms0 Ms1
Md = c0 + c1Y – c2r , Y = Y0
t0: Ms = Ms0
Excesso de oferta
de moeda
t1: Ms = Ms1, onde Ms1 > Ms0
r0 Excesso de r1 < r0
demanda de
r2 moeda
Como I = I (r, Re), então I1 > I0 e Y1 > Y0
r1
Md(Y1) t2: Md = c0 + c1Y1 – c2r ,
Md(Y0) r2 > r1
M
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Produto e Emprego

Princípio da Demanda Efetiva e Política Econômica

• Demanda determina o nível de produto e emprego da


economia
• Demanda privada pode ser insuficiente para assegurar nível de
atividade econômica adequado
• Há espaço política econômica ativa por parte do governo:
Fiscal (G, T), Monetária (M, r) ou Externa (X, M, câmbio)

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Produto e Emprego
C,I,G,X,M r
Ms0 Ms1

Excesso inicial de
oferta de moeda

A E r0

a-bT+I+G+(X-M)
r1
Md(Y0)
45o
M
Y Y* Y

Ys

Yd’
Yd
29/03/17 Y 32

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