RESUMO
ABSTRACT
This work brings as a theme the psychopedagogical analysis of dysgraphia in learning. The
theoretical framework emerged from the general objective of understanding how the
psychopedagogue perceives dysgraphia in clinical diagnosis, as well as analyzing what the
literature adds to meet the specific objectives. We try to conceptualize the dysgraphia,
focusing on the importance of the psychomotor development of the individual, analyzing how
the writing process and the psychomotor development of the descriptive child take place. It
will also be defined the relevance of psychopedagogy in the evaluation and intervention of the
2Graduada em Pedagogia pela Faculdade UNIME/Ba, Pós Graduanda em Psicopedagogia Institucional, Clinica
e Hospitalar do Instituto Superior de Educação Ocidente (ISEO); E-mail: mone.vida@hotmail.com
individual with dysgraphia in the formal stage of learning, in order to minimize and / or
remedy the difficulties in this area. We use the contributions of Simaia Sampaio about the
disorders and difficulties of learning, of Victor da Fonseca with the studies focused on the
psychomotricity of the individual, and of Rotta with the learning disorders in a
multidisciplinary approach, to better deepen and knowledge about the subject . The
methodology used is qualitative and bibliographical in the case of a research of an exploratory
nature, based on a case study developed in the clinical stage with an adolescent, being also
qualitative, since it has a descriptive character. After studies and applications of all material
used in the stage, we reached the final result of a pseudodiagnosis of dysgraphia theme - still
not very widespread in academic circles.
INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
Na disgrafia, o sujeito apresenta letra feia e com garranchos. Isso acontece por causa
de uma incapacidade de recordar a grafia da letra, ou seja, ao tentar relembrar um
grafismo, a criança escreve muito lentamente e, com isso, acaba unindo
inadequadamente as letras, de maneira ilegível (p. 125).
A cliente após as consignas, pegou o lápis desenhou de forma rápida uma casa, com
apenas uma porta, sem base de apoio, em formato grande e centralizado na folha,
demonstrando pouco compromisso com o que se propôs a fazer, desenho pobre para a sua
faixa etária. Perguntamos se gostaria de escrever algo sobre seu desenho disse – “não”,
podendo ser um indicativo de rejeição à escrita e vínculo inadequado com a aprendizagem
sistemática.
Foi solicitado que escrevesse o seu nome e data, o que foi atendido de imediato,
apresentando traços fortes, letras confusas, escrevendo muito simetricamente, raramente
fechando a letra “A” e, escrevendo o numeral 5 em formato de letra “S”. Durante a realização
das provas pedagógicas “interpretação de texto” a hipótese de possível disgrafia foi latente,
pois demonstrou letras irregulares, postura inadequada sobre a mesa, apoiando a mão que não
escreve sob o queixo e cabeça. Segundo Rotta, essas são “manifestações atípicas ligadas ao
ato gráfico, em um ciclo de elos partidos que gera conflito cada vez mais abrangentes na
personalidade do indivíduo como um todo” (2016, p.204).
Além dos dois instrumentos já citados, utilizamos as Técnicas Projetivas que nos
mostrou através de desenhos como “o sujeito percebe, interpreta e estrutura o material ou a
situação e, refletirá os aspectos fundamentais do seu psiquismo” (WEISS, 2012). Essa técnica
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nos possibilitou entender diversas nuances dos fatores emocionais que impactavam nas
questões de aprendizado da adolescente.
Utilizou-se também para a avaliação, as Provas Lúdicas que tem a finalidade de
“compreender basicamente o funcionamento dos processos cognitivos e afetivos sociais em
suas interferências mútuas no Modelo de Aprendizagem do paciente” (WIESS, 2012),
complementando com as Provas Operatórias que, avalia o raciocínio e a construção do
conhecimento do sujeito em sua fase escolar, possibilitando ainda, investigar e avaliar o nível
cognitivo além de constatar se este realmente corresponde à sua idade cronológica.
Antes de finalizar as investigações e mesmo já tendo o pseudodiagnóstico de uma
possível “disgrafia”, partimos para a realização da anamnese, que consiste em um diálogo
com a genitora de nossa cliente, com preenchimento de um questionário onde constam
diversas informações desde a concepção até a fase atual.
Segundo Weiss,
Ressaltamos ainda que, seguindo as orientações de Visca, esse instrumento deve ser
preenchido ao final das avaliações, possibilitando assim que não haja contaminação através
das informações trazidas pelo familiar, comprometendo dessa forma o diagnóstico, uma vez
que essa entrevista tem o objetivo de colher dados significativos sobre a história de vida do
paciente.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A escrita é mais cuidadosa que a fala e, portanto, mais permanente e torna mais
evidente os problemas que se constituem distúrbios de grafia: disortografia ou
disgrafia. Sendo disgráficas aquelas crianças que apresentam dificuldades no ato
motor da escrita, tornando a grafia praticamente indecifrável. (p. 19).
disgrafia, a autora ainda ressalta que, “as experiências são dolorosas gerando os
fracassos ao escrever e, esses fracassos acumulam-se gradativamente e em níveis de
sofrimento, cada vez menos toleráveis, acabando por gerar inibição e fragilidade nas
relações de aprendizado, trabalho e convívio social, gerando assim um ciclo de
inibição”. ROTTA, (2016, p.204).
Letra ilegível;
Rotta (2016), ainda esclarece que, “a continuidade não assistida desse “ciclo de
inibição” acaba por instalar, de forma crônica, a sintomatologia típica das drisgrafias,
especialmente “dor”, “suor” e “cansaço”. A autora diz que, “nem sempre esses sintomas são
levados a sério por parte daqueles que estão envolvidos no processo de orientação às crianças,
e que, essa é uma atitude bastante iatrogênica para o disgráfico, pois prolonga e agrava o seu
sofrimento no tempo”.
Além de todos os sintomas que precisam ser observados, existem distúrbios de ordem
psicológica que conjugados com os sintomas elencados acima, contribuem significativamente
para que a criança desenvolva a disgrafia, tornando esse processo muito mais doloroso.
ROTTA questiona: “Por que uma pessoa precisa atirar-se no chão, ou chorar, ou negar-se a
escrever, se não estiver sofrendo?” (2016, p.205).
Apesar de todos os sintomas e, de todos os distúrbios que envolvem a disgrafia o
psicopedagogo precisa realizar um trabalho bem planejado, orientando o cliente em suas
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dificuldades. Seguindo então o que preceitua o DSM-5, caso a escola e a família perceba essa
dificuldade e, tendo feito as avaliações neurológicas necessárias no sentido de descartar
qualquer outra patologia, o psicopedagogo em uma avaliação clínica pode diagnosticar ou não
a disgrafia e em sendo confirmado, o psicopedagogo realizará as intervenções através de um
trabalho de reeducação da linguagem escrita. Parafraseando WEISS, “o objetivo do
diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os obstáculos básicos no Modelo de
Aprendizagem do sujeito que o impedem de crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo
meio social” (2003, p. 32).
No atendimento clinico, o psicopedagogo deve estudar os padrões normais e
patológicos, que envolve seu cliente, considerando as influências que a família, a escola e a
sociedade exercem sobre ele. Essa avaliação é feita através da E.O.C.A., das provas
operatórias, técnicas projetivas, provas lúdicas e pedagógicas, além da anamnese que consiste
em uma entrevista com a genitora ou responsável pela criança, com a intenção de identificar
as dificuldades e transtornos que estão impedindo que o indivíduo consiga avançar em seu
processo de aprendizagem, buscando compreender e estimular o mesmo a desenvolver as
estratégias necessárias para o seu aprimoramento.
Após as avaliações e, se confirmando as questões referentes à disgrafia –
“considerando que esse cliente chegou à clínica com a queixa de dificuldades com a
linguagem escrita”, o psicopedagogo dará a devolutiva para a família após as avaliações
realizadas e, em a família concordando, esta poderá iniciar as intervenções no sentido de
minimizar e/ou sanar as dificuldades.
O psicopedagogo então passará a desenvolver atividades que venham estimular as
funções cognitivas, quanto às dificuldades voltadas para a realização do ato gráfico, buscando
entender a relação do sujeito com as questões da escrita, como foi a sua inserção no mundo
das letras, quais os sintomas e conflitos apresentados pela criança que a impede de realizar o
processo da escrita de forma confortável e compreensível. Pode e deve utilizar recursos como
jogos, livros e computador, no intuito de descobrir os estilos de aprendizagem através dos
ritmos, hábitos adquiridos, motivações, ansiedades, defesas e conflitos em relação ao
aprender.
Esses recursos possibilitarão ao profissional fazer uma análise específica da produção
escrita de seu cliente, analisando inversão ou não de letras, letras aglutinada, espaçamento
entre as palavras, observância de margens, erros cometidos, preensão e pressão do lápis,
subsidiando dessa forma o trabalho psicopedagógico.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CINEL, Nora Cecília Bocaccio. Disgrafia: prováveis causas dos distúrbios e estratégias para
a correção da escrita. Revista do Professor, Porto Alegre, 19 (74): 19-25, abr./jun. 2003.
ROTTA, Neura Tellechea; OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtorno
de Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2ª ed. Editora Artemed,
2016.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas
de aprendizagem escolar. 14ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Editora Lamparina, 2012.
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ANEXOS