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Brasília-DF
IESB
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Novembro/2004
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Camila Guimarães Cadima Ribeiro
______________________________________________________
Prof. (Verônica Cortez Ginani) - orientadora
_______________________________________________________
Prof. (Nome completo do professor membro da banca)
_______________________________________________________
Prof. (Nome completo do professor membro da banca)
4
Dedico a minha mãe por ter me dado a
vida, por nunca ter saído do meu lado e
por ter me apoiado em todos os
momentos.
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AGRADECIMENTOS
6
RESUMO
7
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................8
....................................................................................................................................................................13
De acordo com a revista Veja Mais Brasília, edição 2004, Brasília possui 183 restaurantes divididos em
- Alemão.......................................................................................................................................................23
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................50
INTRODUÇÃO
O turismo tem suas bases em várias manifestações. Existe uma infinita gama
de atrativos que transformam uma localidade em 1ponto turístico. Uma das
manifestações que possui cada vez mais importância é sem duvida o patrimônio
cultural e em grande escala o patrimônio intangível.
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Cada sociedade possui normas alimentares que estão na forma de
preparação e de consumo de um prato, porém com a homogeneização da
alimentação e a industrialização em grande escala dos alimentos, a gastronomia
vem perdendo algumas características de identidade ao mesmo tempo que a
comida típica regional vai se espalhando pelo mundo.
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Art 1° Fica instituído o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que
constituem patrimônio brasileiro.
Porém, Carneiro (2003) afirma que, nos dias de hoje a identidade está se
perdendo devido à penetração das grandes industrias no espaço da cozinha nos
dias de hoje está ocorrendo um processo de padronização da alimentação e a
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identidade está se perdendo. Para se ter uma idéia da força das industrias, o
consumo de refrigerante tornou-se maior que o de água encanada ou engarrafada
nos Estados Unidos desde 1986.
Segundo Carneiro (2003), é exatamente nos dias de hoje, que existe esta
variedade e abundancia na alimentação, que se aumenta a população subnutrida
nos paises mais pobres, é acompanhado pelo aumento da alimentação excessiva
no ocidente, causando um enorme números de obesos.
Este fato ocorre, pois segundo Da Matta (1984), existe uma diferença entre o
alimento e a comida. A comida é tudo aquilo que se come com prazer, já o
alimento é tudo que se pode ser ingerido para manter a pessoa viva. Antes de
tudo o ato de se alimentar é uma necessidade biológica, e a luta contra a fome.
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Vendo a alimentação por este ângulo, nota-se porque ocorreram tantas
alterações população devido aos alimentos e principalmente pela falta deles. Entre
os séculos XIV e XVIII as condições nutricionais foram tão ruins que se refletiu na
altura da população e imagina-se que no final do século XIX ocorreram mais de 50
milhões de mortes pelo mundo devido à crises de fome. Carneiro (2003).
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2.2 HISTÓRIA DA GASTRONOMIA NO DISTRITO FEDERAL
13
amparado na constituição de 1891, lança a Pedra Fundamental em Planaltina –
GO (Mirador, 1980).
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fatores, de acordo com Fisberg et al. (2000 – Oliveira), pela variedade de
restaurantes nacionais e internacionais existentes na cidade.
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A grande atração da população de Brasília pelas culinárias típicas pode ser
explicada pela grande quantidade de migrantes em que constitui a população.
Ainda de acordo com a Codeplan na década de 1970/80, o número de migrantes
constituiu em 488.546 pessoas. Contudo, no período de 1980/91 o número de
migrantes diminui consideravelmente, apresentando uma média anual de 8.966
voltando a crescer em 1991/96, atingindo uma média anual de 19.229 migrantes.
Vale ainda destacar que o Nordeste é a região mais representada. Além dos
imigrantes do Piauí, os principais são: Bahia (5,58%), Ceará (4,71%) e Maranhão
(4,4%)
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Um indicativo da qualidade dos restaurantes da cidade, é que de acordo com
o periódico Guia 4 Rodas (2003), Brasília é considerada o terceiro pólo de
gastronomia do país. É a cidade que possui o maior número de estrelas de
excelência da publicação, perdendo apenas para Rio de Janeiro e São Paulo.
Todos esses fatores apontam para uma possível valorização da alimentação para
o brasiliense.
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Brazlândia 42.730 23.738 55,70%
Candangolândia 14.289 7.621 53,34%
Ceilândia 350.067 175.055 30,01%
Cruzeiro 75.615 29.674 39,24%
Gama 127.662 67.343 52,75%
Guará 126.507 55.176 43,62%
Lago Norte 27.341 9.732 35,60%
Lago Sul 30.239 10.547 34,88%
Núcleo Bandeirante 31.763 12.877 40,54%
Paranoá 40.896 18.569 45,40%
Planaltina 108.817 51.602 47,08%
Recanto das Emas 70.318 35.213 50,08%
Riacho Fundo 37.378 17.889 47,86%
São Sebastião 52.671 21.169 40,19%
Samambaia 154.964 72.845 47,01%
Santa Maria 95.164 48.098 50,54%
Sobradinho 119.105 56.072 47,08%
Taguatinga 235.618 109.647 46,54%
Total 1.960.479 893.714 45,58%
Fonte:CODEPLAN – Pesquisa Domiciliar Transporte 2000
ESTADO PERCENTUAL
Acre 0,48
Alagoas 0,29
Amapá 0,06
Amazonas 0,13
Bahia 5,58
Ceará 4,71
Distrito Federal 43,94
Espírito Santo 0,40
Goiás 7,68
Maranhão 4,40
Mato Grosso 0,25
Mato Grosso do Sul 0,21
Minas Gerais 10,86
Pará 0,64
Paraíba 2,96
Paraná 0,46
Pernambuco 1,93
Piauí 6,14
Rio de Janeiro 3,52
Rio Grande do Norte 1,64
Rio Grande do Sul 0,80
Rondônia 0,08
Roraima 0,02
Santa Catarina 0,21
18
São Paulo 2,06
Sergipe 0,22
Tocantins 0,53
Estrangeiro 0,28
Total 100,00
Fontes: CODEPLAN/PISEF/DF
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O Distrito Federal é uma região de enorme potencial turístico. Localizada
nesta área de grandes riquezas naturais, Brasília é reconhecida pela elevada
qualidade de vida de seus habitantes, por sua arquitetura arrojada e sua
urbanística inovadora, que lhe renderam o titulo concedido pela UNESCO, em
1987, de Patrimônio Cultural da Humanidade. Como Capital Federal e centro do
poder possui um forte apelo patriótico, é caracterizada pela multiculturalidade de
seu povo e pela crescente demanda por turismo da eventos e negócios.
A vocação para eventos da cidade é fortíssima, tanto que, para que haja
ainda maior avanço nesta área, o Centro de Convenções está sendo totalmente
reformado com a sua inauguração prevista para 2005. Porém, independente do
Centro de Convenções, a cidade possui várias opções para a realização de
eventos auditórios, salas de conferencia e exposições.
Possui ainda a terceira maior rede hoteleira do Brasil com 17 mil leitos, tendo
a presença das maiores redes de bandeiras internacionais.
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parte de seu gastos (27%) em alimentação, e ainda, 97%, avaliaram os
restaurantes como bom ou ótimo.
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3.0 METODOLOGIA
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4.0 OS RESTAURANTES EM BRASÍLIA
De acordo com a revista Veja Mais Brasília, edição 2004, Brasília possui 183
restaurantes divididos em 25 especialidades. Para demonstrar a variedade da
culinária na cidade, foram selecionados os restaurantes e especialidades mais
representativos na cidade, levando-se em consideração apenas as culinárias
típicas de paises ou regionais existentes em Brasília.
- Alemão
Fritz
Servus
- Árabes
Tanoor
Lagash
- Brasileiros
Cabana da Árvore
Carne de Sol 111
Chão Nativo
Cumê na Roça
Don Francisco
Empório do Vale
Esquina Mineira
Feijão Verde
Feitiço Mineiro
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Gerimum Alado
Patú Anú
Picuí – O Rei da Carne de Sol
Rosental
Tambaú
Trem da Serra
Xique-Xique
- Chineses
Ásia
China
Dragon
Fon Min
Grande Muralha
New China
Palace Long Xiang
Pequim
Taiwan
- Churrascarias
Buffalo Bio
Churrascaria Pampa
Churrascaria Portal
Porteira Grill
Potência do Sul
Spettus
- Contemporâneos
Alice
Babel
Dudu Camargo
Gazebo
I Maestri
L´affaire
Universal Dinner
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- Espanhóis
Calaf Cozinha Espanhola
La Torreta
O Espanhol
Salamanca
- Feijoada
Cavalcante (Ki filé)
Carpe Diem
La Góndola
Lake´s Restaurante
Paulicéia Bar e Restaurante
Piantella
The Falls
- Fondue
Au fondue
Chez fondue
La fondue
- Franceses
Jardim do Éden
La Chaumiére
L´etoile
Le Français
Melanie
- Italianos / Cantinas
Belini
Cantina da Massa
Cantina Riviera Itália
Cielo
I Siciliani
Jera Pasta e Grill
La Felicitá
La Focaccia
Lucca
Ninny Case buone tra amici
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Trattoria da Rosario
Vercelli
Villa Borghese
Villa Teveri
- Japoneses
Haná
Ichiban
Kosui
Mitsubá
New Yoko
Nipon
Sushiá
Sushi Bonsái
Sushi Brasil
Sushi San
Taiyo
Tanabata
- Mexicanos
Chili Pepper
El Coyote Café
El Paso Texas
- Naturais
A Tribo
Flor de Lótus
Girassol
Naturama
Natural Green`s
Naturetto
O Rei do Glúten
Sabor Vital
Vitória Régia
- Pizzarias
Baco
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Boca de forno Pizza e Cozinha
Dona Lenha
Don Romano
Fortunata
Fratello Uno
Germana
Gordeixo
Gordeixo´s
Italiani Pizza
Mama July
Mangiare Pizza Bar
Piano Pizza
Pizzaiolo
Primo Piato
Querubina DOC
San Marino
Santa Pizza
Villa São Jorge
- Portugueses
Casa do Bacalhau
Mouraria Casa Portuguesa
Porto do Bacalhau
Sagres
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integram a cultura do brasiliense, sofre as adaptações que a população julga
conveniente.
28
Catarina de Médicis. Esta se casou com Herique II da França e mudou-se para
este país, levando consigo um cozinheiro italiano. Este gesto, segundo o autor, fez
tornar moda entre a realeza francesa possuir um cozinheiro italiano.
, observassem uma nova forma de vida que surgia na Itália, com o Renascimento
(Lopes, 2003).
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"pastaciutta" é uma massa escoada, temperada com diversos tipos de molhos.
(Rios, 2004)
Inclusive não se pode deixar de falar da cozinha italiana e não falar das
massas. A massa é o alimento básico e símbolo da Itália. Porém a origem da
massa é controvertida. De acordo com Bolaffi, (2000), o consumo da massa já
existia na região antes mesmo de Marco Pólo trazer iniciar suas expedições ao
Oriente. Na verdade, as massas seriam uma evolução do pão. Existe uma farta
documentação de que não apenas o romanos, mas também os gregos e etruscos
já preparavam e consumiam massas de diversos modos. Acredita-se ainda que
serracenos introduziram na Sicília, depois de terem aprendido a prepara-la com as
caravanas persas que chegavam da China. Na verdade as massas como
conhecemos hoje .começam a aparecer na Itália, em pequena quantidade, na
forma de macarrão somente no século 14.
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O restaurante Trattoria da Rosário foi considerado pela revista Veja Mais
Brasília o melhor restaurante italiano da cidade. O proprietário do restaurante,
Rosário é italiano, nascido em Nápoles e sua culinária possui elementos do norte
quanto do sul da Itália. Para manter um sabor exatamente italiano, a grande
maioria dos ingredientes é importada da Europa. Portanto não existem alterações
em seu cardápio original italiano para agradar ao gosto do brasiliense.
4.2 PIZZARIAS
Como todo prato antigo, é difícil especificar sua origem, ainda mais se
pensarmos que ela não é nada mais que uma evolução do pão. A primeira notícia
que se tem da pizza tem mais de 6.000 anos. Os antigos hebreus e egípcios já
saboreavam uma mistura de trigo e água que era chamada "O Pão de Abrahão”.
Mostrando assim que a pizza não passa de uma evolução do pão. A pizza
inicialmente era conhecida como piscea, Bolaffi (2000)..
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A evolução da pizza ocorreu lentamente. Os italianos, milhares de anos
depois, incrementaram esta massa com recheio de tomate.Consumiam a massa
dobrada, como recheio em seu interior como se fosse um sanduíche.à receita.
Ainda de acordo com Bolaffi (2000), com o passar do tempo a pizza foi
ficando cada vez mais popular sendo vendida por ambulantes na rua e sendo
comida até no café da manhã. Estes ambulantes começaram a vender pizzas em
formatos variados de acordo com o pedido do cliente. O primeiro pizzaiolo da
história foi Don Rafaelle de Espósito, dono de uma famosa pizzaria em Nápole.
Don Rafaelle ficou famoso, pois em 1889, cozinhou para os reis Humberto I
e a rainha Mergherita de Sabóia. Para prestar uma homenagem á rainha, o
pizzaiolo fez a pizza nas cores da bandeira da Itália, branco, verde e vermelho. A
rainha gostou tanto da idéia que Rafaelle, que resolveu batizar a pizza com seu
nome. E a pizza Margherita é umas das mais famosas e mais consumida até os
dias de hoje.
No Brasil, até os anos 50, as pizzarias eram uma exclusividade das colônias
italianas e seus redutos. Á partir daí tornou-se um dos pratos mais consumidos e
conhecidos, tanto que, na cidade de São Paulo, no dia 10 de julho de 1985, foi
instituído pelo então Secretario de Turismo, Caio Luiz de Carvalho, o dia da pizza.
Apesar da origem da pizza ser italiana, os países que mais a consomem são
Brasil e Estados Unidos, dando destaque à cidades de São Paulo e Nova Iorque.
(www.cybercook.com.br - fonte: Guia dos Curiosos).
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“Aqui no Brasil estamos habituados com a pizza napolitana (tomates, aliche,
orégano e mussarela) e suas múltiplas variações. Mas na Itália há toda uma serie
de variantes, como a schiacciiata (amassada), apenas ligeiramente temperada de
vários modos, ou as focaccie” Bolaffi (2000), O que demonstra como a pizza é
uma alimento suscetível à variações e que realmente acontecem fora da Itália,
para agradar o gosto da cultura do país que a está consumindo.
Franco (2001), descreve que por volta de 550 ac, a culinária chinesa foi
dividida entre duas “escolas”. A primeira delas era a escola de Confúcio que era
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um grande gourmet e observador do protocolo à mesa. Ele foi quem estabeleceu a
elegância e a cerimônia na cozinha chinesa. A outra escola era a dos taoistas,
discípulos de Lao-Tse, que tinha o apreço pela leveza, frescor natural dos
ingredientes e uso moderado de gordura como suas características.
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O Yin e o Yang é simbolizado por duas formas que se entrelaçam no interior de um círculo e que contêm
cada uma pequena porção da outra. É a base da macrobiótica zen, muito difundida no Ocidente nas últimas
décadas (Franco, 2001).
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A geografia da China não é muito privilegiada para o cultivo de plantas e o
país, durante vários anos sofreu duras crises de pobreza e fome. Por este motivo,
para os chineses vários produtos, que para o ocidente é rejeitado como alimento,
na China é utilizado como iguaria comum. Nada poderia ser desperdiçado na
culinária chinesa, o que a torna, apesar da escassez de alimentos freqüentes em
todos os continentes, bastante variada (Idem)
A carne, por exemplo, é um produto que não tem grande consumo entre os
chineses devido á sua escassez e não devido à proibição pela religião budista
como se acredita ser. Um fator que não acontece nos países do Ocidente que
comercializam a comida chinesa, pois nestes restaurantes é possível encontrar
uma grande variedade de pratos feitos com carne. E foi exatamente a falta de
carne que fez com que a soja se tornasse a maior fonte de proteínas para os
chineses.
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servem pratos personalizados com ingredientes mais encontrados na localidade.
Isso mostra porque muitos pratos foram inclusive criados no exterior. Um exemplo
é o famoso Chop-Suey que foi criado no estado da Califórnia nos Estados Unidos.
Para se ter uma idéia de quão tradicional é este restaurante, seu prato de
maior destaque, o pato Pequim, um pato inteiro defumado preparado ao forno à
lenha, deve ser pedido um dia antes.
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tão sofisticados utilizam-se de uma preparação em massa de seus ingredientes
sem nenhum tipo de ritual.
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ingredientes principais de um prato. Um dos principais temperos utilizados pelos
japoneses é o wasabi, que em japonês significa “rosa das montanhas”. É uma
floração encontrada em montanhas, leito de rios de água gelada e límpida. Nós o
consumimos na forma de pó ou pasta, pois o wasabi fresco é algo raro e caro.
Outro condimento muito utilizado pelos japoneses é gengibre, porém
diferentemente do resto do mundo, no Japão o gengibre não é encontrado em pó,
mas consumido fresco ou marinado em vinagre de arroz . O gengibre mais famoso
e utilizado pelos japoneses é o gari, pois este é o gengibre que não apenas enfeita
os sushis, mas também é consumido pra limpar e preparar o paladar para receber
um outro sabor. (Hirata, 2001).
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chapa metálica foi criado para turistas que visitam o Japão, porém os japoneses
aderiram o prato a sua alimentação e logo os restaurantes típicos no mundo
também. (Flandrim, 1998)
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A cozinha brasileira tem sua origem na mistura entre as gastronomias
indígenas, portuguesas e por último africana. Sendo que a gastronomia do
colonizador possui forte domínio sobre as demais.
Alguns pratos regionais são famosos em todo o país, outros são quase
desconhecidos pelas demais regiões, muitas vezes pelo fato de que os
ingredientes necessários são exclusivos do lugar de origem. Porém, além das
práticas alimentares diferenciadas, existem outras, encontradas em todo o Brasil e
em todas as classes sociais, representadas pelo consumo do feijão com arroz e
da farinha de mandioca, combinação que se constitui na comida básica do
brasileiro.
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grande uso da mandioca, durante sua expedições, sempre deixavam um grupo
plantando-a em locais estratégicos para garantir a alimentação do grupo, pois uma
das vantagens deste alimento é a velocidade com que pode ser cultivada.
Fernandes (2002) diz que além das influencias alimentares, Portugal trouxe
para o Brasil os seus hábitos. O português trouxe para o Brasil, os utensílios, o
horário das refeições, a ordem dos pratos, os pesos e medidas e ainda os modos
de preparar, temperar e conservar os alimentos. E principalmente trouxe para os
brasileiros o hábito da mesa farta.
Porém, pode-se dizer que uma das maiores e mais importantes influencias
dos portugueses na alimentação do Brasil, foram os doces. A doçaria portuguesa
possui tamanha importância, devido à influencia dos árabes, descobridores do
açúcar, e atingiu o seu ápice nos conventos, tanto que, a maioria dos nomes dos
doces de remete ao sagrado ou a sentimentos como: cabelos-de-virgem, papos-
de-anjo, queijinhos-de-hóstia, sonhos, beijos, suspiros etc. Para se ter uma idéia
da importância dos doces para os portugueses, toma-se como exemplo os bolos.
Foi graças a eles que este alimento ganhou uma função social no mundo,
festejando aniversários, noivados, casamentos, nascimentos etc.
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A chamada cozinha do azeite resume bastante o que é a alimentação
africana no Brasil. É uma cozinha baseada no azeite de dendê (proveniente de
Angola), que tem as suas bases no recôncavo baiano e que logo se espalhou por
todo Brasil.
“A vida nas Minas, nos primeiros anos que sucederam às descobertas seria
praticamente impossível sem o fornecimento de mantimentos e gêneros de todas
as espécies, partidos das cidades e vilas de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia”
Rocha (1998). Isso só vem a confirmar a dependência do mineiro aos outros
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estados litorâneos e, portanto mais desenvolvidos e a escassez de mantimentos
neste momento.
E foi justamente essa escassez que tornou a culinária mineira tão variada,
pois os mineiros desde então aproveitavam todo o tipo de alimento consumível
possível formando assim uma gastronomia “criativa e inovadora, demarcada pela
busca do sabor e da combinação de gostos entre os poucos e limitados produtos
disponíveis”. Rocha (1998).
Vários alimentos tradicionais do mineiro têm a sua razão de ser que remonta
a esse momento histórico. O feijão tropeiro, por exemplo, possui esse nome
devido aos tropeiros exploradores do estado que necessitavam de um alimento
nutritivo e que pudesse ser conservado por um longo período de tempo. O feijão,
aliás, se tornou “a escora da casa”, o alimento mais importante na alimentação de
Minas Gerais juntamente do angu e da couve.
A culinária baiana pode ser bastante explicada pelas duas frases de Pereira
(1999):
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Por estas afirmações nota-se a importância do simbolismo e da comida para
o baiano, para se ter uma idéia, as festas na Bahia são conhecidas pelos nomes
da comida. E este grande simbolismo pode ser expresso justamente na roupa
típica da baiana que, na verdade, demonstra a imensa mistura que é a formação
de não apenas o povo baiano, mas também do povo brasileiro.
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O restaurante possui uma grande quantidade de comidas regionais, que é
definida pela proprietária do restaurante, Maria Christina Brocahdo Costa, como
uma mistura das culinárias mineira, goiana e nordestina. Porém a casa também
oferece pratos internacionais, mas sempre com uma pitada de regionalismo.
Para dar este toque regional, a proprietária sempre busca utilizar matérias
primas do cerrado realizar a preparação dos pratos artesanalmente.
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5.0 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
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Como já foi citado anteriormente, o fato da maioria dos restaurantes serem
de culinárias brasileira, chinesa, japonesa e italiana, isso demonstra a preferência
do brasiliense, porém para cada especialidade foram notadas particularidades na
sua forma de se adaptar à Brasília.
Esse fato pode ser explicado pela razão que a imensa maioria da população
de Brasília é formada por migrantes provindos destes estados.
2
Fusion-food: mistura de uma grande variedade de alimentos para a formação de um novo prato.
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preparada no pais, porém, há uma diferença no ritual. Nestes paises as refeições
são mais do que um ato de se alimentar, é um ritual á parte que não é realizado
nos restaurantes. Aqui apenas se alimenta.
6.0 CONCLUSÃO
Brasília é uma cidade nova, uma capital que contem peculiaridades pois é
formada por culturas de todo o Brasil e do mundo. Esse fator se reflete na sua
gastronomia, pois apesar da cidade não possui um prato ou comida típica, é
exatamente essa mistura que é típica de Brasília.
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brasileira obviamente, é de culinárias chinesas, italianas e japonesas.
Restaurantes estes que não realizaram grandes mudanças para se adaptar ao
gosto de Brasília.
Pois como Da Matta (1984) cita, uma pessoa quando vai há um restaurante,
mesmo saindo o desejo é encontrar um lugar para se sentir em casa. Mais um
fator que prova que mesmo não intencionalmente o restaurante precisa receber
alterações para que o cliente se sinta à vontade. E é exatamente isto que os
restaurantes de Brasília estão realizando, fazendo com que o cliente conheça a
sua identidade cultural através da comida, porém se sentindo em confortável e
não esquecendo que independente da comida que estão comendo, existe ali
sempre um jeitinho brasileiro.
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REFERÊNCIAS
DA MATTA, Roberto. O que faz o Brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1984.
50
GARCIA, Rosa Wanda Diez. Práticas e Comportamento alimentar no meio
urbano: um estudo no centro da cidade de São Paulo. 19 9 7
ROCHA, Sebastião.Sabores & Cores das Minas Gerais. Rio de Janeiro: Ed.
Senac Nacional, 1998.
TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi (Org.). Turismo: como aprender, como ensinar.
2ªed. São Paulo: Senac, 2000. 2v.
Endereços eletrônicos
51
RIOS, 2004. Disponível em http://gastronomiaitaliana.com.sapo.pt acessado em
18/09/2004
Periódicos
ANEXO – QUESTIONÁRIOS
1. Restaurante:
O Convento
2. Tipo:
4. Publico alvo:
Picadinho a Franciscano
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Questionário do Restaurante “Palace Long Xiang”
1.Restaurante:
2. Tipo
Cozinha Chinesa
Variável entre 60 e 80
4. Público - Alvo
Pato Pequim
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Questionário do Restaurante “ Trattoria Da Rosário”
1.Restaurante:
Trattoria Da Rosario
2. Tipo
Cozinha Italiana
Variável entre 30 e 40
4. Público - Alvo
54
Questionário do restaurante “Kosui”
1.Restaurante:
Kosui
2. Tipo
Cozinha Japonesa
Até 100
4. Público - Alvo
Sushi e sashimi
55
Questionário do restaurante “Nippon”
1.Restaurante:
Nippon
2. Tipo
Cozinha Japonesa
Entre 80 e 100
4.Público - Alvo
Sushi e sashimi
56
57