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Licenciatura em Pedagogia
CURITIBA
2017
OS DESAFIOS DO PROFESSOR FRENTE AO ALUNO COM
DEFICIÊNCIA, INCLUÍDO NO ENSINO REGULAR.
RESUMO:
O conceito de educação especial dentro de uma nova perspectiva da educação inclusiva precisa
ser reformulado. A visão de uma educação que trabalha com a deficiência precisa ser ampliada
para uma educação que trabalha com a diferença. A inclusão de alunos com deficiência no
ensino regular estar amparada e reconhecida legalmente, não tem sido suficiente para garantir
que o aluno efetivamente aprenda e se desenvolva como qualquer outra criança. Nesta
perspectiva, este artigo tem como principais objetivos buscar compreender quais são os maiores
desafios que o professor enfrenta para efetivamente assegurar a todos os alunos este direito, e
provocar reflexões sobre as suas concepções e a sua prática. A partir deste estudo, foi possível
perceber que o processo de inclusão é um desafio permanente e seu sucesso depende de
inúmeros fatores, entre eles: construir uma rede de apoio de trabalho colaborativo, dar maior
ênfase na qualidade dos conhecimentos e menor na quantidade de conteúdos, adotar
metodologias mais flexíveis, aprender a deslocar o olhar da patologia e enxergar as
possibilidades que existem além da deficiência e valorizar a diversidade como um fator
propulsor da aprendizagem. Uma escola verdadeiramente inclusiva precisa oferecer
oportunidades iguais a todos e estratégias diferentes para cada um, a fim de que todos possam
desenvolver seu potencial, sendo respeitados em suas singularidades.
INTRODUÇÃO:
DESENVOLVIMENTO:
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Uma sociedade inclusiva está baseada em uma filosofia que reconhece e valoriza a
diversidade, o que significa considerar as especificidades e necessidades especiais de todos os
alunos, independente da existência de alguma deficiência. Porém sabemos que existem
necessidades que interferem de forma significativa no processo de ensino aprendizagem e
exigem dos profissionais envolvidos a utilização de metodologias, recursos e apoios
especializados para favorecer a aprendizagem do aluno e assim realizar a verdadeira inclusão.
No entanto, esta nova realidade que exige nova postura dos professores traz consigo inúmeros
desafios que angustiam e adoecem muitos profissionais no cotidiano das escolas em todo o país.
O complexo tema desta pesquisa é fruto justamente desta inquietação de tantos
profissionais da educação que não se contentam em simplesmente cumprir a lei que impõe a
inserção do aluno com deficiência em uma sala de aula regular. Eles buscam aproximar cada vez
mais a observância destas leis com as vivências no cotidiano escolar e fazer cumprir o direito
dessa criança de ser atendido em suas necessidades e especificidades e efetivamente aprender e
se desenvolver como qualquer outra criança. E é nesta busca que se deparam com inúmeros
desafios os quais este estudo procurou trazer a tona e elucidar, provocando reflexões e
desequilibrando concepções fundamentadas muitas vezes em noções segregacionistas e
preconceituosas sobre a deficiência e a diversidade.
Este estudo mostrou que muitas vezes, o que falta é justamente uma mudança de
paradigmas, de antigos conceitos há muito tempo construídos, baseados em concepções do ideal
de homogeneidade e produtividade. A maioria dos professores sente-se desafiados com o fato do
aluno com deficiência não conseguir concluir as atividades no mesmo tempo que o restante da
turma ou com a necessidade de dar um suporte individualizado para aquele aluno em detrimento
do restante da turma. No entanto, se o professor conseguir compreender e aceitar o conceito de
equidade, valorizar a heterogeneidade, levando em conta que as turmas nunca serão homogêneas
e que cada um aprende por formas e caminhos diferentes, ele vai perceber que cabe a ele
flexibilizar e disponibilizar variadas metodologias e formas para atingir os objetivos,
considerando a pluralidade da turma e as especificidades e necessidades de cada estudante.
Outra reflexão interessante que revelou este estudo refere-se à falta de preparo e de
formação do professor na área da inclusão. A maioria dos professores acredita que alguma
formação ou curso poderá lhes fornecer a fórmula mágica ou um manual prático de como
trabalhar com seus alunos com deficiência. No entanto, o que ele está precisando é confiar mais
em seu conhecimento e valorizar mais seus próprios recursos, pois a melhor capacitação são suas
próprias vivências e experiências cotidianas em sala de aula, a interação direta com seus alunos
que podem lhe fornecer preciosas informações sobre o funcionamento de cada um, dados que
nenhum curso, por melhor que seja, poderá antever. Apesar disso, ele não pode se sentir sozinho,
pois o processo de inclusão do aluno com deficiência não é responsabilidade apenas do professor
da sala de aula. Ele precisa contar com uma rede de apoio formada por coordenadores
pedagógicos, profissionais da saúde, professores especialistas e familiares que poderão construir
um trabalho colaborativo e lhe dar suporte para viabilizar de fato o processo inclusivo.
Atualmente, com a educação especial inserida na escola regular, dentro de uma proposta
inclusiva, tornou-se urgente que a escola se reconstrua, ou seja, busque reformular seus
princípios, rever velhos conceitos, fazer reflexões, mudar paradigmas e adequar seu currículo
dentro de uma ótica inclusiva, centrada mais no aluno, nas suas especificidades e menos nos
conteúdos e resultados quantitativos, levando em conta mais as suas potencialidades e
possibilidades e menos suas limitações e deficiências, explorando o valor das diferenças e a
riqueza da diversidade, e buscando a cada dia tomar mais consciência de que as nossas
diferenças são justamente o que nos iguala enquanto seres humanos.
Como afirma a pesquisadora Maria Tereza Mantoan (2013): as turmas escolares queiram
ou não, são e sempre serão desiguais e a escola é um lugar privilegiado de encontro com o outro.
Este outro que é, sempre e necessariamente, diferente! E é justamente nesta multiplicidade do ser
que podemos encontrar uma multiplicidade de possibilidades de ação e renovação, de
redimensionamento de velhas práticas, de recomeço, em qualquer tempo e lugar.
ALVES, Fátima. Inclusão, muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. 5ª ed. Rio de
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