Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE COMPLEXIDADE E INCERTEZA
Resumo: atualmente cada vez mais projetos são desenvolvidos em ambientes de alta
complexidade e maiores incertezas, o que requer formas diferentes de gerenciamento do
projeto, menos rígidas e mais flexíveis. A literatura é mais rica sobre as competências
técnicas, métodos e ferramentas para gerenciar projetos, porém pouco se fala sobre as
competências comportamentais e aspectos organizacionais. Dessa forma, o objetivo do
trabalho é discutir sobre a organização dos projetos em equipes autônomas, no contexto
de projetos complexos e incertos, sob a luz da teoria. É discutido o conceito de autonomia
e suas dimensões – a partir da literatura agrupou-se em três dimensões, o conceito de
incerteza, definindo níveis de incerteza (de variabilidade ao caos) e origem da incerteza,
e por fim o conceito de complexidade dos projetos, também elencando quatro aspectos.
Com base na literatura selecionada, é proposto um modelo conceitual, que diz que o nível
de autonomia dada a equipe depende da complexidade financeira, de gerência, contextual
e da tarefa, e que a complexidade tem relação com as características da incerteza do
projeto. O trabalho apresenta ainda as limitações do estudo e as sugestões para trabalhos
futuros.
1. Introdução
Uma das lacunas que existe na literatura é justamente o fato de que no mundo do
gerenciamento de projetos, muita atenção é dada para competências “hard”, e pouco para
as “soft”. Segundo Söderlund e Maylor (2012), as duas competências são necessárias, e
são complementares.
Clark e Wheelwright (1992) falam também da dificuldade de integrar diferentes
competências dentro das equipes, principalmente quando ela está dentro de uma
organização madura, com uma estrutura altamente funcional, e com alto número de
pessoas. Eles ainda falam da dificuldade de implementar equipes autônomas nos projetos,
devido ao receio dos próprios gerentes de projetos em delegar tanto para a sua equipe.
Esses autores argumentam a eficácia de “heavyweight teams” ao invés de equipes
autônomas.
Nesse sentido, alguns autores como Wageman (2001) e Druskat e Wheeler (2004)
discutem qual é o papel do líder na formação de equipes auto-gerenciáveis. Druskat e
Wheeler (2004), por exemplo, argumentam que o líder tem praticamente quatro funções:
relacionamento, escuta, persuasão e empoderamento, obtidos por meio de 11
comportamentos.
Além disso, abordagens de gestão tradicionais são adequadas para situações onde as
incertezas são moderadas e estáveis, mas em ambientes turbulentos podem não ser
eficientes (Biazzo, 2009), necessitando de uma abordagem de gestão que permita o
“encaixe” correto entre a abordagem escolhida e as características do projeto (Sauser et
al., 2009). Isso se torna especialmente verdade pois, segundo Perminova et al. (2008),
todos os projetos estão sujeitos a incertezas, com maior ou menor intensidade.
Equipes com autonomia, ou seja, com liberdade para tomar decisões, podem tem impacto
positivo para alcançar o sucesso nos projetos, pois segundo Lawler (1992), a equipe com
autonomia é mais motivada, e toma as decisões em favor dos objetivos do projeto. Porém
outro ponto que chama atenção com relação à autonomia é que é um tema bastante falado,
e o conceito dele pode ser bastante amplo também, como definido por Tatikonda e
Rosenthal (2000) em que autonomia é dar o poder de decisão para aqueles que realmente
executam a tarefa.
Dado este contexto, o trabalho traz a seguinte questão de pesquisa: como a complexidade
e incertezas do projeto impactam no nível de autonomia da equipe? Com essa questão,
derivam-se os objetivos da pesquisa:
2. Método de Pesquisa
Para responder à questão de pesquisa, foi feita uma revisão narrativa dos assuntos
abordados neste trabalho: autonomia, incerteza e complexidade. Em todos os três temas,
a origem do material para a revisão foram os artigos da base de dados do ISI Web of
Knowledge. Foi optado por analisar majoritariamente artigos de periódicos, pois esses
passam por um processo de peer-review. Para a seleção dos artigos, foram lidos os
respectivos resumos, e excluídos os que não tinham relação com o tema. No tema de
autonomia, especificamente, procurou-se focar naqueles trabalhos cujo contexto era de
inovação e desenvolvimento de novos produtos.
No tema de autonomia, foi buscado os termos “team autonomy” e “project” nos tópicos,
limitando as áreas de pesquisa. Essa pesquisa resultou em 93 artigos. Já para o tema de
incertezas, foi buscado os termos “uncertain*” e “project management”, que resultou em
430 artigos. Por fim, para complexidade, foi buscado o termo “project complexity”, que
resultou em 145 artigo.
No processo de seleção dos artigos a serem lidos, priorizou-se os mais citados e mais
recentes. Os principais pontos dos artigos analisados são apresentados na seção que segue.
3. Resultados e Discussão
Algumas das definições de autonomia são bem amplas. Tatikonda e Rosenthal (2000)
afirmam que autonomia na equipe é dar o poder de decisão para aqueles que realmente
executam a tarefa. Chen, Neubaum e Lynn (2015) dizem que autonomia é o quanto de
autoridade e liberdade para tomada de decisões para executar a missão da equipe. Mesmo
na tentativa de especificar melhor o constructo, refinaram em três variáveis na pesquisa
deles: autoridade para tomar a maioria das decisões que impactam o projeto; não precisam
consultar a gerência sênior para a maioria das decisões a serem tomadas; é empoderada
para cumprir a sua missão.
Outra definição que ainda é um pouco ampla, mas já define melhor as variáveis desse
constructo é de Bourgault, Drouin e Hamel (2008). Eles conceituam a autonomia nas
seguintes dimensões: a capacidade distribuída pela equipe para tomada de decisões, a
autoridade do gerente de projetos para gerir o mesmo, autonomia da equipe sobre o
orçamento do projeto e o funcionamento da equipe. Commented [EZ1]: Planejamento de custos
Commented [EZ2]: Dimensão de RH
Diversos autores trazem definições sobre o que é uma equipe autônoma. Patanakul, Chen
e Lynn (2012) afirmam que uma equipe autônoma é aquela em que os membros da equipe
estão sob a gestão de um líder de dentro da organização, que tem o controle sobre os
recursos da equipe, e é o único avaliador da performance da equipe. Essa equipe é Commented [EZ3]: Monitoramento e controle
Breaugh (1985, apud Lee e Xia, 2010) definem a autonomia da equipe em termos de Commented [EZ5]: Procurar o original para tirar o apud
poder para decidir o cronograma do trabalho, os procedimentos e métodos a serem Commented [EZ6]: Planejamento de cronograma e custos
Haas (2006), a partir da literatura, levanta que autonomia é o nível de controle coletivo
sobre decisões críticas como objetivos, recursos, estrutura e processos, internos e externos
à organização.
Existe também uma visão de tipos e níveis de autonomia. Tatikonda e Rosenthal (2000)
distinguem entre autonomia no nível empresa/portfólio (autonomia de um departamento)
e autonomia individual. O nível intermediário entre empresa e individual é o nível projeto.
Essa mesma distinção é feita por Moe, Dingsoyr e Dyba (2010). Eles complementam
ainda que se a equipe como um todo tem grande autonomia, não significa necessariamente
que o indivíduo tem autonomia, e o contrário: se um indivíduo tem muita autonomia,
pode criar problemas para o grupo. Neste trabalho, procura-se estudar autonomia no nível
de projetos.
Goodman, Devadas e Hughson (1988) afirmam que os termos grupos autônomos, semi-
autônomos e auto-gerenciáveis (self-managing) podem ser utilizados de forma
intercambiável.
Fleury (1980) define um grupo semiautônomo como uma equipe de trabalhadores que Commented [EZ8]: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
75901980000300002&script=sci_arttext
executa um conjunto de tarefas de forma cooperada, sem que haja uma pré-definição das
funções dos membros. O grupo geralmente conta com um líder que cobra resultados, e
garante os recursos necessários para a execução das tarefas, mas não é quem define os
papéis e responsabilidades de cada indivíduo no grupo (Marx, 2010).
Marx (2010) analisa a autonomia dos grupos de trabalho segundo alguns conjuntos de
características: organização da produção, na gestão de recursos humanos e na gestão do
planejamento, estratégia de produção e competências do RH.
Segundo o autor, por organização da produção, entende-se que é a autonomia para dividir
o trabalho, interromper a produção, definir o ritmo de produção, negociar metas e
indicadores de desempenho do grupo, além do controle da qualidade da produção (rejeitar
matéria-prima não conforme, por exemplo). Em relação a autonomia no âmbito de
recursos humanos, trata-se de escolher e formalizar a liderança interna, planejar escala de
treinamento, de férias, de reuniões, influenciar na entrada e saída de membros, avaliar a
equipe e assumir relações de interface (internas e/ou com os clientes). Por fim, a
autonomia no planejamento, estratégias e competências relaciona-se a possibilidade de
administrar o próprio orçamento, influenciar na direção do negócio, definir e orientar a
trajetória profissional e influenciar no (re)planejamento organizacional.
Com base no recorte feito na literatura, propõe-se analisar a autonomia das equipes em
três níveis: estratégico, tático e operacional. O detalhamento de cada dimensão é
apresentado na Quadro 1 a seguir.
Quadro 1 - Dimensões de análise da autonomia das equipes em projetos
Dimensão Variáveis
Estratégico e Contexto Escolha de quais projetos trabalhar
Organizacional
Definição dos mecanismos de incentivo e recompensa
Programação de treinamentos para a equipe
A literatura fala ainda sobre os benefícios de se adotar equipes com autonomia. Langfred
(2000) afirma que quando a equipe tem autonomia, o projeto é menos influenciado por
partes cujas agendas ou interesses possam comprometer ou prejudicar o projeto, pois a
equipe pode ativamente rejeitar essas influências no momento de tomada de decisão. E
isso se torna um ciclo virtuoso, pois segundo a autor as pessoas de fora do projeto
percebem que equipes autônomas são altamente capazes, e trabalham em prol do
resultado do projeto.
Lawler (1992) também diz que ao conceder autonomia para a equipe, os membros se
sentem mais motivados a tomar decisões que são a favor do projeto, principalmente
quando algumas decisões envolvem interesses conflitantes. Quando a equipe tem
autonomia, os membros adquirem maior senso de controle. Patanakul, Pinto e Pinto (2016)
também partilham da mesma opinião de que a autonomia é uma grande fonte de
motivação.
Haas (2006) ainda acrescenta que outra vantagem da autonomia é que aumenta a
capacidade de processamento e sensemaking da equipe, uma vez que os membros passam
a focar mais energia nessas atividades.
Moe, Dingsoyr e Dyba (2010) identificam também que ao conceder autonomia às equipes,
o nível de satisfação da equipe é elevado, há menor turnover e menores taxas de
absenteísmo.
Por outro lado, Patanakul, Chen e Lynn (2012) argumentam que uma desvantagem de
trabalhar com equipes muito autônomas é que elas tendem a mudar e aumentar muito o
escopo do projeto, comparado ao escopo original. Isso pode comprometer custos ou
prazos do projeto.
Outras desvantagens são levantadas ainda por esses autores. Eles afirmam que é custoso
implementar uma equipe autônoma, pois limita a possibilidade de compartilhamento de
recursos e capacidades com outras equipes ou departamentos funcionais. Além disso,
dependendo de quão autônoma é a equipe, ela pode acabar criando suas próprias normas
e cultura, nem sempre compatíveis com a cultura da organização onde ela se insere.
O PMI (2008) define riscos como um evento incerto, que se ocorrer poderá afetar positiva
ou negativamente o desempenho do projeto, em especial escopo, cronograma, custos ou
qualidade do projeto.
Kerzner (2009) define risco de projeto como sendo uma medida de probabilidade e
impacto de não alcançar as metas estabelecidas no projeto. Uma definição abrangente de
riscos envolve ameaças e oportunidades, e foi desenvolvida por Hillson (2001). Para ele,
os riscos podem impactar no projeto positivamente (oportunidade) ou negativamente
(ameaça). Esse conceito foi incorporado nas últimas edições do guia PMBoK. Apesar
disso, o gerenciamento de riscos ainda tende a focar nos aspectos negativos, pois é mais
fácil do que buscar oportunidades (HILLSON, 2001).
A definição de risco dada pelo PMI (2008) como sendo um evento incerto, além de não
conceituar o que é incerteza, pode levar o leitor à conclusão de que risco e incerteza são
sinônimos (PERMINOVA et al., 2008).
Incerteza pode ser definida como uma situação onde não existe uma compreensão única
e completa do sistema a ser gerenciado (BRUGNACH et al. apud RAAAVEGER et al.,
2010). Uma distinção que existe entre risco e incerteza é apresentada por Knight (1964),
e citada por Perminova et al. (2008): basicamente, risco é um evento em que as
probabilidades de ocorrência são conhecidas e podem ser expressas numericamente,
enquanto que na incerteza, isso não é possível. Esta mesma definição é apresentada
também por outros autores, como Migilinskas e Ustinovicius (2008).
De forma complementar, incerteza pode ser dita como sendo a causa de um risco.
Perminova et al. (2007) apresenta em seu trabalho o conceito de riscos sob a perspectiva
de diferentes disciplinas, desde as ciências econômicas até a psicologia.
Walker et al. (2003) propõem também uma tipologia de incertezas semelhante à de Meyer
et al. (2002). Os autores identificam quatro tipos de incerteza: incerteza estatística,
incerteza de cenário, incerteza reconhecida e ignorância total. A incerteza estatística é
semelhante à variabilidade. É chamada de estatística, pois é possível descrever a incerteza
em forma de expressões estocásticas. Na incerteza de cenários, o gerente ou o tomador
de decisões é capaz de construir os possíveis cenários de como um sistema ou as forças
que o direcionam irão se comportar no futuro, sem saber, no entanto, a probabilidade de
sua ocorrência.
Uma forma de entender complexidade em projetos é proposta por Shenhar e Dvir (2007).
Os autores explicam a complexidade dos projetos em função da complexidade do produto
(resultado) do projeto. Nesse modelo, o produto pode ter seis níveis de complexidade,
porém em termos de como o projeto desse produto é feito, reduz-se para três níveis de
complexidade, ou três tipos de projetos:
Assembly Projects: são projetos de produtos que desempenham uma função única
dentro de um sistema maior (como a transmissão de um carro) ou um produto que
desempenha uma função única. É característico desses tipos de projeto que eles
sejam desenvolvidos em um único departamento, por uma equipe pequena, em
uma única localidade, com comunicação intensa, porém pouca formalidade e
documentação
System Projects: esses projetos lidam como sistemas como mísseis ou
equipamentos de comunicação ou ainda uma plataforma inteira, como o avião que
carrega o míssil. Ele envolve, portanto, não somente o produto em si, mas todo o
sistema de suporte para uso desse produto. Nesse nível de complexidade, o projeto
raramente é mais desenvolvido somente em uma localidade, mas envolve diversos
subgrupos e subcontratadas, e aumento da formalidade e burocracia
Array Projects: esse tipo de projeto chamado também de sistema de sistemas
consiste em um conjunto de sistemas para atingir um objetivo comum. São
geralmente programas. Esses projetos nunca são desenvolvidos em uma única
localidade, e estão estruturados sob uma organização guarda-chuva que gerencia
grande parte do projeto.
De outra forma, Vidal et al. (2010) conceituam que complexidade é uma propriedade dos
projetos que os torna difíceis de compreender, prever ou até mesmo prover informações
sobre o sistema do projeto. Os mesmos autores procuraram refinar o entendimento de
complexidade, e investigaram fatores que tornam um projeto complexo, dando origem a
um framework que divide complexidade em:
Organizacional e Tecnológica
Tamanho, variedade, interdependências e dependência contextual
Financeira: modelo financeiro do projeto, origem dos recursos, onde eles são
utilizados e alocados, contingências
Contexto: cultural, político, regulatório, financeiro, tecnológico, econômico,
ambiental e social, número de stakeholders, variedade de interesses dos
stakeholders
Gerência: estrutura organizacional (nível de verticalização e diferenciação
horizontal), diferenças de cultura entre membros da organização e dos
departamentos, governança do projeto, nível de maturidade em gerenciamento de
projetos, variedade de métodos de gerenciamento de projetos
Localidade: condições geotécnicas e geofísicas, por exemplo, podem afetar a
complexidade do projeto
Tarefa: a complexidade da tarefa relaciona-se a quantidade de disciplinas
envolvidas, ao tipo de tecnologia envolvida e o fluxo de informações
Entrega (Delivery): o método de entrega do projeto também pode ser uma
dimensão de complexidade, principalmente quando se trata de construção.
Dessas dimensões, o mesmo autor afirma que a financeira, de gerência e de tarefa estão
sob controle do projeto, enquanto os demais não, ou seja, uma divisão entre o que é
externo e interno ao projeto.
Bakshi et al. (2016) também fizeram uma revisão na literatura sobre o que é complexidade
em projetos, e identificaram mais de 120 fatores, que foram agrupados em sete categorias
de complexidade, que dividem o projeto entre simples e complexo.
Patanakul, Chen e Lynn (2012), por exemplo, entendem que quando se trata de projetos
de inovação radical ou alto grau de novidade tecnológica, as equipes autônomas tem
desempenho melhor. Já para as inovações incrementais, não é o mais adequado. Bourgault,
Drouin, e Hamel (2008), por sua vez, afirmam que equipes altamente dispersas são mais
bem sucedidas se tiverem mais autonomia.
A partir da revisão feita anteriormente, derivam-se algumas proposições, conforme o
modelo conceitual da Figura 2 a seguir.
P1: Quanto maior a complexidade financeira do projeto, menor a autonomia dada a equipe
P5: Quanto maior o nível de incerteza interna (atividade), maior a complexidade da tarefa
4. Conclusões e Limitações
O presente trabalho teve como objetivo discutir como a complexidade e as incertezas dos
projetos podem influenciar na escolha do nível de autonomia das equipes.
O nível de autonomia das equipes, traduzidas nas dimensões descritas, pode ser
influenciado pela complexidade dos projetos. Nesse trabalho, entendeu-se complexidade
em quatro aspectos: financeira, da gerência, do contexto e da atividade. Foi proposto que
a complexidade do projeto é fator que influencia no nível de autonomia dado às equipes.
Por outro lado, o nível de complexidade do projeto tem relação com o nível de incerteza,
e não somente isso, mas dependendo da origem da incerteza – interna (atividade),
interdependência organizacional ou externa, a complexidade varia nos diferentes aspectos.
CHEN, Jiyao et al. The relationship between team autonomy and new product
development performance under different levels of technological turbulence. Journal of
Operations Management, v. 33, p. 83-96, 2015.
DRUSKAT, Vanessa Urch; WHEELER, Jane V. How to lead a self-managing team. MIT
Sloan Management Review, v. 45, n. 4, p. 65, 2004.
KNIGHT, F. H. Risk, uncertainty and profit. Boston: Hart, Schaffner and Marx, 1921.
MEYER, A.; LOCH, C. H.; PICH, M. T. Managing Project Uncertainty: from Variation
to Chaos. MIT Sloan Management Review, v. 43, n. 2, p. 60-67, 2002.
MOE, Nils Brede; DINGSØYR, Torgeir; DYBÅ, Tore. A teamwork model for
understanding an agile team: A case study of a Scrum project. Information and
Software Technology, v. 52, n. 5, p. 480-491, 2010.
PATANAKUL, Peerasit; CHEN, Jiyao; LYNN, Gary S. Autonomous teams and new
product development. Journal of Product Innovation Management, v. 29, n. 5, p. 734-
750, 2012.
PATANAKUL, Peerasit; PINTO, Jeffrey K.; PINTO, Mary Beth. Motivation to perform
in a multiple-project environment: The impact of autonomy, support, goal clarity, and
opportunities for learning. Journal of Engineering and Technology Management, v.
39, p. 65-80, 2016.
PERMINOVA, Olga; GUSTAFSSON, Magnus; WIKSTRÖM, Kim. Defining
uncertainty in projects–a new perspective. International Journal of Project
Management, v. 26, n. 1, p. 73-79, 2008.
PICH, Michael T.; LOCH, Christoph H.; MEYER, Arnoud De. On uncertainty, ambiguity,
and complexity in project management. Management science, v. 48, n. 8, p. 1008-1023,
2002.
RAADGEVER, G.T. et al. Uncertainty management strategies: Lessons from the regional
implementation of the Water Framework Directive in the Netherlands. Environmental
Science and Policy, v. 14, n. 1, p. 64-75, 2011.
KIAN MANESH RAD, Ehsan; SUN, Ming; BOSCHÉ, Frédéric. Complexity for
Megaprojects in the Energy Sector. Journal of Management in Engineering, v. 33, n.
4, p. 04017009, 2017.
SAUSER, B. J.; REILLY, R. R.; SHENHAR, A. J. Why projects fail? How contingency
theory can provide new insights – A comparative analysis of NASA’s Mars Climate
Orbiter loss. International Journal of Project Management, v. 27, n. 7, p. 665-679,
2009.
SHENHAR, Aaron J.; DVIR, Dov. Reinventing project management: the diamond
approach to successful growth and innovation. Harvard Business Review Press, 2007.