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CADERNO DE RESUMOS
A
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anpu hrs
1111111
2007
©ANPUH - Associação Nacional de História
Av. Prof. Lineu Prestes, 338
Térreo do prédio de História e Geografia
Caixa Postal:8105
05508-900 São Paulo/SP
Fone/Fax: (11) 3091-3047
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Organização e revisão:
Ana Paula Korndõrfer
Haike Roselane Kleber da Silva
Marcus Vinicius Beber
Marluza Marques Harres
Imagem da capa: Estrada de ferro de paranaguá a Curitiba, Viaduto do Conselheiro Sinimbu (Paranál
Brasil) 1879. Autor: Marc Ferrez. Imagem retirada de www.dominiopublico.gov.br
Comissão Científica
Secretaria
Informática
Dype Soluções
REALIZAÇÃO
PATROcíNIO
APOIO
33. História e ações educativas em variados ambientes: novos territórios a serem explorados
Coords: Lana Mara de Castro Siman e Júnia Sales Pereira .............................................................................." .... 263
46. História-Ciência-Tecnologia-Sociedade
Coords: Ivan da Costa Marques e Lorelai Brilhante Kury ......................................................................................... 363
52. Imagens de Arte: fronteiras disciplinares entre história da imagem e história da arte
Coords: Luciene Lehmkuhl e Paulo Knauss ............................................................................................................. 410
61. Mundos do Trabalho: as fronteiras entre as diferentes formas de coerção e os diversos caminhos da liberdade
Coords: Beatriz Ana Loner e Maria Cecília Velasco e Cruz ...................................................................................... 482
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Fátima Machado Chaves - Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
A escola não vive só com professor
A ampliação das análises, a renovação das fontes e novos olhares no campo da pesquisa em história da educação
possibilitam incluir a investigação de sujeitos que 'vivem' a escola, mas penmaneceram invisíveis como é o caso dos
funcionários administrativos nas unidades escolares da cidade do Rio de Janeiro. Comparamos três momentos dessa
história, através da Reforma Educacional de Fernando de Azevedo, no Distrito Federal em 1927 e 1928; a legislação do
Estado da Guanabara, na década de 1960 e, nos anos compreendidos entre 1996 e 2002, os atos legais dos prefeitos da
cidade do Rio de Janeiro, acrescidos de nossas pesquisas de campo em unidades escolares situadas em diferentes
regiões sócio-geográficas cariocas com depoimentos sobre as experiências de merendeiras e serventes. A história da
educação praticamente ignora os funcionários, sujeitos educativos no cotidiano escolar, em geral, mulheres, pobres e
negras, talvez pelo desconhecimento da importância educativa de suas atividades, consideradas subaltemas, femininas
e 'domésticas'. Todavia, em suas atividades educativas, configuram-se como o 'cenário invisível' da cultura escolar,
porquanto a 'escola não vive só com o professor'.
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Aparecida Maria Almeida Barros - UFSCAR
A Reforma Educacional da Oligarquia e a Missão Pedagógica Paulista: Os Registros do Jornal "Correio Official
de Goyaz" nos Anos de 1930
Estudos e pesquisas sobre a Reforma do Ensino de 1930 em Goiás, vêm desvelando o jogo político da Oligarquia
dominante em promover mudanças no ensino Primário e no curso Normal, com o apoio de intelectuais de uma Missão
Pedagógica Paulista. Constituiu no empenho de uma modernização conservadora, ern consonância com os interesses
das classes no poder, recorrendo a SP que servia de referência para o Brasil no tocante às Reformas Educacionais. A
reforma teve o mérito de introduzir em Goiás o ideário pedagógico de inspiração escolanovista, de reordenar a organiza-
ção do ensino primário, bem como, de lançar bases para as mudanças ocorridas ao longo da década, através de medidas
como construção de grupos escolares, qualificação de normalistas, aquisição de mobiliário e instrumentos requeridos
pela 'moderna pedagogia'; a criação do Jardim da Infância, a inclusão dos trabalhos manuais como componente curricular
obrigatório. Tomado como fonte documental o 'Jornal Correio Official de Goyaz', na condição de imprensa oficial do
estado, despontou na divulgação, por excelência, de decretos, regulamentos, programas e uma secção pedagógica,
tomou-se arauto das medidas govemamentais e das ações da Missão Pedagógica Paulista, responsável intelectual e
técnica pela reforma da oligarquia goiana.
Margarita Victoria Rodriguez e Marilda Bonini Vargas - Universidade Católíca Dom Bosco
Formação inicial de professores em Mato Grosso do Sul, história da implantação do curso de pedagogia - expe-
riência da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1981 -2004)
Esta comunicação apresenta, mediante uma pesquisa documental, a análise da criação e implementação do Curso de
Pedagogia da UFMS, e a influência das políticas de formação inicial de professores (1981-2004). Assim, utilizou-se de
documentos do Ministério da Educação e Cultura e do Conselho Nacional de Educação -Legislação Educacional, Diretri-
zes Curriculares; Pareceres entre outros-, e documentos da instituição pesquisada, como a Resoluções do Curso de
Pedagogia; Portarias; Projeto Pedagógico; matrizes curriculares e ementas, visando levantar as transformações ocorridas
neste curso, em especial, após o ano de 1992. Como resultados, o estudo revelou que as políticas de formação de
professores para a educação básica impactaram de forma impresumível na organização curricular do Curso de Pedago-
gia, implicando em uma formação inicial voltada para a prática - reflexiva dos professores. Aformação oferecida apresen-
tou mudanças significativas durante a segunda metade dos anos de 1990, verificou-se alterações nos conteúdos, nome
das disciplinas, carga horária, focando a formação inicial na racionalidade técnica e centralizada na prática. Provocando
um afastamento em relação à fundamentação teoria, voltando esta formação para o novo tecnicismo orientado pelos
documentos oficiais.
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117/07 - Terça-feira- Tarde (14h às 18h) 1
instrução pública primária será considerada com parte da institucionalização do Estado provincial e, em última instância, «
do Estado nacional brasileiro. Essa trajetória que formalizou um incipiente nascimento, após a independência política do
Brasil, da instrução pública foi caracterizada como uma transição entre a herança colonial e a legislação decretada pelo
governo provincial. Neste sentido, tomando como referencial a defesa, dos homens da época, de um regime monárquico
que fora referendado por uma Constituição e por uma seqüência de leis que seguiram os preceitos gerais nela previstos,
propõe-se analisar a ação do Estado na construção de uma proposta elementar de instrução primária para uma parte da
população da Província de São Paulo.
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homem novo brasileiro ao ser-para-si, emancipado e sem transplantações do exterior. Os negros, do mesmo povo que os
brancos, militariam para vencer nossa condição de consumidores de enlatados. Em educação, o Guerreiro falou de poder
crítico, uso sociológico da sociologia, redução sociológica, formalismo. Sua própria índole e o conflito sobre o nacionalis-
mo (1958) o envolveram negativamente, e ele deixou o Instituto; com a ditadura, exilou-se nos EE.UU. Sua produção e
carreira suscitam os temas da multidimensionalidade da vida humana e da teimosia para manter um diálogo/debate à
altura das complexas necessidades reais.
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autêntica "refundação" do lugar do professor (Freitas, 2005). Uma politica, a um só tempo, nacional, porque empenhava,
através do INEP, o próprio Ministério da Educação, a quem se atribuía a "assessoria técnica" e o necessário respaldo
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financeiro; e regional, pois buscava adaptar-se ás características e necessidades de distintas regiões do pais, através da
rede constituída pelos centros regionais de pesquisa e de treinamento de professores, estrategicamente localizados.
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baseada na produção historiográfica existente; procedimentos de análise, por meio da produção historiográfica sobre a
história da educação no Brasil no periodo. No trabalho apresentamos os resultados parciais da pesquisa.
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secundário e superior. Para ele, era preciso aumentar os investimentos no ensino secundário, proporcionando uma fomna-
ção geral para aluno, tanto científica como propedêutica. Este havia se tomado 'indústrias' de diplomas, cujo o objetivo
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não era o de instruir, mas 'aparelhar' e formar para o exame preparatório que levasse ao ingresso na universidade.
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todo território nacional. O disciplinamento social, expresso pelo govemo estadonovista, além de contribuir para a afirmação
do regime político e do modelo de desenvolvimento econômico industrial, ensejou o controle sobre as obras didáticas, cujo
fim era o de promover a construção da identidade nacional brasileira e a formação técnico-profissional para o mercado de
trabalho. Assim, a presença dos elementos ideológicos e doutrinários, presentes nos livros didáticos, foi fundamental para
consolidar o ideário estadonovista, uma vez que eles estabeleciam conexões entre os programas oficiais e a sala de aula.
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sujeitos históricos não apenas nos embates com os quais se evolveram na defesa da escola pública, mas atenta-se principal-
mente para a constituição de uma determinada memória histórica produzida a partir dos seus escritos sobre tal temática.
Dialogando com essa produção e transitando pelas complexas articulações entre memória e história, trabalha-se com a tese
de que determinados fatos, sujeitos e projetos históricos foram iluminados enquanto outros foram apagados. Entende-se que
um dos apagamentos produzidos e cristalizados na memória educacional foi a participação do movimento estudantil na
Campanha em Defesa da Escola Pública, que na perspectiva anunciada acima é aqui estudada.
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Maquiavel se apresentaria como a metáfora do homem moderno, estabelecendo os critérios que salvaria a República
da onda centralizadora do século XVI e elaborando os principios que reduziriam a ação do Principado em Florença.
Para isso, recorri à leitura da obra de Maquiavel buscando suas relações com Ficino e Mirandola, especialmente no
que tange as relações do autor com o neoplatonismo, ou seja, Maquiavel estaria muito mais próximo dos autores do
século XV do que dos do século XVI e defenderia o humanismo cívico através de um método não ortodoxo. Assim,
Maquiavel estaria mais ligado aos autores que como Thomas Morus criticam o humanismo do século XVI.
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Fabrina Magalhães Pinto - PUC/RJ
O Discurso humanista de Erasmo: uma retórica da interioridade
Este trabalho pretende abordar a influência do ideal ciceroniano de orador sobre o discurso de Erasmo de Rollerdam, particu-
larmente no que diz respeito ao anseio de Cicero da união entre as disciplinas da retórica e da filosofia enquanto precondição
da boa eloqüência. Esta tradição prevaleceu entre os humanistas da Renascença e Erasmo foi um de seus mais influentes
catalizadores revalorizando a necessidade de um amplo saber para a formação do homem e conquista de sua dignidade.
Esta seria para ele a condição fundamental para a plena realização de seus ideais de renovação da cristandade.
refere ao mundo luso-brasileiro, o reinado de D. Maria I correspondeu a um período capital, no qual a monarquia teve <t:
de tomar decisões importantes frente á Independência das'colônias inglesas e ao desenrolar da Revolução em França.
Nesta conjuntura, por natureza singular, o antigo processo dos Távoras, movido pelo Marquês de Pombal contra
algumas das principais famílias aristocráticas do reino na década de 1750, foi reaberto por diligências de D. João de
Almeida Portugal (1726-1802), figura não menos singular. Os impasses, idas e vindas do processo de revisão, que
visava reabilitar a memória da família Távora, constituem-se numa espécie de ponta do novelo para uma interpretação
acurada desse período rico, porém ainda carente de estudos, que foi a passagem do gabinete pombalino ao reinado de
D. Maria I. Eis o ponto de partida, não só desta comunicação, como também do projeto de Doutorado que estou
desenvolvendo junto ao departamento de História da Universidade Federal Fluminense/RJ.
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cias Unidas. Enquanto os Paises Baixos eram considerados o país mais próspero da Europa, mantendo o domínio
comercial no Atlântico com transações comerciais nas colônias americanas e africanas. Pretendemos demonstrar que
o imaginário de liberdade cultivado, então, pelos holandeses possibilitou uma representação pautada em que tudo se
justificava pelo lucro. Já para os portugueses, a representação do lucro era limitado pelo imaginário anti-usura construído
pela Igreja Católica, por outro lado, havia a concepção de o comércio era fundamental para garantir a soberania lusitana.
Refletiremos sobre a cultura econômica forjada na mentalidade destas duas nações, extensa às colônias além mar.
Pressupomos que este pensamento é herdeiro do Humanismo que tinha em seus princípios a constituição de um ideal de
indivíduo, e contribuiu para uma política voltada para o lucro. Comparamos, assim, a conduta dos agentes comerciais
portugueses e holandeses, buscando rastrear a representação de lucro e o imaginário edificado por eles.
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MacCulloch ressalta que a "Carta' indicava que Lutero não mais desejava manter a unidade com a Igreja Romana,
destacando que este afirmava que ao contrário de ser o vigário de Cristo na terra, o Papa era um impostor e uma
ameaça para o bom governo do Império. Acentua, ainda, que "este é freqüentemente chamado um livro nacionalista",
sendo a questão explorada por Lutero, que afirmava no início da "Carta", que "a aflição e dificuldade que oprimem
todos os estamentos da cristandade, sobretudo os territórios alemães (... ) obrigou-me também a gritar e clamar, [para
ver] se Deus haveria de conceder a alguém o Espírito de estender sua mão à miserável nação alemã'.
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João Masao Kamita e Isabel Cristina F. Auler - PUC·Rio
Retórica e engenho: o caso da igreja Gesú de Roma
A presente comunicação pretende desenvolver as relações entre retórica e artes visuais na Roma Barroca. Se por um
lado, a forma retórica tem forte impregnação nas técnicas de discurso e persuasão religiosa, como o artista dos séculos
XVI e XVII elabora suas imagens de modo que elas participem no convencimento devocional sem, no entanto, perder a
liberdade conquistada pelo renascimento? A arte não está de modo excl,usivo 'a serviço" da autoridade religiosa, como se
submetida a um poder externo que inibe e reprime sua expressividade. E no ilusionismo técnico - a arte do engenho - que
o artista barroco preserva seus segredos. Tomaremos como caso exemplar a atuação dos jesuitas na construção e
decoração, a partir de 1568, da Chiesa dei Gesú, igreja-tipo da Contra-Reforma, essencialmente destinada à devoção
coletiva e à pregação. Como contraponto ao campo das artes, será apresentado uma análise da obra 'Adnotationes et
Meditationes in Evangelia" (1607). do jesuíta Jerônimo Nadai, texto eclesiástico de referência para a Contra-Reforma.
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ocupavam nesses festejos carnavalescos, assim como na sociedade. Para tanto, utilizarei como fonte excertos retirados
do periódico A Reforma. Periódico esse que circulava na capital da provincia do Rio Grande no periodo analisado.
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Sergio Chahon - Universidade Gama Filho
Os leigos cariocas enquanto espectadores e participantes da missa barroca (1750-1820)
O trabalho ora apresentado baseia-se na constatação de que a participação dos leigos nas grandes missas barrocas
celebradas na cidade do Rio de Janeiro e arredores em fins da época colonial seguia por caminhos que, se não eram
de todo alheios á razão e á espiritualidade consciente, conduziam antes de mais nada ás emoções, e sobretudo ás
sensações despertadas pela visão e pela audição das mesmas missas, Essas dimensões da referida participação,
tanto mais presentes quanto mais espetacular a "encenação' do sacrificio de Cristo, são comentadas aqui em seus
traços principais, sem esquecer das estratégias políticas subjacentes ao uso reiterado da pompa religiosa em um
efervescente ambiente urbano como o do centro do Rio de Janeiro,
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bondade. Seus esforços não foram em vão, mas provavelmente não viverá para vê-los frutificar e quando as pessoas enten-
derem o que ele disse em suas pinturas, será muito tarde." Poucos contemporâneos seus, também desestabilizados pelo fim
da tradição comunitária e a emergência do indivíduo solitário burguês, o compreenderam, levando-o
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autêntico mediador cultural. Ensinou rapazes a ler, circulou entre escravos, forros e livres, homens e mulheres, e,
ainda, com três padres, figuras de certa reputação na localidade, discutindo com todas essas pessoas, sobretudo, a
respeito de religião (mas não só). Disseminou idéias messiânico-milenaristas, dizendo-se o Encuberto, filho de Dom João
V e irmão de Dom José, afirmando que vinha "Restaurar os pretos e mulatos dos captiveiros e tirallos do poder de seus
senhores para hir com elles Restaurar a Caza Sancta'. Ensaiou, assim, um levante de negros, mulatos e índios contra os
brancos. Esta comunicação tem por objetivo narrar a trajetória e apresentar as idéias de Antônio da Silva, usando para
tanto documentos inquisitoriais, primeiramente encontrados e analisados pela historiadora portuguesa Ana Maria Pereira.
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Leonardo Ayres Padilha - PUC-Rio
Sociologia e critica literária: Sergio Buarque de Holanda modernista
Durante a década de 1920, Sergio Buarque de Holanda participou ativamente do movimento modernista (como repre-
sentante de "Klaxon' no Rio de Janeiro e, logo depois, como fundador e editor de 'Estética", ao lado de Prudente de
Morais, neto), principalmente como avaliador critico da produção artistica do momento e sistematizador teórico das
bases em que se estruturava o próprio modernismo. O seu conjunto de textos deste período revela um tipo de reflexão
que situa a literatura como campo privilegiado de produção de conhecimento teórico sobre a cultura, sem contudo
afastá-Ia de sua questão principal: a estética. Este trabalho pretende discutir a importância desta trajetória intelectual
do autor para a publicação, anos mais tarde, de "Raizes do Brasil' (1936).
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moldar consciências, criar imagens coletivas, formar identidades e". divertir. É justamente o que extrapola o projeto e se
anuncia como gratuito que toma estas fontes particularmente iluminadoras do processo histórico.
Cláudia Mesquita
A cidade ao "rés do chão": a crônica carioca dos anos 50 e a cultura das ruas por Sérgio Porto e Stanislaw Ponte Preta
O escritor Sérgio Porto, criador do antológico Stanislaw Ponte Preta, costumava dizer que todo cronista deveria andar
a pé ou de ônibus, pois a observação dos tipos comuns, do dia a dia da cidade, era fundamental para a escrita diária.
Essa observação atenta, aliada ao exercício jornalístico cotidiano do criador da hilariante família Ponte Preta nos
principais jornais do Rio, deu visibilidade aos tipos urbanos que iam surgindo na segunda metade dos anos 50 do
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século XX, redesenhando o perfil cultural de um Rio moderno e seus personagens risíveis, contraditórios, patéticos e
apaixonados. Esse trabalho tem por objetivo apresentar os tipos urbanos capturados pelas ruas da cidade, com suas
falas, trejeitos e culturas diversas e refletir sobre a estreita relação da literatura na conforrnação das identidades
culturais, sobretudo da crônica como um gênero literário muito especial, capaz de falar das coisas miúdas, do cotidiano
transitório e efêmero, da vida ao "rés do chão", como pontuou Antonio Candido.
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Cristiano Cezar Gomes da Silva - UFPB 1FABEJAI UNEAL
Entre a história e a literatura: as múltiplas letras, os múltiplos tempos, os múltiplos olhares em Graciliano Ramos
Nesta comunicação buscamos um diálogo entre a história e a literatura. A fronteira entre esses saberes possui uma
delimitação bastante tênue e de difícil demarcação. Nela imbricam-se o 'real" e a construção de suas representações
que não podem ser dissociadas, mas são materializadas através da narrativa. Assim, analisamos Graciliano Ramos
em sua multiplicidade: escritor, militante, memorialista. O escritor é reconhecido como um dos maiores literatos brasi-
leiros. No entanto, seus diversos escritos desvelam outras faces. O enfoque deste trabalho é a discussão de como a
obra Vidas secas (1938) e algumas de suas crõnicas, ensaios e fragmentos, constroem sentidos, significam, denunci-
am, registram e constituem parte do emaranhado de uma rede de memória discursiva sobre o momento entre as
décadas de 1930 e 1940 no Brasil. Observamos um Graciliano Ramos engajado que acusa e denuncia a estrutura
social da época. O autor, a partir de suas experiências, faz da literatura uma prática e um contraponto para resistir ao
silenciamento da ordem instituída. Os vários escritos pesquisados estão no Arquivo Graciliano Ramos, do Instituto de
Estudos Brasileiros -IEB. Este fragmento integra a pesquisa em andamento junto ao Doutorado do PPGL da UFPB,
orientada pela Professora Ivone Tavares de Lucena.
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1821,1822 e 1823 e do Esboço biográfico de D, Pedro I, com uma noticia do Brasil e do Rio de Janeiro no seu tempo, A
solidão levanta diversas questões, como: do que as pessoas sentem falta? Quais são as suas expectativas? Oque as faz
considerarem-se incompletas em si mesmas? Sobre a solidão, poderíamos, ainda, discorrer a cerca do sentimento de
quem não está na pátria. Esse texto foi escrito a partir das histórias pessoais de Maria Graham, como expressão da
sensibilidade da narradora. Aprimeira visita da escritora inglesa ao Brasil foi em 1821, a bordo da fragata Doris, comanda-
da pelo seu marido Thomas Graham, capitão da Marinha Real Inglesa. Este veio falecer em abril de 1822. Em 1823
regressou ao Brasil, atendendo o convite de D, Pedro I para ser preceptora da Princesa Maria da Glória. Residiu no Paço
Imperial, entre 5 de setembro a 10 de outubro de 1824 Tornou-se amiga e confidente da Imperatriz D. Leopoldina. Parte da
história pessoal da escritora inglesa, relacionada ao tempo de permanência na Corte, está registrada na corresp
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sonagens históricos se agitam, re-significando, através de comportamentos variados, o momento que vive a antiga 'Princesa
do Sertão', Esse processo de re-significação, objeto deste trabalho, traduzido em diferentes formas de literatura (cartas,
processos crimes, cartões postais, poemas e crônicas), demonstra vários conflitos simbólicos, sobre os mecanismos de
apropriação do espaço-cidade, e de escrita de uma história local. Enquanto alguns fotografam e escrevem, outros matam,
seguindo a senda de vinganças a muito prometidas, ~ssas práticas implantam modelos de comportamentos, preconizam
metáforas do viver, ou não viver, em cidades, Produzidas segundo o modelo literário padrão ou sendo uma "outra literatura",
que foge aos padrões canonizados, as propostas semânticas insinuam variados modelos de urbanização, segregam novos,
e velhos agentes, presentes no território citadino, propondo assim uma cartografia para a urbe que se configurava,
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Paula Ester Janovitch - Departamento de Patrimônio Histórico de São Paulo ~
A grande imprensa de São Paulo e Rio de Janeiro na mira da linguagem caricata no início do século XX ~
No início do século XX, em pleno clima de euforia que marca a belle époque brasileira, um novo divertimento toma o
eixo Rio-São Paulo. São as revistas ilustradas, de atualidades ou humorísticas que a reboque do grande crescimento
da imprensa como veiculo de comunicação de massas a despontar no 1900, começam a ser saboreadas pelos leitores
dos grandes centros urbanos em ascensão.
O humorismo nas revistas foi talvez a forma de expressão mais freqüente de combate e critica ao novo veiculo da
palavra impressa. Atentos ao dia-a-dia das noticias saídas em primeira mão nos diários, a linguagem irreverente ê
retirava sua matéria ainda prima para transformá-Ia em motivo de paródías e farpas semanais. Desde tímidas referên- -;
cias á fonte primária de onde fora retirado o motivo da charge, ou presentes como elementos centrais nas ilustrações, ~
desfilavam de forma caricata outras versões dos fatos noticiados ao longo da semana. ~
~
les tempos republicanos de negócios e negociatas em torno da atividade cafeeira (Evaldo Doin). Por este prisma, acredito <>:
que os almanaques (e as revistas ilustradas) possam revelar uma leitura (Renato C. Gomes) não apenas idealizada
(condição de abstração), mas, especialmente, desejada (condições de possibilidade) das transformações urbanas. Mas,
se a escrita produzida em almanaques afinava-se com um imaginário urbano elitista e pela presença de uma incipiente
sociedade de consumo na cidade, não era menos verossímil que a cidade-desejo (Sandra J. Pesavento) evocada nas
suas páginas servisse de carapaça à uma trama ambivalente de mando pessoal, de uso da violência e de poder político
entre as principais lideranças municipais operadas no lusco-fusco do público/privado e da civilização/barbárie.
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Djessika Lentz Ribeiro - Udesc
De Bedrock a Springfield: um estudo comparativo entre os desenhos animados Flintstones e Simpsons
Odesenho animado constitui-se em fonte ainda pouco explorada pela pesquisa histórica. Destacado produto de comu-
nicação de massa há mais de 50 anos, revela aspectos da sociedade na qual foi produzido. Dessa maneira, busca-se
aqui realizar um estudo comparativo entre dois desenhos de grande importância para as animações: Os Flintstones e
Os Simpsons. O primeiro criado na década de 1960 pelos estúdios Hanna-Barbera; o segundo, no final da década de
1980, pelo cartunista de quadrinhos alternativos, MaU Groening. Por meio desses desenhos, analisa-se, neste traba-
lho, determinados valores sócio-culturais, a saber: família, lazer, trabalho e consumo. Dessa forma, torna-se possivel
compará-los com o intuito de identificar continuidades e transformações no que se refere a esses valores.
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Adriane M.Eede Hartwig . UNIOESTE {';'\4
Wilson Simonal e a Música Popular Brasileira nas décadas de 1960/70 \...!}
O presente trabalho é parte integrante de uma pesquisa de mestrado, do curso de História pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná - UNIOESTE, onde se pretende abordar questões que envolvem a música popular brasileira e
suas articulações no período de 1963 a 1975, especificamente. Será abordada a obra de um cantor de sucesso nesse
período, que teve muita popularidade e sua música era composta e produzida tanto a classes maís populares, como para
ouvidos mais apurados, tomando-o um dos mais bem pagos e populares artistas do período, semelhando-se a Roberto $
Carlos. Com uma voz afinada, criador de um estilo que terá seguidores, a Pilantragem - uma mistura de bossa nova, ~
swing e malandragem, sua música desponta num momento em que a Bossa Nova - considerada por alguns críticos como -{g
música intimista, de melodias veladas, poesia inlectualizada e ritmo acentuado, afastou-se dos caminhos tradicionais da ~
música brasileira. Era mercadoria de alto nível, mas não teve penetração junto ás massas, coisa que Wilson Simonal teve, ~
brincou e se "lambuzou ", sua carreira teve projeção nacional e internacional, num momento em que a música está
buscando uma identidade pra si em meio a uma grande efervescência cultural que o país está vivenciando.
v.>
·ê
João Eduardo Cezar de Vílhena - USP ~
Novos olhares para uma nova cidade: charges jornalísticas e a crônica do processo de urbanização da cidade ::c
de São Paulo do início do século XX «
A cidade de São Paulo, nos primeiros anos do século XX, viveu um momento de intensas e velozes transformações
urbanas e sociais. A distribuição de energía elétrica, as reformas para alargamento e conformação das ruas para o
transporte cada vez mais intenso de mercadorias ligadas á economia do café, o grande crescimento populacional e a
ampliação do potencial técnico da imprensa formaram - juntamente com outros fatores - um cenário confuso: enquan-
to os discursos do progresso associados á cidade inflavam os sonhos de seus moradores com relação ao imediato
futuro promissor da cidade, a realidade se mostrava muito diferente. Este descompasso foi amplamente acompanhado
pelos chargistas e caricaturistas em atuação nos jornais e revistas da época, e de maneira muito especial: seus
desenhos revelavam novas perspectivas para se observar velhos problemas. A cidade revelada nesses desenhos
aparecia em detalhes, e a fragilidade de seu festejado progresso surgia evidente: acidentes constantes com bondes e
automóveis, poeira, fumaça, trabalho infantil, enchentes, corrupção policial- essas imagens exibem um retrato bem-
humorado, irônico e bastante crítico das desigualdades fundadoras da São Paulo industrial moderna.
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Aline Andrade Pereira - UFF
Rubem Fonseca: o golpista transgressor. Literatura e sociedade durante a ditadura civil-militar
O trabalho tem por objetivo analisar a relação entre a trajetória política e a produção literária do escritor Rubem
Fonseca entre os anos de 1962 a 1989. Através da investigação do itinerário deste, marcado por posições aparente-
mente conflitantes, pretende-se enfocar as diversas atividades de Fonseca. Estas serão tomadas como parte constitu-
inte de uma estrutura de sociabilidade que influenciará na inserção do autor no campo literário (Bourdieu, 1996; Sirine-
lIi, 2003). Dentre essas posições destaca-se a participação do escritor no Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais
(Ipês), entre 1962-1971. associação que reunia empresários e militares, às vésperas do golpe civil-militar de 1964, no
momento em que era diretor da Light - onde ele entrará em contato com os maiores editores do país. Sua carreira
literária tem início em 1963, com o livro Os prisioneiros. Os seguintes, A coleira do cão (1965) e Lúcia McCartney
(1967), são aclamados pela crítica como renovadores da literatura. Em 1976 seu livro Feliz Ano Novo é censurado,
permanecendo 13 anos nesta condição. Em 1979 assume como diretor do Departamento de Cultura da Secretaria
Municipal de Educação do Rio a convite do prefeito Israel Klabin, seu antigo companheiro de Ipês.
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to da vinculação entre astrologia e poder no Alto Império Romano. Para tanto, releremos criticamente a obra "Astrologia'
de autoria de Marcus Manilius, produzida entre 18 e 20 d.C., durante o govemo do Imperador Romano Tibério.
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conhecendo-se o conjunto das práticas sociais, dos valores e da percepção de mundo da sociedade que as criou. Os escritos
e as imagens pertencem a uma determinada sociedade, lugar e tempo e é esta sincronia que leva a compreensão dos
códigos de cada texto, seus signos, seus suportes, seus sentidos, seus produtores e leitores.
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ignorar a pluralidade étnica do Império e ao desqualificar sumariamente todos os que não se coadunem com a diretriz
religiosa seguida pelo Estado romano, produz a estigmatização dos desviantes religiosos. Na execução do referido
projeto, nos apropriamos, do ponto de vista teórico, das reflexões da Antropologia e da Psicologia Social sobre a
problemática das identidades e das representações, razão pela qual julgamos apropriado apresentar, na atual edição
do Simpósio Nacional de História, algumas considerações sobre a interface da História Antiga com outros saberes do
campo das Ciências Humanas.
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Marilena Vizentin - Editora da Universidade de São Paulo
Primeiras Imagens de Alexandre, o Grande, em Roma
O objetivo desta comunicação é, em linhas gerais e á luz da tradição textual, fornecer uma primeira sistematização da
introdução do mito de Alexandre, o Grande, em Roma, bem como sua interpretação e apropriação pelos dirigentes
romanos. Apesar de a figura do Conquistador perpassar vários séculos de história e de as fontes antigas que lhe fazem
referência serem inúmeras, além de se tratar de tema já especulado por obras consagradas, a leitura da imagem de
Alexandre feita pelos romanos dá margem a interpretações pouco exploradas pela historiografia especializada, princi-
palmente aquela que concerne á investidura de características tidas como romanas ao imperador macedônio. Como
em cada época é perceptível uma variação na recepção romana da imagem alexandrina, esta análise procurará enfa-
tizar aqueles momentos em que o debate em torno dessa influência adquire maior significado. Por ora, será traçado um
panorama geral da presença de Alexandre no mundo romano anterior ao Principado.
42
mesmo desta existir enquanto platéia. Isto ocorre porque há uma percepção de audiência imaginada ou pretendida no
pensamento de Luciano ao conceber a sua obra. Esta comunicação é parte integrante da pesquisa de Mestrado em
História desenvolvida sob a orientação do Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação
em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Dr. Anderson Zalewski Vargas.
43
perceber o tipo de memória instrumentalizada pelos autores supra citados bem como estabelecer a necessária relação
entre o discurso proferido e o lugar político, social e ideológico de quem o profere, pois acreditamos ser este um
importante fator para compreensão da narrativa.
44
tões acerca da fronteira entre o individual e o coletivo, na obra do historiador grego Tucídides, a partir da noção de
identidade pautada na semelhança e na diferença. O advento da peste em 430 a. C., descrito por Tucidides, por ser
caracterizado pelo estado de anarquia total, no qual as leis divinas e as leis humanas não mais exerciam domínio e
influência sobre as pessoas, passa a ser encarado como um processo de desestruturação e reorganização dos ambi-
entes em questão.
45
Ana Livia Bomfim Vieira - UEMA
Algumas considerações sobre política e corrupção na Grécia Antiga
Este trabalho objetiva refletir sobre alguns aspectos ligados á política ateniense do período clássico e á prática da
corrupção. Podemos perceber que esta prática estava presente na vida pública da pólis dos atenienses e que já era
apontada como uma das mazelas da vida política. Discutiremos algumas práticas que poderiam ser incluídas nesta
designação e como elas são tratadas na documentação textual.
46
Rafael Araldi Vaz - UFSC
A arte dos lázaros: cinema, teatro, rádio e folia na colônia Santa Teresa (Santa Catarina, 1940-1950)
A proposta desta comunicação é analisar as produções culturais desenvolvidas no Hospital/Colônia Santa Teresa
durante os anos de 1940 a 1950. Esta instituição, existente ainda hoje no Estado de Santa Catarina, fora criada para
abrigar pacientes acometidos por hanseníase, que para lá foram encaminhados durante a década de 1940 de forma
compulsória. Esse tipo de medida fora preconizada durante o período Vargas como forma de salvaguardar a "raça
sadia', e portanto visava o isolamento dos comunicantes da doença. Por optarem pelo confinamento como forma de
profilaxia, foram criados mecanismos, tais como rádio, teatro, cin~ma, blocos carnavalescos, e outras produções cultu-
rais, visando a permanência do interno no interior da Colônia. E sobre estas 'estratégias disciplinares' e as 'táticas'
produzidas pelos internos para burlá-Ias, que a presente comunicação pretende tratar.
O Espiritismo no Recife segundo a psiquiatria do Estado Novo: "fábrica de doentes mentais" .g;
O período do Estado Novo (1937 -1945) caracterizou-se por um momento de organização social, baseado na moral ida- '1l
de e religiosidade expressadas através da família. Neste contexto, a psiquiatria encontrou espaço para seu desenvol- «
47
vimento, atuando juntamente ao governo, de forma que a ordem fosse preservada a partir não mais de um simples
processo de exclusão, mas da prevenção e reintegração da loucura. Neste sentido, procurou-se estudar as formas
pelas quais os praticantes de cultos de origem africana viram-se alvos da perseguição policial e médica. A partir de
estudos de artigos da época, a loucura foi sendo traçada como ~ "desobediência' dos padrões estabelecidos, no que
se referia a aspectos físicos, pensamentos e comportamentos. E dentro desta perspectiva que estes aspectos consi-
derados inadequados e intoleráveis acabaram por se mostrar como a real vivencia da loucura (e não apenas seus
aspectos orgânicos), durante o Estado Novo.
48
Carlos Roberto Antunes dos Santos - UFPR
Alimentação, Saúde e Doença: o estado da arte de uma Santa Aliança
Muitos estudos no âmbito da História da alimentação revelam um conjunto de preocupações sobre o desenvolvimento
da sociedade. Desta forma, como eixo no cruzamento da História da Alimentação com outros outros saberes, o tema
alimentação contitui um fenômeno total, que permite a ponte para a interdisciplinaridade. A comunicação tem como
objetivo revelar estudos sobre as implicações da História da Alimentação com o universo da saúde e da doença na
História do Brasil, a partir do universo da memória gustativa e do alimento memória, vistos em quadros sociais e
culturais. Nesse sentido, a variação dos comportamentos culturais no tocante a comida revelam representações soci-
ais diferenciadas, assentadas no discurso sobre a saúde: "somos o que comemos ou comemos o que somos?". Nesse
sentido, a memória gustativa constitui uma ferramenta essencial ao saber gastronômico e está associada ao cotidiano
do indivíduo ou dos grupos sociais. A alimentação através da História não contitui patrimônio sómente da saúde em
detrimento da doença, pois a falta da comida e os hábitos alimentares daí decorrentes, revelam também o retorno
periódico das crises sociais.
difusão da doença na região, dentre eles os vôos internacionais e as migrações em busca de melhores oportunidades :§
de trabalho, o que acaba por aumentar a densidade demográfica nas áreas urbanas, sem planejamento adequado. O ~
objetivo deste trabalho é uma análise histórica inicial das idéias e práticas sobre a doença no período de 1984 a 2002, -ex:
49
com a perspectiva de que a dengue é uma emergência global com fortes efeitos econômicos e sociais. Apontar para
uma análise histórica da relação globalização/desigualdade e seu impacto no Rio de Janeiro, verificando como se
aplica essa relação na questão da incidência da dengue. As matérias jornalísticas veiculadas pela grande imprensa
nos períodos das epidemias são de fundamental importância, como fonte para o trabalho.
50
científica que fizeram ao interior do Brasil, o qual apresentava-o como um Imenso Hospital com populações doentes e
abandonadas pelo poder público, a questão da saúde suscitou um fervoroso debate intelectual. A partir de então, a
idéia de que zelar pela saúde da população era uma responsabilidade do Estado se intensificou, sobretudo entre os
médicos. Ao assumir o poder em 1930, querendo atender às "demandas' imprescindíveis à modernização do país,
Vargas criou o 'Minístério da Educação e Saúde Pública'. O propósito deste trabalho é discutir como a questão da
Saúde Pública passou a ser tratada a partir desse contexto, principalmente no que tange à gestão 'centralizadora" do
ministro mineiro Gustavo Capanerna, e alguns contrapontos entre esta perspectiva de Saúde Pública adotada pelo
Estado, e aquela postulada pela categoria médica.
Martha Eugenia Rodríguez Pérez - Facultad de Medicina, Universidad Nacional Autónoma de México
La educación médica en México (1902-1911)
Analizaremos una institución, la escuela nacional de medicina de la Ciudad de México en el periodo de 1902 a 1911,
cuando el establecimiento estuvo bajo la dirección dei doctor Eduardo Liceaga. EI periodo que comentamos es intere-
sante porque la ensenanza de la medicina cobra un fuerte impulso. En 1902, la educación era deficiente. ®
Federico Sandoval Olvera - Facultad de Estudios Superiores Iztacala, U.N.AM.
La Enselianza de la Administración en la Carrera de Medicina, Experiencia de veinte ali os
La Facultad de Estudios Superiores Iztacala perteneciente a la Universidad Nacional Autónoma de México inicia la
docencia dei módulo de administración a los estudiantes de medicina a partir dei ano de 1980. Esta materia es una
novedad dentro dei curriculum de la carrera. EI objetivo principal de incluiria es el de manejar màs eficientemente los
:s
co
~
escasos recursos que son asignados ai sector salud en el País. Cada ano son mayores las demandas de servicios co
básicos y grandes los rezagos en una población que rebasa los cien millones de habitantes. Considerando a la en- ~
senanza de la administración una estrategia a establecer en los currícula en los paises dei tercer mundo. ~
:E
o
Anny Jackeline Torres Silveira - UFMG o
E
A coleção de teses de médicos mineiros do século XIX do APM o
t..l
O Banco de Theses de Médicos Mineiros é uma base dados que contempla a coleção de teses médicas do século XIX co
t..l.
c:
do acervo de Obras Raras do Arquivo Público Mineiro, sendo importante ferramenta de pesquisa desse conjunto Q)
o
documental. Em geral, as referências feitas a esses trabalhos apontam seu caráter pouco original e cientifico, seguin- "O
do as avaliações feitas sobre o ensino médico do período, visto como anacrônico e deficiente. Porém, como veremos, Q)
uma análise que esteja menos preocupada com o julgamento da verdade ou a validade das proposições apresenta- :g
das, encontrará nesse conjunto documental campo fértil de possibilidades de investigação histórica, como: os quadros ~
nosológicos dominantes; a influência das escolas internacionais; os sistemas médicos difundidos entre os estudantes <o:
51
e a elite médica; os debates que mobilizaram os profissionais; a organização do ensino médico; as terapêuticas mais
difundidas; o próprio movimento da medicina como campo de conhecimento durante o periodo. Nesse trabalho preten-
demos apresentar dados referentes a esse projeto, que é produto de uma parceria da UFMG com a Secretaria de
Cultura do Estado de Minas Gerais através da Escola de Enfermagem e doArquivo Publico Mineiro, com apoio finan-
ceiro da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, FAPEMIG.
Ana Carolina Vimieiro Gomes, Bráulio Silva Chaves e Huener Silva Gonçalves - UFMG
Latour como ferramenta teórico-metodológica de análise para a História das Ciências da Saúde
Este trabalho busca analisar, a partir da proposta teórica de Bruno Latour para os 'Estudos Científicos", três tramas
históricas distintas no espaço e no tempo, vinculadas à História das Ciências da Saude no Brasil: a inserção da
Fisiologia Experimental (1880-1889), o surgimento do Instituto Ezequiel Dias (1907-1941) e a mobilização médica
contra o tabagismo (1965-1986). Apesar das diferenças nas presentes temáticas, na prática, observa-se uma comu-
nhão entre os objetos a partir do arcabouço Latouriano, que tem sido determinante para pensar elementos que com-
põem essas tramas históricas, tais como: autonomização do campo, mobilização do mundo, alianças, representação
pública e, perpassando estes elementos, os vinculos e nós. Assim, compreendemos as interações das práticas cienti-
ficas e as 'translações" promovidas por diversos atores na história.
52
meio de um levantamento bibliográfico, é possivel averiguar que tanto a presença da Fundação Rockeleller no país,
bem como o movimento eugenista suscitaram discussões acerca da importância da cooperação internacional estabe-
lecida entre os Estados Unidos e o Brasil, e a postura própria adotada por este na época estudada.
Gisele Thiel Della Cruz - Instituto Superior de Educação Nossa Senhora de Sion
O gemido dos homens bexigosos: varíola, isolamento e políticas públicas - Rio Grande (década de 1890)
No decênio de 1890, a epidemia de varíola é a maior causadora da elevada morbidade na cidade de Rio Grande. Para
os anos de 1892, 1893 e 1896 verificam-se, pelos internamentos na Santa Casa de Misericórdia, três picos significati-
vos de casos da doença: 21,21%, 18,36% e 16,42%, respectivamente. Nesse momento, em que politicamente se
consolida a República, os serviços de saúde ainda se estruturam no Rio Grande do Sul; portanto, a orientação médica
advinda da Diretoria de Saúde só ocorre e é aceita em épocas de epídemia, e esse parece ter sido o caso da varíola em
Rio Grande. Para evitar a crescente propagação da doença em uma cidade portuária e porta de entrada do estado, a ~
Repartição Sanitária do Estado, auxiliada pelo Serviço de Saúde dos Portos, organiza medidas emergentes. Agregam- ~
se a elas a construção de lazaretos, as quarentenas aos tripulantes das embarcações e o isolamento dos bexigosos na
Santa Casa de Misericórdia. Por sua vez, o poder público municipal propõe inúmeras intervenções sobre o meio
urbano e a vida dos indivíduos. Apontado como foco de contágio, o cortiço atrai sobre si o olhar acusador das autorida- co
des. Desinfecções, multas e demolições passam a ser adotadas como providências imediatas para erradicar a propa- ~
gação da varíola e melhorar a saúde pública. ~
co
"O
e'"
Q)
mos agora é prosseguir com a análise para o período de 1950 a 1970. As décadas de 1950 e 1960 marcaram a entrada g
em cena dos serviços de medicina do trabalho em indústrias, empresas estatais e multi nacionais. No espaço público, ~
destaca-se a presença do SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) na implantação de serviços de higiene industrial. <C
53
Também é o período em que se organizam as Comissões de Prevenção de Acidentes (CIPAS) e vários congressos. Ao
longo dos anos 1970, aumenta a regulação sobre o campo, com destaque para a Portaria 3.237f72, do Ministério do
Trabalho, criando a obrigatoriedade dos Serviços Especializados de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
nas empresas. Nosso objetivo nesta comunicação é apresentar os primeiros resultados da pesquisa, analisando de
que forma antigos e novos atores e instituições atuaram na construção da história da medicina e da saúde do trabalho
no país ao longo das décadas de 1950 a 1970.
54
Grazielle Rodrigues do Nascimento - UFPE (':;"\
Segurança Nacional e Guerra Fria na mídia impressa pernambucana, no final dos anos de 1950
Com o término da 1\ Guerra Mundial, o ordenamento da geopolítica internacional será em torno do controle econômico
0
mundial. Observamos URSS e EUA garantirem esse controle numa disputa ideológica configurada na Guerra Fria.
EUA terá como alvo para esse controle geopolítico, a latino América, sendo percebido no Brasil, nos discursos visto em
torno da Soberania Nacional. É com a pretensão de ajudar o Brasil contra a "ameaça vermelha', que os EUA se
colocam como os "salvaguardas' da nacionalidade brasileira. Em Pernambuco essas notícias eram trazidas pelos ê
jornais que se dividiam entre a posse de JK e o direcionamento deste a "cooperação entre americanos e brasileiros', ''::;
acompanhada de manchetes contra o comunismo e as medidas tomadas pelos EUA para combatê-lo. O trabalho ora ~
esboçado tenta compreender os efeitos e significados dessas noticias que vão repercutir na continuidade ou não ~~
desses estrangeiros no Brasil. E
«
Júlio Mangini Fernandes ~
Brasil e Argentina e a repressão no Cone Sul (1973-1976) ~
O Brasil, assim como outros países da América Latina, esteve pautado, nas décadas de 50 e 60 do século XX, pelo ~
combate ao comunismo internacional, ação essa encabeçada pelos Estados Unidos, já que a América era considerada .g
reduto dos norte-americanos na Guerra Fria contra a ex-URSS. Os EUA pressionavam os países latino-americanos a il
seguirem o modelo da Doutrina de Segurança Nacional (DSN), difundido no país pela Escola Superior de Guerra
(ESG). O Brasil criou em 1966 o Centro de Informações do Exterior (CIEX) e a atuação desse órgão era voltada .~
principalmente para o monitoramento das atividades dos brasileiros considerados subversivos e comunistas no exteri- Cõ
oro O estudo analísa, através dos informes produzidos pelo CIEX, a perseguição a exilados brasileiros na Argentina
entre 1973 a 1976, período este que antecedeu o golpe militar naquele país, ocorrido em 24 de Março de 1976. Discute
também as relações do Brasil com a Argentina destacando a conjuntura política da época e evidenciando os fatores
pelos quais este pais se tornou um reduto para brasileiros e outros exilados antes de sofrer o golpe. AArgentina era um
rumo para a continuação de resistência contra os ditames castrenses do Brasil e de outros países, já que era o único
país da região que não possuía ditadura militar.
55
história americana nos programas de graduação em História. O que se propõe neste projeto é uma contribuição no
sentido de se incrementar os estudos das relações entre o Brasil e os Estados Unidos sem descuidar da história
estadunidense. Em grande parte do XX, as relações entre os dois países se ligaram especificamente à modernização
do Brasil. Elas assumiram diferentes formas e se estreitaram principalmente da metade do XX para cá. As relações
entre os dois maiores paises do continente americano têm sido objeto de reflexão, mas ainda há muito o que se
pesquisar. Para ficarmos num só exemplo, a participação especifica de um homem como Nelson Rockefeller mereceu
pouca ou nenhuma atenção dos estudos acadêmicos brasileiros. O objetivo central deste projeto é exatamente exami-
nar as formas assumídas pelas relações entre EUA e Brasil na época da Guerra Fria, e especificamente o papel
desempenhado por Nelson Rockefeller - milionário, filantropo, político e 'cold war warrior', como ficou conhecido - e
seu projeto de modernização do Brasil.
56
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
te indústria brasileira também foi beneficiada pela implantação da siderurgia no país. Jà no plano político, os resulta- .g
dos não foram os almejados, sendo que a opção pelos Aliados acabou não implicando no tratamento privilegiado que ~
o Brasil esperava nas relações com os Estados Unidos, nem em significativa mudança no seu status como ator inter-
nacional.
57
Fernanda Tondolo Martins - UFRGS
Integração Sul-americana na segunda metade dos anos 1990: projeto político brasileiro versus assimetrias
regionais do subcontinente
Em decorrência do reordenamento mundial que se processou a partir do final dos anos 1980, o sistema internacional
foi marcado pelo incremento da interdependência social, política e econômica entre os Estados, a aceleração do
processo de globalização bem como a formação de blocos econômicos, A partir da segunda metade da década de
1990, o governo brasileiro, visando a redefinir um paradigma de inserção nacional do país, iniciou um movimento de
aproximação com os países da América do Sul, como forma de fortalecer o subcontinente no cenário externo, Essa
orientação marcou-se pelo continuísmo de alguns aspectos da política externa do Brasil, como a questão do desenvol-
vimento e a do "desejo de autonomia'. Adiplomacia brasileira, nesse sentido, pautou-se pela lógica de ganhos absolu-
tos no âmbito global por meio da cooperação nacional. Um dos maiores obstáculos, entretanto, à consecução desse
projeto foi a assimetria existente entre os países sul-americanos, que nem sempre vêem os projetos de cooperação
econômica e política algo que seja necessariamente um bem para as coletividades envolvidas. Nesse sentido, embora
tenha marcado o segundo mandato do Governo FHC, o projeto de integração regional, conforme análise dos discursos
presidenciais e da chancelaria, ficou aquém do proposto.
58
20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min)
59
Henrique Zeferino de Menezes - Universidade Estadual de Campinas
Desenvolvimentismo e Pragmatismo no governo Geisel: " Plano Nacional de Desenvolvimento e diversifica-
ção das relações exteriores
Esse artigo busca fundamentalmente explicar as relações existentes entre o 11 PND e a política externa brasileira do
governo Geisel. Mais especificamente demonstrar de que maneira a diversificação das relações exteriores brasileiras
correspondia á estratégia desenvolvimentista do período.
60
cepções e experiências, produzidas por atores variados (conscientes ou não de seu papel histórico). mas igualmente
atuantes no fazer da cidade.
61
monstrados. Esse tipo de comércio já existia na cidade em 1950, e no mês de maio de 1952 foi feita autorização para
elaboração da planta do prédio da feira livre e em agosto liberadas verbas para que essa construção fosse efetuada,
conseqüência disso, em 1953 foi inaugurada a feira livre de nomenclatura "Feira Livre de Três Lagoas', para retalho de
todos os gêneros alimentícios, ou seja, nesse caso, essa feira passou a não ser mais ao ar livre e sim num espaço
delimitado por paredes de concreto, fazendo-se diferente do que normalmente acontece. Na década de 1960 esse
prédio, após ter passado por algumas reformas passa a denominar "Mercado Municipal de Três Lagoas -Administra-
ção Dr. Leal de Queiroz". Portanto, a feira livre que depois foi transformada no primeiro mercado municipal da cidade
teve seu efetivo funcionamento até 1969 e ambos com o mesmo objetivo de abastecimento da cidade.
62
Isa Paula Zacarias Ribeiro - UFRN
Lugares da cidade: os espaços de cultura e lazer em Natal nos anos 1960, as praças de cultura
Entre os anos de 1960 e 1964, a Prefeitura de Natal, sob a liderança do Prefeito Djalma Maranhão, dentro de seu plano
de urbanização da cidade, desenvolveu o Programa de Democratização da Cultura nos Bairros. Esse programa obje-
tivava levar aos bairros de Natal espaços de lazer e cultura. Seriam construídos em praças da cidade, parques infantis,
quadras de esportes e praças de cultura. Nosso objetivo é analisar como esses espaços foram incorporados pelo
poder público municipal, bem como perceber o espaço como experiência individual e coletiva. Como o grupo que
estava no poder expressou visualmente seus valores na materialidade da praça e como seus freqüentadores apropri-
aram-se do lugar.
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riedade de estradas em boas condições para ligar o centro aos bairros mais distantes, a precariedade de estradas em ~
boas condições para ligar o centro aos bairros mais distantes, a ausência de universidades e indústrias que colaboras- ~
sem para o desenvolvimento. Por certo, a maioria dessas enunciações esteve restrita aos políticos e aos mais abasta- ::ê
dos, que tinham legitimidade para produzi-Ias. Essas pessoas possuíam poder material e simbólico para tanto, assim '~
como p o l í t i c o . ' ~
63
Essas últimas podem ser apreendidas, em primeiro lugar, nos processos de identificação cultural quando da reterrito-
rialização dos diferentes migrantes no espaço urbano e, em segundo lugar, na composição das memórias deste grupo
sobre o próprio ato de migrar. Busco, também, investigar as concepções dos estabelecidos sobre a migração e os
migrantes, de forma a entender a convivência e os relacionamentos carregados de estranhamentos, de hibridizações
e de estigmas, que promovem a emergência, reafirmação e atualização de novas e antigas etnicidades e de novas e
antigas práticas culturais.
64
Carlos Alberto de Oliveira - UESC
Cidade de Papel: Periodismo e Vida Urbana em IIhéus/BA
A comunicação busca o diálogo imprensa/vida urbana, na cidade de Ilhéus/Ba, na primeira metade do século XX.
Período que marcará, graças ao desenvolvimento da economia cacaueira, uma intensa atividade econômica com a
conseqüente dinamização da vida urbana em Ilhéus. Neste contexto, pretende-se explorar a construção da identidade
de Ilhéus como cidade portuária, possuindo características singulares: a existência do porto e o contato com o Mar;
navios de diferentes nacionalidades chegando e partindo, homens que andam pelo mundo, transmitindo e comparti-
lhando suas experiências. Com o porto em pleno funcionamento, a cidade de Ilhéus ganha um novo aspecto: de
cidade pacata de interior passa a receber pessoas, hábitos, mercadorias e novidades de vários países do mundo.
Nesta comunicação, discutimos com as informações contidas no 'Correio de IIhéos', no ano de 1926, ocasião em que
ocorre o início da exportação direta de Cacau para o exterior. A imprensa nos mostra diferentes aspectos do viver
urbano ilheense, particularmente práticas cotidianas de seus moradores. Suas páginas contêm valiosas informações
sobre as transformações físicas e humanas que se operaram nesse espaço.
65
Renata Brauner Ferreira - UFPel
Pelotas no século XIX: ócio, ostentação e luxo à sombra da escravidão
O objetivo do presente trabalho é o de analisar o ócio da elite pelotense no último quartel do século XIX a partir da
perspectiva de Thornstein Veblen: em uma sociedade em que o trabalho é considerado uma tarefa humilhante reserva-
da as classes inferiores, o ócio se apresenta como um meio para se obter o respeito dos outros, não trabalhar passa a
ser um requisito de 'decência' . Daí a importância do ócio, considerado como o tempo gasto em atividade não produti-
va, no caso, sem retorno financeiro, o que fazia com que a classe superior se abstivesse de qualquer trabalho, primeiro
pela indignidade do trabalho produtivo e segundo para demonstrar a sua capacidade financeira de viver uma vida
inativa. Afinal não bastava ter riqueza e poder era preciso demonstrá-los, o que a elite pelotense sabia muito bem como
fazer: bailes grandiosos, apresentação de espetáculos musicais e teatrais, soirrés, passeios fluviais, apresentação de
artistas nacionais e internacionais, enfim, uma série de atividades artístico-culturais ... Mas a cidade não comporta só a
elite, todo este luxo e ostentação só foi possível graças a instituição da escravidão e é sobre o lazer dos escravos e dos
demais excluídos desta sociedade que também nosso olhar se projeta.
66
a formação de redes de parentesco, amizade e de origem comum, bem como as redes de tráfico de migrantes, trans-
formam o cotidiano dessas cidades configurando complexas redes sociais. Este artigo, a partir dos relatos de homens
e mulheres migrantes e seus familiares, discute as diferentes e às vezes ambíguas experiências na configuração das
redes sociais. Para tanto, através de observação participante da vida cotidiana em ambas as cidades, procuraremos
reconstruir essas trajetórias que re-articulam o global e o local.
Vanuza Ribeiro de Lima e Maria Augusta de Castilho - Universidade Católica Dom Bosco -{g
História, territorialidade e desenvolvimento local no contexto das monções em Camapuã
u'"
A pesquisa aborda a História, a territorialidade do varadouro de Camapuã, município localizado no interior de Mato ~
Grosso do Sul e que no período entre os séculos XVIII e XIX foi rota de passagem dos monçoeiros em busca das minas ~
de ouro do Mato Grosso. O movimento ficou conhecido na História do Brasil como Rota das Monções. Oconhecimento ]l
sobre o lugar e o fortalecimento das relações com o território colaboram para a formação da identidade cultural e são .~
elementos essenciais ao desenvolvimento local. O estudo teve como aporte teórico autores nacionais e internacionais ~
que sinalizam o desenvolvimento de uma comunidade por meio da compreensão do passado relacionando-o com o
presente.
67
Thelma Jackeline de lima - Instituto de Ensino Superior Santa Cecília
Cidade de forasteiros: a formação demográfica e territorial de Arapiraca -AL (1940-1980)
Arapiraca está situada no centro do Estado de Alagoas, portanto, em termos espaciais ela ocupa uma posição geográ-
fica privilegiada que vai transformá-Ia em ponto de passagem obrigatório de tropeiros, caixeiros viajantes e pessoas
que por necessidades diversas circulavam por estas bandas. Em função do seu desenvolvimento econômico torna-se
um pólo atrativo dessas pessoas que antes só transitavam e que em dado momento decidem também estabelecer-se
nessa territorialidade, alguns de forma definitiva, outros em caráter temporário, mas de uma forma ou de outra vincu-
lando-se a região, criando laços, fincando raízes. Essa característica vai marcá-Ia como "cidade de forasteiros'. Ocorte
cronológico será de quarenta anos compreendendo os anos de 1940 -1980. Período que através de alguns indícios
constantes em documentação primária torna possível a reconstituição da história de ascensão e declínio da cultura
agrícola que fomentou o desenvolvimento econômico da região, proporcionando. também um grande crescimento
demográfico em função dessa expansão econômica e de sua localização territorial. A partir da documentação eclesiás-
tica, cartorial e da câmara municipal torna-se possível trabalhar com a história local na perspectiva dos estudos de C.
Ginzburg, J. Revel, dentre outros.
68
expor que o plus de teorias e de autorias coincide com a "forma metrópole", uma somatória de espaços narrativos que
resultam em um 'hiper objeto". Nesta resultante de narrativas, insurgiriam interpretações para além do enredo técnico
dos planejadores, as quais o indagariam como ontológico e abstrato. De forma singular e paradoxal, o hiper-objeto
caracterizaria o viver citadino em espaços urbanos metropolitanos como uma 'era do texto'. Nesta era, pensar o
urbano seria instaurar hibridismos entre texto e matéria, entre espaços, e espacialidades, amalgamando espaços que
calam e espaços que falam em um único contexto: o "espaço urbano narrativo".
'"
"C
c:::;
Célia Maíra da Silva Estrella - UNICSUL
Um olhar sobre o modo de habitação dos paulistanos da Vila Industrial
A Vila Industrial, no sudeste paulistano, foi edificada graças às ações conjuntas dos seus moradores que, solidaria- ~
mente, construíram suas casas e lutaram pela habitabilidade do lugar, junto aos órgãos da Prefeitura. As soluções ~
encontradas por esses moradores, permitem olhar as formas de habitação popular e de configuração de uma das mais .~
populosas regiões de São Paulo, a urbe brasileira, por excelência. ~
69
9. Cidade, História e Interdisciplinaridade
Josianne Francia Cerasoli (UFU) e Marisa Varanda Teixeira Carpintéro (UNIMEP)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Josianne Francia Cerasoli - UFU
Fronteiras urbanas: heterogeneidade de atores e saberes na configuração de São Paulo do início do século XX
Proponho estudar a cidade de São Paulo na passagem do século XIX ao XX por meio de dois agentes importantes em
sua configuração: profissionais ligados à engenharia e medicina; saberes norteadores de discursos sobre o urbano.
Problematizo as dinâmicas históricas formadoras do próprio urbanismo (então incipiente) pelo estudo da atuação
desses profissionais e seus discursos sobre intervenções urbanas (debatidas e/ou efetivadas) - o que pressupõe uma
visão multidisciplinar presente já na questão urbana desde o XIX. Importa analisar os contatos nos quais se vislumbra
confluências de diferentes olhares sobre a cidade, constituidos a partir de distintos campos de saber - territórios? -,
cujos diálogos tornam-se indispensáveis á compreensão do urbano. Utilizo documentos selecionados entre os regis-
tros da administração municipal paulistana no período, marcado por intensas transformações no espaço e gestão do
urbano. Priorizo questões sobre águas e saneamento urbano, pelas quais acompanho o entrelaçamento de saberes e
atores, além da constituição do saber sanitário - tão caro às preocupações as condições de vida na cidade. Este
estudo integra o Projeto Temático (FAPESP): Saberes eruditos e técnicos na configuração e reconfiguração do espaço
urbano - estado de SP, séculos XIX e XX.
70
Ricardo Machado
Propriedade, Mobilidade e ordem pública em Blumenau em fins do século XIX
A partir de nova organização do espaço de Blumenau em fins do século XIX e inicio do século XX, demonstro a
emergência de uma preocupação com a conservação da propriedade, um investimento na mobilidade dos individuas e
a conseqüente organização de uma ordem urbana. Esta nova racionalidade é apresentada não somente pela emer-
gência de uma nova legislação local e nacional mas, sobretudo, através dos conflitos cotidianos que ocorreram no
período. Assim, pode-se lançar olhares não só para os caminhos difusos do poder, como também para as formas em
que os indivíduos reagiram a estes jogos que estiveram no âmago da constituição de uma concepção de individualida-
de, de moralidade e de espaço público que constitui a cidade de Blumenau na virada do século XIX para o século XX.
~
Ivone Salgado, Clarice Barbieri Shinyashiki e Érica Christina Rodrigues Souza - PUC Campinas E
Obras públicas na cidade de São Paulo na metade do século XIX: o higienismo e a construção do cemitério :
público, do mercado público e do matadouro público ~B
O trabalho aqui apresentado volta-se para a analise da cultura urbanística existente na cidade de São Paulo nas :f
décadas de 50 e 60 do século XIX através do estudo das ações do corpo de engenheiros responsáveis pelas obras ai
públicas executadas a partir de preocupações com a higiene pública. Estas obras visavam cumprir o que a Câmara ~
Municipal estabelecera como exigência para manter a salubridade da cidade nas Posturas estabelecidas em 1830. c:::5
71
Estas, por sua vez, procuravam responder ás exigências das leis imperiais de 1828, Dentre as obras realizadas desta-
cam-se nesta análise: o Matadouro Municipal (construído entre 1849 e 1852), de autoria do engenheiro alemão Cartas
Abraão Bresser; o Cemitério Público (realizado entre 1855 e 1858) e a respectiva capela (construída entre 1857 e
1858), projetos do engenheiro alemão Carlos Rath; e o Mercado Público com projeto de autoria de Newton Bennaton
(construído entre 1862 e 1864), O trabalho procura desvendar as diversas relações entre os profissionais responsáveis
pelas obras, médicos e engenheiros, e os administradores do município e da província, O estudo das ações das
Comissões de Vistoria que executavam a referida fiscalização permite conferir quais eram os saberes médicos e da
engenharia presentes no município de São Paulo.
72
Jhoyce Póvoa Timóteo - UNICAMP
Luiz de Anhaia Mello: um pensamento constituido por diversos mundos que se tocam e se interpenetram
Buscarei problematizar a ligação teórica do engenheiro-arquiteto Luiz de Anhaia Mello com o urbanismo norte-ameri-
cano, a partir de sua proposta de Recreio Ativo e Organizado para a cidade de São Paulo, no inicio do século XX. O
objetivo do texto será destacar que os conceitos formadores do pensamento urbanístico de Anhaia Mello se remetiam
a um diálogo teórico mais amplo do que sua aproximação com os princípios urbanísticos difundidos e praticados nos
Estados Unidos, neste período.
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I 18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h) C5..
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Stanley Plácido da Rosa Silva - UERJ ~
"Sábado é dia de Inauguração": política e apropriação espacial em São Gonçalo/RJ á luz dos periódicos locais :
(1977-1979) .~
Invariavelmente, no imaginário popular, a urbanização está associada à modernidade, sendo, no mundo atual, o sím- -B
bolo do progresso. Contudo, como toda obra humana, não deixa de ter implicações e usos políticos. Tendo isso em ~
vista, este trabalho objetiva analisar, por meio dos periódicos locais, o uso e apropriação política que se fez da urbani- .g
zação em São Gonçalo/RJ no final da década de 1970. Para tal, focalizaremos um programa denominado 'Sábado é ~
dia de Inauguração', no qual o prefeito inaugurava pessoalmente, com direito a comício e comemorações, uma peque- u
73
na obra ou melhoria a cada sábado, Dessa forma, buscamos compreender a relação existente entre o urbano e o
político no âmbito municipal e analisar os usos que podem ser feitos do e no território,
74
José Veridiano dos Santos - ASCES
Retratos de uma Cidade Princesa: Caruaru nas representações de Mario Sette
O literato Mario Sette encontrou, nas várias temporadas que passou em Caruaru, cidade do agreste pernambucano, a
inspiração com a qual comporia muitas de suas crônicas, contos e até romance. Este trabalho, ao se apropriar dos
textos de Sette, objetiva estabelecer relações entre cidade, literatura e identidade. A comunicação propõe que uma
literatura sobre a cidade funciona como um poderoso emissor de signos e simbolos que concorrem para revelar a
cidade, prescrevendo significados e valores que se traduzem em laços iidentitários. Propõe-se o diálogo com a litera-
tura como chave para compreender aspectos históricos de uma cidade do interior do país começando a experimentar
a experiência urbana moderna entre os anos de 1915 a1930 em meio a um Brasil caracteristicamente rural e marcado
por relações de poder autoritárias.
75
Zueleide Casagrande de Paula - UEL
Questões urbanas: história, memória e identidade
A natureza da cidade é um dos temas mais debatidos no século XX. Isso ocorre frente ao significado que adquiriram as
espacial idades urbanas a partir dos deslocamentos humanos, nacionais ou internacionais, principalmente para locais
como Nova Iorque, Tóquio, Cidade do México e São Paulo, entre outras inúmeras grandes concentrações humanas ..
Nesse aspecto, o trabalho do historiador é de extrema relevância, já que oferece informações e confere ao movimento
de existência da cidade significados para a compreensão de sua história. Visamos, pois, a examinar a concepção de
Cidade Jardim e sua entrada no Brasil por meio da proposta de urbanização de bairros implantada pela antiga City of
São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited (hoje Companhia City de Desenvolvimento) e materia-
lizada no projeto de subúrbio do Jardim América na cidade de São Paulo. Ofereceu, igualmente, subsídios para que a
população desse bairro reivindicasse dos poderes instituídos o direito de ver registrados no Livro do Tombo Arqueoló-
gico, Etnográfico e Paisagístico do Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico
e Turístico do Estado de São Paulo - os limites territoriais do bairro.
76
Arnaldo Ferreira Marques Júnior· USP
Os espaços públicos urbanos brasileiros entre a escravidão e a modernidade
Ao longo do século XIX as elites brasileiras procuraram implantar no pais os novos equipamentos e hábitos que
surgiam nas maiores cidades do Ocidente. Contudo, a simples importação de melhoramentos como bondes, paralele-
pípedos, iluminação a gás, água e esgoto encanados, não foi suficiente para modificar as formas tradicionais de uso
dos espaços públicos urbanos no Brasil, tidos como locais de passagem e de trabalho. Aexplicação para tal persistên-
cia se encontra na manutenção da escravidão, a qual implicava em uma rígida segregação social dos espaços. Para
exercitar a sociabilidade ao ar livre, símbolo dos novos tempos, em lugar dos bulevares elegantes as camadas domi-
nantes implantaram parques públicos porém fechados, excludentes, onde podia passear sob o abrigo de grades e
agentes da ·ordem'.
77
sensação de segurança entre os moradores.Disciplina e vigilância são conceitos que emergem nessa questâo e a
noçâo de panoptismo é muito útil para entendermos aspectos fundamentais da organização funcional de um condomí-
nio horizontal.
78
entre o "marianense' e os "outros' vai incidir de forma crucial na organização do espaço urbano da cidade, refletindo na ~O
disparidade de acesso dos individuos em relação aos bens da cidade, ou seja, a um dos aspectos básicos da cidada- ~
nia. Pretendemos ainda, reconstruir as vicissitudes desse processo observando a atuação tanto de atores locais,
quanto supralocais.
79
Hideraldo Lima da Costa - UFAM
Clima, Salubridade e Povoamento da Amazônia no século XIX
A discussão acerca do clima da Amazônia no século XIX tem uma estreita ligação com a salubridade da região e,
conseqüentemente, sobre a viabilidade ou não de seu povoamento por estrangeiros, sobretudo por europeus. Nesta
comunicação acompanharemos como este debate se desenvolveu entre os renomados cientistas da época, notada-
mente os europeus, e como esta discussão foi se adequando as necessidades políticas e econômicas da época, em
âmbito nacional e internacional, quando os países do capitalismo central passaram a necessitar cada vez mais de
matérias-prima, como a goma elástica, só encontrada nas regiões abaixo da linha do equador. No desenrolar desta
discussâo, veremos como questões eminentemente médico-cientificas, como a salubridade e condições de povoa-
mento, foram se adequando ás necessidades da legitimação política nacional da época na busca da superação dos
p'roblemas nacionais existentes como, por exemplo, a solução da questão da mão-de-obra, via estimulo da migração.
E interessante observar como profissionais e intelectuais radicados dentro e fora da Amazônia, como médicos, enge-
nheiros, participaram do debate dialogando com o saber produzido e interpretando-o a luz dos problemas locais.
Paula Arantes Botelho Briglia Habib - Casa de Oswaldo Cruz (COC) I FIOCRUZ
Saneamento, Eugenia e Literatura: os caminhos cruzados de Renato Kehl e Monteiro Lobalo (1914-1926)
Esta comunicação tem como objetivo discutir, através da relação entre o médico eugenista Renato Ferraz Kehl e o
escritor José Bento Monteiro Lobato, a criação de uma rede de ciência e literatura em torno da eugenia. Para compre-
endermos a eugenía é necessário estudar o movimento em si, suas formas de institucionalização, seus atores princi-
pais. Entretanto, acreditamos ser possível realizar um estudo sobre a eugenia a partir da maneira pela qual o movímen-
to e seus preceitos interagiram e repercutiram com a sociedade. Nessa perspectiva, a literatura torna-se um instrumen-
to interessante para o historiador, pois se vista como um testemunho histórico de seu tempo, descortina uma série de
possibilidades de reflexão sobre a sociedade. Nesse sentido, a literatura lobatiana, a relação de amizade entre Montei-
ro Lobato e Renato Kehl e a troca de correspondência, bem como os livros publicados pelas editoras de Lobato do
eugenista Renato Kehl ganham extrema relevância para uma melhor compreensão do movimento eugênico no Brasil
e suas formas de interlocução na sociedade nas décadas de 1910 e 1920.
80
a literatura, as cartas e as receitas da medicina popular, escrevendo sobre uma época e o seu imaginário, investigando ~1O
estas fontes com seu olhar de médico-intelectual. Nava foi fortemente influenciado por sociólogos das décadas de ~
1930 e 1940 para escrever sua história da medicina. Suas pesquisas historiográficas trazem questões ligadas á cultura
brasileira e a formação étnica do país. Este trabalho tem por objetivo analisar estas duas obras, identificando as fontes
utilizadas pelo autor e as influências que intelectuais como Gilberto Freyre, Nina Rodrigues, Arthur Ramos e Mário de
v;
Andrade tiveram na obra historiográfica do médico, memorialista e historiador Pedro Nava. Q)
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Andrezza Christina Ferreira Rodrigues - PUC-SP '§
"For the blood is the Life": O Discurso Médico-científico em Dracula de Bram Stoker -E
Este trabalho pretende fazer a análise de algumas das tensões historicamente ccnstituídas pelo avanço da modernida- ~
de durante as últimas décadas do século XIX, tendo como eixo norteado r das reflexões o livro Drácula (1897) de Bram Q)
Stoker (1847-1912). É possível vislumbrar traços culturais de um cientificismo triunfante em relação ás noções de ]
saúde, em especial no que tange ao sangue. Na década de 1880, o darwinismo social, propôs aos ingleses a cobertura (/.)
v:;
biológica para a teoria da degeneração urbana hereditária, reforçando a posição a chamada 'idéia sanitária' desenvol- ~
vida por Chadwick, encontrando sua expressão no controle de doenças e na degenerescência através da mistura do ~
sangue. As teorias médicas investem no sangue como condutor da carga humana que interfere no comportamento do §
corpo e da mente, as características de seus antepassados e habilitassem para desenvolvê-Ias ao longo de sua vida, 05
como por exemplo, a disposição para o trabalho, a loucura, a promiscuidade, a mendicância, entre outros. Tema que ,~
traz preocupação à sociedade inglesa do periodo, pois o alto indice de miséria da parte operária, e principalmente a .á3
prostituição exacerbada dessa população, fazem com que o sangue misture-se e provoque o aparecimento de novas w
feridas sociais:as patologias do sangue.
81
nacionais e mundiais. As práticas científicas estavam relacionadas com o universo cultural mais amplo, com as refor-
mas urbanas, o controle sanitário, as condutas e posturas, as manifestações culturais e as instituições. Os cientistas
locais estavam inseridos ao projeto de uma 'ciência-mundo', mas nem por isso deixavam de dialogar com a realidade
mais imediata.
82
do Trabalho e da Solidariedade, abrindo assim suas portas a preleções e cursos de higiene. Este texto pretende ~
analisar conjuntamente é?s propostas e as ações em saúde e educação sanitária do dr. Belisário Penna e em educação
da professora Armanda Alvaro Alberto na primeira década da Escola de Merity, procurando compreender a atuação do
®
movimento sanitarista junto a população da baixada do Estado do Rio de Janeiro e de uma forma mais geral a conexão
entre Educação e Saúde naquele período.
.,;
administração hospitalar, assistência medica e educação sanitária. Dessas áreas, destaca-se a educação sanitária l§
como promotora da formação de pessoal e da divulgação de conhecimento, perpassando todas as demais áreas. A ~
educação sanitária, mais do que formar e informar, refletia o modelo de saúde pública a ser implementado, definindo o §
caráter da atuação do SESP no desenvolvimento econômico das diferentes regiões onde atuou. A partir da análise dos i:D
textos publicados pelo boletim do SESP, pode-se entender a educação sanitária como uma amálgama do trabalho do .~
SESP, formando quadros para a saúde pública e construindo uma consciência sanitária na população, além de forne- .~
cer elementos para se entender o projeto de construção nacional. u
83
Monique de Siqueira Gonçalves - Fiocruzl COC
A imprensa médica carioca em meados do século XIX: epidemias e combates na busca da legitimação sócio-
profissional
Durante a década de 1850, interessantes mudanças foram verificadas na imprensa médica na capital do Império. As
publicações médicas especializadas que surgiram durante este período, publicadas por membros da "elite médica',
apresentaram uma significativa mudança em seus perfis editoriais com relação ás publicações do mesmo gênero
editadas até então. Situadas num contexto de constantes surtos epidêmicos, que assolavam o Rio de Janeiro, passa-
ram a se dedicar com mais veemência ás doenças que preocupavam a população carioca, insistindo, sobretudo, na
necessidade de se aprovar medidas que inibissem a prática de outras formas de cura. Da mesma forma, resistindo aos
constantes ataques veiculados pela "elite médica', e fortalecidos pela grande procura de cuidados médicos durante os
periodos de surtos epidêmicos, os homeopatas também se empenharam em divulgar o seu saber, combatendo a
medicina alopata, por meio das páginas de periódicos redigidos por iniciativas particulares. As nuances desta disputa
pela hegemonia sócio-profissional foram exploradas na defesa de minha dissertação de mestrado e, neste trabalho
pretendo desenvolver uma reflexão sobre elas, a fim de contribuir para a expansão dos conhecimentos referentes ás
publicações especializadas nos oitocentos.
Ana Teresa Acatauassú Venâncio e Janis A1essandra Cassilia - Casa de Oswaldo CruzlFiocruz
História da polítíca assistencial à doença mental (1941-1956): o caso da Colônia Juliano Moreira no Rio de
Janeiro
Revendo trabalhos já existentes sobre o tema, buscamos analisar a história da política assistencial á doença mental,
tomando como estudo de caso a Colônia Juliano Moreira (CJM), criada em 1924 no Rio de Janeiro e, no período
estudado, subordinada ao Serviço Nacional de Doenças Mentais (SNDM). O marco temporal proposto refere-se, de um
lado á criação do SNDM em 1941 -, como um dos 23 órgãos do Departamento Nacional de Saúde do Ministério da
Educação e Saúde - e de outro, ao fim da gestão de seu primeiro diretor, o médico-psiquiatra Adauto Botelho, em
1956. Com base na análise de documentos e periódico do SNDM, e de publicação e prontuários da CJM, o trabalho
discute como, naquele período, a assistência psiquiátrica esteve articulada á politica para a área da saúde, centraliza-
dora e modernizadora, que acabou por incentivar a criação de ambulatórios e produzir a expansão de macro estruturas
hospitalares pSiquiátricas em vários estados brasileiros, como ocorreu na CJM. A especificidade da CJM revela-se no
modo como a politica pública que então se forjava reverberou no ideário original institucional, centrado no tratamento
84
das doenças mentais pela praxisterapia e pela assistência hetero-familiar, o qual produzia uma vida social e urbana ~O
como parte da instituição. ~
Laurinda Rosa Maciel - FiocruzJCasa de Oswaldo Cruz
Titulo: Isolando a doença e o doente: os leprosários no Brasil (1930·1960)
Resumo: A lepra foi a partir dos anos 1930 até meados da década de 1960, alvo de grandes ações do governo federal gi
no sentido isolar os pacientes diagnosticados. Esta prática médica se amparava no conhecimento científico que se ~
tinha á época sobre a doença, agregado ao grande estigma social construido em torno da doença desde a época 'E
medieval. A política adotada para o combate à lepra desde os anos 30 foi fortemente isolacionista e se baseava na ~
constituição de três instituições: os asilos-colonia ou leprosários, os dispensários e os preventórios. Nos leprosários se ~
internavam os pacientes que passavam a viver isolados e esta internação normalmente durava toda a existência do :
doente; nos dispensários se atentava para o cuidado e a atenção aos novos casos e a observação dos comunicantes, ]
que eram os que mantinham contato com o paciente que estava internado. Nos preventórios se isolavam as crianças cn
sadias, filhos dos pacientes internados nos leprosários. Meu objetivo nesta comunicação é apresentar esta política de l§-
saúde no pais, enfatizando o funcionamento e a função dos leprosários e atentar para a importância das ações gover- ~
namentais empreendidas por Gustavo Capanema durante o governo Vargas, cujo impulso foi decisivo para a consoli- §
dação desta política pública de saúde. as
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Carlos Henrique Assunção Paiva, Una Rodrigues de Faria e Luiz Antonio de Castro Santos - Fiocruz c::
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85
va, burocrática e pedagógica no início deste primeiro projeto educativo no Paraná. Inserido no recorte de história das
instituições escolares e discutindo também as relações de saúde/doença na cidade que cresce rapidamente, o presen-
te artigo, decorrente de estudo em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Educação (Linha História e
Historiografia da Educação) da Universidade Federal do Paraná, abre questões e reflete sobre um pouco desta parti-
cular história que marcaria os caminhos da educação e da saúde pública em Curitiba na primeira metade do XX.
86
a luta destes profissionais para refutar as considerações negativas sobre o município, deslocando o argumento que ~
retirou Juiz de Fora da disputa pela nova capital para a esfera política, e não por falta de condições de sediar as obras
da nova sede do governo de Minas.
®
Marcelo Vieira Ferreira Ferro - UNIBENNETT
Discurso médico e Secularização dos enterramentos na Corte Imperial ~
Em 1850) o governo foi autorizado a regulamentar e a determinar o estabelecimento de cemitérios públicos na Corte ~
Imperial. A fundação e administração de cemitérios públicos extramuros na Corte foi cometida por 50 anos á Santa '§
Casa de Misericórdia, dando fim aos enterramentos no interior dos templos, prática tida como um foco de miasmas -E
pelo discurso médico, que propunha uma separação espacial entre vivos e mortos em nome da saúde dos primeiros. ~
Entretanto, tal privilégio funerário passou a ser questionado por inúmeros grupos políticos e religiosos a partir da -{g
década de 1870 por aqueles que entendiam o monopólio dos enterramentos por uma instituição religiosa católica -i5
como um ataque á liberdade religiosa e á igualdade civil em um momento de intensificação da politica imigrantista, de C/.) ",-
crise monárquica e de avanço do movimento republicano. Nesse momento, o discurso médico também é empregado B
como justificativa para promover mudanças na regulamentação dos enterramentos. Os cemitérios eram uma questão ~
de higiene pública e cabia ao Estado administrar os enterramentos sem diferenciação de cor, credo ou classe não por §
respeito religioso á figura do morto mas pelo respeito á saúde dos vivos. i:i5
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Sônia Maria de Magalhães - Universidade Federal de Goiás· PRODOC/UFG c::
87
mação da igreja Católica e dos ideais desses movimentos sociais, percebendo ainda possíveis conflitos advindos
desta aproximação e destacando a atuação de um grupo específico: a Pastoral da Saúde.
88
Izabel de Fátima Cruz Melo - UFBA
História, Cinema e Prática Social: Jornadas de Cinema da Bahia (1972-1978)
Neste artigo apresento o início de uma trajetória investigativa a respeito das Jornadas de Cinema da Bahia, buscando
inseri-Ia no panorama dos estudos históricos, a partir da construção de um debate que nos permita discutir a ambiência
sócio-cultural soteropolitana na década de 1970, articulando-a com as discussões de cultura, participação política e
censura que existiam no Brasil nesse mesmo período. Para isto, compreendo que se faz necessário discutir em que
parâmetros as Jornadas foram pensadas, quais eram seus participantes, sua(s) concepção (ões) de cinema, seus
principais objetivos e sua relação com a censura.
O documentário como atividade de luto: memória e identidade em Vlado, trinta anos depois 8
Este trabalho visa apresentar algumas reflexões a respeito do filme documentário sob a perspectiva da memória e da
identidade. Em Vlado, trinta anos depois (João Batista de Andrade, 2005) percebemos como o filme documentário
assume a conotação de uma atividade de luto, no sentido de que trava uma luta contra o esquecimento e a denegação
do passado. No caso especifico do filme selecionado, trata-se de um dever de rememorar os horrores da ditadura
militar, tendo o episódio do assassinato do jornalista Vladimir Herzog como fio condutor. Mas o que nos interessa em
Vlado, trinta anos depois é compreender que o documentário vale menos pelo o que testemunha do que como atualiza
e articula um passado no "tempo saturado de agoras.'
89
de contestação das imagens documentais do cinema mexicano. A imagem do corpo de Zapata assassinado, que
circulou pelo território nacional, é um emblema deste projeto.
90
abandonar a fazenda por esperar soluções do governante, O cineasta Pronzato, mesmo fazendo um video para o MST
permite-nos compreender as contradições e fraturas geradas pela ascensão de Lula ao poder.
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Giovanni Antonio Pinto Alves - UNESP "§
O Mundo do Trabalho Através do Cinema· Uma Reflexão sobre o Cinema Como Experiência Critica ~
O objetivo do ensaio é apresentar, num primeiro momento, elementos metodológicos (e epistemológicos) do projeto ,ê
pedagógico Tela Critica - O cinema como experiência critica (www.telacritica.org) e num segundo momento, a partir ~
destes referenciais teórico-metodológicos, tecer considerações sobre o mundo do trabalho no século XX através dos ~
filmes clássicos do cinema mundial. A idéia é buscar nestes filmes elementos categoriais para uma reflexão critica ~
sobre a objetividade (e subjetivíaadejdo mundo do trabalho, O filme não é apenas representação ideológica ou proje- G
ção subjetiva do receptor, mas é também reflexo dialético do ser social capitalista. Deste modo, através de um 'diálogo'
crítico-hermenêutico numa perspectiva dialético-materialista, sugerimos ser possível explicitar categorias fundamen-
tais da sociabilidade do capital. A proposta analitica é multidisciplinar, mobilizando várias disciplinas das ciências
humanas e sociais para a experiência dialógica com o filme,
91
Marcus Marciano Gonçalves da Silveira· UFMG
O documentário "lhe Corporation" e o ensino de História Contemporânea
O trabalho pretende relatar a experiência de utilização do documentário 'The Corporation', de Mark Achbar, Jennifer
Abbott e Joel Bakan (Canadá, 2003) no ensino superior de História Contemporânea. Ao partirmos do pressuposto de
que o conhecimento histórico é fruto de um esforço contínuo do presente em se articular com as demais temporalida-
des (passado/futuro), iniciamos a abordagem da História Contemporânea com a problematização das principais con-
tradições e desafios do mundo atual. A idéia, aqui, é instigar questionamentos sobre os quais não se alcança melhor
compreensão sem o recurso à abertura da perspectiva histórica. Nesse sentido, o documentário 'The Corporation"
oferece preciosa chave de reflexão sobre o mundo contemporâneo: o predomínio institucional das grandes corpora-
ções transnacionais e seu impacto sobre a configuração do espaço público. Trata-se de uma linha argumentativa
bastante audaciosa: segundo seus autores, é possivel reconhecer traços evidentes de psicopatia quanto ao comporta-
mento social das corporações. Tal como foram configuradas a partir de uma série de decisões legais, as corporações
são membros da comunidade que, por lei, estão obrigados a cuidar apenas de seus próprios interesses, enquanto a
responsabilização por suas atitudes é difusa e limitada.
92
Valeria Camporesi - Universidad Autónoma de Madrid
EI pasado en el presente. Reflexiones sobre la construcción imaginaria de la decimonónica guerra de indepen-
dencia espaíiola en los medios audiovisuales
La comunicación se articulará en dos partes: la primera hará referencia a los presupuestos metodológicos y teóricos de
un proyecto de investigación colectivo ("EI archivo dei dos de mayo: mito, conmemoración y recreación artistica de una
memoria y una identidad compartida'); la segunda se centrará en un análisis de la recreación de Goya y su imagen
pública en los medias de comunicación. Aunque habrá que tener en cuenta la aportación dei cine a la construcción de
una biografia de Goya para uso y consumo de la contemporaneidad, la investigación se centrará sobre todo en un
documento audiovisual emitido por televisión en Espana en el momento dei asentamiento de la democracia. AI centro
dei análisis se situará la serie "Los desastres de la guerra', producida por TVE en 1983: el tema a la vez histórico y
universal, de los grabados de Goya, que inspiran la serie, otorga a esta producción, modélica de la cultura de la
Transición a la democracia, el valor de representar, en positivo, una construcción que se apropia dei pasado, y revela
los mecanismos de funcionamiento de esa apropiación; observada pues desde la primera década dei siglo XXI, se
puede leer como "pensamiento' sobre la relación de una "comunidad imaginada' con su pasado y sus nuevos valores.
Três fatores devem ser levados em consideração no uso de filmes para fins didáticos, o primeiro é a narrativa que o .~
filme coloca, o segundo é sua capacidade de dialogar com o momento histórico e o terceiro é própria adaptação, no o
caso de Aelita, entre o texto publicado de A. Tolstoi e o roteiro de Protazanov. O texto de ficção científica funciona como !'!:l
metáfora e o roteiro baseado no livro é uma metáfora ainda mais contundente de um periodo de transformação e ·ê
reorganização política e social da Rússia. O uso desse filme, originalmente mudo e com uma forte presença da arte ~~
moderna russa, nos cenários, nas roupas e na própria forma de representação dos atores é ao mesmo tempo uma ~
fonte de informação e de conhecimento daquele momento. Para os professores em sala de aula, Aelita não é somente ~
um filme a ser trabalhado, mas também uma peça da própria revolução russa, pretexto, texto e contexto. 8
93
a partir dos filmes? Qual a relação que o aluno deve ter com essa mídia? No mundo globalizado, midiático e onde as
imagens comumente tomam o lugar da leitura e reflexão, qual deve ser o papel deste meio dentro do contexto de uma
sala de aula?
94
uma série de indagações que vão muito além do glamour visual, de forma que professores e alunos devem educar seu
olhar para a leitura das imagens cinematográficas. Nessa perspectiva, introduzimos a projeção de filmes (épicos,
ficção histórica e mito-ficção) na disciplina de História da Educação I, partindo da interpretação dos mesmos para o
estudo teórico de determinados processos educacionais relevantes. Esse trabalho foi realizado nos últimos 3 anos,
envolvendo 150 alunos do curso de Pedagogia da UFT, constatamos que cerca de 80% deles não tinham o hábito de
freqüentar cinemas ou locadoras de video, assim, sua cultura visual calcava-se na programação comercial da televi-
são. Por isso, percebemos um certo estranhamento diante da linguagem presente no gênero dos filmes exibidos,
revelando-se a necessidade premente de se ampliar a visão desses estudantes para que possam entender o cinema
como recurso didático e não apenas como entretenimento.
95
filme, como idéias em estado nascente, que nos incitam a pensar sobre o que é mesmo História e não apenas em
personagens e temas já assim cristalizados, O fazer fílmico e o da História dirigem-se a nosso desejo, poder de decifrar
legados, presenças que são ausências, enigmas de nossa condição humana, o que não acontece sem riscos, Num
cotejo com a historiográfica, a narrativa fílmica consiste na faculdade de estabelecer relações, é uma construção de
pensamento, não simples soma dos elementos empregados, de modelos já formados ou adquiridos, segundo Mer-
leau-Ponty: algo se põe a significar, pelo arranjo temporal ou espacial de vestígios, da memória, sejam palavras ou
imagens visuais, Cineastas e historiadores têm de fazer recortes, não superados mesmo que eles sejam testemunhas
oculares de alguma experiência passada, que abordam no presente, Ressalto que o cinema pode se tornar um campo
inesgotável de possibilidades, de invenção de meios para que possamos pensar em outras vias da pesquisa e do
ensino da História, na construção de um espaço de reflexão critico,
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ção etc.). abrem-se duas grandes avenidas em direção á praia, que vão abrigar a elite da cidade e nas suas transver-
sais localizam-se os bairros de classe média e operários. elite e operários não estão isolados, geograficamente. novas
construções desenham uma nova paisagem, assim como novos hábitos, novos espaços de solidariedade ( clubes) e
novas oportunidades de acesso ao mundo civilizado ( escolas) para a elite e os trabalhadores.
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97
Etelvina Maria de Castro Trindade - Universidade Tuiuti do Paraná
Cidade, um corpo em construção: projeto e controle
O estudo em questão teve por objetivo analisar a cidade como um corpo em constante construção e reformulação, a
partir de sinais remanescentes nos espaços edificados e nos materiais gráficos produzidos em Curitiba, na primeira
metade do século XX. Para tanto, o espaço urbano foi examinado numa realidade fisica e histórica, ligada as experiên-
cias espaciais e temporais percebidas e representadas por elementos que conservam as memórias de suas experiên-
cias. No caso da comunicação proposta, a análise foi conduzida sob o recorte que privilegia a preocupação com
saúde, doença e forma fisica, tendo como base a edificação de hospitais, centros de saúde e clínicas, além da divulga-
ção de propagandas e publicações especializadas
98
Sueli de Araújo Montesano - Faculdade Campo Limpo Paulista e Sergio Araújo - Universidade Católica de
Goiás
O Poder Sutil da Gestão Paternalista
Essa comunicação refletirá a gestão paternalista de uma grande empresa sobre uma cidade, no interior de São Paulo,
nos anos 40 á 70. Adominação sutil, foi engendrada num contexto de expansão, tendo em vista a proporcionar privilé-
gios aos trabalhadores, para garantir a fixação da mão de obra no local, sua estabilidade e produtividade no interior da
organização. Era bem vista por eles e pela população que entendiam esta interferência benéfica para o crescimento da
cidade junto à empresa. Na fábrica, as relações de trabalho eram do tipo familiar, o industrial era visto como 'pai" e os
trabalhadores se sentiam protegidos, orgulhosos de pertencer à 'uma grande familia". Essa estratégia de
administração,contou com a adesão e aceitação por parte da força de trabalho, da população, mascarava os confron-
tos e antagonismos tanto dentro da empresa como na cidade, passava a idéia de harmonia entre eles. As atitudes
paternalistas geraram sentimentos de gratidão, porém não impediram contestações da população local, que reagiu a
essa dominação de diversas formas, ora silenciosas, informal,ora mais explícitas. Pelas concessões e repressões
construiu, geriu, disciplinou, por muitos anos seus trabalhadores fora da empresa e a população da cidade.
Esmeralda Rizzo, Ines Minardi, Nara Martins, Aurilu Torrente Lopes - Universidade Presbiteriana Mackenzie
Histórias e experiencias cotidianas das quebradeiras de coco de babaçu nas cidades do Médio Mearin
Este estudo questiona as interferências das mulheres quebradeiras de coco maranhenses nas cidades, do Lago do
Junco, Rodrigues e Esperantinópolis, região do Médio Mearim. Destaca as experiencias cotidjanas no agroextrativis-
mo, a valorização do meio ambiente e do ser humano por meio das ações da Associação em Areas de Assentamento
do Estado do Maranhão (ASSEMA), nas escolas dessas cidades. A participação ativa dessas mulheres foi fruto de
anos de luta por condições melhores de vida e de trabalho e de um longo processo de emancipação política que
interferiram nas cidades locais transformando saberes e conhecimentos na região.
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Claudia Helena Nunes Henriques - Universidade do Algarve e Maria Cristina Moreira - Universidade do Minho
O monumento escultórico em espaço urbano como identidade cultural luso-brasileira
Uma cidade, como realidade em mutação através dos tempos, constrói a sua identidade não só através do estabeleci-
mento de conexões entre as suas dinâmicas internas, mas também através das dinâmicas que estabelece historica-
mente com outras cidades, As cidades do Brasil e de Portugal, pela história que partilham, possuem uma inequívoca
identidade comum - a identidade cultural luso-brasileira - que cabe reforçar, interpretar e divulgar. No pós-fordismo, as
cidades na tentativa de se especializarem turisticamente, enfatizam amiúde os seus recursos patrimoniais e culturais
com a intenção de aumentar o seu perfil competitivo, Neste contexto, a presente comunicação pretende reflectir sobre
os desafios que a estruturação de uma rota turístico-cultural transatlântica - entre cidades brasileiras e portuguesas -
pode ter no desenvolvimento de experiências turísticas potenciadoras de uma aprendizagem de relacionamento entre
povos de países diferentes mas com culturas comuns, A rota apoia-se em três monumentos escultóricos em espaço
publico, nomeadamente D, João VI, no Río de Janeiro (Brasil) e no Porto (Portugal) e D, Pedro I em S, Paulo (Brasil),
Adriana Berretla
Quando a "cobra-preta" (BR-101) "passou no fundo do meu quintal
Esta pesquisa enfoca as transformações decorrentes da construção da BR-101, na cidade de Itapema (Se), entre
1950-1970, que ao se deparar com as obras da rodovia, passam a ver ressignificados seus ritos, símbolos, tradições e
100
manifestações culturais até então vivenciadas em seu cotidiano. Com a inserção da rodovia, a cidade se vê transfor-
mada e a exigência de uma nova sociabilidade passa a ser imperativa nos ritos citadinos. A transformação inferida a
estas populações modificou não somente o seu cotidiano, mas a maneira como deveriam pensar-se, enquanto cidade
moderna, inserida num contexto também moderno. Nessa transição vivenciada por Itapema e seus sujeitos históricos,
a memória ressignifica os impactos causadas pela modernidade e reconstroem a experiência vivenciada de uma outra
cidade que se configura.
Elis Regina Barbosa Angelo - Universidade de Santo Amaro e Dolores Martin Rodriguez Córner· PUC-SP
A Festa do Divino Espírito Santo na Vila Carrão em São Paulo na Contemporaneidade: Espaço, Identidade e
Memória dos Açorianos
A investigação sobre a festa religiosa, conhecida como a Festa do Divino Espirito Santo, será analisada como uma
atratividade relevante para a comunidade dê! Vila Carrão em São Paulo advinda dos costumes açorianos mantidos ao
longo dos tempos em meio às adversidades da contemporaneidade. Ao passo que busca a percepção do território no
qual se desenlaçam atividades culturais luso-brasileiras como um emaranhado de elementos e traços da cultura e da
história dos açorianos, também analisa a perspectiva do espaço enquanto elo entre o passado e o presente, favore-
cendo a visibilidade das identidades.
101
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
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do prazer, da diversão e da transgressão, dirigidos aos segmentos da elite ou aos grupos populares, os cafés possibi-
litavam, para além dos conflitos e disputas, encontros de grupos sociais diversos, abrindo canais que permitiam a troca
de informações entre mundos culturais diferentes, representando um dos espaços onde havia a chance de se estabe-
lecerem redes de comunicação que escapavam á lógica do discurso técnico e racional que buscava disciplinar e
normatizar o espaço da cidade.
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ções do urbano de São Gonçalo /RJ, realizadas pelos políticos, refletindo menos nas construções materiais e mais nos
desejos de construção da cidade perfeita.
104
de suas histórias, vários intercâmbios entre si. Assim sendo, ás vezes, estamos comparando o comparável. Contudo, Q
apesar desses aspectos comuns, as duas cidades possuem estruturas sócio-econômicas, políticas e culturais muito
especificas, guardam composições populacionais extremamente diversificadas e se inserem em formações nacionais
®
em distintos estágios de consolidação. Ou seja, os musseques caluandas e as favelas cariocas possuem idiossincrasias
incomparáveis, portanto, nos possibilitam comparar o incomparável. Essa abordagem contrastante permite-nos desco-
brir dissonâncias, verdadeiros indicios, reveladores de uma "estranheza", que escapavam inicialmente à nossa intelecção
de observador.
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conferência "O Problema negro". Arthur Ramos foi um dos principais responsáveis pela substituição do conceito de
raça pelo de cultura. Pretendemos analisar os significados desses conceitos em sua trajetória. E alguns de seus
posicionamentos anti-racistas como o combate público ás teses de inferioridade biológica e cultural de africanos e
afro-descendentes, em particular a "do menor valor mental do negro". A documentação produzida por aqueles pesqui-
sadores tem indicado que no passado, assim como no presente, esses estudos muitas vezes estiveram ligados ás
estratégias de enfrentamento das desigualdades sociais.
106
Luciano Mendes Cabral - USS ~
Imagens e Idéias, Diferenças e Semelhanças: um estudo comparativo da Cultura Política e da construção do
Estado no Brasil e na Argentina do século XIX
®
O presente trabalho procura desenvolver um estudo comparativo da construção do Estado no Brasil e na Argentina dos
oitocentos, e da cultura politica inerente a esse processo. Nesse sentido procuraremos analisar as evidentes diferen-
ças assim como, e principalmente, as semelhanças e pontos de convergência. Muito embora o objeto abordado já
tenha sido alvo de diversos estudos, acreditamos poder contribuir para o aprofundamento das discussões e debates
historiográficos em função das fontes que utilizaremos para tanto. Pretendemos lançar mão das imagens oficiais
produzidas pelos Estados em construção, nesse caso específíco dos selos postais, bem como de todos os elementos .iil
pertinentes a uma cultura politica dentro da qual foram produzidas. Para tanto utilizaremos os conceitos de cultura 'g
politica, símbolo, poder simbólico e capital simbólico, bem como o de ideologia, da forma como contemporaneamente :::
vem sendo desenvolvido. -i!5
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Surama Conde Sá Pinto - USS :::o
A arte da política: Como se construía uma carreira política no Distrito Federal nos anos vinte ""
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Ao longo do período em que sediou a capital da República, a cidade do Rio de Janeiro apresentou uma dinâmica Q,)
politica díferente das demais unidades da federação, marcada pela forte ingerência do governo federal no campo Ô.
politico carioca. Utilizando a abordagem da cultura politica, esta comunicação objetiva analisar as estratégias utiliza- ~
das pelos representantes da cidade nos Poderes Legislativo e no Executivo municipal e federal para construir e manter ~
uma carreira política no Distrito Federal nos anos vinte. o
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Monike Garcia Ribeiro - FAPERJ f Casa Rui Barbosa
Dom João VI, os Pintores Viajantes e a Cultura Política no início do século XIX
Em princípios do século XIX, o Rio de Janeiro vê radicalmente transformada a sua face cultural, e também política, com
a vinda da Familia Real Portuguesa para o Brasil em 1808. Pretende-se examinar como as relações entre Política e
Cultura, desdobram-se em uma diversidade de estratégias político-culturais específicas da Corte Portuguesa, que
incluem a constituição de novos ambientes artistico-culturais. Dentro deste quadro geral examina-se, em sintonia com
este contexto político-cultural, a atuação dos pintores viajantes na primeira metade do século XIX, bem como a vinda
de Missões Artisticas, Científicas e Diplomáticas, ao lado da criação de uma série de instituições culturais.
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pistas, indícios que encontramos ao investigar práticas culturais, t,átiCaS e artimanhas construídas no interior desta ~3
máquina por adolescentes que insistem em abrir uma 'fissura no silêncio'. O olhar do adolescente em conflito com a ~
lei, sua maneira de entender e enfrentar a disciplina, a vigilância, o 'olhar que tudo vê', seus sentimentos, as vozes, os
silêncios, os murmúrios, se constituem também em 'pequenas' aberturas por onde atravessamos nosso olhar.
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19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
Marcelo Vianna
Do favoritismo ao esquecimento: os pedidos de auxílio público durante o Estado Novo no RS (1937-1945)
Nossa pesquisa se propõe, a partir da apresentação de petições de alguns grupos sociais da população rio-grandense
a partir do advento do Estado Novo no RS, compreender como essas parcelas utilizaram esse mecanismo de aproxi-
mação do poder, representado pela autoridade máxima do estado, na época, o Interventor Federal. A partir de uma
série de correspondências, telegramas e até simples "bilhetinhos' direcionados a Daltro Filho (e seus sucessores), os
pedidos muitas vezes foram instrumentos da população mais humilde em busca da solução de dramas pessoais
através da concessão de empregos públicos e auxílios financeiros. Mais do que pleitearem a interseção do governante,
elas expunham trajetórias de vidas e concepções de mundo aos quais compreendiam uma série de valores, condutas
e práticas dentro das relações de poder na sociedade rio-grandense durante o Estado Novo. Propomos, por fim,
contextualizar essas práticas com a reforma administrativa promovida pelo DASP, o qual intentava estabelecer uma
nova série de valores em prol de uma moralização administrativa (cuja síntese estava instituição do concurso público),
objetivando justamente o fim dos apadrinhamentos e assistencialismos vigentes.
110
provocara profundas mudanças no cotidiano dos lavradores. Embora, esses aceitassem essa cultura, uma vez que ela
representava o seu sustento material e a sua esperança de riqueza, eles também resistiram á disciplina imposta pela
@
13
mesma. Assim, identifiquei duas formas de resistência articuladas entre si. uma que denominei de "cultura da esperte-
za', isto é, um conjunto de táticas acionadas pelos trabalhadores para sabotar a disciplinarização. E outra, que se
expressava nas leituras que esses fizeram sobre o agave demonizando-o, inspirados em uma antiga profecia que faz
parte da cultura oral sertaneja, e nas suas experiências de trabalho.
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Petrônio José Domingues - UFSE
Associação Cultural do Negro (1954-1976): um esboço histórico
Embora a escravidão já tivesse sido extinta a mais de meio século, o negro continuava sendo vitima de preconceito e
discriminação raciais em São Paulo, na década de 1950. No mercado de trabalho, ele era um dos últimos a ser
contratado pelas empresas e um dos primeiros a ser demitido. No campo educacional, enfrentava problemas crônicos,
como o do analfabetismo, evasão e repetência. Na área do lazer, era impedido de entrar em determinadas casas
noturnas e de se associar a alguns clubes. Para se contrapor a esse quadro de violação ou restrição de direitos, as
pessoas de ascendência africana fundaram aAssociação Cultural do Negro (ACN) em São Paulo, em 28 de dezembro
de 1954. A proposta desta pesquisa é, primeiro, recuperar a experiência de sujeitos coletivos ainda pouco visiveis na
historiografia brasileira; segundo, fazer uma análise do jornal da organização, O Mutirão. A Associação Cultural do
Negro desenvolveu muitas ações de caráter recreativo e, principalmente, cultural (como bailes, festivais, apresenta-
ções teatrais, musicais, declamações poéticas, palestras). A idéia principal é demonstrar que as práticas culturais
encampadas pela ACN não eram concebidas como um fim em si mesmo; pelo contrário, tratavam-se antes de um meio
de conscientização e mobilização racial.
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14. Dimensões e dinâmicas da conquista e da evangelização na América: séculos XVI a XIX
Fernando Torres-Londoíio (PUC-SP) e Eliane Cristina Deckmann Fleck (UNISINOS)
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nativos resultou em intensos confrontos entre ambos os povos. Pretensamente civilizados, os colonizadores objetiva-
ram civilizar e catequizar os indigenas, com a compreensão de que a cultura destes era extensão menor da cultura
européia. Por isso, foram vistos como bárbaros. Nesse contato de matrizes culturais distintas, as relações foram
conflitantes e acomodativas também. Práticas culturais diferenciadas foram desenvolvidas em um mesmo território,
promovendo um processo de sobreposição, mestiçagem e influência de costumes e de hierarquização de culturas.
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17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
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jesuítas a um prímeíro momento do processo de colonização, obscurecendo toda uma complexidade que caracterizou
o período posteríor. Nesta comunicação, analisamos os discursos de Augusto Tavares de Lira e Luís da Câmara
Cascudo sobre a atuação jesuítica no Rio Grande do Norte durante o período colonial. A opção pelas obras dos dois
historiadores recai sobre o fato de que ambos são naturais do estado e se propuseram a escrever uma história-síntese
que aínda hoje influencia a produção local. Nossa intenção é, portanto, a partir de uma releitura das obras 'História do
Rio Grande do Norte', datadas de 1921 e 1955, respectivamente, verificar se Tavares de Lira e Câmara Cascudo
perceberam - em algum momento - os inacianos como mediadores culturais, no processo de Conquista da Capitania
do Rio Grande.
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primeiros trabalhos sobre esse assunto tratavam basicamente de sua origem e desenvolvimento até o período incaico.
A princípio, o ayllu foi definido como uma unidade de organização social ligada por laços de parentesco de origem
totêmica e que explorava coletivamente a terra. No início da colonização espanhola o ayllu prosseguiu com as mesmas
características, porém ao ser inserido num novo sistema político-administrativo as foi perdendo e já no século XVIII
passa a ter uma acepção territorial, quando esse termo é trocado pelo vocábulo 'barrio'. Essa mudança de terminolo-
gia expressa a influência da sociedade mestiça que se formava e também um distanciamento das formas de organiza-
ção política herdadas do incário.
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Dalila Zanon - Unicamp
<IA missa e a fábrica: tentativas de controle dos espaços das igrejas pelos bispos coloniais paulistas (1745-
1796)"
Segundo John Bossy, a partir do Concílio de Trento houve a intenção da Igreja em canalizar as atividades religiosas
para o espaço das paróquias, Partindo dessa assertiva analisaremos as tentativas de controle dos espaços das igrejas
pelos três primeiros bispos de São Paulo colonial. Os documentos que serão apresentados são as cartas pastorais dos
bispos e os registros das visitas pastorais das freguesias, Focalizaremos dois aspectos: primeiro, a igreja, especial-
mente a missa dominical, como espaço e momento privilegiado de doutrinação dos fiéis, inclusive com a tentativa de
imprimir uma espiritualidade que ultrapassasse as atividades exteriores da fé, Segundo, a igreja como lugar de super-
visão e controle episcopal passando pela administração das rendas e do patrimônio das igrejas e capelas depositados
em suas fábricas. Tais aspectos, fazem parte, a nosso ver, do esforço da Igreja em implantar a reforma tridentina no
território colonial, privilegiadamente a partir do século XVIII.
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Carlos Daniel Paz -IEHS-UNCPBA I CONICET
Menores necesitados de tutela ... pero sin sus Padres. Los caciques indígenas y sus gentes ante las autorida-
des residentes hispanas en el Rio de La Plata
La evangelización de los indígenas chaquenos, a manos de los Sacerdotes Jesuítas, suponía algunos requisitos que
debian ser cumplidos a los efectos de que la conversión diera frutos. Las tareas misionales, en el espacio chaqueiío
oriental, dieron sus frutos si es que pensamos en qué los mismos pueden ser evaluados desde la conformación de
pueblos que perduraron en el tiempo. A pesar de los esfuerzos jesuitas por detener la conflictividad indígena, que en
alguna medida contribuyó a que los pueblos de Misión se formaran, la misma continúo tanto durante el período misio-
nal como luego de la Expulsión. A posteriori dei extraiíamiento de la Compaiiia el proceso de complejización social, en
torno a la construcción de posiciones de rango, continúo el camino inaugurado desde la Misión. Algunos líderes indige-
nas, convertidos en caciques de sus pueblos, tuvieron una importante presencia en la historia colonial. EI objetivo de
esta presentación es volver sobre estos personajes y sus acciones a los efectos de poder pensarlos, desde la óptica
hispano-colonial como un efecto residual de la politica misional y como un relicto de una vieja política en tiempos
nuevos.
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Luís Kist - Unisinos
A formação do jesuíta brasílico e do cristianismo tupi no século XVI
Após alguns anos instalada no Brasil, iniciou dentro da Companhia de Jesus um movimento preocupado com a exclu-
são da influência dos costumes brasílicos na ordem expresso no crescente rigor na seleção de seus candidatos, No
entanto, mesmo com essa preocupação e esse rigor, ela não conseguiu evitar que os jesuítas no Brasil incorporassem
elementos de ínfluência indígena e assumíssem características tipicamente brasílicas, Da mesma forma, embora os
jesuítas zelassem cada vez mais pelo rigor na catequese indígena brasileira, limitassem a concessão dos batismos
unicamente aos índios que davam mostras de sincero desejo de abandonar os costumes gentílicos e implicassem na
exigência de que os convertidos deviam assumir uma vivência caracteristicamente cristã, eles não conseguiram livrar
o crístianismo emergente no Brasil da marca indígena, Fica, pois, exemplíficado que o contexto brasileiro do século
XVI gestava transformações identítárias tantos nos europeus que vinham para cá, como no nos índios que aqui habi-
tavam,
120
relações para a montagem da estrutura administrativa portuguesa e os reflexos na cultura política brasileira.
.'"
:::J
Maria do Socorro Ferraz Barbosa - UFPE §'
Pernambuco: de Capitania mais extensa a uma Província de médio porte ~
Este estudo ressalta a ação e influência que Pernambuco exerceu no passado, de forma direta, sobre uma vasta QJ
extensâo do território brasileiro. A partir do século XVII, a expansão territorial do Império português, na América, deu-se .~
para o Norte e para o Oeste, a partir de Pernambuco. ~
o
Marilia Nogueira dos Santos - UFF .""c:: O>
sentido, elege-se como estudo de caso a correspondência de Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, de modo ~
a, a partir dela, abordar algumas questões fundamentais para o entendimento da prática de se corresponder e do modo ~
de governar posto em prática em sociedades de Antigo Regime, mais especificamente naquela que se instalou na E
América portuguesa. ~~
o
121
Andrea Beatriz Wozniak·Gimenéz - SEED, FACET, FACEL
O Senado da Câmara de Macau, sua rede de relacionamentos e estratégias de sobrevivência nos séculos XVI
• XVII
A presente comunicação tem como objetivo analisar o Senado da Câmara da Cidade do Nome de Deus de Macau, na
China, principalmente no que se refere a sua dinâmica inicial, nos séculos XVI e XVII, centrando-se em sua sociabili-
dade, rede de relacionamentos e estratégias de manutenção de poder. Convivendo cotidianamente com as culturas
ocidental e oriental, o Senado da Câmara administrou o entreposto comercial e missionário, necessitando conciliar
interesses distintos e complexos, ao tratar e negociar com oficiais da Coroa Portuguesa, advindos de Lisboa ou de
Goa; autoridades imperiais e mandarins distritais do Império Chinês; missionários das ordens religiosas instaladas no
Extremo-Oriente; mercadores chineses; etc. Seus integrantes eram uma mescla de fidalgos-mercadores e missionári-
os, os quais, conhecedores da realidade, imprimiram a maleabilidade, entre as caracteristicas primordiais da institui-
ção, aspecto que influenciou suas táticas diplomáticas. Excelentes observadores e hábeis em negociações, estratégi-
as e domínio de etiquetas distintas, equilibraram-se na administração da cidade, ora estendendo e dominando as
adversidades enfrentadas, ora encontrando-se enredados a contatos mais exigentes e dominadores.
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Mônica da Silva Ribeiro - UFF
A dinâmica administrativa de Gomes Freire de Andrada entre 1748 e 1763
A segunda metade do govemo de Gomes Freire de Andrada foi marcada pelo seu intenso deslocamento físíco entre as
capitanias que estavam sob sua jurisdição. No ano de 1748, quando a administração de Bobadela na América portu-
guesa completava 15 anos, período já extremamente extenso para um governador colonial, seu poder foi vastamente
ampliado por todo o centro-sul. Percebemos assim a essencialidade das novas formas de governação, que haviam
sido implementadas pelo governador no Rio de Janeiro, para a manutenção e desenvolvimento de uma política impe-
rial voltada para um maior ordenamento fiscal, admínistrativo, econômico e militar da América portuguesa, principal-
mente a partir da capitania fluminense, região onde se encontravam bastante concentrados os agentes de poder do
governo metropolitano. Nesse sentido, Bobadela movimentava-se bastante e constantemente entre essas diversas
localidades que passaram a estar sob sua tutela. A circulação constante do governador já era uma característica
marcante desde o início de sua administração, mas se revestia agora de uma mudança significativa: além da ida do
governador a Minas e São Paulo, como fazia anteriormente, entrava também no circuito a região meridional da Améri-
ca portuguesa, que passava a fazer parte da sua órbita jurisdicional.
forma de tal relação de poder e exploração do ponto de vista das elites dirigentes da sociedade. Para tanto lanço mão .~
do uso da prosopografia dos integrantes do aparelho administrativo (nos moldes de Lawrence Stone), isto é, a constru- ~
ção de biografias coletivas que permitem reconstruir o perfil da elite politica. Paralelamente, utilizo os referenciais g,
teórico-metodológicos do antropólogo norueguês Fredrik Barth, operando a reconstrução dos grupos imersos em tais .~
redes de poder, a fim de melhor identificar os elementos constituintes de seu exercício. ~
c::
Trajetória de Família: a Elite Agrária no Oeste do Rio Grande de São Pedro (segunda metade do XIX) E
O resumo apresenta um estudo de doutoramento que tem como objetivo principal analisar as trajetórias e estratégias co
das famílias que compunham a elite agrária na antiga Paróquia de São Patrício de Itaqui, no período de 1850 a 1889. .~
Denominamos de elite agrária aqueles que concentravam terras e rebanhos, utilizavam-se de escravos e trabalhado- ~~
res livres, ocupavam cargos administrativos e/ou militares. O trabalho contemplará a composição das fortunas, as Cl
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diferenças intra-elite, as redes de relações sociais estabelecidas entre seus membros e outros grupos sociais, a impor-
tância da fronteira e dos cargos nas relações econômico-sociais, Para a efetivação da pesquisa uma gama variada de
fontes primárias será utilizada, Dois métodos guiaram o trabalho: o prosopográfico e o onomástico, pois enquanto um
fornece a perspectiva coletiva do grupo social estudado, o outro permite que se percorra as trajetórias individuais dos
principais expoentes do grupo, Buscar-se-á compreender como este grupo se constituiu e se modificou ao longo do
tempo, sua importância para a manutenção e afirmação do território pertencente ao estado monárquico e sua relação
com o mesmo, Para assim, observar a permanência ou não de padrões de comportamento da elite agrária já estuda-
dos em outras regiões do Brasil.
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Fabio Pesavento - UFF
"Sob as seguintes condições": uma nota sobre as sociedades mercantis no império ultramarino português na
segunda metade do século XVIII, Rio de Janeiro e Lisboa
Desde as primeiras décadas do setecentos a dinâmica colonial brasileira voltava-se, cada vez mais, para o centro-sul
do Brasil tendo em vista, principalmente, a pujança crescente do mercado interno fluminense e mineiro. A atuação de
agentes de 'grosso trato" apresentou-se de forma decisiva neste processo. Estes exerciam um papel fundamental no
fornecimento e na exportação do que se demandava e se produzia em diversas regiões da 'colônia". Uma maneira de
como se dava esta articulação, eram as sociedades mercantis entre diferentes agentes de diversas partes do ultramar. A
presente comunicação tem por objetivo descrever as sociedades mercantis existentes entre as praças do Rio de Janeiro
e Lisboa entre 1750 a 1790. A pesquisa baseou-se em escrituras de sociedade, depositadas no Arquivo Nacional do Rio
de Janeiro e na Torre do Tombo em Lisboa. Além das escrituras, trabalha-se com mais de 2.200 procurações levantadas
no mesmo arquivo lisboeta que tinham interesse o Rio de Janeiro. Aqui não se apresentará os pormenores do funciona-
mento das sociedades mercantis, mas sim uma primeira descrição da sua dinâmica com base na documentação encon-
trada. Além disto, busca-se remontar algumas redes comerciais existentes entres as duas praças comerciais citadas.
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Guilherme de Paula Costa Santos - USP
O governo de D. João e o tráfico de escravos: a Convenção de 1817 e a sua repercussão na Corte do Rio de Janeiro
Trata-se de apresentar algumas considerações de pesquisa realizada em nível de Mestrado sobre a elaboração da
Convenção de 1817 e a repercussão da sua ratificação na Corte do Rio de Janeiro. Acordo diplomático celebrado entre
a Coroa portuguesa e a Coroa britânica, o qual estipulava o direito de visita reciproco á marinha de guerra de ambas as
nações e a formação de tribunais mistos para o julgamento de embarcações negreiras apreendidas ao norte da linha
do Equador. Parte da historiografia compreende a Convenção de 1817 como conseqüência da pressão exercida pela
Inglaterra, calcada em uma nova conjuntura econõmica instaurada pela Revolução Industrial ou pela ação humanitária
inglesa. Entretanto, outra parte da historiografia apresenta a sua ratificação como desdobramento de projetos políticos
suscitados durante o governo de D. João na América. Diante disso, a apresentação pretende discutir a elaboração e a
repercussão da Convenção, com base na leitura de oficios diplomáticos e nos artigos publicados por jornais portugue-
ses, impressos em Londres, reconstituindo o ambiente político do governo de D. João, marcado pelo amplo debate
seja em torno do tráfico seja em termos do futuro da Monarquia portuguesa, como indicaram as revoluções de 1817 em
Pernambuco e em Portugal.
126
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min)
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Thiago Nicodemos Enes dos Santos - UFF
Poder Local versus Estado Centralizado: a desregulamentação do direito milenar da almotaçaria
A prática cotidiana relativa ás três esferas de atuação do direito de almotaçaria, qual seja, o controle do mercado, das
questões sanitárias e do construtivo das cidades portuguesas apresentam-se como aspectos representativos para o
estudo do desenvolvimento do Estado centralizado em detrimento da dinãmica imperial que vigorou até o princípio do
século XIX. Na documentação relativa à administração dos domínios portugueses nos dois lados do Atlântico, notamos
que o moderno Estado de economias políticas arvorou-se contra a almotaçaria de forma diferenciada, mas invariavel-
mente, implementou a partir do terremoto de 1755 e sobretudo com a gestão de Pombal, agressiva política de gestão
urbana fundamentada no insurgente direito positivo. Visamos demonstrar como a municipalidade deixou de possuir
poderes deliberativos, passando a executora das ordens emanadas do Estado; além de discutir tal processo nada
pacífico que deu fim ao díreito consuetudinário e a esta tradição administrativa do poder local, que perpassou pratica-
mente incólume mais de setecentos anos somente no Reino cristão de Portugal.
128
Micheline Maria de Albuquerque e Silva - UFPE ~
Uma história do pau-brasil em Pernambuco nos séculos XVII e XVIII. @
Teria sido mesmo o trato do pau-brasilL(ma febre com término exato quando da instalação da agro-indústria açucareira
em Pernambuco e demais capitanias? Esabido que não foi bem assim. O tema pau-brasil por si só está atrelado a uma
série de problemas, dentre os quais já teria sinalizado desde 1930, José Bernardino de Souza a continuidade do tráfico
da madeira desta árvore pelo menos até metade do século XIX. A esquematização por ciclos econômicos restringia
bastante esta atividade. Trataremos neste trabalho mais especificamente dos assuntos de ordem econômica e admi-
nistrativa. Propomos aqui a discussão sobre a continuidade da atividade extrativista exploratória com o pau-brasil
durante o século XVII até o XVIII. E inserido neste corte temos ainda as articulações entre metrópole e colônia acerca
do estanco real e os dispositivos utilizados para exercer e fiscalizar o controle sobre negócio do pau-brasil. Uma das
principais justificativas para este trabalho é ainda a carência de estudos sobre o tema, bem como sua relevância no
cenário metropolitano uma vez que o pau-brasil foi motivo, por exemplo, alteração da nomenclatura religiosa da colô-
nia por uma de apelo econômico.
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129
perspectivas sobre o que se deve conhecer e como se ~eve conhecer. O currículo seleciona (incluindo e excluindo
conteúdos), organíza, molda visões do mundo e do "eu'. E construído, e constantemente reformulado, dentro de con-
cepções políticas e sociais que procuram disciplinar os indivíduos informando como se deve ver o mundo e estar nele.
A partir dessas referências e da pesquisa qualitativa realizada em uma escola pública de São Paulo, a presente análise
busca compreender como o currículo é trabalhado em sala de aula pelo professor de História. Procuramos perceber
como o professor se apropria de propostas institucionais como os PCN e dos conceitos da disciplina para organizar e
preparar suas aulas. Utilizamos como eixo de análise os conceitos de identidade nacional e cultural procurando obser-
var como aparecem no currículo de História institucionalmente proposto e como são inseridos na realidade do cotidia-
no escolar.
130
bairro Ipês do municipio de Araucária, região metropolitana de Curitiba, no Estado do Paraná. A pesquisa está inserida
no campo da Educação Histórica, e faz parte dos trabalhos de um grupo de professores pesquisadores do municipio
@
16
de Araucária sob a orientação da professora Maria Auxiliadora Schmidt e Tânia Braga Garcia. Busca-se investigar as
idéias que alunos e professores tem acerca da relação que estabelecem no uso do livro didático de história. Essa
relação é essencial para o processo ensino - aprendizagem? Como é trabalhado na escola com o livro didático?
Como são as experiências culturais vividas por professores e alunos com o livro didático de história? E, se de fato
contribui para a construção do conhecimento histórico?
L..1.J
da Prot" Ora. Circe Bittencourt, intitulado 'A História contada ás crianças: Viriato Corrêa e a literatura escolar brasileira
(1921-1967)'.
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18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
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Fatima Aparecida Silva - UFCE
O movimento social Frente Negra Pernambucana -1936-1937. A história continua
@
16
O presente trabalho, tem como objetivo registrar a história do movimento social negro Frente Negra Pernambucana
aprofundando a proposta de educação defendida por esta instituição, vista como decisória na ascensão social do seu
grupo contra a discriminação racial. A Frente Negra Pernambucana transformada em 1937 em Centro de Cultura Afro-
Brasileiro defendeu que a educação era a solução para a ascensão social do negro na sociedade. Embora estes
aspectos tinham sido considerados por muitos estudiosos da organização da Frente Negra no Brasil, há muitas ques-
tões que necessitam ser elucidadas a partir do aprofundamento da organização do movimento, principalmente aque-
las relativas á especificidade e organicidade de cada movimento em seus estados. Já é possivel compreender que os
estudos da historiografia dos movimentos sociais devem ultrapassar os limites geográficos das regiões sul e sudeste.
133
Considerando a importância do atual debate sobre Educação Histórica, procuro neste trabalho focar um estudo, reali-
zado com os professores de História, do ensino médio, da cidade do Recife, das concepções históricas que permeiam
no ensino-aprendizagem e os reflexos, tanto no conhecimento especifico, como nas práticas pedagógicas que se
complementam na Educação Histórica.
134
Ronaldo Cardoso Alves - USP
"Consciência Histórica e Cultura Escolar: um estudo das especificidades que atuam na construção e aplica-
ção do conhecimento histórico"
Essa pesquisa com vistas ao doutoramento, que se encontra num estágio inicial, parte das inquietações suscitadas da
dissertação de mestrado, de minha autoria, intitulada 'Representações Sociais e a Construção da Consciência Histó-
rica', apresentada no primeiro semestre de 2006, na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. À luz das
teorias de Jbrn Rüsen e Serge Moscovici, o trabalho discutiu a construção de consciência histórica em alunos do
ensino básico a partir do encontro/confronto, em sala de aula, dos diferentes saberes oriundos do senso comum e da
ciência da História, por meio da análise das representações sociais constituídas por seus sujeitos: alunos e professo-
res. A partir das constatações e limitações da aplicação dessas teorias européias em escolas públicas da periferia de
São Paulo, nossa pesquisa tem como objetivo construir parâmetros que possibilitem um adensamento do conceito de
consciência histórica, de forma a permitir maior efetividade de sua aplicação na realidade de regiões que possuam carac-
terísticas diferentes (no plano sócio-€conômico, político e cultural) do contexto no qual foi originalmente concebido.
Desde o século XIX, os historiadores do direito e das instituições elaboraram uma noção de Estado na qual a espinha
dorsal era o monopólio da violência legítima. Dessa forma, toda forma de violência inter-pessoal era vista como um
atentado a esse monopólio, ou mesmo como a prova da fraqueza da autoridade pública. As reflexões da antropologia
jurídica sobre a vingança mudaram nossas perspectivas sobre as relações entre violência "legítima' e violência "ilegítima'.
Eles também tomaram inteligíveis as relações entre o poder e a sociedade, antes desprezados pela história do direito. A
historiografia tradicional também consagrou o "infra-judiciário' e o "judiciário' como duas instâncias distintas e mesmo
opostas no exercicio da justiça. O objetivo desta apresentação é salientar as trocas e a complementaridade entre esses
dois domínios, bem como discutir a relação entre violência "legítima' e violência "ilegítima' no Reino dos Francos.
135
contém a idéia de que uma das funções das imagens é a de ensinar aos iletrados o que está escrito na Bíblia, idéia que
foi retomada durante os séculos seguintes - pelo menos até o XII -, norteando o pensamento medieval sobre o tema, e
que muitas vezes reduziu o estudo da produção artística do período a essa função. O objetivo desta comunicação é o
de refletir sobre o contexto em que a carta foi escrita e em como o seu conteúdo sofre modificações ao longo do tempo
para se adaptar a novas realidades.
136
Cláudia Regina Bovo - Ceuclar
Os primórdios da reforma gregoriana na correspondência de Pedro Damião (1040-1049)
A reforma gregoriana tratou de disciplinar a vida eclesiástica e a vida laica. Uma de suas realizações foi a separação,
em termos claros e definitivos, entre as categorias sociais de clérigos e laicos e, por conseqüência, a sujeição moral
dos laicos á autoridade espiritual e normativa dos clérigos. Diante disso, nosso objetivo é analisar o processo de
construção dessa autoridade normativa, verificando a contribuição de Pedro Damião para a legitimação jurisdicional
do clero na direção político-espiritual da Cristandade. Para tanto, elegemos o primeiro volume de suas correspondên-
cias (cartas anteriores a 1049) como principal fonte documental, por envolver importantes debates a respeito da sepa-
ração e da conciliação entre o poder temporal e o poder espiritual.
137
outros) ao envolver-se em diversos conflitos com o rei da França Filipe o Belo e ao promulgar documentos importantes
sobre o poder do papa como, por exemplo, as bulas Clericis Laicos e Unam Sanctam a fim de reafirmar a imunidade do
clero em todos os aspectos temporais e espirituais.
138
Juzgo - originário do período visigodo - para analisar como são apresentadas as questões dos direitos e deveres
femininos, buscando identificar como a mulher é representada e como estas imagens se encaixavam nos estereótipos
tradicionais da época: positivo ou negativo, identificados, respectivamente, com Maria e Eva. A escolha de códigos
legais confeccionados em períodos diferentes e para grupos sociais diferentes permite fazer uma comparação, tempo-
ral e cultural, sobre a maneira como os estereótipos femininos aparecem e se modificam. Verificando, então, as possí-
veis alterações e influências na assimilação destes no discurso jurídico dos períodos em questão.
"3
Marília Pugliese Branco - USP E
A legitimação da figura do rei nomatizador: alguns aspectos da biografia de São Luís, de Joinville gj
No cerimonial de sagração as insígnias representavam suma relevância, Seu significado estava relacionado direta~ g.
l
mente à esfera política do religioso, ou seja, á ligação estreita da natureza política da monarquia com a religião- E .s
instituições nas quais o simbolismo estava incorporado. A união do abstrato - crença - com o material- insígnias e rítos
- resultou na idéia da monarquia sagrada. Esses objetos e esses poderes colocavam o rei em comunicação direta com
Deus, mantendo ao mesmo tempo o intermediário eclesiástico.
Uma caracteristica muito marcante na monarquia capetíngia e do reinado de Luís IX especificamente foi a forte aliança
com a Igreja. A Igreja era peça mestra do sistema feudal e justificadora ideológica desse sistema, sendo a principal
intermediária. entre o rei e seu populus, dando a ele posse através da cerimônia de sagração e unção. Segundo
Kantorowics (1998, p.49), da sagração emanava a capacidade espiritual na qual o rei figurava como persona mixta.
Mista na medida em que havia uma união de poderes e faculdades espirituais e seculares. Dessa maneira, reconhecia
no rei um homem individual, decorrente de sua natureza, e um Christus, pela graça. Mediante alguns traços de sua
biografia, podemos perceber ern São Luís a representação dessa pessoa gêmea.
139
18. Ensino de História: currículo, culturas e linguagens
Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro (UFRJ) e Carmen Teresa Gabriel Anhorn (UFRJ)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro - UFRJ
A historia ensinada: saberes docentes em narrativas da historia escolar
Esta comunicação apresenta os primeiros resultados de pesquisa que tem por objetivo investigar os saberes mobiliza-
dos pelos docentes no ensino da História, o que implica articular as questões da produção do conhecimento histórico
com os saberes e as práticas dos diferentes agentes da cultura escolar. Nesse sentido, o instrumental teórico que
fundamenta a análise dos saberes docentes (Tardif, 2002; Gauthier,1998; Shulman, 1986,1987) é utilizado, de forma
articulada, com aquele que, oriundo do campo teórico da História (Hartog, 1998 Burke,1992; 2005) oferece contribui-
ções para a compreensão da questão da narrativa como estrutura discursiva utilizada para a pesquisa, a produção e
expressão do conhecimento histórico e, também, da história escolar (Moniot, 2000;Lautier, 1997; Carretero,2005). Esta
pesquisa utiliza como pressuposto a concepção de currículo como prática de significação (Moreira, 2002; Silva,1999)
e que contribui para configurar o contexto de análise dos saberes mobilizados pelos docentes na busca da compreen-
são da relação entre a sua atuação no ensino da História e a produção de sentidos pelos alunos.
140
Luísa Teixeira Andrade· UFMG
Aula de História: cultura, discurso e conhecimento
Este trabalho compõe uma das dimensões da pesquisa de mestrado desenvolvida na Faculdade de Educação/UFMG
que buscou investigar os processos de ensino-aprendizagem de História nas interações discursivas da sala de aula.
Estabelecemos como foco as interações em uma turma do 20 ano do ensino médio da Escola Estadual Maestro Villa-
lobos da Rede de Educação de Minas Gerais. Os princípios teórico-metodológicos se basearam na abordagem
sociocultural e na Etnografia Interacional. Neste trabalho, privilegiamos o estudo de uma aula específica acerca da
temática da Revolução Francesa. Esta análise constituiu-se de dois focos: o primeiro, centrado no professor, buscou
caracterizar a dinâmica discursiva da aula selecionada. O segundo, centrado no aluno, procurou investigar quais tipos
de pensamentos/raciocínios históricos estão sendo produzidos nas interações registradas. Como resultado, analisa-
mos os vários elementos que concorrem para o desenvolvimento de conhecimentos e para a mobilização de raciocíní-
os históricos em uma aula de História, quais sejam, o tipo de mediação pedagógica que condicionou, em grande parte,
o aprendizado dos alunos, as caracteristicas epistemológicas do conhecimento histórico e as práticas culturais do
grupo que sustentam os processos de ensino-aprendizagem.
141
Giovani Luiz Romani . UFSM
Ensino de História e a interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade, surgiu no final do XIX, pela necessidade de dar uma resposta à fragmentação causada por uma
epistemologia de cunho positivista. As ciências haviam-se dividido em muitas disciplinas. A interdisciplinaridade visa a
garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. A postura
interdisciplinar é uma atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento. Oobjetivo
principal do estudo da história não é fazer reviver o passado, mas, sim, procurar compreendê-lo. Os objetos do conhe-
cimento histórico são o homem e as sociedades humanas no tempo. Em História, não existe um saber acabado. Não
existe a palavra final sobre qualquer tema. Novos documentos, novas abordagens e novas interpretações possibilitam
uma visão plural do conhecimento histórico. Mais do que nunca o educador de história deve fazer parte do coletivo e
ampliar sua postura interdisciplinar. Por isso, o saber, como expressão da prática simbolizadora dos homens, só será
autenticamente humano e autenticamente saber quando se der interdisciplinarmente.
Francisco das Chagas Silva Souza - Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte
Novos tempos, temas e atitudes: o espaço do meio ambiente nas aulas de História
As catástrofes ambientais ocorridas no presente e outras anunciadas para o futuro demonstram claramente que a
ideologia do progresso rejeita ou minimiza as questões ambientais, seja no discurso ou na prática. As vitórias do
capitalismo produziram uma forma social caracterizada pela imprevisibilidade e pela autocritica - ela reconhece os
riscos que produz e reage diante disso. Isso explica o porquê dos encontros internacionais promovidos pela ONU
apontarem a Educação Ambiental (EA) como um mecanismo capaz de contribuir para minorar esses problemas, os
quais, pela sua complexidade, exigem interfaces entre as várias ciências. Por referir-se a uma nova forma de encarar
a relação do homem com a natureza, baseada numa nova ética e valores morais, a EA colabora na formação e no
exercício da cidadania. Dessa forma, a História, por compreender os fatos da contemporaneidade e do passado, e pelo
seu compromisso com a formação ética e cidadã, pode se inserir nesse grande desafio. Assim, algumas questões são
merecedoras de debate: como adequar o ensino dessa disciplina à formação das novas atitudes exigidas pela socie-
dade de risco? Como fazer as interfaces com as ciências da natureza? Como superar as limitações dos conteúdos dos
livros didáticos de História no que tange à questão ambiental?
142
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
Valeska Garbinatto - Col.Est.de 1° e 2° graus Elpídio Ferreira Paes e Maria Aparecida Gomes
O Ensino de História frente às discussões sobre Inclusão e Exclusão Social: uma questão de Ética
A temática da Inclusão e da Exclusão está muito em voga, nos últimos 20 anos, não só na área da Educação, mas
também da própria pesquisa nas Ciências Humanas. O questionamento principal é de que maneira esta discussão
perpassa a construção diária que é a relação professor-aluno, principalmente quando estamos falando do Ensino de
História. O ponto de partida inicial encontra-se justamente nos parâmetros que o MEC fornece a nós profissionais em
educação. Através do cruzamento dos textos legais que subsidiam a ação educativa num contexto mais amplo e das
entrevistas com professores da rede pública de ensino, pretendemos buscar respostas para este questionamento. Se
a escola deve ter como tarefa a formação da Cidadania e se esta ganha seu sentido pleno num contexto democrático,
é fundamental verificar que situação existe hoje no Brasil. As leis que regem as ações do povo brasileiro apontam
efetivamente na direção da cidadania? Mais ainda, que atitude têm os indivíduos diante delas? A educação que se
oferece nas escolas capacita de fato os indivíduos para atuar crítica e construtivamente? De que maneira nós, profis-
sionais do Ensino de História, nos posicionamos frente ás discussões sobre Inclusão e Exclusão Social, que são tema
das principais mudanças educacionais na atualidade? @
Regina Célia do Couto - UFPel/Unipampa '"
Multiculturalismo (s) e ensino de História na fronteira Brasil-Uruguai: revelando resistências e encontros g
Este trabalho é um desdobramento da pesquisa de Mestrado em Educação realizada na Universidade Federal de ~
Uberlândia, onde se entrevistou os formadores de professores de história sobre multiculturalismo. Neste sentido este ~
texto é um primeiro produto de uma investigação desenvolvida nas Escolas Públicas de Ensino Fundamental de '"
Jaguarão, cidade fronteiriça com o Uruguai. Intentou-se compreender como os professores que ensinam história se 1§
apropriam da questão (multi) cultural nos curriculos. Indagou-se sobre as perspectivas (multi) culturais explicitas e ~
implícitas nos curriculos de história utilizado nestas Escolas e sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa- '-'
ção das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de,História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (MEC, 2004) e as -3-
Orientações e Ações para a Educação das Relações Etnico-Raciais: ensino fundamental (MEC, 2006), Utilizou-se de ,~
entrevistas orais temáticas semi-estruturadas, dialogando com os professores de história sobre a questão do (multi) ~
culturalismo e análise dos curriculos prescritos (MEC,2004/2006). Esta investigação possibilitou estabelecer alguns co
encontros e embates que permeiam o (multi) culturalismo nas interfaces com as questões étnico-raciais, curriculo, e ~
ensino de história nessa região. :i?
o
c::
'",
c::
u..J
143
Amauri Mendes Pereira - Centro de Estudos Afro-Brasileiros-UCAM
O Minas Clube e a Lei 10.639/03: um entroncamento na História e Cultura Afro-Brasileira
Além do desafio político, do desafio acadêmico e do desafio da práxis dos educadores, venho identificando em cursos
de formação continuada de educadores de redes públicas, um desafio crucial á implementação da lei 10.639/03: a
própria conceituação do que seja História e Cultura Afro-Brasileira. Pretendo, então, apresentar a história do Minas
Clube, o 'Clube Negro" de Além Paraiba-MG, nos anos 50 e 60. Buscando recuperar a trajetória do protagonismo negro
numa pequena cidade, o texto aborda tipos de relações que eram estabelecidas por diferentes segmentos da popula-
ção negra com elites regionais, e com outros agentes sociais e políticos, a partir de fontes documentais e de depoimen-
tos de fundadores e participantes do clube; muitos deles, ativistas junto ás oficinas e ao sindicato dos ferroviários da
Leopoldina na região. A investigação problematiza sobretudo as visões: de uma História e Cultura Afro-Brasileira
construida em alteridade, ao largo do desenvolvimento da sociedade brasileira; e seu inverso -largamente difundido
no senso comum - que concebe uma História do Brasil, na qual as "agruras vivenciadas no meio negro': iniciativas e
processos intestinos de organização e ação, não passariam de epifenômenos, em relação aos contextos 'mais am-
plos' de lutas sociais no Brasil.
Eloisa Maria Lima Souto Silva, Cinthia Campanari, Ingrid Guimarães e Luiz Antonio Alves - Unilasalle
Ensino de história e Educação patrimonial
Pretende-se discutir neste trabalho a importância do estudo patrimonial como parte do curriculo de História no Ensino
Fundamental e Médio. Busca-se, além de trabalhar a memória, mas também a identidade do aluno com a sua história
local, incentivando-o a conhecê-Ia e respeitá-Ia. Conhece--se o descaso e desrespeito do cidadão aos patrimônios. Incluir
nos programas escolares a educação patrimonial objetiva sensibilizar o aluno a respeitar o patrimônio histórico e a história
local, preservando sua memória e incluir uma nova linguagem para o campo do ensino de História. Tem sido desenvolvida
experiência no Curso de Licenciatura em História, da Unilasalle, onde um grupo realiza trabalho de levantamento histórico
de patrimônios da cidade de Niterói, para que seus alunos, nas escolas onde atuam, estudem sua relação com aformação
da identidade do sujeito histórico, que nada mais é do que o cidadão. Como estudo de caso, é apresentada a Ilha da Boa
Viagem, em Niterói. Assim, relacionam-se os estudos do patrimônio e construção da identidade do cidadão local. Cidade,
patrimônio e sujeito histórico convivem diariamente, simbióticos, articulando-se e influenciando-se.
144
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min)
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A dissertação teve como objetivo central investigar de que forma as
i§
.
imagens da escravidão nos livros didàticos de História utilizados nas escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro w
interferiram na construção das representações sobre o negro no Brasil. No caminhar da pesquisa de campo, percebe- ~..
mos certa dificuldade de alguns entrevistados negros em abordar o tema: não identificação com os personagens, o ~
silêncio, a mudança de assunto. Nesse sentido questionamos: de que forma a organização das bases curriculares u
pode se configurar como espaço produtor de identidades? Que identidades foram retratadas nas narrativas dos ex- ~. .
alunos? Apartir da riqueza dos dados da pesquisa e de referencial teórico pertinente, desenvolvemos o atual trabalho. ~
Buscamos sustentação teórica em autores como Stuart Hall, Kathryn Woodward, Tomaz Tadeu da Silva, entre outros, .~
o
V>
Silvia Maria Amancio Rachi Vartuli e Lana Mara de Castro Siman • UFMG
Tiradentes pelos pincéis: o imaginário nas interpretações dos vestibulandos
Este artigo é um desdobramento da pesquisa de mestrado em educação desenvolvida na Universidade Federal de
Minas Gerais que apresentou como foco de análise as interpretações de vestibulandos acerca das representações
iconogràficas do personagem histórico Tiradentes, a partir de referenciais teórico-metodológicos trabalhados pela
História Cultural. Especificamente aqui, buscaremos evidenciar, por meio da anàlise das escritas dos vestibulandos, a
força de determinadas idéias que cristalizam visões e versões heróicas em torno desse personagem com o objetivo
principal de refletirmos sobre as possibilidades pedagógicas decorrentes da utilização da linguagem iconográfica no
ensino de História.
145
Ricardo Tadeu Caires Silva - FAFIPA·PR
Crime e cotidiano na Bahia oitocentista (1850.1888)
Fonte privilegiada para a compreensão do cotidiano escravo, os autos criminais tem sido utilizados nas últimas déca-
das pelos historiadores da escravidão no Brasil para evidenciar os embates travados entre senhores e escravos.
Tomando por base a análise de 192 processos crimes em que os escravos baianos se envolveram como vítimas e/ou
réus, busco problematizar a relação entre os crimes cometidos e sofridos pelos referidos cativos com as transforma-
ções ocorridas a partir de 1850, quando do fim do tráfico intemacional de escravos para o Brasil. Em especial busco
perceber até que ponto as disputas em torno da liberdade e da autonomia escrava acabaram em conflitos violentos,
tendo como vitimas os senhores e seus familiares, feitores e autoridades policiais.
146
pelo cotidiano e pelas péssimas condições de vida, esta presente nas recorrentes causa mortis. Desta forma vislum- ~
brarei a escravidão de modo a contribuir para estudos atuais sobre cativos e libertos no Rio de Janeiro oitocentista. ®
Jovani de Souza Scherer - Unisinos
Um estudo sobre a posse de cativos e população escrava, Rio Grande, século XIX
O presente trabalho propõe-se a apresentar os resultados parciais sobre o padrão de posse de escravos em Rio
Grande (Rio Grande do Sul), observado a partir da análise dos inventários post-mortem abertos naquela cidade duran- .~
te quarenta anos do século XIX (1825-1865). A idéia é demonstrar como se configurou a concentração de cativos antes g
e após o inicio do tráfico interno e do conseqüente deslocamento de cativos dentro do território do Império, em uma á5
área economicamente menos dinâmica que o sudeste brasileiro. ~-
Serão apresentados também dados referentes a censos e estimativas da população livre e escrava de Rio Grande em Ei
diferentes momentos do século XIX, nomeadamente: no inicio do século (1819), a estimativa do viajante francês Saint- ~
Hilaire; no meio do século (1842), um mapa estatístico produzido pelo então subdelegado de Rio Grande; e no final do ~
século, o censo de 1872. Com o cruzamento das informações destas fontes e dos inventários, pretende-se criar uma ~
perspectiva de análise que possibilite traçar um esboço de como se configurou a população de escravistas e dos .~
cativos de Rio Grande, e como estes reagiram ás transformações do século XIX, sobretudo em relação a abolição ~
efetiva do tráfico de africanos em 1850.
147
Médio São Francisco que percebe-se tais especificidades no modo de viver dos cativos no sertão pernambucano. Tais
características referem-se à função social e econômica dos cativos, às relações existentes entre estes e outras parce-
las da população e aos hábitos e costumes escravo.
148
do como uma zona de contato privilegiada de europeus, brasileiros e africanos. Esses contatos se deram de forma ~
hierárquica, na qual os europeus exerciam dominação econômica e social. Os relatos foram utilizados como fonte e @
objeto, analisando os textos escrito e imagético. Conclui-se que os relatos revelam os modos de ver o Brasil do século o
XIX, sua geografia e sociedade. Destacando a forte presença da população africana, registrando sua diversidade ~
étnico-cultural, através da descrição de adereços, vestimentas e rituais reveladores de origem étnica específica. Essas ~
representações demonstram o quanto os europeus conheciam as especificidades e diversidades das sociedades ;
africanas e, ao descrevê-Ias revelaram uma visão científica predominante do século XIX, marcada pelo etnocentrismo, .§
eugenismo e evolucionismo; contribuindo para efetivação da dominação colonial, deixando marcas para hoje entender g
várias características da diversidade africana. á5
",-
co
Virginia Queiroz Barreto Castellucci . UNES ~
Trabalho e Vida: trajetória de vida de escravos e libertos no Recôncavo Sul Baiano. (1850-1900) ~
Este trabalho tem como foco principal á investigação das atividades desenvolvidas por escravos e libertos no Recôncavo 1íS-
sul baiano na segunda metade do século XIX. Apesar da importância econômica para o abastecimento da capital :gJ
Salvador esses centros urbanos; Nazaré, Jaguaripe e Maragogipe, diferentemente do Recôncavo tradicional açucarei- .~
ro, foram pouco estudados. A trajetória de vida e a importância dessa população de cor seja ela escrava, liberta ou ~
pobre livre, retrata um mundo de luta pela sobrevivência. São homens e mulheres que buscam, em um ambiente nem ,g
sempre favorável, meios de sobrevivência; praticando, nas brechas deixadas pelo comércio local, atividades ilícitas ~
como forma de garantir sua sobrevivência. Tendo como ponto de partida uma extensa documentação, de natureza 13
diversas, como: livros de registro de compra e venda de escravos, censos, livros fiscais, correspondências municipais .fl
entre outras, busco perceber, nesse estudo, a efetiva participação desses sujeitos nos mais diversos setores dessa
sociedade.
149
caso Havia vínculos que uniam senhoras e escravos de forma complexa. Laços que talvez fossem interpretados de
maneiras distintas por ambos. Para alguns, tais práticas poderiam ser compreendidas como concessões, já para
outros, eram consideradas como conquistas. Mulheres solteiras ou viúvas, muitas vezes, buscavam sua sobrevivência
no trabalho de seus cativos, estabelecendo-se desta forma uma dependência entre ambos. Um dos objetivos deste
texto é buscar a partir da forma como agiam mulheres e cativos, seus pontos de solidariedade e conflito. Contrapondo
a idéia de passividade e conformismo, tanto as mulheres livres, quanto ás cativas e cativos agiam e reagiam contra
todo um sistema que insistia em silenciar.
150
Luiz Gustavo Santos Cota· UFJF ~
Uma onda entre as montanhas: o movimento abolicionista em Ouro Preto nas últimas décadas da escravidão @
O presente trabalho tem como objeto o estudo do movimento abolicionista na antiga capital de Minas Gerais, Ouro o
Preto, Através de jornais e relatos de época, tentamos perceber como se desenrolaram as ações antiescravistas na ~
capital oitocentista das Minas, entre os anos de 1871 e 1888, As primeiras reações ao processo de emancipação til
gradual, inaugurado no Império brasileiro através da chamada Lei do Ventre Livre (1871), a criação de jornais e socie- ';
dades abolicionistas, a promoção de alforrias, além das manifestações públicas contra o regime escravista são alguns '~
dos elementos que apresentaremos nesta comunicação, Tal proposta é parte integrante de uma pesquisa desenvolvi- g
da pelo autor no Programa de Pós-Graduação em História, Mestrado, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), á3
151
confronto entre a propriedade capitalista da terra e os regimes alternativos que nascem da crise do sistema. Portanto,
a luta pela terra das comunidades negras está posta num contexto que abarca todo o campesinato brasileiro, com as
devidas peculiaridades. Na maioria dos casos, as comunidades negras já ocupam pequenas porções de terras, porém
sem o título da propriedade.
152
20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
@)
Rafael Peter de Lima - UFRGS o
O poder do sistema escravista e as redes de tráfico terrestre na fronteira do Brasil Meridional (meados do ~
século XIX) ~
Resumo: Apesar das leis abolicionistas implementadas no território uruguaio nos anos 1840, ser negro na região de
fronteira com o Brasil significava conviver com a constante ameaça de uma (re)escravização. Partindo de casos docu- .~
mentados, o presente texto aborda a questão do 'tráfico terrestre' de cidadãos orientais, introduzidos no Império brasi- §
leiro para serem comercializados e conduzidos ao cativeiro. O artigo descreve e analisa alguns aspectos da organiza- Cl:>
ção e funcionamento destes aparatos destinados a dar suporte ao tráfico humano, suas formas de atuação, assim e"
como suas ligações com o poder público e privado. .§
'-'
Renata Romualdo Diório - USP ~-
A luta pela emancipação: os entraves judiciais na transição da escravidão para a liberdade ~
O reconhecimento do direito legal do escravo à alforria surgiu no Brasil no final do século XIX, já no contexto da crise .~
terminal da escravidão. No período colonial e nas primeiras décadas do Brasil independente, as alforrias se davam no ~
âmbito privado. Esse fator contríbuiu para que a sociedade escravista, sobretudo a mineira, incorporasse modalidades ,g
de manumissão concedidas costumeiramente, o que acabou gerando uma série de conflitos nos processos de liberda~ 3
~
de. Esses processos, quando não resolvidos no âmbito privado, transpunham as relações senhor - escravo em direção '-'
G3
às instâncias judiciais. Este trabalho analisará os principais motivos que impediram a efetivação de um processo de
alforria, a partir da análise das ações de liberdade ocorridas entre os anos de 1750 e 1800 na cidade de Mariana.
Essas ações também mostram que nem sempre a liberdade plena era garantida com a emancipação, pois sua legitimação
dependia ainda de uma série de condições que o contemplado deveria obedecer. Pretende-se, portanto, conhecer
quais as circunstâncias que levavam os senhores a cancelar um contrato de libertação, e, principalmente, quais os
contextos em que ex-senhores ou seus descendentes tentaram levar libertos de volta à escravidão.
153
das escrituras de compra e venda de escravos, associada a prática de manumissão, detalhando questões relativas ao
estudo, tais como, cor e gênero, faixa etária e estado civil dos escravos entre a liberdade prometida e a escravidão
perpetuada.
154
pública, instrução básica e profissional, habitações urbanas. Criou e interveio em várias instituições educacionais
como o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, os cursos juridicos, a Academia Militar, o Colégio Pedro 11, o Conserva-
tório de Música, a Academia Imperial de Belas Artes, estabelecendo regulamentos e formas de fiscalização com o
objetivo de garantir a uniformidade do ensino no Império. Constituiu comissões para pesquisa sobre sistemas de
educação em 'nações civilizadas européias', para coletar documentos relativos à história do Brasil e para procurar e
explorar riquezas e conhecimentos no Norte do pais.
Cássia Rita Louro Palha - Universidade Federal de São João dei Rei
Política audiovisual e oligopólio dos meios massivos no pais
O trabalho discute as políticas públicas de regulação dos meios de comunicação de massas no Brasil. Em especifico,
aborda-se os embates dentro do setor político-empresarial pelas concessões televisivas e na construção de uma rede ~
de poder caracterizada pela literatura como "coronelismo eletrônico". Representando um elo estratégico de ligação ~
entre a sociedade política e a sociedade civil, entre o consenso e a força, o "coronelismo eletrônico" expressa seu ]
poder vinculando as programações regionais e locais das concessionárias e das retransmissoras de televisão aos C/)
interesses eleitorais de seus proprietários. Em outras palavras, aquilo que para Gramsci representa o controle politico 'C;;
~
estratégico da "opinião pública" nacional. m
o
o::::
Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro Marinho - Museu de Astronomia e Ciências Afins/UFF .~
Política e engenharia: Os engenheiros brasileiros entre a sociedade civil e a sociedade política no Brasil ~
Império ';;;
O trabalho trata da ação institucional de uma parcela dos engenheiros brasileiros, particularmente aqueles ligados ao r3
:2
Instituto Politécnico Brasileiro (1862) e ao Clube de Engenharia (1880), no período final do Império brasileiro. Oestudo ~
aqui proposto focaliza, a partir da noção gramsciana de 'Estado ampliado", as relações profissionais e políticas que os
agentes vinculados às duas agremiações estabeleceram dentro da correlação entre sociedade civil e sociedade polí- ~
tica. Tendo em vista esta premissa e mediante o exame da produção de saberes especificos deste grupo de engenhei- .fí
ros - controvérsias cientificas, técnicas e políticas, intercâmbio profissional e ação junto a projetos estratégicos da
esfera administrativa -, objetiva-se analisar seu acesso a postos-chaves na formulação de políticas públicas do último
quartel do século XIX.
155
Valeria Araceli D'Agostino - Universidad Nacional dei Centro de la Pcia. de Buenos Aires
Agrimensores, Estado, propietarios: la conformación de las instituciones topográficas en el Rio de La Plata,
sigloXIX
A partir de 1820, el Estado provincial bonaerense creó diversas instituciones con el fin de organizar las tareas de
reconocimiento y medición de los territorios bajo dominio provincial, mensura, traza de caminos y pueblos, disel'io de
puentes, etc., destinadas, también, a impartir los saberes relacionados con la agrimensura. Nos parece importante
indagar en la conformación de estas instituciones, debido a que es éste un contexto en el cual tuvo lugar una importan-
te expansión dei territorio provincial, instrumentándose su cesión a manos privadas, lo cual otorgó a los saberes
topográficos y geodésicos una función de suma importancia. Intentaremos ahondar en la relación entre los diversos
actores involucrados: los agrimensores, las instituciones topográficas, el estado provincial y los propietarios de tierras.
También, comenzar la indagación de las formas en que se estableció un régimen de propiedad privada de la tierra.
Rodrigo Cesar da Silva Magalhães e Marcos Chor Maio· Casa de Oswaldo Cruz I Fiocruz
Desenvolvimento e Polítícas Públicas: os efeitos da proposta de criação do Instituto Internacional da Hiléia
Amazônica
O objetivo deste trabalho é abordar a proposta de criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica (IlHA) e suas
interfaces com a implementação de políticas públicas voltadas para a região amazônica entre os anos 1940/50. No
contexto da emergência da questão do desenvolvimento, tema em voga no pós-Segunda Guerra, o projeto do ilHA
começou a ser discutido no Brasil quando diversos planos de valorização econômica da Amazônia eram debatidos. As
controvérsias suscitadas pela proposta da UNESCO tiveram com~ lócus privilegiado o Congresso Nacional, envolven-
do parlamentares, militares, intelectuais, jornalistas e cientistas. A medida que a discussão em torno do ilHA se inten-
sificava no parlamento e na sociedade, a Câmara dos Deputados foi gestando alternativas ao plano da UNESCO,
ecoando, em parte, reivindicaçôes de diversos grupos de pressão. Assim, apesar de não ter sido criado em função do
debate sobre a internacionalização da Amazônia, o IlHA desempenhou um importante papel no sentido de colocar a
região na agenda político-científica nacional. A criação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) em
1952 e da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) em 1953 são evidências do
novo status que a Amazônia adquiriu nos planos governamentais.
156
Claudemir de Quadros - Centro Universitário Franciscano de Santa Maria
O discurso que produz a reforma: nacionalização do ensino e reforma educacional no Rio Grande do Sul
(1937-1945)
Entre os anos de 1937 e 1945 houve, no Rio Grande do Sul, um importante movimento de reforma educacional
conduzido pelo Estado. Esse movimento encontrou suas condições de emergência a partir do discurso formulado no
âmbito do projeto de nacionalização do ensino. Assim, o discurso da nacionalização do ensino produziu aquilo sobre o
que se pôs a falar, o outro - o estrangeiro - como perigo e informou a ação do governo que se reaparelhou para
enfrentar o problema. Em poucas palavras, o processo de reforma educacional, possibilitado pela nacionalização do
ensino, alterou, profunda e intensamente, as formas de gestão do sistema educativo no Estado do Rio Grande do Sul.
Este passou a afirmar-se sob as bases de uma gestão técnica, científica e racional, orientada por especialistas, envol-
vendo uma ampla e detalhada prescrição legal das atividades escolares e dos programas de ensino; uma forte incidên-
cia de controle e normatização; um conjunto de ações direcionadas para a formação continuada do corpo docente e a
instauração de ações relacionadas com o desenvolvimento de estudos e pesquisas educacionais que enfatizavam a
inovação e a modernização.
Janeiro. Cruzando as informações obtidas nos Relatórios dos Ministros da Guerra com fontes cartográficas, tornou-se ~
possível construir alguns mapeamentos, que dão conta da expansão das escolas do exército e sua posição na cidade. ~
Pretendemos discutir a relação existente entre a emergência de uma intelectual idade militar e as redes de sociabilida- ]
de construídas na cidade, tanto entre os próprios oficiais do exército, como aquelas que os abrigavam, mas estendiam- C/.)
157
Leticia Carneiro Aguiar - UNISUL
Políticas públicas para a educação catarinense: a questão da formação de professores em nível superior na
década de 1960
O estudo problematiza a política educacional na constituição do projeto hegemônico das elites oligárquicas catarinen-
ses na década de 1960, com enfoque na formação de professores, sendo de natureza documental, com base teórica
nas categorias analíticas de Estado, hegemonia e intelectual orgânico de Antonio Gramsci. As fontes documentais
foram: planos de governo, leis, planos de educação e relatórios. Num contexto de domínio político oligárquico, de
ideologia desenvolvimentista de modemização conservadora, desafio posto pela lógica do ascenso histórico das for-
ças econômicas capitalistas, à educação estava reservado importante papel na configuração desse projeto societário
excludente. Numa realidade escolar onde a maioria dos docentes do ensino primário era de "leigos" e do ensino médio
de normalistas de 2° ciclo, a politica de formação de professores restringia-se ao oferecimento de cursos de 'treina-
mento' para a maioria dos professores da escola pública. E, para àqueles que ocupavam estratégicas funções no
aparelho governamental, a política voltava-se à formação em cursos superiores, no intuito de preparar intelectuais de
"alto nível técnico", constituindo-se num valioso instrumento de um grupo social dominante para o exercicio de sua
hegemonia.
158
mento das políticas agrícolas e industriais do Brasil, sendo reveladora do tipo de país que se queria representar, no
qual a idéia de diversidade do território e da natureza representava um papel especial.
159
Magali Gouveia Engel - UERJ
"Os intelectuais e os prefeitos: convergências e divergências em torno das reformas do Rio (1902-1922)"
Esta comunicação apresenta alguns resultados da pesquisa 'Memória, história e cidade: os intelectuais e o Rio de
Janeiro (1870-1930)", sobre as crônicas escritas por expressivos nomes do rico e conturbado cenário literário da
época. Entre estes, destacam-se Coelho Netto (1864-1934); Olavo Bilac (1865-1918); Lima Barreto (1881-1922); e,
Paulo Barreto (João do Rio, 1881-1921) que por expressarem a diversidade do universo da criação cultural da época-
perpassado por tensões, conflitos, disputas, mas também por alianças e partilhas -, serão objeto do presente estudo.
Trata-se de buscar identificar as divergências e convergências entre as leituras que estes cronistas fizeram do proces-
so de modernização pelo qual passava a cidade do Rio, a partir dos lugares específicos que ocuparam na sociedade
e no campo intelectual da época. Procuro explicitar e discutir as diferentes posturas que manifestaram em relação às
reformas urbanas relativas ao período 1902 a 1922. Narrativas subjetivas do 'real vivido', espaços de construção e de
interpretação das memórias coletivas, considero as crônicas como lugares de conflitos entre interpretações que reme-
tem necessariamente ao universo das tensões sociais ou da luta de classes.
Claudia Regina Rodrigues Ribeiro Teixeira e André de Faria Pereira Neto - Fundação Oswaldo Cruz
A política de assistência médica de Pedro Ernesto (1930-1936): uma história em três tempos
A gestão de Pedro Ernesto Baptista na Prefeitura do Rio de Janeiro nos anos seguintes à Revolução de 1930 até o
Estado Novo pode ser considerada como um dos casos mais significativos da história das políticas públicas do Brasil
contemporâneo. Caracterizou-se por ações concretas em beneficio da educação fundamental pública, leiga, gratuita e
universal e pela organização de um complexo sistema de assistência médica à população. Entre 1931 e 1937, Pedro
Ernesto implementou a política de assistência médica nos cargos que ocupou. Tanto o locus para a implantação desta
política quanto a trajetória profissional e política de Pedro Ernesto são relevantes na sua passagem por estes cargos e
contribuíram para reafirmar a singularidade de sua gestão na então capital da República: dotar a cidade da maior rede
de hospitais públicos do País. O estudo deste tema resultou na dissertação de mestrado da autora, em 2004, do
Programa de Pós-Graduação em História das Ciências da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz e em artigo publicado no
'Cadernos de Saúde Coletiva'( .http://www.nesc.ufrj.br/cadernos/2005_2/resumos/CSC_2005 _2_claudiateixeira.pdD O
resgate do legado de Pedro Ernesto à frente do poder municipal visa recuperar um momento importante da História das
Políticas Públicas no Brasil.
160
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
161
vos no início do século não estão mais em atividade ou transferiram-se para outras regiões, Para as indústrias mais
recentes, a conclusão a que se chega é que as mesmas fazem parte de cadeias produtivas vinculadas ás empresas
matrizes, como montadoras de veículos, e portanto se instalaram nas proximidades das mesmas, usufruindo de bene-
fícios oferecidos pela guerra fiscal entre os municípios próximos, demonstrando uma continuidade da dependência
dos mesmos em relação às indústrias, principalmente transnacionais e que pouco benefício trazem para as cidades
que as recebem,
162
mesmo tempo, uma reflexão sobre a organização de uma política acerca das rendas públicas e as formas de enrique-
cimento e acumulação privadas dela advinda.
paraense. Em meio aos discursos acerca da necessidade de reordenação da província, a construção de um imaginário ~
acerca dos revoltosos ganha destaque: os cabanos eram apresentados como bárbaros destituidos de religião, instru- ~
ção e respeito á ordem. O discurso de que os cabanos eram uma ameaça á civilização existente certamente embasava ~
as ações de uma elite comprometida com o fortalecimento e legitimação do império brasileiro. Dentre estas ações, a a
instituição do trabalho compulsório atenderia as demandas econômicas e de controle social, mas o incentivo a religião 'in
e
e a educação seria a chave para tirar da barbárie grande parte da população. Assim, este trabalho se volta para as os co
discursos e propostas de reordenação da província, certamente ligados a um ideal de civilização dentro de um contex- ê
to nacional, mas com dinâmica própria. .~
::o
-:::J
Mônica de Souza Nunes Martins - UERJ D....
Ascensão dos negociantes e decadência das corporações de ofícios após a chegada da corte no Rio de .~
Janeiro (1808 . 1824) ~
Com o estímulo á importação de produtos ingleses propiciada pelos tratados de 1808 e 1810, as corporações de ';;;
ofícios entraram em processo de decadência. Embora durante muito tempo a historiografia tenha afirmado que elas .g
continuaram existindo após sua extinção legal, na Constituição de 1824, procuro abordar os fatores que levavam á sua J3
decadência, mostrando que elas foram realmente extintas em 1824. Com a ascensão dos negociantes no meio urba-
no, afirmaram-se as tentativas de eliminar a influência das irmandades religiosas sobre os ofícios, bem como os
privilégios profissionais patrocinados por elas. Desta forma, pretendemos mostrar que após a Lei Magna de 1824 o que
permaneceram foram as relações pedagógicas entre mestrado e aprendizagem no universo fabril, sem mais o mono-
pólio comercial e profissional exercido pelas corporações de ofícios.
163
21. Foucault, mutações do olhar
Luzia Margareth Rago (Universidade Estadual de Campinas) e Marilda lonta (Universidade
Federal de Viçosa)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Helena Isabel Mueller e Maria Ignês Mancini de Boni - Universidade Tuiuti do Paraná
Olhares educacionais diferenciados: Anísio Teixeira e Erasmo Pilotto
As primeiras décadas do século XX foram, para a educação brasileira, um momento de intensas discussões sobre sua
formulação e o papel por ela desempenhado na elaboração dos saberes constitutivos da idéia de nação. A reconstru-
ção nacional, proposta pela Revolução de 1930, tem na educação um de seus elementos de sustentação e, objetivan-
do sua 'eficácia' é articulado um discurso educacional cientifico organizado. A proposta deste trabalho é a de pensar a
ação de dois educadores brasileiros que viveram e produziram nesse período e que, mesmo integrando as estruturas
de poder vigentes, formularam políticas educacionais questionaram os princípios constitutivos da modernidade: Anísio
Teixeira e Erasmo Pilotto. Aescolha desses educadores se dá em função daquilo que suas práticas discursivas têm de
diferenciado no olhar para a educação em relação a seus contemporâneos, formulando propostas que, poderíamos
dizer, se aproximam da utopia. Ambos ocuparam postos dentro da estrutura de poder que os possibilitavam interferir
nas políticas públicas educacionais, pensando-as como um cuidado de si e como uma maneira de questionar a lógica
de poder vigente.
164
Thiago Fernando Sant'Anna e Silva - UFG
Meninas fabricadas nas escolas: a construção da diferença sexual na cidade de Goiás do século XIX
Propomos expor um caminho de interpretação da construção dos 'gêneros" nas práticas de escolarização das meninas
na Cidade de Goiás no século XIX. Tomadas como objeto histórico, problematizaremos algumas 'superfícies discursi-
vas' como uma fotografia de uma professora com alunos e alunas e fragmentos da legislação goiana da época. Para
tal, utilizaremos um arcabouço teórico-metodológico pautado em categorias construidas no interior dos Estudos Femi-
nistas e de Gênero e em procedimentos de interpretação proporcionados pelo filófoso-historiador Michel Foucault. Os
'encontros' entre feminismos e Foucault têm se revelado profícuos na elaboração de instrumentais de análise hístórica
por criticar o discurso científico enquanto capaz de produzir um conhecimento com base na coincidência entre pala-
vras e coisas, denunciar os limites do sujeito universal e das metanarrativas e, por meio do método da desconstrução,
revelar o processo artificial de 'fabricação' dos gêneros.
165
Na composição do quadro estão condensadas relações de força que atravessam o restante do livro. Tal descrição traz
logo de inicio uma materialidade sensorial para além das palavras e das relações de significado. Ao mesmo tempo,
enseja um modo de ler em que não apenas as imagens devem ser alvo de atenção, mas principalmente a relação entre
elementos diversos. Foucault situa a arte como um saber, atravessada por relações de força, mas ela mesma forte o
suficiente para fazer parte ativa dos combates que a cercam e a constituem. A vida de alguém pode ser uma obra de
arte, reitera Foucault. Fazer arte, assim como pesquisar e pensar, só têm sentido se impulsionam para uma estética da
existência e transformam a vida. A partir da problematização das relações de poder e força, nas quais a arte pode
funcionar como arma sob a perspectiva da liberação, propõe-se aqui apresentar algumas sugestões de abordagem e
exemplos da atividade artistica.
166
sões sobre forma travadas na música do século XX. O estudo comparativo entre Foucault e a história da música pode,
em um movimento duplo, jogar uma nova luz sobre as formas de racionalidade do século XX e contribuir com novas
maneiras de abordagem sobre as obras de Michel Foucault.
167
Diva do Couto Gontijo Muniz - UnS
As marcas de Foucault na Historiografia: a produção do Programa de Pós-graduação em História da UnS
Busca-se fazer um balanço crítico da produção do PPGHis/UnB, atentando para o efeito Foucault na forma de se
pensar a História nesse espaço. No conjunto de 248 dissertações e 75 teses produzidas no período de 1976 a 2006 é
visível a contribuição do filósofo, um dos 10 autores mais citados nos trabalhos analisados. Aquela se explicita nos
deslocamentos operados, como a apropriação das noções de poder, de disciplina da micro-política, de normatização
das condutas, e aínda na ampliação temática, com estudos sobre os excluídos, sistemas de reclusão e medicalização,
prostituíção, mulheres, corpo, gênero, sexualidade, etc. Se é inegável sua contribuição nas "mutações de olhar' pro-
cessadas, trata-se, todavia, de uma mudança problemática porque feita por partes, já que apenas incorpora algumas
~oções na narrativa convencional, informada por modelos macro de interpretação. Excetuando-se alguns trabalhos da
Area de Estudos Feministas, que priorizam as descontinuidades, a inversão das evidências, o entrecruzamento de
séries, predomina uma história pensada sob a lógica globalizante, das continuidades e do sujeito centrado. Mal 'deci-
frado', Foucault teria sido 'devorado' pela história dos historiadores, justamente a história que ele tão ousadamente
questionou e desestabilizou?
168
com o passado e com a atualidade. Nesse sentido, compreende-se a história como uma ferramenta que possibilita
demarcar tudo aquilo que nos delimita, que nós singulariza e dispersa nossa identidade. Assim, como enfatizou Michel
Foucault a história não revela aquilo que somos mas ela indica o que nós já não somos mais, ou estamos em vias de
nos tornar.
169
João Paulo Cordeiro Reis - UFRJ
Etno-grafando: a antropologia como prática discursiva
O objetivo deste trabalho é refletir sobre dois aspectos considerados centrais para o saber e o fazer antropológicos: o
trabalho de campo e a escrita monográfica. A partir das considerações de Foucault sobre subjetividade e poder, preten-
de-se problematizar as relações entre o pesquisador e seu 'objeto" de estudo, discutindo noções como pertencimento,
distanciamento e interação. Num segundo momento, busca-se refletir sobre a etnografia como prática discursiva de
um sujeito conhecedor sobre um "objeto" conhecido. O exercício antropológico é encarado como mediação entre dois
universos conceituais distintos: o do pesquisador e o do grupo estudado.
170
Haroldo Gomes da Silva
A história social e a tecedura da fábula do trabalho no Brasil
A maioria dos estudos historiográficos realizados no Brasil sobre o tema do trabalho se agrupam no campo da história
social. Os trabalhos pioneiros foram realizados por sociólogos e remontam á década de 60, tratando principalmente da
trajetória do movimento operário, Trabalhos mais recentes incluem temas diversos: história do movimento operário e o
controle social nas fábricas e fora delas, o processo histórico de construção de uma identidade operária, Narra-se um
sujeito, seja o trabalhador ou suas formas de luta e de organização, registra-se a luta de uma classe (trabalhadora)
contra outra (burguesia) e, ao fazer isso, reproduz-se a noção de que o trabalho é central na sociedade, na política, na
vida de todos. Nessa perspectiva não se questiona como o trabalho foi historicamente construído no Brasil como um
enunciado que fundamenta a sociedade, que referencia as pessoas num tempo em que tudo é feito para torná-lo raro.
Ou seja, a história social, ao urdir os fios que tecem a fábula do trabalho no país acaba proclamando a vitória do capital
sobre uma humanidade subjugada de trabalhadores que não são mais, e que não podem ser, outra coisa, quando se
trata de quebrar a capacidade do trabalho de homogeneizar tudo o que não é com ele.
171
22. Gênero, Memória e Ditadura na América Latina
Cristina Scheibe Wolff (UFSC) e Ana Maria Colling (UNIJuíl UNILASALLE)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Fernanda Gil Lozano - Universidad de Buenos Aires
Construcción de identidades de Género bajo la represión
Las dictaduras de los anos 70 en los países de América dei sur presentan ciertas particularidades con respecto a las
construcciones genéricas. En primer término, porque la represión política tuvo poca diferenciación en lo relativo a uno
y otro sexo. Hubo gran número de mujeres exiliadas, presas y detenidas - desaparecidas. Desde fines de los anos 50
las mujeres latinoamericanas comenzaron a ocupar un espacio creciente dentro de las organizaciones sociales y
políticas en sus màs variadas expresiones desde organizaciones populares de control dei abastecimiento hasta ser
cuadros militares en la lucha armada. Una lectura rápida podria lIevar a pensar en la trasgresión y castigo posterior de
estas mujeres por parte de sectores conservadores amparados en la doctrina de seguridad nacional, criterios católicos
y de los grupos de derecha en general. Me parece interesante indagar en los consensos que estos conceptos retrógra-
dos tuvieron en los grupos progresistas y revolucionarios durante los mismos anos. Esta puede ser una lIave para
com prender el trato tan brutal que tuvieron las mujeres, que se animaron ai protagonismo social, ai punto de provocar
una redefinición por parte de los represores. De ahí que muchas madres fueran increpadas "por no haber sabido
educar a sus hijos".
Andréa Bandeira - Facul de Ciên Hum e Soe. Aplicadas do Cabo de Sto Agostinho
Resistência Cor-de-Rosa-Choque: lutas femininas no período da ditadura militar
(Pernambuco, 1964-1985)
Observa-se um número crível de estudos sobre o período pós-Golpe de 64. Este número cresce á medida da abertura
e exposição dos arquivos ao pesquisador. Mas, esta literatura, normalmente negligencia o papel feminino no sucesso
ou na resistência do/ao Golpe e á ditadura instalada. Isto se deve em parte ás abordagens literária e historiográfica que
apenas recentemente têm valorizado as mulheres na construção e reconstrução da realidade e da História. A proposta
desta pesquisa é oferecer um modelo e uma narrativa que favoreça a observação desse grupo, ás vezes marginaliza-
do, tendo como corte histórico Pernambuco nos anos de 1964 a 1985, e como objetivo estudar as diversas formas de
resistência, paralelamente ás lutas em defesa do Estado Autoritário, de mulheres, praticadas neste lugar e período em
que vigorou o Governo Militar no Brasil. A partir da compreensão do conceito de Gênero, conclui-se que a economia
política do sexo faz parte de sistemas sociais totais, sempre costurados em arranjos econômicos e políticos. Conse-
qüentemente, a partir da análise de Gênero, observa-se a interdependência mútua da sexualidade, da economia e da
politica sem subestimar a total significação de cada uma na sociedade humana, restituindo, dessa forma, sujeitos e
sujeitas omissos das narrativas.
172
são, no congresso da UNE em Ibiúna, por exemplo, para convencer as familias brasileiras que as jovens militantes ~
eram promiscuas e não militantes políticas. Por outro lado, para a esquerda, que fazia oposição ao regime militar, havia
um inimigo maior a ser combatido, o poder militar. E a contradição que norteava as discussões dos (as) militantes era
®
a que se dava entre a burguesia e o proletariado Adiscussão que envolvia as relações entre homens e mulheres era de
menor importância. Amaioria das mulheres militantes em partidos revolucionários concordava com esta premissa. Isto ..§
reforçava o poder masculino dentro das organizações e atrasava os avanços do movimento feminista. ~
co
.g
Cátia Cristina de Almeida Silva - UFMT -O,)
E
Memória política: os brasileiros e a resistência à ditadura militar no Chile (1969-1973) <t:
co
O exílio, como estratégia utilizada pelo governo militar para afastar a oposição ou como uma oportunidade de sobrevi- c::
vência, embora colocasse fim aos projetos individuais e políticos não anulava a resistência e a continuidade de contes- ~
tação ao regime militar instituído no Brasil em 1964. Vários foram os locais, dentro e fora da América Latina, buscados ]l
por homens e mulheres para exilarem-se. Enquanto no Brasil a repressão comandada pelo governo Médici intensificou i:5
e se especializou nesse período, o Chile, por sua tradição democrática e pelo início do governo socialista de Salvador :
Allende, tornou-se um dos lugares mais seguros e atrativos para os refugiados das ditaduras. A proposta do trabalho é :§
demonstrar a partir da análise das memórias, dos relatos orais e de documentos oficiais dos órgãos de repressão, ~
como foi a experiência do exílio brasileiro de homens e mulheres no Chile entre os anos de 1969 e 1973. A intenção é ~
apresentar os vários papéis assumidos, de sujeitos e agentes da resistência ou mesmo de apoiO àqueles que viviam 2-
na clandestinidade. O resultado tem sido muito interessante e aponta para experiências heterogêneas, evidenciando .~
que mesmo sob a vigilãncia brasileira além-fronteiras, houve participação e integração à vida política, econômica e (.!:J
social chilena.
173
cidos da Argentina,Tal perspectiva de análise surgiu a partir do estudo de depoimentos orais e arquivos familiares de
desaparecidos políticos gaúchos na Guerrilha do Araguaia e ainda, principalmente, através de cartas entre mães,
esposas, amigas e sobreviventes do conflito do Araguaia, que levantaram indícios que apontam para processos e
acometimentos de múltiplos sentimentos e sentidos que passaram a reordenar o cotidiano e o mundo destes familia-
res, Uma destas reordenações diz respeito ás relações de gênero,
174
Maise Caroline Zucco - UFSC ~
Grupos de mulheres e feminismos em Florianópolis: a constituição de um movimento periférico
Sob diversas perspectivas a bibliografia disponivel sobre os vários feminismos e grupos de mulheres que estiveram
®
atuando no Brasil a partir de 1975 nos encaminha para a história do movimento com uma produção que, em sua '"
grande maioria, trata do país de uma forma geral. Uma parcela considerável desta produção bibliográfica não discorrer ,~
sobre as especificidades das diversas localidades brasileiras, atribuindo um caráter generalizante de "movimento femi- ..:::J
nista brasileiro" às mobilizações e grupos formados nos grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo. Tendo em ô
vista a importância atribuída à determinados centros, este trabalho tem como proposta perceber as relações entre os ~~
movimentos feministas e de mulheres durante a ditadura militar em Florianópolis e determinadas capitais brasileiras. ~
'"
c::
Luciana Rosar Fomazari Klanovicz - UFSC ~
Imprensa no olho do furacão: censura na ditadura militar -5
.'!l
Esta comunicação apresentará as formas assumidas pela censura durante a ditadura militar. Acensura e/ou a interven- c;
ção govemamental sobre a imprensa é marcante e antiga na história do Brasil. Diversos trabalhos dão conta da :
historicidade e da relação estabelecida entre a imprensa e o Estado, entremeada pelas investidas públicas de ação :§
censora. A década de 60 assiste a medidas conservadoras como a proibição do uso do biquíni em 1961. É importante fij
lembrar que o conservadorismo não partia apenas do govemo, mas também da sociedade que se mobilizava contra :2
determinadas mudanças e até apoiava positivamente a manutenção dos posicionamentos de algumas instituições 2-
conservadoras (como a Igreja) em relação aos conceitos de liberdade e de democracia. Tais fatos evidenciam a neces- .~
sidade de perceber a censura em seu percurso histórico. A preocupação em definir o tipo de relação que se esta bel e- <.!J
ceu durante a ditadura militar e a censura fomece subsídios para que se perceba qual direção ela tomou, ou ainda, se
tinha adesão de grande parcela da sociedade e em que medida isso ocorreu.
175
campanha educativa, através dos jornais, revistas, bailes e festas beneficentes, para tornar a Maternidade Climério de
Oliveira, uma instituição bem vista pelas mulheres que integravam as camadas pobres e privilegiadas. O parto feito no
interior da casa auxiliado por uma parteira, era visto como um atraso para o país. E os médicos da Faculdade de
Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro imbuíram-se da missão de afastar o Brasil da ímagem de país atrasado.
Maria Lucia Mott e Olga Sofia Fabergé Alves - Instituto de Saúde - SESSP
Mulheres dentistas em São Paulo
Desde os anos 1980, as faculdades de odontologia no Brasil têm formado mais mulheres do que homens, numa
crescente feminização da profissão. Poucas páginas, porém foram escritas sobre o início do acesso das mulheres à
profissão. Esta apresentação tem por objetivo discutir os primeiros resultados de uma pesquisa sobre os trabalhadores
de saúde em São Paulo, elaborada a partir dos documentos da antiga Divisão do Exercício Profissional da Secretaria
de Saúde do Estado de São Paulo (1892-1978), preservados pelo Centro de Memória da Saúde (Instituto de Saúde-
SESSP). Trata-se de uma coleção de 107 livros de registro de diversas categorias profissionais, nos quais é possivel
levantar local e data de nascimento, filiação, idade de formatura e registro, escola e tipo de credenciamento. Focamos
a apresentação na análise dos registros das dentistas, nas duas primeiras décadas do século XX. A pesquisa levanta
várias questões, a destacar: quais as possibilidades de formação profissional, de inserção no mercado de trabalho, as
semelhanças e diferenças entre o perfil social das diferentes trabalhadoras da Saúde (farmacêuticas, parteiras, enfer-
meiras e médicas), contribuindo desta forma para repensar a inserção das mulheres no espaço público e nas ciências
da saúde, no período.
176
Bianca Antunes Cortes, Luiz Otávio Ferreira, Nara Azevedo e Moema Guedes - Casa de Oswaldo Cruz -
Fundação Oswaldo Cruz
@
Gênero, Ciência e Educação: uma análise da produção científica feminina no Brasil, 1940-1960 co
Este trabalho procura somar-se aos esforços que vêm sendo empreendidos para institucionalizar os estudos de gêne- .E
ro e ciências no Brasil, em especial áqueles relacionados ás ciências naturais e ás biomédicas. Identificar a produção ~
científica das mulheres no periodo demarcado pelas décadas de 1940 e 1960, é um dos nossos principais objetivos. ~
Para tanto, montamos um banco de dados com todos os artigos de autoria feminina, no período em questão, em quatro :~
das principais revistas cientificas destes campos de conhecimento: Memórias do IOC; Revista Brasileira de Biologia; ~
Anais da Academia Brasileira de Ciências; Revista Brasileira de Malanologia e Medicina Tropical. Além de demonstrar a ê
presença e a contribuição das mulheres vis-á-vis a de seus colegas homens, para o desenvolvimento das ciências que \5
integram estes campos de conhecimento, buscamos, dentre outras, determinar as diferenças no que se refere á quantida- 19
de e temática dos artigos femininos em cada uma dessas revistas, a dinâmica por década dessa produção, origens o
institucionais das autoras, áreas de atuação prevalentes. Ao tomar visivel o trabalho de mulheres cientistas, podemos Q)
refletir sobre a estrutura social da ciência no Brasil num período marcado por mudanças institucionais significativas. :§
E
Q)
177
Lana Lage da Gama Lima - UENF
Delegacias Especializadas de Atendimentento à Mulher: obstáculos para a implantação de uma política públi-
ca de gênero na área de Segurança Pública
As delegacias especializadas no atendimento à mulher vitima de violência constituem a mais importante política públi-
ca de gênero implantada no Brasil na área da Segurança Pública. No Estado do Rio de Janeiro, sua instalação data de
18 de julho de 1986 e, mesmo após vinte e um anos de existência, ainda são muitos os problemas enfrentados para
que essas unidades atendam plenamente aos objetivos com que foram criadas, como resposta a intensas campanhas
promovidas pelos movimentos feministas na luta por uma atendimento adequado e de qualidade à mulher vitima de
violência. Para além das dificuldades de ordem material, e talvez explicando porque estas persistem, fatores de ordem
cultural têm constituido obstáculos para que essa política pública consiga atingir, passados tantos anos, os resultados
esperados à época de sua criação. Nessa comunicação abordaremos alguns aspectos dessa questão.
Glória Cristina Ferreira Gabriel e Lilian Rodrigues da Cruz - Colégio Anchieta e Colégio Marista São Pedro
Uma leitura dos gêneros feminino e masculino na música de Chico Buarque
Há uma tensão permanente entre considerar a música como arte ou com o bem de consumo, pois essa é passível de
reprodução. Mesmo assim a música vem ocupando um lugar privilegiado na história brasileira à medida que atinge
todas as camadas sócio-econômicas, além de revelar os conflitos cotidianos. Neste sentido, o presente trabalho obje-
tiva fazer uma leitura dos gêneros feminino e masculino na música de Chico Buarque de Hollanda, devido a sua
importância no cenário sócio-político brasileiro.
178
lia da Silva Brognoli - UFSC ~22
Cartas de Frida Kahlo \.!:!:)
As cartas de Frida Kahlo, compiladas e publicadas postumamente por Marta Zamora, configuram uma rica fonte de
informações a respeito desta figura tão importante no contexto artístico e revolucionário da América Latina. Assim co
sendo, me proponho a, partindo do exposto no livro "Cartas Apaixonadas de Frida Kahlo' - de autoria da referida autorag
- traçar um perfil preliminar da realidade de Kahlo dentro do contexto da Revolução Mexicana na primeira metade do ~
século XX, bem como as percepções da artísta acerca deste período históríco. Suas impressões quanto à vivência .~
deste momento foram expressas extensivamente através de seus quadros e de seus escritos; e as cartas que escre- -(1)
acentuada entre os papéis femininos e masculinos em Santa Catarina. A pesquisa compreenderá o espaço temporal (1)
entre os anos de 1930 e 1945, momento no qual ocorreram inúmeras transformações no discurso político, médico e :§
religioso em relação ao corpo, ao ambiente familíar e social. O período em questão justifica-se pelo aumento quantita- ~
tivo da normatização das condutas sociais e da necessidade de continuar mantendo a mulher na esfera familiar. :2
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Império, na condição de intelectuais orgânicos da época, demonstravam preocupação com o corpo feminino das
escravas e prostitutas ao prescreverem normas de organicidade e controle sobre esses corpos. Pretendemos eviden-
ciar uma tendência higienista capaz de responder às necessidades de purificação moral, fisica e social do corpo
feminino das escravas e prostitutas. Adotamos a categoria histórica de gênero, enquanto instrumento metodológico
capaz de responder o não dito e não escrito nos trabalhos médicos do século XIX a respeito do corpo feminino da
cI asse operári a.
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que configurou um campo de práticas de intervenção sobre o corpo, um território de batalha em que uma complexão
física associada à mulher se tornou manifesta. Se hoje o Barroco e as experiências religiosas tem uma afinidade com
a pós-modernidade e a hipermodernidade, acreditamos que uma reflexão sobre os místicos como um fenômeno singu-
lar que marcou a história do Ocidente, com desdobramentos no mundo ibérico-americano, traga contribuições aos
desafios do tempo presente.
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negras, índías, brancas e mestiças coloca o historiador diante de exuberantes fontes iconográficas para pesquisas que
tenham como objeto a identificação das mulheres brasileiras nos oitocentos como sujeitos individuais e coletivos e
suas relações de gênero. Imagens e imaginário estabelecem elos dialógicos no cotidiano representado pelo autor em
aquarelas que expõem as mulheres, mesmo as mais recatadas, no recôndito dos seus lares e nas vias públicas, aos
olhares inquietos dos leitores que podem visualizar as representações simbólicas criadas pelo autor e a captação de
fragmentos do universo feminino no Brasil do século XIX.
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de padrões que trouxessem uma verdadeira educação da mulher. A revista se pretendia ser uma produção feita por
mulheres para o público exclusivamente feminino. A Revista seria então uma produção sui generis, e seu estudo
permite identificar quais as representações e padrões de comportamento socialmente desejáveis para as mulheres
das camadas médias da sociedade brasileira.
e Belém. Nessa produção intelectual, verificam-se suas idéias abolicionista, republicana e espiritista, além da aborda- 15
gem sobre a relação de gênero vigente nos Oitocentos - o que se imprime através do próprio silêncio sobre a escritora ~_
e sua obra. Tratar-se-á, pois, de uma comunicação que alinhava História e Literatura. ~
.<1.)
183
tica 'negra', que escreveu este único livro de memórias). Estes textos me permitem retomar o discurso nativo sobre os
primeiros cinqüenta anos do século XX, para discutir certas representações sociais do 'pacto de silêncio' a respeito da
condição racial e de gênero no Brasil. Esta narrativa memorialista aparece como uma das possibilidades culturais que
contribuem para a ruptura desse pacto, na medida em que Carolina e Francisca detalham aspectos cotidianos da
instituição do 'racismo à brasileira', revelando estratégias culturais que expandem o campo de visão sobre o lugar do
racismo na construção das relações de gênero. Procuro, pois, considerar o uso que as escritoras fazem do vernáculo
(o estilo narrativo) como um meio para falarem de si e de outros, expressando formas complexas de construção de
suas próprias imagens e das múltiplas facetas identitàrias. Finalmente, justaponho as vozes de Francisca e Carolina,
sem silenciar a minha.
Losandro Antonio Tedeschi - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões
Do silêncio a palavras: identidades e representações sociais de mulheres camponesas no Noroeste do RS
Esta pesquisa aborda a história da mobilização social das mulheres agricultoras na região Noroeste do Rio Grande do
Sul, através do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, historiando as circunstâncias em que surgiu e se trans-
formou, examinando as influências recebidas do discurso da Igreja Católica e do Movimento Sindical Rural. Ao exami-
narmos essas relações com outros grupos sociais e instituições, vamos evidenciar as contradições que o Movimento
enfrenta, buscando entender como o imaginário e as representações sociais atuam sobre a vida das mulheres agricul-
toras. Através da metodologia da História Oral, foi possível analisar as funções e papéis sociais das mulheres agricul-
toras, os processos de reprodução e transformação sócio-culturais pelos quais estão passando, levando-nos a afirmar
que as identidades humanas são construidas ao longo da vida, pelos significados que os grupos sociais alimentam em
seus contextos culturais. As mulheres trabalhadoras rurais que guardam a história, que a contam a seus filhos e filhas,
mostram uma longa vida em que as mesmas, para não falar de outras dicotomias, tiveram que enfrentar permanente-
mente a desigualdade, embora nunca tenham se submetido completamente a isso.
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Luiz Antonio de Castro Santos - UERJ
A duras penas: estratégias, conquistas e desafios da Enfermagem em escala mundial
Abordar a noção sobre territórios evoca, desde logo, a definição dos espaços profissionais. Busca-se discutir a emer-
gência - a duras penas - da profissão da Enfermagem em escala mundial, nas primeiras décadas do século 20: as
estratégias, conquistas e desafios enfrentados pelas lideranças, a partir da semente da mítica Florence Nightingale.
Dentre as profissões republicanas na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina, foi esta a que se destacou pela
proposta altruísta e pelo espírito de vocação. Nessa ambigüidade constitutiva - vocação versus profissão - consoli-
dou-se a Enfermagem mundial. Os momentos ou episódios mais decisivos, como as Conferências e Encontros inter-
nacionais, foram verdadeiros ritos de iniciação para mulheres que pouco a pouco se apropriavam de um território
profissional e de uma práxis densamente humanitária. Propoe-se que, ao invés de vocação e profissão constituírem
uma polaridade na experiência do Cuidar, o conceito e a própria vivência do "ideal de servir' - isto é, o "chamado' -
representaram sempre um elemento dinamizador do ethos profissional entre enfermeiras de todo o mundo, desde a
criação do Conselho Internacional de Enfermeiras, no limiar do século passado.
Denise Ognibeni
Legados e Redes de Solidariedade: A Mulher nas Charqueadas Pelotenses no Século XIX
A participação das mulheres nos empreendimentos charqueadores na região de Pelotas, no decorrer do século XIX,
não se resumia a realização de bons casamentos, criação de filhos e manutenção de uma casa aparatada. Às mulhe-
res charqueadoras era preciso sobreviver em uma sociedade de grande instabilidade econômica. Neste sentido, esta-
beleceram-se redes de solidariedade vislumbradas por meio dos legados deixados em testamento por estas às suas
congêneres mais desprotegidas, onde evidencia-se a necessidade de criar soluções para sobreviver dentro do espaço ~
privado. Transitando pelas evidências deixadas nos testamentos e inventários do grupo charqueador vislumbra-se, por '\!::V
um lado, a esfera de poder exercido pelas mulheres como detentoras de parte do patrimônio familiar e, por outro, sua
posição de fragilidade quando não enquadradas em um bom casamento. Neste sentido, os acertos familiares e os
laços de solidariedade foram buscados como meio de sobrevivência.
seguir, enfim a aluna formada pelo C.SS.S. personificava um modelo de mulher da época: cristã, instruída, resguarda- -g
da, apta a desempenhar os papéis de esposa, dona-de-casa e mãe, e também o de professora primária. A identidade o...
de gênero construida na instituição era, evidentemente, uma identidade específica, uma vez que a categoria gênero é ~
relacional e define-se de acordo com as classes, etnia, religião, entre outros. O ser feminino formado pelo C.SS.S. era ~
um modelo de mulher que atendia perfeitamente aos anseios.
Nara Azevedo, Luiz Otávio Ferreira e Moema Guedes - Casa de Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz
Gênero, Ciência e Educação: uma análise da produção científica feminina no Brasil, 1940-1960
Este trabalho procura somar-se aos esforços que vêm sendo empreendidos para institucionalizar os estudos de gênero e
ciências no Brasil, em especial àqueles relacionados às ciências naturais e às biomédicas. Identificar e analisar, qualitativa e
quantitativamente, a produção científica das mulheres no período demarcado pelas décadas de 1940 e 1960, éum de nossos
principais objetivos. Para tanto, montamos um banco de dados com todos os artigos de autoria feminina, no período em
questão, em quatro das principais revistas científicas destes campos de conhecimento: Memórias do IOC; Revista Brasileira
de Malariologia e Medicina Tropical. Além de demonstrar a presença e a contribuição das mulheres cientistas, vis-à-vis a de
seus colegas homens, para o desenvolvimento das ciências que integram estes campos de conhecimento, buscamos deter-
minar as diferenças no que se refere à quantidade e temática dos artigos femininos em cada uma dessa revistas, a dinâmica
por década dessa produção, as origens institucionais das autoras, as áreas de atuação prevalentes, e a extensão das redes
científicas (invisibles coIleges) às quais pertenciam. Ao tomar visível o trabalho das mulheres cientistas, entendemos ser
possível refletir sobre a estrutura social da ciência no Brasil em um período marcado.
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administradoras de escravos, excluídas de manuais que tratavam do tema nos séculos XVII e XVIII, surgiram nas
propostas de educação da economia doméstica do século XIX. Essas incluíam o aprendizado de trabalhos manuais
para as senhoras e total responsabilidade pela administração e manutenção da limpeza, asseio e arranjo das casas. A
gestão dos escravos domésticos deveria garantir a disciplina, sem punições fisicas, mas através de exemplos e de
uma educação moral, principalmente para as escravas que possuiam uma tendência a 'imoralidade". Esses discursos,
em constante diálogo com contextos complexos e informações variadas, demonstram como diferentes decisões toma-
das por senhoras(es) e escravas(os) levaram a soluções diferenciadas e desfechos inesperados.
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Maria Ângela de Faria Grillo - UFRPE
Amas-secas e amas-de-Ieite: o trabalho feminino no Recife (1870-1880)
Não é raro vermos retratos e pinturas da segunda metade do séc. XIX que retratam a escravidão no Brasil, mulheres
negras cuidando ou amamentando crianças brancas. Isto nos remonta á idéia de que mulher branca, com alguma
freqüência, não possuía o hábito de amamentar ou cuidar de seus filhos. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar no
campo das práticas discursivas e não-discursivas a importãncia do trabalho das amas-de-Ieite e de criação de bebês
lactantes ou não e sua inserção na economia escravista do Recife entre os anos 1870 -1880, que ampliava o trabalho
livre. A fonte documental privilegiada pela pesquisa são as matérias e os anúncios apresentados num dos principais
jornais que veiculavam pelo Recife neste período, o Diário de Pernambuco, onde buscaremos compreender que ima-
gens e representações foram construídas nesses jornais e como funcionava esse mercado de amas-secas e de amas-
de-leite, sem perder de vista que esse era um dos segmentos do espaço do trabalho feminino na cidade. Através de
uma análise sistemática desses anúncios pode-se chegar aimportantes conclusões ou interpretações, como por exemplo,
a condição social, o estado civil e a idade dessas mulheres, assim como a localização desse tipo de comércio.
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emergência de várias críticas. Mas não apenas críticos masculinos se manifestaram, também, mulheres pronuncia- 15
vam-se contrariamente àquelas ações. Nesse sentido, procurarei analisar tais manifestações, privilegiando as femini- a...
nas, valendo-me de considerações, como as de Roger Chartier, a partir do conceito de violência simbólica, que supõe ~
a adesão dos dominados às categorias que embasam sua dominação. ~
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Claudia Regina Nichnig - UFSC
Resistência e opressão: a segunda onda do movimentos feminista no Brasil e as alterações no direito das
mulheres
Buscando aproximar a História e o Direito, a partir das discussões que tratam da categoria de análise gênero, preten-
demos contestar, historicizar e problematizar os embates e os debates que antecederam as mudanças legislações,
especificamente as que tratam dos direitos das mulheres. Analisando o que reivindicavam estas mulheres nas déca-
das de 1970 e 1980, para observar como foi dado voz a estas demandas. Assim, a partir da aproximação das análises
feministas e/ou de gênero ao direito, discutiremos as intersecções existentes entre as práticas e os discursos dos
movimentos feministas/gênero e as mudanças legislativas no periodo em questão. Observar a historicidade da legisla-
ção, desconstruindo as definições que apontam as leis como algo que é dado, como pronto e acabado: é a partir deste
olhar que pretendemos neste estudo apresentar as relações entre as mudanças nas leis referentes ás mulheres e a
constituição dos debates e anseios que caracterizaram e definiram as lutas feministas durante a Segunda Onda do
movimento no Brasil.
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era obrigar o namorado a cumprimento à promessa de casamento quebrada. Os processos de defloramento (pleito
judicial aberto por conta do litígio) revelaram-me o universo das relações sexo-afetivas e das expectativas matrimoni-
ais de mulheres e homens pobres, negros e mestiços nós permitindo, ainda que de forma preliminar para os objetivos
deste trabalho, analisar, a partir do discurso das vítimas e dos acusados, as aspirações com relação ao casamento, as
regras de conduta presentes nas relações de namoro e os padrões de escolha que presidiam estas relações profunda-
mente marcada por imagens e estereótipos de gênero e raça.
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res, bem como, entender como tais mudanças foram sendo escritas e representadas pela imprensa. Na elaboração do
texto utilizamos crônicas e notícias veiculadas no Jornal O Dia na década de 1970. Acreditamos que esse acervo,
prospectado no Arquivo Público do Piauí, constitui um importante corpus documental para a compreensão de como a
sociedade teresinense problematízava o viver feminino na urbe.
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trabalhadores, como as de oficio, por categoria profissional e de classe, identidades bastante mescladas na linguagem
empregada na redação dos estatutos sociais das entidades sindicais. Esses são alguns dos aspectos que nos propo-
mos a abordar em nossa comunicação.
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Antonio Luigi Negro - UFBa
Qual chapéu-de-couro? O trabalhador rural entre o banditismo e o desenvolvimentismo nos papéis da policia
politica
Apresentarei resultados parciais de pesquisa apenas iniciada. Irei trabalhar com um caso singular e, assim, explorar
anteriroes possibilidades de pesquisa, referidas ao debate sobre o trabalhismo no Nordeste.
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Luigi Biondi - UNIFESP
Identidades em conflito na greve de 1917 em São Paulo
Neste trabalho. analisarei as complexas dinâmicas que levaram à eclosão e ao desenrolar-se. em 1917. da maior
greve geral da época na cidade de São Paulo. enfatizando os conflitos entre os elementos culturais identitàrios étnicos.
nacionais e de classe dos tantos trabalhadores brasileiros e estrangeiros envolvidos no movimento grevista.
brasileiros após a Abolição em 1888. Como boa parte dos grupos das camadas populares, os libertos e seus descen- ~
dentes produziram poucos registros diretos sobre suas vidas, mas podemos percebê-Ias nas marcas culturais deixa- .:§
das nos espaços onde viveram, nas queixas encaminhadas à polícia contra eles, na literatura, crõnicas e imprensa de t...J
época. Além disso. houve insistência na manutenção de distinções utilizadas antes da Abolição como a condição jg
liberto, livre e o item cor mesmo onde elas não são requeridas, como ocorria em processos e artigos de jornais. Todos ]g
estes dados são bastante reveladores das percepções da sociedade em torno do ex-escravo e do afro-descendente ~
que buscaremos trabalhar nesta comunicação.
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18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
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cimento de uma nova dinâmica social. No estudo específico sobre as vivências do operariado de Santo Aleixo foi
privilegiada a margem de liberdade e criatividade na qual os mesmos foram capazes de fo~ar seus próprios padrões
culturais. Buscou-se, ainda, uma ampliação do conceito de classe, a partir da identificação das múltiplas e variadas
estratégias a que os trabalhadores recorreram diante das condicionantes estruturais a que estavam submetidos. Es-
sas estratégias ganham significado ao levar-se em conta, fundamentalmente, os contextos de vidas dos operários,
tudo isso observado nas falas e nos comportamentos
durante o Estado Novo e nos períodos posteriores até o regime de 1964 quando a entidade organizou estratégias de ~
luta pela saúde, esporte, educação, moradia e crédito para seus associados, forjou a identidade profissional da catego- LJ
ria e soube articulando-se contra a jornada excessiva de trabalho até o advento do neoliberalismo. Tradicional centro ~
gerador de lideranças políticas capixabas, o Sindicomerciários-ES articulou a criação do PTB e, mais da tarde, esteve ]i
ligado ao surgimento do PT e da CUT apoiando a eleição de oposições às diretorias do regime militar. Em tempos de ~
shoppings centers e economia globalizada os comerciários adotam estratégias renovadas de luta pelos direitos ao -i5
descanso e lazer, retornando às grimeiras demandas da categoria.
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19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
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20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
Isabel Aparecida Bilhão - UCS
"Quatro horas entre os anarquistas": O ensino racionalista e a imagem de Francisco Ferrer y Guardia na visão
de um clérigo católico
Na presente comunicação, pretendo, a partir da analise do opúsculo 'Ferrer 'Mártir' ou 'patife'?", publicado na revista
Vozes, em 1913, observar os principais argumentos utilizados por um representante do clero católico para contestar a
ação anarquista e a fundação de escolas modernas no Brasil, procurando identificar os principais enfrentamentos e
disputas entre essas duas correntes ideológicas na organização operária nas primeiras décadas do século XX.
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20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
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Ramon Victor Tisott - Unisinos
Infância, trabalho e família (Caxias do Sul, início do séc. XX)
Este trabalho se insere numa pesquisa maior, que se propõe a estudar a relação entre a infância e a industrializa-
ção, tendo como foco as crianças operárias em Caxias do Sul durante os anos iniciais de seu processo de industri-
alização. Dessa forma, são trabalhados dois importantes temas da historiografia contemporânea, e dois valores da
cultura regional: o trabalho e a família. O objetivo deste trabalho é subsidiar a mencionada pesquisa, caracterizando
a noção de infância na região no período estudado, por meio da análise de relatos orais. Experiências de relações
com a família e com o trabalho durante os primeiros anos de vida estão registradas em muitos depoimentos, que
formam bancos de memória sobre a região da qual Caxias é parte. Desses bancos selecionaram-se algumas entre-
vistas que foram analisadas.
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25. História &Música Popular
Tânia da Costa Garcia (UNESP . Franca) e Adalberto Paranhos (UFU)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Sonia Apparecida de Siqueira - USP
A cidade e a Música: Buenos Aires e o Tango
Esta é uma abordagem transdisciplinar que introduz na História Urbana nova fonte de conhecimentos a través da
Música. Nesta perspectiva duas plataformas essenciais se delineiam-se na busca da compreensão de Bs. Aires dos
fins do século XIX às primeiras décadas do XX: a paisagem humanizada de uma cidade que cresce e se transforma
com suas ruas, seus becos, seus bairros, seus arrabaldes, suas umidades, seus espaços tomados e vazios, seus
cafés, seus bares, suas casas de encontro, enfim, tudo o que compõe seu panorama. Em segundo lugar, sua confor-
mação moral, seu conjunto de relações sociais, seus costumes, suas tradições, seus empréstimos culturais, suas
recusas .. aquilo que Spengler chamou de 'sua alma'. A cidade enquanto geografia e enquanto cultura, sabendo-se
porém que a relação fisica e a realidade humana se compenetram indissoluvelmente e mutuamente se condicionam.
Essas duas faces projet,adas nas coordenadas do tempo vão sempre juntas. Das múltiplas faces da vida da cidade o
tango dà testemunho. E o único cancioneiro popular do mundo capaz de conter e difundir o drama da existência
humana. O tango atravessou os anos e ficou, 'como um pregão evocativo diante da imutabilidade do Passado e o
fatalismo do Tempo', retratando no conflito existencial do homem a Vida. Ontem e Hoje.
200
a missão de orientar a modernização brasileira, preservado o caráter nacional. Tal movimento teve influência direta
sobre a concepção de folclore urbano inaugurada em 1954, pela Revista da Música Popular Brasileira, a qual elegeu o
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samba dos anos 30 como a autêntica musica brasileira.
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não deve nos fazer perder de vista que, qual um novelo de muitas pontas, outras histórias se desdobraram nas dobras
dessa história. Embaralhando as linhas dos tempos e lugares, é possível perceber que a Bossa Nova contou ainda
com outros lócus de produção e consumo da autodenominada 'moderna música popular brasileira'. São Paulo, como
é sabido, foi um deles. Minas Gerais, mais precisamente Belo Horizonte, ao contrário do que comumente se pensa, se
deixou também contagiar, aqui e ali, pelo balanço da bossa. É o que atestam as obras de Pacifico Mascarenhas (figura
de maior destaque da Bossa Nova com toque mineiro) e seu Conjunto Sambacana, assim como outras composições
com a caligrafia de Roberto Guimarães (que, em 1960, seria gravado por ninguém menos que João Gilberto em seu
emblemático LP 'O amor, o sorriso e a flor"). Identificar e analisar as pontes musicais lançadas entre o Rio e Minas é o
objetivo deste trabalho.
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folclóricas e não européias, cada vez mais tem incorporado a música urbana em seu raio de atuação. Entretanto, há ~25
indícios de que os estudos da música popular vêm se constituindo num campo de pesquisa com dinãmica própria e ~
aspirações a autonomia metodológica, composto por diversas disciplinas, entre as quais a História, que alguns autores
têm denominado como Musicologia Popular.
203
Enzio Gercione Soares de Andrade - UFRN
O Espaço Privado Na Canção Tropicalista: Uma Análise de "Deus Vos Salve Essa Casa Santa"
A proposta deste trabalho tem por objetivo analisar as fronteiras e a própria noção de espaço privado na canção 'Deus
Vos Salve Essa Casa Santa', parceria de Torquato Neto e Caetano Veloso, registrada em 1968 por Nara leão em seu
disco tropicalista. AArticulação do projeto será feita através de pesquisa bibliográfica,tendo por fundamentação a aná-
lise do historiador Michel de Certeau sobre a categoria 'Espaço' e as concepções do privado na mesma categoria
,inserida em uma visão burguesa a partir da conceituação do Historiador Antoine prost. O fio condutor do trabalho parte
da idéia que o espaço é produto de vivências históricas e sua articulação no âmbito do privado é produto de uma visão
burguesa que se cristaliza na primeira metade do século XX, sendo alvo de contestação na onda contracultural na fase
final do mesmo século. Apesquisa terá por modalidade a construção histórica e literária do texto,a disposição melódica
em diálogo com o canto,e a análise filosófica destes elementos na perspectiva do espaço privado, visando esclarecer
esta idéia complexa, mas atraente, alvo de pertinentes discussões no ãmbito acadêmico.
204
Mariana Oliveira Arantes - UNESP ~
A Nova Canção Chilena no governo da Unidade Popular @
O movimento da Nova Canção Chilena aparece como um fenômeno musical relevante no Chile, desde a década de
1960 até meados da década de 1970, na medida em que seus desdobramentos extrapolaram o âmbito cultural pas-
sando a interferir na vida política do pais. Oobjetivo do presente trabalho é analisar o engajamento político dos artistas
do movimento durante os três anos de governo da Unidade Popular, de 1970 a 1973. Temos por escopo verificar de
que forma ocorreu a relação entre os intérpretes e compositores da Nova Canção Chilena com os partidos políticos de
esquerda no período.
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Rinaldo Cesar Nascimento Leite - UEFS
"Quem São Eles?": um samba de Sinhô e as suas polêmicas
Em 1918, o compositor carioca José Barbosa da Silva, mais conhecido como Sinhô, um dos principais responsáveis
pela consolidação do samba como gênero musical, lançou uma música que gerou grande polêmica. Seu titulo ("Quem
são eles?") e seus versos iniciais ("A Bahia é boa terra/ela lá e eu aqui .. .'), bastante provocadores, atingiram diretamen-
te o brio de alguns freqüentadores da casa da afamada Tia Ciata, dentre eles, Pixinguinha e Donga. Esta polêmica
musical, que originou a uma série de troca de ofensas, já foi comentada em obras especializadas na história da música
popular brasileira. Mas, além disso, produziu outras repercussões, ao atingir a sensibilidade identitária de certos gru-
pos de baianos estabelecidos no Rio de Janeiro. Alguns breves registros documentais revelam a indignação dos
baianos com as afirmações do trecho inicial da letra, que sugeriam alguma forma de,repulsa à Bahia ou uma dose de
"falsidade' nos baianos que diziam amar a sua terra mesmo residindo longe dela. E preciso ressaltar que tais fatos
ocorrem num contexto de intensas disputas regionalistas. Assim, o objetivo é lançar um olhar sobre os modos de
recepção, da atribuição de significados e as implicações que uma música pode gerar na sua época, ao mexer com
interesses, sentimentos e valores de grupos,
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Ricardo Santhiago Corrêa - USP
Negritude e polifonia: A presença da cantora negra na moderna canção brasileira
O período que compreende os anos de 1958 a 1964 é particularmente significativo para a eclosão e consolidação da
moderna música popular brasileira, sedimentada sobre as bases estéticas propostas pela bossa nova. Nesse contex-
to, as cantoras negras Alaíde Costa, Elizeth Cardoso e Elza Soares se apresentam como modelares, criando discos
emblemáticos e configurando três diferentes campos de atuação que têm sido visitados pelas profissionais surgidas
desde então. Cruzando dois tipos de fonte oral - a canção e a entrevista de história oral de vida -, este trabalho
apresenta as rotas abertas e percorridas ao longo da segunda metade do século XX por intérpretes negras de diversas
filiações estéticas. Dessa maneira, busca empreender uma análise da participação comprometida da cantora negra no
panorama recente da produção, circulação e divulgação da música brasileira, além de discutir as implicações atuais do
cruzamento de questões de raça e gênero sobre o trabalho.
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parte do século XIX - e até 1858 quando se ergueu em Porto Alegre o elegante Teatro São Pedro - foram os teatros
Sete de Setembro, de Rio Grande (1832) e Sete de Abril, de Pelotas (1833) os que apresentaram as melhores condi-
ções às práticas cênicas no extremo-sul do pais.
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17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
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Vilma Campos dos Santos Leite - UFU
Um olhar sobre o texto dram[atico Cala a boca já morreu de Luís Alberto de Abreu
O texto 'Cala a boca já morreu' montado e escrito em 1981 retrata o periodo de 1960 a 1978 num enredo localizado na
cidade de São Paulo. A ação não se restringe a essa abordagem temporal, uma vez que acontecimentos históricos
anteriores interferem diretamente na trajetória dos personagens que se entrecruzam na execução da fábula. Todo o
primeiro ato com onze cenas acontece durante o ano de 1960. Os personagens espelham conseqüência de determinados
fatos e em determinados momentos opostos, como, por exemplo, Dona Maya que rememora a Revolução Russa e Sr.
Artidônio que dá testemunho de conseqüências em sua vida a partir da queda da bolsa em Nova York. Já o segundo ato
acompanha o ritmo galopante dos trabalhadores da indústria automobilística. Muitos personagens e flashes. Os próprios
encontros entre dois protagonistas Atilio, um anarquista e João, um saquarema sem nenhum posicionamento critico
chamam a atenção para uma multiplicidade de tramas. Que percepção do período o dramaturgo revela? A migração e a
imigração que perpassam o desenvolvimento da peça estão fazendo que representação de sujeito? É necessário uma
análise e uma reflexão vinculados que ponha em foco o discurso presente nesse texto dramático.
Maria do Perpétuo Socorro Calixto Marques e Juciany dos Santos Silva - UFAC
Reconstrução identitária em Chapurys, peça teatral do cenário acreano
A apresentação fará a análise da peça teatral intitulada Chapurys, da acreana Regina Cláudia, e encenada pelo grupo
Garatuja, da cidade de Rio Branco-Acre. Para análise, somaremos à ferramenta teórica inerentes à composição teatro
narrativo, as discussões que versam sobre as produções discursivas identitárias. O objetivo é destacar o princípio
ideológico que marcou a produção do teatro político em Rio Branco nas décadas de 80 e 90, do século passado, e a
reapropriação e deslocamento semântico marcado na peça Chapurys.
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Luiz Humberto Martins Arantes - UFU
Teatro e História: fronteiras e tensões entre o local e o nacional
Esta proposta de comunicação de pesquisa pretende expor alguns caminhos e resultados que vem sendo pensados a
partir da implantação e desenvolvimento do projeto de pesquisa Memórias e processos do ator: vozes e imagens dos
artistas teatrais no triângulo das Minas Gerais (1970-1995), iniciado em fevereiro de 2007, na Universidade Federal de
Uberlândia e que tem objetivado pensar de forma conceitual e historiográfica questões em torno de uma necessária
história do teatro regional no interior de Minas Gerais. Para tanto, inicialmente, tem mapeado a existência de urna
historiografia do teatro regional no Brasil; depois, tem problematizado a pertinência do uso de categorias tais como
micro história e história local e, ainda, o necessário debate acerca da existência de uma hegemonia da idéia de
nacionalidade na escrita de uma história do teatro. Para isto, tem sido necessário pensar a necessidade de acervos
que cataloguem, organizem e disponibilizem esta memória teatral local/regional. Desse modo, tem se incentivado a
produção de pesquisas na graduação e na pós-graduação que foquem a questão dos espetáculos regionais e, princi-
palmente, a publicação de periódicos e livros resultantes das pesquisas realizadas.
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abordar as intersecções entre História e Teatro sob o prisma da criação e expansão do Teatro do Oprimido, consideran-
do seu engajamento político-cultural e sua compreensão dos sentidos atribuidos ao conceito de opressão no Brasil dos
anos de chumbo.
Thelma Lopes Carlos Gardair - FIOCRUZ I Casa de Oswaldo Cruz I Museu da Vida
História e Teatro no palco da Cidadania
O artigo 'Teatro e História no palco da cidadania' terá como objetivo principal discutir possibilidades de articulação da
linguagem teatral com o ensino na área de História, a partir da reflexão sobre a Mostra Teatro, Ciência e Cidadania. O
evento, produzido pelo 'Ciência em Cena' - espaço do 'Museu da Vida' dedicado à pesquisa e desenvolvimento de
atividades que relacionem Arte e Ciência - reuniu jovens de diferentes bairros da cidade do Rio de Janeiro, com o
objetivo de compartilhar experiências nos campos do Teatro e da Ciência e a relação de suas práticas com o exercício
da cidadania. Fruto de parceria entre duas instituições de referência em suas respectivas áreas de atuação - a "Fun-
dação Oswaldo Cruz' (FIOCRUZ) e a 'Casa das Artes de Laranjeiras '(CAL), o evento recebeu cerca de 400 especta-
dores e buscou promover o diálogo entre jovens de diferentes camadas sociais sobre temas relacionados à História do
Brasil, História do Teatro, cidadania e interfaces entre Ciência e Arte. No artigo a ser desenvolvido, serão discutidos,
também, temas de peças que focalizam aspectos históricos, bem como elementos de métodos de interpretação teatral
que possam estimular o debate sobre relações entre História, cultura, cidadania e Teatro.
212
Jonas Rafael dos Santos e Diogo da Silva Roiz - Prefeitura de Campina
Um empresário teatral: Françóis Cassoulet, administrador do Teatro Carlos Gomes na cidade de Ribeirão
Preto/SP (1896-1917)
Aborda-se a trajetória de Françóis Cassoulet em Ribeirão Preto, interior do Estado de São Paulo, entre 1896 e 1917,
quando foi dono de restaurantes e administrador de empresas teatrais e cassinos. Discutem-se o como a imprensa
local se referia aos atores e aos temas encenados no palco, tendo como base sua administração junto ao Teatro Carlos
Gomes.
213
27. História agrária: estruturas, paisagens, direitos e conflitos
Helen Osório (UFRGS) e Márcia Maria Menendes Motta (UFF)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Márcia Maria Menendes Motta· UFF
Consagração de domínios e gestação de conflitos (a concessão de Sesmarias 1795/1822. Rio de Janeiro,
Minas Gerais)
Em fins do séc.xVIII e início do seguinte a solicitação de sesmarias poderia referendar a ascensão desejada, inserindo
o lavrador nos quadros da categoria social de sesmeiro. Muitos haviam iniciado seus cultivos em terras de terceiros,
outros iniciaram suas atividades a partir de ocupação de terras devolutas, pretensamente sem donos. Além disso,
neste periodo, o Império adquiria uma territorialidade marcante e tal processo implicava o reconhecimento das inúme-
ras gradações de cultivadores, de perspectivas distintas na ação de ocupar. A partir da Chancela Real, é possível que
muitos passassem a almejar outras mercês, sentindo-se concretamente um privilegiado em relação a uma maioria que
apenas se amparava no auto-reconhecimento de ser um legitimo ocupante, mas que não podia usufruir de um título de
domínio em eventuais querelas com seus confrontantes. Ao intitular-se senhor de uma terra, chancelada pela Coroa
como mercê, o sesmeiro operava com os dispositivos da lei para consagrar-se como legal ocupante, como também
expressava seu poder na incorporação de terras ao arrepio da lei. Neste jogo de múltiplas faces, o estudo persegue a
trajetória de ocupação territorial de Ignácio Pamplona e de Paes Leme; exemplos emblemáticos das possiveis inter-
venções da Coroa em 'questão de terras'.
214
Masília Aparecida da Silva Gomes - UFMT
O que se planta e o que se colhe no termo do Mato Grosso, fronteira oeste do Império Português (1748-1790)
A descoberta de ouro no Vale do Guaporé (1734) levou um grande contingente de pessoas à região, em busca de
riquezas. A proximidade com as missões espanholas de Chiquitos e Moxos fez com que a Coroa portuguesa imple-
mentasse uma política de povoamento, com privilégios e isenções para os que se deslocassem à zona de fronteira. A
documentação pesquisada evidencia as dificuldades pelas quais passaram esses colonos, dentre elas a escassez e
carestia de alimentos. Considerando os poucos estudos sobre o tema, procuramos informações sobre o que se produ-
zia no termo do Mato Grosso e o que se comprava de outros locais, sem deixar de destacar que a natureza era pródiga
na oferta de alimentos.
A delimitação temporal da pesquisa justifica-se, por ser 1748 o ano da criação da capitania de Mato Grosso, e 1790,
por marcar o início de uma grave crise de abastecimento, cujas raízes ainda não foram analisadas.
A documentação utilizada na pesquisa integra os acervos documentais pertencentes ao Arquivo Público do Estado de
Mato Grosso - APMT, ao Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional- NDIHRlUFMT e a Casa Barão
de Melgaço - CBM, além de um vasto conjunto de fontes publicadas.
~
:::r::
215
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
216
mo para a economia capitalista no Brasil. Abordaremos os debates em torno das leis abolicionistas e uma proposta de
reforma da Lei de Terras, de modo a facilitar o acesso a terra. Serão examinados os programas de 'democracia rural'
concebidos por André Rebouças e Joaquim Nabuco, bem como a persistência de um plano de reforma agrária no Pós-
Abolição, observando-se o programa agrário do gabinete João Alfredo. Procuraremos, ainda, esclarecer as circunstân-
cias que terminaram por impedir a concretização de qualquer reforma mais ampla no setor agrário.
ro
.",
Roberta Barros Meira - USP oro
A gênese da modernização do setor açucareiro: os engenhos centrais no Brasil e;,
ro
O objetivo deste trabalho é propor uma discussão acerca da importância da política de desenvolvimento dos engenhos .~
centrais no Brasil, na segunda metade do século XIX, mas especificamente durante os anos de 1875-1889. A lei n°. ~
2687 de 1875 tinha como objetivo desenvolver os engenhos centrais e, portanto, o Governo Imperial garantiria os juros ::c
217
para todas as companhias que construíssem engenhos centrais, mediante o emprego de aparelhos e processos mo-
dernos os mais aperfeiçoados. Esse sistema baseava-se na separação da agricultura e da fábrica. Porém, no Brasil, a
maioria desses engenhos centrais faliu. Apesar disso, os engenhos centrais criariam as bases tecnológicas para a
introdução das usinas.
218
pelos historiadores, as imagens fotográficas produzidas por fotógrafos imigrantes que participaram desse processo
retratando o cotidiano da colônia de imigração nos seus mais diversos aspectos, especialmente o espaço agrário, além
de documentos como jornais da época e relatórios municipais.
defender seus interesses. Os mesmos podiam estar ligados a luta pela posse da Terra, a obtenção de um lote de terras §
ou mesmo a conseguir melhores condições de trabalho nas zonas rurais. ~
Este trabalho faz-se numa perspectiva comparada, destacando as similitudes e distinções encontradas nas duas ~
experiências. ro
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-e
Gleyson Nunes de Assis· UERJ/FFP O>
ro
Os movimentos socíais do campo e seus grandes líderes de 1945 a 1964 ro
Com o fim do Estado Novo, em 1945, o Brasil se democratizava, e os indivíduos passaram a gozar de relativa liberdade ~~
de manifestação, de organização, de associação, de direito de trabalho e de escolha de seus representantes. Nesse I
219
contexto temporal do final do Estado Novo, em 1945, ao Golpe Militar de 1964. Vamos analisar a história dos movimen-
tos sociais do campo e seus grandes lideres. Nesse trabalho se analisa a atuação dos movimentos sociais do campo
e suas lideranças na busca por cidadania e direitos, já garantidos para os trabalhadores urbanos, porém, ainda, ausen-
te para os trabalhadores rurais. O momento era propício para a discussão sobre a importãncia da Reforma Agrária
Brasileira, tanto em termos de direitos sociais, ou como forma de desenvolvimento econômico. Desta forma, surgiram
várias iniciativas de mobilizações das massas camponesas no Brasil. O trabalho vai abranger, no ãmbito geral, a
questão da ReformaAgrária Brasileira, tendo como foco principal os movimentos que buscaram e lutaram pela reforma
agrária. E, ao mesmo tempo, suas lideranças, já que a história dos agentes de mediação e dessas entidades, ocorre
paralelamente e confunde-se forçosamente com a biografia política de várias lideranças e das organizações politicas
ás quais estavam ligadas.
220
Valdir Gregory - UNIOESTE
Migrações e identidades
A apresentação trata de cultura e memória social e está inserida na atividade do grupo de pesquisa, cultura fronteira e
desenvolvimento regional, e pretende estimular o aprimoramento e o intercâmbio científicos. Fala-se sobre Migrações
e a construção do Oeste do Paraná e analisa-se questões variadas sobre a vida de homens e mulheres nesta região.
Nossa intervenção pretende ser uma reflexão a respeito de migrações e a construção de identidades camponesas.
Grande parte da população recente do Oeste do Paraná teve experiências migratórias e a vida no meio rural teve e tem
um peso importante em suas vivências, como também na história local.
221
Francisco Fagundes de Paiva Neto - UEPB
A Diocese de Guarabira/PS e a luta pela terra (décadas de 1980 e 1990): memórias do clero e dos camponeses
Neste trabalho procuramos as seguintes questões: Como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), numa perspectiva
gramsciana, se tornou um verdadeiro "partido' que se voltou para os camponeses? Analisamos o papel do clero da
Teologia da Libertação e dos camponeses na construção de experiências pela reforma agrária e por direitos sociais.
Avaliamos o papel pedagógico, organizativo e gerencial da CPT em relação aos camponeses. A leitura das obras de E.
P. Thompson e Antonio Gramsci nos fizeram refletir sobre a quebra das relações tradicionais (a exemplo da questão da
economia moral); e, da ação da Igreja, do "partido católico', na constituição de um bloco junto aos camponeses, que na
experiência de luta não mais aspiraram a permanência das relações paternalistas (como a meia, a terça, a conga e o
cambão), mas a realização da reforma agrária. Utilizamos fontes bibliográficas, orais e os documentos do arquivo da
CPT (Guarabira/PB). A análise das fontes nos permitiu compreender as especificidades das recentes lutas sociais no
campo, além das estratégias empregadas para a constituição de vários projetos de assentamentos na área em ques-
tão. A metodologia da história oral nos lançou num campo de diversas memórias sobre a organização dos camponeses
na Paraíba.
222
28. História das Instituições Militares e do Pensamento Estratégico
Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ) e Sidnei José Munhoz (UEM)
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I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) c::
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Roberto Loiola Machado - UFRJ '"~
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A Estratégia e a Guerra ~
223
do resguardar os seus interesses geopolíticos e econômicos, a luz da Doutrina Poweli do Departamento de Estado dos
Estados Unidos. A presente temática é oriunda da pesquisa de mestrado, realizada na Universidade Estadual de
Maringá (UEM), sobre a tem~tica 'Golfo em Chamas: a Guerra do Golfo, a Doutrina Poweli e as suas contradições na
imprensa escrita brasileira". E feita uma discussão bibliográfica, tendo como fontes os jornais 'O Estado de São Paulo"
e 'Folha de São Paulo". É assaz necessário compreender melhor a Guerra do Golfo, através da análise da Doutrina
Poweli, ocorrida em um momento de transição na chamada Guerra Fria, à luz da Teoria as Relações Internacionais e
dentro da ótica das discussões historiográficas. Verificar que a Doutrina Powell possuía contradições latentes na
própria cobertura dos aludidos jornais, é bastante importante para entender a Guerra do Golfo e o fim da Guerra Fria,
ante o domínio estadunidense.
224
Carlos André Lopes da Silva - Serviço de Documentação da Marinha ~
Ação da Marinha Imperial brasileira na supressão da Revolução Praieira - Província de Pernambuco entre
1848 e 1849
® :
O trabalho se apresenta como um texto de história militar, não somente por ter como objeto a atuação de uma institui- ~
ção militar em um conflito armado, mas porque este é interpretado como uma das inúmeras formas de exercício formal E
da violência pelo Estado Monárquico, perpassando, assim, a temática do poder, corroborando a inserção da vertente 5l
militar no campo da história política. O texto visa identificar a participação da Marinha de Guerra do Brasil no conflito ~
ocorrido na Província de Pernambuco, entre 1848 e 1849, reconhecido na historiografia como a Revolução Praieira. .g
Portanto, o objeto de análise deste estudo é ação da Força Naval estacionada em Pernambuco entre novembro de '"
1848 e julho de 1849, comandada por Joaquim José Ignácio. Abordaremos as peculiaridades e as limitações da ~
instituição militar como braço armado do Estado Monárquico, refletindo sobre seu papel naquele conflito onde não só ~
a guerra era uma continuação da política por outros meios, mas a ação militar e os atos políticos praticamente se ~
amalgamavam, tornando o mais objetivo planejamento militar restringido e redirecionado para atender as mais diver- t~
sas, e por vezes contraditórias, demandas políticas brotadas do encontro das esferas de poder central e provincial. .~.
't;
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Francisco José Corrêa Martins - PPGHS-USP
Soluções tardias: A evolução do sistema de defesa da Baia da Guanabara, Rio de Janeiro, ao longo de 5 .â
~w~ ro
O sistema de fortes, baterias e fortalezas localizadas em diversos pontos da Baia da Guanabara são partes de um ~
processo que se caracterizou pela busca de soluções após a ocorrência de problemas, não primando pelo caráter :I
preventivo. A fundação da cidade do Rio de Janeiro pelos portugueses só ocorreu depois que franceses ali se instala-
ram em 1555, tendo a luta se prolongado até 1567. Foi então que começou a se construir defesas perenes contra
agressões estrangeiras. Mas os franceses voltariam posteriormente duas vezes, e após a invasão de 1711, desastrosa
para os cariocas, buscou-se projetar novas medidas de proteção. O século XIX trouxe a autonomia do Brasil, mas os
problemas continuaram. Eram os ingleses, primeiro com o combate ao tráfico negreiro e, depois, com a "Questão
Christie'. E as revoltas da Armada, nos anos 1890, mostraram mais uma vez a ineficiência das defesas. As soluções
implementadas no século XX outra vez vinham tardiamente, na medida em que a evolução tecnológica das armas
tornavam obsoletas as defesas fixas de costa. Hoje, essas fortificações perderam seu caráter combativo, embora
agora guardem um patrimônio cada vez mais valorizado, que é o meio ambiente, através da preservação de seus
entornos, protegendo-os da especulação imobiliária e da expansão urbana.
225
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
226
Luiz Felipe Cezar Mundim - UFG ~
ESG: a intelligentsia militar e o Estado brasileiro
O objetivo desta apresentação é examinar, no contexto de um período da Revolução capitalista no Brasil contemporã-
®:
neo (1930-1964), as relações entre as práticas teórico-politicas dos militares Juarez Távora e Golbery do Couto e Silva B
e o desenvolvimento do Estado brasileiro, tendo a Escola Superior de Guerra (ESG) como o meio institucional catalisa- ~
dor dessas relações. Este estudo elaborou-se através da análise da obra e do percurso politico destes dois militares - 5l
também entendidos sociologicamente como intelectuais - em uma perspectiva que buscou observar, no meio interins- ~
titucional a que se vincularam ao longo de suas carreiras pública e militar, a construção e consolidação de um modelo .g
ideológico das Forças Armadas para a organização do Estado Brasileiro. Trata-se de uma breve apresentação dos <l)
resultados da pesquisa de minha dissertação de mestrado, que teve como objeto de estudo a ESG, principal instituição ê
que possibilitou a formação de uma intelligentsia militar (integrada à esfera civil) sólida nesse período. ~
227
Militar. Neste período caracterizado pelo autoritarismo e práticas repressivas, o MPM atuou como 'fiscal da lei', mais
especificamente a Lei de Segurança Nacional. A pesquisa analisa o papel do MPM enquanto instituição no exercício
do poder diante de atos considerados como crimes militares e se baseia no que se convencionou chamar de Nova
História Política, visando romper com a visão institucionalizada do poder, comum da história política tradicional. A
intenção é contribuir para o debate sobre as instituições militares e para a ampliação de estudos sobre o Regime de
exceção no Brasil.
228
Rodrigo Udo Zeviani - UEM ~
Relações no campo das Forças Armadas entre Brasil e EUA no período de 1946 a 1952 - cooperação, resistên- @
cia, tensões :
Este trabalho pretende analisar as Forças Armadas no contexto de um govemo em processo de democratização S
duvidosa, que sucedeu 15 anos de ditadura varguista, no âmbito interno e o início da Guerra Fria no âmbito externo. ~
Essa análise das Forças Armadas será realizada sob a ótica norte-americana, em um momento de consolidação do Bl
poderio dos EUA e sua preocupação com o alastramento da ideologia comunista ao redor do mundo, mas em especial, êl
na América Latina. No contexto da Guerra Fria era vital para a hegemonia capitalista norte-americana manter a Améri- .g
ca Latina livre de tendências comunistas. No Brasil o Partido Comunista sofre uma série de perseguições. Documentos <l>
da embaixada norte-americana no Brasil sugerem certas tendências esquerdistas dentro das Forças Armadas. Aque ~
se devem estas tendências? Elas realmente existiram? Como se portaram os militares brasileiros neste contexto? ~
Estas são questões que desejamos abordar. ~
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229
Maria Adenir Peraro - UFMT
Assunção sob as Forças de Ocupação: matrimônios e amancebamentos entre militares brasileiros e paraguai-
as (1869-1876)
O presente trabalho aborda o contexto da ocupação de Assunção por parte das forças aliadas entre os anos de 1869
a 1876, com enfoque sobre os desdobramentos da desocupação, quando a emigração dos paraguaios rumo ao Impé-
rio brasileiro, foi protagonizada particularmente pelas mulheres que sobreviveram á guerra, Analisa ainda, mediante
estudos de caso, situações em que ocorreram casamentos e mancebias entre militares brasileiros e paraguaias, bem
como aspectos de trajetórias de vida desses desconhecidos protagonistas,
230
anos de 1925 a 1927. Buscamos entender o histórico, os objetivos e as formas de classificação do mundo social
produzidas pela revista segundo dois eixos centrais: 1. a análise das propostas modernizadoras da policia, em sua
doutrina e práticas, e 2. a abordagem do crime e dos criminosos segundo as narrativas reais e as ficcionais.
vos. Também são objeto de nosso estudo os crimes contra parceiros, brancos pobres ou indivíduos que mantinham .ê
com os escravos relações estreitas de compadrio. Nossa pesquisa também enfoca os crimes cometidos contra ~
escravos e negros livres. ~
'E
Ricardo Alexandre Ferreira - UNICENTRO .!!1
::I:
No mesmo banco dos réus: livres, escravos e a Justiça Criminal no Brasil dos oitocentos
Era o crime de um escravo, em qualquer tempo ou lugar, um ato contra a escravidão? Ao admitir, como pressuposto de
abordagem, que nem sempre existia uma relação linear entre qualquer tipo de crime atribuído a um escravo e a revolta
contra a instituição escravista, a presente comunicação pretende ir além dos estatutos jurídicos da época e penetrar no
universo das fronteiras que separavam cotidianamente a escravidão e a liberdade, com o intuito de compreender as
possibilidades de ambos os conceitos em lugares e arranjos sociais peculiares. Para tanto, são analisados os proces-
sos criminais remanescentes da região nordeste da Província de São Paulo e os relatórios da Secretaria de Estado dos
Negócios da Justiça, produzidos na vigência do Código Criminal do Império. Contemplados nos mesmos códigos de
leis penais desde o período colonial, livres e escravos indiciados em crimes sentavam-se no mesmo banco dos réus.
No cotidiano, contudo, a fronteira entre a escravidão e a liberdade reafirmava-se sempre que o limite do tolerável era
ultrapassado. Ainda assim, muitos livres e escravos ocuparam os mesmos espaços, lutaram pelos mesmos interesses
e praticaram crimes em comum que devem ser levados em conta para o entendimento da história da escravidão e da
liberdade no Brasil.
231
Uma das justificativas para a existência de poucos trabalhos sobre contrabando é a crença em que existe uma escas-
sez de fontes já que se trata de uma prática ilegal que por ser desempenhada na clandestinidade não foi registrada
abertamente. Nesse sentido, é comum que os trabalhos tenham poucas referências documentais e, em função disso,
apresentem análises superficiais. Uma delas é a tendência de 'naturalizar" a prática do contrabando compreendendo-
o como isento de conotação criminosa na sociedade fronteiriça e os contrabandistas vistos de forma mítica e heróica
criando uma idéia de vigência de uma espécie de 'economia moral' onde o contrabando fazia parte de um costume
popular. Nossa intenção foi justamente ir em busca dos vestígios do contrabando e, através de Processos Crimes,
desvendamos uma nova apreensão da prática do contrabando.
232
existência dos 'pasquins" pelo lado dos adversários destas folhas e, do outro lado, a tentativa dos 'pasquineiros' de
manter estes jornais em circulação.
233
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
234
sa o histórico do requerente antes e depois da sentença e do confinamento - aí inclusos as motivações do crime. No
Paraná, os membros do conselho não raro utilizavam a análise dos pedidos e dos processos e relatórios que embasa-
vam seu parecer para, ora afirmar, ora refutar, as bases supostamente científicas que orientavam o pensamento jurídi-
co e criminológico europeu desde o final do oitocentos e que ganham força no Brasil especialmente a partir da Primeira
República. Como resultado desta querela que coloca de um lado os adeptos do "direito positivo' e de outro herdeiros
do 'direito clássico', vislumbra-se não apenas o desejo de ruptura e a vontade de permanência, mas os caminhos
tensos pelos quais se constituiu, no Brasil, um novo olhar sobre o crime e o criminoso.
235
Cláudia Mauch - UFRGS
Na ponta da faca: ambigüidades da condição policial no inícío do século XX
O trabalho apresenta resultados preliminares e algumas interrogações de pesquisa realizada em inquéritos administra-
tivos movidos contra policiais da cidade de Porto Alegre no periodo da República Velha. Instaurados por superiores de
diferentes níveis hierárquicos a partir de denúncias de infrações disciplinares as mais variadas, bem como de contra-
venções e crimes, o conjunto de inquéritos permite, dentro das limitações desse tipo de fonte, analisar como policiais
dos escalões mais baixos qualificavam e davam sentido a suas práticas, como operavam estigmas e classificações,
como, enfim, representavam a 'autoridade' de que estavam investidos, a desordem, os desordeiros e o uso da
violência fisica. Além disso, inquéritos originados de queixas de pessoas que se consideravam vitimas de 'abuso de
autoridade' constituem-se em fonte importante para a análise tanto do nivel de tolerância de populares da época em
relação á intromissão dos policiais no seu cotidiano (o que remete á legitimidade da polícia), como também das
ambigüidades da condição social daqueles policiais, homens cuja ocupação principal deveria ser vigiar o meio no
qual foram recrutados.
236
Mariseti Cristina Soares Lunckes - UFT
Ordem x desordem: os inquéritos sobre os policiais militares do Batalhão Tocantins do norte goiano
Durante o governo dos militares, os batalhões de polícia tinham como função garantir a ordem pública e a partir de
1964, tiveram também o papel de força auxiliar do Exército Brasileiro, inseridos nas ações de Segurança Nacional,
para eliminar os 'insurgentes e guerrilheiros'. No antigo norte goiano, os relatos sobre os movimentos de resistência
contra o Regime Militar são silenciados pelas autoridades do Batalhão Tocantins. Dentro desse contexto de silêncios,
algumas narrativas são encontradas nos inquéritos abertos para averiguações das atividades dos policiais militares
em serviço. Nesses inquéritos (IPM) encontram-se indícios sobre a atuação do Batalhão Tocantins contra a presença
de 'insurgentes e guerrilheiros' que traziam a desordem para a região. Os policiais militares, ao contrário, eram repre-
sentados como homens da ordem e eram vistos como defensores da pátria brasileira: homens de coragem, bravura e
heroismo em um período tenso e denso de conflitos da história brasileira.
tem despertado o interesse em entender a origem dos grupos e/ou dos indivíduos marginalizados no cenàrio de
urbanização de Itabuna, assim como o discurso utilizado em periódicos locais contra a presença desses agentes
sociais na cidade.
237
Rosângela Pereira de Abreu Assunção
O DOPS/MG e a construção do perfil do criminoso político e social
O perigo suscitado pela "ameaça vermelha' no Brasil, desde os primeiros anos após a Revolução Russa, produziu um
imaginário anticomunista compartilhado por diferentes setores conservadores, possibilitando a formação de uma tradi-
ção anticomunista que serviu de base para a consolidação de uma estrutura policial autoritária e repressiva. A vigilân-
cia e a repressão policial em relação aos comunistas no Brasil foram facilitadas pela legislação brasileira, que ao
incorporar no discurso da segurança do Estado os fatores sociais e políticos, criou um discurso de ordem que atribuiu
ao criminoso político os traços que o definiriam em contraposição ao criminoso comum. A construção da imagem do
criminoso político pelo DOPS pode ser identificada a partir da criação do PCB, em 1922, e de sua atuação na política
brasileira por meio de sua influência em diversos sindicatos operários. O presente trabalho tem por objetivo apresentar
considerações acerca da utilização do anticomunismo pela polícia mineira para a definição de sua própria identidade e
demarcação de seu espaço na cena política, a partir da construção da imagem e delimitação da identidade do comu-
nista como criminoso político e social.
238
Laura Nogueira Oliveira - CEFET-MG
A biografia de Tiradentes na História geral do Brasil, de Francisco Adolfo de Vamhagen
O trabalho apresenta e analisa os topoi empregados por Varnhagen na construção de seu personagem Tiradentes, na
História geral do Brasil. O que se destaca é que a tipologia varnhageniana do personagem histórico tem origem nas
regras empregadas na composição dos gêneros epiditico e biográfico: Varnhagen imitava e emulava 'auctores de
vidas', e empregou os topoi próprios para os gêneros em questão e fez uso da censura para rebaixar o personagem
histórico. Dentre os julgamentos de personagens históricos feitos por Varnhagen, na HGB, o de Tiradentes tem mere-
cido comentários da crítica especializada desde o final do século XIX. Alguns estudiosos da obra de Varnhagen afir-
mam que ele adotou uma posição de condenação do personagem e o censuram pelas opiniões emitidas; outros
acreditam que o historiador foi justo em suas avaliações de Tiradentes e defendem seu ponto de vista; por fim, há
aqueles que afirmam ter Varnhagen adotado uma posição vacilante sobre o personagem, o que denunciaria falta de
segurança sobre os juízos emitidos. No entanto, ainda não se perguntou de que modo Varnhagen construiu seu
personagem histórico e nem se analisou e avaliou as mudanças que ele realizou, da primeira para a segunda edição
da HGB, no capítulo dedicado á Conjuração Mineira.
239
Ribeiro e Epitome de História do Brasil de J. Serrano, porque, além do conteúdo, apoiavam o professor. O primeiro com
dois textos, um para o aluno e outro para o professor; o segundo com quadros sinóticos, sincrõnicos, biografias e
destaque de fatos. O ensino de história pode ser medido como elemento estimulador de um sentimento nacionalista.
Esse formato do texto aproxima tais manuais do conceito de Cultura Escolar de D. Julia e de A. Chervel e J. Fourquin.
As estratégias dos autores auxiliavam os professores a tornar o conhecimento acadêmico mais acessível ao nível
escolar. As fontes são Capistrano de Abreu (conhecimento acadêmico), os manuais de Ribeiro e de Serrano, artigos e
aulas premiadas na Revista do Ensino de MG e diários de classe do período. O suporte teórico é Eric Hobsbawm, na
análise do nacionalismo e construção de tradições nacionais e, Roger Chartier, na interpretação das estratégias de
leitura e apropriação dos textos.
240
Renilson Rosa Ribeiro - UNEMAT
Zumbi - herói étnico, Tiradentes - herói nacional: Ojogo das representações didáticas nos manuais escolares
de História do Brasil
Esta comunicação pretende analisar a trajetória das narrativas sobre Zumbi e do Quilombo dos Palmares, produzidas
nos manuais escolares de História do Brasil a partir do século XIX e ao longo do século XX, fazendo um exercício de
comparação com as narrativas fabricadas sobre Tiradentes e a Inconfidência Mineira. A estratégia é perceber como os
discursos didáticos, por intermédio do uso do conceito de raça, nação e Estado, constituíram as imagens de Zumbi
como uma personagem (herói) étnica/racial e as de Tiradentes como uma personagem (herói) nacional.
241
te, que a coleção de Buarque de Hollanda teve grande aceitação por parte dos professores, fazendo com que o número
de exemplares impressos rapidamente superasse os da coleção Borges Hermida e pôde-se verificar também que a
coleção, com suas inovações, atendia aos desejos de mudanças que professores manifestavam em cartas enviadas à
editora. Nesse sentido, este trabalho contará um pouco da história dessa importante coleção didática, praticamente
esquecida quando se fala das obras de Buarque de Hollanda.
242
Mateus Henrique de Faria Pereira e Andreza Cristina Ivo Pereira· UFMG
Evento e Escrita da História: os sentidos do Golpe de 1964 em livros didáticos de história (1973-2006)
Nossa pesquisa pretende problematizar algumas representações do Golpe de 1964 realizadas pelos livros didáticos
de história editados de 1973 até 2006. Utilizamos como corpus documental 60 livros e 30 autores. Fizemos uso de
duas periodizações para retratar, quantitativamente e qualitativamente, as mudanças e permanências das interpreta-
ções acerca do Golpe Militar utilizadas pelas narrativas dos livros didáticos. Os livros são analisados a partir dos
conceitos de 'representação" e 'evento". Tendo em vista que os eventos ganham sentido pelo que se tornam, procura-
mos apreender as metamorfoses do Golpe de 1964 na memória através da história escrita por autores de livros didá-
ticos. Pretendemos, assim, compreender e explicar como esses impressos de ampla circulação buscaram 'origens"
com fins de realizar didaticamente um trabalho de luto sobre o 'evento traumático" no tempo presente do próprio
evento. Trata-se, em última instância, de refletir sobre as possibilidades e limites da escrita da história do tempo
presente do evento em obras didáticas de história.
243
Odaleia Alves da Costa - UFP
O livro didático na memória das professoras
Esse estudo tem como marco teórico a história cultural. Adotou-se como referencial de análise os estudos de Thomp-
son (2002); Chervel (1990); Juliá (2002); Bittencourt (1993) e Chartier (1990). A pesquisa trabalha com memórias de
professoras primárias em relação ao uso do livro didático. As professoras, sujeitos da pesquisa, foram escolhidas
considerando que a produção de livros didáticos visa como mercado o lócus de trabalho das professoras e, além disso,
elas mediatizam a relação dos alunos com os livros didáticos. Entrevistou-se quatro professoras de Estudos Sociais do
Maranhão que lecionaram no mínimo 10 anos essa disciplina. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, que
continham questões sobre planejamento, aulas, exercícios, avaliações e o uso dos livros didáticos. Dentre as conclu-
sões desse estudo, verificou-se que as professoras usavam os livros didáticos como material principal de apoio peda-
gógico, quer seja em seus momentos de planejamento, ou na execução das aulas. Foram elencados cinco livros
didáticos, revelando que os discursos dos docentes em torno da ausência de livros didáticos para essa disciplina não
diz respeito á quantidade dos mesmos, mas a relação dos livros didáticos com o ideal de livro e com o que desejariam
trabalhar as professoras na disciplina.
244
a escola 'alemã-brasileira e evangélico-Iuterana', mediante a análise de artigos e relatórios das Assembléias desta
Associação publicados em seu Jornal.
245
para a formação de uma nova cultura política. Isto significa analisar as propostas, alternativas e disputas políticas, na
cidade, no campo educacional, no período de 1997-2002. Para tanto lançamos mão do acervo documental produzido
pela Secretaria Municipal de Educação, Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação/ Núcleo Duque de Caxias e
Escola IMunicipal Barro Branco, além dos testemunhos orais das professoras e militantes sindicais. Assim, este estudo
pode contribuir não só para ampliar o conhecimento sobre as políticas públicas implementadas na Baixada Fluminen-
se como também enriquecer a discussão sobre a importância de se considerar a experiência docente na formulação de
reformas educacionais que se pretendem inovadoras.
246
grupos sociais, contribuem decisivamente para a integração social desses grupos, No periodo analisado, o acirramen- ~31
to das disputas entre os dois principais times da cidade, o Atlético e o América, se tornou o elemento central da ~
convivência social na cidade, sendo reproduzido em várias esferas da vida cotidiana, O recorte temporal em questão
privilegia o momento de desenvolvimento do futebol na cidade como esporte e atividade de lazer, Propõe-se uma
análise multidisciplinar de modo a compreender como essa nova prática esportiva propiCiOU a construção de identida-
des coletivas entre os sportmen, os torcedores, dirigentes e demais atores que se envolveram com o futebol naquele -ê
período, Como fonte de pesquisa foram utilizados jornais e revistas que circulavam na cidade no período analisado, ~
Porém, devido á escassez desses materiais, recorreu-se também á utilização do recurso da história oral como metodo- 8
logia complementar de pesquisa, '"
co
'-'
nacional, em se tratando do futebol o crescimento era vertiginoso e distribuido por todo o Brasil, consolidando o :::r:
esporte, como o mais popular no pais, Neste sentido, esta corrente literária concebia o esporte como outro elemento
europeu que poderia ser "deglutido' e incorporado à cultura nacional. Assim, o esporte acabou servindo de reforço para
a tese desenvolvida pelos intelectuais paulistas,
247
nas semi-finais, conquistou o apreço do público e muitos comentários não apenas sobre o desempenho dos atletas,
mas também acerca da índole e do caráter dos brasileiros em geral. Como a Copa de 38 está na gênese da idéia de
que temos um estilo de jogo próprio - o "estilo brasileiro" ou o "futebol-arte" - é importante recuperar o modo como os
"outros" nos viram, matizando tais.impressões com as crônicas publicadas nos jornais brasileiros da época, cuja bibli-
ografia a respeito é relativamente extensa. Ver-se-á que o predicado de "arte/artistico", atribuido ao estilo brasileiro, é
permeado de ambivalências, por vezes tido como sinônimo de atraso em relação à forma de jogar e, por extensão, de
pensar, dos europeus.
248
Isabela Maria Azevedo Gama Buarque - UFRJ r:;:;'\
A Dança Contemporânea no contexto da História da Arte: uma análise comparada
Esse projeto de pesquisa visa o debate comparativo e crítico da história da dança contemporânea, partindo de análises
®
da historiografia do campo e pensando a formulação histórica, especificamente da dança contemporânea no Brasil,
apontando caminhos e descaminhos para um diálogo mais profundo sobre a construção desse estilo de dança, levan-
tando questões que possam mediar novos pensamentos acerca da dança que se constrói nos tempos atuais. Os livros '§
de História da Dança se parecem mais com catálogos que mostram datas e fatos. Essa dificuldade de encontrar :5..
bibliografias realmente especializadas na História da Dança acarreta algumas problemáticas que contribuem para que 8
o campo fique carente de sua própria história e, assim, poucos estudos são elaborados, poucas bibliografias encontra- ~
das, poucas comparações sendo traçadas, pouco avança o campo nas discussões teóricas cientificas. A proposta de .~
uma critica á historiografia da dança e de uma aproximação com a história da arte é fundamental, pois entende-se que ~
em função do atual estágio do campo da dança, sejam fundamentais trabalhos de investigação da linguagem para ~
ampliar as formas de se fazer/pensar a dança. ~
QJ
t::
Felipe Eduardo Ferreira Marta - Uesb/Puc ·SP :5..
Artes Marciais e Ditadura no Brasil: histórias que se cruzam? Incursões pelas páginas de "O Judoka" .r3
'O Judoka' foi uma revista em quadrinhos mensal publicada a partir de abril de 1969, pela Editora Brasil-América LTOA .g
(EBAL). Em seu sétimo número 'O Judoka' passa a ser escrito e desenhado no Brasil. Nesse momento há uma .S!
mudança no argumento das histórias, a roupa do herói passa conter as cores e a forma da bandeira nacional e o herói ~
deixa de ser representado por um soldado para se tornar um jovem estudante. Mas, qual o sentido de se desenhar um :x:
herói com as cores da bandeira do Brasil e ao mesmo tempo exaltar a prática das artes marciais nesse período? Um
possível caminho para respondermos a essa questão surge da suspeita de que a EBAL era muito próxima ao governo
militar dada propaganda encontrada nos exemplares de '0 Judoka' consultados. Aparentemente inocente para os
mais desavisados, a relação entre ditadura militar brasileira eArtes Marciais orientais está longe ser fruto de um acaso
insólito. Mais do isso reacende a discussão iniciada por nós no mestrado onde trouxemos á tona a papel de destaque
que essa relação exerceu no estabelecimento da colônia coreana na cidade de São Paulo e na difusão do Taekwondo.
Seria o binômio Regime Militar/Arte Marcial oriental uma possibilidade de explicação para o desenvolvimento além do
Taekwondo de outras Artes Marciais no Brasil?
249
que o futebol, entre outros, seria utilizado como um meio de consolidação de identidades nacionais, através da repre-
sentação do esporte e da nação - ou mesmo de seu lider. Assim, busco compreender de que forma os atos oficiais
destes governos na produção de espetáculos esportivos teriam sido utilizados como propaganda política, através da
mediação dos meios de comunicação massiva, e em especial da imprensa. Para tanto, procuro estabelecer uma
relação entre esporte, tendo no futebol seu principal simbolo, e cultura politica nos governos de Vargas e Perón,
comparando manifestações publicas - eventos esportivos, festas, comemorações civicas, discursos - e produções
culturais do Estado, envolvendo o esporte e a ideologia oficial do regime. Espera-se que este trabalho possa trazer
contribuições significativas para o debate sobre a formação de identidades através do esporte, assim como sobre o
processo de formação de identidades nacionais na América Latina, mais especificamente no Brasil e na Argentina.
250
José Carlos Mosko - UFPR Q
A História da Seleção Brasileira de futebol a partir das crônicas de João Saldanha ·1966 a 1974
Este artigo tem o objetivo de discutir uma possibilidade de estudo da história do futebol brasileiro e da seleção brasilei-
®
ra de futebol, através da utilização de crônicas esportivas como fontes de pesquisa. Para desenvolver este trabalho
optou-se pela análise de várias crônicas de João Saldanha, escritas entre os anos de 1966 e 1974. O periodo citado
compreende a participação da seleção nacional em três Copas do Mundo, onde a grande conquista do Tri-Campeona- .§
to Mundial encontra-se entre duas participações consideradas desastrosas, o que permite comparar o reflexo das o
1::-
vitórias e derrotas nas análises observadas. João Saldanha, além de jornalista e cronista esportivo também teve uma 8
história de participação ativa nas questões políticas do pais. Integrante do Partido Comunista Brasileiro, sempre cau- ~
sou polêmica em suas declarações, que misturavam suas opiniões sobre o futebol e as suas convicções partidárias. .~
Acredita-se que a partir dos escritos de João Saldanha, consiga-se identificar fatos que possam auxiliar na construção ~
de um estudo relevante sobre o futebol no Brasil e suas relações sociais, politicas e culturais, buscando esclarecer as ~
caracteristicas do momento histórico em que estas ocorrem. ~
Plínio José Labriola de Campos Negreiros - Escola Nossa Senhora das Graças/Colégio Assunção
êg
A Invasão Corinthiana . Rio, 05 de Dezembro de 1976 cTI
Este trabalho analisa fenômenos em torno uma partida de futebol, entre Corinthians e Fluminense em dezembro de .g
1976, na qual ocorre o maior deslocamento de torcedores que se conhece na história do Brasil: entre 60 e 70 mil. ·ê
Emerge dessa partida e da presença dos corinthianos no Rio de Janeiro os mais diversos aspectos de um país sob ~
uma ditadura militar, assim como emerge uma cidade como São Paulo, palco de um fervor civico-esportivo pouca :c
vezes visto. E o Rio de Janeiro, uma "cidade invadida'.
251
Écliton dos Santos Pimentel e Fernando Marinho Mezzadri - UFPR
O Estado Novo e a concepção de esporte no Decreto Lei 3199 de 1941
O Esporte como negócio está profissional e empresarial. Essa lógica sempre esteve presente, ou sofreu modifica-
ções? Este artigo analisa o Esporte no Decreto Lei 3199 de 1941, em etapas: atualidade; início no Brasil e advento do
Decreto Lei 3199/41; construção dos Estados para Norbert Elias; Estado Novo, Esporte e Decreto Lei 3199/41. Sendo
o Decreto Lei o início do controle da sociedade pelo Esporte, as mudanças ocorridas no tempo nem sempre alteraram
a estrutura esportiva. Então, necessária a análise das legislações surgidas após o Estado Novo. Apesar das questões
levantadas, não pode ser ignorada a relação entre poder governamental e constituição da sociedade e dos indivíduos.
252
trazer apontamentos sobre os primórdios das competições de ciclismo na cidade do Rio de Janeiro. Pudemos perce- r;:;:;'\
ber, através de informações dos jornais da época, a importância dos clubes esportivos, notadamente o Club Athletico
Fluminense, na realização das primeiras competições regulares de ciclismo na cidade.
®
I 20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min) I
co
Ana Cristina Arantes - UNIFIEO/UNIFMU :§
A cidade de São Paulo; a modernidade as atividades ribeirinhas o esporte e o lazer ~
Esta pesquisa teve por objetivo levantar e analisar quais eram as atividades motoras existentes na cidade de São ::2
Paulo nos anos finais do século XIX e início do XX. O estudo pode ser entendido como descritivo, qualitativo no qual o ;;
autor valeu-se da escassa literatura existente, jomais, folhetos artigos digitais e registros iconográficos de época. Os ~
dados encontrados evidenciaram: a cidade era pequena e sua gente possuía costumes discretos centrados na família, ~
a imigração e o progresso, impuseram novo estilo de vida ao paulistano da elite. As atividades físicas de lazer jogo e o
esportes tais como o remo, natação, futebol tênis ginástica foram entusiasticamente assimiladas pela sociedade da E
época. A atitude do fair play tão importante no "esporte' estendeu- se, por certo, a outras situações de vida cotidiana ~
mormente para os homens.
253
32. História do Tempo Presente e Memória
Lucilia de Almeida Neves Delgado (PUC Minas) e Marieta de Moraes Ferreira (CPDOC· FGV
UFRJ)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h)
254
os riscos à possibilidade de uma colaboração virtuosa entre empresariado e Estado - no sentido da promoção do
desenvolvimento - a partir das iniciativas que vêm à luz no governo Lula.
255
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
Ana Maria da Costa Evangelista e Dalva Carolina (Lola) de Menezes Yazbeck • UFJF
Sede de Leitura: nas vozes da comunidade juizforense a memória da Biblioteca Popular do Serviço de Alimen·
tação da Previdência Social (SAPSP)
A idéia nuclear do presente estudo é revisitar a política estatuída pelo governo Vargas em 1942 e traduzida como
Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS). A proposta dessa autarquia era fornecer alimentação digna e
barata para a classe trabalhadora através de Restaurantes Populares. Agregadas a esses restaurantes, nasceram as
Bibliotecas e Discotecas Populares também destinadas ás camadas mais baixas da população. Esses serviços foram
extintos pelo governo ditatorial militar em 1967. Juiz de Fora, por sua característica de cidade de economia industrial,
foi aquinhoada com uma unidade do SAPS em 1948. A rememoração feita por essa pesquisa tem como objetivo
compreender o sentido dado pela classe trabalhadora e comunidade juizforense a esse espaço de alimentação e
cultura. Os fundamentos teóricos de E. P. Thompson, em sua interpretação da história como um permanente devi r
dialético, entretecidos ao dialogismo bakhtiniano e à teoria do desenvolvimento humano de Vygotsky fundamentaram
a análise dos dados. Devido ás especificidades do tema enfocado optou-se por uma abordagem qualitativa de cunho
histórico-cultural, utilizando-se da história oral como ferramenta metodológica.
256
nea. As principais hipóteses apontam para as complexas relações entre as variantes do nacionalismo, bem como entre
este último e as diversas manifestações de antiimperialismo.
~
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Gustavo Coelho Farias - UFRGS '" Q)
257
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
258
Tempo Presente. A idéia é realizar uma análise das formas de atuação politica dos deputados federais eleitos para
compor a bancada carioca á Câmara Nacional nas eleições de 1962 e 1970 - marcos eleitorais limites do período em
que é deflagrado o golpe de 1964 no Brasil e desencadeado um duro processo de cassações parlamentares dos
opositores do regime militar então instaurado. A investigação procurará, especificamente, identificar os principais pa-
drões de comportamento que orientavam o fazer politico em território carioca nos dois momentos assinalados e desen-
volver a tese de que, enquanto a bancada eleita em 1962 teve destacada participação nos debates sobre os rumos
politico-econômicos do pais - reafirmando assim o padrão de atuação comum aos deputados federais cariocas quan-
do o Rio de Janeiro era Capital do Brasil-, a bancada eleita em 1970 se distinguiu com um estilo de atuação politica
alheio ao debate nacional e marcadamente clientelista. Nossa opinião é que as cassações ocorridas favoreceram
sobremaneira esta mudança de perfil.
259
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
260
tividade, memória herdada, fatos e representações, trajetórias sociais, critica e senso-comum, mitos da geração de
1968, etc.
261
20107 - Sexta-feira -Tarde (14h ás 18h)
Mario Cleber Martins Lanna Junior e Evelyn Maria de Almeida Meniconi - PUC Minas e Fundação João Pinheiro
Historia institucional da Policia Civil de Minas Gerais
A memória da Polícia Civil de Minas Gerais, é parte de nossos atuais problemas e suas possiveis soluções. Um espaço
conquistado graças á sua capacidade de modificar-se, adequar-se ás necessidades de cada tempo, de ser parte de
nossa cultura. A Polícia Civil de Minas Gerais que conhecemos formou-se por um longo processo, responsável em
configurar a atual Polícia Civil de Minas Gerais. Os primeiros levantamentos sobre a história da Polícia Civil de Minas
Gerais mostraram a escassez de estudos sobre esse tema. Esse trabalho precisou partir da estaca zero, o que signi-
ficava algumas limitações metodológicas, afinal, tudo ainda precisava ser feito. Dessa forma, os objetivos traçados
foram humildes; o principal era realizar uma pesquisa histórica institucional sobre a Polícia Civil de Minas Gerais no
periodo republicano. Especificamente, pretendeu-se apontar e explicar as competências e as ações da Polícia Civil de
Minas Gerais e analisar seus processos de fundação, institucionalização e desenvolvimento histórico.
262
Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). O direito de greve garantido aos trabalhadores civis tornou-se
instrumento de pressão da categoria policial militar. O novo repertório de ação marcou, assim, não só a história da
corporação, como atingiu a estrutura administrativa federal em um ciclo de protestos policial militar sem precedentes
na história do Brasil.
33. História e ações educativas em variados ambientes: novos territórios a serem explorados
Lana Mara de Castro Siman (UFMG I PUC·Minas) e Júnia Sales Pereira (UFMG)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Júnía Sales Pereíra - UFMG
Formação Profissional e atuação em ação educativa em museus
O trabalho apresenta e discute alguns pressupostos da formação profissional, com especial atenção á formação para
atuação com ações educativas em ambientes sociais como os museus. Analisa as condições para a ação educativa,
os desafios e perspectivas colocadas ao profissional e ás equipes de ação educativa em museus, bem como as
diversas concepções de educação e de história em curso em ambientes sociais que têm na história sua centralidade.
Apresenta algumas contribuições ao debate sobre as relações entre museus, escolas e outros ambientes sociais de
educação histórica, contribuindo para compreensão de seus limites e das condições de atuação profissional.
Luciana Sepúlveda Kõptcke - Fundação Oswaldo Cruz - COC , Maria Margaret Lopes - UNICAMP e Marcelle
Pereira
A construção da relação Museu-Escola no Rio de Janeiro entre 1832 e o final dos anos de 1970. Análise das
formas de colaboração entre o Museu Nacional e as instituições da educação formal
O presente trabalho investiga as atividades de colaboração entre o Museu Nacional e as instituições de educação ~
tJ3'
formal no periodo que vai de 1832, quando ainda não caracteriza uma ação sistemática, ao final da década de 1970, ~
quando se discute o descaso federal com o Museu e suas atividades educativas. Pretende-se identificar os processos ~
que orientam as iniciativas de colaboração, caracterizar as formas de relação construídas e analisar os sentidos que B
esta toma para profissionais dos museus e aqueles das instituições de ensino formal, no âmbito das práticas correntes ~
de educação, SOCialização e produção de conhecimento, em cada período. No Brasil, de modo semelhante à Europa e .g
aos Estados Unidos, a partir do século XIX, a escola elementar e o museu constituem tecnologias de transformação .~
social na cruzada pela formação do cidadão republicano. Os processos pedagógicos são regulamentados na socieda- ~
de por diversas instituições. Família, escola, igreja e museu representam instâncias tradicionais de transmissão de ~
conhecimentos, valores, práticas sociais e culturais consideradas como patrimônio do grupo. '"
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17/07 - Terça-feira- Tarde (14h ás 18h) "'"'"
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Paulo Afonso Zarth - UNIJUI
A babei do novo mundo: a história de Ijuí contada numa perspectiva étnica .;
O texto analisa a narrativa histórica veiculada por instituições culturais e pela imprensa da cidade de Ijuí (RS), conside- 'E
rando que o ensino de história se realiza também fora dos espaços escolares, sob influência de diversos meios e i§
263
ambientes de difusão de idéias. Destacamos entre as fontes, os textos do Correio Serrano e artigos de membros do
Grêmio Ijuiense de Letras. A característica maior das fontes é a narrativa étnica, que marca a história da cidade. A
perspectiva étnica foi inaugurada num artigo do padre Cuber, publicado no Kalendarz Polski de 1898 no qual menciona
19 idiomas falados na comunidade que parecia a 'Babel do novo mundo." Os textos revelam os esforços dos intelectu-
ais para superar os conflitos étnicos adotando a idéia de Melting Pot, dos ideólogos norte-americanos. Esta visao
aparece no artigo 'o melting-pot ijuiense', (1934) no qual o autor caracteriza a cidade como um exemplo desta concep-
ção. No cadinho proposto pelo melting pot, os afro-brasileiros e indígenas aparecem como ingredientes inexpressivos
diante dos europeus. Nos anos 80 o melting pot é substituído pela idéia de 'culturas diversificadas', versão local do
multiculturalismo. A nova orientação histórica está cristalizada num parque temático com bases étnicas.
Érica Melanie Ribeiro Nunes - Fundação de Ensino de Contagem e Ligia Vilela Félix - UFMG
Apropriação de Espaços Culturais pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA: um relato de experi-
ência
A atualidade das discussões sobre a educação em espaços não-formais nos coloca a questão das possibilidades e dos
desafios da educação histórica nestes locais. Segundo Robert Yves (YVES, 1984:p.205-214), o objetivo da história é
restituir a dinâmica do momento de forma a proporcionar a compreensão dos fatos. Aos museus e as casas de cultura
cabem, por sua vez, criar relaçôes entre os objetos, as idéias e os conceitos envolvidos num processo dinâmico que
proporciona 'fala' ao patrimônio. Estes locais estão se consolidando cada vez mais como espaços de educação, de
troca de opiniões e de convivência. Tendo em vista estas possibilidades de educação não-formal e as especificidades
dos educandos da EJA, o presente trabalho propõe-se, através de um relato de experiência, problematizar as questões
acerca da utilização destes espaços na EJA. A referência é uma experiência de visita guiada á exposição 'Arte Italiana
do MASP', na Casa Fiat de Cultura, com duas turmas da Fundação de Ensino de Contagem-FUNEC, em abril de 2006.
O que, em princípio, seria uma visita técnica, suscitou para alunos e professores uma reflexão profunda, trazendo
desdobramentos não previstos anteriormente, que contribuíram para repensar as formas de apropriação de bens
culturais e construção de conhecimentos na EJA
264
experiência, bem como a escolha dos lugares, partiu de demandas colocadas pelo processo de ensino e aprendiza-
gem com a História em sala de aula. Dentre elas, superação da prática livresca e de uma narrativa única sobre os
movimentos históricos, a necessidade de buscar contato mais imediato com fontes históricas e, ainda, estabelecer
uma relação mais dinâmica com as diversas temporalidades do processo histórico. Lugares visitados, Casa de Cultura
Josephina Bento e Praça Milton Campos, oportunizaram aos alunos construir uma re-significação do processo de
ensino e aprendizagem com a História.Em sua maioria, os alunos desconheciam a existência desses lugares no
município ou, apenas, ouviram falar. A interação com objetos de memória histórica desses lugares foi mediada por
intervenção direta do professor, por observações e atitude de contemplação ativa. Esses processos permitiram trocas,
reflexões acerca da historicidade daquelas fontes.Assim, a História põde contribuir para o conhecimento e contato dos
alunos com o patrimônio histórico da cidade onde moram.
265
Roberto Radünz - UCS
O Museu de Venâncio Aires mostra o seu acervo - educação patrimonial e novas tecnologias em educação
O projeto O Museu de Venâncio Aires mostra o seu acervo - Educação Patrimonial e Novas Tecnologias na Educação,
tem por objetivo analisar as potencialidades do uso de novas tecnologias no espaço museal, dentro dos princípios da
Educação Patrimonial, contribuindo para a qualificação de um software educativo(CO - O Museu de Venâncio Aires
mostra o seu acervo), que está em processo de validação. Esse projeto estabeleceu uma parceria entre o Núcleo de
Cultura de Venâncio Aires - RS e as Universidade de Santa Cruz - UNISC e de Caxias do Sul- UCS. Para atender os
objetivos de validação, estabeleceu-se como meta instrumentalizar os profissionais da educação no município de
Venâncio Aires, em especial aqueles que atuam no ensino fundamental, envolvendo-os em todas as etapas do proces-
so de investigação, pesquisa e análise de dados que subsidiarão a finalização do software educativo e a conseqüente
qualificação da proposta educativa do Museu de Venâncio Aires.
Elmar Figueiredo
O ensino de História e a educação a distância em Mato Grosso
Este trabalho propõe analisar as diferentes formas de produção dos textos históricos nos ambientes da "Educação à
distancia'. Para tanto estamos realizando um levantamento dos textos produzidos para estes ambientes onde pode-
mos perceber a concepção de historia vinculadas nestes ambientes. Considerando a visão dos atores envolvidos
266
dentro do processo de produção do conhecimento histórico (professor/produtor, tutor e alunos). Como base para o
estudo trabalhamos com os textos do EAO da UFMT e EAO UNEMAT O reconhecimento da importância do EAO, como
alternativa para todos os níveis educacionais se fez sentir desde a LOB e os crescentes credenciamentos de escolas
pelo Brasil. Trata-se então dos Historiadores tomarem consciência desta estratégia educacional diferenciada, que
utiliza textos impressos, vídeo, tv, radio, Internet e o que mais tiver por perto.
267
Suzana Cristina de Souza Ferreira - Centro Universitário UNA
Adhemar Gonzaga, o Sr dos Passos do Cinema Nacional
Foi no final dos anos 1920 e inicio dos anos 1930 que Adhemar Gonzaga inaugurou um outro papel para si mesmo
dentro da história do cinema brasileiro. Dessa data em diante, ele não mais apenas escreveu e liderou campanhas a
favor do cinema na imprensa: ele fez cinema. Com a construção da Studio Cinédia, Gonzaga materializou o meio para
realizar o seu projeto estético-cultural para o cinema brasileiro. Projeto orientado por um ideal de modernidade, de
nacionalismo, de desenvolvimento e, por mais que pareça incoerente, também pelo modelo norte-americano de fazer
cinema.
268
Marcia Regina Capelari Naxara - UNESP-Franca ~
Formas de apreensão do Brasil (séculos XIX-XX) ~
Pretendo, nesta comunicação, tecer algumas reflexões a propósito de como as leituras de Brasil realizadas a partir do
século XIX estiveram pautadas pelas propostas de conhecimento do mundo produzidas pelo iluminismo e pelo roman-
tismo. Considero que o conhecimento da nação, em seus espaços de alteridade e de encontro/almágama de diferen-
ças foram sendo formados a partir de princípios que mesclaram, não sem ambigüidades e ambivalências, a busca da
objetividade cara ao conhecimento científico, herança iluminista, e as concepções de mundo pautadas pelo romantis-
mo, ou melhor, por uma sensibilidade romântica que atravessa o tempo, com caráter de permanência na cultura e
formas de representação do Brasil. Procuro destacar a presença marcante e constante de leituras realizadas na con-
traposição mundo urbano e mundo natural (civilização/barbárie), tão próprio á cultura ocidental e traço marcante das
nações de formação colonial.
269
discussões sobre nacionalidade mantidas durante o período que a Assembléia manteve o debate sobre quem seriam
as pessoas consideradas brasileiras, constituem um material fundamental para a reflexão sobre alteridade. Priorizo
alguns fragmentos das falas de vários deputados.
270
crítica literária - assinada sob o pseudônimo Paulo Arinos - e em sua interpretação historiográfica, uma narrativa da ~34
identidade nacional para o Rio Grande do Sul e o gaúcho. A análise dos dois discursos permite compreender como a ~
preocupação nacionalista, sendo comum aos dois, os irmanará em objetivos que extravasam a crítica literária pura-
mente formal e a interpretação histórica neutra - ou estritamente baseada em pressupostos científicos, já que a mani-
pulação analítica da região e da nação se dá pelo ângulo de quem as observa, não com a rigidez metódica dos que se
pretendem neutros, mas por meio do mergulho nas categorias em análise.A interpretação de Vellinho busca espantar
concepções que tomam o Rio Grande do Sul como bifrontal, porque de influência platina. Para afirmar o próprio,
rebaixará à condição de outro tudo o que for considerado desviante ao luso-brasileiro.Tem-se, assim, um Rio Grande
do Sul que nega o mundo platino, abdica de uma memória missioneira, rebaixa o colonizador espanhol, menospreza
os Guarani e o culto cívico de Sepé Tiaraju.
271
ao "dobrar-se-sobre-si-mesmo', O "voltar-se para o outro' é uma atitude simples que não depende de esforço ou
reflexão para ser conquistada ou feita: é o encontro do homem com seu semelhante, Mas é algo que foi desprezado e
esquecido de tal modo que as condições da vida contemporânea entorpeceram até mesmo nossa capacidade de nos
encontrar conosco mesmo, Preconceito e deficiência inserem-se na perspectiva da afirmação de uma normalidade
absoluta e numa negação da diversidade humana, Vida é relação, É o exercício de alteridades distintas no entre, Esse
trabalho discute e reflete sobre a possibilidade de protagonismos para além de preconceitos como fator essencial de
uma identidade cultural; afeta ao elemento puro e simplesmente humano em relação com o Outro, em presenças
subjetivas distintas apoiando e sendo responsável e não a perspectiva do Outro ser o mesmo
272
Marçal de Menezes Paredes - UFGRS ~
Identidade Brasileira e Alteridade Portuguesa: as Demarcações da História nas alegorias da "mestiçagem" @
(Sílvio Romero) e do "mal de origem" (Manoel Bomfim)
O afastamento identitário de Portugal representa um importante marco da fundação da nacionalidade brasileira. Resul-
tante de um complexo multifatorial - ao mesmo tempo político, estético, filosófico e social -, a assunção de uma
"brasilidade" essencial passou pelo gerenciamento de seus liames com uma "Iusitanidade" a ser contrastada. Este
processo teve nas mobilizações da história um agente demarcatório de acentuada relevância: dele nascerá o escopo
identitário da nacionalidade brasileira. Através da análise das alegorias da "mestiçagem", propagada por Sílvio Romero
na sua História da Literatura Brasileira (1888), e do "mal de origem", exposta por Manoel Bomfim em América Latina:
males de origem (1905), buscar-se-á perscrutar a forma como a alteridade portuguesa foi mobilizada para a demarca-
ção da identidade brasileira.
Gilberto Marcos Martins - Faculdade de FiI. Ciências e Letras do Alto São Francisco
Cultura, Colonização e Alteridade no Alto São Francisco
O artigo mostra como se deu o processo de colonização da região do Alto São Francisco. Que representações e visões
de mundo tinham os colonizadores e como se relacionavam com o desconhecido, com a alteridade. Mostra como o
colonizador ia se tornando colono e sendo tragado pelo espaço do desconhecido através do isolamento em que
acabava vivendo, o que o levava a criar um universo bem particular, mas que não lhe tirava a condição de súdito fiel.
Rosana Ulhoa Botelho e Helen Ulhôa Pimentel - Centro Universitário de Brasília - UniCEUB
Presença nipônica em Paracatu: a nova geração (1978-2007)
A constituição das subjetividades está atravessada e tensionada por inúmeros processos, entre os quais os decorren-
tes de marcas físicas associadas ao pertencimento a etnias e culturas específicas que se encontram inseridas numa
sociedade nacional cujo mito de origem reforça o hibridismo cultural num quadro histórico emoldurado por uma deter-
minada imagem de nação mestiça. No caso da pesquisa em questão, o interesse se volta para a nova geração de
filhos de imigrantes japoneses que se fixaram no noroeste de Minas Gerais, integrando um dos projetos de desenvol-
vimento do cerrado iniciados na segunda metade dos anos 1970. A pesquisa focaliza e discute as referências histórico-
culturais dessa geração de brasileiros que, querendo ou não, trazem em sí as marcas de 'um certo oriente'.
273
35. História e Comunicação: Mídias, Intelectuais e Participação
Beatriz Kushnir (Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
274
Ozias Paese Neves - Universidade Tuiuti do Paraná
Entre tensões e estratégias: a cultura política da Revista Civilização Brasileira como instrumento de combate
ao regime militar
Este trabalho enfoca a Revista Civilização Brasileira -RCB- como uma amostra da ação e dos valores que compu-
nham a cultura política dos intelectuais de esquerda durante a primeira fase do regime militar estabelecido em 1964. A
publicação trazia diversos textos de áreas distintas com enfoque em política nacional, política internacional, questões
filosóficas, científicas e artísticas. Utilizamos a história intelectual e o conceito de cultura política para buscar a delimi-
tação das transformações, das tensões internas e das estratégias da revista que atuou sob a sob a mira do governo
ditatorial entre 1965 e 1968. A magnitude e a densidade teórica da RCB podem ser percebidas pela ampla gama de
autores de distintos matizes que nela publicaram constando dentre eles ex-integrantes do ISEB, como Nelson Werne-
ck Sodré e Roland Corbisier; filiados ao PCB, como Ferreira Gullar, Leandro Konder e Dias Gomes; intelectuais de
diversos matizes como José Honório Rodrigues, Olto Maria Carpeaux, Octávio lanni, Fernando de Azevedo, Florestan
Fernandes, Paulo Francis; e autores estrangeiros cuja lista incluia nomes de peso como Bertrand Russel, George
Lukács, Lucien Goldmann, Herbert Marcuse, Jean Paul Sartre, Louis Althusser, Walter Benjamin, dentre outros.
275
Aline Ramos Brandão - UERJ I AGCRJ
O Poder das Imagens nos Governos Vargas
O Correio da Manhã, um matutino carioca fundado em 1901, é objeto valioso a ser estudado devido o seu posiciona-
mento ao longo da Hist6ria, sendo grande influenciador no cenário político brasileiro, O seu relacionamento com os
governos Vargas foi marcado por criticas acirradas, o que o torna revelador ao se falar de oposição da imprensa no
Estado Novo, Para além dos seus artigos, visitando o Correio da Manhã e observando suas fotografias, percebi que
era possível fazer uma leitura que não fosse somente da linguagem escrita e remontar o ideário do jornal nos governos
Vargas através das imagens, Destaco que as fotografias foram produzidas e selecionadas, são recortes e produtos da
encomenda de um agente contratador -o pr6prio governo, fazendo parte de um projeto fotográfico, Somente conjugan-
do o contexto da época, ideário do jornal, produção e seleção da fotografia será possivel chegar á relevância do
documento no olhar crítico do jornal contra o governo de Getúlio Vargas, No seu segundo governo, o democrático,
Vargas enfrentou forte oposição e o Correio da Manhã sempre rei em brava as experiências passadas, fazendo compa-
rações e demonstrando a periculosidade da presença de Vargas no governo em qualquer que seja o regime, pois o
totalitarismo era uma característica pessoal.
276
Célia Aparecida Rocha - UFMG
O imaginário científico sobre o corpo construído pela mídia a partir de 1950
Este estudo visa compreender as mudanças das representações sociais acerca do corpo humano na segunda metade
do século XX, a partir da análise da mídia impressa. Entendemos que a midia é um gênero de discurso significativo na
compreensão da formação do imaginário social acerca da ciência e sobre formas de ser e agir na sociedade contem-
porânea. No caso deste estudo, os meios de informação de massa escolhidos como fonte de pesquisa foram as
revistas de publicação semanal: Manchete (1952-1968) e Veja (1968-2006). Entendemos que a contínua e acelerada
mudança tecno-científica impactou profundamente os corpos na sociedade contemporânea, cuja construção acontece
pela vivência da tecnologia, mas também, através da veiculação de representações construidas pela grande imprensa.
Através do mito ciborgue visamos pensar o aumento exponencial da tecnologia na reconfiguração dos corpos e da vida
na contemporaneidade, cujas conseqüências afetam a sociedade em relação às categorias de classe, gênero e raça.
O complexo da tecno-ciência é entendido como forma de saber-poder, por isto, nossa intenção é também investigar
este conhecimento tecno-cientifico de dimensões extraordinárias e perigosas como forma de biopoder, através de uma
atualização do conceito de biopoder do filósofo Michel Foucaull.
Neste trabalho apresentaremos através de um estudo caso do universo ficcional do personagem Batman, uma propos- :i3
ta teórico-metodológica sobre as possibilidades de uso das histórias em quadrinhos como fontes documentais para a ~
pesquisa histórica. Buscaremos, aqui, analisar a cultura visual na qual se insere a construção deste universo ficcional, ,g
ao longo do século XX, bem como, os referencias culturais com os quais suas narrativas dialogam como a televisão, a ~.
literatura, o cinema e a internet. Neste sentido, é necessário investigarmos os circuitos de produção/circulação destas 'E
histórias em quadrinhos e os papeis de seus principais atores sociais. Desta forma, pretendemos estabelecer a histo- E
rieidade do universo ficcional do Batman, identificando alguns de seus elementos de continuidade e ruptura. 23
277
Beatriz Kushnir - Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
Desbundar na TV: militantes da VPR e seus arrependimentos públicos
Análise dos 'arrependimentos públicos" feitos por militantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), espon-
taneamente ou não, ás TVs e jornais,
278
desta análise pretende-se conhecer a ação dos movimentos populares de massa neste panorama. Por meio de conta-
to com integrantes de um movimento popular, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de São Paulo, será
analisado o sujeito "sem" possibilidades da história social presente e o como estes movimentos se organizam político-
culturalmente frente ao modelo de reprodução de informações propagado pelas midias no Brasil. Quais as possibilida-
des de atuação critica e formação de valores frente a este espelho de recepção do real delineado pelos meios de
comunicação de massa brasileiros. Como a midia televisiva, através da análise de discurso de três meios de comuni-
cação de massa: Jornal da Globo, SBT e Rede Record, documenta e informa seus telespectadores a respeito dos
movimentos de massa urbanos. E como através desta informação veiculada se organiza o MTST em sua prática social
e em sua dinâmica cultural.
279
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
280
Marcelo Gonzalez Brasil Fagundes - UFSC
Ideologia e ativismo político na vida e obra de Alejo Carpentier (1904-1980)
Na busca por uma compreensão das relações entre a arte e a política observamos que a vida e a obra do escritor
cubano Alejo Carpentier se apresenta como emblemática para o desenvolvimento dessas discussões. Nascido no
inicio do século XX, ele vivenciou o inicio da modernização na América Latina, integrou movimentos intelectuais em
Cuba e França, presenciou a ascensão do fascismo, narrou os bombardeios de Franco durante a Guerra Civil espa-
nhola, viajou para o México, Haiti e Venezuela em busca do mundo latino-americano e se engajou nas transformações
promovidas pela Revolução Cubana. Todos esses eventos exerceram influência no seu amadurecimento artístico e na
formação de sua consciência sobre a América Latina, refletidos na sua produção literária e jornalística, bem como, na
sua atuação política frente a essas mudanças. Buscamos, desta forma, perceber o universo vivido e o universo de
idéias que habítou a mente de Carpentier. Enquadrá-lo em seu contexto para tecer considerações sobre as transforma-
ções ideológicas sofridas por ele no decorrer da sua vida. Dado o caráter emblemático de sua experiência e a vasta e
variada publicação cremos ser notório a importãncia de uma análise da vida e obra de Carpentier para melhor vislum-
brar essa complexa relação entre a arte e a politica.
Se há uma prioridade entre os elementos particulares da memória individual ou se, pelo contrário, prevalece a memória .§
coletiva, corresponde a outro enigma. O pensamento histórico nutrido pela memória elabora-se em consciência histó- ~
rica como fator de situação social e cultural de indivíduos e de comunidades. co
=co
o,
Pedro Spinola Pereira Caldas -U F U §
Johann Gustav Droysen e a cultura grega clássica .~
Como parte de meus estudos sobre a cultura histórica alemã, pretendo, nesta comunicação, compreender a influência :::c
da cultura grega antiga na obra do historiador Johann Gustav Droysen. Não se compreende a concepção de história na :
Alemanha do século XIX sem que se considere a relação dos alemães com a antigüidade clássica grega em sentido ~
mais amplo, a saber: historiográfico, filosófico e artístico. Neste sentido, deve ser salientada a importância dos tragediá- :i§
grafos e de Aristóteles para a estruturação do historicismo alemão.
281
Cássio da Silva Fernandes - UFJF
Werner Kaegi: o pequeno-Estado e a crise européia
O historiador suíço Werner Kaegi (1901-1979) é reconhecido corno autor da biografia intelectual de seu concidadão e
também historiador, Jacob Burckhardt (1818-1897). Neste escrito, Kaegi fundia a personalidade de Burckhardt ao
ambiente cultural helvético no século XIX e ressaltava a importância da cultura citadina de Basiléia na vida e na obra
de seu biografado. Porém, nas décadas de 1930 e 1940, Werner Kaegi, professor na Universidade de Basiléia, profere
uma série de conferências sobre a posição do pequeno-Estado na história da Europa, e conseqüentemente sobre o
teor da crise européia no contexto das duas grandes guerras. A fina interpretação de Kaegi sobre a trágica realidade
européia, sobre o papel desempenhado neste contexto pelo ideal do Estado nacional como potência política, aproxi-
mava-lhe dos cursos dados pelo piemontês Federico Chabod na Universidade de Milão, nesta mesma época; aproxi-
ma-lhe ainda de dois outros significativos historiadores na primeira metade do século XX, e com os quais manteve
profunda relação de amizade: Delio Cantimori, da Scuola Normale de Pisa, e o holandês Johan Huizinga. Analisare-
mos as citadas conferências de Kaegi, com o intuito de compreender os influxos de sua concepção política fundamen-
tando o caráter de sua perspectiva histórico-cultural.
282
se por base o curso de Geografia e História da FFCUUSP, que foi um dos pioneiros a serem criados na década de
1930. Os informes selecionados, para esta pesquisa, foram os Anuários da Faculdade de Filosofia, nos quais publica-
vam-se parcialmente as atas do conselho da Faculdade de Filosofia e os relatórios das cadeiras dos cursos. A impor-
tância em se estudar as mudanças da estrutura curricular no contexto de funcionamento do regime de cátedras e da
nacionalização dos programas curriculares das Faculdades de Filosofia, encontra-se na possibilidade de demonstrar,
no quadro das transformações e debates, o processo de institucionalização do ensino universitário de História, na
medida em que se destacam os caminhos que levaram a autonomia dos cursos de Geografia e História, na década de
1950, quando se tornaram independentes. O texto que deu base a esta comunicação foi originalmente apresentado
como dissertação de mestrado em 2004 na Unesp.
283
pensamento; enquanto o primeiro autor delineia claramente a continua mudança de postura dos atores sociais, com o
deslocamento do foco das mobilizações para locais anteriormente pouco explorados, o segundo autor enquadra os
movimentos sociais a grupos de interesses que seriam a mola propulsora para a organização e/ou estruturação dos
movimentos sociais na atualidade. Enfim, o quê se pretende é apresentar de modo comparado, as aproximações e as
exclusões teóricas e práticas de dois autores norte-americanos contemporâneos que refletem sobre as ações coletivas
coletâneas.
284
Sara Albieri - USP
O papel dos conceitos na explicação histórica
O questionamento radical da cientificidade da história desembocou num perigoso vale-tudo hermenêutico que é preci-
so começar a diagnosticar. Há algumas décadas, Dray já destacava o papel dos conceitos nas explicações históricas,
não necessariamente derivados de leis abrangentes. Veyne depois defendeu que a conceituação em história não se
assemelha à explicação a partir de teorias ou leis, mas tem função descritiva e heuristica. Discutiremos então o
emprego de conceitos em história à luz de concepções recentes em teoria da ciência, visando restabelecer um padrão
de cientificidade a partir do reconhecimento do valor epistêmico dos conceitos para qualquer interpretação.
285
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
286
Renato da Silva Melo - UEMG
Metodologia da Interrupção Dialética
A concepção de história de Walter Benjamin liga-se ao conceito de interrupção dialética. Esta expressa o instante em
que os subalternos podem resignificar a história. A partir desse método, Benjamin busca um conceito de história que
possa atualizar o passado no 'tempo de agora'. Com o uso do método da interrupção dialética, o autor berlinense faz
desabrochar as contradições inerentes à história causal.
287
37. História e Linguagens: território multidisciplinar da pesquisa histórica
Rosangela Patriota (UFU) e Arnaldo Daraya Contier (USP I Universidade Mackenzie)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
288
Marcos Rizolli - Universidade Presbiteriana Mackenzie ~
Artista-Pesquisador: a construção de uma historiografia crítica
A Universidade Contemporânea tem estabelecido cada vez mais espaço para os domínios da criatividade e da expres-
®
sâo humana - em suas formas de arte. Assim, este presente estudo busca identificar e registrar, de modo critico, os
percursos e carreiras de artistas-pesquisadores de uma universidade brasileira - devidamente envolvidos com ações .~
de ensino, pesquisa e extensão. Compreender os processos criativos, as dimensões expressivas, os dominios mate- %
riais e técnicos e conseqüentes inovações de procedimentos -que incidem sobre o campo significativo da arte contem- :g
porânea tem sido o nosso interesse de reflexão critica e meta-criativa. Delineia-se, assim, um conjunto de textos, :!5
diagramas semióticos e ensaios críticos que analisam obras artísticas e experiências estéticas. Voltando-se para a E
constituição de uma identidade coletiva - necessariamente contemporânea - no esforço de configuração da figura do ·ê
Artista-Pesquisador. A presença interventora do artista na formação universitária parece oferecer novos formatos ~
rei acionais ... em registros que sugerem, além das imagens autorais, a construção de uma historiografia critica. ~
o.;
Fernando Kolleritz - FHDSSPI-Franca I Unesp
Totalitarismo em suas linguagens
Várias linguagens aproximaram-se do mundo totalitário, um universo de vida que abrangeu, segundo discussões entre ~
ª'
~
especialistas, os países comunistas, o fascismo italiano e o nazismo. Com otimismo, defende-se aqui que esta polifo- '"
nia de linguagens trouxe progresso no conhecimento do fenômeno totalitário. Estas linguagens, tentemos esquemati- .~
zar, contam-se em número de quatro, tomando a forma a) do testemunho e da ficção b) da filosofia política, c) da teoria ~
política e d) da História. Como se pode observar desde já, testemunho e ficção expressam a realidade totalitária a partir ::r::
de viés subjetivo; são referências internas ao vivido, real ou imaginário, constituem percepções e sentimentos elabora-
dos a partir de vivências reais ou ficcionais; retratam o mundo vivido da maneira como é existido, a partir de dentro dos
afetos emocionais, dos sentimentos e das avaliações morais, com reconhecimento explícito da sensibilidade e da
imaginação. Por sua vez, os três outros 'gêneros' constroem-se em exterioridade, versam 'sobre' a formação social
totalitária, tentam objetivar o mundo de que falam, recortando aspectos, distinguindo níveis de realidade, estabelecen-
do cronologias, permanências e durações, determinando variáveis e períodos e apreendendo o sentido dos aconteci-
mentos.
289
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
290
Alcides Freire Ramos - UFU ~
O cinema de João Batista de Andrade e a resistência à ditadura militar brasileira: análise e interpretação de
"Doramundo" (1977) e "O Homem que Virou Suco" (1980)
®
Ao longo de sua trajetória artistica e política, o cineasta João Batista de Andrade dirigiu filmes empenhados na proble- ...:
matização da realidade brasileira e, sobretudo, na crítica á ditadura militar. Nesta comunicação, apresentaremos refle- .s
xões em torno de dois importantes filmes deste diretor: "Doramundo' (1977) e 'o Homem que Virou Suco" (1980). Eles ~
foram produzidos e lançados numa conjuntura particularmente conflituosa, marcada pela repressão, censura, e contro- ;o_~
le ideológico-cultural, mas, ao mesmo tempo, pela reorganização dos movimentos sociais, em especial dos operários ::::>
do ABC paulista. O objetivo principal desta apresentação é discutir o modo como esses filmes respondem a essa E
conjuntura.
291
tratados, especialmente por meio de suas teses Sobre o Conceito de História. As ligações entre Brecht e Benjamin,
obviamente, não são aleatórias e visa, portanto, evidenciar os meandros sociais e culturais que aproximam esses dois
autores e teóricos alemães.
292
Alexandre Pacheco - Universidade Federal de Rondônia ~
O poder da imprensa na construção da imagem do escritor no Brasil na década de 1970
Neste trabalho, discutimos as formas de construção por parte da imprensa do Rio e de São Paulo da imagem do autor
®
literário, em especial, do escritor Rubem Fonseca entre os anos de 1975 e 1980, Imagens que, apesar de terem sido
impostas como universais para todo um público leitor, foram apresentadas a partir das intenções da imprensa em não ,~
só explorar a literatura e o autor literário de acordo com interesses mercadológicos, mas também a partir de interesses %
políticos ante o regime ditatorial. Estudo importante por nos revelar a figuração de uma situação no campo das rela- ~
ções entre imprensa e autores, onde pudemos perceber como certas disposições e interesses da imprensa, ao serem ~
incorporados como formas de legitimação da construção da imagem do escritor, representaram a hegemonia dos E
poderes políticos e econômicos das elites no campo da cultura, em especial da literatura,
293
Jacques Elias de Carvalho - FAVA
Roda Viva: questões para uma análise tropicalista da cena teatral
Nos últimos anos, a década de 1960, no Brasil, tornou-se um período privilegiado por diversos historiadores pelo vigor
estético de suas produções artisticas, pela capacidade criativas dos movimentos e pela luta de grupos sociais oposito-
res do regime ditatorial instaurado a partir de 1964. Nesse contexto, o texto teatral Roda Viva, de Chico Buarque,
ganha contomos específicos nas mãos do diretor José Celso Martinez Correa. O espetáculo Roda Viva aprofunda os
questionamentos estéticos e políticos do diretor num momento crucial do regime militar, no qual o recrudescimento do
sistema torna-se sua marca principal. O espetáculo foi alvo de um grupo de extrema direita, o Comando de Caça aos
Comunistas, sintetizando assim a situação nacional de profunda repressão no qual as artes, a partir daquele momento,
tornavam-se um elemento a ser combatido e sufocado pelo Estado militarizado. A postura desses artistas diante dessa
realidade nacional é profundamente questionada, pois diversos setores optam por uma outra forma de atuação que,
posteriormente, ficaria conhecida por Tropicalismo. Assim, tal movimento marcou época por uma diversidade estética
em que cada segmento das artes incorporava elementos externos e trilhava caminhos diferenciados propondo ques-
tões específicas de cada linguagem.
294
Sandra Alves Fiúza - UFU ~
A poética do curinga na dramaturgia de Augusto Boal
Para o estudo interdisciplinar entre História e Teatro é tão importante a investigação dos modos como os conteúdos da
®
experiência social são internalizados nos textos dramáticos, quanto da forma específica dada a estes conteúdos, uma ....:
vez que ela também nos informa sobre aspectos da experiência social de um determinado momento histórico. Nesse .~
sentido, esse trabalho tem como objetivo historicizar a poética do curinga, elaborada e teorizada pelo dramaturgo 'Q.
Augusto Boal durante a década de 1960, em três momentos distintos da sua atividade teatral, considerando que essa ]
estrutura dramática assumiu diferentes funções nas peças Arena conta Zumbi (1965), Arena conta Tiradentes (1967) e ~
Torquemada (1971). Destacar-se-á também o debate no seio da critica teatral, desencadeado a partir da encenação de E
Arena conta Tiradentes, acerca do desencontro entre experiência social e formas artisticas. Alguns críticos interpreta- .2
-E
ram que a ênfase de inspiração brechtiana - sobretudo a idéia de distanciamento e os procedimentos da narrativa - na '!::
dramaturgia de Boal foi inadequada, pois a produção teatral de Boal conclamava á revolução e se apropriava da forma ~
épica, denotando aí o descompasso entre uma estética revolucionária, pertinente antes do golpe de 1964, em um (,? c::
momento de evidente derrota políti cu
O)
co
5,
Cláudia Helena da Cruz - Instituto Luterano de Ensino Superior - ILES/ULBRA c::
:..::J
Diálogos entre a Criação Literária e a Militância Política: Quarup (1967) de Antônio Callado
EstQe estudo(109b6j7et)ivOaba relação interdiscdiPlinar entre Histórida edLiteratura, ten d0 como docubme nto privilegiado o roman- ~~
ce uarup . ra representativa a literatura engaJa a a década de 196O, que esta elece constante comunica- .'0
ção entre 'ficção" e "realidade", trazendo no seu enredo temas candentes da sua contemporaneidade, como a luta do :r:
camponês pernambucano, o Movimento de Cultura Popular - MCP -, entre outros. Contudo, a narrativa de Callado
também mostra a desintegração destes movimentos a partir do Golpe Militar de 1964. Haja vista que Quarup surgiu no
período em que a censura e a repressão permeavam todos os espaços, e a arte tornou-se uma forma de combater,
denunciar e resistir á usurpação do poder, ás arbitrariedades e á soberania de um governo ditatorial. Nessa perspecti-
va, a obra literária foi capaz de abarcar representações de acontecimentos de nossa história recente, com base na
criação/produção da narrativa de Callado, tornando possivel pensá-Ia historicamente, á luz dos pressupostos teórico-
metodológicos da História Cultural, que concebe o profícuo diálogo com a obra de arte, urna vez que a criação artística
é dada a partir de uma determinada realidade, conjuntura e historicidade específica.
295
20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
296
tam uma capacidade em dialogar criticamente com o presente. Dessa forma, a Inconfidência Mineira ao ser relida
pelos textos teatrais, aponta uma correspondência de idéias entre os episódios políticos do passado e do presente,
associando a questão da liberdade, participação e soberania nacional, tema que concentra o enredo das peças. Embo-
ra, na criação de suas obras os dramaturgos tenham escolhido posicionamentos politicos e estéticos diferenciados,
Gonzaga ou Revolução de Minas é uma obra que mostra o posicionamento político de seu autor frente aos trabalhos
realizados no Instituto Histórico Geográfico Brasileiro no séc. XIX. Enquanto Arena Conta Tiradentes e As Confrarias
são textos que inseriram os dramaturgos na luta política do seu tempo - na resistência aos acontecimentos políticos
inaugurados pelo Golpe Militar.
297
André Luiz Faisting - UFGD
O processo contemporâneo de Informalização da Justiça e a Justiça Informal no Brasil: origens e dilemas
Embora o movimento contemporâneo de informalização da justiça pareça apontar para uma mudança do sistema de
justiça, os contornos de tal mudança ainda são incertos, pois não se sabe exatamente o que estaria mudando: ideolo-
gia, normas, processos ou instituições. No Brasil, a prática institucionalizada da conciliação pode ser encontrada já no
periodo imperial, na figura do juiz de paz como magistratura leiga. Contudo, a análise do desenvolvimento histórico da
justiça de paz demonstrou que ela foi perdendo importância tanto na função conciliatória quanto na função politica, que
tinha por finalidade o fortalecimento do poder local. Na década de 1980 ressurgem os métodos informais para resolu-
ção dos conflitos com a promulgação da lei 7.244/84 que criou os chamados Juizados Especiais de Pequenas Causas,
incorporada pela Constituição de 1988 através do artigo 98. Em 1995, a lei n.O 9.099 manteve os fundamentos da lei
anterior e deu ao Juizado a atribuição para atuar em pequenas causas na área penal, criando, assim, o Juizado
Especial Criminal. Para muitos especialistas, com a criação desses Juizados no Brasil o Poder Judiciário passou a
incorporar conflitos que antes não chegavam à justiça. Contudo, trouxeram outras conseqüências para a dinâmica do
sistema de justiça.
298
Alisson Droppa - UNISINOS
A exclusão social a partir da rotulação de patologias: ijuí 1890 a 1940.
Este trabalho visa analisar as práticas sociais desenvolvidas no município de Ijuí, no interior do Estado do Rio Grande
do Sul, apresentando como objeto de estudo as práticas de controle às populações 'indesejadas'. Essas populações
são representadas em um primeiro momento pelos caboclos e em seguida pelos imigrantes à margem do processo de
acumulação capitalista, ou seja, os imigrantes pobres. O trabalho tem como objetivo principal descrever e analisar as
práticas de controle e exclusão das pessoas consideradas 'indesejadas' por não enquadrarem-se no padrão imposto
pelas elites locais, buscando interpretar os discursos tidos como científicos pela medicina e pelos meios políticos. A
metodologia utilizada baseia-se no cruzamento de fontes, com o objetivo de reconstruir os discursos que visavam à
exclusão das pessoas indesejadas, no período de 1890 a 1940. Esse período justifica-se pelo inicio da industrialização
do município de Ijuí e pelo inicio da chamada 'vida urbana'. Foram utilizados como fontes, documentos relacionados à
prefeitura municipal de Ijuí que se encontram no MADP - Museu Antropológico Diretor Pestana, no AI - Arquivo Ijuí e
processos cíveis criminais disponíveis no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul.
299
mido pelo IHP, e essas fontes podem esclarecer a história do surgimento da sociologia, precisar quais eram suas
preocupações, suas relações com o conhecimento histórico, com a idéia de progresso e de reforma moral e social,
assim como sua relação com as enquetes sociais.
300
José Martinho Rodrigues Remedi • UNISC
Notas acerca da honra e da violência na literatura gauchesca: entrecruzamentos entre história, literatura e
antropologia.
Esta comunicação pretende propor a discussão de alguns dos problemas enfrentados pelo historiador na construção e
na adaptação de suas ferramentas teóricas e pressupostos metodológicos de pesquisa, em nossa dupla prática
historiográfica contemporânea: da interdisciplinaridade teórica e da super-especialização temática. Especificamente,
transitaremos no entrecruzamento de história, literatura e antropologia. Intenta-se abordar as possibilidades e os limi-
tes da utilização dos referenciais antropológicos para a compreensão das narrativas acerca das práticas violentas de
defesa da honra. Estas fontes narrativas serão buscadas na literatura gauchesca e, mais do que avaliar o grau de
veracidade e confiabilidade das fontes literárias, busca-se analisar as intencionalidades e formas de representação da
honra nascidas da tensão entre ficção e realidade. Baseando-nos na idéia de que os conflitos motivados pela defesa
da honra ocultam relações de poder que atuam na afirmação das diferenças sociais, acreditamos que o estudo das
narrativas desses eventos em diferentes esferas da sociedade, portanto, permitirá melhor compreender o significado e
o alcance do conceito honra que sempre esteve presente no processo histórico de formação e diferenciação da socie-
dade gaúcha.
301
Angela Maria Alonso - USP
Cultura e ação coletiva
Desde os anos 90, sociólogos e historiadores vêm enfrentando o desafio de explicar conjugadamente as dimensões
simbólicas e práticas da ação coletiva, a permanência dos símbolos culturais e a capacidade dos agentes de transformá:-
los durante seu uso. Nesse debate, surgiram novas abordagens dos processos de inovação e difusão cultural e concei-
tos foram criados ou redefinidos, caso da noção estruturalista de 'repertório de ação coletiva' e da fenomenológica de
'frame'. O objetivo dessa comunicação é avaliar o alcance delas, tomando por parâmetro um caso, o movimento
reformista da geração 1870.
302
Samir Perrone de Miranda - UFRGS
Apontamentos sobre a análise política e discursiva em uma perspectiva histórica
Resumo: Este trabalho tem por fito explorar possibilidades e limites metodológicos relacionados á pesquisa de discur-
sos políticos em uma perspectiva histórica, Nesta linha, procura-se destacar algumas das principais potencialidades
da articulação interdisciplinar entre História, Ciência Política e Análise do Discurso de linha francesa, Deste último
campo, o conceito de interdiscurso, derivado especialmente dos trabalhos de Michel Pêcheux e seus colaboradores,
apresenta-se como um instrumento fundamental para a apreensão da relação entre sujeito, discurso, sentido e memó-
ria, Com base nesta noção de interdiscurso, as pesquisas acerca do campo político que contemplam contextos histó-
ricos recuados podem ter suas perspectivas e seu potencial explicativo enriquecidos, A partir destes pontos, o trabalho
busca analisar algumas pesquisas empíricas que apresentem o referido caráter interdisciplinar, observando: os funda-
mentos teórico-metodológicos, as preocupações especificas de cada campo de conhecimento e os resultados decor-
rentes de tal interação,
mente emergem nas análises da matéria histórica, Por isso o objetivo da apresentação é discutir a complexidade que
o estudo das relações sociais de dominação e resistência apresenta e comentar algumas tendências teórico-
metodológicas que contribuem para sua análise,
303
Giralda Seyferth - Museu Nacional/UFRJ
Imigração: tradição multidisciplinar e usos da teoria social
As migrações internacionais tem sido objeto de estudo de diferentes disciplinas, cada uma delas com seus interesses
especificos, caso da Geografia, da Demografia, da História, da Psicologia, das Ciências Sociais. No que se refere às
práticas interdisciplinares, houve uma aproximação maior entre a História e as Ciências Sociais, envolvendo principal-
mente o debate entre historiadores e antropólogos, iniciados no século XIX. O uso de metodologias e abordagens
teóricas comuns intensificou-se nas últimas décadas, acompanhando as mudanças ocorridas no âmbito de cada disci-
plina. Olhando para esta tradição multidisciplinar, o presente trabalho enfoca formas de apropriação das teorias da
identidade, etnicidade, cultura, territorialização - envolvendo temporal idade - em estudo sobre a imigração no Brasil,
apontando à interface entre Antropologia e História e, eventualmente outras disciplinas acima citadas.
304
André Rosemberg - USP
O perfil da praça do Corpo Policial Permanente em São Paulo, no fim do Império
Em 1873, a Guarda Nacional foi destituida, por lei de suas funções policiais. A partir desse momento, coube ao Corpo
Policial Permanente, uma força militarizada, voluntária e profissional a incumbência privativa de garantir a ordem
pública, capturar criminosos, prevenir ocorrências ilícitas e perseguir escravos fugidos. Tornou-se, enfim, a instituição
policial por excelência. No entanto, apesar do papel destacado que jogava em relação à manutenção da ordem na
província e do processo da ampliação da maquina estatal na esfera privada, muito pouco se sabe desse corpo. Ainda
permanecem ignorados aspectos fundamentais do CPP, tais como seu arcabouço funcional-administrativo, as missões
que desempenhava, as práticas cotidianas das praças, a relação com a população e com os poderes locais. Proponho
nessa comunicação expor alguns resultados parciais da minha pesquisa de doutorado - realizar um retrato desse
policial-soldado, recenseando dados fundamentais de sua biografia, tais como local de nascimento, idade ao se engajar,
estado civil, altura, cor da pele, residência quando engajado, ofício anterior. A partir daí será possível traçar algumas
hipóteses e estabelecer relações entre as informações específicas do policial com informações maís gerais da popula-
ção brasileira e de São Paulo.
305
entre negros escravos e brancos livres na colônia de Santa Cruz, fundada por imigrantes alemães em 1849. Na
segunda parte (1889-1949), tem-se o acirramento dessas relações desde a abolição da escravidão até o final da
Segunda Guerra, quando a integração dos imigrantes alemães e de seus descendentes também foi considerada
problemática. A terceira parte (1949-... ) trata de uma nova fase dessas relações, quando a integração dos teu to-
brasileiros passou a ser vista como um sucesso em contraste com aquela dos afro-brasileiros.
306
vivência dos espaços fisicos da cidade. Os registros oficiais da história de Araraquara ignoram a presença da popula-
ção negra e suas manifestações, no entanto a existência do Baile do Carmo se coloca como um registro vivo, impres-
cindível para se recontar essa história. Mais do que um baile re~lizado uma vez por ano esse evento tem a capacídade
de estabelecer uma estreita relação entre diferentes gerações. E na memória de velhos, adultos e jovens, na experiên-
cia vivida ou herdada dos familiares e amigos que a história do Baile do Carmo é (re)contada e (re)construída, mas não
só a história do evento é recontada, a história da própria população negra também vem à tona, tal a força que este
evento tem como um elemento de ligação e de construção de uma memória negra coletiva.
~
Raphael Rodrigues Vieira Filho - UNEB DEDC I c::
307
no território indígena e como os conquistadores chegaram, fixaram-se e implantaram uma nova forma de relaciona-
mento entre os diversos grupos, seguindo uma lógica de ocupação partindo do litoral e apropriando-se das zonas mais
afastadas. O movimento rumo ao sertão trouxe outro grupo populacional: os africanos e seus descendentes. Eles
encontraram, nos indígenas, companheiros nas desventuras nos trabalhos compulsórios e fortes aliados para suas
aspirações de vida autônoma.
Esses lampejos iluminam pistas de como foi o relacionamento entre os váríos grupos populacionais nos prímeiros
tempos de exploração da região, mostrando os embates e aproxímações, e também desnublando as solidariedades
construídas no cotidiano compartilhado.
Adriana Machado Pimentel de Oliveira Kraisch .- Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regionall
NDIHR e Carlos Xavier de Azevedo Netto· UFPB
A Relação entre História, Memória e Arqueologia: a arte rupestre no município de São João do Cariri
Nossa proposta é abordar as relações entre arqueologia, história e memória, discutidas no Projeto "Arqueologia do
Cariri', como forma de contribuir aos estudos de história indígena, em especial na região Nordeste. O referido projeto
308
tem como um de seus objetivos analisar as teorias, métodos e técnicas da arqueologia como uma forma de construção
da história do cotidiano das populações ágrafas, pré-históricas ou históricas, delimitada espacialmente pela região do
Cariri paraibano. Para atender aos seus objetivos, nos propomos discutir os conceitos de arte rupestre, memória,
cultura material, identidade cultural e as formas de disseminação dessas informações para a população local, bem
como, questionar a dispersão e a temporalidade das populações que viveram nesta região, desde os registros mais
recuados até a chegada do europeu á América. Adotou-se a área de estudo o municipio de São João do Cariri, por ter
sido uma das primeiras e mais estudados localidades pelo projeto acima citado. Cumpre ressaltar que foi observado a
carência de pesquisas arqueológicas realizadas na área do Estado da Paraíba.
lingua na escola serve como fortalecimento e valorização da mesma, onde os professores de Língua Kaingáng produ- -g
zem os seus próprios materiais didáticos e lutam pela autonomia, ~
.S
'Q.
Sonia da Silva Rodrigues - UNICASTELO .~
309
excursões que faziam á capital da província, em busca dos objetos de que necessitavam; da prática no dia-a-dia dos
aldeamentos e dos contatos esporádicos nos povoados e matas.
Antônio Brand, Eva Maria Luiz Ferreira e Fernando Augusto Azambuja de Almeida - Universidade Católica
Dom Bosco
O Processo d~ demarcação das reservas indígenas Kaiowá e Guarani, no Mato Grosso do Sul, pelo Serviço de
Proteção aos Indios (1910-1940)
O trabalho apresenta resultados parciais de projeto de pesquisa em andamento sobre a demarcação das terras dos
Kaiowá e Guarani, no período de 1910-1940. Estes povos ocupavam amplo território ao Sul de Mato Grosso. Com o
término da Guerra do Paraguai (1860-1864), instala-se, na região a Companhia Malte Larangeira, voltada para a
exploração dos ervais nativos, abundantes nesse território. Na seqüência chegam os primeiros imigrantes sulistas, em
busca de terras, consideradas "devolutas'. Por último, a politica de marcha para o Oeste, que objetivava a nacionaliza-
ção das fronteiras, do Governo de Getúlio Vargas, instala a Colõnia Agrícola de Dourados-CANO. E assim, aos índios
restam os oito lotes demarcados pelo governo, através do SPI, que somam 18.124 há. A pesquisa está apoiada em
ampla bibliografia e trabalho de campo, com levantamento de fontes orais. Conclusões parciais permitem concluir que
no final da década de 1950, do território original indígena, que era de aproximadamente 20.000 km, restava, legalmen-
te, aos Kaiowá e Guarani apenas um total de 18.124 hectares, restando ás populações nativas da região, como única
alternativa, instalar-se nas reservas demarcadas pelo órgão tutelar.
310
cativas dos jesuítas será estabelecida a partir do plano de estudos da Companhia de Jesus, o Ratio Atque Instituto
Studiorum e em suas fontes.
311
Danielle Moreira Brasileiro - UNEB
O Aldeamento Indígena Nossa Senhora dos Anjos.PACÓ: Memória, Identidade e indigenismo no Vale do Mu-
curi- MG
O presente artigo analisa a identidade indigena após a politica indigenista do século XIX no Vale do Mucuri - MG
partindo do depoimento deixado pelo índio Domingos Ramos Pacó. O texto pauta-se na discussão de memória en-
quanto recurso para uma construção historiográfica. Constituindo o que chamou de fábula justa e verdadeira, Pacó
construiu sua memória a cerca da criação do Aldeamento de Itambacuri. Tal Aldeamento representou a missão indíge-
na mais bem sucedida de todo Império, sua criação caracterizou o encontro entre os ditos 'selvagens' e civilizados nas
selvas do Mucuri. Mas, todavia, percebe-se hoje que, o significado de tais conceitos no decorrer do oitocentos muito se
confundiu. Os indígenas dessa região, considerados no século XIX de selvagens, antropófagos, violentos dentre ou-
tras denominações, foram tendo gradativamente seus costumes, crenças e rituais modificados. A criação do Aldea-
mento enquanto um espaço pensado para a catequização e 'domesticação' dos indígenas no Norte de Minas Gerais
se deu através de um acordo reatado entre Igreja (Ordem Franciscana dos Padres Capuchinhos Menores) e Estado no
ano de 1840. O referido acordo tinha como sua base fundamental o discurso civilizador dos costumes através da
instrução á fé católica.
312
Luciene de Morais Rosa - UFG
Encontros e desencontros entre os A'uwê Uptabi e os waradzu no espaço urbano de Barra do Garças-MT
A história dos A'uwê Uptabi, mais conhecidos pela sociedade abrangente como Xavante é marcada por muitos encon-
tros e desencontros com os não-índios, chamados por eles de waradzu. Nesses encontros o que se coloca em jogo de
um lado são as condições de sobrevivência, de reverência e consagração dos costumes ancestrais A'uwê, de outro
lado, estão os interesses por terras da população waradzu e o forte preconceito advindo pelo desconhecimento do
"outro' e de sua cultura. O objetivo desse trabalho é ao buscar uma aproximação entre história e antropologia, discutir
a reelaboração cultural e as novas formas de atuação /l:uwê que lhes permita conviver entre dois mundos sem deixa-
rem de ser quem são.
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313
40. História Política: pensamento e interpretação
Tiago Losso (CESUSC) e (UFSC)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h)
314
a aparecer as primeiras críticas ao novo regime e ao próprio federalismo, que passou a ser visto por muitos como ~
sinônimo de provincialismo e de defesa de interesses locais, em detrimento da união nacional. Oliveira Viana, por ~
exemplo, dizia que em 1822 o Brasil fundou um Império, não uma nação e, portanto, não se formou no país nenhum
objetivo nacional a realizar ou a defender; desse modo, conclui ele, a vida política e os partidos no Brasil não tem
nenhum sentimento nacional, sendo apenas o reflexo de interesses locais, provincialismos e partidarismos regionais. o
Tais idéias, que tiveram grande penetração e difusão nos meios intelectuais e políticos nacionais a partir dos anos 20, .~.
serviram de base e de justificativa ideológica ao Estado Novo e ás suas práticas políticas centralistas e autoritárias, ~
desta vez em detrimento do federalismo e das práticas politicas de cunho localista , ainda que estas não tenham sido c.
completamente eliminadas. Busca-se, então, compreender as principais questões políticas e ideológicas relativas ao .s ~
federalismo nos anos 30. Q.)
8c
Q.)
Luiz Alberto Grijó - UFRGS E
A fundação das escolas superiores no Rio Grande do Sul no novo contexto federativo republicano C'C
A partir da Constituição Federal de 1891 e da chamada politica dos governadores (segundo a qual os estados maiores
'"
c
Q.)
o..
da Federação se impunham frente aos demais numa relação entre o centro e as periferias a partir da relativa autono- ~
mia das unidades estaduais capitaneadas por seus governadores, os quais o centro utilizava como mediadores entre ~'='
ele, os oligarcas regionais e a população em geral) abriu~se espaço para estados economicamente não muito impor- ~
tantes e politicamente menos influentes afirmarem uma relativa autonomia. Os líderes do Partido Republicano Rio- ·ê
Grandense (PRR) se propunham justamente a garantir para o Rio Grande do Sul uma tal posição. Para isto, a forma- ~~
ção de uma elite culturalmente instrumentalizada para traduzir pOliticamente os posicionamentos do governo estadual :c
frente ao central foi muito importante, o que explica em parte o apoio dado por Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros
á instalação de cursos superiores no estado e, principalmente, do curso de direito. Isso a despeito do que pregava a
ideologia positivista, que explicitamente influenciava a ação destes lideres e que desprezava os títulos "escolásticos' e
se opunha ao uso de recursos públicos para a manutenção de instituições de ensino superior.
315
Império do Brasil, monárquico e centralizador, representava a preservação do Antigo Regime e um caráter opressor
intolerável para os tempos que se viviam. Resgatar as concepções de federalismo propaladas pela imprensa farroupi-
lha, tendo em vista as referências evocadas pelos seus redatores das experiências norte-americana e platina, possibi-
lita uma reflexão sobre os limites destas propostas: a República Rio-Grandense foi pensada como 'federativa' ou
meramente "confederativa'? Quais eram, pois, as chances de afirmação no complicado cenário político na fronteira do
Império com os paises do Rio da Prata.
316
criar uma idéia da nação que se esperava construir. Escrito com paixão, "O Argos da Lei", típico jornal do século XIX, foi ~40
o espaço onde Odorico deixou registrado muito da realidade vivida pela sociedade maranhense do primeiro quartel ~
daquele século.
da sociedade de Belém e do interior da provincia, que, difusamente, expressavam suas opiniões políticas por entre o Bc::::
controle das autoridades públicas. As retóricas liberais e anti-colonialistas, portanto, não fizeram parte somente dos E Q,)
círculos letrados da sociedade paraense, mas se espraiaram por cantos ainda pouco estudados pela historiografia da cro
independência brasileira.
'" Q,)
o..
~
Murilo Eugenío Bonze Santos - UERJ ~'"
Dinâmica política no Rio de Janeiro: um olhar sobre a Câmara Municipal e suas interações com a cidade ~
durante o Segundo Reinado ·ê
Este trabalho visa discutir o que era essa instituição política, a Cãmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro no ~~
período imperial, com ênfase no Segundo Reinado. Durante o reinado de D. Pedro 11, muitas reformas e disputas ::r::
politicas ocorreram, o que nos traz a curiosidade de saber como a política local era tratada, a política além dos grandes
atores e dos temas nacionais. Tal estudo torna-se relevante na medida em que não há pesquisas acerca da estrutura
e funcionamento da Câmara Municipal do Rio de Janeiro nessa fase da nossa história. Assim, a análise dessa questão
poderá contribuir para um melhor entendimento do que foi a politica carioca durante o império, e demonstrar como
ocorriam as práticas politicas na cidade, levando em conta a participação tanto dos agentes que atuavam diretamente
na Câmara, os vereadores, quanto ao conjunto dos habitantes da cidade. As eleições para o preenchimento das vagas
de vereadores são um momento privilegiado para se entender as disputas políticas da época, mas nos interessa saber
também como eram as relações dos vereadores eleitos com os habitantes da cidade do Rio de Janeiro e as formas de
comunicação que existiam entre eles, além das questões caras aos habitantes da cidade nesse momento histórico.
317
mos, comparativamente, os alcances e limites de duas abordagens atuais - parcialmente concorrentes - empenhadas
na defesa dos pressupostos contextualistas e intencionalistas na história das idéias: o 'contextualismo lingüistico' de
Quentin Skinner e o "novo intencionalismo' de Mark 8evir.
Gisele Oliveira Ayres Barbosa - Univ. Severino Sombra I Centro Univ. Geraldo di Biasi
Reflexões acerca da participação popular na República Romana: a contribuição da multidisciplinaridade
A República Romana era uma democracia na qual o poder era exercido pelos cidadãos que realmente iam escutar os
discursos e votar ou um governo dominado pela aristocracia como sempre se acreditou? O objetivo do trabalho é
apresentar algumas das mais recentes teorias que os autores têm elaborado para responder a esta pergunta e como
outras disciplinas como a Arqueologia, a Topografia e a Sociologia vêm ajudando os historiadores em seus estudos.
318
central do poder, seja justamente com a intenção oposta, isto é, legitimar ou exaltar o valimento ou algum favorito em ~40
particular, o que se pode perceber é a grande importância que a temática ocupou no pensamento político do período, ~
em particular no Mundo Ibérico. Esta comunicação pretende problematizar algumas dimensões conceiturais e histori-
ográficas desse fenômeno no pensamento político Ibérico entre os séculos XVI e XVII.
populista, dada a sua forma peculiar de atuar sobre a sociedade. Através do instrumento da manipulação, o Estado, ô
nele alocadas as classes dominantes, faria valer seus interesses com uma política social populista, dando-lhes a :e
feição de interesse geral. A questão da manipulação servirá de base ao presente estudo. Pretende-se analisar em que ~
medida pode ser aceita como conceito válido para uma teoria do populismo. Em primeiro lugar, será feita análise do ro
tema do populismo para Weffort. Num segundo momento, serão apresentados os autores que discordam do conceito -~
para a realidade brasileira. Por fim, pretende-se introduzir as primeiras noções acerca da reconstrução do termo popu- :r:
lismo para a política nacional atual.
319
mento desse comerciante de grosso trato, charqueador e estancieiro, temos o jornal republicano: O Povo. Mesmo que
como redator conste Luigi Rossetti, praticarnente todo o noticiário nacional, a matéria doutrinária, necrológicos, esta-
vam a cargo da pena de Almeida. Tal fato nos permite captar do pensamento desse ilustrado autodidata as aspirações
para a nascente República, as influências e especialmente a rede de contatos que permitiam a circulação de ideais.
Especialmente cabe destacar que a versão farroupilha para os fatos passa pelo filtro de Almeida. Propomos percorrer
essas páginas buscando as concepções associadas ao federalismo, como elas se expressam na revolta contra o
Império e demonstram aquilo que se tornaria uma constante na relação entre centro e província: uma tensão que oscila
entre a unidade e a crise.
320
potencial quantitativo do operariado no interior da organização indicando as condições em que estavam sendo efetu- ~
ados os trabalhos de luta contra a ditadura militar nas diferentes regiões em que se encontrava dividida. Pretendemos ~
nesse trabalho analisar os resultados do encontro relacionando-os com a conjuntura do período. Valemo-nos para isso
do relatório do Encontro. Este é parte integrante de documentação gerada no interior da AP no mesmo ano e distribu-
ída para os diversos comandos regionais.
divulgar a sua nova política de ensino superior entre 1968-70. Para responder este questionamento almeja-se investi- 8co
gar a elaboração e a aplicação da Reforma Universitária, enfatizando os princípios que nortearam as mesmas; relaci- E QJ
onar o contexto internacional com a política ditatorial brasileira, enfatizando as relações existentes entre o Brasil e os co
C
V>
EUA; observar a posição editorial das revistas do "MEC" e "VEJA' referente á Reforma de 1968, buscando perceber se o.. QJ
houve modificações no discurso das mesmas; estabelecer possíveis comparações entre os conteúdos da Reforma de ~
68, apontando possíveis semelhanças e divergências nos artigos de ambas. A importância desta pesquisa encontra-se :~
no fato de trazer á tona a discussão sobre as fontes primárias selecionadas. Assim, este trabalho atuaria como apoio ~
aos profissionais da área histórica e educativa, que se dedicam a estudar o contexto da Ditadura Militar brasileira por .~
meio de sua política educacional de ensino superior e através dos meios de comunicação. ~~
::I:
321
41. História, Ensino de História: memórias, saberes e práticas
Helenice Ciampi Ribeiro Fester (PUC·SP), e Maria Carolina Bovério Galzerani (UNICAMP)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Helenice Ciampi Ribeiro Fester - PUC-SP
Formação de Professores: uma experiência de pesquisa
Segundo Mirian Warde e Marta Carvalho,"uma das principa'ls vertentes da produção historiográfica sobre a educação
no Brasil tem mantido forte interlocução com a historiografia francesa.Nessa interlocução ganha central idade a ques-
tão que Roger Chartier toma de Pierre Bourdier: ' o que as pessoas fazem com os modelos que lhe são impostos ou
com os objetos que lhe são distribuídos? '( Chartier, 1987) . Por outro lado, André Chervel questiona por que a escola
ensina o que ensina? Entendendo a escola como uma construção histórica, e o saber docente como multifacetário -
possível integrador dos saberes disciplinares ,curriculares, da formação acadêmica e da experiência de vida pessoal e
social - a exposição objetiva relatar o processo, metodologia e resultados parciais, de uma pesquisa em desenvolvi-
mento, com alunos de Historia, da graduação e do mestrado lato sensu da PUCSP. Subsidiam a pesquisa, para as
dimensões das práticas e saberes escolares, trabalhos de Chervel (1990) Dominique Julia ( 2001, 2002),Tardif (2002
),Forquin (1993), Lopes (1997,1999) e Monteiro ( 2002,2003).No trabalho sobre a memória, a pesquisa ancora-se nas
colocações de Walter Benjamin,Ecléa Bosi, Jeanne M.Gagnebin e Raphael Samuel, entre outros.
322
André Luiz Onghero - Escola Municipal de Educação Básica José Theobaldo Utizig
Práticas de ensino de EMC na região Oeste de Santa Catarina
Com este artigo, elaborado a partir de pesquisa em andamento para dissertação de mestrado, procuro abrir o debate
e possibilitar uma análise sobre as práticas de ensino da Educação Moral e Civica. Para isto, utilizo os depoimentos de
professores que lecionaram esta disciplina na região Oeste de Santa Catarina. As entrevistas permitem conhecer
diferentes narrativas sobre as experiências destes professores, que revelam diferentes formas de ministrar as aulas,
avaliar os alunos e realizar as atividades extra-classe, assim como suas formas particulares de interpretar a própria
experiência.
323
educação da república, rememorando vida e obra de seus educadores. Do ponto de vista das forças que apoiavam o
govemo Vargas, as reformas educacionais estabeleceram um ordenamento legal, em bases nacionais como expres-
são de progresso; na memória dos citados educadores as mudanças pelas quais passou o modelo escolar paulista
representam uma "marcha-a-ré" do ensino, cujo marco é a Revolução de 1930. Com vistas a garantir autonomia desta
escola como espaço decisório, suas práticas demonstram que os processos educativos não são definidos exclusiva-
mente pelo Estado mas a partir das tramas politicas dos sujeitos que participaram do processo de escolarização
naquele periodo.
324
Luiz Carlos Barreira - Uniso
Uma nova forma de pensar e educar: a escola única em Portugal no início do século XX
Este trabalho apresenta e discute aspectos do movimento de renovação educacional em Portugal, no início do século
XX, na ótica e conforme a experiência de um dos mais eminentes educadores portugueses de então, Adolfo Lima.
Destaca, em especial, a discussão que se começou a fazer e a praticar naqueles anos em torno de uma escola que
deveria ser única. Uma escola que, do ponto de vista social, atendesse a todos os segmentos da sociedade, indepen-
dentemente de sua origem social, e que, do ponto de vista pedagógico, superasse a divisão entre trabalho manual e
trabalho intelectual, entre teoria e prática. Uma escola que é apresentada, portanto, como resposta científica para "o
grande mal' que, segundo Adolfo Lima, fomentava o ódio e o desprezo entre os indivíduos e que, em conseqüência,
produzia ondas de violência que se manifestavam de diferentes formas, como a guerra. Os fundamentos e as princi-
pais características dessa escola, tal como apresentados por Adolfo Lima em textos de sua autoria publicados em
periódico editado em Portugal entre 1924 e 1927, são os aspectos privilegiados neste trabalho.
A cidade como lugar das memórias: patrimônios histórícos e educação política dos sentidos E
Elegemos como temática central a produção de saberes histórico-educacionais (pelos docentes e discentes partici- co
pantes), através do diálogo com os marcos patrimoniais da cidade, os quais foram analisados na relação com a macro- .~
história.O que se objetivou, fundamentalmente, foi fortalecer a dimensão de cidadania dos sujeitos envolvidos, com- :::r::
:e
preendo-a como participação ativa, coletiva, capaz de ressignificar as experiências passadas, na relação com as ~
possibilidades transformadoras e os desafios do presente. No diálogo com W. Benjamin, F. Choay, D. Borne, P. Gay, ê
dentre outros, um dos principais desafios educacionais que assumimos foi como transformar a percepção unidimen- .~
sional dos patrimônios históricos locais, prevalecente culturalmente, em "lugares da memórias', capazes de poten- ~
cializar o diálogo desconstrutor das suas contradições, e, ao mesmo tempo, a inclusão de "outras' memórias, -.s
colocando em ação "outra' educação política dos sentidos. Este é o tema que priorizamos para discussão neste ~
fórum, revisitando para tal documentos, tais como, rememorações escritas, orais, iconográficas - tanto dos pro-
fessores, como dos alunos.
325
Cláudia Engler Cury - UFPB
Museus de Rua ou Museus de Bairro na cidade de São Paulo: articulações com a constituição da memória
histórica
Este artigo destaca a pesquisa realizada sobre os Museus de Rua ou Museus de Bairro na cidade de São Paulo e as
articulações com a questão da constituição da memória histórica. Partiu-se de uma abordagem geral em relação à
apropriação dos espaços públicos como depositàrios de memórias e identidades para, em seguida, focalizar-se a
história dos Museus de Rua como uma política cultural de intervenção em espaço público e se pensar de que forma
esses museus se transformaram em pràticas educacionais. Preferimos analisar os Museus de Rua por 'fugirem' ao
padrão convencional de museus para os quais se exige a disponibilidade das pessoas para visità-Ios. E também
porque, analisando esses Museus, pudemos aproximar nosso olhar de um tipo de organização de museu cuja propos-
ta é a da intervenção direta na vida dos passantes. Os Museus de Rua não fecham, não têm horàrios e nem placas do
tipo: 'é proibido aproximar-se'. A ação das intempéries da natureza é deixada propositalmente, sobre os painéis expos-
tos, determinando, inclusive, o tempo de duração do próprio museu. A intenção dos organizadores era a de criar uma
metàfora visual entre o desgaste dos painéis pela ação do tempo e esta mesma ação da passagem dos anos sobre a
nossa memória histórica que aos poucos vai esmaecendo.
326
e de temporalidade, fazendo parte de um processo de produção de relações sócio-culturais no espaço urbano, de
conformação de sensibilidades urbanas. Nesse trajeto histórico-cultural percorrido pelos bondes, a pesquisa buscou
flagrar, mais especificamente na cidade de Campinas, através de memórias que foram se delineando em torno da
figura do bonde, entrelaçamentos sugestivos entre presente e passado, articulações com as vivências e inquieta-
ções do presente. Por outro lado, rastreando imagens que se formaram sobre a vida urbana da época, buscou
estabelecer relações entre a cidade e seus equipamentos e o processamento de uma educação histórico-política
das sensibilidades.
~~i~~~j~fo~~~~~~;:ti~í.r~~a~~:~~~~~ã~a~~~~~~a~~~f?e~~ad~~;~~~~~e~~~~f:r::~~~u~~ ~::bi~z~~~~~~~v~I~~~~nJ~ ~.
ensino fundamental. ~
::I:
Isabelle de Luna Alencar Noronha - UFPB
Livro Didático e Ensino de História Local no Ensino Fundamental
O presente artigo tem por objetivos: discutir o cenário político-educativo atual, tendo foco na politica nacional do livro
didático, o livro didático e o ensino de história local no ensino fundamental, para tanto se aparta em autores como
Fonseca (1993), Nosella e Lourdes (1981), Bittencourt (2000), Hófling (2000) dentre outros, e em documentos oficiais
do MEC; apresentar e discutir um projeto educativo do Instituto da Memória do Povo Cearense - IMOPEC, uma
organização não governamental que prima pela preservação da memória e dos lugares da memória no estado do
Ceará, oferecendo ás escolas material didático-pedagógico como alternativa para o ensino de história local.
327
fun~o de seu contexto e de sua estrutura de trabalhão e, para efetivar esta proposta, fazendo valer no cotidiano escolar
suas atribuições de sentido, utilizaram-se de táticas diante do elemento normatizador que pretendia modelar sua prática.
328
são algumas das questões colocadas por este trabalho, resultado de um dos desdobramentos do projeto "Representa-
ções de infância e juventude na cultura escolar', desenvolvido por docentes do Programa de Mestrado em Educação
da Universidade São Francisco em parceria com a EMEF Profa. ElieteAp. Sanfins Fusussi, localizada no município de
Itatiba, interior do estado de São Paulo, com apoio da FAPESP - Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado de São
Paulo - na linha de financiamentos voltada á melhoria do ensino público. Como fontes, consideram-se as memórias e
narrativas de professores relativas ás suas próprias experiências de infância e juventude nas quais, em geral, o tempo
presente se dilui entre saudades e expectativas, conferindo á experiência escolar de mestres e alunos perfis específi-
cos que precisam ser discutidos.
329
42. História, Imagem e Cultura Visual
Charles Monteiro (PUCRS) e Iara Lis Franco Schiavinatto (UNICAMP)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Mariana de Campos Françozo - Unicamp
O Brasil na parede: Mapas e pinturas do Brasil nos interiores de casas holandesas (1642.1724)
No século XVII, os holandeses que viajaram com as Companhias das índias Orientais e Ocidentais levaram para seu
país de origem o conhecimento de novas terras: diferentes locais, diferentes povos, novos animais e plantas. Duas das
formas de expressão desse conhecimento do novo eram justamente a cartografia e a pintura. Nesta apresentação,
pretende-se investigar o lugar do Brasil nessa circulação de saberes, imagens e representações. Através da análise de
35 inventàrios de moradores das cidades de Haarlem e Amsterdam, registrados entre os anos de 1642 e 1724, procu-
raremos responder as seguintes questões: que tipos de representação visual do Brasil eram produzidos? Quem eram
seus autores? Quem eram seus compradores? Em que cômodo das casas eles eram pendurados e ao lado de que
outros quadros? Desta forma pretendemos discutir o espaço social da circulação dessas imagens, bem como formular
algumas hipóteses sobre o significado da mesma.
Leticia Squeff
Pintura histórica e festa no império: a coroação de d. Pedro 11
A coroação de d. Pedro 11 foi um acontecimento de grandes proporções - a festa durou mais de uma semana, congre-
gando rituais de diferentes tradições que tomaram conta de toda a cidade do Rio de Janeiro. Por isso, nada mais
natural que o tema tenha atraído a atenção de artistas contemporâneos. O objetivo desta comunicação é comparar
duas representações do evento: a feita por Araújo Porto Alegre (1806-79) e a por François -René Moreau (1807-1860).
A análise das duas obras permite uma reflexão não apenas sobre a pintura histórica oitocentista, bem como uma
interpretação dos impasses e demandas políticas do Segundo Reinado que se iniciava.
330
Sonia Cristina da F.M. Uno - UFJF
Mídias audiovisuais e a banalização antropofágica
A utopia modernista de Oswald de Andrade representada pela vertente antropofágica do modernismo brasileiro foi uma
das primeiras tentativas da intelectualidade brasileira de pensar positivamente a mestiçagem cultural. Para além das
inovações estéticas e lingüisticas expressas nos textos literários e manifestos das décadas de 1920 e 1930, Oswald de
Andrade teria, na maturidade, estendido a antropofagia à categoria de reflexão filosófica possibilitando uma nova
leitura da história do Brasil. Este texto busca enfocar tanto as caracteristicas de resistência anticolonialista deste
pensamento entre as décadas de 1920 e 1950 quanto sua vulgarização através da criação de estereótipos sobre a
brasilidade pelas produções audiovisuais que ganharam força com a popularização dos meios de comunicação audi-
ovisuais e, em particular, a televisão nas décadas seguintes.
social de produção de sentido, fundamentando sobre códigos convencionalizados culturalmente. Ela é um artefato E
cultural utilizado de várias maneiras, em diferentes circunstâncias e, enquanto tal, participa das relações sociais e das~
práticas materiais, médicas e cientificas. ~E
:I:
331
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
332
fotográfico do espaço urbano, sendo importante destacar a distância de quase um século entre o trabalho de ambos.
Militão fotografou, em 1860, uma São Paulo que estava prestes a sofrer uma enorme reurbanização. Lorca, por sua
vez, produziu um dos maiores acervos da cidade de São Paulo no século XX .. Na obra de Militão Augusto de Azevedo
e German Lorca é possível descobrir o talento de mestre destes dois fotógrafos que foram testemunhas do desenvol-
vimento escarpado por que passou São Paulo.
:~
:::r::
333
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
334
Rachei Duarte Abdala - USP
A fotografia além da ilustração: Malta e Nicolas construindo imagens da reforma Fernando de Azevedo no
Distrito Federal (1927-1930)
Esta pesquisa, desenvolvida como Dissertação de Mestrado, objetivou analisar a forma pela qual, a partir de represen-
tações fotográficas foi construída uma imagem da reforma educacional, realizada por Fernando de Azevedo entre 1927
e 1930, no Distrito Federal. Considerando a fotografia como fonte documental e como objeto, buscou analisar a refor-
ma azevediana, fundamentando-se no referencial teórico da História Cultural. Ao analisar as imagens fotográficas
geradas durante a reforma procurou perceber o modo como a renovação escolar foi representada pela produção dos
dois fotógrafos responsáveis por registrá-Ia: Augusto Malta e Nicolas Alagemovits. O objeto desta pesquisa foi a alte-
ridade de expressão entre esses dois olhares e a forma como suas produções fotográficas foram apropriadas por
Fernando de Azevedo e pela imprensa. A fotografia foi utilizada como recurso para imprimir maior visibilidade ás
realizações renovadoras. Apesar do objetivo comum de documentar a reforma, Malta e Nicolas diferenciavam-se
pela autoria, expressão e temática. Malta, fotógrafo oficial da prefeitura, registrava principalmente eventos e práti-
cas escolares. Enquanto Nicolas, fotógrafo autônomo e prestigiado no meio artístico, restringia-se ás novas edifica-
ções escolares.
'"
E
335
Valter Gomes Santos de Oliveira - Universidade Federal da Bahia
Imagens da modernidade em Jacobina: Narrativas fotográficas em um contexto desenvolvimentista (1955-1963)
Este trabalho consiste numa abordagem em torno da relação entre fotografia e cidade. O objeto de análise são as
narrativas fotográficas da cidade de Jacobina, interior da Bahia, entre 1955 a 1963. Este periodo foi marcado pela
influência na cidade das idéias desenvolvimentistas, de progresso e de modernidade, identificados nas imagens de
intervenções urbanas, de edificações, ou dos aspectos da sociabilidade, produzidas através das lentes dos fotógrafos.
O estudo investiga a cidade de maneira fragmentária e a partir dos seus espectadores fotográficos, procurando anali-
sar através deles ícones da modernidade em Jacobina. Interessa perceber neste momento algumas questões: Que
importância teve a fotografia para a cidade no contexto em análise? Quais as impressões produzidas pelos fotógrafos
acerca daquela experiência urbana?
336
20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
dão no Brasil? Partindo dos retratos pretendo estudar a vinculação de suas diversas análises com linhas da historio- .§
grafia da escravidão brasileira.
337
Paula Martins de Barros Gioia - UFF
Alemanha Turca em Preto-e-Branco: reelaboração identitária sob a ótica fotográfica
O movimento migratório Turquia-Alemanha constitui um dos casos mais representativos no contexto das imigrações
de mão-de-obra barata para o continente europeu no pós-Segunda Guerra Mundial. Buscando revelar conflitos e jogos
identitários desencadeados por tal processo e vivenciados, principalmente, pelas gerações mais jovens e pelos inte-
lectuais no interior da comunidade étnica constituida pelos turcos na Alemanha, na transição do século XX para o
século XXI, a fotografia foi tomada como fonte e objeto da pesquisa histórica. A poética visual do intelectual turco
imigrado na Alemanha, Kemal Kurt, foi relacionada a sua trajetória de vida e ás redes sociais tecidas. Neste sentido,
proponho ao simpósio temático apresentar os resultados finais de minha dissertação de mestrado, demonstrando
como o cruzamento de palavras e imagens produzidas por um mediador cultural possibilitou a reconstrução de uma
história e o estabelecimento de um elo entre passado e presente.
338
temática da Paz, a ponto de fazerem uma campanha mundial pela Paz. Nesse sentido, os artistas engajados, brasilei- ~
ros ou não, ilustrando textos ou não, dialogavam entre si, criando uma linguagem única, dentro dos ideais dos partidos ~
comunistas nacionais, conforme as linhas estabelecidas pelo PCUS
339
estudo. A História Oral ligou-se ao mundo acadêmico, deixando de ser uma manifestação espontânea, sem método.
Quando se procede à reflexão sobre o Outro, passa-se do nível da observação para o analítico. Esta comunicação
destaca questões sobre a história da profissão docente em Minas Gerais, a partir de depoimentos orais de duas
professoras primárias. As entrevistas revelam a compreensão que se tem do magistério. O trabalho de enquadramento
da memória ajusta-se à ênfase que quero dar à idéia de ação da memória. Através desses depoimentos, reconstitui a
ponta de uma memória sobre o trabalho docente no período de 1961 (promulgação da LDB) a 1971, nova regulamen-
tação (Lei 5.692). Meu interesse está circunscrito no tratamento dado às questões profissional e salarial. Na década de
1960, o atraso para o pagamento das professoras primárias gerou uma movimentação da categoria. Qual o significado
desse movimento? Os depoimentos apontam para uma nova visão do trabalho docente. O magistério é um fenômeno
social, historicamente situado num quadro de relações mais amplas.
340
ção de novas maneiras de pensar o significado do documento e da verdade no conjunto de procedimentos do fazer ~43
historiográfico, ~
341
Alessandra Gasparotto - UFRGS
"Viver ou morrer na guerrilha" - Reflexões sobre o testemunho de um militante da resistência armada contra
a ditadura que participou dos processos de retratação pública. Brasil-1970 - 1975
Entre os anos de 1970 e 1975, inúmeros militantes de organizações armadas que combatiam o regime civil-militar
brasileiro protagonizaram, em situações e por razões diversas, episódios de retratação pública, conhecidos como "os
arrependimentos". Estes episódios ficaram marcados de forma negativa e muitos dos protagonistas evitam falar sobre
o tema. Celso Lungaretti, porém, é aquele que fala. Já concedeu entrevistas, escreveu artigos, participou de progra-
mas de televisão, tem uma 'página" no site de relacionamentos Orkut e, em 2005, lançou o livro "Náufrago da Utopia -
Vencer ou morrer na guerrilha. Aos 18 anos", na tentativa de dar o seu testemunho e tentar responder as inúmeras
perguntas que ainda pairam sobre aqueles episódios. Este trabalho tem por objetivo então discutir algumas questões
relacionadas ao testemunho de Lungaretti. Propõe-se a fazer uma análise de suas falas e refletir sobre seus limites e
possibilidades, tentando perceber como a experiência vivida foi reelaborada e é contada, o que se quer lembrar e o que
se quer esquecer. E pensar também como estas memórias podem contribuir para o debate coletivo sobre questões que
envolvem as práticas da militância dos anos 1960 e 1970, a forma como estas foram reprimidas e o trauma social
causado pela ditadura brasileira.
342
das pelo poder público em associação ao capital ávido por novas oportunidades de negócios e aliado ás classes ~
sociais mais abastadas com interesses numa mobilidade territorial eficaz num tempo hábil. Na gestão do prefeito ~
Geraldo Magalhães (1969-1970), a politica estatal definiu ~ consolidou um perfil autoritário e tecnocrático, impondo ao
conjunto social da cidade os custos dessa modernização. A época foi construido o primeiro complexo viário destinado
preferencialmente ao automóvel de passeio, com o aterro e construção do estacionamento do Cais de Santa Rita, o
alargamento da Av. José Estelita e a construção do viaduto das Cinco Pontas, integrando a área central ao bairro da
Boa Viagem, com os custos dessa intervenção recaindo sobre os segmentos das classes subalternas estabelecidos
na área. Analisar e criticar essa intervenção, os custos e conflitos sociais suscitados e desvelar a memória e narrativas
ai presentes é o propósito do presente trabalho.
co
Marcelo Santos Rodrigues - Universidade Federal do Tocantins .~
Brados de agonia e clamores sem nome: a morte nas narrativas de médicos na Expedição do Mato Grosso ~
(1864-1870) Z
A Guerra contra o Paraguai começou em novembro de 1864 e terminou em março de 1870: durante todo o período do ~
conflito, as partes, em luta, enfrentaram a morte de diversas formas não somente vitimados pela bala inimiga. A morte ~§
apresentava-se através em suas variadas facetas a diarréia, a varíola, o cólera-morbus, o frio e a fome gracejavam ~
entre as tropas de soldados, aliadas de um lado e paraguaios de outro. Ador e a morte conviviam no mesmo campo de :2
batalha. Baseado em pesquisa feita em fontes primárias, nos relatos médicos e de soldados que presenciaram as .~-
cenas de carnificina nos acampamentos e hospitais, essa é uma narrativa sobre a presença da morte entre as tropas ~~
expedicionárias do Brasil. No final da guerra muitos cemitérios mantiveram a lembrança dos soldados e na memória :::r::
dos médicos, dor e sofrimento.
343
maneira de pensar o coletivo. Buscando a todo o momento perceber essas experiências e processos relacionados ao
festejo, observando que a história, por mais distante que seja, tem por objetivo provocar reflexões sobre o mundo atual.
344
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
345
1968, após um gradual afastamento do establishment, sofrendo uma sucessão de ataques e ameaças por parte do
aparato repressivo e de grupos paramilitares por conta da sua postura crítica com relação ao regime. Após essas
sucessivas ameaças ao arcebispo, o padre Henrique, responsável pela Pastoral da Juventude da Arquidiocese, foi
violentamente assassinado. Apesar de indícios do envolvimento da repressão, sobretudo dos policiais que atuavam na
SSP, os assassinos do padre Henrique nunca foram presos. O estudo do seu assassinato e das investigações que se
seguiram posteriormente resultou numa dissertação de mestrado que foi desenvolvida na UFPE e está em sua fase
final. A leitura atenta de algumas fontes, entre elas várias fotografias, nos possibilitou ver, sob um novo ângulo, alguns
aspectos importantes do regime militar brasileiro. O objetivo dessa comunicação é discutir a utilização das imagens
como uma fonte privilegiada na pesquisa sobre o assassinato do sacerdote.
346
Rafael Eisinger Guimarães - UFRGS ~
As visões sobre Getulio - aproximações e distanciamentos entre história, romance e cordel ~
Seja para identificar traços de proximidade, seja para estabelecer nítidas e intransponíveis fronteiras, inúmeros teóri-
cos e críticos buscaram, ao longo dos tempos, com maior ou menor brilhantismo, pensar e definir as relações que a
Literatura e a História mantêm entre si, Dentre tantos nomes que se debruçaram sobre o assunto, Walter Benjamin
parece fornecer o embasamento mais adequado à aproximação que propomos entre as duas disciplinas, tanto por sua
visão a respeito da práxis do historiador, expressa em suas Teses sobre a filosofia da história, quanto por suas consi-
derações acerca do narrador arcaico, registradas em O narrador, Nesse sentido, tendo em vista as convergências e as
divergências entre as narrativas historiográfica e literária, buscaremos estabelecer uma tríplice aproximação entre o
registro histórico, a literatura de cordel e a literatura dita canônica - a partir da obra Agosto, de Rubem Fonseca -, com
o objetivo de identificar as semelhanças e diferenças na construção da figura de Getulio Vargas nessas três formas ,~
discursivas distintas, ~
ro
:z:
Luiz Gustavo de Souza Lima Junior - UFMT .~
ClJ
Comissão Rondon e o discurso cartográfico: um estudo sobre a formação territorial brasileira (1900-1930) '0
O presente trabalho busca situar as ações da Comissão Rondon por um viés ainda pouco utilizado pela historiografia: ~
os mapas e sua discursividade, Assim, a instalação telegráfica e a 'exploração científica" executada durante os primei- ::2:
ros anos do século XX nos estados do Mato Grosso e Amazonas são visualizados através da cartografia elaborada,ê
demonstrando a força desta na disseminação de uma espacialidade 'brasileira", Assim, esse grupo de militares inter- ~~
nados nos sertões do noroeste do pais tem seu trabalho assimilado pelo projeto nacional, cujo intento era reforçar uma :r:
identidade brasileira e delimitar em definitivo seu território,
347
44. História, Multidisciplinaridade e Patrimônio Cultural
Janete Ruiz de Macedo (UESC)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h)
Ana Carla Sabino Fernandes - Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Ceará
História, Documentos e Ação Patrimonial: Estudo do Fundo Executivo Provincial, Série Ministérios (1822-
1909) IArquivo Público do Estado do Ceará-APEC
Este trabalho pretende fazer uma discussão acerca dos princípios, normas e conceitos pertinentes ás práticas de
gestão de documentos, a pesquisa histórica e as politicas de proteção e fomento do patrimônio documental em arqui-
vos públicos, em especial, no APEC. Para tanto, faz-se relevante o papel da história e o ofício do historiador no
tratamento das fontes documentais, considerando-as como fonte e objeto de ensino e pesquisa, que se inserem no
âmbito dos bens culturais, associado aos saberes de arquivistas, paleógrafos e aos trâmites do poder público. Nessa
perspectiva, o estudo do conjunto documental composto por Avisos, Ofícios (manuscritos) e 'Anexos' (leis, decretos,
artigos da Constituição e recortes de jornais) referentes aos Ministérios do Império e a Província do Ceará no século
XIX, possibilitam identificar os processos de produção, circulação, guarda de documentos e os sujeitos envolvidos, tais
como, o segundo escalão da monarquia, ou seja, funcionários públicos chefes de seção, diretores, secretários, arqui-
vistas, amanuenses, pessoas que davam 'fé' aos tantos avisos e ofícios. A inventariação proposta ao acervo em pauta
busca garantir aos consulentes do APEC o acesso ás formas de 'edição' e recepção do documento histórico, a história
e memória do Ceará
348
apreensão de seu patrimônio a partir da reflexão sobre a exposição FIOCRUZ: Patrimônio Científico e Cultural da
Saúde. Veremos a importância da divulgação desse patrimônio, muitas vezes restrito a laboratórios para que seja
apreendido e valorizado, uma vez que coleções científicas são referência de patrimônio natural, de produção de saber
e de pesquisas cientificas. Mais que isso, coleções cientificas muitas vezes são fruto de expedições j de noites em
acampamentos, de troca entre coletores, da busca por exemplares raros em terras desconhecidas. E isso que nos
interessa, perceber esse patrimônio de forma emotiva, que para ser conservado deve funções mais amplas do que
estar restrito a cepas laboratoriais.
suas preferências plásticas, da formação do artista, bem como da disponibilidade dos materiais e técnicas que são ~§
dados á sua execução. q efeito da apreensão dos objetos depende não só da idéia que estes veiculam, mas também .~
da forma que possuem. E através dos sentidos e da matéria que o primeiro contato se estabelece com o observador. &
Desvendar a materialidade do objeto artístico possibilita a revelação do modo de fazer próprio de um dado momento ::;
histórico. Explicitar o que é usado e como é usado indica as opções tomadas dentro de um rol de possibilidades. Para ii5
a análise material da obra de arte, destaca-se a contribuição do restaurador, especialista nos materiais em suas ~
qualidades fisico químicas e nas especificidades das técnicas. Através de critérios de análise bem definidos, apresenta ~
informações primordiais para a identificação dos elementos utilizados que, em última instância, possibilitam a reflexão .~
sobre o objeto em sua natureza histórica. Estabelecimento de autorias, circulação de obras ou de artistas, comércio 'E
regional ou internacional, são apenas alguns exemplos de como a determinação de materiais e técnicas é essencial ~
para o historiador da arte.
349
testemunham a vitalidade de uma sociedade diversa (em sua composição étnica) e desigual (em sua estruturação
social), de grande riqueza cultural, mas também de profundas adversidades oriundas da condição de pobreza. Em um
breve relato, procuraremos descrever uma trajetória especifica de reflexão e pesquisa acerca da cultura material!
imaterial das cidades brasileiras que ao longo de vários anos e em meio a uma sucessão de projetos, ganhou forma.
Com base em estudos focados na formação de uma região (antigo norte de Goiás), em um território mais desagregado
(oeste de São Paulo) e em uma cidade em especifico (Campinas), tivemos a oportunidade de vislumbrar e pensar
acerca do caráter histórico da construção das cidades, ao mesmo tempo que refletir e propor ferramentas de preserva-
ção histórica do universo urbano sob novos formatos, decorrendo daí uma proposta de investigação e intervenção
voltada para a cultura material e imaterial das cidades.
350
Astor Vieira Júnior e Pricilla de Souza Andrade - UESC
Da Capitania de São Jorge dos Ilhéus à Costa do Cacau: a memória como subsídio na construção de um
produto turístico GLS
A Costa do Cacau, sul da Bahia, outrora Capitania de São Jorge dos Ilhéus, tem encarado a atividade turistica como
uma possibilidade econômica. Seu patrimônio cultural, que abarca mais de 500 anos de história, entre outros feitos,
abriga uma inusitada memória de práticas divergentes a heteronormatividade que antecede a chegada dos coloniza-
dores, percorrendo até a contemporaneidade. Como a atividade turística se faz por meio da segmentação, a região,
que tem buscado no turismo uma saída para os problemas da cacauicultura, poderia se beneficiar tornando-se urn pólo
de turismo cultural voltado ao publico GLS, pois, além de efetuar rnaiores gastos com a atividade, tal segrnento possui
elevados índices de escolaridade, emprego e renda.
351
apoio, recursos sensoriais, design, a partir de uma rede de trocas e de construção de conhecimentos, para além de
uma construção teórica. A proposta assegurará a ixtroversão, a conservação, a informação e segurança dos objetos
museológicos. Assim que o Museu Antropológico pretende divulgar as formas da cultura e da sociabilidade e as narra-
tivas soterradas, por meio de seu acervo, coletado em sua maioria, através de pesquisas realizadas no âmbito do MA
da UFG.
Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim - Faculdades Integradas Curitiba e Maria Henriqueta Sperandio
Garcia Gimenes - Universidade Federal do Paraná
Do Patrimônio Gastronômico: o papel da história da alimentação na valorização das comidas tradicionais no
Brasil
A definição da dieta alimentar extrapola fatores objetivos, sendo carregada de simbolismos que a convertem em uma
poderosa modalidade de consumo simbólico. A abrangência da relação alimentação/cultura não se restringe aos pro-
cessos de seleção e manipulação da iguaria, mas se estende aos modos à mesa e às circunstâncias em que a
degustação ocorre, fazendo com que a alimentação humana tenha marcas de mudanças sociais, econômicas e tecno-
lógicas, fornecendo informações preciosas sobre os grupos sociais que as praticam. Entendendo a alimentação huma-
na como uma prática cultural que transcende a saci ação de necessidades fisiológicas, discute-se a importância do
reconhecimento do patrimônio gastronômico como patrimônio imaterial, principalmente diante da tensão entre inova-
ções e permanências gastronômicas que se verifica na atualidade. No pais, algumas iniciativas de salvaguarda dessas
manifestações já ganharam corpo por meio do IPHAN, entretanto, o alimento e seus rituais ainda enfrentam resistên-
cias no âmbito da historiografia Desta forma, juntamente com a discussão da gastronomia como patrimônio imaterial
propõe-se uma reflexão sobre a pertinência dos estudos de História da Alimentação neste processo, levantando al-
guns dos desafios vinculados a pesquisas deste caráter, no Brasil.
352
de uma conceituação denominada de 'complexidade patrimonial' em que ética é também o agir e esta tenha em seu
preceito a responsabilidade, pois o homem fez, faz e fará cultura 'com' e 'no' meio ambiente.
353
de 1949 e 1950, foram realizados: uma campanha de angariação de fundos particulares em beneficio da preservação
do casario da cidade, liderada pelo próprio diretor da instituição e sua esposa; um extenso trabalho de inventário dos
imóveis da cidade, sob a orientação dos técnicos da DPHAN, para subsidiar a atuação do órgão na região; e, por fim,
uma série de intervenções em casas daquele centro histórico, custeadas pelo montante arrecadado na campanha.
Sobretudo, foi um momento em que as elites intelectuais, artisticas, econômicas e políticas do país foram chamadas a
colaborar com a "causa' da preservação e valorização do patrimônio nacional brasileiro, e no qual esta "causa" ganhou
espaço nas páginas dos principais jornais da capital federal. A análise destes breves episódios nos permite identificar
certas práticas de preservação do patrimônio cultural próprias do período, inferir sobre as concepções que subsidia-
vam essas práticas, bem como refletir sobre questões concernentes à relação entre intelectuais e Estado no Brasil da
década de 1940.
354
e material, tendo como referência a dinâmica das relações sociais e o espaço habitado. A opção por restringir os
estudos apenas em Primavera, deve-se a situação singular desta vila como a única aberta e a última a ser construída
pelas Centrais Elétricas de São Paulo - CESP em grandes barragens.
O presente texto surge como resultado de pesquisas e reflexões acerca das representações da paisagem da Ilha de ~_
Santa Catarina, e, busca levantar a discussão sobre determinadas transformações sócío-culturais que se processaram ~s
em Florianópolis, no final do século XIX e começo do XX. Em meio as reformas urbanas (arquitetônicas e de higieniza- .~
:::r::
355
ção) e a presença de novos habitantes que aportavam na pequena cidade (principalmente descendentes de alemães),
começava a se instaurar uma nova sensibilidade em relação a natureza. Seja através do jardim público (com plantas
catalogadas e monumentos comemorativos), seja por meio da imagem iconográfica da paisagem, as representações
da natureza são lidas enquanto dispositivos de apropriação do espaço e de delimitação de territórios. As paisagens,
por sua vez, são entendidas aqui em um sentido amplo: como representações lingüisticas; representações literárias,
orais ou escritas; representações pictóricas; e representações de jardins. Neste sentido, podemos perceber a paisa-
gem como resultado de uma dupla artilisation: enquanto resultado da domesticação da natureza em um espaço reser-
vado - jardins, ou como representações da natureza em forma de linhas, cores e/ou palavras - imagens e/ou discur-
sos. Assim, das paisagens surgia uma natureza ...
356
José Josberto Montenegro Sousa - PUC-SP
Olhares sobre natureza e cultura em comunidades sertanejas do vale do Rio Jaguaribe - Ceará
Analisar a historicidade de culturas de populações rurais do sertão cearense,em particular a indissociabilidade sujeito/
natureza de moradores do vale do Rio Jaguaribe - Ceará, em seus modos de pensar, agir e transmitir conhecimentos.
Os significados de experiências sociais de homens e mulheres sertanejos reconhecidos em suas comunidades como
portadores de saberes tradicionais populares, asseguram-lhes meios de sobrevivência, uma vez preservados como
conjuntos de saberes próprios, aos quais estão associados costumes, ritos e valores fundamentados em tradições
culturais vinculadas á preservação da natureza. Esses saberes e experiências lhes possibilitam lidar com as variações
climáticas, como seca e inverno, a partir de observações de fenômenos naturais, comportamentos de pássaros e de
plantas, capacidade para localizarem reservas subterrâneas de água, dentre outros. Os saberes tradicionais resultam
de práticas culturais históricas transmitidas por seus antepassados, de interações com a natureza, constituindo o
alicerce de sua existência. Nesse sentido, abordarei experiências natureza/cultura de populações sertanejas, transmi-
tidas por tradições de oralidade e mantidas em diferentes suportes de suas memórias. Palavras chave: Natureza/
sociedade/cultura; Saberes tradicionais
357
Neli Teresinha Galarce Machado - UNIVATES
Análises e perspectivas geoambientais da arqueologia e seus reflexos na cultura humana do Vale do Taquari
-RS
Este trabalho tem o objetivo de ressaltar o grau de significância das possibilidades sobre estudos em sítios arqueoló-
gicos e a relação entre a arqueologia, geografia, geologia, geomorfologia e história. Considerando a potencialidade de
ocupações pré-coloniais e coloniais de grupos, caçadores-coletores, horticultores e primeiros imigrantes africanos e
europeus no Vale do Taquari. Além de levantar o patrimônio arqueológico do Vale do Taquari, principalmente no que se
refere a sítios de caçadores-coletores e de horticultores pretende-se ao mesmo tempo estudar as primeiras ocupações
humanas no Vale, difundindo a história de centenas de anos e resgatando momentos peculiares desconhecidos para
tantos. O principal resultado é o adequado tratamento do patrimônio histórico-cultural da comunidade do Vale do
Taquari.
358
o desaparecimento das indústrias de banha. Sendo que o epicentro dessa pesquisa esta na apreensão da visão dos
caboclos frente a esse processo de tensão/modificação em suas vidas, aspectos importantes e intocado pela historio-
grafia. Nesse cenário, realizamos a reconstituição da história dessas populações, para identificar como viviam as
populações de caboclos que habitavam as margens do médio Vale do Rio Iguaçu. O recorte temporal foi de 1950-1980,
estabelecido em função da crise no tropeirismo de gado no início do século XX, além de possibilitar uma melhor
compreensão do processo de migração para a região supra citada. Exploramos o processo de instalação da criação de
suínos de 'safra'. Sobre essa questão ressaltamos que as tropeadas de porcos foi uma atividade econômica de desta-
que na região sudoeste e centro-sul do estado, essa atividade foi um dos primeiros contatos dos caboclos com um
modelo de economia capitalista.
359
desaparecimento de muitas espécies animais e vegetais, o extermínio dos indígenas que vivam na região e a poluição
de rios e solos com dejetos da exploração carbonífera.
360
Marcos Lobato Martins - Faculdades Pedro Leopoldo
Mineração, identidade garimpeira e meio ambiente: os conflitos em torno da extração de diamantes no Alto
Jequitinhonha, 1989-1995
Este trabalho analisa o processo de formação e as características da identidade garimpeira no Alto Jequitinhonha,
Minas Gerais. Em seguida, examina os eventos que culminaram no embargo dos garimpos na região, ocorrido nos
anos de 1989-1990, determinado pelo IBAMA, em função das pressões ambientalistas crescentes que pesaram sobre
a tradicional atividade minerária do Nordeste de Minas. As reações dos garimpeiros ao novo contexto gerado pelo
embargo são analisadas a partir dos valores, idéias e normas de conduta preconizados pela identidade garimpeira
tradicional, de modo a compreender os limites e as dificuldades que a ação coletiva dos garimpeiros encontrou no
processo de ajuste e negociação com os atores estatais e ambientalistas envolvidos no processo. A conclusão é que a
identidade garimpeira tradicional constitui um obstáculo de monta à continuidade e à reestruturação da mineração na
região. O trabalho utilizou depoimentos orais, documentos da Cooperativa Regional dos Garimpeiros de Diamantina,
jornais de época e textos da literaura regional.
gJ
Foucault. Estes discursos argumentavam a favor da água como fonte da vida e visavam justificar a construção do e::
primeiro sistema de abastecimento de água público da cidade, assim como anunciar a escolha do manancial, que ti;
favorecia a conservação da vida dos curitibanos. Portanto, a intenção é localizar nos discursos a concepção de quali- z
dade da água, dos mananciais, logo, uma concepção de qualidade de vida no início do século XX.
361
Eder Jurandir Carneiro - UFSJ
Apropriação de condições naturais e construção histórica de territórios em São João del-Rei (MG)
O trabalho analisa processos históricos de construção (material e simbólica) de territórios urbanos de classes popula-
res em São João del-Rei (MG). Orienta-se pela hipótese de que a construção desses territórios resulta da interação
entre, de um lado, a espacialização urbana das desigualdades socioambientais geradas pela economia de mercado,
conservadas e aprofundadas por omissões e ações seletivas do Estado, e, de outro, as lutas e práticas coletivas
organizadas pela população para imprimir aos territórios que habitam determinados significados e provimento de
serviços de infra-estrutura, conferindo-lhes habitabilidade 'urbana" . Os processos examinados desenvolveram-se ao
longo do esforço desenvolvimentista mineiro e de seu colapso. A dinâmica espacial de São João del-Rei se viu afetada
por esses processos: situada em mesorregião periférica ao núcleo da industrialização mineira, a cidade tornou-se pólo
de atração das populações carentes de municipios do entorno. Desenvolve-se, assim, nos últimos vinte anos, intenso
processo de formação de subúrbios na cidade. Para a pesquisa, realizaram-se, em oito bairros de classes populares,
observação participante, pesquisa em arquivos relevantes, survey domiciliar, levantamento fotográfico e entrevistas
semi-estruturadas.
362
46. História-Ciência-Tecnologia-Sociedade
Ivan da Costa Marques (UFRJ) e Lorelai Brilhante Kury (Fiocruz I UERJ)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Carlos Henrique Barbosa Gonçalves - USP
Intercursos intelectuais entre gregos e mesopotâmios no período selêucida: um caso matemático .g;
O conjunto das similaridades culturais entre a Grécia e o Oriente Próximo aponta uma participação oriental, ainda que ~
controversa em sua extensão e intensidade, na formação da mítica, poética e filosofia gregas nos períodos arcaico e .~
clássico. No período helenístico) porém) a caracterização do contato entre os povos dessas regiões não admite uma c55
fórmula tão direta) não sendo aplicável nem o conceito de helenização nem o de orientalização. Com interesse nos .~
possíveis intercursos culturais entre gregos e mesopotâmios desse período, apresentamos uma nova leitura para um ~
trecho do tablete matemático cuneiforme selêucida BM 34 568, remetendo-o a conhecimentos presentes entre os g
gregos do Egito ptolomaico e da Grécia clássica. Aspectos técnico-matemáticos à parte, procuramos, no quadro geral ~
das sociedades e tradições em questão, dar sentido ao paralelo entre o texto selêucida e o material da tradição grega.g
Tal sentido traduz-se não em uma influência decisiva de um contexto sobre o outro, mas no potencial de comunicação G
de ambos e no discernimento de como cada um deles impregnava-se de características específicas. Do resultado, ro
avaliamos a adequação da nova leitura, assim como a contribuição desta questão para o amplo tema dos contatos ~8
entre leste e oeste. :i?
Eduardo Moraes Warpechowski - USP
Debate social em torno da biotecnologia: o caso dos alimentos transgênicos
Este trabalho pretende discutir a mobilização de diferentes agentes sociais frente às complexas questões suscitadas
pela introdução das biotecnologias agricolas, ou seja, dos produtos transgênicos, em território nacional. Os transgêni-
cos se tornaram tema de inúmeras controvérsias, devido a seus possiveis impactos econômicos, ambientais e filosó-
ficos sobre a sociedade. Como artefato tecnocientífico, os transgênicos modificaram parte do processo produtivo de
alimentos, possibilitando às empresas transnacionais um maior domínio sobre a natureza e seus componentes. A partir
disso, faremos uma análise mais detalhada a respeito do desenvolvimento do processo técnico que possibilita esse
maior "domínio' sobre a natureza e as reações de diversos grupos (associações, organizações não governamentais,
entidades agrícolas etc.) no que diz respeito à relação entre desenvolvimento técnico e direitos sociais.
363
ta basicamente de textos clássicos da historiografia própria da categoria, e de textos produzidos mais recentemente
em cursos de mestrado e doutorado no pais e no exterior. Existe ainda um outro material referente a esse período;
composto por relatos, entrevistas, depoimentos e livros de memórias dos personagens que participaram da trajetória
da evolução da matemática no Brasil contemporâneo, incluindo tanto as lembranças dos cientistas proeminentes,
quanto dos anônimos, que não tiveram seus nomes reconhecidos particularmente, mas que também fizeram parte
desse grupo de cientistas e que possuem suas próprias versões desse mesmo processo. Porém, ainda não existe uma
análise que, utilizando esses materiais, discuta a relação entre as memórias dos matemáticos e da matemática e a
historiografia da matemática neste período considerado, apesar da relação entre história e memória, há muito tempo
ser objeto de discussão dos historiadores. Este trabalho, portanto, traz uma análise da relação entre a memória dos
matemáticos e a historiografia da matemática.
364
identificar o lugar ocupado não só pela América mas sobretudo pelo Brasil numa perspectiva da História e da Geografia ~46
tal qual percebidas por Pieter van der Aa, ~
365
Flávia Kurunczi Domingos - UFMT
Os diários de viagem de Antônio Pires da Silva Pontes: ciência e diplomacia no interior da América portuguesa
Esta comunicação tem por proposta apresentar alguns dos escritos produzidos pelo astrônomo-matemático Antônio
Pires da Silva Pontes Lemos (1750-1805), buscando estabelecer uma relação entre a teoria e a prática científica
durante a execução dos trabalhos de demarcação dos limites territoriais sul-americanos entre os anos de 1780 e 1790.
Nascido na Comarca de Mariana, Minas Gerais, Silva Pontes doutorou-se em matemática pela Universidade de Coim-
bra em 1777, ano em que também foi nomeado para compor a Terceira Partida de Demarcação, por ocasião do Tratado
Preliminar de limites assinado pelas coroas portuguesa e espanhola em 1777. Durante as viagens de reconhecimento
do território a ser demarcado, Silva Pontes escreveu diversos diários. Nestes a matematização da natureza evidencia
a racionalidade de uma educação iluminista e os interesses de uma política de ocupação e reconhecimento territorial
por parte do governo português, mas tamb~m lança luz sobre a relação entre a forma de ver e sentir a natureza, a
política e a ciência no final do século XVIII. E este aspecto que se quer evidenciar e discutir.
Ana lucia Villas-Bôas e Luiz Carlos Borges - Museu de Astronomia e Ciências Afins
Estado nacional, soberania e a questão científica: o imperativo transfronteiriço
Face ás questões históricas, politico-sociológicas, discursivas e científico-tecnológicas em torno das tecnologias espa-
ciais, pretendemos analisar, com relação às políticas e práticas científico-tecnológicas, a posição e a situação do
estado brasileiro no âmbito mundial, dando ênfase a problemas concernentes ao alcance transfronteiriço dos rnecanis-
mos de supervisão que envolvem a produção, utilização e transferência desse tipo de conhecimento; e, diante de uma
governabilidade global, examinar criticamente as noções de soberania e sustentabilidade nacionais. A transfronteiridade
e a governabilidade mundial são correlatos sócio-políticos que caracterizam a atual conjuntura globalizada, perante a
competência de atuação e controle por parte das nações detentoras de um forte poderio científico e tecnológico. Mobiliza-
remos, com base em uma abordagem combinada de sociologia e análise de discurso, os conceitos de global-local, de
desenvolvimento científico-tecnológico e de soberania nacional para discutir a atual situação do Brasil, particularmente no
que respeita às relações entre políticas cientificas e politicas de estado, tendo por horizonte que a sociedade hodierna
caracteriza-se pelo alto grau atingido pela participação da ciência e da tecnologia no devir cotidiano das nações.
366
Heloisa Maria Bertol Domingues - Museu de Astronomia e Cíências Afins ~46
A Teoria da colonização e a Amazônia ~
As expedições naturalistas e sua relação com a questão da colonização tem sido muitíssimo discutidas; a esta discus-
são este trabalho vem se somar. Não é comum encontrar naturalistas dizendo-se teóricos da colonização, mas este foi
o caso de Henri Coudreau, professor universitário em Paris, que viajou pela Amazônia, na década de 1880. Ele fez
várias publicações sobre sua expedição, numa delas, intitulada A França Equinoxial - Estudos sobre a Guiana e a
Amazônia (1886), ele fez apologia da colonização, dizendo-se um seu teórico. Esta publicação foi prefaciada pelo
brasileiro (amanuense) Frederico José de Sant'Anna Néry,que se mostrou um entusiasta divulgador da 'teoria' de ~
Coudreau: -"O Sr. Coudreau nos dá a nota atual, a sensação do dia, o progresso da hora presente e o boletim da vitória ~
do amanhã." A simetria dos discursos sobre a colonização seria proporcional á dissemetria da posição político-social .~
~~~. ~
'0,
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Nisia Verônica Trindade Lima e Dominichi Miranda de Sá - Casa de Oswaldo Cruz - Fiocruz 'O
c:
As atividades cientificas da Comissão Rondon '-'
O,)
f0-
As atividades de construção de infra-estrutura de comunicações realizadas ao longo de mais de vinte anos pela cO
Comissão Construtora de Linhas Telegráficas, mais conhecida como Comissão Rondon, se notabilizaram por suas 'u
c:::
.0,)
políticas indigenistas. Além dos contatos com sociedades indígenas, a Comissão, integrada por militares brasileiros do U
setor de engenharia e construção do exército, realizou trabalhos de instalação de linhas telegráficas e estratégicos cO
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serviços de demarcação e inspeção das fronteiras brasileiras. Seu principal objetivo era a integração do interior do '8
Brasil. Pouco conhecidas são as importantes pesquisas cientificas feitas nas viagens que ocorreram, primordialmente, I'"
entre 1907 e 1915. Nesse período, os membros da Comissão empreenderam a exploração científica do território, com
ênfase no conhecimento da geografia do país. Este trabalho pretende analisar o impacto das viagens e pesquisas
científicas da Comissão em áreas diversas como a cartografia, botãnica, geologia, zoologia, antropologia e etnografia
de populações indigenas e sertanejas; o enriquecimento que possibilitaram das coleções de instituições como o Mu-
seu Nacional; e o inédito campo de trabalho que ofereceram para pesquisadores e naturalistas brasileiros.
Miguel antonio Buzzar - Escola de Engenharia de São Carlos USPI Depto Arq, e Urb.
Técnica, Cultura, Política e Arquitetura Moderna
O trabalho pretende analisar como a produção de Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefévre, que de forma equivo-
cada entraram para a história da arquitetura como opositores da industrialização na construção civil, identifica-se com
a crítica a neutralidade da técnica de forma exemplar. Primeiro, pela amplitude de suas atividades: cenografía, pintura
(de cavalete e mural), comunicação visual e a própria arquitetura, ou seja, a produção deles é artística num sentido
amplo, mas sobretudo profundo. Ao singrar várias disciplinas artísticas, estas se contaminam, deixam de ser estan-
ques. Depois, na busca de uma renovação do papel da arquitetura moderna, que não se submetesse ao traço mais
instrumentalizador de sua poética, a saber: a utilização convencional da técnica, ou a transposição da idéia de uso da
técnica de forma direta, sem interpretar os elementos que interferem nesta transposição. A artisticidade do fazer arqui-
tetônico seria reencontrada na busca de relações mais próximas com a realidade. As contradíções, arcaico versus
moderno, subdesenvolvimento versus imperialismo, o saber do arquiteto versus a prática do trabalhador, não são
escamoteadas nem seriam uma página a ser virada por um plano de desenvolvimento nacional, são matérias da
elaboração da arte e da arquitetura.
367
fora da História. Assim, ao aceitar o divisor Natureza x Sociedade que os cientistas propagam como algo dado, a
história da ciência aceita a priori limites ao grau de historicidade que possa estabelecer, arriscando ver sua maior
importância reduzida à cronologia de descobertas cientificas dos objetos ditos naturais, que 'sempre estiveram là." Vou
argumentar que o espaço da história (tout court) se abre para o historiadorla da ciência se elela desconstruir o divisor
buscando contar histórias de hibridos natureza-sociedade, a partir da constatação etnogràfica de que os cientistas
nomeiam objetos selecionado performances em laboratórios.
368
Graciela de Souza Oliver - UFMG ~
Divulgação Científica para a Agricultura brasileira no século XIX: iniciando um debate ~
A comunicação apresenta as premissas necessárias para o estudo das publicações que divulgaram conhecimentos
científicos para a agricultura brasileira no século XIX. Partindo de uma perspectiva da História das Ciências, explora os
marcos conceituais e contextuais do período, destacando o cenário de Minas Gerais, fazendo uso de bibliografia sobre
a história da divulgação científica, da institucionalização científica e da leitura.
369
concerne à infra-estrutura da pesquisa e o fomento às atividades de C&T, analisando-as a partir da organização e
funcionamento do sistema estadual de C&T, identificando as relações do Estado com os agentes envolvidos nesse
processo, quais sejam: o setor produtivo e a comunidade científica e tecnológica. O método de pesquisa contempla
revisão da literatura específica, compulsão de documentos relevantes, levantamento de dados secundários e entrevis-
tas com informantes qualificados, entre eles professores pesquisadores e os atores políticos que participam do proces-
so de institucionalização de C& T no Estado da Bahia.
370
Odair Sass - PUC-SP
Controle social e individualidade: convergências entre a Psicologia e a Estatística
Discute-se o vínculo histórico da Psicologia e da Estatística, disciplinas que, na constelação das ciências modernas,
estavam distantes entre si; a primeira brota do liberalismo para exaltar as qualidades do indivíduo emergente, a segun-
da visa à produção de informações sobre a natureza e a sociedade. As aproximações dessas disciplinas- indagar de
que modo convergem, no século XIX, e os termos em que a quantificação psicológica ou das qualidades humanas foi
sedimentada-são exploradas conforme a seguinte hipótese: aproximam-se por meio de correspondências funcionais
e redutoras das categorias psicológicas às técnicas estatísticas, resultantes, na sociedade industrial, do deslocamento
das questões sociais e políticas para a esfera tecnológica do controle social e da eficácia da produção, em suma, do
deslocamento da resolução de problemas sociais do plano político para o plano tecnológico. Analisa-se: a quantifica-
ção psicológica, pela lei de Weber-Fechner e os experimentos de Taylor acerca da fadiga do trabalho, exemplares
científico e industrial do século XIX; noções de probabilidade como explicação do comportamento; reciprocidades da
Psicologia com a Estatística, pela produção de psicólogos que desenvolveram métodos estatísticos para investigar a
conduta humana.
371
vínculo com o continente de origem. Apesar da Abissínia não estar diretamente ligada ao tráfico de escravos, muitos
negros no novo mundo denominavam-se etiopes. Apartir de fragmentos e citações á Etiópia encontrados na imprensa,
em livros e trabalhos acadêmicos, este trabalho busca discutir os significados desta identidade, tentando entender sua
origem, importância e relação com a realidade mais imediata das populações afro-americanas da época e com a
própria história deste país.
372
sido de difícil apreensão. A primeira leitura dela sugere que a elite detém a hegemonia absoluta; mas quando se
examina de perto, começa-se a perceber sinais de resistência latente dessa comunidade ao reconhecimento dessa
hegemonia.
loucura e o suicidio entre os cativos. Adicionalmente, observa-se a necessidade de abordagens multidisciplinares na ""
o
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história das doenças dos escravos. co
:Eco
Diana Maul de Carvalho· UFRJ c,;
Escravidão transatlântica e doença: a esquistossomose mansônica como exemplo .~
Durante a primeira metade do século XX consolidou-se a visão de que doenças endêmicas parasitárias de alta prevalência .~
em grupos de ascendência africana nas Américas, foram trazidas da África pelo tráfico de escravizados. Utilizando ~
como modelo a esquistossomose mansônica, provavelmente a mais conhecida e prevalente destas doenças no Brasil, ~
discutimos o anacronismo implícito na consideração da estabilidade dos determinantes das doenças. As fontes histó- .!2
ricas e os argumentos biológicos mostram a forte dependência da visibilidade desta doença nas condições de ocupa- -B
ção do território, inclusive o acesso à água, nas formas de organização do trabalho, no tipo de produção agrícola e na ~
mobilidade e densidade da população humana e de outros hospedeiros do parasita. Mostramos como no Brasil pré-
colombiano dificilmente a esquistossomose poderia ter visibilidade como doença. E como as mudanças, no contexto
da escravidão transatlântica, seriam capazes de 'revelar' a doença. Utilizamos na discussão fontes documentais e os
resultados de um trabalho de campo de epidemiologia histórica em que simulamos e testamos alguns dos parâmetros
biológicos envolvidos na determinação da visibilidade desta endemia. Discutimos também os limites desta abordagem
metodológica e as possiveis conclusões.
373
Heitor Pinto de Moura Filho
Demografia do tráfico transatlântico. Um modelo para Pernambuco (1650-1872)
Resumo: São notórias as dificuldades de se obter séries de dados confiáveis que descrevam o conjunto padrão de
características demográficas (número de pe?soas existentes, nascidas e falecidas, distribuídas por idade, sexo e
condição social, em certa área geográfica). A falta de todos esses elementos, tem-se recorrido a diversas técnicas
estatísticas ou à modelagem econométrica. Em situações de escassez de dados sistemáticos, nem sempre os resulta-
dos obtidos por esses métodos se mostram adequados. Este texto apresenta um modelo demográfico de simulação da
evolução da população de escravos em Pernambuco a partir de dados recentes sobre o tráfico chegado nessa capita-
nia/província. São examinados os totais da população e seus subgrupos, bem como a dinâmica das taxas de mortali-
dade, fecundidade, natalidade e migração. Os resultados calculados são comparados com indicadores históricos.
374
ma dos riscos trazidos à população por doenças de suposta origem africana. Dois males foram tratados no jornal: a
sífilis e a febre amarela. A apresentação procurará contextualizar o conhecimento sobre as doenças no jornal e no seio
das discussões mais amplas sobre a escravidão na sociedade imperial.
375
esclarecer mais sobre o cotidiano e as condições de vida de importante parcela da população, bem como sobre o dia
a dia de um dos palcos fundamentais em que se desenvolveram as mudanças no exercício e na formação médica
observadas ao longo do Oitocentos.
376
instauração da Inquisição em Portugal, a partir de 1536. Durante o Quinhentos, a convivência entre cristãos novos
velhos foi relativamente harmônica, se comparada à situação vivida no reino. Porém, a chegada da primeira visitação
do Santo Oficio ao Brasil, em 1595, transformaria este quadro. Os cristãos-novos - judeus batizados ao catolicismo
pelas leis portuguesas de 1496-97 e seus descendentes - estariam entre as principais vitimas das acusações feitas à
mesa do visitador. Dentre estes, chama a atenção o alto grau de denúncias contra as mulheres, acusadas de principais
responsáveis pela manutenção do judaismo proibido. Este trabalho visa discutir a importância das mulheres cristãs-
novas para a sobrevivência do judaismo no mundo colonial, partindo de denúncias e confissões feitas ao Santo Oficio
durante a visitação de 1591-95, com ênfase em casos que se destacam pela riqueza da documentação que deixaram
para o oficio histórico, como Branca Dias, Ana Rodrigues, Gracia Fernandes e Ana d'Oliveira, verdadeiras rnatriarcas
judaizantes do Brasil colônia.
Pretendemos refletir como mecanismos de reafirmação de uma identidade construiram e, ainda constroem, imagens ~
sobre os outros que apoiadas em valores pré-definidos esvaziam, redimensionam e ressignificam as estruturas forma- ]
dores do outro. Neste sentido, observamos que tanto em alguns trabalhos historiográficos como em produções co
audiovisuais o africano ou afro-descendente muitas vezes é apresentado num lugar desconfortável e, por vezes,
menor. Esse processo produz imagens e referências que pouco se relacionam com as práticas e vivências desses
povos, gerandO o não reconhecimento pelos mesmos das construções. Trata-se construir por via de um procedimento .~
meton ímico e metafórico leituras que na tentativa de desconstruir um estereotipo promovem a permanência do mesmo ~
com roupagens modernas. Neste sentido, o passado colonial que apoio suas práticas na retórica da necessidade de ~
entender a civilização transformou-se hoje no discurso dos povos que necessitam de intervenção internacional por não co
conseguirem se organizar política, econômica e militarmente. Nossa questão é: em que medida conhecemos a realida- ~
de do outro a ponto de descrevê-Ia, interpretá-Ia e defini-Ia? ~
377
Brasileiro no período em que se buscava construir uma identidade nacional para o país. A partir de teóricos como
Michael Foucault, para o qual saber e poder estão sempre numa relação estreita de complementação. Este trabalho
busca analisar práticas sociais que articulam saberes e poderes no interior de instituições como o IHGB, visto que se
trata da construção de um saber que declaradamente visa a idéia de identidade nacional e, portanto, de um saber cuja
articulação com o poder é explícita.
378
48. Historiografia e Escrita da História: multidisciplinaridade
Durval Muniz de Albuquerque Júnior (UFRN) e Manoel Luís Salgado Guimarães (UFRJ)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Ricardo Marques de Mello - UnB
Hayden White: entre a filosofia e a literatura a caminho da historiografia
A participação nesse simpósio terá como objetivo apresentar os resultados preliminares da pesquisa que está sendo
empreendida em teoria da história por ocasião da dissertação de mestrado. em curso, na Universidade de Brasília,
cujo eixo norteador é a relação que o teórico da literatura e historiografia estadunidense Hayden White estabelece
entre linguagem e produção historiográfica. Para tal, a apresentação pautar-se-á sob dois aspectos constitutivos e
que, em certo sentido, embasam e possibilitam a posição teórica de Hayden White. O primeiro consubstancia-se em
influências específicas da filosofia da linguagem. O segundo aspecto está mais intimamente ligado ao método forma-
lista que ele desenvolveu para analisar algumas produções hístoriográficas e filosóficas do século XIX e que repousa
suas raízes intelectuais em teorias literárias características do século XX, mais especificamente da lingüística.
379
não como tragédia, mas como farsa. Vemos ai não apenas uma enunciação de caráter introdutório. Nossa hipótese é
que Marx reconstrói discursivamente os fatos e personagens da história francesa como se escrevesse uma peça
teatral. Empreende, assim, uma reflexão que associa a história à experiência estética, fugindo da idéia de inevitabilida-
de histórica. Esse ponto, presente na primeira edição do texto na primavera de 1852, parece ter sido eclipsado pelo
prefácio que o filósofo fez ao texto ao reeditá-Io em 1869. É que nesse adendo Marx vincula O dezoito de Brumário à
Contribuição à economia politica (1859).
380
Danilo José Zioni Ferretti - UFSJ
A emergência de um discurso Etno-Historiográfico nos primórdios do IHGB: o caso do brigadeiro Machado de
Oliveira
Busca-se estudar a emergência de um discurso etno-historiográfico sobre o indígena no interior do IHGB em um
contexto de incipiente especialização dos saberes entre as décadas de 1840 a 1860. Procuro entendê-lo como uma
dimensão ainda pouco estudada do indianismo, contribuindo para a revisão em curso desta que talvez tenha sido a
primeira tentativa de elaboração coletiva e sistemática de um discurso sobre a identidade nacional, aliado a uma
prática efetiva de construção de um 'povo' brasileiro. Estas questões serão tratadas através do estudo da produção
intelectual do brigadeiro José Joaquim Machado de Oliveira. Trata-se de um militar paulista, comandante de tropas nos
conflitos da região platina no início do séc.xIX, que se destacou no interior do IHGB devido ao seu conhecimento direto
de populações indígenas e familiaridade com a literatura da ilustração. Oestudo de sua produção possibilitará compre-
ender não somente elementos da inserção brasileira na 'querela da América', de que fala Antonello Gerbi, mas tam-
bém o modo como se deu a articulação entre a etnologia ilustrada e a escrita de uma história da nação brasileira,
contemplando assim a questão da multidisciplinaridade.
381
Bernardo Medeiros Ferreira da Silva - Dep. Ciências Sociais - UERJ
"Do Brasil colônia de ontem ao Brasil nação de amanhã": interpretação marxista da história e revolução em
Caio Prado Jr.
A comunicação tem por objetivo discutir, a partir da análise de Caio prado Jr. sobre a natureza da "revolução da
independência', algumas das premissas da sua proposta de uma 'interpretação materialista' da história brasileira.
Dessa forma, espera-se pôr em evidência como esta proposta condiciona a abordagem de Caio Prado Jr. sobre a
história brasileira e, ao mesmo tempo, é condicionada pela oposição entre o 'colonial' e o "nacional' que estrutura a
sua narrativa sobre o desenvolvimento histórico do país.
382
estudar as biografias de brasileiros distintos como um corpus de textos indissociável do lugar institucional (o IHGB) em
que foram produzidos e como modalidade de escrita condicionada pelos procedimentos e dispositivos de uma opera-
ção historiográfica. Assinadas por letrados ilustres do Império como Januário da Cunha Barbosa e Francisco Adolfo de
Varnhagen, a publicação de notícias biográficas não se fazia sem a observação de certos critérios relacionados á
ambição de verdade com que a própria tarefa da escrita da história era concebida. A pretensão de produzir relatos
biográficos fidedignos mostrava-se em plena consonância com a missão programática de 'reparar os erros e preen-
cher as lacunas da nossa história', bem como com as práticas eruditas de coleta e compilação de documentos em que
se empenhavam os sócios do IHGB.
383
literatura potiguar, utilizamo-nos das discussões sobre História e Literatura propostas por Hayden White e Paul Ri-
coeur, com as quais buscamos nos discursos dos dois intelectuais, relações muito maiores do que aquelas que possu-
em. Marcados pelo patriarcalismo e ruralismo existente em suas formações, Castriciano e Cascudo, amigos por longos
anos, procuraram defender os antigos pressupostos da sociedade tradicional nortista, objetivando, na capital potiguar,
a formação de uma 'modernização conservadora'. Considerados representantes do saber, terminaram atribuindo-se
ás funções de agentes da consciência e do discurso, auxiliando o poder e seus dispositivos coercitivos e de controle da
população, uma vez que lutaram pela construção de espaços utópicos - utilizando do termo criado por Michel Foucault
- onde haveria uma 'sociedade aperfeiçoada', fato que pode ser exemplificado na luta pela edificação da Escola
Doméstica de Natal.
384
'modernas" implicava uma parte essencial da reinvenção da própria nação. Em que medida essas elaborações do
passado e os modos através dos quais foram expostas e dispostas nessas histórias podem indicar os dilemas da
sociedade portuguesa àquela altura, constitui-se em um dos eixos da investigação que estamos desenvolvendo.
las gerações acadêmicas anteriores, fazendo uso de uma escrita que afirmava a pretensa postura revolucionária daê
nova historiografia, contrapondo-a constantemente aos 'velhos" e 'conservadores' paradigmas anteriores. Esta escrita ~~
dava esteio a um projeto político e social mais amplo que buscava 'mudar o Oeste para mudar a América". Neste ::I:
385
sentido, e seguindo as considerações téoricas de David Harlan (1997), tentarei analisar como a NWH elaborou um
novo passado para dar vazão a um presente conturbado e aparentemente inexplicável pela historiografia anterior a
partir dos escritos de seus três expoentes maiores: Donald Worster, Richard White e Patricia Limerick.
386
As Raias de Mato Grosso - foram escritas entre os anos de 1920-1940 - período em que novos refenciaís ídentitários de
nação e região estavam sendo construidos no Brasil. Em Mato Grosso, esse período foi marcado por intensas lutas
intra-digáquicos e por um rearanjo econômico, sobretudo, a partir do estabelecimento da Ferrovia Noroeste do Brasil,
ocorrido em 1914. Em nível nacional, um novo refencial de identidade também estava sendo construído. Dessa maneira,
a interpretação dos trabalhos de Corrêa Filho toma-se importante, na medida em que, revela as características da cons-
trução da identidade local a partir das questões colocadas no contexto da Primeira República, buscando, assim, preser-
var, sobretudo, os valores do grupo social que ele representava. Sua escrita parte da 'preservação' do chamado sentimen-
to de cuiabanidade,do culto aos defensores fronteiriços e integração da história de Mato Grosso com a história do Brasil.
387
Josiane Roza de Oliveira - Fiocruz
Capistrano de Abreu: territórios geográficos e disciplinares
O trabalho é um exercício aproximativo do projeto de pesquisa desenvolvido no doutorado: Cartografia de territórios:
imaginário e política na construção de fronteiras na historiografia brasileira do século XIX e início do século XX. Procu-
ro refletir sobre a forma de construção narrativa que contribuiu para a formação do território enquanto brasileiro e
unificado. A análise parte dos lugares de produção historiográfica, e da investigação de como a história e a geografia
se articulam e se excluem, na construção de um mesmo tema de estudo e de discurso, num período de formação
disciplinar e amplo debate sobre as ciências. Neste seminário, apresento a análise de artigos e traduções, que abor-
dam geografia e território, do chamado 'primeiro historiador moderno brasileiro', Capistrano de Abreu. Iniciar por este
autor confere uma movimentação particular á pesquisa. Tanto pela importância que a geografia teve em seus trabalhos
quanto pelo significado das metodologias, por ele utilizadas, para disciplinarização da história no Brasil, o que implica
o entendimento da história como um oficio dentro do campo científico. Território, fronteira, cartografia, portanto, apare-
cem como metáforas e como artefatos fisicamente localizáveis no espaço e na teia discursiva da história brasileira.
388
e urbanização do Brasil, sobretudo as relativas ao próprio ser humano. Desta maneira, procura-se demonstrar como ~
Plínio Salgado avalia tais transformações, tecendo criticas severas aos modelos político-econômicos que as engen- ~
dram, ou seja, o capitalismo e o comunismo, ambos considerados nocivos e ineficientes no que diz respeito a viabiliza-
ção de mudanças nos individuos na tentativa de se produzir uma sociedade mais igualitária. Tudo isto, claro, analisado
à luz da ideologia integralista desenvolvida pelo mesmo Plinio Salgado.
389
concedendo especial ênfase ás discussões em torno das influências literárias fundamentais da época; do desenvolvi-
mento dos centros-literários dos Estados; e, sobretudo, da opinião critica sobre o estreitamento das relações entre
jornalismo e literatura na década de 1900.
390
Jorge Batista Fernandes - UERJ ~
Autor e réu: um estudo do acesso à justiça no Brasil Republicano (1890-1930) ~
Este trabalho visa apresentar os resultados preliminares de pesquisa sobre o tema do acesso á justiça ao longo da
chamada República Velha. Nosso estudo envolve a análise dos processos judiciais cujos autores acionaram o poder
público em busca de soluções para questões referentes ao seu cotidiano, além de apresentar considerações sobre o
tratamento com as fontes e a sua organização e disponibilidade. Trata-se de abordagem que procura contribuir com os w
estudos sobre a cidadania no Brasil dos primeiros anos republicanos. As delimitações do espaço e do tempo se .~
circunscrevem à cidade do Rio de Janeiro, Capital Federal, e ao período de 1890 a 1930 e se justificam pelas caracte- ~~
rísticas singulares da cidade, incluindo a sua população, a politização dos grupos e dos movimentos sociais e, funda- Ev;
mentalmente, á sua estrutura administrativa. Quanto ao período, buscamos compreender a própria questão institucio- ,g;
nal e organizacional do Poder Judiciário ao longo dessas quatro décadas, ou seja, 1890 é o ano da publicação do .~.
Código Penal e de uma sucessão de decretos tratando da organização do Poder Judiciário e 1930 um marco do inicio 't;;
das principais alterações nesta mesma organização. .~
391
Marcos da Costa Braga - USP
O Design brasileiro de eletrodomésticos nos anos 1960: o caso da Walita
Os anos 1960 podem ser considerados como um momento importante para o campo profissional do design, por ter
sido a década em que se inicia o ensino regular do desenho industrial e a organização profissional. Os anos de 1960,
marcam não só o início da institucionalização do campo profissional, mas também o crescimento das áreas de atua-
ção, decorrentes da industrialização e do desenvolvimento urbano ocorrido desde os anos de 1950. O otimismo do
período JK e seu processo de industrialização ainda ecoavam no Pais e entre os profissionais das áreas projetuais.
Nesta época, ocorreu um grande impulso na produção de eletrodomésticos. Algumas empresas nacionais chegaram a
contratar profissionais brasileiros para realizar o design de seus produtos. Estes casos podem ser considerados contra
a corrente predominante marcada pela importação de projetos e produtos, prática da cópia ou adaptação do modelo
estrangeiro e falta de infra-estrutura de apoio ao desenvolvimento do projeto do produto nacional. Entre esses casos
destacamos a empresa Walita que nos anos 1960 tinha um setor de desenho industrial com profissionais brasileiros
pensando seus produtos. Seu estudo é parte de uma pesquisa sobre design brasileiro de eletrodomésticos na mesma
década, que está em andamento.
392
Ivo Coser - PUC-Rio ~
O debate entre centralização e federalismo no Brasil: idéias e intelectuais ~
O debate entre centralização e federalismo no século XIX. A formação do conceito de federalismo: a definição do
conceito frente ao conceito de confederação. O debate político em torno do código do processo (1832) e do ato
adicional (1834). A emergência da idéia de 'interesses provinciais'. O conceito de centralização:a precedência da
construção do Estado nação frente a uma sociedade marcada pela dicotomia civilização/sertâo. A incapacidade dos ai
interesses provinciais na construção do Estado nação. O debate entre Visconde de Uruguai e Tavares Bastos. A ·ê
recepção do debate entre centralização e federalismo do século XIX nos trabalhos de Oliveira Vianna, Alberto Sales e ~~
Alfredo Ellis. O tema da precedência do interesse das províncias/estados versus a construção do Estado nação no -:
pensamento federalista. A emergência da idéia da excpcionalidade da formação histórica de São Paulo: o estado no ,~
qual a inciativa individual e os interesses moldam a sociedade. O pensamento de Oliveira Vianna: a idéia da sociedade .~.
brasileira marcada pela 'insolidariedade' e a necessidade da ação do poder central de maneira a introduzir o 'interesse 't;
geral". .~
393
de uma ação de intelecção da realidade da qual a ação política, no periodo histórico estudado, depende, é concomitan-
te e simultãnea. Por intermédio dessa ação intelectual é possivel perceber que possibilidades de análise e de interven-
ção política na realidade que os circundava os republicanos gaúchos estabeleceram no final do século XIX. E nisso
estava incluido a sua própria definição como republicanos, seus vínculos com as teorias políticas existentes e com
temas como o federalismo e o positivismo.
394
lar, em dois momentos distintos do século XX, quais sejam, os anos 1930 e 1970. Partindo do rico aparato ideológico ~49
que se consolida no primeiro período referido, com a instauração do Estado Novo, propomo-nos, em um primeiro ~
momento, a avaliar o impacto das produções ideológicas refletidas nos discursos de intelectuais e compositores popu-
lares, a partir da correlação de forças estabelecida entre estes atores e o Estado. No momento seguinte, sob o contex-
to também de um Estado autoritário, procuramos perceber não só os traços de permanência das memórias acerca da
malandragem produzidas em 1930, como também interpretar as sutilezas do discurso malandro na 'fala" dos mesmos a.i
atores, agora alocados em posições distintas das anteriores, e que também por isso contribuem para um melhorê
entendimento acerca do significado da malandragem no imaginário social brasileiro, bem como dos papéis díspares ~~
desempenhados por determinados segmentos intelectuais nos períodos referidos, tanto em um quanto em outro sob E
regimes de exceção. r~
u-
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Carlos Eduardo Bartel .~
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Renato Gross - UTP ",,'
Casas grandes e cidades: Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda,e a interpretação do Brasil ,~
Desde os tempos colonais são muitos os livros e os autores que, com suas idéias, procuraram mostrar, ler e interpretar 'O
o Brasil. Pode-se citar o Pe. Antonio Vieira, Oliveira Lima, Caio Prado Jr, Florestan Fernandes, Euclides da Cunha,
Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Raymundo Faoro, Mário de Andrade, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Gilberto
Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, e outros, muitos outros. A literatura dos viajantes e brazilianistas são exemplos
destes muitos outros. Todos elesprocuraram ostra r o Brasil, seus homens, seus cenários, suas lutas,suas formas de
opressão (da natureza e de outros homens). Este trabalho, de natureza monográfica, objetiva uma analise histórico-
critica de dois destes autores: GilbertoFreyre e Sérgio Buarque de Holanda, em dois de seus trabalhos capitais: Casa
Grande e senzala (1933) e Raíses do Brasil (1936). Ambos da década de trinta, inserem-se na categoria de 'intérpretes
do Brasil' e são inovadores na abordagem: o primeiro faz uma análise histórico estrutural do cotidiano do brasieiro e
Holanda introduz um ângulo ainda não presente nas interpretações da época: uma visão moderna e democrática. Qual
a mensagem que ambos remetem para a geração atual de leitores? É esta a resposta que esta texto busca analisar.
395
mento e á ocupação econômica de áreas então pouco povoadas, algumas ainda desconhecidas, nos estados de
Goiás, Mato Grosso e Pará. A Fundação Brasil Central (FBC) foi criada para levar a efeito ações com esse objetivo. O
trabalho trata de sua atuação (1943-1968), principalmente na região do Médio Araguaia, onde implantou um modelo de
colonização a partir de núcleos urbanos, chamados 'núcleos de civilização', que veio a resultar em conflitos agrários,
envolvendo grupos indigenas, agricultores pobres e proprietários de terras absenteistas.
396
Camila Bueno Grejo - Unesp - Assis
Carlos Octavio Bunge e José Ingenieros: entre o científico e o político. Pensamento racial e identidade nacio-
nal na Argentina (1880 -1920)
Na Argentina - principalmente no final do século XIX - foi freqüente a utilização da etnicidade pelas elites intelectuais
como uma das maneiras de formular questões referentes ao processo de formação da pátria. Os cientificistas argenti-
nos utilizaram - se, muitas vezes, de apelações biologistas e de concepções do darwinismo social, produzindo a teoria
do 'crisol de raças" como mecanismo de controle social e étnico para nacionalizar as massas chegadas durante o
processo de imigração européia, a partir de 1880. Neste trabalho, buscaremos compreender as relações que existem
entre Carlos Octavio Bunge (1875-1918) e José Ingenieros (1877-1925), partindo da análise de sua produção intelec-
tual do inicio do século XX e de suas publicações em revistas do período - Revista de Derecho, Historia y Letras,
Revista Argentina de Ciencias Políticas e Revista de Filosofia; uma vez que estes compartilhavam de semelhantes
idéias étnicas e da preocupação em decifrar a história nacional, podendo ser considerados, por isso, pertencentes à
corrente cientificista.
397
Maria Luisa Nabinger de Almeida - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO
Representações culturais e imigração: estudo comparativo entre o Vale do Saint-Laurent e o Vale dos Sinos
(século XIX)
Trata-se de estudar a produção das representações culturais através do trabalho agricola dos imigrantes, particular-
mente alemães, no Vale do Rio Saint-Laurent (Québec, Canadá) e o Vale do Rio dos Sinos (Rio Grande do Sul, Brasil),
na primeira metade do século XIX, Entendemos que a construção de uma cultura pós-colonial, em conformidade com
o pensamento de Homi Bhabha, introduziu um 'entre-lugar' na tênue fronteira cultural das representações das antigas
relações entre o colonizador e o colonizado, Desta forma, os diferentes modelos e sistemas culturais do trabalho
agrícola com o assentamento dos imigrantes-colonos nos permitem não só observarmos as formas de ocupação da
terra - pequena propriedade e sistema de colonato, respectivamente, como também os processos sociais de acultura-
ção constituídos pelos novos sujeitos históricos,
398
Antonio Carlos Amador Gil - UFES
O embate entre Identidade nacional e etnicidades no México. O projeto indigenista de Gonzalo Aguirre Beltrán
e a critica indianista contemporânea
A história mexicana do século XX é profundamente marcada pela ideologia da mestiçagem. Diversos antropólogos e
historiadores indigenistas sustentaram esta ideologia que foi definida como elemento da nacionalidade e, portanto,
qualquer reivindicação cultural específica deveria ser tratada num contexto de contribuição á cultura nacional mestiça
considerada como um todo orgânico. Diversos movimentos indígenas contemporâneos polemizam com o indigenismo
uma vez que privilegiam a pluralidade étnica na formação da cultura nacional. Pretendemos, nesta comunicação,
analisar o pensamento de Gonzalo Aguirre Beltrán. Sua obra foi profícua e influenciou, enormemente, o indigenismo
mexicano. Bastante polêmico, suas pesquisas de campo o levaram a concluir que o mundo comunitário indígena foi
instrumento e resultado de um triplo processo de subordinação, exploração e exclusão e que, portanto, para Beltrán, o
fim da sujeição cultural indígena estaria ligado á desaparição das instituições tradicionais do poder comunitário. Privi-
legiaremos, nesta discussão, as relações entre etnicidade e identidade nacional e tentaremos relacionar as principais
críticas que se desenvolvem a partir do esgotamento deste modelo e do surgimento dos movimentos indianistas.
399
Mary Anne Junqueira - USP
O relatório de viagem de Charles Wilkes, Narrative of United States Exploring Expedition (1838-1842), e a sua
relevância como fonte histórica
Pretende-se discutir o relatório da primeira viagem científica de circunavegação norte-americana, realizada entre 1838
e 1842, como fonte histórica. Tal relato segue o formato e o padrão de linguagem verificados em relatórios de viagens
semelhantes realizadas por europeus. São espécies de documentos oficiais publicados após a execução da expedi-
ção e que justificavam os altos custos da exploração, além de em muitos casos garantir a ascensão profissional dos
oficiais e dos cientistas nas suas carreiras. No caso da Narrative of United States Exploring Expedition (1838-1848),
elaborada por Charles Wilkes, capitão da expedição exploratória, nota-se o cuidado na construção da narrativa e a
clareza com relação á exposição e á Classificação do que se via e procurava apreender. O relato mencionado, além de
ser um documento dirigido ao secretário da marinha e ao Congresso norte-americano, circulou entre a Europa e as
Américas, no século XIX, especialmente entre as comunidades cientificas.
400
rumo aos países desenvolvidos, particularmente, Estados Unidos e Europa, ou latino-americanos como Venezuela,
México ou Brasil. Assim, as pesquisas concentram seu interesse na saída de profissionais, científicos e técnicos
considerados como 'recursos qualificados'. Neste contexto, o objetivo central desta comunicação é abordar a especi-
ficidade histórica da emigração argentina contemporânea que chegou á cidade de Campinas, a partir da década de
1970, integrada por pessoal qualificado que foi captado pela Universidade Estadual de Campinas, pelos Centros de
Pesquisa ou empresas multinacionais da região. Este processo deve ser avaliado tanto pela relevância do intercâmbio
profissional, social e cultural, como pela complexidade do período em estudo.
401
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
402
construção de uma sociedade uniforme e coesa, que propiciasse o fortalecimento da instituição monárquica e a propa-
gação da fé católica. O elemento divergente era considerado um opositor do sistema e deveria ser 'evangelizado" e
integrado a fé verdadeira. Hereges, pagãos e judeus se enquadravam na categoria de 'outsiders" que deveriam ser
convencidos da verdadeira fé. A visão isidoriana mescla os objetivos políticos da monarquia com a visão histórica
agostiniana que concebia a história como estruturada em sete eras. A sexta era se iniciara com a primeira vinda de
Jesus e se resumiria na sua segunda vinda, que se aproximava. A preparação das condições era uma missão sagrada:
a Igreja se apropriava do Estado e o sacralizava para atingir suas metas escatológicas. Isidoro concebe as heresias, o
paganismo, e em particular os judeus como elementos nocivos que contaminavam a pureza da fé e impediam a
consecução do projeto divino. O Estado visigótico deveria servir de veículo para a expansão da fé e servir de esteio do
Milênio que se avizinhava.
dentro da obra e suas implicaçôes processo de cristianização. A nosso ver, a obra veio de encontro com um trabalho de w
evangelização em uma região em que o cristianismo confrontava-se com outras formas de compreensão do sagrado ~
ainda muito presentes, por isso, ela expressa-se Gomo um anseio da Igreja por englobar todo o universo vivido pelos w
homens e mulheres para os quais destinou-se. A exegese do texto bíblico - Apocalipse - fez aqui, parte de um trabalho .g
de evangelização, e por isso nos permite vislumbrar como estes homens experimentaram sua realidade, como pensa- 13
ram sua relação com o mundo, e foram determinando o que seria ser cristão, ao definir as fronteias nas condutas oug
atitudes consideradas incompatíveis com a vinculação do fiel a Cristo. C/)
co'
.~
403
Renata Vereza - Universidade Severino Sombra
Espacialidade e integração da comunidade moçárabe em Toledo após a conquista cristã - Castela século XI
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as principais transformações na comunidade cristã moçárabe toledana após
a conquista crista de 1085 partindo da análise dos espaços destinados a ela. Após a conquista os espaços destinados
ao culto de rito visigótico e a residência destes moçárabes são transferidos da Vega toledana para dentro da cidade de
Toledo. Mesmo que o clero reformado continue a tentar eliminar o rito moçárabe e que eles permaneçam sendo vistos
como cristãos diferentes, a trasferencia para o inteior da cidade gera diversas novas trajetórias urbanas, possibilitas
novos espaços de sociabilidade e contribui para a integração desta comunidade. Essas novas trajetórias, possibilita-
das pela cristianização da cidade, são determinantes no estabelecientos de laços com as novas comunidades cristãs
instaladas na cidade (hispânicas e não hispânicas) e na constituição de traços culturais marcantes da metrópole
toledana, consolidando gradativamente o papel da comunidade moçárabe junto ao poder
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Adriana Maria de Souza Zierer • UEMA
Os Franciscanos e o messianismo régio na Crónica de D. João I, de Fernão Lopes
Na Crónica de D, João I Fernão Lopes (c, 1380-1460) visou legitimar o fundador da Dinastia de Avis, que era um
bastardo, no poder. Por isso, o cronista associou o monarca ao messianismo régio através de uma série de milagres e
vitórias em conflitos bélicos que representariam a aprovação de Deus ao 'eleito' para governar Portugal. No contexto
do chamado Cisma do Ocidente, com dois papas na Cristandade, D, João é explicitamente intitulado como o 'Messias
de Lisboa", estando associado ao modelo de bom cristão, ao passo que os seus oponentes, sintetizados na figura do
rei de Castela, são apresentados como ligados ao Anticristo, Neste período de final da Idade Média, contribuiu para a
construção desta imagem a crença de alguns grupo~ (como beguinos e franciscanos espirituais) em idéias milenaristas
e na chegada de uma espécie de Imperador dos Ultimos Dias que estabeleceria um período de felicidade na Terra,
Visando reforçar os aspectos do messianismo régio, após a vitória nas batalhas aparecem no relato do cronista as
figuras de dois franciscanos, Frei Rodrigo e Frei Pedro, os quais legitimam os dados apresentados, explicam os
milagres acontecidos e fazem comparações com eventos bíblicos, visando dar maior veracidade aos aspectos do
messianismo régio associados a D, João,
nuanças do comportamento sexual na sociedade visigoda em duas esferas de atuação social: a religiosa e a civil. ~
Fundamentada na análise de materiais produzidos no período, as atas dos concílios gerais de Toledo, para o âmbito ::2
religioso, e a Lex Visigothorum, para o âmbito civil, observaremos o que foi normatizado quanto à conduta sexual das ~
viúvas, Para tal, buscaremos separar e comparar elementos das duas esferas identificados com um modelo ideal de ~
comportamento, bem como, a repercussão das infrações normatizadoras, que podem ser consideradas no âmbito ê
religioso como pecado e no âmbito civil como crime,
405
única obra redigida em castelhano no século XIII que apresenta a biografia de uma reclusa, com textos normativos e
documentos notariais sobre a vida religiosa feminina elaborados no mesmo período, visando examinar como os aspec-
tos constitutivos do gênero atuaram nas relações de poder estabelecidas pelas religiosas riojanas no século XIII. A
regíão de La Rioja era uma das que constituíam a diocese de Calahorra, Nela existiam dois mosteiros femininos: Santa
Maria dei Salvador de Canas e Santa Maria de Herce, No presente trabalho vamos apresentar algumas conclusões
parciais dessa pesquisa em andamento a partir da análise dos cânones dos três sínodos calagurritanos realizados no
século XIII, destacando e discutindo as norm
Marta Silveira Bejder e Rosiane Graça Rigas Martins - Universidade Gama Filho
A monarquia castelhana e as penalidades no séc. XIII
O séc, XIII foí um momento onde os monarcas castelhanos buscavam reforçar a autoridade interna e consolidar o
projeto de unidade jurídica e territorial do reino castellhano-Ieonês. Um dos principais mecanismos utilizados para
levar adiante este projeto foi o implemento de uma reformulação jurídica. Diante disso analisaremos as penalidades
propostas no Fuero Real, que podem ser classificadas em corporais, morais e indenizatórias, compreendendo-as
como instrumentos utilizados pelos monarcas para consolidação do seu poder.
406
como um dos fatores constituintes do poder monárquico e/ou eclesiástico no período afonsino, século XIII. Assim, por
um lado, desejamos pensar se a dimensão onde está em jogo a validade das formas de poder monárquico e/ou
eclesial fundamenta-se explícita e/ou implicitamente em diretrizes de gênero. Por outro, procuramos refletir se o gêne-
ro é um elemento importante para explicar os processos de regulamentação de acordo com uma retórica normativa,
prevendo distinções, classificações e punições simétricas, horizontais, assimétricas e hierárquicas entre homens e
mulheres. Para tanto, priorizaremos o conteúdo da Primeira Partida, através de uma versão publicada pela Hispanic
Society of América e organizada por Francisco Bossini.
evolução do principio filosófico da Distinção dos Poderes (Poder espiritual e Poder Temporal, via de regra ligados, fil
respectivamente, a Igreja e ao Estado). Durante toda a Alta Idade Média e durante os três primeiros séculos da Baixa ]'l
Idade Média desenvolve-se uma perspectiva de Distinção de Domínios, esta serviu de base para a concepção hierocrática f5
do Papado. As rupturas ocorrem no século XlV. Foi então que se desenvolveram, seqüencialmente, três novos princí- <;:_
pios: a Distinção de Ordens com Jean Quidort, a Distinação de Vias com Dante Alighieri e, finalmente, a Reductio ad E
Unum de Marsílio de Pádua. ~
407
20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min)
408
vais do século XIV, com os conflitos politicos de seu tempo. A partir deste olhar, enfocaremos duas questões que, a
nosso ver, são importantes para entender o pensamento do autor. A primeira vincula-se ao papel que a educação
desempenha no processo de transição do medievo para a modernidade. Asegunda, diz respeito á forma como, Michelet
concebe o papel educacional da mulher e do povo neste processo.
cc·
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E'
409
Angelita Marques Visalli - UEL
A devoção aos santos entre os leigos laudantes entre os séculos XIII e XIV
Através do canto de laudas, poesias religiosas difundidas especialmente no ambiente das confratemidades religiosas
entre os séculos XIII e XIV, os leigos expressavam sua devoção, Os textos analisados (de origem italiana), apesar da
visível preponderância do louvor marial, apresentam versos dedicados a santos que também poderiam desempenhar
a função de intercessores (Francisco, Domingos, Guido, Lúcia, Madalena etc), Através da análise das poesias dedicadas
a eles (as alterações nas laudas repetidas, as permanências, inclusões e ausências) podemos acompanhar a evolu-
ção da devoção: á princípio mais sentimentais, sugerem uma participação mais efetiva dos laudantes, apresentando
os santos mais próximos dos homens, Mas tendem, no decorrer do tempo, a cumprir função mais teatralizada, apre-
sentando textos dramáticos, apontando-nos para um processo de distanciamento do leigo e de normatização da ex-
pressão de devoção, Esse processo ilumina o entendimento sobre e evolução do movimento confratemal e sobre o
lugar dos cristãos leigos na eclesiologia.
52. Imagens de Arte: fronteiras disciplinares entre história da imagem e história da arte
Luciene Lehmkuhl (UFU) e Paulo Knauss (UFF)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Paulo Knauss - UFF
Arte e diplomacia: exposições de arte no contexto da Segunda Guerra Mundial nas Américas
O trabalho pretende abordar as relações entre história e arte a partir do campo da história das exposições, Para tanto,
o estudo pretende tratar das exposições de arte francesa e norte-americana organizadas no contexto da Segunda
Guerra Mundial, que promoveram a arte moderna por meio da apresentação de obras de grandes mestres da pintura
na França e nos EUA .. Nesse contexto, a arte se definiu como recurso da diplomacia cultural e propaganda nacional e
polítíca de díferentes países, O quadro das rivalidades polítícas se traduzíu na afirmação de sentidos diferentes de arte
moderna, A Guerra definiu assim bases para a promoção da arte moderna em vários países das Américas, ínclusive,
no Brasil. A pesquisa se sustenta em fontes de arquívos diplomáticos e de museus, bem como na imprensa de época,
410
do em 1985. A mostra nasceu da parceria entre a Fundação Bienal e a Fundação Cultural de Brasília e era, a principio, Q
o início do acervo do Museu do Artista Brasileiro (MArB), planejado para ser implantado na capital federal. A pesquisa
empreendida buscou compreender quais as motivações da seleção das obras que constituíram tal exposição e, por
®
conseguinte, quais obras foram assimiladas pelo tardio MAB. Da mesma forma, nesse percurso institucional, aborda-
mos os motivos que fizeram do MArB um empreendimento irrealizado. Tal enlace entre exposição, museus 'desejados' ~
e acervo(s), também permitiu que nos aproximássemos das razões que fizeram com que a capital federal só viesse a ~
ter um museu de arte trinta anos após a sua concepção e os possíveis porquês da ausência de um museu no projeto '" ~
inicial. co
.~
"O..
Claudia Thurler Ricci . Revista de Historia da Biblioteca Nacional .~
Estilo: um problema histórico ~
Pretende-se nesta comunicação historicizar e problematizar a noção de 'estilo" apontando para o seu estabelecimento .~
no século XVIII como uma categoria do pensamento que nos auxilia no estudo da arte, e não um dado natural, intrinse- ~
camente associado as produções artísticas do passado. O objetivo é perceber como o surgimento da noção de estilo ~
se dá em um momento em que era necessário fazer com que as obras de arte se tornassem 'objetos' catalogáveis ou S
elementos dispostos ordenadamente, tal como foram produzidos em uma linha espaço tempo. Ou seja, acreditou-se 4:
que o conceito de estilo possibilitaria ao historiador - como afirma Hippolyte Taine - observar a sucessão da produção ~
artística com imparcialidade, abordando as diversas criações passadas como o botânico analisa seu material, ou seja, ~
sem se preocupar se são belas ou feias, venenosas ou não. Propõe-se assim avaliar quais sãos os problemas decor- li3'
rentes da naturalização deste conceito e como ele se desenvolveu e foi apropriado pelos historiadores da arte ,em E
especifico no século XIX.
411
mídias digitais, a produção e recepção da obra são redimensionadas por uma dinâmica em que o 'artista, a obra, o
interator, o entorno e o contexto', marcam uma mesma presença no tempo. Este fato desencadeia questões emergen-
tes para a elaboração de um discurso, permeado pelas inter-relações da história da arte e da história da imagem.
Nesse sentido a pesquisa em arte, a partir do contexto cultural e do entorno digital em que se inserem as imagens e as
instalações multimídia, por exemplo, pode colaborar para nos interrogarmos sobre a história e a teoria da arte contem-
porânea.
412
des regionais perante o cenário politico então constituido, e os diversos movimentos de vanguarda que agitaram as ~52
primeiras décadas novecentistas em todo país. \.B!:)
Carla Mary da Silva Oliveira - UFPB
O forro da Casa de Oração dos Terceiros no Convento de Santo Antônio da Paraiba: algumas questões sobre
suas imagens e a vida de São Francisco de Assis
Não se sabe quando surgiram os terceiros franciscanos na Paraíba, mas se acredita que isso ocorreu pouco após a ~
chegada dos frades menores à Capitania, ainda em fins do século XVI. O forro de sua Casa de Exercicios, obra da .~
segunda metade do século XVIII, é mais uma, dentre as inúmeras pinturas nas igrejas barrocas do Brasil, de que não a..
se conhece a autoria e, tampouco, qualquer documento a seu respeito, Seu tema central, no entanto, continua a :~
fomentar discussões sobre seu sentido e o que está ali representado. Desde os anos 1950 alguns autores o identificam ~
como o arrebatamento do profeta Elias aos céus, fato descrito no 11 Livro dos Reis do Antigo Testamento. Essa tese não .~
se sustenta quando são consultadas as várias biografias medievais de São Francisco de Assis, onde uma cena seme- ~
Ihante, ocorrida ainda durante a vida do santo, é descrita minucíosamente. As implicações simbólícas dessa imagem e -
sua relação com a estrutura social em que os terceiros se inseriam na Paraíba Colonial é o tema central deste trabalho. S
~
André Cabral Honor ~
Igreja, Estado e símbolos: a apoteose barroca no conjunto carmelita da cidade de João Pessoa ~
O conjunto carmelita de João Pessoa teve sua construção iníciada em 1730, e foi concluído somente em 1777. A ~
ordem teve importância significativa no que se refere à catequese na sede da Capitania nos séculos XVII e XVIII, É
chegando a manter um hospício como posto avançado de atuação junto aos indígenas, junto à foz do Río Paraíba.
Pretendemos, de forma ainda inicial, proceder a um levantamento histórico da construção do conjunto Carmelita pes-
soense, composto pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, pela Igreja de Santa Teresa de Jesus da Ordem Terceira e
pelo Convento da ordem. Nossa intenção é procurar desvendar em que contexto se insere a edificação de tais monu-
mentos, principalmente como subsídio para uma análise iconológica e iconográfica do conjunto de representações
visuais existentes na decoração interior das duas igrejas do complexo, que inclui pinturas sobre madeira, em partes do
forro e medalhões em algumas paredes, e azulejaria portuguesa da segunda metade do século XVIII.
413
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
Jamila Ithaia dos Santos Wawzyniak - Escola de Musica e Belas Artes do Paraná
Arte Postal: presença não institucionalizada no museu
Este ensaio estuda como a Arte Postal mesmo sendo incorporada pelos sistemas institucionais de arte, (museus,
galerias, mercado, crítica, etc) mantém seu caráter contestador de sistemas oficiais (politicos, sociais e artísticos)
Desde seu surgimento a Arte Postal esteve distante dos museus, a margem da Instituição e mercado da arte e hoje o
ao observarmos a incorporação do que é material na Arte Postal pelos museus, não parece ser possível a obtenção por
parte deles do que seria a essência do Movimento. Provavelmente para conseguir atingir uma forma próxima, mas
ainda não ideal, de apresentação, aquisição, preservação e catalogação da Arte Postal, os museus precisariam criar
novas estruturas, sistemas e paradigmas. Freire observa serem obras feitas em meios de pouca durabilidade, preser-
var esses trabalhos envolve reconstituição do contexto político-social e cultural, o repertório individual do artista, e
também das condições de exibição da obra, pois todas as definições para abarcar esses trabalhos ainda encontram-se
por fazer, já que as categorias tradicionais não dão conta dessas manifestações, portanto, 'preservar significa, dar
inteligibilidade'.
414
em 1870 também não passou despercebida. A partir desse periodo e sobretudo nos anos 1880 os ideais republicanos
conquistaram adeptos e a campanha se expandiu. Concomitante, circularam no Império periódicos ilustrados de gran-
®
52
de relevância. Entre eles, Revista IIlustrada comandada por Angelo Agostini e caracterizada pela campanha abolicio-
nista e simpática aos republicanos e Semana IlIustrada dirigida por Henrique Fleiuss amigo pessoal de Dom Pedro II e,
devido a esta amizade, seguidamente rechaçado pelos demais caricaturistas. O objetivo da comunicação é averiguar ~
quais as posições tomadas durante a campanha republicana pelos caricaturistas e colaboradores da imprensa ilustra- ~
da fluminense, se favoráveis ou contrários á mudança do regime de governo. Será analisado o emprego do arsenal ~
simbólico republicano traduzido em alegorias e emblemas ilustrados nos periódicos nos anos que antecederam a .~
Proclamação da República em 1889. c. '13
<n
415
Elisabete leal - CNPq/UFRGS
Arte e civismo na obra dos artistas positivistas Décio Villares e Eduardo de Sá
A República no Brasil chegou de surpresa a muitos brasileiros e às diversas categorias profissionais, inclusive aos
pintores e escultores. Imperava em fins de 1889 um clima de euforia patriótica e de adesismos ao novo regime. O
paper discutirá o papel da obra de arte no projeto de educação cívico-sentimental republicana no Brasil, especialmente
na obra dos artistas positivistas Décio Villares e Eduardo de Sá.
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Marilda Lopes Pinheiro Queluz • Universidade Tecnológica Federal do p a r a n á @ 2
O humor gráfico da década de 20: entre o art nouveau e o art deco
Resumo: Este trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla sobre humor gráfico, tecnologia e linguagens. Oobjetivo
aqui é estudar as representações de modernização da década de 20, considerando o caráter ambivalente e polissêmi-
co das charges como elementos fundamentais que revelam a complexidade e a dinâmica dos processos de leitura. ~
Parte-se do pressuposto de que as caricaturas e charges são signos que refletem e refratam a sociedade. A caricatura g§
do início do século, de um modo geral, voltou-se para a cidade, para os que nela viviam e transitavam, para as novas 1§
experiências urbanas, ajudando a re-elaborar os significados dessa modernização. O humor gráfico dos anos 20 deu .~
visibilidade a outras faces do modernismo brasileiro, deixando entrever a cidade e o cotidiano nos embates entre 'ü o..
conservadorismo e vanguarda. Nos desenhos de J. Carlos e Belmonte, por exemplo, o humor se consagra na rapidez ~
dos traços, reciclando e contaminando-se dos discursos da ciência, da arte, da publicidade, da moda, do design '"
gráfico, do teatro, da imprensa. As caricaturas e charges pluralizaram os olhares sobre as mudanças sociais e cultu- .§
rais, a moda e a arte, as novas construções da imagem do feminino e masculino, reinventando as páginas das revistas ~
nas fronteiras entre o art nouveau e o art deco. ~
417
Rosângela Miranda Cherem - UDESC
História, modernismo e anacronismo na poética Meyer Filho
Considerando a história num diálogo com a teoria e da crítica de arte, a produção plástica de Meyer Filho (1919-1991)
constitui-se num território propício para armar problemas e pensar uma história da arte menos através de um campo
cronológico-evolutivo e mais como etiologia, ou seja, considerando as questões que retornam pelo recalque do olhar.
Como tal, cabe pensar, de um lado, como se operam, mesmo para artistas inseridos num circuito periférico, as referên-
cias e remetências que resultam na incorporação de uma perspectiva modernista, enquanto que de outro lado, conflui
o paradoxo da arte que se opõe ao tempo, tornando-se resíduo e rastro, espectralidade de outras temporal idades.
Assim, a obra deste pintor apresenta um conjunto de elementos intempestivos e anacrõnicos, trazidos de diferentes
temporalidades e tradições, potencializando-se como um leque de possibilidades interpretativas relacionadas sobretu-
do com as análises do historiador e filosofo francês Didi-Huberman em Devant I'image. Este procedimento torna-se
particularmente interessante para obras que não pertencem ao repertório canônico mas podem ser abordadas pelo
seu caráter de recorrência e sobrevivência, fenômeno a que Nietzsche chamou de Nacheleben.
418
se a percepção que a coroa revelou a cerca do lugar deste tráfico bipolar entre suas colônias americanas e a África
Ocidental.
Os caminhos do ouro nas Minas Gerais do século XVIII e a dinãmica imperial portuguesa .~.
O objetivo deste trabalho é demonstrar' como as Minas Gerais setecentistas estiveram inseridas na dinâmica imperial .§
portuguesa. Partindo da relação existente entre História e espaço, analisamos os caminhos que se espalharam pelas g
Minas como um suporte físico para as relações de trocas não apenas econômicas, mas também culturais, políticas e 8
sociais. Do Caminho Novo e de outras tantas 'picadas', emergem os homens e mulheres que por elas passavam ou ~
nelas mantinham residência: viandantes, tropeiros, índios, militares, quilombolas, roceiros, 'vadios", estalajadeiros, :ii3
bandidos, fazendeiros e contrabandistas. A partir da análise do cotidiano dessas pessoas e do tratamento dispensado ~
pela Coroa e pelos colonos à abertura e conservação de estradas na capitania - entendidas aqui como vias de comu-
nicação essenciais entre a região mineradora e o restante da América portuguesa - buscamos identificar o elo dos
caminhos com a administração colonial ibérica e a estruturação da sociedade mineradora. Acreditamos que existem
vários elementos em comum entre as Minas Gerais do século XVIII e os demais pólos do Império luso, principalmente
no que diz respeito aos modos de pensar e agir politico-administrativamente, destacando-se, por exemplo, o contra-
bando, a monarquia e o sistema de mercês.
419
Pablo Qller Mont Serrath - USP
Dilemas & Conflitos na São Paulo restaurada. Formação e Consolidação da Agricultura Exportadora (1765-
1802)
Na América portuguesa, a partir da segunda metade do século XVIII, foi marcante a política de maior centralização
administrativa no esforço de manter e expandir o domínio colonial. As medidas adotadas a partir do ministério pomba-
lino não cessaram com a ascensão de Dona Maria, em 1777, nem com o príncipe dom João, a partir de 1792 .. Caso
exemplar das diretrizes adotadas a partir da segunda metade do século XVIII foi a restauração de São Paulo enquanto
capitania-geral, em 1765, visando não só as necessidades de conquista territorial, defesa das fronteiras e centraliza-
ção administrativa mas, igualmente, o estímulo e desenvolvimento econômico da capitania. Na tarefa de incrementar
a agricultura exportadora, a Coroa portuguesa dependeu da elite colonial paulista, possuidora de riqueza anteriormen-
te acumulada nos negócios de abastecimento das regiões extratoras de metais e pedras preciosas. Esta pesquisa visa
estudar a relação entre essa elite colonial e os diferentes governadores e capitães-generais da capitania de São Paulo,
enquanto agentes das decisões e do poder régio, durante o período de formação e consolidação da produção açuca-
reira paulista voltada para o mercado externo.
420
Ultramarino identificar as diversas instâncias de poder que integravam a estrutura político-administrativa da capitania
no período do seu primeiro surto de povoamento (1679-1700), bem como circunscrever sua atuação no processo de
ocupação, valorização econômica e enquadramento institucional daquele espaço.
421
Nelson Mendes Cantarino - USP
De Mariana a Timor: um estudo da trajetória administrativa de João Batista Vieira Godinho
Com o objetivo mais geral de analisar as relações entre a intelectual idade luso-brasileira e a Coroa Portuguesa no
periodo de 1750 a 1808 - ou seja, da aclamação de D. José I e inicio do governo do futuro Marquês de Pombal até a
chegada da família real ao Brasil- resgata-se neste trabalho a figura de João Batista Vieira Godinho (1742-1811).
Exposto, natural de Mariana, através da carreira militar atingiu postos de destaque na administração dos dominios
ultramarinos da Coroa no Oriente, alcançando o cargo de Capitão General e Governador das Molucas Portuguesas,
território formado então pelas Ilhas do Timor e de Sólor. Através da leitura de fontes referentes á sua atuação adminis-
trativa iremos destacar a influência da Ilustração em seu pensamento, tomando, como pano de fundo, a central idade
do projeto da Coroa Portuguesa, ao longo da segunda metade do século XVIII, que visava á superação do pensamento
tradicional, á modernização administrativa e ao fortalecimento do poder monárquico, inserindo-se, assim, no quadro
geral do Reformismo Ilustrado europeu.
422
redefinição do império português, considerando as alterações políticas entre Portugal e Brasil nas primeiras décadas
do oitocentos, constitui o foco nos projetos para a efetivação do Reino Unido nos quais formulações quanto a abran-
gência da autonomia política entre as partes indistintas no interior da nação lusitana e os mecanismos necessários à
preservação e prosperidade da Monarquia portuguesa fornecem elementos importantes ao debate sobre o modelo de
Estado pretendido nos marcos da crise do Antigo Regime.
423
Raquel Torres da Costa e Silva - UFPE
Açúcar, mais que uma mercadoria colonial: um elemento constitutivo da dinâmica alimentar da colônia
A historiografia brasileira acerca do açúcar é bastante rica e variada, e muitos são os estudos que analisam aspectos
como a importância econômica dessa mercadoria, seu processo de produção, sua tecnologia, seu comércio, seu
transporte, sua dinâmica. Outros tantos trabalhos dão ênfase à sociedade que se constrói em torno desse complexo
canavieiro, sua relação com a escravidão e com o latifúndio. No entanto, o açúcar e os subprodutos resultantes do seu
fabrico encontram-se presentes na dinâmica alimentar mestiça da Colônia, com variados usos e significados, seja na
aguardente ou na rapadura consumidas pelos escravos, seja à mesa dos senhores de engenho, muito apreciadores
dos doces e das compotas de frutas. Tais usos e significados estavam diretamente relacionados ao valor que o açúcar
tinha na Metrópole e nas outras nações européias, interligadas social e economicamente dentro do complexo da
incipiente 'economia-mundo'. Nosso objetivo consiste em abrir uma nova perspectiva de abordagem histórica para
esse tema tão trabalhado dentro da historiografia brasileira, mas ainda insuficientemente explorado em algumas de
suas nuances bastante significativas, como o universo de seu consumo.
424
quando as aprendizes ainda eram crianças órfãs, durante o exercício da tutoria, Em geral, as mulheres, ao ficarem
órfãs, passavam pelo processo de tutoria, que envolvia o encaminhamento para algum tipo de educação, o que,
segundo nossas fontes, costumava envolver o aprendizado da costura, mesmo para aquelas cujos pais eram homens
de posses, sendo comum que as filhas aprendessem esse mesmo tipo de oficio,
o
.co
I 20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min)~'
o
Ágatha Francesconi Gatti - uSP 8
A Junta das Missões de Pernambuco: pela conquista e colonização do 'sertão de fora' do Estado do Brasil ~
Na comunicação que apresentarei pretendo analisar a Junta das Missões de Pernambuco criada em 1681, no que diz ~~
respeito à sua importância e funcionalidade enquanto parte do quadro administrativo do sertão nordeste do Estado do l'
Brasil. Considerando alguns momentos de sua atuação e buscando desenvolver o significado, na prática, da atribuição
de 'promover as Missões' - estipulada na carta régia que determinava sua criação -, procuro mostrar que a Junta das
Missões de Pernambuco constituiu-se como uma importante Instituição de poder regional, cuja criação deu-se no
contexto de 'ocidentalização' da politica metropolitana na segunda metade do século XVII. Tendo efetiva jurisdição no
chamado sertão 'de fora', ou seja, nas Capitanias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande e Ceará, entendo que a Junta
das Missões de Pernambuco não foi mero instrumento de viabilização da política indigenista portuguesa, mas, tam-
bém, uma Instituição ativa no processo de conquista e colonização da região, deliberando, 'in loco', medidas de
contenção e eliminação das ameaças aos domínios portugueses na sua área de atuação.
425
colônia. Nesse sentido, entendemos seu empreendimento religioso como uma colonização salvífica: a tentativa de
povoar a terra motivava-se, também, pela correção da fé dos portugueses nela residentes para que estes fossem
exemplos aos indigenas a serem convertidos á fé de Cristo.
426
Denise A Soares de Moura - UNESP
Relações inter-camarárias e comércio vicinal e inter-regional em São Paulo (1765-1822)
Resumo: Esta comunicação de pesquisa discutirá as tensões existentes entre a Câmara da vila de Santos e o Senado
da Câmara de São Paulo em relação aos circuitos mercantis de abastecimento local e inter-regional. Não desconside-
rando a complexidade das relações no interior do organismo imperial português, pautada por negociações, acordos e
conflitos, serão priorizados dados levantados em documentação camáraria e correspondência oficial produzida por
autoridades locais e régias que vêm sugerindo que grupos no interior do Senado da Câmara de São Paulo procuraram
fortalecer o circuito local de abastecimento de alimentos e de carne, visando favorecer, especialmente, os criadores
locais de animais. Para tanto, assumiram uma política de negligência em relaçâo ao projeto régio de viabilização do
Caminho Mar, pressionaram as câmaras de vilas próximas da cidade em relação à comercialização dos gêneros de
suas unidades produtivas e exerceram uma política de boicote aos projetos de negociantes e autoridades locais da vila
e praça de Santos. Através destas questões pretende-se contribuir para as investigações e debates que vêm tentando
melhor compreender os vàrios níveis de funcionamento do Império Português diante do 'novo padrão de colonização'
vigente a partir dasegunda metade do século XVIII.
427
54. Infância e juventude na História do Brasil: abordagens e perspectivas
Esmeralda Blanco B. de Moura (USP) e Silvia Maria Fávero Arend (UDESC)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h) I
Ivonete Pereira - UNIOESTE
Universo infanto-juvenil: a historicidade da história da infância no Brasil
O presente trabalho, enquanto pequena parte de nossa pesquisa de doutorado, tem por objetivo trazer algumas refle-
xões acerca da historicidade da história infanto-juvenil no Brasil. Nossas reflexões têm como ponto de partida a con-
cepção de que as duas principais vertentes de pesquisa, que deram origem à História da infância e juventude no Brasil,
foram os estudos realizados por pesquisadores ligados ao CEDHAL- .USP, composto basicamente por historiadores e
das pesquisas dos integrantes do antigo CESPI-Universidade Santa Ursula/RJ, o qual aglutinava diferentes pesquisa-
dores das áreas de Ciências Sociais e das Ciências humanas. Partindo desta perspectiva, fazemos uma breve análise
acerca dos dois Centros de Pesquisas e, em seguida apresentamos algumas reflexões sobre as diferentes aborda-
gens do universo infanto-juvenil no Brasil, apresentadas pelos pesquisadores dos respectivos Centros, bem como
suas contribuições à criação de um novo campo de pesquisa histórica no Brasil: A história da infância e da juventude.
Lilian Rodrigues da Cruz e Glória Cristina Ferreira Gabriel- Universidade Santa Cruz do Sul
Os Caminhos da História: uma leitura sobre a produção da infância no Brasil
Este trabalho objetiva discutir, a partir das formas pelas quais se constituiu a categoria infância no Brasil, a atual
configuração das políticas públicas voltadas para esta área. As problematizações apóiam-se teoricamente em elemen-
tos da obra de Michel Foucault.
428
Alexandre Ramos de Azevedo· UFRJ
Abrigos espiritas para a infância: uma descoberta da infância sob o lema "fora da caridade não há salvação"
Quando o juiz de menores do Rio de Janeiro, Saul de Gusmão, deu inicio, em 1940, ao serviço de recenseamento e
fiscalização das casas de proteção à infância, constatou que dos 33 estabelecimentos registrados, 27 eram católicos
e 6 espiritas. Apesar desse e de outros registros significativos, a atuação dos espiritas no campo da assistência à
infância tem sido pouco investigada. Resolvemos, então, empreender uma 'arqueologia' dessas instituições, no intuito
de averiguarmos os motivos que levaram os referidos atores sociais a entrarem na longa história da institucionalização
da infância, passando a disputar espaço com outros atores mais antigos nesse campo. Para produzirmos este traba-
lho, tivemos que remontar ao nascimento do Espiritismo, na França, consultando os livros e a revista mensal publica-
dos por Allan Kardec entre 1857 e 1869. Entretanto, foi no periodo entre 1904 e 1922 que pudemos acompanhar de
perto, na revista 'Reformador", órgão de divulgação da Federação Espirita Brasileira, fundada em 1884, como as
'obras de caridade', dentre as quais os abrigos ou asilos destinados aos 'órfãos' ou à infância desamparada, ajudaram
na construção da identidade do movimento espirita brasileiro.
para os tantos problemas sociais enfrentadoslvivenciados especialmente pelas crianças e adolescentes. No que diz ~
respeito ao hoje, sabe-se também que as políticas não têm sido suficientes para resolver tais problemas nem para ::c
assegurar a permanência e continuidade do ensino, especialmente para as crianças de camadas populares. Os núme- ~
ros oficiais ou não, mostram realidades de privilégios e exclusões, constituindo assim a educação como algo a ser {g
resolvido. Esta realidade certamente não foi construída em nosso tempo. Um longo processo de decisões e opções ~Q)
equivocadas e mesmo boas propostas que não tiveram continuidade, são algumas das páginas da História da Educa- .~
ção no Brasil. Entre outros temas, são estas as questões que este trabalho pretende discutir: as políticas para a Q)
educação das crianças; os principais programas educacionais no Brasil de hoje e seus objetivos; os resultados de tais .~
políticas e programas em nossas escolas. :.&
E
429
Lais Viena de Souza - UFBA
Padre Alexandre de Gusmão, o Seminário de Belém e o Ensino das "Letras" e "Honestos Costumes" na Amé-
rica Portuguesa (séculos XVII-XVIII)
No ano de 1686, o padre lusitano Alexandre de Gusmão S, J, (1629-1724) iniciou no Recôncavo baiano a fundação do
Seminário de Belém, para instrução de meninos do 'sertão" e 'partes desamparadas' da doutrina cristã. Literato e
educador, padre Gusmão foi professor, mestre de Noviços, reitor nos Colégios do Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Bahia e provincial da Companhia de Jesus, O Regimento do Seminário (1694 e 1696), redigido pelo padre, atesta a
preocupação com o ensino das primeiras Letras, e também do Latim, da Solfa e das Humanidades, enfatizando a
formação de 'bons cristãos', nos "santos e honestos costumes' de acordo com a Fé Católica, Segundo relatos de
cronistas e literatos, o Seminário de Belém contava com uma ordenada estrutura física, com alojamento para mais de
200 estudantes, A Igreja de Nossa Senhora de Belém, anexa ao Semínário, foi descrita como muito bem ornada e
paramentada, como se lê em seu Inventário de Bens (1759), e de grande devoção e religiosidade, Nesta comunicação,
busco discutir o Seminário de Belém enquanto instituição religiosa de ensino, apresentando suas normas e práticas
pedagógicas embebidas na devotio católica de fins do século XVII, visando assim contribuir para os estudos históricos
da infância e da educação no período colonial brasileiro.
430
pesquisa a História Oral de Vida, sendo que ao todo foram analisadas 09 entrevistas. Depois de apresentar as narra-
ções de cada entrevistado/a, busco d'lscutir nas lembrança, as seguintes questões: Qual a idade de vir para a escola?
Quanto tempo permaneciam na escola? Como era a freqüência? Havia brincadeiras? Trabalhavam? Como concilia-
vam trabalho e estudos? Havia momentos de solidariedade entre as crianças? Como se davam os conflitos? Como as
crianças lidavam com as 'ordens' dos adultos? Enfim, tendo, embora pelo olhar do adulto que recorda o passado,
trazer pistas do 'ponto de vista das crianças'.
cias. Realizada em jornais paulistanos, em documentação processual - assim como em fontes de outra natureza -, a .g
pesquisa selecionou, com o intuito de construir uma amostragem, casos em que a nacionalidade da própria criança e/ê
ou de seus pais havia sido indicada, bem como sobrenomes notadamente estrangeiros. A partir dessa amostragem, -~
são analisadas as situações em que essas crianças viram-se envolvidas, compondo um interessante mosaico sobre a I
relação por elas estabelecida com a cidade. Relação, que se estabeleceu através de experiências múltiplas, muitas ~
delas, indicativas de uma inserção social e econômica permeada, em larga medida, pela tensão entre atividades ~
produtivas, práticas ilegais e possibilidades de escolarização. E
'"
>
.~
Humberto da Silva Miranda - UFRPE
Gazeteiros do Recife: crianças e jovens no mundo do trabalho (Décadas de 1920 e 1930) ·El
Paulo, João, José e tantos outros. Crianças e jovens no mundo do trabalho, que transitaram no cotidiano da exclusão ~
social. Para enfrentar a rotina diária, nas ruas e esquinas do Recife, disputavam espaços, competiam entre si, conviviam c:::
431
com o perigo, organizavam-se de modo coletivo ou criavam outras formas de resistência. Neste trabalho, pretendemos
analisar a partir da perspectiva da história social, o cotidiano dos gazeteiros da cidade do Recife, nas décadas de 1920 e
1930. Por meio dos jornais da época e dos documentos que compõem o acervo da Casa de Detenção do Recife, procu-
ramos recompor o passado destas crianças e jovens que vivenciavam o universo da pobreza, da criminalidade e da
exploração do trabalho infanto-juvenil. Uma história 'vista de baixo', onde os protagonistas são os gazeteiros do Recife.
432
Cristiano José Pereira - USP
Çoncepções de infância no livro de Roberto Carlos, o cantor
E notória a atuação de Roberto Carlos na música popular do Brasil desde a década de 60. Ele, tal como os Beatles,
estrelou filmes que foram sucesso de bilheteria. Por outro lado, o seu único livro "Roberto Carlos em Prosa e Verso' é
pouco conhecido do público em geral. Este artigo possui o objetivo de resgatar a existência e a importância desse livro
para compreendermos um pouco da história da cultura brasileira, tendo como objetivo especifico conhecermos as
concepções sobre infância que o livro encerra.
dada pelas politicas públicas municipais nas décadas de 1970 e 1980. Para tanto, estamos analisando os acervos do g;
IBC/GERCA (Instituto Brasileiro do Café/Grupo Executivo de Racionalização do Café) da regional Maringá (1963 a '=:.
1982), da Fundação do Desenvolvimento Social de Maringá, além do acervo oral da Prefeitura Municipal de Maringá ·13
(entrevistas com pioneiros). O acervo oral, que iremos nos deter mais nessa comunicação, foi produzido entre 1985 e ~
1995 priorizando pessoas que chegaram no periodo de loteamento e ocupação oficial da região em estudo (1930- c::
433
1950). Essas entrevistas foram produzidas buscando uma visão mais geral da ocupação da região de Maringá e
apresentam alguns trechos relacionados á família, á infância e à juventude. Destacamos as entrevistas com profissio-
nais da área de saúde e educação e dos políticos, enfocando melhor a transição do rural para o urbano em uma regiâo
que em menos de quatro décadas passou de região 'desabitada' para um dos municípios mais importantes do estado
do Paraná.
434
instituições: a Polícia da Corte e a Câmara Municipal. Nossa análise da relação entre governo e governados priorizou ~55
os primeiros códigos legais do Império, as Posturas Municipais da cidade do Rio de Janeiro e as queixaslrepresenta- ~
ções dos segmentos populares da sociedade. A ação modernizadora emanada do Estado Monárquico, centrada em
iniciativas políticas, disciplinadoras e civilizadoras revelou-se um processo tensionado, atravessado por conflitos entre
sociedade e Estado, entre classes e inter grupos. A ação política dos grupos populares explicitou-se nas resistências e
agenciamentos junto ás autoridades para defesa dos seus interesses.
nos utilizaremos dos escritos de Fustel de Coulanges, historiador que considerou a família como instituição básica e -g
comum capaz de arregimentar as diferenças, propor novas tradições e unir os povos. Ele destacou a importâncía da CL ",-
família na formação do interesse geral dos sujeitos, na construção do Estado e deste na formação de indivíduos .~
institucionalizados, ou seja, cidadãos. Objetiva-se evidenciar três questões: como a construção da nação foi uma .~,
estratégia de composição do Estado territorial; sob quais bases institucionais o espaço nacional foi constituído; e de .~
que forma a concepção do Estado nacional passou pela definição de nação, família, territórío, leis, religião, etc., na c:
obra de Coulanges.
435
gração pública incomparável. No entanto, a memória de Rui Barbosa tem sido campo da manutenção dos mitos
criados em vida (como as alcunhas sempre reafirmadas de 'o baiano genial' ou 'a Águia de Haia') ao mesmo tempo em
que surgiu um redimensionamento de seu valor intelectual, literário e político (como na sua identificação como dono de
'reduzidas idéias e de escassa originalidade', por Alfredo Bosi, ou simples tagarela que 'diminui impressionantemente
de estatura a medida que desaparecem os que ainda o ouviram', por Antônio Cândido). Propomos discutir a partir da
produção literária e jurídica a forma como a memória de Rui Barbosa é apropriada por diferentes grupos intelectuais ao
longo do tempo, na tensão entre a manutenção do mito e em sua reavaliação.
436
Gizlene Neder - UFF ~
Idéias Jurídicas e Direitos Civis de Imigrantes no Segundo Reinado
Este trabalho enfoca o debate em torno dos direitos civis de estrangeiros residentes do Brasil em meados do século
®
XIX. Analisa especificamente a polêmica entre Carlos Kornis Totvárad, jurista húngaro que residiu no Rio de Janeiro
entre 1854 e 1862, e os intelectuais do campo do direito no Brasil. O tema do casamento civil para os não católicos
mobilizava o campo intelectual, e contou, ainda, com a participação do clero. A polêmica foi travada através da publica-
ção de livros e de artigos de opinião. Vincula-se a projeto de pesquisa desenvolvido desde 2005 (CNPq), intitulado
'Direitos Civis e Questões Diplomáticas no Segundo Reinado'.
zação da nova estrutura judiciária. Elas foram tantas que mal se executavam as primeiras diretrizes do Código e ,ê5
surgiam críticas de vários seguimentos, desde o magistrado de alguma longínqua comarca, até o ministro da justiça.~·
Após uma década de reclamações, em 1841, foi aprovada a Reforma na tentativa de tornar exeqüível muitas determi- 't;
nações do Código que se mostraram impraticáveis. Enquanto o país tentava se organizar, algumas províncias mostra- c:
vam-se instáveis. Foi assim com o Rio Grande do Sul, que passou uma década envolvido numa guerra civil. Esse
'período de adaptação' é o objeto deste trabalho, que pretende apresentar como ocorreu a organização judiciária na
província de São Pedro entre 1833 e 1845.
437
Eliane Martins de Freitas - UFG
Sob "o prestígio da autoridade, a soberania da lei e o império da Justiça": a organização do Poder judiciário
em Goiás 1890-1905
Desde a Constituição de 1891 até o Código de Processo Penal de 1941, os estados brasileiros tiveram a competência
para legislar sobre a organização do funcionamento da Justiça em seu território, tanto no que se refere ás funções e á
carreira da magistratura, quanto á aplicação do direito processual. Esse processo tem recebido pouca atenção da
historiografia que, na sua maioria, aceita interpretações já cristalizadas sobre o periodo, em particular, aquela que
constrói a imagem de uma sociedade mediatizada pela violência e pelo favor, resultado da luta entre o poder público e
o poder privado, com o predomínio do segundo sobre o primeiro. Donde surge a figura fragilizada do Judiciário, subme-
tido ao privatismo em virtude da inexistência de garantias nos estados, além da larga esfera de poderes, formal ou
informalmente, atribuída a juízes leigos. Em nosso estudo buscamos discutir o funcionamento da Justiça em Goiás, no
período de 1891 a 1905, procurando compreender a forma de organização do Poder Judiciário, com o objetivo de, de
um lado, analisar a legislação que regulamentou o assunto e sua relação com o contexto político da época, em espe-
cial com as disputas políticas que ocorreram em nível estadual e, de outro, refletir sobre o papel assumido pela
magistratura no novo regime.
438
plataforma no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A chapa opositora reagiu e dois meses depois, nesta mesma cidade, r;;;"\SS
a campanha civilista publicou um manifesto à Nação. Em tempos de carnaval esta movimentação política não passou ~
desapercebida. A chegada do século XX assinalou a afirmação da grande imprensa marcada por modificações tanto
nos planos de produção e circulação quanto nas relações dos jornais com o anunciante, com a política e com os
leitores. Assim, a imprensa passou a ter interesse particular pelo fato político uma vez que este afetava diretamente os
seus projetos e negócios. Neste momento, uma das inovações era a crônica carnavalesca que se consagrou enquanto
forma de noticiário especializado na cobertura da festa. Discutiremos os ecos da política pela ótica da folia a partir da
Gazeta de Notícias e do Jornal do Brasil.
439
dificuldades inerentes ao exercício do poder político no governo de uma sociedade que se constitui em ambiente
altamente mercantilizado, irrigado por ouro e diamantes, reforçando contraditoriamente os principios de hierarquia e
honra social provenientes dos padrões europeus. Em suma, pretende-se problematizar a política metropolitana de
enrijecer o controle político e fiscal sobre a sociedade mineira e sua relação com a governança de D.Lourenço de
Almeida (1721-1732).
440
Jeannie da Silva Menezes - UFPE ~
Discurso normatizador e práticas civis de mulheres no século XVIII
Este é um estudo que inicia um debate sobre as representações das normas metropolitanas e que lança algumas
®
questões sobre as percepções do direito e da justiça na vida colonial. Sobretudo, é também uma abordagem sobre
mulheres que contrariaram com suas práticas o ideal de virtude e castidade. Nosso aporte documental reside em dois
tipos de fontes: um primeiro grupo, a legislação geral contida nas Ordenações do Reino, bem como As Constituições
Primeiras do Arcebispado da Bahia; nosso segundo grupo de fontes sintetiza-se em cartas de mulheres dirigidas ao rei.
No percurso desta análise, será traçado um esboço dos tópicos que definiam as condicionantes civis da vida em
colônia. Para esta primeira parte reservamos as construções elaboradas no ordenamento civil e eclesiástico tecendo
paralelos com as práticas dos colonos como fontes do discurso construido para a civilidade no espaço colonial. As
representações serão aqui pensadas, a partir dos mecanismos para adaptar ao contexto colonial o direito elaborado na ~.
metrópole. Somamos também a idéia de que estas representações são também negociadas, entre grupos e persona- .~
gens subalternos e aqueles que são investidos de poderes e de comando na sociedade elegendo como referencial ~
Edward Thompson sobre o costume e a lei no século XVIII. Q;
'O
o
Maria Eliza de Campos Souza - Centro Universitário Newton de Paiva Ferreira ~_
Os Ouvidores de Comarca e sua relações com as Câmaras Municipais nas Minas setecentistas ,ê5
O presente trabalho tem como objetivo tratar das relações de poder entre os Ouvidores de Comarca e as Câmaras .~.
Municipais no século XVIII em Minas Gerais. Analisar os conflitos e diálogos entre essas duas instituições para dimen- .~
sionar de que forma a atuação dos Ouvidores interferia no funcionamento das Câmaras como órgãos de representa- c:::
ção dos poderes locais, possibilitando compreender suas inter-relações a partir de uma dinâmica de negociações
próprias ao governo do Império Português na América. Os autos de Contas, Vistas em correição e os termos de
Acórdão e Vereação fazem parte da documentação trabalhada e permitem analisar o funcionamento dessas institui-
ções para dimensionar o grau de intervenção dos magistrados régios, os Ouvidores de Comarca, sobre as Câmaras.
441
indústria, O projeto habitacional de caráter popular foi executado á revelia de qualquer legislação sobre o planejamen-
to do espaço urbano e a preservação ambiental. Diante do descaso das autoridades municipais e da sujeição ao jogo
eleitoreiro, após um estudo da trajetória das irregularidades, realizado por professores e alunos da universidade, no
início de 2003, os moradores encaminharam ao Ministério Público do Paraná - 2" Promotoria de Proteção ao Meio
Ambiente, da Comarca local-, o pedido de abertura de procedimento administrativo, Tendo por base os direitos difusos
e o direito ambiental, em 2005, a Promotoria transformou o processo numa Ação Civil Pública Ambiental, exigindo a
remoção das casas e a recuperação da área,
442
ideologia autoritária associada á burguesia e sua transição para a democracia, fomentadora de um comunismo. Atu-
almente, uma grande quantidade de trabalhos tem propiciado tratar de uma série de estudos que se dedicam ás lacunas
que foram ficando em função dos momentos de abordagem do tema. Novas formas de ver, estudar e escrever o político
favorece os olhares para as relações deste campo com o religioso. Os Estados Unidos buscam uma liderança neo-
conservadora e o papel da religião aparece como associado á construção de uma nova ordem intemacional. Assim, rever
o movimento integralista é buscar na experiência histórica um horizonte para as próximas gerações. E qual o papel do
Nordeste brasileiro nesse contexto? Defendemos que foi mais importante do que a literatura já apresentou.
:i5
falar em legitimar ações e consagrar personalidades. A política faz uso de todo poder simbólico e do apelo imagético .~
como recurso de auto-representação. Sabemos que muitos no decorrer da nossa história utilizaram-se da função ê
ideológica da religião, da sacralização da política para manter e criar a sensação de que o poder nas mãos de alguns .~
indivíduos fosse "natural", Buscamos discutir como o discurso religioso é apropriado na construção de uma doutrina ê
político-cultural: o integralismo, dirigido por Plínio Salgado, durante a vigência da Ação Integralista Brasileira (1932-
1937); percebendo que Plínio Salgado não abriu mão da legitimação de seu discurso pela via da religião, num pensa-
mento centrado no espiritualismo cristão, proclamando uma doutrina "redentora' para o povo, cujo lema: 'Deus, pátria
'Ef*
o,
e família" é pronunciado em alto e bom tom, propondo uma ~revolução espiritual", ~
443
presentes na memória dos moradores de Floresta, hoje, Burarama, lembrando-nos que as paixões e outros sentimen-
tos não estão distantes da politica.
444
que a insere no movimento denominado revisionismo histórico. Com número não desprezível de adeptos nos Estados
Unidos e Europa, o movimento propõe-se a reinterpretar os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, o que lhe
valeu, nos meios acadêmicos, a denominação de negacionista, pois, analisando-o detalhadamente, nota-se que a
principal característica de seus adeptos é a defesa do anti-semitismo e, principalmente, a negação do Holocausto. A
Revisão Editora constituiu-se no principal pólo dessas propostas no Brasil, além de figurar, em textos especializados,
como responsável por atitudes neonazistas. A análise atenta da trajetória da Revisão Editora evidenciou que ela
passou por três momentos distintos. Neste sentido, pretende-se apresentar, por meio de documentação específica,
quais estratégias utilizadas pela empresa, nestes três momentos, para divulgar suas propostas racistas e para fugir
das proibições legais.
445
de estudos na Europa a partir de 1972 e se intensifica a partir da década de 90. Pretendemos, com essa apresentação,
lançar luz á "Solução Final da Questão Judaica" no contexto do fenômeno do Holocausto e suas discussões e debater
as etapas da perseguição, exploração econômica e exterminio desse grupo a partir dos documentos e historiografias
européia, sobretudo alemã, e norte-americana.
Juan Manuel Padrón - Universidad Nacional dei Centro de la Provincia de Buenos Aires
Nacional-sindicalismo, fascismo y nacionalismo en la Argentina, 1943-1966
La crisis dei liberalismo en el período de entreguerras, el ascenso de los regímenes nazi-fascistas y el comienzo de la
Segunda Guerra Mundial, marcaron intensamente tanto la historia europea como la de América Latina. Profundas
convulsiones políticas, sociales y económicas marcaron un quiebre significativo para amplios sectores de las derechas
locales, que vieron \legada su hora de acabar con el orden demo-liberal. Sin embargo, el vuelco de la conflagración
446
mundial en 1943 pareció asestar un golpe definitivo a esos sectores nacionalistas identificados con los regimenes
fascistas europeos: ~cómo sobrevivi r a la nueva coyuntura? ~desde donde reivindicar la defensa de ideologías derro-
tadas y condenadas mundialmente? ~cómo pensar, desde allí, un 'nuevo orden' político y social? En este trabajo
presentamos algunos elementos para pensar ese fenómeno en el caso argentino, rastreando las formas en que el
nacionalismo de derecha reconstruyó una ideología aparentemente derrotada, para recrear y pensar una realidad tan
compleja como la dei período peronista y los tempranos anos sesenta. Para esto nos detendremos en algunas de las
publicaciones de estos sectores durante el período, e intentaremos presentar algunos elementos que permiten recons-
truir esos itinerarios políticos e ideológicos.
Maria das Graças Ataíde de Almeida - UFRPE e Luis Reis Torgal- Universidade de Coimbra-Portugal
Discurso, cultura e autoritarismo: Portugal e Brasil durante o Estado Novo
A década de 30 vê emergir em Portugal (1932) e no Brasil (1937) o autoritarismo estadonovista tendo á frente as
figuras de Sal azar e Vargas.Uma política de aproximação entre as duas ditaduras é encetada a partir de 1939 entre o
DIP (Brasil) e o SNP (Portugal). Portugal e Brasil buscam parceiros na chamada' democracia autoritária'. A Revista
Atlãntico será o porta-voz desta política, que visa estreitar as relações entre os dois Estados. A Igreja católica, tanto em
Portugal como no Brasil vai ter um papel relevante nestas relações. Esta comunicação tem com objetivo analisar a
produção de discurso que alardeia o ' destino comum' em torno dos dois países, procurando ver as diferenças e
similitudes presentes no ideá rio do discurso de Portugal e do Brasil.As fontes para esta pesquisa foram revistas e
jomais laicos e religiosos em acervos de arquivos portugueses (Coimbra,Braga,Lisboa) como em brasileiros (Recifel
Rio de Janeiro). Esta pesquisa foi resultado de estágio pós-doutoral desenvolvido na Universidade de Coimbra, subsi- ~
diado pela Capes. ®
Giselda Brito Silva - UFRPE o
O pensamento político de Ant6nio Sardinha no Brasil ~
Resumo: Considerando-se a data da circulação das idéias de António Sardinha no Recife, entre 1925 a 1950, acredi- 'ti
tamos que seu pensamento entrou no país como ilustração de um movimento político e movimento de idéias em ~
momentos diversos de suas relações com o salazarismo. No Brasil, contudo, o momento também se mostra heterodo- ~
xo com propaganda do pensamento de António Sardinha circulando ao lado de homenagens a Sal azar em revistas ~
católicas que ora apoiavam, ora criticavam os integra listas brasileiros, que também viviam situações diversas na E
realidade brasileira. A propaganda do pensamento de António Sardinha circula, então, no Brasil em grupos e situações ~
diversas e se amplia no momento de queda do Integralismo Brasileiro, entre 1939-1945. Como se pode daí perceber, :g
nossos interesses numa compreensão do pensamento de Sardinha e sua circulação em nossa sociedade, vai além de 2
uma análise de suas idéias. Trata-se de compreender uma circulação complexa que se estabelece entre integralistas, ~
intelectuais, jesuítas, Vargas e Salazar em meio á circulação de idéias autoritárias e totalitárias européias. .~
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20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min às 12h30min) a,
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Karl Schurster Veríssimo de Souza Leão - UFRPE
Recife nas tempestades da Segunda Guerra Mundial: olhares e mem6rias plurais sobre a convocação entre
1942 e 1945
Recife, cidade dos mercadores aberta ao oceano, presenciou em posição privilegiada um dos mais ativos fronts da
guerra: a Batalha do Atlântico, que durou de 1939 até 1945, com a derrota final do Reich e o avanço dos Aliados na
Europa. Em nossas pesquisas, centradas na propaganda da guerra em Recife, procuraremos analisar como foram
montadas as estratégias de publicidade e propaganda nos principais jornais da cidade e quais os mecanismos utiliza-
dos para atrair o apoio e adesão dos jovens a participar da Segunda Guerra Mundial sob o regime varguista. Em
seguida, pretendemos analisar os discursos do governo durante o conflito, objetivando compreender a construção da
guerra pelos enunciados do regime. Neste momento, pretendemos levar ao evento alguns dados coletados do Jornal
'Folha da Manhã' durante o conflito, procurando situar a propaganda de guerra defendida por Agamenon Magalhães
no Estado de Pernambuco. Por outro lado, além dos discursos e propaganda do governo, nos interessa permear esse
momento com as narrativas de guerra; com a guerra vista e sentida pelos cidadãos comuns que dela fizeram parte ou
que vivenciaram a participação de outros. Assim, pretendemos narrar o lugar da cidade do Recife na II Guerra Mundial
e a memória cotidiana desse conflito.
447
social deste período no Estado de Pernambuco. Ainda sobre esta perspectiva, analisaremos como a direção da Ação
Integralista Brasileira no Estado, entre os anos de 1932 e 1937, apropriou - se das relações interdiscursivas para a
legitimação de suas alocuções de formação de uma nação forte, baseados no lema Deus, Pátria e Família, fundamen-
tados na erupção discursiva propagada pelos pensadores das décadas de 1920 e 1930. Para esta apreciação nos
debruçaremos sobre as principais produções documentais dos pensadores da Faculdade de Direito do Recife, consi-
derado um dos principais centros de propagação das concepções políticas e sociais no Nordeste Brasileiro, agregando
grande parte da intelectual idade pernambucana que difundiu, em toda a região, os ideais da formação de um Estado
autoritário baseados nas teorias do Movimento Integralista.
448
comerciários, auxiliar de leiloeiro, de escritório, buscando perceber os conflitos, intolerâncias e negociações entre
patrões, trabalhadores, advogados e juízes, quando da aplicação ou não das leis trabalhístas, bem como os sígnifica-
dos da Justiça do Trabalho para a sociedade local. Buscamos realizar uma discussão historiográfica e suas relações
no mercado de trabalho. A história oral é mais um instrumento para a discussão da temática, em que os depoimentos
podem evidenciar os (re)significados das teias de relações estabelecidas entre justiça, patrão e empregado. A impren-
sa local também contribui na compreensão desses emaranhados mundos do trabalho.
449
Maria Isabel de Siqueira - UNIRIO/UGF
leis aplicadas aos índios: a regulamentação da mão-de-obra no período Filipino
Resumo: No final do século XVI, às vésperas de 1580, a insatisfação entre os colonos no Brasil era evidente. O
governo português havia incrementado, pelo menos, em duas frentes, os seus objetivos quanto á sua relação com os
indigenas por meio da obra jesuítica de "proteção' aos indios e a regulamentação da captura do nativo pelos colonos
que buscavam mão-de-obra para seus engenhos. A política indigenista Filipina para a colônia brasileira inaugurada
com a Lei de 1587 determina o pagamento ao trabalho prestado pelos índios aos colonos - no que se aproxima da
legislação implementada às colônias hispano-americanas - e os decretos de Mem de Sá representam os primeiros
exemplos de uma legislação referente ao trabalho indígena no Brasil. Neste sentido, objetivamos analisar a legislação
aplicada aos índios no Brasil, privilegíando o período que vai do final do século XVI e meados do século XVII, permitin-
do assim recuperar a intenção do legislador de remunerar, pelo menos na lei, o trabalho do índio.
450
senhores. Desta forma, esses escravos que retornaram à Província após terem residido no Estado Oriental, com a
ajuda de curadores, apropriaram-se da Lei de 1831 e a ressignificaram em defesa das suas liberdades, produzindo
novas interpretações da Lei de 1831.
451
historiadores como evidências de políticas repressivas republicanas contra os trabalhadores e também como registros
dei tráfico internacional de mujeres. Além dessas duas dimensões, argumento que essas fontes iluminam uma varieda-
de de arranjos de trabalho sexual, assim como de uma diversidade de práticas de coerção que estão longe de se
resumir á difundida relação entre "escravas brancas" e seus exploradores. O confronto entre os registros de expulsão
produzidos em cada cidade permite uma reflexão sobre diferentes trajetórias legais no que se refere à regulamentação
da prostituição. Mas principalmente, o exerci cio confrontativo permite investigar as estratégias das prostitutas para
intervir nesses arranjos em cada contexto. Neste sentido, as leis que regulamentaram a expulsão de estrangeiros sao
um âmbito de negociação entre prostitutas e seus interlocutores, como amantes, cônjuges e senhorios, sobre suas
condições de trabalho e de vida.
Fabiane Popinigis
Nos limites da dependência: acordos e contratos de trabalho em Santa Catarina, meados do século XIX
Esta apresentação trata da análise de contratos de trabalho para avaliar a convivência de várias fonmas de trabalho em
Desterro, meados do século XIX. Analisando os registros e pagamentos de contratos de serviços entre várias catego-
rias de trabalhadores e seus empregadores com a diversidade de implicações e significados para os envolvidos,
observamos como a situação de trabalho dessas pessoas se mescla no ãmbito das relações de dominação e depen-
dência, invalidando a construção artificial de uma nitida delimitação entre trabalho coercitivo e trabalho livre. A leitura
dos registros também lança luz sobre as estratégias desses homens e mulheres para construir acordos positivos para
si dentro do próprio sistema legal, com mais ou menos sucesso, contradizendo a imagem simplificadora de passivida-
de e total impotência dos dependentes. Os trâmites legais, em muitos casos, serviam não apenas como mediadores
desses conflitos, mas também forneciam aos dominados brechas para que, manipulando o discurso dos dominantes,
conseguissem vitórias dentro do próprio sistema de dominação.
452
Segundo o discurso oficial veiculado através de uma imensa rede de propaganda os trabalhadores rurais seriam
"atingidos' por essa legislação num momento posterior. O ingresso na segunda guerra mundial e os acordos de Wa-
shington obrigaram o Brasil a contribuir com um recurso considerado estratégico: a borracha. O escândalo sobre as
condições de trabalho no período áureo da borracha (1870-1913) não permitia - pelo menos não permitia sem um alto
custo político - reproduzir o modelo. Por isto foi desenhado um esquema de recrutamento e encaminhamento de
trabalhadores para serem conduzidos para Amazonas. Este esquema implicava: contrato de encaminhamento e de
condições de trabalho no seringal e assistência ás famílias. Propomos-nos analisar todos estes instrumentos e avaliar
sua (in )eficácia para salvaguardar os direitos básicos dos trabalhadores e suas famílias.
453
são dos direitos do trabalho, a qual teve forte fundamento de justiça comutativa, dado o passado de privações e
exclusões de direitos a que sindicalistas e trabalhadores haviam sido submetidos.
454
relação entre a experiência histórica do autor na luta armada e os elementos constituintes da narrativa literária, vista ~58
sob o ângulo da literatura de testemunho. ~
Juliano Rosa Gonçalves e Manoel Rodrigues Chaves - Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Tocantins
Fragmentos históricos da geografia escolar: raça, riquezas naturais e princípios religiosos no livro 'Geografia:
Curso Elementar', de Cláudio Thomas, na década de 1940
A análise do discurso geográfico presente no livro didático 'Geografia: Curso Elementar', de Cláudio Thomas, editado
na da década de 1940, é o principal objetivo deste trabalho. Para desenvolver o trabalho, se fez necessário recorrer a
uma literatura específica, envolvendo a História da Educação, História das Idéias, Teoria da Geografia e a história da
disciplina de Geografia no Brasil. À luz de uma análise conjuntural, esse discurso fornece importantes subsídios para
reconstituir o quadro da Geografia Escolar Brasileira na década de 1940. No referido livro, raça, riquezas naturais e
principios religiosos fornecem elementos para construção simbólica da nação brasileira, exercitando o desenvolvimen-
to do sentimento pátrio. Na análise, identificamos três importantes fatores na elaboração do discurso geográfico esco-
455
lar no Brasil: 1 - A herança jesuítica, influenciando no caráter livresco e descritivo da Geografia. 2 - Influência da
ideologia católica na educação brasileira. 3- Presença de uma retórica cientificista, norteada teoricamente pelo evolu-
cionismo/determinismo etno-geográfico.
456
onal e do patrimônio intelectual porque foi a ferramenta fornecedora das bases de constituição da cultura material t;;;)
brasileira. O resultado foi que a nossa modelagem intelectual seguiu esse modelo e, por isso, a história da Biblioteca
Nacional se confunde com a luta pela formação de urna cultura brasileira.
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Luciano da Silva Moreira - UFMG ><
Leituras na província: impressos e práticas de leitura na província de Minas Gerais (1828-1842) ><
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Esta comunicação detém-se sobre as práticas da leitura na província de Minas Gerais entre 1828 e 1842. Nesse cc
interstício, percebemos um quadro híbrido, em que as práticas da leitura ligavam-se às permanências e alterações do ;;:
universo cultural mineiro: de um lado, a continuidade presente no apelo à oralidade na formação discursiva e na ::;
própria prática da leitura; de outro, a ruptura no sentido de uma leitura crítica, coletiva e extensiva, influenciada pelo -s
contexto liberalizante da "era das revoluções'. Durante as regências, a província de minas gerais foi inundada por .~
produções impressas de variados tamanhos, formas e gêneros. Ademais, dos prelos mineiros saíam publicações que ~
ganhavam os mais diversos espaços, como as casas, as tabernas, as sociedades políticas e a praça pública. Portanto, .3
abordaremos as práticas - distintas e difusas - da leitura, atentando para os espaços de sociabilidade nos termos ~
propostos por Marco Morei, sobretudo as sociedades politicas e literárias que se formaram na província de minas.
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Gilda Maria Verri - UFPE 8
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livros e leituras em Pernambuco no século XVIII ",'
As reformas pombalinas no sistema educacional aumentaram a circulação de livros e leituras, embora os livros esti- .~
vessem sujeitos á trajetória interna definida pela aliança entre a Igreja e a Coroa Portuguesa. Primeiro pela Real Mesa -'
Censória, depois pela alfândega, passavam todos os pedidos para embarque ou desembarque de livros para o ultra-
mar. Quais autores foram autorizados para leitura em Pernambuco? Quais os títulos lidos em uma sociedade sem
imprensa, no século do Iluminismo europeu? As respostas firmaram-se em Lisboa, no conjunto de manuscritos preser-
vados, indicando um total de 650 referências liberadas para leitura de vários temas além de religião, tais como História,
Biografias, Aritméticas e outros. Um universo de novos conhecimentos foi difundido.
457
ciente das novas potencialidades observadas na praça paulista nos últimos decênios do século XIX, Abílio Marques
une dois íncones da modernidade: os livros e os vapores. O presente trabalho investiga o projeto "Biblioteca dos
Caminhos de Ferro", anunciado por Abílio Marques, em 1870. Interessa retraçar as estratégias de publicidade então
empregadas, as formas de captação de recursos para a produção dos livros e uma visão bastante particular do empre-
endedor a respeito dos títulos que deveriam compor a coleção, noutros termos, do gênero de literatura que tal empresa
esperava oferecer ao público.
458
igualmente, pretendo demonstrar que, enquanto os literatos apresentavam uma leitura da obra freudiana que a fazia ~58
instrumento para a revolução cultural e para a construção de uma identidade nacional particular a partir do conceito ~
central de retorno do recalcado, os médicos, neste mesmo periodo, tratavam-na como aporte de base das medidas
sanitárias e higiênicas, que visavam a criação de homens "normais', i.e, marcados pelo recalque como referência
necessária para a construção dos cidadãos. ><
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Patrícia Coelho da Costa - UERJ '"
Uma nova leitura do Brasil a partir dos gabinetes idealizados por Delgado de Carvalho :;:
Na década de 1930, a geografia era uma ciência recém institucionalizada no Brasil, que tinha entre suas preocupações >;:;
a atualização dos métodos utilizados em nossas escolas, como forma de divulgar uma imagem mais fiel do que era a ~
nação. Deste contexto, participou Carlos Delgado de Carvalho, intelectual com formação francesa, defensor da Escola -el
Nova e professor dos primeiros cursos universitários desta disciplina. Planejou o gabinete de Geografia, onde todos os '"
objetos estavam voltados para proporcionar várias formas de leitura do Brasil:livros, mapas, tabelas, fotos e gravuras. ~
O objeto desta pesquisa é a análise destes gabinetes como espaços didaticamente inovadores para formar leitores :§
com um novo olhar sobre o Brasil.Compartilhando da perspectiva que a arquitetura da sala de aula á capaz de perpe- ~
tuar em sua materialidade a disputa entre a permanência e a mudança das práticas presentes na cultura material da e
E
escola, elegi como fonte principal a planta.Ao entrecruzá-Ia com os manuais e a historiografia,este trabalho irá possi- :§
bilitar novos olhares sobre a formação de leitores em nossas escolas, bem como a luta de Delgado de Carrvalho em
transformar a forma de ler o pais através da Geografia, a partir da incorporação das mudanças deste campo científico
aos métodos de ensino.
459
muito popular na Inglaterra e em outros países da Europa no início do século XX, pode ter contribuído para a divulga-
ção de representações dos africanos e da África na Europa, que tiveram um forte papel na justificação da exploração
desse continente pelos europeus e na discriminação dos negros.
460
Silvia Asam da Fonseca - PUC-SP r.;;"\
O projeto de nutrição intelectual da Biblioteca do Espírito Moderno da Companhia Editora Nacional (1936-
1946)
®
A coleção 'Espirito Moderno', da Companhia Editora Nacional, surgiu de um projeto editorial de Monteiro Lobato e cujo
primeiro editor foi Anísio Teixeira. Seu objetivo era, segundo palavras de Lobato, em 1936, a nutrição intelectual porque x
'Quando não há nutrição intelectual é indispensável logo depois dietas especiais - e temos Itália e Alemanha e Rús- >;;
sia ... Ora, a nutrição de hoje é o pensamento elaborado à vista do avanço das ciências e da democracia ... A coleção cu
serviria pois de alimentos dessa espécie. Coleção de civilização contemporânea. Para dizer os corolários da ciência e :;:
da democracia." Dessa maneira, a coleção destinava-se a formar o leitor fora dos bancos escolares nos temas da ::;
democracia, ciência e cultura. Seguindo essa lógica, organizaram-se 4 séries: Filosofia, Ciências, História e biografias ~
e Literatura. Em cada uma dessas séries, constariam as obras "que mais diretamente buscam condensar, esclarecer e ~~
popularizar a herança cultural da espécie'. Este estudo objetiva analisar a materialidade dos primeiros livros das ",,-
séries, assim como os principais temas e autores escolhidos pelo editor para 'combater a desnutrição' do leitor brasi- ~
leiro, bem como as estratégias de divulgação adotadas nos catálogos da editora para colocar a coleção em circulação. :§
Q.)
""
Maria Rita de Almeida loledo - PUC-SP e Marta Maria Chagas de Carvalho -UNISO 8'"
:§
Biblioteca para professores e modelização das práticas de leitura: análise material das coleções Atualidades ",,-
Pedagógicas e Biblioteca de Educação ~
A proposta deste trabalho é analisar as estratégias editoriais mobilizadas por educadores, entre as décadas de 1920 e ~
1940, para por em circulação um modelo alternativo de leitura e formação de professores: a Biblioteca para professo-
res. Essas Bibliotecas pretendiam intervir na conformação do campo educacional, introduzindo novos contornos à
pedagogia e à prática pedagógica, visando, em última instância, instalar um programa político-pedagógico de forma-
ção do professorado e de inovação das práticas na escola. Com essa perspectiva analisa duas bibliotecas que circu-
laram no período: a Atualidades Pedagógicas, dirigida por Fernando de Azevedo e a Biblioteca de Educação, dirigida
por Lourenço Filho. Nas análises que serão realizadas, é central o conceito de materialidade do impresso como forma
produtora de sentido. Atentando para os dispositivos textuais e tipográficos que ordenam o conjunto dos livros editados
como Coleção, o texto pretende analisar a configuração material das duas coleções, como estratégia inscrita no pro-
grama de reforma da sociedade pela reforma da escola de que seus organizadores foram mentores.
461
alemã, além de outros periódicos menores, livros e um tipo especifico de literatura, muito comum no Sul do Brasil, os
almanaques. Um deles, o Wille Kalender, será nosso objeto de análise. Este almanaque obteve alcance em diversos
estados do pais e foi publicado entre 1934 e 1940 e entre 1954 e 1965. Além da caracterização do seu suporte
material, perfil editorial, público-alvo, financiamento, "lugar" na imprensa local e conteúdo em geral, será analisado o
enfoque dado pelo editor na tematização e valorização de experiências migratórias passadas e contemporâneas e de
ocupação territorial no pais. Além de propagar a lingua alemã, este almanaque procurava aproximar diferentes locais
ocupados por populações falantes da lingua alemã no Brasil, muitas vezes geograficamente longínquos entre si,
evidenciando ainda o envolvimento das novas gerações num intenso processo de migração interna e ocupação de
novos espaços.
462
ligadas principalmente á História do Livro e da Leitura. Para tanto, partimos do estudo da recepção da obra do político
e escritor Alberto Torres (1865-1917) em vários momentos. Autor que se tornou "tema de uma geração' entre os
intelectuais das mais variadas matizes ideológicas nas décadas de 1920 e 1930, referência entre os cientistas ligados
ás primeiras iniciativas de conservação da natureza no Brasil, e que por muito tempo foi considerado leitura 'non
grata", sendo associado diretamente ao autoritarismo. Torres ganhou ainda outras leituras, tendo sido resgatado pelos
intelectuais nacionalistas brasileiros dos anos 1960 e 1970, surgindo como símbolo da luta contra o imperialismo das
grandes potências e contra os governos militares que queriam "vender" nosso país. E é essa leitura em particular que
vamos abordar nessa comunicação.
463
deixa claro que, para além do estudo da esfera da produção e da luta de classes, o marxismo continua a ser um
poderoso instrumento de compreensão da história. Pretendemos aqui restabelecer a importância do materialismo
histórico como teoria da história a partir dos estudos que se desenvolveram sobre o papel do consumo no capitalismo.
Os pioneiros nos estudos sobre consumo,pretendiam desvincular as origens das sociedades capitalistas modernas a
uma pretensa revolução industrial. Neste sentido, o capitalismo e o conflito de classes também poderiam ser estuda-
dos a partir de outras relações que se estabelecem ora no mercado ora na esfera do consumo que diluem e/ou
reafirmam as relações estabelecidas na esfera produtiva. A intenção é a de ressaltar que, apesar da mudança de
enfoque, continua válido o recurso dialético da compreensão do capitalismo como uma síntese de opostos e, portanto,
do materialismo como teoria totalizante da história.
464
acumulação, dai seu conceito de capital-informação. Com estas três referências visamos continuar nosso trabalho de
delineamento do Dispositivo informacional Contemporâneo.
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465
Ana Maria Motta Ribeiro - UFF
Reflexões Metodológicas: A Produção do Laudo Multidisciplinar sobre Conflito Agrário Ambiental no entorno
da Rebio Poço das Antas. Um enfoque marxista
Pesquisa Institucional envolvendo conflito fundiário e ambiental, reforma agrária e ecologia, trabalhadores sem terra
cadastrados pelo INCRA impedidos pelo IBAMA de serem assentados nas proximidades de uma Reserva de Proteção
Integral - que não admite presença humana, nas bordas da Mata Atlântica e envolvendo trabalhadores acampados e a
preservação do mico Leão Dourado à beira da extinção. Demonstra-se o uso público e político do patrimônio acadêmi-
co da universidade pública e a vantagem metodológica da utilização da multidisciplinaridade. Defende-se uma inter-
venção na realidade, a empatia com agentes sociais organizados e a crítica da justaposição de ofícios como funda-
mento da pesquisa multidisciplinar. Chama-se a tenção para uma hierarquia de saberes como condição de aproxima-
ção da teoria com o real e da importância da Teoria Crítica na construção do Objeto.
466
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
-=
lincoln de Abreu Penna . Universidade Salgado de Oliveira ~
A Imprensa Comunista e Progressista e o Projeto Nacional e Democrático :~
Com base em periódicos de orientação comunista (PCB) e progressista (trabalhistas e da esquerda democrática) é ~
possível identificar a construção de um projeto político a partir dos anos de 1930 até o Golpe de 64 baseado no ~
nacionalismo e nas lutas em defesa da soberania nacional. Teve a imprensa importante papel na construção desse ~
ideário veiculado durante esse período, através de seus editoriais, objeto desse estudo. E
467
período, surgem interpretações da história política do Brasil que, em vista da truculência do golpe, passaram a pensar
a conciliação como uma alternativa. Ternos aqui dois intelectuais que pensaram de modo diferenciado a conciliação:
Paulo Mercadante - que enxerga a história do Brasil positivamente, de um modo incruento e conservador, enxergou as
políticas conciliatórias como o grande elemento de nossa formação -, e José Honório Rodrigues - que, através de urna
visão crítica á conciliação-conservadora, viu na possibilidade de urna conciliação ampliada a opção que denominou
'neoconciliação'. Como o conceito gramsciano da revolução passiva pode ajudar-nos a problematizar a conciliação?
468
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h ás 16h30min)
469
20/07 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
470
reforma sindical do Governo Lula, a composição das bancadas de representantes dos trabalhadores e dos empresári-
os, bem corno os interesses representados ao longo dos debates e no resultado final.
471
Vagner José Moreira - UFU
Histórias e memórias sobre o levante comunista de Fernandópolis em 1949
As histórias e memórias sobre o movimento de trabalhadores ocorrido em Fernandópolis em 1949 constituem parte
significativa da pesquisa em desenvolvimento sobre as culturas, memórias e experiências comunistas no Noroeste do
Estado de São Paulo, 1945-1955. A historiografia tem ignorado os movimentos de trabalhadores e suas diversas lutas
no periodo delimitado nessa região, quando muito se limitam a análises generalizantes e reducionistas não dando
conta da multiplicidade e pluralidade de culturas e experiências. Assim, a partir da perspectiva teórica e metodológica
da tradição marxista inglesa da História Social, a problemática da pesquisa são os significados que adquiriram para os
trabalhadores os projetos de 'revolução agrária" e 'comunista" na cidade e sua relação com significados, práticas e
valores hegemonizados. Os trabalhadores vivenciaram situações extremadas envolvendo a luta politica, a luta pela
terra, a organização de movimentos diversos, a repressão política e policial do DEOPS. Os processos sociais de
construção de memórias sobre as experiências de luta e militância política em Fernandópolis levou-me a identificar a
memória como um lugar de disputa pela hegemonia na cidade e o movimento de 1949 como um ambiente de confluên-
cias de conflitos e culturas de classe.
472
60. Minha Terra, Minhas Terras: Imigração, Memória e História
Frederico Alexandre Hecker (UNESP . Assis! Univ. Mackenzie) e lená Medeiros de Mene·
zes (UERJ)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
Ismenia de Lima Martins· UFF
Imigração e História Social
a autora analisará a importância da imigraçâo para a realidade social brasileira e apresentar é uma discussão histori-
ográfica sobre o tema, Problematizará os referenciais teóricos pertinentes ao campo estudado, destacando o debate
atual sobre o conceito de elimigrante.
473
contra os imigrantes japoneses e seus descendentes por parte dos brasileiros e mostram uma atuação contra os
discursos preconceituosos, presentes em parcelas da sociedade brasileira.
Paula Viviane Ramos e Paulo César Ribeiro Gomes - Centro Universitário Ritter dos Reis
Desenho Anônimo: Um Olhar sobre a Cultura Material dos Imigrantes Alemães e Italianos no Rio Grande
do Sul
A proposta de comunicação é sobre a pesquisa que vem sendo desenvolvida junto ao Curso de Design do UniRitter,
em Porto Alegre, acerca da cultura material dos imigrantes alemães e italianos no Rio Grande do Sul. A investigação,
em curso desde o início de 2006, tem seu foco na coleção de cerca de 4000 objetos (entre móveis, ferramentas,
brinquedos, fotografias, louças e peçcas de caráter religioso",) pertencentes ao arquiteto Calito Moura, Interessa-nos
estudar, a partir desse acervo, as soluções desenvolvidas pelos imigrantes na confecção de tais objetos, a partir da
relação entre (1) formas de longa duração na cultura material européia e (2) a nova realidade brasileira, com suas
condições e matérias-primas diferenciadas, Entre os objetivos da nossa pesquisa está a criação de um banco de
dados digital, trazendo informações de caráter técnico e comentários que contextualizem as condições de surgimento
e as referências estéticas e tecnológicas das peças, Desta forma, acreditamos, estamos contribuindo para a escrita de
uma história da cultura material no Rio Grande do Sul e no Brasil, de um ponto de vista multidisciplinar.
474
de memória de Halwachs, assim como no conceito de etnicidade definido por Konzen. Por outro lado, propõe-se
apresentar resultados de uma Análise de Conteúdo neste corpus documental, destacando como categoria principal a
questão imigratória. Conclui-se sobre o envolvimento dos viajantes com a mesma questão, com sentido manifesto ou
oculto nas suas narrativas, enfatizando como aspecto positivo a mesma etnicidade e como aspecto negativo a saúde
pública no Brasil ,assim como as chamadas" características psicológicas do povo brasileiro', numa abordagem tipica-
mente lombrosiana.
475
Paulo depararam-se também com os limites impostos pela repressão policial desfechada contra os militantes de ori-
gem estrangeira. Travaram então uma batalha em duas frentes.
476
instituições públicas, do Congresso Nacional e até mesmo fora, nas ruas, apontam para o desenvolvimento nacional. ..
Fica fora dos quadros de análise, entretanto, o contingente ibérico, um dos mais expressivos, em especial a gente
portuguesa, contribuindo com centenas de milhares de pessoas que se concentraram em grande medida no meio
urbano - o mundo do comércio, dos serviços, das "indústrias urbanas', do abastecimento ... A comunicação pretende
expor essa questão historiográfica.
477
reconstrução da sua própria identidade no entrecruzamento das culturas e identidades de origem e do destino. Pressu-
põe-se que diferenças significativas, no que se refere ao processo de reconstrução da identidade sócio-cultural sejam
encontradas, assim como, em termos das representações sociais construídas a cerca do país de origem, e de aspec-
tos comparáveis da cultura dos dois países. Este estudo permite ampliar o conhecimento da realidade psicossocial da
diáspora caboverdiana, uma questão cultural, política e econômica, importante para os dois paises.
478
Lucelinda Schramm Corrêa - UFF
Memória das colônias alemãs na Bahia do século XIX
O presente trabalho tem como objetivo resgatar a memória de algumas colônias alemãs estabelecidas na Bahia do
século XIX, com destaque para a sua região sul. A implantação de colônias germânicas deve ser inserida no contexto
da política do estado português, depois brasileiro, de expansão da fronteira agricola, e a sua conseqüente territorializa-
ção. Para além de incrementar a economia buscava substituir a mão-de-obra escrava pelo trabalho livre, com a forma-
ção de uma classe média rural de origem européia. De acordo com a crença das autoridades políticas e intelectuais
dos oitocentos, além do branqueamento da população, quase que totalmente composta por elementos não-europeus,
ou mestiços, haveria o 'aprimoramento moral' tendo em vista a 'superioridade moral' dos imigrantes germânicos.
479
Roney Salina de Souza - UFGD
Árabes no sertão do Brasil: o caso de Dourados no Sul de Mato Grosso (1910-1980)
Imigrantes árabes sírio-libaneses estabeleceram uma rede de relações econômicas e identitárias, por volta de 1910,
na cidade de Dourados atravéz de uma movimentação comercial pela prática da mascateação e, posteriormente
estabelecimento de casas comerciais, intensificando-se nos anos 1950, com a política da Marcha para Oeste de
Vargas. Este fenômeno acelera a urbanização desta cidade, localizada no antigo Sul de Mato Grosso, atual estado de
Mato Grosso do Sul. A imigração destes sírios e libaneses, em finais do século XIX, deve-se á intervenção do capital
europeu imperialista ao fazer do Oriente Médio sua área de influência; da perseguição por parte do Império Otomano
aos grupos nacionalistas; aumento populacional de jovens e melhoria de transportes e comunicações. Mesmo estando
ligados á agricultura, a oferta e a estrutura do latifúndio brasileiro não atrai os sírio-libaneses, que acabam embrenhan-
do-se no comércio, tanto no litoral quando no interior do pais, onde atrelam ao trabalho toda uma complexidade de
elementos das identidades brasileiras e douradenses ás suas próprias identidades gerando um modo de ser híbrido
formando uma Colônia que usa destes elementos conforme suas necessidades.
480
superfície de 15 km do eixo para ambos os lados da estrada, com direito à exploração da madeira e posse da terra. A
comercialização de terras trouxe a lógica da acumulação capitalista. O objetivo príncipal dessa comunicação é com-
preender a atuação das companhias colonizadoras e a ocupação da região, entre 1920-50, por colonos camponeses,
tendo como eixo a Colônia Rio Uruguay.
481
61. Mundos do Trabalho: as fronteiras entre as diferentes formas de coerção e os diversos
caminhos da liberdade
Beatriz Ana Loner (UFPEL) e Maria Cecília Velasco e Cruz (UFBA)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Regina Célia Lima Xavierl- UFRGS
Africanos e seus descendentes na historiografia sul-riograndense
O trabalho a ser apresentado pretende contribuir para o debate do GT: Mundos do Trabalho ao propor uma releitura da
historiografia gaúcha - abrangendo trabalhos p~blicados entre as décadas de 1910/1950. O objetivo é dialogar sobre
as condições de formulação de idéias sobre a Africa e os africanos, sobre o papel que desempenharam na formação
da sociedade sul-riograndense e a recepção de teorias raciais.
482
Beatriz Ana Loner - UFPEL Q61
A recusa ao trabalho ~
Nada torna mais evidente a diferenciação de status jurídíco entre os trabalhadores livres e aqueles sujeitos a formas de
coerção extra-econômica, do que o modo como são tratados pelos seus patrões/senhores escravizadores ou pelo
Estado nos momentos de enfrentamento, de lutas contra a exploração de que são vitimas. Se algumas de suas estra-
tégias podem ser iguais, especialmente aquelas que dizem respeito a pequenas resistências, como "corpo mole' e ~
furtos, outras, entretanto, podem diferenciar-se radicalmente, em alguns casos assumindo conotações de luta, em ~
outros de crime. Esta comunicação pretende discutir algumas formas como, historicamente, as paralisações de traba- ~
lho foram entendidas na sociedade brasileira. '"~
-~
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do processo de inserção tanto de brasileiros negros (ex-escravos, nacionais livres) quanto de imigrantes (especifica-
mente, os italianos) no mercado de trabalho livre. Além de focalizar as diversas formas de coerção - econômica e
simbólica - aplicadas por patrões a seus empregados, o trabalho priorizou a análise das diferentes formas de resistên-
cia e rebeldia dos trabalhadores rurais frente ao sistema de dominação do trabalho, ressaltando que a instauração da
nova ordem trabalhista resultou de um processo constante de negociação e conflito entre, pelo menos, duas partes
opostas no âmbito das relações de poder na vida cotidiana das fazendas.
484
Teresa Vitória Fernandes Alves - UFJF Q
O Rio de Janeiro do "GRAPHICO"; visão de uma cidade e de uma época
As diferentes visões do cotidiano servem de base para criar uma conexão entre as diversas camadas sociais, na
®
medida em que, cada uma delas demonstra uma determinada consciência dos problemas pelos quais os homens
passam e a forma para tentar transpã-Ios. Através de "velhos artigos' publicados em um jomal operário, levanta-se a
formação e a evolução cultural de uma sociedade. Nas letras de forma, percebem-se emoções e reações baseadas ~
numa imprensa que nasce a partir dos sonhos, idealismos e muita vontade de se fazer ouvir. Nos artigos editados e ~
publicados em seu jornal, os tipógrafos do Rio de Janeiro de 1916 tentavam expressar suas opiniões acerca das ~
transformações e dos problemas existentes, não só na cidade, como também sobre fatos ocorridos dentro e fora do ~
seu país. Osaber ler e escreve fez com que eles terminassem por perceber o mundo com outros olhos. O seu olhar era§
mesclado com outros, contidos em livros e artigos que liam, construindo uma visão incomum ao seu meio social. ~
<n
Clarice Nascimento de Melo - UFRN :
Trabalho docente, gênero e poder em denúncias e defesas públicas da década de 1880 ~
A década de 1880 se fez no Brasil como um período de pulsantes debates nos campos político e educacional, que se -g
configuram no interior das disputas em torno da manutenção do regime imperial ou da adoção do regime republicano. ~
É nesse intervalo de tempo que as discussões em torno da legitimidade das prescrições para a instrução pública .g
tomam conta do cenário, de modo contundente, espraiando-se às práticas cotidianas de professores e professoras .g
vinculado/as administrativamente ao governo. São freqüentes em jornais de circulação diária na capital paraense, §
denúncias de ações de professores e professoras, consideradas repreensíveis pelos denunciantes e, em resposta, as ::2
defesas também são publicadas. Para este texto tomo por objeto de estudo as notas que apresentam essas conten-
das, publicadas nos jornais O Liberal do Pará e A Constituição, nesse período. Com elas é possível mostrar as falas
que dimensionam o trabalho docente perpassadas por representações de gênero feminino e masculino, na medida em
que as práticas docentes não recomendadas conformam tipos de comportamento idealizado para a profissão, diferen-
ciados para homens e mulheres. Essas diferenças são postas nos interstícios disputa política pelo poder local que
marca sociedade paraense imperial.
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Rogério Luis Giampietro Bonfá - UNICAMP
As Expulsões de Estrangeiros na Primeira República
Esse artigo pretende discutir as leis de expulsão de estrangeiros no Brasil da Primeira República, enfatizando a elabo-
ração, aprovação e vigência desses dispositivos. Pretendo, com isso, analisar o embate entre os poderes constituídos,
principalmente o conflito entre o Executivo e o Judiciário em relação a aprovação e aplicação de leis anti-imigrantes
indesejáveis. Por fim, almejo iniciar um debate sobre a importância da lei nesse período, pensando a lei de forma
ampla e complexa, ou seja, como um dos mecanismos de repressão estatal contra os imigrantes e trabalhadores em
geral e, também, como uma forma possível de defesa dos estrangeiros, via poder Judiciário, contra as arbitrariedades
e ações ilegais da polícía e do Executivo.
Marcela Goldmacher
Associações operárias do Rio de Janeiro: histórico e atuação na "greve geral" de 1903
O ano de 1903 foi o de maior número de greves no Rio de Janeiro, levando-se em conta toda a Primeira República.
Naquele ano os trabalhadores em fábricas de tecidos realizaram uma greve que, em seu desenvolvimento, tornou-se
'greve geral" com duração de 26 dias. A greve de 1903 foi uma greve relevante não só por ter sido uma greve de várias
categorias, mas por estas terem sido representadas por suas associações. Estas associações, no entanto, apesar de
terem se unido em torno de um objetivo comum, não necessariamente seguiam uma mesma forma de ação e nem
possuiam o mesmo tipo de organização. Nesta comunicação apresentarei as associações operárias envolvidas na
greve de 1903, com base na análise de seus estatutos, comparando as associações que apoiaram a greve com as que
não apoiaram. Serão também analisadas quais associações defendiam que tipo de atuação, qual a relação da atuação
da associação com o ramo da produção e ainda, se quando da sua fundação já possuiam a finalidade de defesa do
associado enquanto trabalhador, ou se a sua fundação atendia a objetivos educativos ou assistenciais que teriam
tomado o rumo da defesa do trabalhador devido à força dos acontecimentos, fazendo-as expandir a sua atuação para
além daquelas primeiras funções de educação e de assistência mútua.
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Luiz Rafael Gomes Q
Cortando Fios, Unindo Laços: a Liga Operária de Piracicaba e a Greve Geral de 1919
Através da observação de fontes da justiça, da imprensa local e da produ~ão cultural do interior paulista, a pesquisa
®
por hora apresentada foi desenvolvida como Trabalho de Conclusão de Curso visando compreender o complexo
cotidiano dos trabalhadores da cidade de Piracicaba no inicio do século XX. Em julho de 1919, um grupo de trabalha-
dores organizados através da Liga Operária de Piracicaba iniciou uma greve geral sob influência dos movimentos ~
grevistas realizados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para isolar o município e impedir que a força policial pedisse ~
socorro, os trabalhadores cortaram todos os fios telefônicos que ligavam Piracicaba aos municípios circunvizinhos. O ~
estudo dos depoimentos e declarações, relatórios oficiais, artigos jornalísticos e poemas caipiras proporcionaram-me ~
o contato com um espaço de convívio onde trabalhadores urbanos dividiam suas experiências, expectativas e valores e
socioculturais com trabalhadores rurais, possibilitando a pesquisa, entre outras questões, abordar aspectos do proces- ]
so de organização da greve geral de 1919, as diferentes lideranças políticas e ideológicas da Liga Operária de Piraci- <n
caba e o papel dos periódicos que observaram, noticiaram e condenaram os trabalhadores envolvidos com a organiza- :
ção grevista daquele ano. ~
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César Augusto Bubolz Queirós - UFRGS ~
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Conflitos e Identidades: a Greve Geral de 1919 em Porto Alegre 'O
Este trabalho tem como objetivo analisar a greve geral de 1919 na cidade de Porto Alegre dando ênfase aos conflitos .g
ocorridos tanto entre os grevistas e o Estado quanto entre os grevistas e os não grevistas. Pretende ainda ressaltar as §
identidades construídas no decorrer desta greve, formando construções imagéticas instrumentalizadas tanto dos tra- ::2:
balhadores em greve quanto daqueles que não aderiam ao movimento.
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com problemas tais como a escassez de pão, carne e leite, assim como a especulação acerca de diversos alimentos.
A denúncia policial, as cooperativas de consumo patronais, os programas de subsistência do Estado são apenas
algumas das relações em que é possivel perceber as diferentes possibilidades de ação do proletariado diante de uma
nova situação trazida pela Segunda Guerra Mundial.
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Marcia De Melo Martins Kuyumjian - UNB Q
Encenação e retórica do trabalho informal no espaço urbano ®
A história cultural ao alargar suas fronteiras disciplinares para práticas intersolidárias abre um fértil canal para a com-
preensão dos modos como a realidade adquire forma na experiência cotidiana e sentidos nas narrativas. Consideran-
do os modos como a cultura se estende por sobre o solo da história e do saber científico, refinando entendimentos e
práticas discursivas, as narrativas apontam para um ~spaço fronteiriço da cultura, um 'entre-lugar' no qual a história ~
explode em estratégias, encontros e deslocamentos. E nesta perspectiva que é pensado o trabalho informal, como a ~
fronteira entre o possível e o autorizado. Ajuizamento e autoridade são os coelhos da cartola da retórica como encena- ~
ção estética da intervenção estatal para lidar com o estranhamento e o distanciamento, geralmente inscrito ora em §
silenciamento, ora em repressão. O historiador investiga o jogo das enunciações e memórias em seus intermináveis '§
diálogos sobre o limite da cultura e o limite da ordem social. Esta é a proposta deste ensaio, refletir sobre as memórias ]
e as narrativas do trabalho informal, na perspectiva dos indivíduos colocados sem situação, problematizando o imagi- V)
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seus movimentos. Privilegia-se o conceito de experiência como instrumento para analisar comportamentos, condutas
e costumes na sua relação com a transformação.
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assuntos eram bem diversificados, iam desde reclamações diretas sobre posturas editadas, até o perdão de uma
dívida. Esses requerimentos permitem visualizar que a legislação municipal não era só um instrumento a serviço da
dominação, mas também um palco de conflitos. Eles representam ainda a leitura que os atores sociais faziam da
legislação municipal, e a visão que tinham do que era justo ou não por parte da municipalidade.
KellyCarvalho - UNICAMP
Nação e Cidadania em Vamhagen
Em 1854 veio á luz a obra 'História Geral do Brasil' de autoria de Francisco Adolfo de Varnhagen, nela o autor expõe
sua tese acerca do caráter da Nação e da Nacionalidade brasileira. Leitor de Tocqueville e Humboldt, Varnhagen irá
apresentar uma teoria que rompe com a tradição iluminista francesa, principalmente com Rosseau, influente presen ça@2
no IHGB; propondo uma teoría inovadora e polêmica, cujas raízes estão fortemente alicerçadas no historicismo e no
liberalismo econômico. Esta proposta de simpósio temático se propõe a discutir os traços mais relevantes da idéia de
Nação e Nacionalidade apresentadas pelo autor.
lugar no todo nacional. Este trabalho analisa o debate do pertencimento da província do Rio Grande do Sul á naciona- 8~
lidade brasileira durante o século XIX. Pretende-se evidenciar como as narrativas da história provincial estiveram 8
relacionadas com o projeto de história nacional do IHGB no oitocentos, época em que esta instituição preocupava-se (5
com um melhor conhecimento das diversas regiões e com a unidade do país. Da criação do Instituto Histórico e oc::
Geográfico da Província de São Pedro (1860) á Sociedade Partenon Literário (1868), sucederam-se tentativas de 'E
compor narrativas sobre o lugar dos rio-grandenses na História e nas Letras nacionais. Ou seja, a historiografia e a {g
literatura lá produzidas afirmavam a diferença local, e ao mesmo tempo declaravam um patriotismo extremado e {g 'u
beligerante. Imitavam os modelos de interpretação da Corte sobre a nacionalidade brasileira, mas adaptando-os ás <l>
questões e experiências das elites letradas da provincia. o
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José Henrique de Paula Borralho - UEMA
Identidade, Nação e Integração: a invenção da Athenas Brasileira entre o regionalismo maranhense e a cons-
trução do Império brasileiro no oitocentos
Este trabalho visa discutir a noção de identidade cultural forjada no século XIX no Maranhão em meio á construção do
império brasileiro a partir da literatura enquanto espaço privilegiado de criação, codificação e decodificação dos senti-
dos sociais de brasilidade que os alguns maranhenses passaram a incorporar a partir da invenção do epíteto da
'Athenas Brasileira'. No momento de consecução da nação brasileira, posterior ao rompimento político com Portugal,
consubstanciado pela idéia romântica de genialidade, diferenciação, valorização da singularidade, intelectuais, políti-
cos, tipógrafos, biógrafos, literatos, evocando a noção de pertencimento a um lugar social, histórico e cultural, embora
de forma difusa, disléxica, idiossincrática, disputando espaço político-intelectual na composição da nação emergente,
a partir do exponencial de determinadas figuras que se transformam em 'ilustres', tais sujeitos construíram um projeto
político-intelectual que as historiografias literária e histórica consolidaram, repetiram, reverberaram. Entre esses inte-
lectuais figuram nomes como Francisco Sotero dos Reis, Manoel Odorico Mendes, João Francisco Lisboa, Gonçalves
Dias, Sousândrade, Raimundo Corrêa, Arthur Azevedo, Aluizio Azevedo, Coelho Neto, entre outros.
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17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
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Vitor Izecksohn - UFRJ
O conflito entre poderes centrais e locais no Rio de Janeiro e Nova Iorque. Recrutamento militar, elites políti-
cas e conflitos raciais na década de 1860
O objetivo deste trabalho é comparar as condições de incorporação de negros aos exércitos Imperial e da União
durante a década de 1860. No caso fluminense, analisarei as políticas de alforria, implementadas para a rápida incor-
poração de ex-escravos às forças imperiais. No caso nova-iorquino, analisarei os debates sobre a formação do New
York Colored Troops (NYCT), os batalhões negros locais que participaram da guerra civil. Classificarei os repertórios
de resistência das lideranças locais à extensão do recrutamento militar, bem como as medidas de emergência imple-
mentadas para suplantar esses obstáculos, efetivando maior controle dos poderes centrais e a construção de burocra-
cias especializadas. Detalharei os padrões das negociações sobre direitos, bem como as formas como o crescimento
dos poderes centrais, nos dois casos, foram percebidas pelas populações mais diretamente afetadas por sua expan-
são.
fosse ele o pater familias: problemas de legitimação de autoridade frente aos criados da Casa, composição dos (no- .~
vos) quadros dirigentes da Casa Imperial do Brasil, dificuldades administrativas e financeiras, dentre outras. Ao levar a ~'
cabo tais esforços, D. Pedro não hesitou em lançar mão de velhos artifícios característicos das cortes ibéricas, dentre
eles o mais comentado por seus adversários, a escolha de 'preferidos' para cargos importantes da Casa Imperial, Este
trabalho visa levantar alguns questionamentos acerca dos primórdios da organização doméstica daquela que seria a
única casa dinástica em território americano até o final do século XIX.
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18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
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Brasil. Desta forma, o objetivo dessa comunicação é analisar, a partir da trajetória político-intelectual de Joaquim
Gonçalves Ledo, algumas das principais questões que mobilizaram os anos iniciais da construção do Estado Imperial
brasileiro: cidadania, nação, soberania, autonomia e liberdade.
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sofreu profundas criticas do padre português Sena Freitas, e atraiu réplicas e tréplicas, em virtude das posições
político-religiosas conflitantes.
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Lucia Maria Paschoal Guimarães UERJ
A Guerra do Paraguai nas páginas da "Semana Ilustrada"
A comunicação abordará o projeto de publicação da história ilustrada da Guerra do Paraguai em fascículos, par e
passo ás ações do conflito, desenvolvido pelo caricaturista Henrique Fleiüss, por meio de suplementos incorporados
ao conteúdo da revista "Semana Ilustrada'. Se, por um lado, a iniciativa deve ser considerada um trabalho de jornalis-
mo pioneíro, pela qualidade das imagens e das informações divulgadas, por outro, constituiu um dos principais ele-
mentos de propaganda em prol do esforço de guerra, que buscava despertar os sentimentos cívicos dos cidadãos do
Império.
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20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
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63. O ensino de história e os desafios do tempo presente
Nilton Mullet Pereira (UFRGS) e Sirlei Teresinha Gedoz (UNISINOS)
16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
ª
O livro didático na perspectiva dos autores - desafios e dilemas: o caso do livro didático "Santa Catarina de
todas as gentes: história e cultura" 8.
Esta comunicação refere-se ao livro 'Santa Catarina de todas as gentes: história e cultura' (base editora) destinado à
3" série do ensino fundamental- plano nacional do livro didático/2007. O livro, ilustrado com mais de 300 imagens, foi .g
escrito a partir de um convite formulado por editora. Uma das autoras assume a presente proposta e seu objetivo é ~
analisar desafios e dilemas enfrentados. Alguns, de natureza operacional como organização da equipe, obtenção de 'g;
apoiO financeiro mediante a concessão de -horas de pesquisa" etc. Outros, de natureza teórica que levaram à tomada ~
de duas decisões fundamentais: 1) a reflexão teórica deveria estar presente mas situada como pano de fundo em '" o
relação ao texto elaborado (o que Jurandir Malerba fez em 'a corte no exílio', companhia de letras, 2000); 2) os :
conceitos teóricos, todavia, deveriam ser explicitados sempre que se julgasse necessário, o que está bem evidente no ~
manual do professor em análises como teoria histórico-cultural; a nova história; cultura e teoria curricular; a teoria da ~
avaliação; história e arte. Ocorreram também decisões de ordem política como a de privilegiar grupos sociais que ~
historicamente estiveram oprimidos ou limitados em sua ação - as populações indígenas e de origem africana. o
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Fernando Seffner - UFRGS
Das (possíveís) perversas faces das políticas de inclusão escolar: o que o ensíno de História tem a ver com
isso
Em conexão com o foco do simpósio temático - o ensino de história e os desafios do tempo presente - elegemos como
campo de reflexão para esta comunicação a inclusão escolar, ou as politicas de inclusão, que constituem hoje um
importante discurso na área de educação e na elaboração de políticas públicas. A idéia de 'incluir"; o desejar-se
"incluído"; a reivindicação de "inclusão" e o combate aos mecanismos de 'exclusão' estão presentes de forma potente
nas falas de muitos atores sociais. Dentre desse campo recortamos as seguintes questões: a inclusão é "sempre boa"?
Os processos de inclusão são sempre desejáveis? Quem desenha, gerencia e controla as políticas de inclusão? De
que formas serão conduzidas às negociações com a cultura de grupos específicos ao longo de um processo de
inclusão? Demais indagações, nesse eixo já delineado. Questões que serão abordadas na comunicação: o exame dos
conceitos de inclusão e exclusão na ótica de Foucault; a inclusão como estratégia de 'normalização" cultural; diferen-
ças entre simples acesso (aos bancos escolares) e inclusão 'de verdade"; conexões entre processos de inclusão,
identidade cultural, diversidade e diferença; inclusão e aprendizagem; tarefas do ensino de História nas políticas de
inclusão escolar.
500
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
'"
~
Cl.
Sandra Regina Ferreira de Oliveira· UNIOESTE g,
Por que este e não aquele? O processo de escolha dos livros didáticos de História nas séries iniciais do E
ensino fundamental ~
O trabalho a ser apresentado é resultado de pesquisa desenvolvida no ano de 2006 nas cidades de Cascavel e Santa ~
Helena, estado do Paraná. Por meio de entrevistas com professores e professoras da rede municipal de ensino ma- .g
peou-se como se procede a escolha e a utilização dos livros didáticos de História para as séries iniciais do ensino ~
fundamental. Os resultados nos levam a conhecer o cenário no qual as escolhas dos livros são realizadas e as estra- ~
tégias utilizadas pelas secretárias de educação, gestores e professores na busca de fazer uma escolha que atenda as ~
necessidades dos educandos e que se aproxime mais da proposta de História a ser ensinada, contemplada nosê
Projetos Pedagógicos. Ao estudar o processo de escolha dos livros didáticos adentra-se nas contradições do espaço t;
escolar e, principalmente, nos problemas quanto ao ensino de História. Por fim, busca-se com a divulgação destes ~
resultados, convidar os agentes envolvidos no processo de elaboração, avaliação e divulgação dos livros a conhece- ~
rem um pouco mais sobre o professor, esse agente que mediará a relação do aluno com o conteúdo e as atividades .~
propostas no livro didático. ~
501
Sirlei Teresinha Gedoz - UNISINOS
Aluno na Universidade, Professor na Escola Básica: (Des) Encontros no Estágio Supervisionado
Esta comunicação tem origem nas discussões do GT Estadual de Ensino de História e Educação/RS e da reflexão
decorrente da docência em disciplinas de prática de ensino na Universidade. A mesma aborda questões que se colo-
cam alunos/professores na hora de preparar seu estágio supervisionado. Nestas situações percebe-se o quanto de
conexão desconexão o aluno em situação de estágio apresenta em relação ao processo de conhecimento histórico no
curso de graduação. Paralelo a essa necessidade prática de conectar saberes do campo da história, do ensino e da
educação o estagiário se depara com a necessidade de estabelecer critérios, selecionar e preparar aulas que façam
sentido na escola básica. Discute-se, então, essa relação rica e conflituosa no campo de ensinos de história.
502
através de um diálogo propositivo entre as Disciplinas Específicas e as Disciplinas Pedagógicas, de modo que favore-
ça a formação de novas concepções históricas para os alunos.
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textos da ordem do argumentar nos livros didáticos de história de 1" a 4" séries. Nossa opção pelos gêneros da ordem
do argumentar deve-se inicialmente pela sua relação com a finalidade que vem sendo apresentada desde a década de
oitenta para o ensino de História: possibilitar a formação de alunos criticos e autônomos. Neste sentido, os gêneros da
referida ordem englobam as capacidades de linguagem dominantes: sustentação, refutação e negociação de tomadas
de posição, o que pressupõe a necessidade do desenvolvimento de um pensamento crítico, necessário á elaboração
de pontos de vista, argumentos e defesa, habilidades fundamentais ás discussões traçadas pelos saberes histórico-
escolares.
504
e ressignificação, engendrados pelos sujeitos históricos, a partir de múltiplas linguagens. A relevância da proposta
lançada consiste, ainda, em suscitar, nos professores, o exercicio de um papel mediador na identificação do aluno
como agente produtor/receptor de imagens acerca de fatos e instituições, contemporâneas ou passadas. Concebemos
o curriculo como território dinâmico, sujeito ás circularidades e embates culturais, inerentes á construção identitária.
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Educação práticas interdisciplinares que ministro em um Curso de Pedagogia.Tem como proposta discutir a importân-
cia das concepções de currículo na formação de um professor que tenha consciência das necessidades e das novas
demandas da sociedade contemporânea sobre o conhecimento escolar. Coloca em pauta a pesquisa como fomento e
caminho para a realização de um trabalho de formação do pedagogo como um professor-pesquisador, possibilitando
que sua prática educativa tenha um caráter interdisciplinar de forma que o ensino de disciplinas como história, geogra-
fia, português e matemática não seja uma mera reprodução de conteúdos fragmentados dos livros didáticos, mas com
significados atrelados ás representações sociais. Propõe questionamentos e reflexões sobre nossa prática como pro-
fessores formadores de professores, para que possamos encontrar novas alternativas e caminhos para os problemas
e dificuldades encontrados no cotidiano da prática educativa no atual contexto histórico, político e econômico em que
está inserido o sistema escolar brasileiro.
Fabiana de Fatima Bruce da Silva· UFRPE, Lúcia Falcão· UFRPE e Maria Thereza Oidier· UPFE
O Ensino da História na Perspectiva da Nova História Cultural
O presente trabalho pretende discutir e abordar novas formas do fazer historiográfico como possibilidade para se
estabelecer a compreensão de diferentes meios de pensarmos o ensino de história. Para tanto, devemos situar as
discussões em torno do conceito de história bem como abordar algumas mudanças, tendências e tensões em torno do
debate historiográfico. Nesse sentido, o estudo de outras linguagens a partir do entendimento da Nova História Cultural
pode proporcionar uma concepção de ensino de história que trata a compreensão desta disciplina não apenas como
um estudo do passado em suas narrativas cronologicamente seqüenciadas e unificadas, mas como tentativa de com-
preender a complexidade do presente, admitindo que o estudante/sujeito para o qual pensamos o ensino de história é
plurifacetado e transita por diversos 'mundos' informacionais que não se restringem ao espaço escolar. Assim sendo,
a literatura, a música, a fotografia e o cinema são linguagens que se apresentam como textos passíveis de análise para
a historiografia.
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20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
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64. O ensino de História nas Américas
Luis Fernando Cerri (UEPG) e Maria de Fátima Sabino Dias (UFSC)
I 18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h) I
Cristiano Gustavo Biazzo Simon - UEL
O rap londrinense e o ensino de História; diálogos e perspectivas
Baseados nas reflexões advindas das experiências do projeto de pesquisa 'Leitura, ritmo e poesia: práticas poéticas
orais entre rappers londrinenses', propomos um diálogo entre as idéias e práticas pertencentes aos jovens participan-
tes do movimento hip hop e os temas concementes aos debates acerca do ensino de História (identidades, historicida-
des e inclusão social). Nesse sentido, essa proposta desdobra-se nas relações desses sujeitos com a escola e a
escolaridade. A partir de entrevistas de história oral de vida e temáticas com integrantes do movimento e das letras de
rap, analisaremos as relações anteriormente colocadas e as possibilidades de emprego dessas fontes, bem como, as
problematizações daí decorrentes no ensino de História, para os níveis fundamental e médio.
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cultura escolar no Brasil, especialmente nos manuais didáticos destinados as primeiras séries do ensino fundamental, Q64
e se esses conteúdos, idéias, imagens têm contribuído para estimular á formação de uma consciência histórica e ~
cidadã.
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Caroline Pacievitch - UEPG
Guerrilheiros ou sacerdotes? Consciência histórica, identidades e professores de história
Este trabalho apresenta os resultados finais do projeto de pesquisa desenvolvido no Programa de Mestrado em Edu-
cação da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A investigação versa sobre o fenômeno da consciência histórica de
professores de história, centralizado no eixo da construção de identidades históricas e profissionais. Objetivos princi-
pais: a) compreender os processos de constituição de consciência histórica a partir do caso dos professores de história
e b) verificar potencial explicativo destes processos na construção de identidades. Utilizaram-se, principalmente, os
referenciais de Jórn Rüsen e Agnes Heller. A metodologia incluiu duas fases: 1) fase qualitativa, quando cinco profes-
sores de história forneceram seus depoimentos orais e/ou escritos a partir de entrevistas abertas e questionários semi-
estruturados e 2) fase quantitativa, em que cerca de 70 professores de história da rede pública estadual do Paraná
foram consultados através de questionário estruturado. Constatou-se que os professores, de modo geral, lançam mão
de diferentes estratégias de atribuição de sentido e significado ao tempo vivido e que suas experiências, conhecimen-
tos acadêmicos, posições políticas e valores transcendentais articulam-se de forma imbricada em suas narrativas de
vida e formação.
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potencial heurístico para o fenômeno: ATeoria da Consciência Histórica, conforme apresentada por de Jorn Rüsen e a Q64
Teoria das Representações Sociais na linha inaugurada por Serge Moscovici. A categoria 'progresso' foi o elemento ~
privilegiado por demonstrar de maneira mais eloqüente como uma matriz cultural pode servir como organizadora do
pensamento histórico e como a formação dessa matriz está sujeita á assimetria de poder e à conformação ideológica.
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perspectiva arma-se um aparato de legalidade na busca da legitimação de um poder instituido, onde este possa,
assim, desempenhar o exercicio da governabilidade.
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65. O estatuto do cinema e da televisão na pesquisa histórica: documento, memória, re·
presentação e interdisciplinaridade
Eduardo Victorio Morettin (Universidade de São Paulo)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Ismail Norberto Xavier -Escola de Comunicações e Artes
A construção visual do nexo entre industrialização e urbanização num documentário dos anos 1920: raciona·
lidade ideal e desalinhos caipiras
A comunicação tem como foco a análise das formas pelas quais Sociedade Anônima Fábrica Votorantin (1926), com-
põe um discurso imagético concentrado na descrição de operações industriais, de modo a salientar a simultânea
construção da unidade produtiva e dos espaços sociais conectados a ela, seja no pólo da localização e transporte dos
que atuam nesta unidade em contato com as máquinas, seja no pólo dos que gerenciam todo o processo, seja no pólo
do consumo daquilo que é produzido na fábrica. Há, então um nexo entre a urbanização e a industrialização que se faz
imagem, nexo materializado na velocidade dos transportes capazes de oferecer as condições técnicas para que pro-
dução e consumo possam constituir tal unidade, numa dinâmica própria que gira em torno da noção do progresso
técnico como uma benesse universal. De forma particular, interessa analisar o privilégio dado aos movimentos de
câmera sobre as operações de montagem, de que resulta uma noção muito particular do ritmo da produção e da vida
social, destacando-se, entre outros aspectos, a ação 'natural' do mundo fabril sobre a paisagem. No plano do intertex-
to, haverá um comentário sobre o que está implicado na presença, neste filme, dos motivos clássicos do 'primeiro r;;;;...65
cinema', como, por exemplo, a chegada do trem. ~
da música popular e as representações do universo do samba neste filme específico e no 'film musical' dos anos 1930, ~
como um todo; 3) os aspectos ideológicos e estéticos contidos na sua recepção crítica. A partir destes três eixos de t;
análise pretendo mapear o impacto de 'Favella .. .' na formatação de uma nova cultura 'nacional-popular' no Brasil, cujo '"
sentido ideológico era disputado á esquerda e á direita. Cl
513
algumas das imagens registradas que compõem o escopo do acervo pesquisado. uma produção que teve condições
estabelecidas pelas características locais, mas que dialoga pela permanência no tempo em sua forma e conteúdo com
realizações de vários governos que utilizaram o cinema para estabelecer um esforço de comunicação junto à popula-
ção. são discursos que assumem os contornos de verdadeiros rituais do poder, e pelo poder.
Para tanto, tomou-se a cidade no ano de 1963, no ápice de seu movimento modernizador, para entender as tensões
políticas e as ações administrativas da prefeitura em relação ao movimento da própria cidade. uma cena pública que
se configurou em elemento na composição de uma linguagem do cinema de propaganda política, dada em uma produ-
ção específica de cinejornais.
os cinejornais nesta perspectiva são entendidos como fontes para a história, uma vez que são estudados sob a pers-
pectiva do cinema na história e na sociedade.
514
mesmo chegasse ás salas de projeção. O uso do cinema como fontes de pesquisa ou como sujeito da história pelos
pesquisadores permite compreender o imaginário social e político de uma sociedade. Nesta comunicação o cinema é
visto como sujeito da história, onde, o pesquisador do fascismo pode estabelecer uma discussão sobre a ideologia
fascista e suas estratégias políticas.
B
.=:
Mônica Cristina Araujo Lima - USP ti
O filme ORG (1967-1978) - Por un cine cósmico, delirante y lumpen: (ou o processo de desilusão política e ~
desconstrução estétíca de Fernando Birri)
Org, filme do diretor argentino Fernando Birri foi realizado durante seu exílio na Itália, entre 1967 e 1978. É um suges-
tivo documento para a compreensão das propostas políticas, cinematográficas e estéticas das esquerdas entre os
anos 50 e 70. A base teórica da obra está no pensamento de três personalidades originais: George Méliés, Che
Guevara e Willian Reich. O lançamento de ORG, em 1978, foi acompanhado do terceiro manifesto escrito por Bim:
Manifesto dei Cosmunismo o Comunismo Cósmico - Por un cine cósmico, delirante y lumpen. Elaborado em momento
de profunda depressão, foi uma tentativa de acerto de contas com o passado e rompimento com sua proposta de
cinema nacional, popular e realista defendida até então. A partir da análise de ORG, e a história de sua 'desconstru-
ção', como o autor prefere chamar, podemos vislumbrar as mudanças das formulações estéticas e teóricas da esquer-
da do período. Ela vem associada, em um primeiro momento, á crença na possibilidade do realismo estético de
conscientizar os povos, desvendar o mundo e ajudar a transformá-lo. E, num segundo momento, á radicalização
política e sua crítica, até a derrota e desilusão com os projetos ligados ao nacional populismo e ás propostas revoluci-
onárias da época.
515
gens, tal transição contribui para caracterizar a cidade nos filmes representada como um espaço de confluência dos
movimentos; uma superfície porém tensa, visceral e esfacelada.
No filme Aopção ou as rosas da estrada (1981), cortadoras de cana tomam o rumo da estrada sem um projeto definido:
apenas escapar da exploração, oferecendo seus corpos por carona. Sem direção, caminhando entre beiras de estra-
das e horizontes esfacelados, confluem para São Paulo, horizonte urbano apresentado por meio de um sky line esfu-
maçado, indistinto. A análise do filme,tomando por base a relação dos personagens com o espaço (viário/urbano) e as
suas motivalavanca a discussão da referida São Paulo cinematográfica e suas consonâncias com: a deambulação de
filmes da Nouvele Vague; a deterioração urbana de filmes produzidos durante a ditadura militar brasileira.
Marcia Regina Barros da Silva - Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde I UNIFESP
Educando os sentido: B. J. Duarte e o cinema científico
A produção de Benedito Junqueira Duarte é extensa. Sua ligação com a área científica se deu sobretudo dentro da
temática médica. Recentemente foi encontrada no Arquivo Histórico da Universidade Federal de São Paulo, cópia em
16 e 35 mm de um filme realizado, muito provavelmente, em 1963. Ofilme intitulado 'Uma escola de médicos' apresen-
ta a então Escola Paulista de Medicina, segunda escola médica do Estado de São Paulo, fundada em 1933. A intenção
deste trabalho é discutir tal material, em fase de restauro, a partir de duas perspectivas: como um filme promocional
que procura registrar uma memória institucional e ao mesmo tempo como um esforço em prol da construção de um
discurso científico de base experimental e tecnológico. A analise realizada procurará enfatizar sobretudo certa idéia de
'educação visual' apontada pelo filme, tentando discutir a perspectiva da divulgação científica como um procedimento
de vulgarização do discurso da medicina.
516
modelo importado, isto não impediria que este fosse adotado como forte referência para a publicidade e divulgação de
astros e estrelas nacionais. O Brasil, como vários outros paises da América Latina (e do mundo) integrava amplo
público consumidor e sedento por informações, necessidade que os periódicos de cinema buscavam sanar.
'"
E
Rosane Kaminski - UFPR .~
A "trilogia do Sul" de Sylvio Back nos debates sobre brasilidade ::::;
Entre 1968 e 1975, Sylvio Back dirigiu três longas-metragens de ficção: Lance Maior (1968), A Guerra dos Pelados B
(1971) e Aleluia, Gretchen! (1975). Em cada um deles o cineasta buscou inserir questões históricas e culturais do Sul .'3
do Brasil no domínio das discussões sobre a brasilidade e o 'conceito de nação'. Eram temas presentes nos debates ~
culturais entre 1960/70 e permearam muitas produções cinematográficas daqueles anos. A certa altura, Back nomeou ~
aquele conjunto de filmes como "trilogia do Sul', propondo uma nova perspectiva para pensar os dilemas nacionais. O
objetivo desse trabalho é discutir possíveis origens do projeto cinematográfico sulino de Back a partir da observação
das fontes impressas que divulgaram essa trilogia, incluindo as declarações do cineasta e sua repercussão na mídia.
Segue-se a hipótese de que tal projeto sulino seria uma contrapartida ao olhar cinematográfico que tentava definir um
suposto 'homem brasileiro', pautando-se na realidade sócio-cultural do Nordeste e do Rio de Janeiro, o que, acredita-
va-se, permitiria visualizar uma "identidade nacional'. Atrilogia sulina de Back, enfim, antes de apresentar-se como um
cinema regionalista, parece fundamentar sua busca de legitimação no campo cinematográfico nacional.
517
Karla Adriana Martins Bessa - Universidade Federal de Uberlândia
Sylvio Back e Cruz e Souza. Poética-visual em Preto & Branco
A partir da análise do filme 'Cruz e Souza- o Poeta do Desterro' (1999) de Sylvio Back, pode-se vislumbrar as múltiplas
temporal idades e produções subjetivas que cruzam o universo estético/poético de Back ao recriar em estrofes visuais
fragmentos biográficos do 'maior poeta negro da lingua portuguesa'. A personagem/vida de Cruz e Souza (1861-1898)
provoca um encontro com as condições do negro e do literato, na sociedade brasileira novecentista, sem contudo,
pretender se constituir em retrato social de época. Pelo contrário, o diálogo de Back com a estética fílmica dá o tom
politico de sua própria poética. Paixões, cenários, conflitos sociais e racialização das sensibilidades perpassam tanto
o diálogo que se estabelece entre o filme (o cineasta) e a literatura (o Poeta), quanto a narrativa histórica que se
pretende construir a partir desta experiência, o filme e o cinema, que marcou e marca a sensibilidade e imaginários
contemporâneos. Uma velha problemática dará contorno á reflexão: como construir uma narrativa histórica a partir e
sobre práticas culturais específicas (cinema e poesia) sem minimizar a singularidade de suas linguagens á equação
comum do 'texto' e, ao mesmo tempo, sem maximizar as distâncias que as isolariam na intradutibilidade de seus
próprios meios e usos.
518
conteúdo predominantes da produção televisiva. A idéia da produtora de video surgiu entre alguns colegas da FAU-
USP (Fernando Meirelles, Paulo Morelli, Marcelo Machado e Beto Salatini) que perceberam a oportunidade de adquirir
equipamento de video e entrarem no mercado de audiovisual. A participação na televisão veio a partir de convite que
fez Goulart de Andrade para a preparação de programas na televisão Gazeta. Este convite possibilitou a eles a opor-
tunidade de praticarem a elaboração de produtos audiovisuais e, a partir da experiência obtida, ampliarem seus obje-
tivos. A participação ativa da Olhar Eletrônico nos principais palcos políticos e sociais daqueles agitados anos de
retomada do estado civil e democrático estimula o estudo destas produções, especialmente tendo em vista a delibera-
da prática que implementaram para a experimentação em linguagem audiovisual em busca de forçar fronteiras estabe-
lecidas para a abordagem de temas políticos, sociais e culturais marcados pela censura e auto-censura existentes
naqueles anos.
519
Maria Cristina dos Santos· PUCRS
A voz do índio? A articulação dos mediadores entre a história contada e a história escrita
Na documentação colonal produzida por cronistas, missionários, funiconários da(s) coroa(s) para dar conta dos suces-
sos da conquista e evangelização dos indígenas, não raro sugem reproduções de "falas" ndiígenas ou de diálogos
entre indígenas e ocidentais. Se por um lado a reprodução destas falas indica uma condescendência do autor do
registro aos indígenas por otro inidcam também os condicionantes interpostos pelos mediadores na reprodução da fala
indígena e da condição destes de sujeitos ativos no processo colonial. A proposta aqui, é analisar o papel e as condi-
ções colocadas pelos mediadores enquanto hierarquizadores da condição do indígena como sujeito de "falas" e de
atitudes. Para realizar esta análise serão estudados as 'falas" atribuídas aos indígenas reproduzidas por diferentes
mediadores culturais em diferentes momentos do processo colonial da América Platina; são eles, um conquistador do
século XVI, um missionário do século XVII e um funiconário do século XVIII.
520
enquanto vestígio de transformações na paisagem, mas como uma forma de compreender conflitos entre brancos e
índios, e sobretudo a situação de decadência em que se encontravam estes últimos. Ainda que de forma fragmentária,
o viajante procura contar uma históría que seja capaz de fazer perceber que tais ruínas, estes restos de povos, que
seriam os índios, revelam-se, segundo ele, 'cousas interessantes', á medida que procuramos saber 'a que edifício
pertencem e que mãos bárbaras vieram demoli-lo'. Minha proposta, assim, é lermos a narrativa de viagem de Auguste
de Saint-Hilaire como historiografia, como uma espécie de escrita da história.
521
ampliar a leitura e análise enriquecendo com novas fontes primárias e abordagens, buscando perceber o cotidiano das
famílias indígenas comuns ao focalizar os papéis sócio-econômicos dos homens e mulheres das vilas de Barcelos,
Santarém e Olivença no período entre 1758 a 1820.
522
te como refúgio de índios, renegados e criminosos, foi também palco de surpreendentes relações interétnicas, como a
união entre senhores e escravos contra os 'bárbaros' da terra, mesmo em meio à crise do sistema escravista e à
intensificação das fugas e da formação de quilombos.
Carla Berto .ê
Milagres e Indígenas em perspectiva: Autores, Personagens e Circunstâncias no discurso jesuítico (séc. XVII) ~
Este estudo busca analisar os registros de milagres, selecionados em documentação jesuítica, a partir de elementos !
discursivos que viabilizam possibilidades de questionamentos e reflexões sobre o projeto reducional na América, ~
juntamente com o complexo fenômeno de contato cultural. O milagre apr~senta-se como via de acesso para a carac- -i3
terização da construção do discurso religioso, e não um fim. Nas Cartas Anuas há a ocorrência de uma repetição nos '-:;
relatos, que apesar da quantidade, constituem-se bastante semelhantes entre si. Entre 1600 e 1640, em um período de D
523
contato e primeiras consolidações reducionais, os relatos de fenômenos fantásticos constituem-se abundantes na
documentação jesuítica. Estendendo a leitura dessas cartas para a segunda metade do século XVII, em um suposto
período tradicionalmente definido pela estabilidade do projeto jesuítico, milagres continuam fazendo parte do discurso
religioso. Portanto, cabe a questão sobre o porquê de permanecer evidenciando resultados do projeto missional e,
ainda, buscando a conversão de gentios. O objetivo da pesquisa não inclui divagações sobre a natureza e empiricida-
de dos fenômenos milagrosos; e sim, a análise do discurso jesuítico, sendo este religioso personagem e autor do
mesmo.
524
19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30min)
525
20107 - Sexta-feira - Manhã (10h30min ás 12h30min)
526
20/07 - Sexta-feira - Tarde (14h ás 18h)
Mesmo sendo os Guarani Mbya amplamente retratados no campo do discurso antropológico, quando se refere a .~
construção da história do Espírito Santo, os Mbya são silenciados e tornados invisíveis na maioria dos livros didáticos o
527
regionais e também na imprensa. Dessa forma, neste trabalho, pretendemos analisar o levantamento de fontes histó-
ricas e antropológicas desde a chegada dos Mbya ao estado (1967 aos dias atuais). Ao efetuar tal análise, a relação
entre História e Antropologia possibilita uma compreensão mais aprofundada acerca dos Mbya ao contribuir para o
levantamento de fontes acerca desses povos indígenas. Além disso, promove a interdisciplinaridade ao fornecer, no
campo teórico, conceituações fundamentais e no campo metodológico, a etnografia. A relação entre as duas áreas do
conhecimento humano recupera, sobretudo, a história e o protagonismo dos povos indígenas, anteriormente silencia-
dos nos documentos escritos oficiais. Essa interface apresenta-se como uma tentativa de inserção da história indigena
no contexto da história da sociedade nacional.
528
67. Patrimônio, Cultura e Identidade ~
Mara Rúbia Sant'Anna (UDESC), Maria Cristina Volpi Nacif (UFRJ), Silvia Helena Zanirato ®
(UEM) e Sandra de Cássia Pelegrini (UEM)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
529
portadores e o contexto social e cultural nos quais estes se encontram, pois disso depende a transmissão desse saber.
Nesse ponto se encontra a dificuldade maior para a definição de normas legais para a proteção dos conhecimentos
das populações tradicionais.
530
Canedo(GO). Tem-se como delimitação do objeto de estudo uma festa de Reis que aconteça há mais de 40 anos na ~67
cidade citada, mas que vêm no decorrer da ultima década sofrendo algumas mudanças e deslocamentos, que \!!..!J
fazem com esta festividade esteja passando por significativas mudanças? Dai a pesquisa problematizando esta
realidade, questiona: até que ponto essas mudanças (deslocamentos) estão de fato interferindo nesta manifesta-
ção e na sua identidade cultuai? Que motivos estão levando a estas alterações? Que alterações podem ser senti-
dos/experimentadas?
Na pequena localidade de Santo Amaro, no centro da vila está a imponente igreja inaugurada em 1787, a qual faz parte -g
do maior conjunto arquitetônico luso-açoriano tombado pelo IPHAN no RS, cujo nome do padroeiro batiza a comunidade. ~
Venâncio Aires já pertenceu ao antigo município de Santo Amaro e assumiu a luta para restaurar a referida igreja, -ê5
aprovando projeto junto ao MINe/ Mecenato. Com isso, a execução teve três frentes de trabalho: arquitetônica, arque-
ológica e histórica. Na parte histórica, constatou-se que a evolução dessa comunidade se confunde com o povoamento e
do RS a partir de 1752. Em 1814, surge a Irmandade do Santíssimo Sacramento de Santo Amaro que promove a fé (o ~
sagrado) e as festividades (o profano), sendo uma tradição repleta de ritos e significados. Por isso, objetiva-se estudar '-'
e inventariar o patrimônio imaterial dos festejos, juntamente com seu povo, sua história, suas procissões, entre outros, .~
pois se percebe que as manifestações simbólicas misturam aspectos míticos com identidade cultural. Com isso, pre- 'E
tende-se apresentar um exemplo da cultura popular, onde existam as reflexões sobre o processo e as produções .~
dessa imaterialidade, sendo assim pauta para um trabalho educativo que irá aproximar as pessoas de seu patrimônio, n...
tanto material como imaterial.
531
que ocupa no conjunto da produção, pela criação de um novo estilo e por afirmar uma identidade nacional. A represen-
tação dos usos, costumes e saberes tradicionais é interessante também por revelar sintonia com órgãos governamen-
tais relacionados ao patrimônio.
532
Maria Claudia Bonadio - Centro Universitário SENAC ~
O Brasil na ponta do lápis: Alceu Penna, moda e modernidade
Alceu Penna (1915-1980) é conhecido como criador da seção 'As Garotas', veiculada semanalmente pela revista O
®
Cruzeiro entre 1938 e 1964. Entretanto sua atuação nesse e em outros periódicos editados pelos Diários Associados
estendia-se também á criação de capas, ilustrações para contos, quadrinhos e em especial na elaboração de seções
de moda. Neste estudo pretendo recuperar a importância de seu trabalho através da análise dos figurinos, textos e
layouts criados por ele para a seção de moda das revistas O Cruzeiro e A Cigarra. Observarei como, ao apresentar as
últimas novidades da moda internacional em fusão com signos de brasilidade e dedicar um espaço privilegiado para os
figurinos de Carnaval e Festa Junina, o ilustrador mostra preocupação com o fortalecimento de uma identidade cultural '"
nacional e com a construção da imagem de 'Brasil moderno'. Inicialmente pretende-se estudar as imagens produzidas -g
e veiculadas entre 1938 e 1959, período em que sua colaboração com as seções de moda é mais assídua. A produção :g
editorial de moda no país era, então, incipiente, e os figurinos desenhados por Alceu Penna (reproduzidos em cores e ~
::s?
veiculados em periódicos de grande tiragem e circulação nacional) se constituíam no principal veículo de divulgação '"
da cultura visual de moda no país.
533
Sueli Maria Vanzuita Petry FURG
Na trama do cotidiano: a indumentária oitocentista de Blumenau·SC
A pesquisa pretende investigar mudanças e adaptações ocorridas na indumentária de Blumenau (1850 -1900) em
suas relações com o corpo, espaço social, familiar e cultural. A proposta procura analisar o quanto a indumentária
interfere e interage no comportamento dos homens, mulheres e crianças. Na construção desta trama a indumentária é
estudada enquanto componente do processo colonizador.. Os aportes teóricos que fundamentam a pesquisa perpas-
sam pela história do cotidiano e história da vida privada. E nesta esfera que as fronteiras entre o público e o privado
desaparecem ou se modificam refletindo-se também na indumentária. A metodologia utilizada envolve um levantamen-
to bibliográfico e documental do período. Além da investigação iconográfica enfatizam-se os acervos particulares
detentores de materiais voltados á indumentária. A pesquisa perpassa pelo registro das vivências do cotidiano da
cidade. O vestuário por sua vez, ganhou o seu lugar na história das conquistas individuais e sociais, nos múltiplos
procedimentos de controle do corpo, até o reconhecimento pelo grupo familiar e local.
534
historiadores que não almejam alcançar a verdade tradicional podem estabelecer relações entre a verdade aparente e ~67
a moda. A aparência implica também uma idéia estética, de belo, ou de socialmente aceito. Seria a moda um fenômeno I.!!.V
estético? Existem, porém, diversos conceitos de estética, dependendo de qual for considerado a moda terá seu lugar
garantido. É inegável que o vestir acompanha as transformações de uma época. Essas podem ser culturais, como
novos movimentos artisticos, um estilo musical, um gosto literário. A sociedade molda o traje conforme seus anseios,
seus desejos, suas necessidades. A moda formaria a idéia do parecer para ser. Através dela as pessoas constroem
uma imagem para si e para os outros. O estilo de vestir une grupos e contrapõe outros, mas acima de tudo marca a
individualidade dos sujeitos.
Liliane Edira Ferreira Carvalho· Universidade do Sul de Santa Catarina e Suzana Ferrnina Pereira ~
A grife e o capital simbólico: o poder de consagrar em Gesoni Pawlick ~
Uma grife, geralmente articulada em torno do nome de um costureiro, reúne em seu meio um prestígio carregado dos ~
sentidos que foram construídos social e culturalmente ao longo de seu funcionamento. Quem é seu criador? Qual a Q)
história do criador? E da grife? Quem usa essa grife? Qual a opinião da mídia sobre essa grife. As respostas a essas co
questões permeiam o universo de sentidos que é criado, caracterizando o reconhecimento da autoridade de uma grife ~
ou de um costureiro e seu poder de consagrar, balizando o que Bourdieu chama de 'capital de prestígio". Portanto, este c....>
trabalho busca constatar a importância dos elementos que são utilizados no processo de conferir prestígio á grife .~
Gesoni Pawlick no campo de produção de moda em Santa Catarina, trazendo à tona a experiência profissional e de <E
vida de um dos nomes do mercado de luxo no Brasil. Os elementos que compõe sua história pessoal e profissional, .~
permitem a análise da constituição da autoridade de uma grife, ou seja, os diferenciais que levam ao sucesso financei· CL
ro e ao reconhecimento social numa indústria altamente competitiva.
535
culturais no sentido de fixar e fruir as manifestações culturais brasileiras na cidade de São Paulo. Nas estruturas do
Departamento de Cultura, Mário de Andrade cria uma Discoteca Pública Municipal e encarrega de sua função a etno-
musicóloga Oneyda Alvarenga, pupila do chefe do Departamento. A Discoteca Pública Municipal tem como objetivo
democratizar o acesso á discos, um bem cultural caro, através de consultas públicas e registrar manisfestações cultu-
rais brasileiras em matrizes de acetato, disponibilizadas ao público e à especialistas encarregados de estudar essas
manifestações musicais e propor um novo formato para a música brasileira, alicerçado nas suas características mais
genealógicas.
A mais importante reaização ligada à Discoteca, foi sem dúvida a Missão de Pesquisas Folclóricas, que em expedição
ao Norte e Nordeste do país, em 1938, recolheu e registrou fragmentos de toda a sorte da cultura musical popular
brasileira.
Mariana Corção
Memória Gustativa e Identidades: de Proust à Cozinha Contemporânea
Odesenvolvimento da industria alimentícia ao longo do século XX fez com que crescesse a padronização dos sabores
dos alimentos. Nesse sentido, a peculiaridade e a historicidade de culinárias tradicionais se tornam significativas
fontes de rememoração, pois conservam elementos do passado vivos em meio à sociedade contemporânea e; conco-
mitantemente, dá conteúdo concreto a memória social, o que as fazem fontes significativas nos estudos de História da
Alimentação. A importância dos estudos das memórias sociais e coletivas no período contemporâneo está comumente
suportada na qualidade de fatores primordiais para a constituição de identidades. A proposta do presente texto é aliar
considerações a respeito desses conceitos: memória, recortada no âmbito gustativo, e identidade, termo em constante
revisão, a fim de prestar como elemento inicial de discussão para o entendimento do conceito de memória gustativa
dentro dos estudos de História da Alimentação.
536
maneira, a demonstração do sucesso estava relacionada ao tempo livre, ao lazer e ao luxo, visíveis na figura da ~
esposa como uma insignia desses sinais de fortuna. Havia um frenesi alimentado por intensas atividades de visitas,
almoços, jantares, festas, férias em hotéis, ações beneficentes, e outras tantas atividades públicas que creditavam aos
®
homens de prestígio a confirmação de sua boa performance na sociedade. Os homens e seu sistema de dominação
em relação ás mulheres suscitam muitas discussões que dificilmente são abordadas numa problemática de gênero.
Perceber as relações que ligam os homens, suas representações e práticas, seus valores identitários, sociais, políti-
cos, éticos ao controverso tema do vestir, tornados aparentes na moda, são questões recentes que possibilitam uma
análise das relações sociais de sexo sobre o sentido da masculinidade, suas linguagens e formas da dominação
Ana Beatriz Simon Factum - UNEB e Maria Cecília Loschiavo dos Santos
Jóia Escrava Baiana: Questões de gênero e raça na história do design no Brasil
A Joalheria 'escrava' baiana produzida nos séculos XVIII/XIX eram artefatos projetados para o uso específico das
mulheres negras ou mestiças, na condição de escravas, alforriadas ou libertas. Este artigo considera as particularida-
des de gênero e de raça com o propósito de revelar como as relações de poder se manifestam no mundo material, ou
seja, para compreender o fenõmeno joalheria 'escrava' se impõe o estudo do contexto social em todos os seus aspec-
tos. O objetivo é revelar como os objetos de adorno foram utilizados para estabelecer diferenças de gênero e raça na
historia do design no Brasil, no sentido de provocar uma reflexão sobre as atuais práticas de projeto que costumam
perpetuar os objetos como simbolo de desigualdade entre os sexos e os povos. Produzindo material bibliográfico para
o desenvolvimento da pesquisa em história do design no Brasil, através de uma revisão da historiografia de caráter
androcêntrico e etnocêntrico, que costuma não considerar as contribuições das mulheres afrodescendentes. Como
estrutura metodológica emprega-se á teoria de Michel Foucault, que ainda é uma das mais valiosas fontes usadas
para desvelar relações de poder que atuam sobre o corpo, e como os efeitos do poder são distribuídos através dos
mais finos canais e artefatos materiais.
537
ções em História da Educação) e no Curso de Mestrado em Educação, na linha de História da Educação, sob a
orientação do Professor Doutor Elomar Tambara, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas.
Neste trabalho, contemplo especificidades da lingua alemã, presente no curriculo do Collegio Allemão de Pelotas,
através da análise dos Relatórios Escolares dos anos de 1913 e 1923, tecendo aproximações e diferenciações entre
os dois periodos históricos. O Collegio Allemão de Pelotas, teve suas bases lançadas no final do século XIX, a partir de
uma associação escolar e religiosa de imigrantes alemães, em sua maioria luteranos, comerciantes e industriais,
radicados nesta cidade. A educação escolar, na zona rural, tem sido privilegiada com estudos de Kolling (1999) sobre
escolas pomeranas em Pelotas. E, em nivel de estado, Kreutz (1991) e Rambo (1994) abrangem a questão escolar
teuto-brasileira católica. Meyer (2000) enfoca a vertente evangélica. No entanto, em relação à educação urbana,
especificamente em Pelotas, não há registro de pesquisa até o momento.
538
sidentes. Problemática essa que, entre outras províncias, também se observa em Pernambuco, com forte expressão
na imprensa local. No presente trabalho analisa-se o pensamento manifesto no jornal O Conciliador Nacional, publica-
do no Recife entre julho de 1822 e outubro de 1823, período em que avultaram temas fundamentais para a construção
do estado no Brasil independente. Nesse contexto, o Conciliador defendeu posicionamentos diferenciados dos então
hegemônicos na Província.
539
Vera Lucia Nagib Bittencourt - USP
José da Silva Lisboa e o "Fico": na luta política, a "Reclamação do Brasil".
Em 9 de janeiro de 1822, no mesmo dia em que foi encaminhada 'Representação do Senado da Câmara do Rio de
Janeiro" ao Príncipe D. Pedro solicitando sua permanência no Brasil, entrou em circulação, na Corte, publicação
assinada por 'Fiel à Nação", pseudônimo de José da Silva Lisboa. Mais catorze partes semanais, sempre sustentando
os interesses do Rio de Janeiro enquanto capital do Reino do Brasil, no seio da nação portuguesa, foram editadas, até
23 de maio do mesmo ano. Nesta data, outra questão agitava o Rio de Janeiro - a convocação de uma Assembléia
Geral Constituinte no Brasil. Lisboa, em 'Reclamação", parte XIV, condenou as iniciativas neste sentido.No entanto,
entre 19 e 23 de julho do mesmo ano, achou necessário sair a público para se defender de acusações de venalidade
política, através do 'Memorial Apologético das Reclamações do Brasil". Estes debates na imprensa contribuem para
problematizar projetos políticos em confronto, quanto às iniciativas a serem tomadas a partir do Rio de Janeiro e em
torno de D. Pedro.
540
que a historiografia contempla os ávidos leitores com estudos renovados. Em sua maioria, alentados com uma riqueza
de fontes que possibilita novas indagações, formas de análise e, muitas vezes, o impensado. Ao mesmo tempo, a
História Política, de acordo com a Nova História, foi acusada de episódica e centrada no jogo de poder entre grandes
homens ou países. Além disso, o estudo das questões políticas ganhou outras adjudicações, tais como: psicologizan-
te, subjetiva e frívola. Nos últimos anos, a História Política ganhou um novo significado. Nesses termos, o objetivo do
trabalho é analisar em que medida as imagens, as crônicas, os editoriais dos jornais apreendem a figura de Floriano
Peixoto, as vicissitudes e as imbricações que as suas ações tomaram no correr daqueles anos iniciais do regime
republicano. Assim, retirar a névoa e as polêmicas que nos incitam áquela época, e refletir sobre a política e os seus
homens num momento cheio de incertezas e decepções tal como ora atravessamos.
541
Hernán Eufemio Gómez - PPGAS/UFRJ
Consagração da imprensa maciça e transformação dos significados sociais da opinião pública. O caso da
charge d'O Malho (Rio de Janeiro, setembro de 1910)
Baseando-se em perspectivas que analisam historicamente a gênese e os usos de categorias sociais, este trabalho
pretende discutir as implicações do fenômeno do surgimento da imprensa maciça na mudança dos significados da
opinião pública. O foco é colocado na análise de um evento que comoveu os mundos político e jornalístico no Rio de
Janeiro em setembro de 1910, quando uma charge do semanário humorístico O Malho, a qual satirizava o presidente
da Cãmara dos Deputados, provocou uma série de atos de desagravo, matérias jornalísticas, discursos parlamentares
e um aumento nas vendas da publicação. Através de uma cronologia do evento, da descrição das suas manifestações
e dos seus contextos, assim como das próprias interpretações dos acontecimentos que efetuaram os atores Uomalis-
tas ou políticos), podem-se observar diversos elementos que estes perceberam estar em jogo: a honra do presidente,
a integridade das sessões parlamentares, a independência jornalística, o respeito á opinião pública. Num processo de
crescente autonomização da imprensa (em relação ao espaço político), a defesa da opinião pública foi um dos argu-
mentos pelos quais os jomalistas legitimaram um lugar relevante naquele mundo social.
542
convencimento do eleitorado através de estratégias de propaganda politica que começavam a ser utilizadas, bem
como a organização/reorganização da justiça eleitoral.
543
I 19/07 - Quinta-feira - Tarde (14h às 16h30mmQ
544
cultural que se posicionava contra a ditadura de Pinochet e todas os governos latino-americanos da mesma natureza,
foi publicada na França, depois na Espanha. Na seção Capítulos de la cultura chilena, organizada por Luiz Bocaz -
professor de literatura latino-americana na universidade de Concepción até o momento do golpe - foram discutidos os
temas pintura, a música, a universidade, as ciencias sociais, o cinema, o teatro e a pesquisa científica. Esta seção era
composta por entrevistas e artigos de intelectuais das áreas em questão. A importância desta seção consiste em tentar
traçar um panorama do desenvolvimento da cultura chilena até o momento do golpe, preparar um instrumento de
reflexão sobre esta cultura e tecer e divulgar estratégias de resistência destas manifestações culturais durante a
ditadura pinochista.
545
interpostos à abertura dos arquivos da repressão. Parto da hipótese de que os meios de comunicação se tornaram os
principais formuladores da história oficial constituindo-se, assim, em articuladores da estratégia do esquecimento em
relação à memória instituinte .. Neste caso, o que tem prevalecido é que as noticias sobre o tema en questão engen-
dram mais esquecimento e conciliação do que propriamente memória e indignação: são tratadas quase exclusivamen-
te como entretenimento.
546
Essas entrevistas foram realizadas com redatores e ex-redatores do jornal, diretores e ex-diretores, resultando numa
reconstituição substanciosa da experiência dos que dela participaram,
jomais MOVIMENTO e EM TEMPO, vale dizer, aquela parte da imprensa alternativa que segundo Bernardo Kucinski Ci.
'"
E
tornou-se sucedânea de organizações políticas clássicas e, dentro destes jornais, centrarmos nossas análises naque-
~
las seções identificadas como sendo o espaço de expressão de militantes clandestinos e, portanto, de organizações ~E
político partidárias (KUCINSKI, 1991), ~
547
69. População, família e migração: os desafios da multidisciplinaridade
Ana Silvia Volpi Scott (UNISINOS) e Carlos de Almeida Prado Bacellar (USP)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h)
548
em consequência do desenvolvimento de atividades econômicas voltadas para a exportação em São Paulo, Rio de
Janeiro e, posteriormente, em Minas Gerais com o desenvolvimento da cultura do café. No entanto, Minas Gerais
caracterizou-se desde a primeira metade do século XIX, pelo desenvolvimento de atividades econômicas diversifica-
das, voltadas em grande parte para o abastecimento dos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo.
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17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
549
possibilitar o resgate, análise e quantificação de perfis coletivos ou de trajetórias individuais. O uso dos recursos da
informática continua sendo um desafio na medida das multiplicidades de acervos e demandas. Um olhar multidiscipli-
nar, envolvendo sociólogos, historiadores e profissionais de informática foi fundamental para a consolidação da pro-
posta de informatização documental.
550
Sinara Santos Robin - UFRGS/UNISINOS
Escritos de pesquisa: entre as alteridades e as urgências no estudo de populações tradicionais
O trabalho expõe os escritos de pesquisa dom os pescadores açorianos do PNLP -RS. Aborda questões sobre heran-
ças, hereditariedades, territorialidadese identidades bem como discute as alteridades necessárias de serem estabele-
cidas na elaboração de estudo com populações tradicionais, no caso, pescadores açorianos. Aborda também as exi-
gências que o tema faz disciplina história.
551
José Luiz de Castro - UNESP-Franca
Familía e Concubianto na Capitania de Goiás(1753-1808)
O objetivo da nossa comunicação é analisar as várias configurações de família que caracterizaram o processo de
ocupação territorial de Goiás. A igreja católica, por meio do bispado do Rio de Janeiro, tentou difunfir a família monogâ-
mica na tentativa de colocar em prática os ideiais do Concílio de Trento. Mas algumas fontes documentais, como os
registros de batismos, casamentos, Rol dos Culpados e Registro de Denúncia nos apontam que o concubinato foi uma
das caracteristicas marcantes da vida em familia desta região mineradora. A chegada de imigrantes de algumas regi-
ões do Brasil, Porgugal e da África interferiu profundamente no processo de reprodução biológica, social e ética da
sociedade de Goiás. Pode-se mapear a geografia do concubianto, seguindo o nitido rastro da ilegitimidade nas atas de
batiismo de Vila Boa e nas acusações de mancebia registrados nos tribunais eclesiático. Por outro lado, o livro de
Registro de Denúncia nos permite conhecer o perfil e a prática moral destes emigrantes. Além disso, esta documenta-
ção nos pemite conhecer alguns aspectos do cotidiano da vida em família na antiga Vila Boa onde ciúmes, 'bulhas',
tiros de espingarda em padre, prática de usura, aborto, incesto e filhos sacrilegos fizeram parte da vivência familiar na
Capitania de Goiás.
552
Gian Carlo de Melo Silva - UFRPE
Famílias, Casamentos e Mestiçagens no Recife Colonial
Opresente estudo é parte de uma pesquisa maior em que buscamos entender o processo de mestiçagem em que vivia
a sociedade recifense no final do século XVIII, por meio da formação de famílias legitimadas e originadas no 'santissi-
mo sacramento do matrimônio'. Utilizando como fonte assentos de casamento encontrados na Igreja Matriz do Santis-
simo Sacramento de Santo Antônio do Recife, observamos uma variedade enorme de pessoas das mais diversas
localidades, dentro dessa pluralidade colorações somáticas de origens, portugueses, africanos e brasileiros. Afregue-
sia se revela emblemática na compreensão de uma coletividade, que encontra-se residindo na fronteira entre o porto e
o acesso para o interior da capitania congregando nesse cotidiano, diversas misturas étnicas e culturais. A falta de
estudos e pesquisas que abordem como se processa a mestiçagem em Pernambuco colonial e no Brasil de modo
geral, nos mostra a necessidade de uma abordagem histórica do processo que tem início desde a colonização no
século XVI. Assim, é através da família, da sua origem no casamento que tentamos encontrar respostas, pistas e sinais
que nos revelem um pouco de uma sociedade mestiça que se mistura e forma o brasileiro desde os primórdios da
colonização.
553
trativa da composição da famílía escrava, o atual estágio da pesquisa indica que cerca de 30% dos 6800 inocentes
batizados eram filhos legitimos. Encontramos, ainda, forte indicativo de alrgamento das relações sociais entre adultos,
visto que, entre as possíveis combinações de condição social dos casais padrinhos, aqueles onde, ambos são escra-
vos, ocorreu em cerca de metade dos casos, demonstrando uma clara preferência dos escravos da região por estabe-
lecer relações de compadrio com outros escravos.
554
por mães e sua prole, conta com a instabilidade e transitoriedade da presença do cônjuge-pai. A complexidade e as ~
possibilidades de informação destas fontes permitem revelar a estrutura familiar da população ilegítima e exposta e as
redes solidárias formadas através das relações de compadrio.
®
555
tões da capitania, a organização das tropas militares coloniais cearenses mostrava-se como palco privilegiado de
negociação entre os interesses metropolitanos e os potentados locais capaz de revelar as práticas da sua governança
e os limites de sua governabilidade e, mais que isso, a própria estruturação do poder na sociedade pecuária colonial.
556
Helidacy Maria Muniz Corrêa - UFF ~
Diálogos historiográficos e presença missionária no Maranhão e Grão-Pará: discursos e documentos
A ação missionária no Maranhão Colonial contou com a presença de capuchos, inacianos, carmelitas, franciscanos,
®
mercedários, além do clero regular. Clero secular e clero regular ocuparam e disputaram espaços de poder - religioso,
político, econômico e cultural- na expansão de suas práticas missionárias e colonizadoras, na região norte da América
Portuguesa. Os missionários costumavam escrever á Coroa Portuguesa denunciando as atitudes dos colonos em
relação aos religiosos ou aos índios. Os colonos, por sua vez, escreviam denunciando os abusos de poder dos missi-
onários, sobretudo, os jesuítas. Além disso, havia as correspondências de religiosos denunciando outros religiosos,
especialmente jesuítas. Entretanto, o discurso historiográfico maranhense silenciou esse ambiente de intrigas que
predominou no Maranhão Seiscentista. Este estudo está inserido na perspectiva analítica discursiva visando refletir
sobre os jogos de poder entre essas esferas - religiosa e política - por meio das correspondências entre o Senado da
Câmara de São Luís e a metrópole portuguesa reinscrevendo, desse modo, o debate historiográfico acerca da ação
missionária no Maranhão.
557
Rodrigo Bentes Monteiro - UFF
Raizes de um privilégio: história da coleção Barbosa Machado
A comunicação visa informar ao público sobre as etapas vividas desde a montagem da coleção por Diogo Barbosa
Machado (1682-1772), sua doação á Real Biblioteca, sua vinda para o Brasil e sua história na Biblioteca Nacional,
passando pela intervenção de bibliotecários, até a pesquisa atual. Pretende-se ressaltar a memória construida sobre a
monarquia portuguesa e seus posteriores significados para os estudiosos que se debruçaram sobre este vasto conjun-
to documental.
558
século XIX, a repetição exaustiva de princípios e valores caracteristicos de instituições criadas ainda no século XVII, ~70
em Portugal, como a Mesa de Consciência e Ordens. Externamente, nas comemorações católicas, os cerimoniais, a ~
etiqueta, os gestos, a disputa pela precedência tinham um significado social de primordial valor por representarem -
nas solenidades públicas principalmente - a reconstituição hierárquica ideal da sociedade palaciana. Assim, parece
fundamental que, para compreender-se tanto o fenômeno do associativismo religioso da sociedade oitocentista, como
para elucidar-se a lógica que o regia, faz-se necessário traçar a ligação entre a devoção católica e a conquista de
algum privilégio, nos seus mais variados graus.
559
71. Relações Internacionais: História e Historiografia
Helder Volmar Gordim da Silveira (PUCRS) e Ana Luiza Setti Reckziegel (UPF)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
Jacqueline Angélica Hernández Haffner - ULBRA
Desenvolvimento econômico na América Latina: uma análise sob a perspectiva histórica
O período posterior á segunda guerra mundial caracteriza-se por uma conjuntura complexa, cuja especificidade e
riqueza exige uma análise profunda e detalhada. Foram anos significativos em que se despertou para necessidade de
um amplo debate sobre as questões relacionadas, principalmente, á política econômica dos países em desenvolvi-
mento. A grande discussão mundial da época apontava para os efeitos negativos que produzia o livre comércio nos
países periféricos. Este ataque ás economias primárias ou desenvolvidas - já que elas comandavam este processo -,
supunha um posicionamento por parte dos governos dos países em desenvolvimento, em particular sobre planejamen-
to e o protecionismo, que eram vistos como meios de se alcançar a industrialização rápida e eficiente e, conseqüente-
mente, de se alterar o curso da história da forma como vinha acontecendo. Isto significava modificar as estruturas
dominantes a fim de diminuir a dependência externa destes países via industrialização, o que se constituía no grande
argumento preconizado pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) para atingir o desenvolvi-
mento.
560
Domingos Savio da Cunha Garcia - UEMAT
A Era dos Impérios e as fronteiras sul-americanas: considerações sobre as dicotomias entre o resultado e o
processo
Este trabalho desenvolve uma discussão sobre o domínio que alguns Estados sul-americanos exerciam sobre o seu
território durante a Era dos Impérios (Hobsbawm), dialogando com as interpretações de diferentes autores, de diferen-
tes correntes historiográficas, acerca desse domínio. Procura chamar atenção para o anacronísmo que permeía a
historiografia em geral que discute a geopolítica internacional desse período, quando trata do domínio territorial exer-
cido por diferentes Estados da América Latina e em especial da América do Sul. Para essa historiografia, o territórío
dos diferentes Estados sul-americanos não sofreu nenhuma investida colonialista nesse período, tendo passado
i.ncólume ao processo que atingiu e marcou de forma indelével outras regiões do mundo, em particular a África e a
Asia. O trabalho desenvolve uma discussão sobre o erro que é confundir o resultado do processo pelo próprio
processo, quando se trata de discutir e interpretar a afirmação dos Estados sul-americanos sobre seus territórios
nesse período. Com esse método anacrônico, toda a riqueza do processo é apagada pelo resultado, como se este
tivesse dado e não fosse produto de uma teía de acontecimentos, da ação dos homens, cujo resultado não estava
determinado de antemão.
561
soberania do Estado nacional ante as tendências relacionadas com o exercício da cidadania em novos espaços comu-
nitários.
562
Lídia Nunes Cunha - UESB
A educação entre o nacionalismo e o internacionalismo: considerações histórico-conceituais
Este estudo tem por meta estabelecer parâmetros, ainda que preliminares, a respeito de considerações histórico-
conceituais que demarcam o lugar da educação no plano das relações internacionais, especialmente a partir dos
espaços que foi ocupando no desenrolar da organização dos estados nacionais modernos. Nosso pano de fundo será
o Brasil durante os anos iniciais do século XX tentando compreender a relação que se desenhava de um lugar para a
educação no campo da política externa brasileira. As considerações histórico-conceituais estarão limitadas aos con-
ceitos de nação e internacionalismo pensados a partir da concepção de educação como instrumento que viabilizaria o
fortalecimento de uma identidade nacional.
563
18/07 - Quarta-feira - Tarde (14h ás 18h)
564
políticas e sociais que ergueram a voz contra o regime militar, trazendo novas demandas para ação estatal. A crise
econômica, não obstante, agravou a insatisfação popular com o regime militar. Assim, o Itamaraty viu-se obrigado a
enfrentar na arena externa uma série de questões e desafios que envolviam diretamente os interesses nacionais.
Enquanto, concomitantemente, buscava incorporar as demandas dos novos atores da política nacional para legitimar
as ações diplomáticas. O atual artigo apresenta as linhas gerais da condução das relações exteriores brasileiras
durante o governo Figueiredo, demonstrando como o Brasil enfrentou os desafios postos por uma conjuntura comple-
xa, e, muitas vezes, adversa.
Magali Romero Sá & André Felipe Cândido da Silva - Casa de Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Por entre as páginas do imperialismo germânico na América Latina: a Revista Médica de Hamburgo e a Revista
Médica Germano-Ibero-Americana (1920-1933)
A Revista Médica de Hamburgo (RMH) foi criada em 1920 por Bernhard Nocht e Ludolph Brauer - respectivamente
diretor do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo e do Hospital Eppendorf, e teve como objetivo divulgar a ciência
alemã entre os meios cientificos da Espanha e América Latina. A Revista fez parte de um movimento mais amplo de
aproximação da Alemanha com os paises latino-americanos no contexto do póslluerra, em que os cientistas alemães
procuraram compensar a perda das colônias africanas advinda com o Tratado de Versalhes (1919) e recuperar o
prestigio da ciência alemã no cenário internacional. De periodicidade mensal, a RMH circulou até outubro de 1928,
quando fundiu-se com a revista La Medicina Germano-Hispano-Americana, dando origem à Revista Médica Germano-
Ibero-Americana, que perdurou até 1938. O presente trabalho explora o perfil de ambas as revistas, de modo a com-
preender como a política internacional alemã valeu-se da ciência médica não só para concretizar os interesses das
instituições e do Estado germânicos, como também os das grandes indústrias farmacêuticas. A análise dos atores
associados às revistas permite ainda mapear a rede de personagens e instituições latino-americanos que deu susten- ~
0i"
táculo a este movimento engendrado pela política externa alemã.
jg
Caren Santos da Silveira - PUCRS l3,
O contexto internacional dos anos 80 do século XX através de Veja como elemento da construção discursiva .~
de um modelo democrático-liberal de redemocratização para o Brasil .~
A redemocratização do país foi tema recorrente na grande imprensa brasileira ao longo dos anos 80 do século XX. =;
Observou-se, portanto, que através desse segmento foi constituido sob o ponto de vista político e ideológico, um <'O
modelo de democracia a ser seguido. A partir do presente trabalho, objetiva-se analisar como esse modelo democráti- ]
co-liberal foi constituído no plano discursivo, tendo como ponto de partida visões acerca do contexto internacional da ~
época. Para isso, foram tomadas como fontes de análise matérias produzidas na Revista Veja (representante modelar c,;
da grande imprensa no Brasil) datadas de 1982 a 1987 referentes aos processos de abertura ocorridos na Argentina, .~
URSS e China. Mediante esse procedimento metodológico foi possível definir os elementos teóricCH:onceituais funda- .~
mentais que constituíram o que foi aqui referido como o modelo democrático-liberal apresentado como alternativa de ~
redemocratização para o país. E:
'"
Q)
565
René Girault, Robert Frank e Jacques Thobie estudou-se o papel dos meios de comunicação na mobilização dos
espíritos durante a Segunda Guerra Mundial, como explicado na obra 'La lois des géants 1941-1964". Concluiu-se que
o papel oferecido á informação na Escola Francesa das Relações Internacionais é relevante, podendo ser até mesmo
considerado como uma das forças profundas que ajudam a compreender a vida internacional, pelo menos em parte de
sua totalidade.
566
nova aproximação das relações Brasil-África, impulsionado pelo neodesenvolvimentismo e pela redefinição da identi-
dade diplomática.
567
mento industrial brasileiro e para atenuar a hegemonia norte-americana no Brasil, durante a guerra fria. Em outra
perspectiva, este trabalho analisa as dificuldades dos agentes diplomáticos brasileiros em tirar proveito destas rela-
ções para dinamizar o desenvolvimento econômico do Brasil. Mostra como as negociações dos representantes do
capital privado alemão alcançaram demandas significativas para impulsionar o modelo de desenvolvimento industrial
brasileiro. Baseado em fontes extraidas de arquivos no Brasil e na Alemanha podemos averiguar que parte dos inves-
timentos privados alemães fluiu para o Brasil após algumas mudanças no cenário externo - o processo de reconstru-
ção do parque industrial da Alemanha Ocidental a partir de 1956 e a expansão dos investimentos multinacionais no
bloco ocidental. A adoção de incentivos fiscais no Brasil para as indústrias estrangeiras também contribuiu para atrair
as empresas estrangeiras, inclusive ás alemãs. Entretanto, a exportação de capitais advindos da RFA permaneceu
acanhada em comparação com a originada dos EUA.
568
Eisa Gonçalves Avancini - Centro Universitário La Salle, Canoas/RS
Identidade e tradição na prática dos cultos de origem afro-brasileira em Canoas/RS
As estratégias de definição identitária em grupos de religião de origem afrodescendente em Canoas IRS. A partir de
estudo histórico e etnográfico ainda em andamento, observaram-se jogos de distinção entre grupos religiosos locais,
suas práticas legitimadoras no campo religioso e as suas disputas pela hegemonia no espaço do sagrado local. A
definição das identidades dos grupos religiosos em questão se dá através de tensões recorrentes e jogos interativos
em que a auto-identidade se constrói diretamente na relação com o outro. O 'batuque' nas práticas de Umbanda e de
Nação aparece como expressão atribuida externa, de caráter muitas vezes pejorativo, mas assumida por lideres
religiosos dos dois grupos com outros significados associados, ora como modelo de festa relacionada ao elemento
musical dos cultos, ora como modelo de manifestação religiosa de matriz africana. O conceito de tradição buscado nos
cultos caboclos ou africanos aparece como estratégia legitimadora das práticas dos grupos, conferindo-lhes um 'status
de integridade' e garantia de sua preservação. Essas tradições fornecem aos participantes dos cultos modelos opera-
dos através de história míticas, ou reais, reinventadas, ressemantizadas e ressimbolizadas no campo da disputa por
hegemonia social.
569
Oenísia Martins Borba - UFMG
Fragmentos da nação Yorubá no Brasil
Este trabalho tem como principal objetivo discutir a presença da cultura Yorubá na formação do estado nacional brasi-
leiro, bem como as semelhanças e diferenças dessa cultura vivenciada no continente africano. As práticas religiosas,
herdadas das senzalas brasileiras têm ao longo do tempo se voltado para o continente africano buscando 'uma (re)
africanização'. A cultura afro-brasileira é uma das que mais se destacam no cenário religioso brasileiro. A música e a
dança dos descendentes africanos são exemplos vivos do que é o patrimônio cultural do continente negro amadureci-
do ao longo do milênio. Uma história antiga e valiosa pode ser contada através da música, da dança, do teatro, das
artes visuais, da indumentária, da culinária e das tradições. A produção de conhecimento acerca das tradições Yorubá
deve deixar de lado as vaidades inerentes ao ser humano e que sucumbiu vários personagens importantes de nossa
história. Situações comuns no seio das casas de Candomblé brasileiras como iniciação em terras africanas, iniciação
ao culto de Ifá, titulos honorificos concedidos a personalidades afro-brasileiras sem qualquer conhecimento real de
nossas instituições, devem ser analisadas com critérios mais rigorosos.
570
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h ás 18h)
571
tar, através de sua atuação tida como missionária, importantes espaços de poder e uma identidade católica no meio
social que atuou.
572
pessoas vindas de diversas regiões. 'Irmãos Canozzi', Menina Salete, Menina Ivone, Frei Silvério e com destaque o
túmulo de Sebinca Christo, cigana, morta em 1965, passou a operar milagres. Estes lugares sacralizados pelo povo,
levantam a tese dos milagreiros de cemitério, que sem um templo de devoção oficial, o povo encontra nestes lugares
seus espaços de demonstrar sua religiosidade. Nestas terras dos coronéis e de uma politica intensa da Igreja Católica
por meio dos franciscanos em desqualificar estas devoções, o cemitério e seus túmulos de milagreiros pervertem esta
ordem e fazem destes locais um abrigo seguro para demonstrar sua religiosidade e por conseqüência seus agradeci-
mentos pelos pedidos atendidos. No túmulo de Sebinca, além de poucas velas, muitos cigarros, baralhos, perfumes,
brincos, colares, bebidas e batons (onde os devotos escrevem com eles seus pedidos no túmulo). A cigana Sebinca
que sofria os mesmos preconceitos que ainda sofrem os ciganos, hoje opera milagres e possui respeito da sociedade
onde está enterrada.
c:::
Silveli Maria de Toledo Russo .. USP ~
Celebrações domésticas: oratórios constituídos em altares de missa na São Paulo setecentista ~
O trabalho que pretendo apresentar insere-se numa pesquisa de âmbito maior, que caracteriza um conjunto de infor- iil
mações de valor histórico, artístico e religioso sobre oratórios produzidos no Brasil nos séculos XVIII e XIX, e que hoje ~
compõem acervos oficiais do estado de São Paulo. Para esta comunicação, não obstante às considerações sobre asª,
especificidades arquitetõnicas e artísticas dessa produção, tenho por objetivo ater-me ao dinamismo inerente a trajetó- ~
ria desses objetos como pólo de orientação para a liturgia católica doméstica, no Bispado de São Paulo no século ",'
XVIII. Atenção especial é dedicada aos oratórios domésticos constituídos em altares de missa, compreendendo as .• ~
disposições respeitantes aos usos dos mesmos, emanadas pelas autoridades eclesiásticas, sob o regime de padroado ~
régio. Utilizo como base documental para esta análise registros levantados nos arquivos históricos, oficiais e eclesiás- ex::
573
ticos, de providências de ordem burocrática e determinações de ordem canônica necessárias á autorização de cele-
brações eucarísticas no recinto das habitações, levando a interpretar que houve um grande cuidado por parte da Igreja
e da Coroa portuguesa no sentido de moralizar e normatizar tais cerimônias na supracitada conjuntura.
Valdir Pimenta dos Santos Junior - UEL e Marco Antonio Neves Soares
História, Memória e Ressentimento: as narrativas do casal Maier
O trabalho intitula-se História, Memória e Ressentimento: as narrativas do casal Maier. A partir das obras memorialís-
ticas de Max Hermann Maier e Mathilde Maier, ambos descendentes judaicos e imigrados no Brasil no ano de 1938 á
cidade de Rolândia-PR após os episódios que culminam com a Noite dos Cristais na Alemanha, pretende-se explorar
a idéia de Ressentimento possivelmente explícita em suas narrativas, uma espécie de História do Sofrimento. Ligado
a esta perspectiva os esforços concentram-se em discussões e abordagens multidisciplinares para estabelecer um
campo mais amplo de reflexão. O Ressentimento surge como uma manifestação, embora sempre percebido e carac-
terizado diferentemente através dos tempos, intimamente relacionado a questões políticas e sociais, a uma reação de
grupos frente a manifestação hostil em suas relações interétnicas, acarretando inclusíve em manifestações contrárias
ao próprio grupo de pertença, o sentimento de auto-ódio possivelmente percebido em diferentes narrativas, o chamado
humor melancólico judaico, visível em Kafka ou Clarice Lispector. As questões se multiplicam ao passo que evolui a
574
investigação, e parte deste trabalho investigar aspectos mais sensiveis nas relações de intolerância, sofrimento, religi-
osidades e identidades,
575
tadas e implementadas as resoluções Conciliares e como as mesmas engendraram uma série de modificações (de
sentidos e práticas) no cotidiano daqueles que se dedicavam à vida institucionalmente consagrada a religião. Para
tanto, os documentos conciliares serão contrapostos a depoimentos e relatórios institucionais, os quais possibilitam-
nos pensar acerca de incoerências e dificuldades as quais eram vividas pelos religiosos em formação. Além disso, a
presença marcante da teologia da libertação, aliada as peculiaridades das congregações as quais nossos persona-
gens estavam ligados compõe aquilo que chamamos territórios formativos, os quais serão problematizados ao longo
desta comunicação.
576
apresenta uma forte penetração entre as classes populares, consubstanciando-se em um dos fatores que explicitam o
êxito desta igreja.
577
73. Religiosidades e narrativas: entre o sagrado e o profano
Artur Cesar Isaia (UFSC) e Maria Clara Tornaz Machado (UFU)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h às 18h)
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enterr~da fora do campo santo, no alto de uma colina, no meio do 'pasto', como 'simpatia' para pôr termo á epidemia ~73
de vanola. \!..:!J
Isaque Pereira de Carvalho Neto - UniOf
Os Espelhos de Vieira: Mito, História e Simbolismo nas Origens do Brasil Q.)
A intenção deste trabalho é empreender uma deambulação pelo pensamento de Antônio Vieira, destacando alguns .g
aspectos de sua mundividência, o que conduzirá á imagem/metáfora barroca dos espelhos convergentes fanzendo da ~
atividade missionário e do Brasil, símbolos e reflexos especulares da liberdade (como plenificação do Espírito) e da ~
consumação da História no Quinto Império, para, a partir daí, captar a concepção vieirina sobre o movimento histórico ~
em sua dinâmica com a revelação/inspiração do Espírito. Resulta desta proposta de leitura uma oportunidade para se E
perceber o nascimento de um esboço de uma Filosofia da História repleta de elementos simbólicos que pode contribuir :
para a superação de uma suposta cisão entre Mito e História ou entre o sagrado e o profano, na qual o Brasil é ~
investido de suma importância na medida em que, no discurso do jesuíta luso-brasileiro, confirmava no tempo o .~
anúncio do Eterno proferido pelos seus mediadores, isto é, os profetas da tradição judaico-cristã. Vieira entendia que ê
o Brasil havia conjugado em sua formação estas duas dimensões, sendo por isso possível concebê-lo como um
='"
espelho convergente integrador de realidades complementares e, por isso, como um símbolo. Q.)
cc
=
Suely Creusa Cordeiro de Almeida - UFRPE .~
A Experiência Religiosa Feminina numa Sociedade Mestiça ~
A experiência do sagrado nas colônias portuguesas seguiu um processo que nos remete as vivências de uma religião n::
calcada nos moldes europeus, mas miscigenada com as formas de culto e tradiçôes incorporadas pelos indígenas e
africanos. A mística feminina experimentada na colônia portuguesa da América, mais especificamente ao norte do
Brasil, nos remete a noção de que elementos inconciliáveis encontraram-se, estabeleceram relações inclusive de
força, o que levou a promoção de uma recriação e uma reinterpretarão dos códigos religiosos, promovendo um novo
cristianismo que qualificamos como brasílico. Foram mulheres andarilhas, que esmolaram pelo sertão, que se enclau-
suraram em casa para viver uma vida de santidade, ou que ousaram sonhar com a ereção de casas religiosas lutando
efetivamente para isso, enfrentando os poderes instituídos. Nossa perspectiva nessa comunicação é abordando histó-
rias pontuais demonstrar que as vias de fuga, implementadas para buscar uma conformação entre o que chamamos de
realidade e o sonho, pode encontrar um ponto interseção na formação de práticas e instituições. Tudo será adaptado e
resignificado na colônia: religião, instituições e formas de viver e de pensar.
579
de diante da lei dos homens? Pois os operadores do sagrado e seus assemelhados tantas vezes pretenderam e
continuam pretendendo. Talvez reconstruindo a história das relações promiscuas das religiões institucionalizadas com
o poder e o fenômeno social do 'privilégio-imunidade', buscando-lhe raizes e processos, seja possivel repropor uma
dimensão 'cidadã' para as religiões mesmo no século XXI, comprometendo-as com a construção de uma 'cidade dos
homens' digna deste nome.
580
sua territorialidade marcada por uma exacerbação visual e dotada de uma forte plasticidade e comoção estética. Estas ~
características re-atualizam a história local, interpenetrando na vida cotidiana e reafirmando sua identidade e memória
coletivas, dentro e fora da comunidade, imbricadas as questões sócio-religiosas, econômicas, políticas e de gênero,
®
no contexto e na cena contemporânea.
581
Cairo Mohamad Ibrahim Katrib . UFU
Entre o Sagrado e o Profano: múltiplas narrativas em torno das festividades em louvor a Nossa Senhora do
Rosário
A presente reflexão tem por finalidade dialogar com a festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário da cidade de
Catalão-GO, localizada na região sudeste do estado de Goiás, que acontece sempre na primeira semana de outubro,
numa área central da cidade, onde se localiza a igreja em devoção á Santa. Tal diálogo será pautado na perspectiva de
análise da manutenção do Sagrado e do Profano como interdependentes na dinãmica que movimenta a festa e os
seus diversos espaços, atribuindo estatuto ás vivências, experiências e forma de perceber e movimentar-se na/pela
festa pelos diferentes sujeitos que dela participam.
582
Ricardo Neumann - UFSC ~
A Cultura Racional: apropriações e letramento
Cultura Racional' e o campo religioso brasileiro. Está relação é ambigua, uma vez que a "Cultura Racional' não se
®
mostra, nas fontes já consultadas, como uma religião. Contudo, a mesma parece estar impregnada da lógica que
preside as religiões formalmente constituídas e integrantes do campo religioso contemporâneo. A "Cultura Racional' a.õ
surgiu em 1935, quando o então médium de "Umbanda Branca', Manoel Jacintho Coelho, teria "recebido' o chamado .g
"Racional Superior' . Essa entidade suprema da "Cultura Racional' é quem ensinaria aos "estudantes' de onde vem o 13,
homem, para onde vai e o que ele é. Esses ensinamentos são obtidos através da Imunização Racional, que seria o ~
conhecimento que "libertaria' as pessoas, através da leitura da obra "Universo em Desencanto', obra imensa com mais ~
de 1000 volumes. A primeira sede da "Cultura Racional' foi no Rio de Janeiro- RJ, no bairro do Méier. Já em Belford E
Roxo-RJ, na década de setenta, a "Cultura Racional' atingiu o auge de sua popularidade, atraindo "estudantes' famo- :
sos, como por exemplo, Tim Maia. Atualmente a "Cultura Racional' tem sua sede em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, ~
chamada de retiro racional. Após a morte do líder, em 1991, quem assumiu sua direção foi, Atna Jacintho Coelho, filha .~
do mesmo, que dirige o movimento até hoje. ~
583
e de como a ação de 'espírítos malignos" pode afetar a vida de uma pessoa, além disso, analisamos também a oferta
de cura e resolução de problemas por parte da IURO a partir da perspectiva da guerra espiritual.
584
20107 - Sexta-feira - Tarde (14hs ás 18hs)
@
Marta Rosa Borin - UNISINOS
A religião civil numa "batalha com Maria"
No Brasil, a popularização da devoção a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças está relacionada à Revolução ~
de 1930 quando, á época, a população da cidade de Santa Maria, RS, não foi atingida pelos revoltosos. A partir das ~
iniciativas do Bispo desta cidade, D. Antônio Reis, e do apoio de D. João Becker, arcebispo de Porto Alegre, Medianei- ~
ra foi projetada em nivel estadual e nacional, com o propósito de cristianizar os operários. A credibilidade da Igreja :;;
possibilitou a este icone religioso católico ser transformado em simbolo do poder civil, o qual havia se intitulando laico t;
com a implantação da República. Em 1939, com o empenho dos jesuitas, Medianeira tornou-se 'Padroeira dos Circu- c: Q.)
los Operários Católicos do Brasil', periodo em que o 'culto civil', em nivel nacional, transformou Getúlio Vargas em i@
'herói' da pátria brasileira. A devoção áAparecida fez parte deste projeto cristão junto aos operários e do governo que.s
se aproximava do eleitorado católico e do imaginário do povo brasileiro. Uma mescla de religião e patriotismo. A Igreja ~
defendia os valores e a moral cristã e não só a Instituição que estava separada do Estado. Tratava-se da 'casecratia ê
mundi', e isto incluia os operários, pois estava em questão a justiça no trabalho.
'"
Q.)
'O
Este trabalho pretende analisar os elementos basilares do que estou denominando de uma 'estética tefepista', ou seja, a::
a utilização, pelos membros da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), do 'conhe-
cimento sensivel': as percepções, prazeres e emoções decorrentes de um contato sensorial com o 'belo' e o 'sublime'.
Considerando a preocupação dos tefepistas com a aparência, vestimentas, porte, formação durante as campanhas,
músicas, simbologia e beleza dos seus emblemas e insignias, etc., pretendemos destacar seus principais eixos norte-
adores e a importância destes em sua formação (religiosa, política, moral e cultural). Mais do que preocupação estética
em si, a TFP preconiza a utilização do conhecimento sensivel como instrumento de empatia, recrutamento e doutrina-
ção, inserindo-a com destaque na semântica global que rege seu discurso.
585
demonstrar o apoio e por muitas vezes, a pressão, do clero em prol do governo. As características não revolucionária,
ordeira e nacionalista dos Círculos Operários, que visavam o entendimento entre trabalhadores e o sistema político
vigente, foi o que desenvolveu a simpatia de Vargas, fazendo que este, adotasse o movimento circulista, com o propó-
síto de disciplinar e supervisionar o operariado brasileiro. A motivação da Igreja para a formação do movimento circu-
lista vem desde a divulgação das encíclicas "Rerum Novarum' e 'QuadragésimoAnno', que eram inspiradas na doutri-
na católica do Socialismo Cristão. Além disso, tinham o interesse em controlar e organizar a classe operária nas suas
lutas em busca de melhores condições de trabalho. Com isso, a aproximação com o Estado possibilitaria a ampliação
de sua base social e daria segurança ao temor que a Igreja tinha em relação à difusão do comunísmo ateu, entre
outros. Para isso a Igreja usou não só o operariado, mas também os jornais e revistas católicos que se propagavam
pelo Rio Grande do Sul.
586
74. Revoltas e insurreições no Brasil- do séc. XVII ao XIX
Marco Antonio V. Pamplona (PU C-Rio I UFF) e Luciano Raposo de A. Figueiredo (UFF)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h)
Guilherme Paulo Castanholi Pereira das Neves - UFF
Será que as inconfidências de final do período colonial ainda têm algo a nos oferecer?
O título, á maneira antiga, desta comunicação pretende chamar a atenção para duas preocupações que ela encerra. A
primeira, de natureza mais epistemológica, quer sugerir que não cabe ao historiador esgotar um assunto, como fazem
os cientistas, mas, sim, usar o material da História para refletir sobre o presente e a sua condição. Mais propriamente
histórica, a segunda quer aproveitar alguns aspectos da chamada Conjuração Carioca de 1794, da Inconfidência
Baiana de 1798 e, em Pernambuco, da Conspiração dos Suassunas de 1801 - mais do que da Inconfidência Mineira
de 1789 e da Revolta Pernambucana de 1817, episódios ainda insuficientemente examinados no projeto em curso-
para discutir o lugar que esses acontecimentos ocuparam no imaginário do país. Afinal, enquanto elementos fundado-
res de uma certa idéia de nação, não teriam eles escondido, mais do que revelado, algumas contradições básicas da
sociedade brasíleíra? Ou seja, em que implica, hoje, considerarmos, ou não, as inconfidências como a expressão do
aparecimento de uma sensibilidade nacional?
587
17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
588
Juliana Serzedello Crespim Lopes - USP
Através do espelho: identidades políticas de rebeldes e legalistas na Sabinada (Bahia, 1837-38)
Este trabalho propõe a investigação das identidades politicas envolvidas na revolta liberal conhecida como Sabinada
(Bahia, 1837-1838). Aanálise basear-se-á na documentação produzida pelos próprios envolvidos e também nas fontes
referentes á repressão do movimento, de modo que se ofereça um panorama comparativo entre a auto-identificação
dos rebeldes e a identificação destes pelos seus adversários. A investigação proposta se insere no amplo debate a
respeito da formação da identidade nacional brasileira, dada a partir do reordenamento das múltiplas identidades
engendradas no processo de formação e desagregação do Império Português na América.
amotinados a fugirem para dominios espanhóis. É interessante perceber que enquanto as autoridades reiteraram sua ~
desconfiança quanto à lealdade dos soldados - desconforto revelado durante a criação da Companhia de Comércio do ~
Grão-Pará e Maranhão e a libertação dos índios - os amotinados mostraram-se conscientes de seu papel na defesa
das fronteiras da região ao negociarem o perdão.
589
Argemiro Ribeiro de Souza Filho - USP
Salteadores ou rebeldes políticos: a atuação dos Mucunãs no processo de independência no Alto Sertão da
Bahia
A formação do Estado imperial brasileiro apresentou-se como um processo de densa complexidade capaz de assegu-
rar a hegemonia da classe senhorial em ascensão á medida que procurou controlar a participação dos demais estratos
sociais. Esta comunicação tenciona discutir as condições sócio-políticas que favoreceram o surgimento no Alto Sertão
da Bahia de um pequeno agrupamento de homens livres do comum, autodenominados Mucunãs, que no decênio de
1820 desafiou o poder institucional, inclusive frente aos rumos da Independência do Brasil. Em meio as agitações do
pós-independência, os Mucunãs foram acusado de perpetrarem diversos crimes no Sertão baiano, dentre os quais
merece destaque as ações violentas contra os portugueses, a recondução á liberdade a indivíduos recrutados sob a
ordem do governo imperial e, principalmente, a divulgação de idéias subversivas, razão pela qual o governo provincial,
em entendimento com a Corte do Rio de Janeiro, mobilizou um considerável aparato repressor para perseguir e extin-
guir, o que considerou como sendo o bando de facínoras mais perigoso da Bahia no período.
590
entrega de seus cativos para que os desembargadores do Tribunal da Relação descobrissem os culpados de matéria
'tão delicada e melindrosa".
591
75. Tempo, Narrativa e Invenções de Si: (re)pensando as pesquisas biográficas
Iranilson Buriti (UFCG) e Juçara Luzia Leite (UFES)
I 16/07 - Segunda-feira - Tarde (14h ás 18h) I
592
múltiplas clivagens entre os desejos humanos individuais e a conduta pública, formatando uma dada percepção de
mundo e de sociedade et pour cause desvelando os dilemas infinitos do homem em torno da sua identidade. O uso da
biografia e da autobiografia - tanto como fonte, quanto como objeto - justifica-se, na interseção entre a história política
e a história cultural, em nossa pesquisa. As memórias e as diversas biografias sobre Juscelino Kubitschek - percebidas
enquanto testemunhos históricos - possibilitam representar a história através de um homem e ressignificar uma certa
leitura do passado, a sorver o presente e projetar o futuro, expressando a construção e difusão de uma dada mitologia
política.
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I 17/07 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
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Francisca Carla Santos Ferrer
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593
sa desenvolvida no Doutorado é compreender o sujeito social Manuel Lucas de Oliveira, seguindo os caminhos trilha-
dos por seu diário pessoal escrito no Rio Grande do Sul no período da Guerra do Paraguai. Afim de aprenndermos seu
universo mental, sua vida privada, seu cotidiano" em diferentes temporalidades como: o tempo familiar, tempoda
memmória,tempo contextual (político,econônomico e cultural), podendo investigar as experiências de vida enquanto
homem, marido, filho, estancieiro, militar e polítclo na região meridional do Brasil e ainda sua compreensão sobre a
Guerra do Paraguai, seu espaço territorial, a nação, a pátria.
594
Lena Benzecry· UNIRIO
ouso de narrativas biográficas como fonte de pesquisa que tecem redes de sociabilidade e revelam memórias
do samba carioca oriundas do intercâmbio cultural entre o "morro" e o "asfalto"
Partindo do pressuposto de que as narrativas biográficas são capazes de recompor a memória de indivíduos e grupos,
desvendar redes de sociabilidade e traduzir contextos sociais, históricos, políticos e culturais, este artigo visa a inves-
tigar e descrever encontros entre representantes do universo do 'morro' e do 'asfalto', no contexto do samba carioca,
a partir da análise de biografias, correspondências e crônicas. Além de discutir a importância desse tipo de encontro
para o processo de legitimação do samba carioca e a sua institucionalização como gênero musical mais marcante da
identidade cultural brasileira, o trabalho apresenta uma comparação entre os argumentos de Bourdieu (1986) em 'A
ilusão biográfica' e Foucault (1992) em 'A escrita de si' que auxiliou no desenvolvimento de critérios de seleção e
interpretação das narrativas estudadas na pesquisa. Tomando como encontro-representativo o ocorrido entre Manuel
Bandeira e Sinhô, em fins da década de 1920, o trabalho apresenta ainda os conceitos de mediação e mediador
cultural para justificar os fatores que acarretaram no evento.
social possibilitador de trajetórias de vida do masculino e do feminino constroem tipos de memórias diferenciadas. Não .~
há, porém, uma homogeneidade do masculino, existindo masculinidades (CONNEL, 1995). O uso da categoria grams- ~
ciana de hegemonia possibilita a compreensão dessas masculinidades e suas interrelações, considerando que a z
masculinidade hegemônica tem a capacidade de impor uma definição específica sobre outros tipos de masculinidade 6o..
(ALMEIDA, 1995). Concluiu-se, dentre outros aspectos, que há predomínio da escrita de memórias, nas quais a defini- E Q)
f-
595
ção de si pelo espaço público vincula as masculinidades ao modelo hegemônico, revelando a complexidade dessa
construção relacionada, especialmente, com os tempos de vida.
596
às suas memórias da infância no interior do Ceará. Tratamos, então, da intersecção entre biografia e obra, percebendo
como José Alcides lança mão de uma política de sentidos para refigurar um tempo e um espaço, para reconciliar-se
consigo, ou seja, justificar sua posição de ex-militante comunista e uma construção poética do Ceará
quero detectar também as diferenças de tratamento dadas a estes negros de acordo com suas origens, opções políti- .~
cas, e práticas profissionais, demonstrando ainda que eles tinham tratamento social diferenciado de acordo com as ~
suas posições frente a sociedade brasileira do século XIX. ~
0-
e.
E
Q.)
f-
597
Aline de Souza· UFES
"Cenas Martianas": Revisitando os discursos de José Marti
Apresentaremos algumas considerações sobre os discursos de José Martí e suas representações. A obra martiana
caracterizou-se por buscar configurar um pensamento identitário para a América latina na segunda metade do Séc.
XIX, tendo como característica a formação de enunciados carregados de forte conteúdo utópico, em discursos onde a
literatura ocupou lugar de crítica social. Por meio do ensaísmo e da poesia, Martí repensou a condição das diferentes
repúblicas hispano-americanas, com enfoque peculiar sobre o indígena, o mestiço e sobre si próprio, colocando-se
num limite muito tênue entre a descrição da realidade vivida e a representação da sociedade sonhada.
598
20107 - Sexta-feira - Tarde (14h às 18h)
599
Hilda Agnes Hübner Flores· PUCRS
Anita Garibaldi: mito e realidade
2007 é o transcurso do bicentenário de nascimento de José Garibaldi. Cabe um olhar sobre Ana Maria de Jesus
Ribeiro, a Anita, sua companheira e mãe de seus filhos. Humilde e iletrada, poucas informações documentais ficaram
sobre Anita. Então biógrafos, literatos e até historiadores usam de hipóteses e da criatividade para preencher lacunas.
Da contradição de dados e informações antagônicas resulta a exaltação da 'Heroína dos dois mundos', o surgimento
do mito Anita Garibaldi. O presente trabalho mostra (des)informações e equívocos que alimentam o imaginário popular,
traçando paralelo entre mito e realidade. Pretende-se mostrar também Anita como feminista, atribuição que os biógra-
fos e nem mesmo o imaginário lhe atribuem. Feminista porque optou por abandonar marido e sua pacata e preconcei-
tuosa vila de Laguma para ir ao encalço do homem que lhe inspirou sentimentos de paixão e apontava com um tipo de
vida alternativo, embora de futuro incerto. Como feminista, Anita não fez escola, mas meio século mais tarde a socie-
dade brasileira se debatia em campanhas políticas a favor/contra o divórcio 'pleno', aquele que daria direito a refazer
a vida em um segundo casamento.
600
ria desse grupo de operários. Refletir sobre o espaço é, portanto, fundamental para uma melhor análise da história
desses trabalhadores, valorizando os contextos em que os movimentos operários delineiam suas histórias. A principal
@
76
metodologia utilizada foi a da história oral, as entrevistas privilegiaram moradores e operários desse bairro operário. :
Os resultados da pesquisa apontam para a forte mobilização desse grupo em torno das questões referentes ao mundo ~
do trabalho e a vida comunitária. 1i5
:-g
c:::
CD
Ricardo Medeiros Pimenta - UNIRia :Q
Memória do trabalho: estratégias de produção e consumo de uma classe longe do fim
Buscamos analisar o novo papel social do sindicato enquanto 'guardião' de uma memória cujos representantes ale-
gam ser representativa de sua classe. Afinal, nos últimos vinte anos pudemos ver que a classe trabalhadora foi profun-
damente marcada pelas intensas mudanças sociais, políticas e econômicas do mundo capitalista ocidental. No Brasil .ê
os anos noventa foram em especial singulares pelo processo de transição, não apenas politico, mas principalmente 'E
econômico. Nesse panorama, uma crise de identidade sem precedentes se instaurou no interior da classe trabalhado- E
ra, recolocando a memória na pauta de grupos de trabalhadores e sindicalistas. Nesse enfoque consideramos que a ~
'produção' e disseminação de uma memória representativa desses grupos vêm sendo realizadas através de novas ~
estratégias e lutas por novos espaços, novos territórios. Através de alguns estudos de casos podemos considerar que 1i5
a experiência da utilização do ciberespaço por esses sindicatos, por exemplo, mostra que as antigas instituiçôes estão :Q
longe de protagonizar seu fim e que elas vêm aprendendo a se locomover também nos não-lugares do espaço virtual, ~ .1ª
utilizando-os de maneira a combater o desvanecimento de uma memória do trabalho no Brasil. -
~
Rosana Costa Gomes - UNEB
No vai-e-vem das marés: Vivências das marisqueiras de Salinas da Margarida: 1960-2000
Esta pesquisa se refere as marisqueiras de Salinas da Margarida, município localizado no Recôncavo Sul da Bahia,
situado na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu, na Baia de Todos os Santos. A mariscagem feita por estas mulheres
é uma prática que consiste no processo de catar pequenas conchas nas areias das praias, das quais são retirados os
mariscos, conhecidos no local como chumbinho ou sarnabitinga. Esta atividade envolve relações de trabalho em
grupo, que perpetua uma tradição marcada por aspectos próprios, referenciando a luta pela sobrevivência das maris-
queiras e suas famílias. Foram feitas entrevistas com as marisqueiras, compreendendo assim, seus costumes, os
mecanismos de socialização, como a prática é passada de geração para geração, as formas utilizadas na superação
das dificuldades, seus sonhos, desilusões e as mudanças sócio-geográficas ocorridas na cidade que interferiram na
mariscagem.
601
tram suas atividades na Prevenção de DSTs. Também temos a oportunidade de analisar documentos disponibilizados
no Centro de Memória da ONG Davida.
602
tos, as homogeneizações e exclusões étnicas e culturais que determinado projeto pode desencadear, sendo este o ~76
objetivo do presente trabalho. \!.!!)
Paula Durgante Ritter - UFRJ ~
Entre a terra e o mar: A construção da identidade dos maricultores de Jurujuba (Niterói, RJ) :§
Este trabalho visa analisar como a formação de uma associação de maricultores no bairro de Jurujuba, Niterói (RJ) 'E
propiciou ao grupo proveniente do estado de Alagoas na década de 1970, uma nova forma de apropriação e uso desse ~
espaço, servindo mesmo como instrumento no sentido da construção de sua identidade. Antes da Associação, os o ",'
u·
marisqueiros do local, trabalhavam juntos, organizando-se conforme as relações de parentesco, de amizade e de Cl. ctl
vizinhança. O trabalho se dava em bancas simples, sem preocupação com a higiene e qualidade do produto. Em 2000, '"
quando do inicio das atividades do Centro de Beneficiamento de Mexilhão, se estabeleceram os principais conflitosê '"
entre os marisqueiros do bairro. A iniciativa de formar uma associação estava relacionada à tentativa do grupo de 'E
salvaguardar e reforçar sentimentos de pertencimento, de vínculo e de identidade, tanto no que concerne a atividade E
no marisco como também a sua origem, pois a maioria dos associados são membros das famílias provenientes do {g
nordeste. Em termos metodológicos, foi através das histórias de vida, da memória do grupo e da observação partici-
pante que os resultados foram obtidos. '"
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603
Antonio Carvalho Costa - PUCSP
Constituição de memórias e identidades étnicas na comunidade quilombola de Ivaporunduva
Nossa pesquisa de mestrado está em andamento junto ao Programa de Estudos Pós-Graduados em História Social da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/PUC-SP. Temos como objetivo evidenciar os processos de constituição
e reconstituição de memórias e identidades negras em Ivaporunduva (Eldorado-SP) diante de seu reconhecimento
como remanescente de quilombo e decorrente demarcação e titulação de suas terras no cumprimento do Artigo 68 do
Ato das Disposições Transitórias Constitucionais da Constituição brasileira de 1988. A agricultura familiar e o comércio
de produtos como a banana garante a subsistência de Ivaporunduva e sua vida comunitária é postulada por valores
étnicos e solidariedade produtiva. A identidade como remanescente de quilombos tem permitido uma nova forma de
enfrentamento diante dos conflitos fundiários, ambientais e desenvolvimentistas latentes no Vale do Ribeira/SP. À luz
dos métodos da História Oral e História Social da Cultura, buscamos não apenas constatar os conflitos inerentes a esta
experiência de territorialidade negra no Estado de São Paulo, mas evidenciar processos de mudanças em suas formas
de ser, lembrar e fazer na perspectiva das mulheres e homens que a compõe.
604
Oilza Pôrto Gonçalves - PUCRS ~
Manuel do Rego: uma congregação de "negros" na Igreja dos "alemães"
A Igreja Evangélica Luterana do Brasil por muito tempo foi conhecida como a 'igreja dos alemães', mas em Canguçu,
®
:
no Sul do Rio Grande do Sul, também pode ser a 'igreja dos negros'. A Congregação Manuel do Rego, localizada no ~
distrito de Solidez, é formada em sua maioria por negros. Neste contexto, ser 'alemão' , ser 'brasileiro' ou ser 'negro' ~
consiste numa multiplicidade de representações e de significados. Por isso, este texto procura abordar relações interé- 'g
tnicas, através da metodologia de História Oral, destacando a memória destas relações como construtoras de identida- ~
des. Para a análise destas relações utiliza-se bibliografia que perpassa os campos da História, da Antropologia e da 13-
Sociologia. ~
'"cc '"
Maricélia Cardoso Matos Neves· UFBA
Estado de Santa Cruz· o separatismo no mosaico baiano :~
Este trabalho é resultado da pesquisa de mestrado realizada através do Programa de Pós-Graduação em História da E
Universidade Federal da Bahia. O objetivo específico da pesquisa foi analisar historicamente as manifestações sepa- ~
ratistas ocorridas dentro da sociedade cacaueira da Bahia, entre 1930 e 1980, bem como, investigar quais as origens ~
desse sentimento separatista. Buscou-se perceber em que momento e de que forma as lideranças da região cacau- i5
eira passaram a elaborar um projeto de desmembramento do Estado da Bahia, concretizado no projeto de criação 12
do Estado de Santa Cruz. Coube perceber, também, a gama de interesses dos grupos políticos adeptos ou não do ~ 8
ideal separatista, bem como, as relações políticas e econômicas que essa região manteve com o Governo do 'C
Estado da Bahia. ~
Mirian Silva de Jesus· UFRN
Um espaço colonial: o sertão da capitania do Rio Grande e a participação dos "paulistas" nos Séculos XVII E
XVIII
Contratados pela Coroa Portuguesa como instrumento de repressão e controle social entre os séculos XVII e XVIII, os
'paulistas', ou seja, os bandeirantes da Vila de São Paulo de Pirati~inga foram empregados nos conflitos das Capita-
nias do Norte do Estado Brasil após a expulsão da Companhia das Indias Ocidentais (WIC). As autoridades locais aos
poucos incentivaram a colonização do sertão, compreendido como toda área que estivesse fora da jurisdição portu-
guesa, e caracterizado pela ausência de súditos do Rei. Apecuária foi a atividade que encaminhou esse movimento de
ocupação dos espaços acessórios à lavoura do açúcar, penetrando pelo sertão na tentativa de dota-lo de um sentido
próprio: o de espaço colonial. Contudo, a conquista do sertão não seria um empreendimento pacífico, devido à resis-
tência oferecida pelos negros e indios do interior do continente, que representavam obstáculos ao projeto colonial
português. Com isso, buscamos compreender a participação dos 'paulistas' durante e após a chamada 'Guerra dos
Bárbaros' na Capitania do Rio Grande, bem como a produção desse espaço a partir do estabelecimento dos grupos
mobilizados para o conflito, e as possíveis novas identidades sociais construídas por eles.
605
fico brasileiro visto pelo viés regional, que valorizava diferenças de clima, vegetação, alimentação, religiosidade ou
trabalho. Dessa maneira, proponho mostrar as transformações na organização do espaço nacional desde a Revolução
de 30, enfatizando a década de 40 até o final dos anos 50, periodo registrado nas fotografias de Tibor Jablonszky,
recorte do arquivo fotográfico ilustrativo dos trabalhos geográficos de campo realizados por pesquisadores do IBGE
com o objetivo de fornecer subsidios ao governo federal para seus projetos de reconhecimento e ocupação do território
nacional.
606
significado. Esse compromisso com o presente será estabelecido quando a terra que é recolhida de Trachimbrod é ~
deslocada para o túmulo de Alex realizando uma mediação entre o visível e invisível. Nesse sentido, a estranheza
acerca das diferenças culturais e lingüísticas vivenciadas pelos personagens é reduzida quando no circuito de objetos :
®
e indivíduos, as redes de relações se constroem afirmando e reforçando os laços identitários que realizam uma cele- Ki
bração atual da preservação das memórias de guerra. ~
.;::
c::
Isabel Cristina Medeiros Mattos Borges - UFJF '"
:E
Entre a 'ordem' e o 'progresso': uma cidade de portas fechadas o
",-
u·
Esse trabalho pauta-se em informações encontradas nos jornais da Cidade de Juiz de Fora, na zona da mata mineira, co
no período de 1896 a 1914, destacando aspectos sobre as dificuldades encontradas com a convivência, geralmente '" =
marcada por conflitos, preocupações e esperanças, que permeavam as vidas das pessoas em um centro urbano, que, .ê '"
como muitos outros no Brasil naquele momento, crescia envolto por muitas potencialidades e contradições. Os princi- -E
pais jornais da cidade assumem os propósitos tanto de atuarem como formadores de opinião, como o de servirem aos E
ideais daqueles que se beneficiavam do crescimento da cidade, promovendo um exercicio diário de seleção do que ~
era 'certo' ou 'errado', 'bom' ou 'ruim', 'progressista' ou 'atrasado', ajudando a construir a imagem de juiz de fora ~
como 'modelo' de prosperidade e bem viver. Além da vigilância aos 'indesejáveis', da constante preocupação com a ~
implantação e controle das politicas de saúde pública, encontramos o choque entre os hábitos e costumes de uma :E
população que, predominantemente, nascida e crescida no campo, lutava para se adaptar aos novos espaços e for- ~ s
mas de convivência na cidade, em constante transformação, num contexto embrionário de inúmeras problemáticas .~
que permeiam a convivência urbana na contemporaneidade. t-
607
Sidinalva Maria dos Santos Wawzyniak . UTP
Território Nipo·Brasileiro: a constituição da Colônia Japonesa no Brasil
Este estudo tem como objetivo a análise da imigração japonesa, para o Brasil, no periodo de 1908 a 1970. Para tanto,
procedeu-se a uma abordagem da estratégia da reativação de valores que permeavam a sociedade de origem e que
ficaram latentes, por longo período, criando elos que permitiriam o estabelecimento de uma rede de relacionamen-
tos que configuraram opções coletivas de 'ser japonês', na sociedade brasileira. Essa análise das estratégias,
postas em prática pelos imigrantes japoneses para recriar seu universo cultural na terra de adoção, trouxe à tona os
valores família, educação e relígião, tomados como os mais representativos dessa construção. A partir desses
valores, foi possível perceber as articulações realizadas por esses imigrantes na constituição da identidade nipôni-
ca e do grupo étnico, assim como as estratégias de inserção à sociedade local, e a criação de espaço singular,
denominado 'Colônia".
608
Sérgio Martins Pereira - UFRJ ~
Um historiador em cada esquina, uma vivência a cada texto: pesquisando em Volta Redonda - RJ
Pesquisar na cidade ou pesquisar a cidade? Essa foi uma entre outras questões levantadas durante minha pesquisa
®:
sobre lideranças metalúrgicas em Volta Redonda. Concebida e construída para abrigar os trabalhadores da Compa- 1íÍ
nhia Siderúrgica Nacional (CSN) nos anos 1940, a cidade de Volta Redonda observou em sua existência o poder ~
autoritário do Estado entre os anos 1940 e 70, a eclosão dos movimentos sociais e da luta pela democracia nos anos .~
1980 e os impactos da privatização da CSN nos 1990. Para além das adversidades impostas pelas conjunturas políti- ~
co-econômicas, trabalhadores e moradores da Cidade do Aço desenvolveram uma cultura de reivindicação que, em ~
diversos momentos, reafirmaria seu papel de protagonistas de seus destinos. Em um movimento semelhante, a histó- ~
ria de Volta Redonda encontra-se presente em estudos, teses e publicações produzidos por aqueles que, de uma ou ~
outra forma, fizeram parte da experiência dessa Cidade Operária. Nessa relação rica e tensa entre as identidades co
pessoal e coletiva, observaremos não só como esses trabalhadores, lideranças e moradores de Volta Redonda fize- ~~
ram e fazem sua história, mas sobretudo como a memória e a escrita desta são constantemente reconstruidas em face E
dos destinos pessoais e coletivos experimentados na Cidade do Aço. ~
~
Mariana Esteves de Oliveira - FIRB e UFMS 1il
lutar, Anotar e lembrar - uma reflexão sobre a produção da memória dos movimentos populares e suas ~
possibilidades de pesquisa .~
Na pesquisa intitulada 'O grito abençoado da periferia: trajetórias e contradições do lajes e dos Movimentos Populares
na Andradina dos anos 1980', procurei desvendar os caminhos e descaminhos dos grupos (Movimentos de Mulheres, ~
Negros, Saúde, Bairros) organizados por uma instituição católica progressista do noroeste paulista, por meio de uma
massa documental diversa, densa e até então não organizada, legada pela entidade. Hoje, no processo de transporte
e organização dessa massa documental para o Arquivo da UFMS, através de projetos de extensão, novos olhares
sobre as fontes revelam a importância de tecermos outras questões a essas experiências tão ricas e contraditórias. A
grande massa documental começa a revelar a importãncia que o Centro de Documentação da entidade tinha para os
movimentos, que realizavam cursos sobre arquivos e discutiam a necessidade de 'gravarem' suas experiências, seu
cotidiano de lutas e suas expectativas. Assim, se para além de uma grande produção e acumulação de documentos
correntes, os grupos revelam uma preocupação com a História, acreditamos que é possível uma investigação acerca
dessa 'produção de memória' dos movimentos populares, no entender de que este é mais um espaço de lutas, práticas
e representações dos 'excluídos da memória oficial'.
Elza M M I Costa
Memória e identidade através dos discursos parlamentares do PCB às vésperas do golpe de 1964
Este trabalho é fruto de uma pesquisa maior sobre a atuação parlamentar dos deputados do PCB, abrigados sob
outras legendas partidárias, ás vésperas do golpe de 1964. Areconstituição da movimentação dos deputados de todos
os partidos que integravam a Cãmara na legislatura de 1964, permitiu examinar os embates ali travados em tomo do
projeto politico do Presidente João Goulart e defendido pelo PCB. Na verdade, eles traduziam os conflitos entre os
diferentes estratos sociais da sociedade brasileira que serão estudados aqui sob a perspectiva que privilegia o papel
social da memória na afirmação de identidades e como os grupos a utilizam para fundamentar suas lutas através
dos discursos parlamentares. Quer dizer, num primeiro momento serão reconhecidos os estratos sociais em luta
representados por parlamentares e uma segunda parte trata de identificar as maneiras pelas quais os partidos,
inclusive o PCB, recorrem á noção de memória para se fazer reconhecer pelos grupos sociais que pretendem
representar. Os pronunciamentos feitos pelos parlamentares, a partir da sessão do dia 16 de março, a primeira
sessão legislativa de 1964, três dias depois do monumental comício na Central do Brasil, no Rio de janeiro, consti-
tuem o marco inicial desta investigação.
609
Émerson Neves da Silva· UNISINOS
Selva Lacandona mutante: a construção social do Neozapatismo
A perplexidade instalou-se na corriqueira San Cristóbal de las Casas, no estado de Chiapas, no México. Na manhã do
dia 01/01/1994, o grupo denominado Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), constituído por indígenas da
região, deflagrou sua ação, não por coincidência, no mesmo dia da assinatura do Tratado de Livre Comércio (TLC). Os
Neozapatistas não podem ser confundidos com movimentos guerrilheiros anteriores. Os Neozapatistas defendem a
paz e rejeitam a estratégia da luta armada como meio principal de suas atividades. Apostam no diálogo com a socieda-
de civil como meio de transformação do Estado Mexicano e negam que disputam o poder. Como antecedentes mais
significativos do Neozapatismo estão o processo de territorialização da Selva Lacandona, ocorrido a partir da década
de 1950, e o substanciamento da organização social indígena, na década de 1970 e 1980, sob influência da Igreja
Católica. O presente trabalho reflete sobre a contribuição da Igreja ao ideário do EZLN, a partir da análise da relação
da Igreja local com a cultura popular existente na Selva Lacandona. De outra parte, procura verificar como essa cultura
permeia o ideário do Movimento.
610
índice Remissivo
611
Alexandre Vieira, 318 Ana Carolina Vimieiro Gomes, 52
Aléxia Pádua Franco, 501 Ana Carrilho Romero Grunennvaldt, 14
Alexsander Lemos de Almeida Gebara, 372 Ana Cláudia Ribeiro de Souza, 369
Alexsandro Bastos de Brito, 372 Ana Cristina Arantes, 253
Alexsandro Donato Carvalho, 507 Ana Cristina Campos Rodrigues, 139
Alfredo Alejandro Gugliano, 303 Ana Cristina Pereira Lage, 11
Alice Fátima Martins, 338 Ana Cristina Venancio da Silva, 89
Alice Mitika Koshiyama, 165 Ana Elizabeth Costa Gomes, 602
Alice Rubini Liedke, 312 Ana Emília da Luz Lobato, 366
Alicia Mariani Lucio Landes da Silva, 18 Ana Gabriela de Souza Seal, 503
Alina Silva Sousa, 552 Ana Gomes Porto, 406
Aline Andrade Pereira, 38 Ana Heloisa Molina, 328
Aline Camara Zampieri, 392 Ana Livia Bomfim Vieira, 46
Aline de Souza, 598 Ana Luce girão Soares de Lima, 255
Aline Fonseca Carvalho, 297 Ana Lucia Villas-Bõas, 366
Aline Lopes de Lacerda, 331 Ana Luiza Araújo Porto, 140
Aline Pinto Pereira, 494 Ana Luiza Jesus da Costa, 484
Aline Ramos Brandão, 276 Ana Luiza Setti Reckziegel, 562
Alisson Droppa, 299 Ana Lúzia Magalhães Carneiro, 505
Alisson Eugênio, 375 Ana Maria Alves Machado, 353
Alix Pinheiro Seixas de Oliveira, 536 Ana Maria Araujo de Almeida, 177
Allysson Fernandes Garcia, 275 Ana Maria Colling, 172
Almir Antonio de Souza, 526 Ana Maria da Costa Evangelista, 256
Almir de Carvalho Bueno, 540 Ana Maria Dietrich, 444
Almir Diniz de Carvalho Júnior, 523 Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro, 140
Almir Félix Batista de Oliveira, 352 Ana Maria Galdini Raimundo Oda, 372
Aluisio Gonçalves de Farias, 230 Ana Maria Leal Almeida, 112
Álvaro Antonio Klafke, 320 Ana Maria Marques, 183
Alvaro Augusto de Borba Barreto, 546 Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus, 334
Álvaro de Araújo Antunes, 439 Ana Maria Motta Ribeiro, 466
Álvaro Pereira do Nascimento, 491 Ana Maria Ribas Cardoso, 592
Alvaro Vicente Graça Truppel Pereira do Cabo, 250 Ana Maria Ribeiro de Andrade, 590
Alzira Salete Menegat, 480 Ana Mónica Henriques Lopes, 377
Amauri Mendes Pereira, 144 Ana Paula Barcelos Ribeiro da Silva, 438
Américo Oscar Guichard Freire, 258 Ana Paula Carneiro Renesto, 458
Amilcar Araujo Pereira, 607 Ana Paula de Oliveira Lopes, 356
Ana Barbara Aparecida Pederiva, 201 Ana Paula Kapusniak, 471
Ana Beatriz Fernandes Cerbino, 415 Ana Paula Lopes Pereira, 409
Ana Beatriz Simon Factum, 537 Ana Paula Medicci, 422
Ana Carla Sabino Fernandes, 348 Ana Paula Nadalini, 570
Ana Carolina Arruda de Toledo Murgel, 166 Ana Paula Rezende Macedo, 580
Ana Carolina Barbosa Pereira, 283 Ana Paula Sampaio Caldeira, 384
Ana Carolina da Silva Borges, 356 Ana Paula Spini, 56
Ana Carolina de Moura Delfim Maciel, 516 Ana Paula Squinelo, 503
Ana Carolina Eiras Coelho Soares, 182 Ana Paula Tavares Magalhães, 138
Ana Carolina Galante Delmas, 462 Ana Paula Taveira Soares, 324
612
Ana Paula Torres Megiani, 557 André Luiz Reis da Silva, 566
Ana Paula Vosne Martins, 179 André Luiz Rosa Ribeiro, 34
Ana Raquel Marques da Cunha Martins Portugal, 116 André Luiz Vieira de Campos, 59
Ana Regina Pinheiro, 323 André Maia Schetino, 252
Ana Renata do Rosário de Lima, 588 André Malverdes, 36
Ana Rita Fonteles Duarte, 174 Andre Mendes Capraro, 247
Ana Rita Uhle, 416 André Nogueira, 376
Ana Rosa de Oliveira,357 André Nunes de Azevedo, 21
Ana Silvia Volpi Scott, 548, 554 André Rosemberg, 305
Ana Sofia Mariz, 392 André Vianna Dantas, 394
Ana Teresa Acatauassú Venancio, 84 André Victor Cavalcanti Seal da Cunha, 140
Ana Teresa Marques Gonçalves, 38 Andréa Bandeira, 172
Ana Waleska Poli o Campos Mendonça, 14 Andrea Beatriz Wozniak-Gimenéz, 122
Anadja Marilda Gomes Braz, 502 Andrea Braga Fonseca, 544
Anael Pinheiro de Ulhôa Cintra, 550 Andréa Cristiana Santos, 275
Ananda Simões Fernandes, 567 Andrea Cristina Fontes Silva, 385
Anderson Batista de Melo, 426 Andrea Helena Petry Rahmeier, 568
Anderson Domingos da Silva, 232 Andrea Lúcia da Silva de Paiva, 604
Anderson dos Santos, 262 Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, 39
Anderson Jorge Pereira Bessa, 109 Andrea Marcia de Toledo Pennacchi, 563
Anderson Roberti dos Reis, 113 Andréa Mazurok Schactae, 178
Anderson Rodrigo Tavares Silva, 489 Andrea Silva Domingues, 343
Anderson Romário Pereira Corrêa, 487 Andréa Slemian, 163
Anderson Zalewski Vargas, 39 Andréa Telo da Côrte, 480
Andeza Santos Cruz Maynard, 228 Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva, 405
André Alexandre Guimarães Couto, 247 Andrés Alarcón Jiménez, 499
André Atila Fertig, 229 Andreza de Oliveira Andrade, 142
André Borges de Carvalho, 302 Andrezza Christina Ferreira Rodrigues, 81
André Cabral Honor, 413 Anelise Martinelli Borges de Oliveira, 22
André Chaves de Melo Silva, 132 AngelaAparecida Teles, 74
André da Silva Bueno, 41 Angela Brandão, 32
André de Araújo, 456 Angela Brêtas, 198
Andre de Faria Pereira Neto, 160, 255 Angela de Castro Gomes, 451
Andre de Lemos Freixo, 386 Ângela Flach, 260
André de Oliveira Pinheiro, 581 Angela Maria Alonso, 302
André Dutra Boucinhas, 124 Angela Maria Roberti Martins, 474
André Fabiano Voigt, 392 Ângela Porto, 371,375
André Felipe Cândido da Silva, 565 Angela Ribeiro Ferreira, 509
André Félix Marques da Silva, 420 Angélica Aparecida Moreira da Silva, 179
André Figueiredo Rodrigues, 558 Angélica Aparecida Silva de Almeida, 584
André Luís Mattedi Dias, 367 Angélica Müller, 260
André Luis Pereira, 137 Angelita da Rosa, 531
André Luis Ramos Soares, 529 Angelita Marques Visalli, 410
André Luiz Caes, 581 Angelo Adriano Faria de Assis, 376
André Luiz Faisting, 298 Ângelo Emílio da Silva Pessoa, 423
André Luiz Onghero, 323 Ania Cavalcante, 445
613
Anita Correia Lima de Almeida, 497 Ariel Salvador Roja Fagúndez, 53
Anita Silva de Souza, 73 Arissane Dâmaso Fernandes, 221
Anna Beatriz de Sá Almeida, 53 Aristeu Elisandro Machado Lopes, 414
Anna Laura Teixeira de França, 558 Ariston Azevêdo, 314
Anna Maria Dias Vreeswijk, 287 Arlei Sander Damo, 247
Anna Marina Madureira de Pinho Barbará Pinheiro, 436 Arlene Guimarães Foletto, 123
Anny Jackeline Torres Silveira, 51 Arlette Medeiros Gasparello, 238, 239
Antero Maximiliano Dias dos Reis, 432 Arnaldo Daraya Contier, 288
AntoniaAparecida Quintão dos Santos Cezerilo, 371,376 Amaldo Ferreira Marques Júnior, 77
Antônio Aparecido Primo, 141 Arnaldo Haas Junior, 64
Antônio Brand, 310 Arnaldo Pinto Junior, 501
Antonio Carlos Amador Gil, 399 Arno Alvarez Kern, 117
Antonio Carlos Ferreira Pinheiro, 15 Arno Wehling, 434
Antonio Carlos Jucá de Sampaio, 127 Arthur Arruda Leal Ferreira, 370
Antônio Carlos Pinto Vieira, 603 Arthur Gomes Valle, 412
Antonio Carvalho Costa, 604 Arthur Lima de Avila, 385
Antonio Clarindo Barbosa de Souza, 102 Artur Cesar Isaia, 578, 580
Antonio Cláudio Rabello, 159 Artur Henrique Franco Barcelos, 114
António Costa Pinto, 442, 446 Artur José Renda Vitorino, 316
Antônio da Silva Câmara, 90 Artur Monteiro Bento, 603
Antonio Dari Ramos, 114 Astor Vieira Júnior, 351
Antônio de Pádua Bosi, 464 Augusto César Acioly Paz Silva, 436
Antonio de Pádua Carvalho Lopes, 595 Augusto da Silva, 421
Antônio de Pádua Chaves Filho, 159 Aurélia H. Castiglioni, 549
Antonio Edmilson Martins Rodrigues, 19 Avanete Pereira Sousa, 426
Antonio Filipe Pereira Caetano, 587 Bartira Ferraz Barbosa, 520
Antonio Germano Magalhães Junior, 296 Beatriz Ana Loner, 482, 483
Antonio Gilberto Ramos Nogueira, 530 Beatriz Anselmo Olinto, 221
Antonio Herculano Lopes, 26, 29 Beatriz Catão Cruz Santos, 128
Antonio Luigi Negro, 192 Beatriz D'Agostin Donadel, 411
Antônio Manoel Elíbio Júnior, 318 Beatriz de Miranda Brusantin, 484
Antonio Marcos Myskiw, 218 Beatriz dos Santos Landa, 311
Antonio Mauricio Freitas Brito, 260 Beatriz Gallotti Mamigonian, 450
Antonio Otaviano Vieira Junior, 551 Beatriz Helena Domingues, 115
Antonio Paulo de Morais Resende, 339 Beatriz Juana Isabel Bissio Staricco, 606
Antonio Pedro Tota, 54, 55 Beatriz Kushnir, 278
Antonio Rago Filho, 200 Beatriz Piva Momesso, 482
Antonio Sergio Araujo Fernandes, 302 Beatriz Polidori Zechlinski, 459
Antonio Torres Montenegro, 255, 339, 340 Beatriz Rietmann da Costa e Cunha, 156
Aparecida Darc de Souza, 470 Beatriz Scigliano Carneiro, 165
Aparecida Maria Almeida Barros, 12 Beatriz T. Daudt Fischer, 428
Araci Gomes Lisboa, 530 Beatriz Teixeira Weber, 83
Araci Rodrigues Coelho, 507 Benito Bisso Schmidt, 192
Argemiro Ribeiro de Souza Filho, 590 Berenice Abreu de Castro Neves, 256
Ariane Norma de Menezes Sá, 497 Berenice Corsetti, 16
Ariel Finguerut, 60 Bernardino da Cunha Freitas Abreu, 391
614
Bernardo Medeiros Ferreira da Silva, 382 Carla Rodrigues Gastaud, 594
Betzaida Mata Machaod Tavares, 28 Carla Simone Rodeghero, 260
Bianca Antunes Cortes, 177 Carla Xavier do S., 585
Bianca Nogueira da Silva, 346 Carlile Lanzieri Júnior, 407
Bianca Silva Costa, 321 Carlos Alberto Cunha Miranda, 47
Blasius Silvano Debald, 243 Carlos Alberto de Oliveira, 65
Bráulio Silva Chaves, 52 Carlos Alberto Medeiros Lima, 121
Braz Batista Vas, 230 Carlos Alexandre Barros Trubiliano, 176
Brigitte Ursula Stach Haertel, 108 Carlos Alvarez Maia, 282
Bruna Aparecida Mendes de Sá, 272 Carlos André Lopes da Silva, 225
Bruna Rafaela de Lima, 115 Carlos André Macêdo Cavalcanti, 317
Bruna Scheifer, 274 Carlos André Silva de Moura, 447
Bruno Abrantes Amorin, 113 Carlos Antonio dos Reis, 570
Bruno Augusto Domelas Câmara, 452 Carlos Daniel Paz, 119
Bruno Barretto Gomide, 393 Carlos de Almeida Prado Bacellar, 553
Bruno Bontempi Jr, 388 Carlos de Faria Júnior, 424
Bruno de Araújo Mendes, 593 Carlos Edinei de Oliveira, 18
Bruno de Macedo Zorek, 381 Carlos Eduardo Bartel, 395
Bruno Feitler, 559 Carlos Eduardo Calaça Costa Fonseca, 12
Bruno Flávio Lontra Fagundes, 460 Carlos Eduardo De Albuquerque Filgueiras, 233
Bruno Fonseca Ratton, 440 Carlos Eduardo de Oliveira Bezerra, 181
Bruno Gonçalves Alvaro, 409 Carlos Eduardo dos Reis, 91
Bruno Henz Biazetto, 564 Carlos Eduardo Frankiw de Andrade, 271
Bruno Martins Boto Leite, 365 Carlos Eduardo Moura de Mendonça, 320
Bruno Tadeu Salles, 407 Carlos Eduardo Romeiro Pinho, 49
Cacilda da Silva Machado, 553 Carlos Eduardo Rovaron, 215
Caetana Maria Damasceno, 183 Carlos Eduardo Sampietri, 535
Cairo Mohamad Ibrahim Katrib, 582 Carlos Engemann, 111
Caiuá Cardoso AI-Alam, 236 Carlos Fernando Comassetto, 480
Camila Bueno Grejo, 397 Carlos Gabriel Guimarâes, 490
Camila da Silva Condi lo , 46 Carlos Gilberto Pereira Dias, 596
Camila Dazzi, 416 Carlos Gonzalo Mignon, 488
Camilo Buss Araujo, 198 Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, 444
Caren Santos da Silveira, 565 Carlos Henrique Aguiar Serra, 438
Carine Dalmás, 38 Carlos Henrique Assunção Paiva, 85
Carla Berto, 523 Carlos Henrique Barbosa Gonçalves, 363
Carla Brandalise, 321 Carlos Henrique de Carvalho, 11, 15
Carla Cristina Barbosa, 363 Carlos Leandro da Silva Esteves, 220
Carla Cristina Nacke Conradi, 526 Carlos Martins Junior, 235
Carla Francielle Kurz, 88 Carlos Renato Carola, 362
Carla Lisboa Porto, 206 Carlos Roberto Antunes dos Santos, 49
Carla Luciana Souza da Silva, 469 Carlos Roberto Benjoino da Silva, 562
Carla Mary da Silva Oliveira, 413 Carlos Wellington Martins de Melo, 579
Carla Menegat, 319 Carlos Xavier de Azevedo Netto, 307, 308
Carla Michele Ramos, 209 Carlos Zacarias F. de Sena Junior, 467
Carla Renata Antunes de Souza Gomes, 269 Carlota Boto, 455
615
Carmélia Aparecida Silva Miranda, 152 Celso Branco, 201
Carmen Teresa Gabriel Anhorn, 140 Celso Luiz Moletta Junior, 248
Carolina Celestino Giordano, 72 Celso Rodrigues, 269
Carolina Chaves Ferro, 588 Celso Silva Fonseca, 404
Carolina Coelho Fortes, 409 Ceres Moraes, 59
Carolina Gual da Silva, 137 César Agenor Fernandes da Silva, 366
Carolina Mafra de Sá, 208 Cesar Augusto Barcellos Guauelli, 315
Carolina Martins Etcheverry, 333 César Augusto Bubolz Queirós, 487
Carolina Ruoso, 351 César Daniel de Assis Rolim, 320
Carolina Torres Alves de Almeida Ramos, 159 Cesar De Miranda e Lemos, 522
Caroline Cantanhede Lopes, 213 Cezar Karpinski, 360
Caroline Fernandes Silva, 412 Charles d'Almeida Santana, 65
Caroline Jaques Cubas, 575 Charles Monteiro, 335
Caroline Pacievitch, 510 Christiane Figueiredo Pagano de Mello, 423
Caroline Pereira Leal, 24 Christiane Laidler, 58
Caroline Silva Severino, 426 Christiane Maria Cruz de Souza, 49
Caroline Silveira Bauer, 60 Christiane Marques Szesz, 287
Cássia Daiane Macedo da Silveira, 245 Christina Helena da Motta Barlboza, 369
Cássia Maria Baptista de Oliveira, 585 Cibele Barbosa da Silva Andrade, 393
Cássia Rita Louro Palha, 155 Cilza Carla Bignotto, 463
Cassiana Buso Ferreira, 263 Cinthia Fernanda Barbosa da Silva, 205
Cássio Alan Abreu Albernaz, 316 Cíntia Régia Rodrigues, 116
Cássio da Silva Fernandes, 282 Claércio Ivan Schneider, 30
Cássio dos Santos Tomaim, 89 Clara Luiza Miranda, 78
Cássio Santos Melo, 208 Clarice Caldini Lemos, 320
Catarina Capella Silva, 370 Clarice Barbieri Shinyashiki, 71
Catarina Maria Costa dos Santos, 583 Clarice Gontarski Esperança, 453
Catarina Sant'Anna, 211 Clarice Nascimento de Melo, 485
Cátia Cristina de Almeida Silva, 173 Claricia Otto, 322
Cátia Faria, 260 Clarisse Ismério, 37
Cecília Chagas de Mesquita, 180 Clarita Ribeiro Gonzaga, 203
Cecilia Cotrim Martins de Mello, 23 Claudemir de Quadros, 157
Cecilia da Silva Azevedo, 399 Claudete Soares de Andrade Santos, 571
Cecilia Helena Ornellas Renner, 546 Claudia Alves, 157
Celenia de Souto Macedo, 507 Claudia Beltrão da Rosa, 39
Celeste Maria Pacheco de Andrade, 227 Claudia Correa de Almeida Moraes, 354
Celi Silva Gomes de Freitas, 475 Cláudia de Oliveira, 31
Célia Aparecida Rocha, 277 Claudia Denardi Machado, 324
Célia Cristina da Silva Tavares, 556 Cláudia Engler Cury, 326
Célia Maíra da Silva Estrella, 69 Cláudia Fernanda de Oliveira, 424
Célia Regina da Silveira, 497 Cláudia Helena da Cruz, 295
Celia Santana Silva, 577 Claudia Helena Nunes Henriques, 100
Celia Szniter Mentlik, 272 Cláudia Maia, 169
Célio José Losnak, 74 Cláudia Maria de Moura Pôssa, 417
Célio Marcos Pedraça, 575 Claudia Maria Gusson, 433
Celma Paese, 65 Cláudia Mauch, 236
616
Cláudia Mesquita, 30 Cristiano Gustavo Biazzo Simon, 508
Claudia Musa Fay, 96 Cristiano José Pereira, 433
Claudia Neves da Silva, 577 Cristiano Luís Christillino, 217
Claudia Peçanha da Trindade, 470 Cristiano Nicolini, 602
Claudia Pons Cardoso, 500 Cristiano Pereira Alencar Arrais, 344
Cláudia Regina Bovo, 137 Cristina Aparecida Reis Figueira, 345
Cláudia Regina dos Santos, 295 Cristina Dallanora, 220
Claudia Regina Nichnig, 188 Cristina Donza Cancela, 548
Claudia Regina Rodrigues Ribeiro Teixeira, 160 Cristina Ferreira, 250
Cláudia Regina Salgado de Oliveira Hansen, 161 Cristina Maria Barros de Medeiros, 271
Cláudia Rodrigues, 498 Cristina Meneguello, 334
Cláudia Sapag Ricci, 512 Cristina Moerbeck Casadei Pietraróia, 455
Claudia Schemes, 274 Cristina Monteiro de Andrada Luna, 228
Claudia Thurler Ricci, 411 Cristina Pessanha Mary, 386
Cláudia Tomaschewski, 440 Cristina Scheibe Wolff, 172, 175
Claudia Turra Magni, 304 Cristina Souza da Rosa, 514
Claudia Wasserman, 391 Cristine Fortes Lia, 574
Claudio Antonio Santos Monteiro, 106 Cybele Crossetti de Almeida, 138
Cláudio de Sá Machado Júnior, 338 D'Agostino Valeria Araceli, 156
Claudio Henrique de Moraes Batalha, 190 Daiana Crús Chagas, 53
Cláudio Roberto Dornelles Remião, 395 Daise Aparecida Palhares Diniz Silva, 354
Cláudio Travassos Delicato, 77 Dalila Müller, 103
Claudira do Socorro Cirino Cardoso, 502 Dalila Rosa Hallal, 12
Cleber Augusto Gonçalves Dias, 248 Dalila Zanon, 118
Cleber Eduardo Karls, 29 Daniel Aarão Reis Filho, 28
Clécia Maria da Silva, 589 Daniel Alves Boeira, 432
Cleide de Lima Chaves, 398 Daniel Barbosa Andrade de Faria, 272
Cleidivaldo De Almeida Sacramento, 196 Daniel Brauer, 254
Clementino Nogueira de Sousa, 167 Daniel Camurça Correia, 145
Cleodir da Conceição Moraes, 354 Daniel Canecchio, 166
Cleria Botelho da Costa, 255 Daniel de Pinho Barreiros, 388
Cleube Alves Da Silva, 309 Daniel do Vai Cosentino, 485
Cleusa Maria Gomes Graebin, 26 Daniel Lopes Bretas, 402
Clifford Andrew Welch, 398 Daniel Pereira Andrade, 299
Clóvis Frederico Ramaiana Moraes Oliveira, 33 Daniel Pimenta Oliveira de Carvalho, 22
Clóvis Gruner, 234 Daniel SChneider, 218
Conceição Maria Rocha de Almeida, 552 Daniel Wanderson Ferreira, 379
Conceição Solange Bution Perin, 408 Daniela Buono Calainho, 559
Cristiana Facchinetli, 458 Daniela de Oliveira, 580
Cristiana Schetlini Pereira, 451 Daniela Fernanda Sbravati, 149
Cristiane Almeida de Azevedo, 572 Daniela Giovana Siqueira, 513
Cristiane De Castro Ramos Abud, 181 Daniela Gonçalves Amaral, 554
Cristiane Muniz Thiago, 600 Daniela Magalhães da Silveira, 462
Cristiane Rodrigues Soares, 278 Daniela Resende Archanjo, 182
Cristiani Bereta da Silva, 129 Daniela Vallandro de Carvalho, 229
Cristiano Cezar Gomes da Silva, 32 Daniele de Oliveira Silva, 478
617
Daniella de Almeida Moura, 315 Dirceu Do Socorro Pereira, 569
Danielle Figuerêdo Moura, 163 Dislane Zerbinatti Moraes, 296
Danielle Kaeser Merola, 405 Diva do Couto Gontijo Muniz, 168
Danielle Moreira Brasileiro, 312 Djaci Pereira Leal, 408
Danielle Sanches de Almeida, 83 Djessika Lentz Ribeiro, 36
Danilo José Zioni Ferretti, 381 Dolores Martin Rodriguez Comer, 101
Dannyely Messias de Souza, 273 Dolores Puga Alves de Sousa, 295
Dante Flávio da Costa Reis Júnior, 394 Domingos Savio da Cunha Garcia, 561
Dante Marcello Claramonte Gallian, 368 Dominique Vieira Coelho dos Santos, 43
Danyllo Di Giorgio Martins da Mota, 355 Dora Shellard Corrêa, 355
Dario Alberto de Andrade Filho, 55 Doris Bittencourt Almeida, 13
Dario Scott, 554 Dorval do Nascimento, 99
Darlan Amorim Maia Mendes, 24 Douglas Attila Marcelino, 255
Débora Clasen de Paula, 594 Douglas Cole Libby, 145
Débora EI-Jaick Andrade, 154 Dulce Portilho Maciel, 395
Débora Kfuri Regai, 316 Durval Muniz de Albuquerque Júnior, 382
Débora Taísa Krebs, 31 Êça Pereira da Silva, 544
Deise Zandoná, 42 Éditon dos Santos Pimentel, 252
Deisi das Graças Rizzo Lubenow, 83 Eder Jurandir Carneiro, 362
Deivison Gonçalves Amaral, 197 Eder Martins, 202
Delton Ricardo Soares Meirelles, 437 Edgar Bruno Franke Serratto, 443
Demian Bezerra de Melo, 301 Edileuza Pimenta de Lima, 486
Denise A Soares de Moura, 427 Ediná Alves Costa, 54
Denise Bemuzzi de Sant'Anna, 48 Edinaldo Antonio Oliveira Souza, 454
Denise Castilhos de Araujo, 274 Edinalva Padre Aguiar, 142
Denise Gonçalves, 79 Edinelia Maria Oliveira Souza, 345
Denise Ognibeni, 185 Edison Antônio de Souza, 159
Denise Rollemberg, 342 Edison Minami, 581
Denísia Martins Borba, 570 Edmar Luis da Silva, 282
Deusa Maria de Sousa, 173 Edmundo Alves de Oliveira, 298
Dharana Pérola Ricardo Sestini, 174 Edna Mara Ferreira da Silva, 440
Diana Maul de Carvalho, 373 Edna Maria Nóbrega Araújo, 533
Diego Finder Machado, 65 Edneila Rodrigues Chaves, 113
Diego Luiz Vivian, 196 Edson Alvisi Neves, 437
Dilene Raimundo do Nascimento, 49 Edson Arantes Junior, 43
DilmaAndrade de Paula, 159 Edson Hely Silva, 527
Dilma Cabral, 47 Edson Passetti, 167
Dilmar Kistemacher, 17 Eduardo Arriada, 238
Dilse Piccin Corteze, 506 Eduardo Augusto Costa, 336
Dilton Cândido Santos Maynard, 28 Eduardo de Souza Soares, 102
Dilza Pôrto Gonçalves, 605 Eduardo Ferraz Felippe, 593
Diogo Arruda Carneiro da Cunha, 345 Eduardo França Paiva, 145
Diogo da Silva Roiz, 282 Eduardo Gomes Silva, 390
Diogo de Carvalho Cabral, 362 Eduardo Guilherme de Moura Paegle, 576
Diogo Franco Rios, 363 Eduardo Gusmão de Quadros, 385
Dirceu Casa Grande Junior, 229 Eduardo Henrique Martins Lopez de Scoville, 202
618
Eduardo José Afonso, 93 Elizabeth Johansen, 348
Eduardo Mei, 566 Elizabeth Salgado de Souza, 132
Eduardo Moraes Warpechowski, 363 Elizabeth Sousa Abrantes, 186
Eduardo Munhoz Svartman, 564 Elizangela Barbosa Cardoso, 189
Eduardo Natalino dos Santos, 519 Elmar Figueiredo, 266
Eduardo Ramon Palermo Lopez, 482 Eloisa Aragão Maués, 454
Eduardo Romero de Oliveira, 341 Eloisa Dezen-Kempter, 350
Eduardo Santos Neumann, 115 Eloisa Helena Capovilla da Luz Ramos, 550
Eduardo Scheidt, 104, 106 Eloisa Maria Lima Souto Silva, 144
Eduardo Sinkevisque, 384 Eloy Tonon, 347
Eduardo Victorio Morettin, 513 Eisa Gonçalves Avancini, 569
Edvaldo Correa Sotana, 279 Elson de Assis Rabelo, 386
Edwar De Alencar Castelo Branco, 290 Ely Bergo de Carvalho, 359
Elaine Cátia Falcade Maschio, 476 Ely Souza Estrela, 222
Elaine Cristina Carraro, 299 Elza M. M.l. Costa, 609
Elaine Cristina Maldonado, 421, 584 Emanuel Pereira Braz, 502
Elaine Leonara de Vargas Sodré, 437 Emanuela Sousa Ribeiro, 586
Elaine Lourenço, 242 Emanuele_cm@hotmail.com, 147
Élcia de Torres Bandeira, 181 Emerson Dionisio Gomes de Oliveira, 410
EleideAbril Gordon Findlay, 218 Émerson Neves da Silva, 66, 610
Elena Camargo Shizuno, 230 Emery Marques Gusmão, 28
Eleonora Zicari Costa de Brito, 207 Emilia Camevali da Silva, 442
Eliana Ramos Ferreira, 101 Emília Maria Ferreira da Silva, 148
Eliana Silvestre, 434 Emilio Gonzalez, 205
Eliana Ventorini, 454 Enaile Flauzina Carvalho, 121
Eliane Brito Silva, 153 Endrica Geraldo, 475
Eliane Cristina Deckmann Fleck, 113, 115 Eneida Maria Mercadante Sela, 330
Eliane de Mello, 112 Eneida Maria Souza Mendonça, 77
Eliane Lucia Colussi, 507 Enrique Serra Padrós, 471
Eliane Martins de Freitas, 438 Enzio Gercione Soares de Andrade, 204
Eliane Menezes, 453 Erica Elizabete da Silva, 234
Eliane Mimesse Prado, 242 Érica Melanie Ribeiro Nunes, 264
Eliézer Cardoso de Oliveira, 33 Erica Piovam de Ulhôa Cintra, 85
Eliezer Raimundo de Souza Costa, 239 Érica Rodrigues Fontes, 212
Elio Cantalicio Serpa, 336 Erick Assis de Araújo, 104
Elio Chaves Flores, 378 Erik Horner, 539
Elis Regina Barbosa Angelo, 101 Erika Cazzonatto Zerwes, 338
Elisa De Campos Borges, 467 Érika do Nascimento Pinheiro Mendes, 569
Elisa Frühauf Garcia, 525 Erivaldo Sales Nunes, 228
Elisa Maria Verona, 208 Ermelinda Moutinho Pataca, 360
Elisabete Leal, 35, 416 Ernesto Cerveira de Sena, 610
Elisabeth Weber Medeiros, 312 Eronize Lima Souza, 237
Elison Antonio Paim, 322 Esmeralda Blanco B. de Moura, 431
Elizabete Mayumy Kobayashi, 52 Esmeralda Rizzo, 99
Elizabete Sanches Rocha, 211 Estevão de Rezende Martins, 281
Elizabeth Cancelli, 271 Esther Kuperman, 162
619
Etelvina Maria de Castro Trindade, 98 Fabíola Martins Bastos, 378
Eucidio Pimenta Arruda, 265 Fabrina Magalhães Pinto, 21
Euclides de Freitas Couto, 246 Fatima Aparecida Silva, 133
Eudes Fernando Leite, 261 Fatima Bitencourt David, 245
Eugênio Rezende de Carvalho, 396 Fátima Costa de Lima, 212
Eunícia barros Barcelos Fernandes, 521 Fátima Faleiros Lopes, 326
Eurelino Teixeira Coelho Neto, 467 Fátima Fontes Piazza, 330
Eva Maria Luiz Ferreira, 310 Fátima Machado Chaves, 11
Evangelia Aravanis, 190, 196 Fátima Maria Neves, 96
Evaristo Caixeta Pimenta, 435 Fátima Sebastiana Gomes Lisboa, 516
Evelyn Furquim Werneck Lima, 210 Federico Alvez Cavanna, 509
Everton Costa Santos, 541 Federico Sandoval Olvera, 51
Éverton Reis Quevedo, 46 Felipe Abranches Demier, 466
Ezio da Rocha Bittencourt, 207 Felipe Côrte Real de Camargo, 94
Fabian Serejo Santana, 220 Felipe Eduardo Ferreira Marta, 249
Fabiana Fredrigo, 400 Felipe Matos, 459
Fabiana Cardoso Malha Rodrigues, 436 Felipe Ronner Pinheiro Imlau Motta, 280
Fabiana de Fatima Bruce da Silva, 506 Felipe Santos Magalhães, 90
Fabiana De Paula Guerra, 519 Fernanda Barros, 17
Fabiana Lopes da Cunha, 205 Fernanda Ben, 193
Fabiana Martins Bandeira, 605 Fernanda Borges de Moraes, 588
Fabiana Nicolau, 256 Fernanda Cristina Campos da Rocha, 14
Fabiana Pinto Pires, 120 Fernanda das Graças Corrêa, 225
Fabiana SChleumer, 374 Fernanda Gil Lozano, 172
Fabiana Scoleso, 488 Fernanda Mendonça Pitta, 26
Fabiane Popinigis, 452 Femanda Mota Thomaz Leboeuf, 351
Fabiano Aiub Branchelli, 77 Fernanda Rodrigues Galve, 599
Fabiano Godinho Faria, 468 Fernanda Soares Cardozo, 110
Fabiano Vilaça dos Santos, 589 Fernanda Tondolo Martins, 58
Fábio Andreas Richter, 353 Femanda Trindade Luciani, 421
Fábio Chang de Almeida, 446 Fernanda Zimmemnann, 147
Fábio de Souza Lessa, 44 FemandoA. Pires-Alves, 86
Fábio Duarte Joly, 42 Fernando Antonio Faria, 388
Fábio Ferreira, 563 Fernando Augusto Azambuja de Almeida, 310
Fábio Franzini, 382 Fernando C. Boppré, 593
Fábio Henrique Lopes, 190 Fernando Cauduro Pureza, 487
Fábio Kühn, 122 Fernando da Silva Rodrigues, 228
Fábio Luciano lachtechen, 364 Fernando de Araujo Penna, 141
Fabio Macedo, 429 Fernando Franco Netto, 146
Fabio Muruci Dos Santos, 396 Fernando Gil Portei a Vieira, 285
Fabio Pesavento, 125 Fernando Kolleritz, 289
Fábio Raddi Uchôa, 515 Fernando Lóris Ortolan, 540
Fabio Ricci, 161 Fernando Seffner, 500
Fábio Ruela de Oliveira, 469 Fernando Sergio Dumas dos Santos, 471
Fabio Sapragonas Andrioni, 286 Fernando Silva dos Santos, 466
Fábio Vergara Cerqueira, 40 Fernando Torres-Londofio, 113, 114
620
Flamarion Maués Pelúcio Silva, 455 Frank Antonio Mezzomo, 583
Flávia Aparecida Amaral, 139 Frederico Alexandre Hecker, 475
Flávia Cesarino Costa, 518 Frederico Brittes Nordin Garcia, 431
Flávia Cópio Esteves, 291 Frederico Castilho Tomé, 401
Flávia Cristina Silveira Lemos, 298 Frederico De Castro Neves, 497
Flávia de Sá Pedreira, 58 Frederico Duarte Bartz, 194
Flávia Eloisa Caimi, 499 Frederico Sidney Guimaraes, 601
Flavia Galli Tatsch, 24 Gabriel Aladren, 154
Flavia Klausing Gervasio, 414 Gabriel de Carvalho Godoy Castanho, 406
Flávia Kurunczi Domingos, 366 Gabriel Santos Berute, 125
Flávio César Freitas Vieira, 16 Gabriela Aparecida dos Santos, 372
Flavio Coelho Edler, 84 Gabriela Carames Beskow, 543
Flávio de Sá Cavalcanti de Albuquerque Neto, 234 Gabriela Dias de Oliveira, 52
Flavio José Gomes Cabral, 539 Gabriela Pellegrino Soares, 399
Flavio Limoncic, 449 Gefferson Ramos Rodrigues, 589
Flávio Lúcio Rodrigues Vieira, 162 Gelsom Rozentino de Almeida, 470
Flavio Rgerio Rocha, 519 Geni Rosa Duarte, 204
Flávio Vilas·Bôas Trovão, 291 Georgiane Garabely Heil Vázquez, 176
Francesca Focaroli, 45 Geraldo Mártires Coelho, 27
Francieli Aparecida Marinato, 525 Geraldo Pieroni, 578
Francimar Ilha da Silva Petroli, 104 Gerson Machado, 580
Francione Oliveira Carvalho, 296 Gerson Wasen Fraga, 250
Francis Albert Colta, 236 Getúlio Nascentes da Cunha, 509
Francisca Carla Santos Ferrer, 593 Gian Carlo de Melo Silva, 553
Francisca Ferreira Michelon, 337 Giana Lange do Amaral, 13
Francisco Alberto Rocha, 203 Giane Maria de Souza, 448
Francisco Alcides do Nascimento, 61 Gilbert Anderson Brandão, 480
Francisco Assis de Queiroz, 16 Gilberto Cézar de Noronha, 273
Francisco Carlos Cosentino, 120 Gilberto Grassi Calil, 465
Francisco Carlos Jacinto Barbosa, 49 Gilberto Marcos Martins, 273
Francisco Carlos Oliveira de Sousa, 198 Gilda Maria Verri, 457
Francisco Cesar Alves Ferraz, 229 Gildasio Santana Junior, 464
Francisco César Pinto Da Fonseca, 278 Gilian Evaristo França Silva, 25
Francisco Das Chagas Silva Souza, 142 Gilma Maria Rios, 181
Francisco Eduardo Alves de Almeida, 224 Gilmar Alexandre da Silva, 293
Francisco Eduardo Pinto, 214 Gilmar Arruda, 355, 360
Francisco Fabiano de Freitas Mendes, 345 Gilmara Lane Tito Silva, 284
Francisco Fagundes de Paiva Neto, 222 Gilmara Yoshihara Franco, 386
Francisco Firmino Sales Neto, 382 Gilmária Salviano Ramos, 176
Francisco Francijési Firmino, 596 Gilvan Ventura da Silva, 40
Francisco José Corrêa Martins, 225 Giorgia de Medeiros Domingues, 179
Francisco Josênio Camelo Parente, 442 Giovana Batista Tejo, 207
Francisco Canella, 109 Giovana Carla Mastromauro, 72
Francismar Alex Lopes de Carvalho, 311 Giovani José da Silva, 528
Francivaldo Alves Nunes, 216 Giovani Luiz Romani, 142
Françoise Jean de Oliveira Souza, 319 Giovanni Antonio Pinto Alves, 91
621
Giralda Seyferth, 304 Hanayana Brandão Guimarães Fontes Lima, 354
Gisálio Cerqueira Filho, 438 Harley de Araújo, 484
Giscard Farias Agra, 51 Haroldo de Resende, 170
Giselda Brito Silva, 447 Haroldo Gomes da Silva, 171
Gisele Becker, 274 Haroldo Loguercio Carvalho, 510
Gisele Oliveira Ayres Barbosa, 318 Haruf Salmen Espindola, 355, 356
Gisele Sanglard, 86 Hebe Mattos, 355
Gisele Thiel Della Cruz, 53 Heber Ricardo da Silva, 276
Gisella De Amorim Serrano, 454 Heitor Pinto de Moura Filho, 374
Giselle Laguardia Valente, 393 Helder Cyrelli de Souza, 531
Giselle Martins Venâncio, 461 Helder Manuel da Silva de Oliveira, 410
Gislaine de Oliveira Silva, 362 Helder Rodrigues Pereira, 62
Gizele Zanotto, 585 Helder Volmar Gordim da Silveira, 564
Gizlene Neder, 437 Helen Osório, 214
Gladys Sabina Ribeiro, 494 Helen Ulhôa Pimentel, 273
Glaucia Cristina Candian Fraccaro, 483 Helena Alpini Rosa, 308
Gláucia de Oliveira Assis, 66 Helena Amália Papa, 43
Glaura Teixeira Nogueira Lima, 99 Helena Bomeny, 17
Gleudson Passos Cardoso, 389 Helena Isabel Mueller, 164
Gleyson Nunes de Assis, 219 Helena Maria Marques Araújo, 144
Gloria Alejandra Guamizo Luna, 187 Helenice Aparecida Bastos Rocha, 141
Glória Cristina Ferreira Gabriel, 178,428 Helenice Ciampi Ribeiro Fester, 322
Gonzalo de Amézola, 323 Helidacy Maria Muniz Corrêa, 557
Graciela Bonassa Garcia, 216 Hélio Sochodolak, 457
Graciela De Conti Pagliari, 55 Heloisa Amelia Greco, 545
Graciela de Souza Oliver, 369 Heloísa Hirai Hecker, 209
Graziele Regina de Amorim, 51 Heloisa Jochims Reichel, 397
Grazielle Rodrigues do Nascimento, 55 Heloisa Maria Bertol Domingues, 367
Grazyelle Reis dos Santos, 75 Heloisa Meireles Gesteira, 364
Greyce Kely Piovesan, 80 Henrique Alonso de Albuquerque Rodrigues Pereira, 54
Guadalupe Salazar González, 607 Henrique Buarque de Gusmão, 209
Guido Coelho de Magalhães Bastos, 436 Henrique Espada Rodrigues Lima Filho, 451
Guilherme Cantieri Bordonal, 289 Henrique Modanez de Sant'Anna, 42
Guilherme Cunha Lima, 392 Henrique Rodolfo Theobald, 135
Guilherme de Paula Costa Santos, 126 Henrique Zeferino de Menezes, 60
Guilherme Galhegos Felippe, 523 Hermetes Reis de Araujo, 56
Guilherme José Motta Faria, 201 Hernán Eufemio Gómez, 542
Guilherme Paulo Castanholi Pereira das Neves, 587 Hernán Ramiro Ramírez, 254
Gustavo Acioli Lopes, 418 Hideraldo Lima da Costa, 80
Gustavo Biscaia de Lacerda, 59 Hilda Agnes Hübner Flores, 600
Gustavo Coelho Farias, 257 Hilda Machado, 516
Gustavo Felipe Miranda, 442 Hilda Pivaro Stadniky, 599
Gustavo Henrique Tuna, 456 Hileia Araujo de Castro, 597
Gustavo Naves Franco, 379 Hilton Barros Coelho, 488
Hamilcar Silveira Dantas Junior, 92 Hivana Mara Zaina de Matos, 144
Hamilton Afonso de Oliveira, 548 Homero Gomes de Andrade, 353
622
Huener silva Gonçalves, 52 Isadora Volpato Curi, 319
Hugo Arend, 566 Isaíde Bandeira Timbó, 503
Hugo José Guedes Moura, 445 Isaque Pereira de Carvalho Neto, 579
Humberto da Silva Miranda, 431 Isléia Rõssler Streit, 327
Humberto de França e Silva Júnior, 565 Ismael Gonçalves Alves, 429
Humberto Femandes Machado, 495 Ismail Norberto Xavier, 513
Humberto Perinelli Neto, 25 Ismara Izepe de Souza, 567
lacy Maia Mata, 152 Ismenia de Lima Martins, 473
lamara da Silva Viana, 146 Isnara Pereira Ivo, 148
landra Pavanati, 145 Israel Sanmartín, 286
lára Quelho de Castro, 528 Itala Byanca Morais da Silva, 383
Iara Toscano Correia, 582 luri Cavlak, 564
Idéia Thiesen, 600 Ivan Aparecido Manoel, 13
Ida Hammerschmilt de Lima, 130 Ivan da Costa Marques, 367
Idelma Aparecida Ferreira Novais, 126 Ivan Esperança Rocha, 40
Ignacio José Godinho Delgado, 254 Ivan Norberto dos Santos, 380
Igor Guedes Ramos, 284 Ivana D. Parrela, 267
Igor Salomão Teixeira, 409 Ivana Guilherme Simili, 233
lia da Silva Brognoli, 179 Ivaneide Almeida da Silva, 241
IIanil Coelho, 63 Ivanilda Aparecida Andrade Junqueira, 63
IIíada Pires da Silva, 17 Ivo Canabarro, 332
IIka Stem Cohen, 543 Ivo Coser, 393
Imgart Grützmann, 445 Ivone Gallo, 545
Inez Garbuio Peralta, 114 Ivone Salgado, 71, 72
Inoã Pierre Carvalho Urbinati, 216 Ivoneide de França Costa, 331
lohana Brito de Freitas, 417 Ivonete da Silva Souza, 508
lolanda Canal Abati, 571 Ivonete Pereira, 428
lone Celeste Jesus de Sousa, 240 Iza Luciene Mendes Regis, 95
lone de Fátima Oliveira, 567 Izabel Andrade Marson, 268
Iracema Andrade de Alencar Rosas, 574 Izabel de Fátima Cruz Melo, 89
Iracilda Pimentel Carvalho, 489 Izabel Missagia de Maltos, 527
Iranilson Buriti, 592 Jaci Guilherme Vieira, 524
Irene Quaresma Azevedo Viana, 324 Jackson Alexsandro Peres, 310
íris Kantor, 558 Jacqueline Angélica Hemández Haffner, 560
Iris Verena Santos de Oliveira, 100 Jacqueline da Silva Nunes Pereira, 408
Irma Antonieta Gramkow Bueno, 138 Jacqueline Wildi Lins, 418
Isa Paula Zacarias Ribeiro, 63 Jacques Elias de Carvalho, 293
Isabel Aparecida Bilhão, 197 Jacy Alves de Seixas, 78
Isabel Cristina Arendt, 244 Jadir Gonçalves Rodrigues, 576
Isabel Cristina F. Auler, 598 Jadir Peçanha Rostoldo, 71
Isabel Cristina Leite, 260 Jaelson Bitran Trindade, 476
Isabel Cristina Martins Guillen, 186 Jailma Maria de Lima, 542
Isabel Cristina Medeiros Maltos Borges, 607 Jaílson Pereira da Silva, 93
Isabela de Fátima Schwengber, 279 Jaime Rodrigues, 48
Isabela Maria Azevedo Gama Buarque, 249 Jair Diniz Miguel, 93
Isabelle De Luna Alencar Noronha, 327 James William Goodwin Junior, 541
623
Jamila Ithaia dos Santos Wawzyniak, 414 João Carlos Ribeiro de Andrade, 264
Janaina Cardoso de Mello, 539 João Carlos Tedesco, 221
Janaina de Almeida Teles, 259 João Carlos Vieira da Costa Cavalcanti da Rocha, 383
Janaina de Paula do Espírito Santo, 511 João Dalla Rosa Júnior, 413
Janaína Dias Cunha, 245 João de Azevedo e Dias Duarte, 271
Janaina Girotto, 36 João do Prado Ferraz de Carvalho, 18
Janaina Martins Cordeiro, 259 João Edson de Arruda Fanaia, 254
Janaína Oliveira, 284 João Eduardo Cezar de Vilhena, 37
Janaina Souza Teixeira, 107 João Fábio Bertonha, 446
Janderson Bax Carneiro, 504 João Fernando Pelho Ferreira, 248
Janete de Fátima Barause Néri, 133 João Gabriel Lima Cruz Teixeira, 210
Janete Ruiz de Macedo, 348, 350 João Henrique dos Santos, 22
Janete Santos Ribeiro, 67 João Kennedy Eugênio, 284
Janice Gonçalves, 348 João Luís Ribeiro Fragoso, 120, 127
Janine Gomes da Silva, 187 João Marcelo Barbosa Dergan, 358
Janio Gustavo Barbosa, 435 João Masao Kamita, 24
Janúzia Souza Mendes de Araújo, 369 João Miguel Teixeira de Godoy, 608
Jaqueline Ap, Martins Zarbato Schmitt, 129 João Paulo Cordeiro Reis, 170
Jaquelini Scalzer, 327 João Paulo Rodrigues, 315
Jayme Lúcio Fernandes Ribeiro, 276 Joao Pinto Furtado, 290
Jean Baptista, 524 Joaquim Justino Moura dos Santos, 105
Jean Rodrigues Sales, 258 Jocyleia Santana dos Santos, 280
Jeannie da Silva Menezes, 441 Joel Carlos de Souza Andrade, 597
Jefferson Cano, 461 Joêlle Rachei Rouchou, 30
Jefferson Carriello do Carmo, 191 Joelma Ferreira dos Santos, 94
Jefferson José Queler, 537 John Manuel Monteiro, 520
Jeffrey Lesser, 306 Johny Guimarães da Silva, 95
Jeniffer Alves Cuty, 32 Jóina Freitas Borges, 527
Jens Michael Baumgarten, 334 Jonas Rafael dos Santos, 213
Jérri Roberto Marin, 436 Jonas Wilson Pegoraro, 123
Jesana Lilian Siqueira, 541 Jorge Batista Fernandes, 391
Jhoyce Póvoa Timóteo, 73 Jorge Claudio Bastos da Silva, 390
Jó Klanovicz, 355 Jorge Eremites de Oliveira, 307
Joana D'Arc Fernandes Ferraz, 108 Jorge Ferreira, 258
Joana O'Are do Valle Bahia, 306 Jorge Luiz Bezerra Nóvoa, 88
Joana EI-Jaick Andrade, 466 Jorge Luiz Prata de Sousa, 376
Joana Maria Pedro, 174 Jorge Luiz Romanello, 336
Joana Medrado Nascimento, 217 Jorge Miklos, 279
Joana Monteleone, 424 Josane Rodrigues Boechat, 378
Joana Neves, 545 José Adilçon Campigoto, 530
João Alberto da Costa Pinto, 466 José Adilson Filho, 79
João Alfredo Costa de Campos Melo Júnior, 283 José Alberto Baldissera, 94
João André Brito Garboggini, 92 José Alberto Bandeira Ramos, 151
João Batista Gonçalves Bueno, 328 José Alexandre da Silva, 482
João Carlos de Souza, 543 José Alves de Freitas Neto, 269
João Carlos Gomes, 489 José Augusto Alves Netto, 532
624
José Bento Rosa da Silva, 488 Joseph Espíndola, 570
José Carlos de Araújo Neto, 224 Josiane Roza de Oliveira, 388
José Carlos Leite, 170 Josianne Francia Cerasoli, 70
José Carlos Mosko, 248, 251 Josineide da Silva Bezerra, 70
José Carlos Vilardaga, 377 Josu Curiel Yarza, 406
José Carlos Ziliani, 481 Joubert Paulo Teixeira, 532
José Cássio Másculo, 241 Jovani de Souza Scherer, 147
José D' Assunção Barros, 95 Joyce Mary Adam de Paula e Silva, 430
José Ernesto Pimentel Filho, 231 Juan Manuel Padrán, 446
José Eudes Arrais Barroso Gomes, 555 Juçara da Silva Barbosa de Mello, 194
José Evando Vieira de Melo, 217 Juçara Luzia Leite, 598
José Evangelista Fagundes, 504 Juçara Nair Wollf, 73
José Fernando Teles da Rocha, 108 Juciene Batista Félix Andrade, 594
José Henrique de Paula Borralho, 491 Jucineide Moreira de Souza Pereira, 275
José Iran Ribeiro, 494 Judite Maria Barboza Trindade, 430
José Joaquim Pereira Melo, 572 Julia Bueno de Morais Silva, 131
José Jobson de Andrade Arruda, 420 Julia Faria Camargo, 565
José Jonas Duarte da Costa, 361 Juliana Alves de Andrade, 215
José Josberto Montenegro Sousa, 357 Juliana Bastos Marques, 42
José Leandro Rocha Cardoso, 83 Juliana Bublitz, 358
José Licínio Backes, 110 Juliana da Cunha Sampaio, 150
José Luiz Costa Neto, 524 Juliana Darás dos Santos, 377
José Luiz de Castro, 552 Juliana de Almeida, 61
José Maria Vieira de Andrade, 37 Juliana de Holanda Alves Rocha, 559
José Martinho Rodrigues Remedi, 301 Juliana Ferreira Sorgine, 353
José Martins Ribeiro, 502 Juliana Fujimoto, 520
José Newton Coelho Meneses, 425 Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira, 23
José Norberto Soares, 130 Juliana Miranda Filgueiras, 242
José Otávio Aguiar, 596 Juliana Sabino Simonato, 154
José Paulo Eckert, 306 Juliana Serzedello Crespim Lopes, 589
José Pedro Cabrera Cabral, 400 Juliane Conceição Primon Serres, 47
José Raimundo Fontes, 448 Juliano Loureiro de Carvalho, 357
José Ricardo Ferraz, 107 Juliano Rosa Gonçalves, 455
José Ricardo Oriá Fernandes, 131 Julio Cesar Bentivoglio, 496
José Rivair Macedo, 408 Júlio Cesar Paixão Santos, 82
José Roberto Pinto de Góes, 125 Júlio Cesar Schweickardt, 81
José Roberto Severino, 344 Julio Cesar Virginio da Costa, 510
José Rogério de Oliveira, 47 Julio Claudio da Silva, 105
José Ronaldo Mendonça Fassheber, 253 Júlio Mangini Fernandes, 55
José Tarcisio Grunennvaldt, 226 Júnia Sales Pereira, 263
José Veridiano dos Santos, 75 Juniele Rabêlo de Almeida, 262
José Walter Nunes, 91 Jurandir Malerba, 21
JosebelAkelFares,69 Jurema Mascarenhas Paes, 98
Joseli Maria Nunes Mendonça, 448, 451 Kalina Vanderlei Paiva da Silva, 24
Joselina da Silva, 175 Kalna Mareto Teao, 527
Josemary Omena Passos Ferrare, 116 Kaori Kodama, 374
625
Karina Anhezini de Araújo, 283 Leandro Henrique Magalhães, 21
Karina Camarneiro Jorge, 72 Leandro José Nunes, 28
Karl Martin Monsma, 302 Leandro Karnal, 119
Karl Schurster Verissimo de Souza Leão, 447 Leandro Mendanha e Silva, 170
Karla Adriana Martins Bessa, 518 Leandro Miranda Malavota, 363
Karla Guilherme Carloni, 256 Leandro Pereira Gonçalves, 444
Karla Pereira Cunha, 402 Lecy Figueiredo Rocha, 307
Karoline Carula, 498 Léia Adriana da Silva Santiago, 508
Katani Maria Nascimento Monteiro, 73 Leila Beatriz Ribeiro, 606
Katia Aily Franco de Camargo, 538 Leila Bianchi Aguiar, 351
Katia Eliane Barbosa, 293 Leila Lourenço, 324
Kátia Gerab Baggio, 400 Leila Medeiros de Menezes, 474
Kátia Lorena Novais Almeida, 154 Leila Mezan Algranti, 48
Katia Maria Abud, 129, 130 Leila Rodrigues da Silva, 403
Katia Maria Paim Pozzer, 40 Leisa Robles Borba da Silva, 61
Kátia Rodrigues Paranhos, 209 Lelio Luiz de Oliveira, 21
Katiane Soares Verazani, 426 Lemuel Rodrigues da Silva, 573
Kazumi Munakata, 240 Lena Benzecry, 595
Keila Auxiliadora Carvalho, 50 Lená Medeiros de Menezes, 473, 474
Keila Grinberg, 450 Lennita Ruggi, 252
Keite Maria Santos do Nascimento Lima, 61 Léo Postemak, 390
Kellen Cristina Marçal de Castro Neves, 290 Leonam Lauro Nunes da Silva, 563
Kelly Carvalho, 491 Leonardo Ayres Padilha, 29
Kelly Sórensi Naves, 403 Leonardo O'Reilly Brandão, 270
Kenia Aparecida Miranda, 193 Leonardo Rodrigues de Moraes, 530
Khalil A. B. Nogueira, 71 Leonice de Lima Mançur Lins, 185
Klmon Speciale B. Ferreira, 249 Leonor Carolina Baptista Schwartsmann, 81
Lais Viena de Souza, 430 Leticia Borges Nedel, 318
Lana Lage da Gama Lima, 178 Leticia Cantarela Matheus, 342
Lana Mara de Castro Siman, 145, 267, 263 Leticia Carneiro Aguiar, 158
Larissa Assis Pinho, 241 Letícia Dias Schirm, 353
Larissa Camacho Carvalho, 458 Leticia Ricci Aparicio, 537
Larissa Moreira Viana, 149 Leticia Squeff, 330
Larissa Oliveira Gabarra, 582 Liane Maria Bertucci, 50
Larissa Rosa Correa, 196 Liane Maria Nagel, 350
Laura Ferrazza de Lima, 534 Libânia Nacif Xavier, 13
Laura Loguercio Cánepa, 36 Libertad Borges Bittencourt, 401
Laura Nery, 31 Lidia M. Vianna Possas, 184
Laura Nogueira Oliveira, 239 Lidia Nunes Cunha, 563
Laurinda Rosa Maciel, 85 Lidiane Soares Rodrigues, 301
Lausane Corrêa Pykosz, 82 Ligia Barros de Freitas, 453
Lavinia Coutinho Cardoso, 590 Lígio José de Oliveira Maia, 524
Léa Maria Carrer lamashita, 434 Lilia Inés Zanotti de Medrano, 400
Leandro Augusto Martins Junior, 384 Lilian Beatriz Carlos, 381
Leandro Calbente Câmara, 426 Lilian Costa Castex, 131
Leandro Gonsales Ciccone, 572 Lilian Henrique de Azevedo, 435
626
Lilian Marta Grisolio, 57 Luciana Medeiros de Araújo, 70
Lilian Rodrigues da Cruz, 178, 428 Luciana Mendes Gandelman, 558
Liliane da Costa Freitag, 355 Luciana Paiva Coronel, 79
Liliane Edira Ferreira Carvalho, 535 Luciana Pessanha Fagundes, 281
Lina Rodrigues de Faria, 85, 187 Luciana Rosar Fornazari Klanovicz, 175
Lincoln de Abreu Penna, 467 Luciana Rossato, 131
Lincoln Marques dos Santos, 439 Luciana Scheuer Brum, 143
Lindsay Borges, 544 Luciana Sepúlveda Kõptcke, 263
Lisiane Si as Manke, 245 Luciane Cristina Scarato, 419
Lívia Carolina Vieira, 14 Luciano Aronne de Abreu, 314
Lívia Harfuch, 575 Luciano Barandiaran, 453
Liz Andréa Dalfré, 341 Luciano Carneiro Alves, 288
Lizete Oliveira Kummer, 235 Luciano da Silva Moreira, 457
Lorelai Brilhante Kury, 365 Luciano dos Santos Teixeira, 116
Lorena Almeida Gill, 48 Luciano Mendes Cabral, 107
Lorena Avellar de Muniagurria, 339 Luciano Patrice Garcia Lepera, 220
Lorena de Pauli, 361 Luciano Raposo de A. Figueiredo, 587
Lorene Figueiredo de Oliveira, 472 Luciene de Morais Rosa, 313
LosandroAntonio Tedeschi, 184 Luciene Lehmkuhl, 412
Lourival Andrade Júnior, 572 Luciene Pereira Carris Cardoso, 358
Luana Carla Martins Campos, 335 Luciene Soares de Souza, 459
Luana Chnaiderman de Almeida, 518 Lucilia de Almeida Neves Delgado, 262
Luana Neres de Sousa, 45 Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, 256
Luana Satumino Tvardovskas, 165 Lúcio Vânio Moraes, 583
Luana Teixeira, 199 Lucy Cavallini Bajjani, 135
Lucas Bittencourt Gouveia, 136 Luigi Biondi, 193
Lucas Jannoni Soares, 419 Luis Alexandre Cerveir3, 117
Lucelinda Schramm Corrêa, 479 Luis Antonio Coelho Ferla, 102
Lúcia Falcão Barbosa, 506 Luís Augusto Ebling Farinatti, 216
Lucia Grinberg, 278 Luís Balkar Sá Peixoto Pinheiro, 199
Lúcia Helena Oliveira Silva, 193 Luis Carlos dos Passos Martins, 277
Lucia Helena Pereira da Silva, 105 Luís Edmundo de Souza Moraes, 242
Lúcia Maria Bastos Pereira das Neves, 496 Luís Eduardo de Oliveira, 452
Lucia Maria Paschoal Guimarães, 497 Luis Fernando Beneduzi, 33
Lúcia Soares da Silva, 169 Luis Fernando Cerri, 512
Lúcia Teresinha Macena Gregory, 88 Luís Fernando da Silva Laroque, 118
Luciana Andrade De Almeida, 182 Luis Fernando Guimarães Zen, 472
Luciana Aparecida De Souza Mendes, 573 Luís Fernando Prestes Camargo, 590
Luciana Beatriz de Oliveira Bar de Carvalho, 17 Luís Filipe Silvério Lima, 557
Luciana Cláudia Oliveira de Souza, 82 Luís Frederido Dias Antunes, 124
Luciana Coelho Barbosa, 38 Luis Guilherme Assis Kalil, 113
Luciana Farias Santana, 378 Luis Gustavo Molinari Mundim, 531
Luciana Ferrari Montemezzo,208 Luís Kist, 120
Luciana Fontes Parzewski, 137 Luís Manuel Domingues do Nascimento, 342
Luciana Gomes Ribeiro, 253 Luis Reznik, 257
Luciana Lopes dos Santos, 595 Luisa Quarti Lamarão, 277
627
Luisa Teixeira Andrade, 141 Mairon Escorsi Valério, 592
Luisa Tombini Wittmann, 526 Maise Caroline Zucco, 175
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, 604 Majô Schwingel, 146
Luiz Alberto de Souza Marques, 499 Mamuel Jauará, 372
Luiz Alberto Grijó, 315 Manoel Dourado Bastos, 288
Luiz Antonio da Silva Teixeira, 79, 87 Manoel Gustavo de Souza Neto, 286
Luiz Antonio de Castro Santos, 85, 185 Manoel José Ávila da Silva, 393
Luiz Antonio Gloger Maroneze, 97 Manoel José Porto Júnior, 369
Luiz Antonio Sabeh, 425 Manoel Luis Salgado Guimarães, 379, 380
Luiz Barros Montez, 383 Manoela Pedroza, 484
Luiz Carlos Barreira, 325 Manuela Arruda dos Santos, 101
Luiz Carlos Bento, 243 Manuelina Maria Duarte Cândido, 264
Luiz Carlos Borges, 366 Mara Cristina de Matos Rodrigues, 387
Luiz Carlos Luz Marques, 579 Mara Regina do Nascimento, 558
Luiz Carlos Nunes Martins, 375 Mara Rúbia Sant'Anna, 534
Luiz Carlos Ribeiro, 251 Maraliz de Castro Vieira Christo, 415
Luiz Carlos Sereza, 237 Marca Eckert Miranda, 422
Luiz Carlos Soares, 365 Marçal de Menezes Paredes, 273
Luiz Carlos Vídigal, 97 Marcel Diego Tonini, 246
Luiz Carlos Villalta, 27 Marcela Goldmacher, 486
Luiz Cláudio Moisés Ribeiro, 195 Marcelina Silveira de Queiroz, 259
Luiz Eduardo Simões de Souza, 371 Marcello Otávio Neri de Campos Basile, 492
Luiz Estevam de Oliveira Fernandes, 115 Marcelo Antonio Chaves, 111
Luiz Felipe Alencastro, 127 Marcelo Badaró Mattos, 483
Luiz Felipe Cezar Mundim, 227 Marcelo Cândido da Silva, 135
Luiz Felipe Falcão, 64 Marcelo Carreiro da Silva, 223
Luiz Fernandes de Oliveira, 473 Marcelo Cheche Galves, 495
Luiz Guilherme Scaldaferri Moreira, 128 Marcelo de Freitas Assis Rocha, 257
Luiz Gustavo de Souza Lima Junior, 347 Marcelo de Mello Rangel, 285 .
Luiz Gustavo Santos Cota, 151 Marcelo de Souza Magalhães, 74
Luiz Henrique Assis Garcia, 203 Marcelo de Souza Silva, 232
Luiz Humberto Martins Arantes, 211 Marcelo Ferreira de Assis, 126
Luiz Lima Vailati, 337 Marcelo Fronza, 133
Luiz Rafael Gomes, 487 Marcelo Gonzalez Brasil Fagundes, 281
Luiza Larangeira da Silva Mello, 27 Marcelo Hornos Steffens, 592
Lukas Gabriel Grzybowski, 404 Marcelo Pereira Lima, 406
Luzia Marcia Resende Silva, 132 Marcelo Ribeiro de Castro, 179
Luzia Margareth Rago, 164, 167 Marcelo Santos Rodrigues, 343
Lyvia Vasconcelos Baptista, 44 Marcelo Squinca da Silva, 161
Macelina Gorni, 294 Marcelo Timotheo da Costa, 444
Maciel Henrique Carneiro da Silva, 148 Marcelo Vianna, 110
Magali Gouveia Engel, 160 Marcelo Vieira Ferreira Ferro, 87
Magali Romero Sá, 565 Márcia Almada, 349
Magda Maria Jaolino Torres, 167 Marcia Amantino, 147
Magna Lima Magalhães, 603 Márcia Azevedo de Abreu, 27
Maira Ines Vendrame, 476 Márcia Blanco Cardoso, 500
628
Márcia Castelo Branco Santana, 189 Marcos Fernando de Souza, 280
Marcia Cristina Consolim, 300 Marcos Francisco Napolitano de Eugênio, 513
Márcia Cristina Leão Bonnet, 413 Marcos Gerhardt, 360
Marcia de Almeida Gonçalves, 383 Marcos Guedes Veneu, 386
Marcia de Melo Martins Kuyumjian, 489 Marcos Guimarães Sanches, 439
Marcia de Souza Santos, 35 Marcos Lobato Martins, 361
Marcia Eliane Alves de Souza e Mello, 128 Marcos Luis Ehrhardt, 597
Márcia Fabiani, 572 Marcos Luiz Bretãs, 237
Márcia Helena Saldanha Barbosa, 29 Marcos Nestor Stein, 481
Márcia Janete Espig, 194 Marcos Rizolli, 289
Márcia Juliana Santos,296 Marcos Roberto Kusnick, 510
Márcia Maria da Silva Barreiros Leite, 189 Marcos Roberto Martins, 11
Márcia Maria Fonseca Marinho, 62 Marcos Rogério Cordeiro, 31
Márcia Maria Menendes Motta, 214 Marcos Ursi Corrêa de Castilho, 575
Marcia Maria Pereira, 576 Marcus Ajuruam de Oliveira Dezemone, 219
Marcia Moises Ribeiro, 375 Marcus Joaquim Maciel de Carvalho, 150
Marcia Naomi Kuniochi, 427 Marcus Marciano Gonçalves da Silveira, 92
Márcia Ramos de Oliveira, 401 Marcus Silva da Cruz, 402
Marcia Regina Barros da Silva, 516 Marcus Vinicius de Freitas Rosa, 11 O
Marcia Regina Capelari Naxara, 269 Marcus Vinicius Duque Neves, 406
Márcia Regina da Silva Ramos Carneiro, 445 Margaret Marchiori Bakos, 40
Márcia Severina Vasques,41 Margarete da Costa Cardoso, 266
Márcia Solange Volkmer, 562 Margareth de Almeida Gonçalves, 180
Marcia Yumi Takeuchi, 542 Margarida Maria Adamatti, 517
Márcio Ananias Ferreira Vilela, 347 Margarida Maria de Carvalho, 41
Mareio Both, 217 Margarida Maria Dias de Oliveira, 505
Mareio Marchioro, 521 Margarida Pereira Varela dos Santos Montenegro
Marcio Romão Brantuas Barcia, 380 Durães,548
Márcio Santos de Santana,433 Margarita Victoria Rodríguez, 12
Marco Antonio Neves Soares, 574 Maria Adenir Peraro, 230
Marco Antonio V. Pamplona, 591 Maria Amelia Garcia de Alencar, 205
Marco Aurélio Monteiro Pereira, 577 Maria Angela Borges Salvadori, 328
Marcos Alexandre de M. S. Arraes, 56 Maria Ângela de Faria Grillo, 187
Marcos Alves Valente, 314 Maria Angela Peter da Fonseca, 537
Marcos André Jakoby, 192 Maria Angélica da Gama Cabral Coutinho, 67
Marcos Antonio da Silva, 88 Maria Angélica Rodrigues de Souza, 44
Marcos Antonio de Oliveira, 233 Maria Angélica Zubaran, 450
Marcos Antônio Lopes, 20 Maria Antonia Dias Martins, 38
Marcos Aurélio de Paula Pereira, 123 Maria Antônia Marçal, 510
Marcos César Alvarez, 302 Maria Aparecida Carbonar, 529
Marcos Chor Maio, 156 Maria Aparecida da Silva Cabral, 240
Marcos Cordeiro Pires, 371 Maria Aparecida de Menezes Borrego, 427
Marcos da Costa Braga, 392 Maria Aparecida Ferreira Carli, 481
Marcos Edilson de Araújo Clemente, 32 Maria Aparecida Figueiredo Cohn, 246
Marcos Fábio Freire Montysuma, 360 Maria Aparecida Lima Dias, 510
Marcos Fernandes, 385 Maria Aparecida Macedo Pascal, 478
629
Maria Aparecida Peppe, 294 Maria de Fátima Guimarães Bueno, 326
Maria Aparecida Prazeres Sanches, 188 Maria de Fátima Morethy Couto, 411
Maria Aparecida Rezende Mota, 384 Maria De Fátima Oliveira, 68
Maria Aparecida Silva de Sousa, 422 Maria de Fátima Sabino Dias, 508
Maria Apparecida Franco Pereira, 96 Maria de Fátima Silva Gouvêa, 120, 127
Maria Augusta de Castilho, 575 Maria de Lourdes da Silva, 230
Maria Aura Marques Aidar, 340 Maria de Lourdes Monaco Janotti, 544
Maria Auxiliadora Schmidt, 129, 130 Maria de Nazaré dos Santos Sarges, 100
Maria Beatriz Nader, 177 Maria do Carmo Barbosa de Melo, 133
Maria Beatriz Pinheiro Machado, 103 Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim, 352
Maria Bernadete Moreira Kroeff, 597 Maria do Carmo Martins, 240
Maria Bernardete Ramos Flores, 414 Maria do Carmo Pires, 122
Maria Berthilde de Barros Lima e Moura Filha, 25 Maria do Perpétuo Socorro Calixto Marques, 210
Maria Carolina Akemi Sameshima, 23 Maria do Socorro Ferraz Barbosa, 121
Maria Carolina Bovério Galzerani, 325 Maria Elena Bernardes, 27
Maria Cecília Conte Carboni, 172 Maria Elisa Lemos Nunes da Silva, 50
Maria Cecília Velasco e Cruz, 486 Maria Elisa Noronha de Sá Mãder, 399
Maria Celma Borges, 222 Maria Eliza de Campos Souza, 441
Maria Ciavatta, 463 Maria Elizabeth Ribeiro Cameiro, 150
Maria Clara Pivato Biajoli, 169 Maria Eloisa Cavalheiro, 544
Maria Clara Tomaz Machado, 578 Maria Emilia Monteiro Porto, 23
Maria Clarice Rodrigues de Souza, 171 Maria Emilia Prado, 390
Maria Claudia Bonadio, 533 Maria Emília Vasconcelos dos Santos, 233
Maria Conceição da Costa, 52 Maria Eugênia Mattos Luchsinger, 403
Maria Concepta Padovan, 47 Maria Fatima de Souza Silva, 606
Maria Cristina Bohn Martins, 113 Maria Fernanda Derntl, 70
Maria Cristina Cortez Wissenbach, 373 Maria Fernanda Magalhães Scelza, 609
Maria Cristina Dantas Pina, 239 Maria Fernanda Vieira Martins, 492
Maria Cristina de Oliveira Athayde, 173 Maria Helena Bittencourt Granjo, 326
Maria Cristina Dos Santos, 520 Maria Helena Versiani, 258
Maria Cristina Gomes Machado, 16 Maria Ignês Mancini de Boni, 164
Maria Cristina Vidotte Blanco Tarrega, 138 Maria Inês Sucupira Stamatto, 505
Maria Cristina Volpi Nacif, 532 Maria Isabel Brito de Souza, 41
Maria da Conceição Amaral Miranda de Carvalho, 578 Maria Isabel de Siqueira, 450
Maria da Conceição Francisca Pires, 540 Maria Ivonilde Medonça Targino, 158
Maria da Glória de Oliveira, 382 Maria Izilda Santos de Matos, 96
Maria da Glória Porto Kok, 522 Maria José do Santos, 222
Maria da Graça Nóbrega Bollmann, 158 Maria José Mesquita Cavalleiro de Macedo Wehling, 434
Maria da Luz Coelho, 264 Maria Leandra Bizello, 514
Maria da Penha Vasconcellos, 179 Maria Letícia Corrêa, 161
Maria das Graças Ataíde de Almeida, 447 Maria Lucia Abaurregnerre, 331
Maria das Graças de Andrade Leal, 482 Maria Lúcia Bastos Kern, 334
Maria de Fátima Carvalho Alves, 477 Maria Lúcia de Souza Rangel Ricci, 581
Maria de Fátima Costa, 31 Maria Lúcia Duriguetto, 470
Maria de Fátima da Cunha, 509 Maria Lucia Motl, 176
Maria de Fátima Duarte Tavares, 101 Maria Lucilia Viveiros Araújo, 124
630
Maria Luisa Nabinger de Almeida, 398 Marieta Pinheiro de Carvalho, 441
Maria Luiza Andreazza, 551 Marilane Machado, 87
Maria Luiza F. Martini, 30 Marilange Nonnenmacher, 418
Maria Luiza Fernandes, 502 Marilda Batista Mitidiero, 352
Maria Luiza Ugarte Pinheiro, 199 Marilda Bonini Vargas, 12
Maria Manuela Alves Maia, 607 Marilda lonta, 164,168
Maria Margaret Lopes, 263 Marilda Lopes Pinheiro Queluz, 417
Maria Margarete dos Santos, 457 Marilda Santana da Silva, 422
Maria Marta Martins de Araújo, 492 Marilecia Oliveira Santos, 98
Maria Medianeira Padoin, 16 Marilena Vizentin, 42
Maria Paula Costa, 183 Marilene Rosa Nogueira da Silva, 104, 109
Maria Paula Nascimento Araújo, 401 Marília de Azambuja Ribeiro, 135
Maria Rachei Fróes da Fonseca, 81 Marilia Nogueira dos Santos, 121
Maria Regina Candido, 44 Marília Pugliese Branco, 139
Maria Regina Celestino De Almeida, 520 Marina Fernandes Braga, 265
Maria Regina Cotrim Guimarães, 85 Marina Gusmão de Mendonça, 371
Maria Rita de Almeida Toledo, 461 Marina Haizenreder Ertzoguie, 32
Maria Rita de Assis César, 166 Marina Monteiro Machado ,216
Maria Rita Silveira de Paula Amoroso, 76 Marina Regis Cavicchioli, 43
Maria Sangela De Sousa Santos Silva, 448 Marines Dors, 29
Maria Sarita Mota, 221 Marinete Aparecida Zacharias Rodrigues, 232
Maria Silvia Casagrande Beozzo Bassanezi, 548 Mario Maestri, 151
Maria Silvia Duarte Hadler, 326 Mário Augusto Correia San Segundo, 191
Maria Stella Martins Bresciani, 74 Mário César Coelho, 415
Maria Suzel Gil Frutuoso, 478 Mario Cleber Martins Lanna Junior, 262
Maria Teresa Cavalcanti de Oliveira, 157 Mário Femandes Correia Branco, 523
Maria Teresa Garritano Dourado, 186 Mario Femando Bolognesi, 212
Maria Teresa Santos Cunha, 33 Mario Teixeira de Sá Junior, 580
Maria Teresa Toribio Brittes Lemos, 391 Marion Brepohl de Magalhães, 270
Maria Teresa Villela Bandeira de Mello, 331 Marisa de Fátima Lomba de Farias, 184
Maria Thereza Negrão de Mello, 68 Marisa Marques, 423
Maria Thereza Rosa Ribeiro ,297 Marisa Midore Deaecto, 457
Maria Verónica Secreto, 452 Marisa Saenz Leme, 538
Mariana Corção, 536 Marisa Varanda Teixeira Carpintéro, 72
Mariana de Campos Françozo, 330 Marise da Silveira, 511
Mariana Esteves de Oliveira, 609 Mariseti Cristina Soares Lunckes, 237
Mariana Flores da Cunha Thompson Flores, 231 Maristel P. Nogueira, 276
Mariana Joffily, 227 Marivaldo Cruz do Amaral, 175
Mariana Oliveira Arantes, 205 Mariza de Carvalho Soares, 378
Mariane Werner Zen, 456 Marize Malta, 416
Mariangela Vasconcelos Nunes, 110 Marlene de Fáveri, 187
Mariano de Azevedo Júnior, 407 Marlene Rosa Cainelli, 501
Mariarosaria Fabris, 513 Marlene Terezinha Grendel, 134
Maricélia Cardoso Matos Neves, 605 Marli de Oliveira Costa, 430
Mariela Alejandra Coudannes Aguirre, 508 Marli José Tavares, 571
Marieta de Moraes Ferreira, 262 Marli Marcondes, 332
631
Marlise M. Giovanaz, 99 Miguel Antonio Buzzar, 367
Marlise Sanchotene de Aguiar, 98 Miguel Archanjo de Freitas Jr., 251
Marluce De Lima Macedo, 329 Miguel Mundstock Xavier de Carvalho, 359
Marly de Almeida Gomes Vianna, 469 Miguel Palmeira, 385
Marta Adriana Schmitt, 206 Miguel Rodrigues de Sousa Neto, 188
Marta Coelho Castro Troquez, 307 Milena Fernandes de Oliveira, 463
Marta de Almeida, 79, 82 Milton Cleber Pereira Amador, 549
Marta Margarida de Andrade Lima, 503 Milton Joeri Fernandes Duarte, 134
Marta Maria Lopes, 523 Milton Mazetto Junior, 136
Marta Mega de Andrade, 44 Miriam Bianca Amaral Ribeiro, 329
Marta Rosa Borin, 585 Miriam Cabral Coser, 181
Marta Silveira Bejder, 406 Miriam de Oliveira Santos, 306
Martha Daisson Hameister, 126 Miriam de Souza Rossini, 88, 89
Martha Eugenia Rodríguez Pérez, 51 Miriam Hermeto de Sá Motta, 204
Martha Victor Vieira, 478 Mirian Adriana Branco, 144
Martine Suzanne Kunz, 38 Mírian Aparecida Tesserolli, 568
Mary Anne Junqueira, 400 Mirian Carlbonera, 117
Masília Aparecida da Silva Gomes, 215 Mirian Jorge Warde, 368
Mateus de Andrade Pacheco, 207 Mirian Silva de Jesus, 605
Mateus Fávaro Reis, 397 Miridan Britto Falci, 106
Mateus Henrique de Faria Pereira, 243 Mima Aragão de Medeiros, 472
Mateus Silva Skolaude, 106 Mirza Maria Baffi Pellicciotta, 349
Matheus Azevedo Silva, 152 Moema de Rezende Vergara, 496
Matheus da Cruz e Zica, 244 Moisés Romanazzi Tôrres, 407
Mathias Sei bel Luce, 566 Mônica Almeida Komis, 514
Maurí Luiz Bessegatto, 352 Monica Brincalepe Campo, 518
Mauricéia Ananias, 13 Mônica Cristina Araujo Lima, 515
Maurício Barreto Alvarez Parada, 446 Mônica da Silva Ribeiro, 123
Maurício Cesar Vitória Fagundes, 465 Mônica de Souza Nunes Martins, 163
Mauricio da Silva Drumond Costa, 249 Monica dos Santos Quaresma, 597
Maurício de Bragança, 89 Monica Duarte Dantas, 591
Maurício Fonseca da Paz, 303 Mônica Martins da Silva, 394
Mauro Castilho Gonçalves, 12 Monica PiccoloAlmeida, 162
Mauro Dillmann Tavares, 578 Monica Pimenta Velloso, 30
Mauro Gaglietti, 29 Mônica Regina Ferreira Lins, 473
Mauro Passos, 339 Mônica Ribeiro de Oliveira, 126
Maximiliano Mac Menz, 420 Monica Selvatici, 41
Maximiliano Mazewski Monteiro de Almeida, 239 Monike Garcia Ribeiro, 108
Mayra Cristina Laurenzano, 225 Monique de Siqueira Gonçalves, 84
Meize Regina de Lucena Lucas, 90 Monique Sochaczewski Goldfeld, 417
Méri Frotscher, 461 Mozart Lacerda Filho, 174
Michele Rodrigues Tumelero, 433 Mozart Linhares da Silva, 111
Michele Rossoni Rosa, 545 Murilo Eugenio Bonze Santos, 317
Micheline Maria de Albuquerque e Silva, 129 Murilo José de Resende, 134
Michelle Reis de Macedo, 449 Murilo Leal Pereira Neto, 487
Michelle Tatiane Souza e Silva, 405 Murilo Sebe Bon Meihy, 223
632
Myriam Paula Barbosa Pires, 425 Norma Musco Mendes, 39
Myziara Miranda da Silva Vasconcelos, 150 Nucia Alexandra Silva de Oliveira, 429
Nádia Cristina Ribeiro, 294 Núncia Santoro de Constantino, 474
Nadia Gaiofatto Gonçalves, 19 Odair da Cruz Paiva, 549
Nádia Maria Weber Santos, 26 Odair Sass, 371
Naiara dos Santos Damas Ribeiro, 385 Odaleia Alves da Costa, 244
Nair Sutil, 178 Odila Schwingel Lange, 178
Nanci Patricia Lima Sanches, 238 Olavo Pereira Soares, 505
Nancy A. Campos Muniz, 394 Olga Sofia FabergéAlves, 176
Nancy Alessio Magalhães, 95 Olivia Barreto de Oliveira Cappi, 119
Nancy Rita Sento Sé de Assis, 493 Olivia Lobo Goulart, 168
Nancy Rozenchan, 182 Olivia Morais de Medeiros Neta, 596
NaraAzevedo, 177,185 Orlanda Rodrigues Fernandes, 160
Nara Cristina Santos, 411 Orna Messer Levin, 207
Nara Maria Carlos de Santana, 107 Osvaldo Batista Acioly Maciel, 195
Natália Gil, 304 Osvaldo Mariotto Cerezer, 546
Nathacha Regazzini Bianchi Reis, 389 Oswaldo Mario Serra Truzzi, 548
Nathália Henrich, 57 Ozias Paese Neves, 275
Nathália Maria Dorado Rodrigues, 125 Pablo Diener, 186
Nathalia Monseff Junqueira, 45 Pablo Francisco de Andrade Portirio, 344
Nauk Maria de Jesus, 122 Pablo Henrique Spíndola Tôrres, 164
Neide Almeida Fiori, 499 Pablo Oller Mont Serrato, 420
Neimar Machado de Sousa, 310 Pâmella Passos Deusdará, 468
Neli Teresinha Galarce Machado, 358 Paola Andrezza Bessa Cunha, 19
Nelson Mendes Cantarino, 422 Paola Beatriz May Rebollar, 359
Nelson Schapochnik, 460 Patricia Carla de Melo Martins, 118
Néri de Barros Almeida, 135, 136 Patricia Cerqueira dos Santos, 500
Neuma Brilhante Rodrigues, 300 Patrícia Coelho da Costa, 459
Névio de Campos, 392 Patricia Daiane Ferreira, 235
Ney Paes Loureiro Malvasio, 395 Patrícia Domingos Woolley Cardoso, 21
Nicolas Alexandria Pinheiro, 300 Patrícia Duarte, 313
Nikelen Acosta Witter, 373 Patrícia Ferreira dos Santos, 118
Nilceu Jacob Deitos, 341 Patricia Fortunato Dias, 79
Nilda Nazaré Pereira Oliveira, 364 Patricia Horvat, 379
Nileide Souza Dourado, 550 Patricia Maria Melo Sampaio, 449
Nilsangela Cardoso Lima, 102 Patricia Martins Castelo Branco, 21
Nilton de Almeida Araújo, 155 Patricia Sant'Anna, 353
Nilton Mullet Pereira, 504 Patricia Schmidt, 443
Nilton Silva dos Santos, 203 Patricia Souza de Faria, 556
Ninarosa Mozzato da Silva Manfroi, 526 Patrícia Valim, 590
Nisia Verônica Trindade Lima, 367 Patrícia Vargas Lopes de Araújo, 71
Noé Freire Sandes, 254 Paul Juan Montoya Vasquez, 397
Norberto Dallabrida, 11 Paula Arantes Botelho Briglia Habib, 80
Norberto Luiz Guarinello, 39 Paula Durgante Ritter, 603
Norberto Osvaldo Ferreras, 48 Paula Ester Janovítch, 35
Norma Abreu Telles, 166 Paula Francineti da Silva, 69
633
Paula Leitão Cypriano, 477 Priscila Maddalozzo Pivatto, 394
Paula Martins de Barros Gioia, 338 Priscila Marchini Marins, 469
Paula Regina Alvarenga, 213 Priscila Nucci, 473
Paula Viviane Ramos, 474 Priscila Piazentini Vieira, 167
Paulino de Jesus Francisco Cardoso, 376 Priscila Ribeiro Dorella, 522
Paulo Afonso Zarth, 263 Priscila Viudes, 308
Paulo Cavalcante, 450 Protasio Paulo Langer, 313
Paulo Cesar de Jesus, 151 Rachei de Souza Galante, 437
Paulo Cesar Gonçalves, 549 Rachei Duarte Abdala, 335
Paulo Cesar Inácio, 195 Rachei Saint Williams, 22
Paulo César Possamai, 24 Rachei Soihet, 187
Paulo César Ribeiro Gomes, 474 Rafael Alves Pinto Junior, 76
Paulo Cruz Terra, 490 Rafael Araldi Vaz, 47
Paulo Duarte Silva, 403 Rafael Cardoso Denis, 416
Paulo Eduardo Teixeira, 551 Rafael Chaves Ferraz, 561
Paulo Giovani Antonino Nunes, 321 Rafael da Costa Campos, 42
Paulo Gracino Souza Júnior, 78 Rafael da Cunha Scheffer, 153
Paulo Henrique Marques de Queiroz Guedes, 522 Rafael Damasceno Dias, 65
Paulo José Koling, 441 Rafael Eisinger Guimarães, 347
Paulo Knauss, 410 Rafael Faraco Benthien, 46
Paulo Miguel Moreira da Fonseca, 462 Rafael Farias de Menezes, 405
Paulo Pinheiro Machado, 194 Rafael Hansen Quinsani, 94
Paulo Roberto de Jesus Menezes, 415 Rafael Peter de Lima, 153
Paulo Roberto Monteiro de Araújo, 289 Rafael Vaz da Motta Brandão, 162
Paulo Roberto Staudt Moreira, 374 Rafael Winter Ribeiro, 158
Paulo Rogério Melo de Oliveira, 120 Rafaela de Andrade Deiab, 337
Paulo Santos Silva, 340 Rafaela Leuchtenberger, 192
Paulo Sérgio Moreira da Silva, 582 Rafaella Sudário Ribeiro Franco, 171
Pedro Eduardo Mesquita de Monteiro Marinho, 155 Raimundo Nonato Gomes dos Santos, 525
Pedro Ernesto Fagundes, 443 Rainer Gonçalves Sousa, 36
Pedro Ipiranga Júnior, 42 Ramon Victor Tisott, 199
Pedro Leão da Costa Neto, 465 Rangel Cerceau Netto, 377
Pedro Spinola Pereira Caldas, 281 Rangel de Oliveira Medeiros, 583
Pedro Vilarinho Castelo Branco, 189 Raphael Alberto Ribeiro, 584
Petrônio José Domingues, 112 Raphael Jonathas da Costa Lima, 600
Philipe Murillo Santana de Carvalho, 237 Raphael Rodrigues Vieira Filho, 307
Philomena Gebran, 396 Raquel de Fátima Parmegiani, 403
Pio Penna Filho, 398 Raquel Glezer, 283
Plinio José Labriola de Campos Negreiros, 251 Raquel Machado Gonçalves Campos, 380
Poliene Soares dos Santos, 312 Raquel Marta da Silva, 584
Pollyanna Gouveia Mendonça ,556 Raquel Torres da Costa e Silva, 424
Priscila Cabral Almeida, 606 Rebeca Gontijo, 387
Priscila Carlos Brandão Antunes, 223 Regina Beatriz Guimarães Neto, 342
Priscila de Oliveira Xavier, 108 Regina Bittencourt Souto, 595
Priscila Gomes Correa, 204 Regina Célia Alegro, 511
Priscila Gonsalez Falci, 409 Regina Célia de Melo Morais, 21
634
Regina Célia do Couto, 143 Renilson Rosa Ribeiro, 241
Regina Célia Lima Xavier, 482 Reynaldo França Lins de Mello, 90
Regina Coelli Gomes Nascimento, 594 Ricardo Alexandre de Freitas Lima, 201
Regina Coelly Fernandes Saraiva, 346 Ricardo Alexandre Ferreira, 231
Regina Flora Egger Pazzanese, 278 Ricardo Alexandre Santos de Sousa, 370
Regina Helena Martins de Faria, 231 Ricardo Augusto dos Santos, 160
Regina M. M. C. Dantas, 598 Ricardo Barros, 134
Regina Maria da Cunha Bustamante, 39 Ricardo de Aguiar Pacheco, 325
Regina Maria de Oliveira Ribeiro, 133 Ricardo de Oliveira, 318
Regina Maria Gonçalves Curtis, 547 Ricardo E. Ismael de Carvalho, 389
Regina Maria Rodrigues Behar, 517 Ricardo José Vilar da Costa, 77
Regina Quintanilha Azevedo, 529 Ricardo Machado, 71
Regina Soares de Oliveira, 602 Ricardo Marcelo Fonseca, 451
Regina Weber, 475 Ricardo Marques de Mello, 379
Reginaldo Benedito Dias, 258 Ricardo Medeiros Pimenta, 601
Reginaldo Junior Fernandes, 171 Ricardo Neumann, 583
Regma Maria dos Santos, 279 Ricardo Pinto de Medeiros, 525
Reinaldo Cardenuto Filho, 515 Ricardo Pinto dos Santos, 251
Reinaldo Lindolfo Lohn, 62 Ricardo Pires de Paula, 477
Rejane Barreto Jardim, 406 Ricardo Santhiago Corrêa, 207
Rejane Meireles Amaral Rodrigues, 345 Ricardo Silva, 317
Rejane Silva Penna, 64 Ricardo Tadeu Caires Silva, 146
Renake Bertholdo David das Neves, 464 Rinaldo Cesar Nascimento Leite, 206
Renata Cerqueira Barbosa, 45 Rita de Cássia Cunha Ferreira, 157
Renata Costa Reis de Meirelles, 470 Rita de Cássia Marques, 52
Renata Cristina de S. Nascimento, 139 Rita de Cassia Thomaz, 272
Renata Gonçalves, 471 Rita Morais de Andrade, 533
Renata Jesus da Costa, 183 Rita Sampaio, 455
Renata Lima Barboza, 389 Robert Sean Purdy, 57
Renata Lourenço Girotto, 308 Robert Wegner, 80
Renata Maria Tamaso, 531 Roberta Alexandrina da Silva, 571
Renata Palandri Sigolo, 50 Roberta Barros Meira, 217
Renata Romualdo Diário, 153 Roberta Giannubilo Stumpf, 423
Renata Sopelsa, 608 Roberta Maria Lobo da Silva, 516
Renata Vellozo Gomes, 514 Roberta Nobre da Câmara, 348
Renata Vereza, 404 Roberta Paula Gomes Silva, 212
Renato Amado Peixoto, 379 Roberto Abdala Junior, 341
Renato Arruda de Rezende, 568 Roberto Elisalde, 323
Renato Coelho Barbosa de Luna Freire, 103 Roberto Guedes Ferreira, 124
Renato Cymbalista, 119 Roberto Loiola Machado, 223
Renato da Silva Melo, 287 Roberto Luís Torres Conduru, 417
Renato Gross, 395 Roberto Massei, 361
Renato Lopes Leite, 286 Roberto Radünz, 266
René Ernaini Gertz, 442 Roberval da Silva Santiago, 93
Renê Wagner Ramos, 358 Robson Mendonça Pereira, 297
Renilda Barreto, 179 Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos, 364
635
Rodrigo Archangelo, 515 RosanaAreal De Carvalho, 14
Rodrigo Bentes Monteiro, 558 Rosana Costa Gomes, 601
Rodrigo Cardoso Soares de Araújo, 232 Rosana de Fátima Padilha De Sousa, 104
Rodrigo Cesar da Silva Magalhães, 156 Rosana Maria Pires Barbato Schwartz, 98
Rodrigo Christofoletti, 443 Rosana Ulhoa Botelho, 273
Rodrigo da Costa Dominguez, 404 RosaneAparecida Bartholazzi de Carvalho, 476
Rodrigo da Nóbrega Moura Pereira, 391 Rosane Dias de Alencar, 43
Rodrigo da.Silva, 539 Rosane Kaminski, 517
Rodrigo da Silva Goularte, 493 Rosane Marcia Neumann, 333
Rodrigo de Freitas Costa, 291 Rosane Maria Nunes Andrade, 456
Rodrigo de Souza Massia, 332 Rosane Siqueira Teixeira, 305
Rodrigo Jurucê Mattos Gonçalves, 467 Rosãngela Aparecida de Souza Reis, 70
Rodrigo Márcio Souza Pinto, 247 Rosângela de Lima Vieira, 534
Rodrigo Monteferrante Ricupero, 418 Rosangela de Oliveira Dias, 90
Rodrigo Perla Martins, 560 Rosângela Ferreira Leite, 494
Rodrigo Poreli Moura Bueno, 291 Rosângela Miranda Cherem, 418
Rodrigo Ribeiro Paziani, 35 Rosangela Patriota, 292
Rodrigo Salles Pereira Dos Santos, 608 Rosângela Pereira de Abreu Assunção, 238
Rodrigo Santos de Oliveira, 444 Rosângela Wosiack Zulian, 586
Rodrigo Turin, 381 Roseane Maria de Amorim, 143
Rodrigo Udo Zeviani, 229 Roselâine Casanova Corrêa, 67
Róger Costa da Silva, 231 Roselane Neckel, 173
Rogéria Moreira de Ipanema, 422 Roseli Boschilia, 100
Rogério de Oliveira Ribas, 555 Roseli de Fátima Brito Netto Barreto, 351
Rogério Ferreira de Souza, 105 Rosely Batista Miranda de Almeida, 311
Rogério Ivano, 164 Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd, 129
Rogério Luis Giampietro Bonfá, 486 Rosiane Graça Rigas Martins, 406
Rogério Pereira de Arruda, 335 Rosicler Maria Righi Fagundes, 219
Rogerio Reus Gonçalves da Rosa, 300 Rosilene Dias Montenegro, 245
Rogério Rosa Rodrigues, 194 Rosilene Gomes Farias, 50
Rogério Silva Pereira, 392 Rosimar Serena Siqueira Esquinsani, 18
Rogério Souza Silva, 57 Rosivaldo Pereira de Almeida, 267
Romeu Adriano da Silva, 299 Rossana Alves Baptista Pinheiro, 135
Romilda Oliveira Alves, 552 Rossana Gomes Britto, 127
Romulo Costa Mattos, 75 Rossana Samarani Verran, 268
Rômulo de Paula Andrade, 60 Roswithia Weber, 350
Ronald Jose Raminelli, 555 Rubens Leonardo Panegassi, 25
Ronaldo Aurélio Gimenes Garcia, 431 Rubia-Mar Nunes Pinto, 244
Ronaldo Cardoso Alves, 135 Rui Aniceto Nascimento Fernandes, 387
Ronaldo Queiroz de Morais, 227 Ruth Maria Chittó Gauer, 269
Roney Salina de Souza, 480 Ruth Pavan, 109
Roni César Andrade de Araújo, 316 Ryan de Sousa Oliveira, 477
Rosa Cláudia Cerqueira Pereira, 333 Sabrina Evangelista Medeiros, 560
Rosa E. Belvedresi, 285 Salete Magda de Oliveira, 168
Rosa Maria Godoy Silveira, 328 Samantha Viz Quadrat, 401
Rosalba Lopes, 547 Samir Perrone de Miranda, 303
636
Samuel Fernando de Souza, 449 Sidnei José Munhoz, 224
Samuel Silva Rodrigues de Oliveira, 259 Silmei de Sant'Ana Petiz, 553
Sandra Alves Fiúza, 295 Silvana Alves de Godoy, 521
Sandra Cristiana KleinschmiU, 235 Silvana Barbosa Rubino, 337
Sandra Cristina de Souza, 311 Silvana Cassab Jeha, 252
Sandra da Silva Careli, 180 Silvana Mota Barbosa ,492
Sandra de Cássia Pelegrini, 532 Silvano Fernandes Baia, 202
Sandra Jatahy Pesavento, 26 Silveli Maria de Toledo Russo, 573
Sandra Makowiecky, 68 Silvia Asam da Fonseca, 461
Sandra Parra Furlanete, 213 Silvia Balestreri Nunes, 211
Sandra Paschoal Leite de Camargo Guedes, 148 Silvia Sapanema Pereira de Almeida, 591
Sandra Regina Bom, 63 Silvia Carla Pereira de Brito Fonseca, 498
Sandra Regina Ferreira de Oliveira, 501 Silvia Cristina Matins de Souza, 494
Sandra Rodart Araújo, 292 Silvia Helena lanirato, 529
Sandro Aparecido Lima dos Santos, 550 Silvia Maria Amancio Rachi Vartuli, 145
Sandro Dutra e Silva, 66 Silvia Maria FáveroArend, 432
Sandro Giovanni Mendes Cunha, 120 Silvia Oliveira Campos de Pinho, 462
Sandro Heleno Morais larpelão, 223 Silvia Patuzzi, 20
Santiago Silva de Andrade, 493 Silvia Regina Ackermann, 443
Sara Albieri, 285 Silvia Regina Ferraz Petersen, 303
Sara Cristina de Souza, 586 Silvio Cezar de Souza Lima, 370
Sarah Calvi Amaral Silva, 152 Silvio de Almeida Carvalho Filho, 104
Saulo Santiago Bohrer, 163 Silvio Luiz Gonçalves Pereira, 257
Sauloéber Társio de Souza, 94 Silvio Marcus de Souza Correa, 305
Selma de Fátima Bonifácio, 508 Simone Aparecida Rengel, 576
Selma Martins Duarte, 547 Simone Cordeiro Costa Guedes, 46
Sênia Regina Bastos, 99 Simone Medeiros, 483
Sergio Alberto Feldman, 402 Simone Petraglia Kropf, 368
Sérgio Alcides Pereira do Amaral, 557 . Simone Tiago Domingos, 268
Sergio Alves de Souza, 518 Sinara Santos Robin, 551
Sergio Chahon, 26 Sirlei Teresinha Gedoz, 502
Sergio de Sousa Montalvao, 19 Sírley Cristina Oliveira, 296
Sergio Luiz Ferreira, 553 Solange Aparecida loUi, 504
Sérgio Martins Pereira, 609 Solange da Silva Portz, 103
Sérgio Onofre Seixas de Araújo, 329 Solange Pimentel Caldeira, 210
Sérgio Ricardo Aboud Dutra, 506 Solange Ramos de Andrade, 572
Sergio Ricardo Pereira Cardoso, 15 Soleni T. B. Fressato, 91
Sérgio Teixeira, 252 Sonia Apparecida de Siqueira, 200
Sergio Xavier Gomes de Araújo, 20 Sonia Cristina da F.M. Lino, 331
Serioja Rodrigues Cordeiro Mariano, 494 Sonia da Silva Rodrigues, 309
Serlei Maria Fischer Ranzi, 505 Sônia Maria Campelo Magalhães, 311
Severino Cabral Filho, 63 Sonia Maria Couto Pereira, 313
Sheila Conceição Silva Lima, 587 Sônia Maria de Magalhães, 87
Sheila Schvarzman, 35 Sonia Maria Fonseca, 117
Sheyla Farias Silva, 534 Sonia Maria K. Guimarães, 301
Sidinalva Maria dos Santos Wawzyniak, 608 Sonia Regina de Mendonça, 154,156
637
Sonia Regina Martim, 327 Tatiana Zismann, 270
Soraia Freitas Dutra, 266 Tatiane Cristina Bocchio de Oliveira, 153
Stanley Plácido da Rosa Silva, 73 Tatiane dos Santos Virtuoso, 246
Stela Pojuci Ferreira de Morais, 328 Tatyana de Amaral Maia, 155
Stephan Arnulf Baumgartel, 211 Teima Bessa Sales, 191
Suderli Oliveira Lima, 266 Temis Gomes Parente, 186
Sueli de Araújo Montesano, 99 Temistocles Cezar, 379
Sueli Maria Vanzuita Petry, 534 Tercia de Tasso Moreira Pilla, 296
Suely Creusa Cordeiro de Almeida, 579 Teresa Cribelli, 218
Suely Gomes Costa, 188 Teresa Cristina Schneider Marques, 274
Surama Conde Sá Pinto, 107 Teresa Maria Malatian, 543
Susel Oliveira da Rosa, 168 Teresa Vitória Fernandes Alves, 485
Suzana Arakaki, 546 Teresinha de Jesus Mesquita Queiroz, 282
Suzana Cavani Rosas, 69 Teresinha Marcis, 521
Suzana Cristina de Souza Ferreira, 268 Teresinha Maria Duarte, 404
Suzana Cristina Souza Guimarães, 412 Tereza Bressan de Souza, 599
Suzeley Kalil Mathias, 563 Tereza Cristina Pereira Lima, 598
Sylvia Costa Couceiro, 102 Terezinha de Jesus Lopes Barbosa Gerolomo, 479
Sylvia Ewel Lenz, 19,473 Terezinha Oliveira, 408
Sylvia Moretzsohn, 278 Thaís Battibugli, 305
Sylvia Regina Bastos Nemer, 34 Thais Gomes Fraga, 536
Taciana Mendonça Santos, 343 Thaís Leão Vieira, 292
Taís Campelo Lucas, 448 Thaís Otan i Cipolini, 329
Taís Gonçalves Avancini, 416 Thaís Troncon Rosa, 78
Taise Tatiana Quadros da Silva, 387 Thelma Cademartori Figueiredo de Oliveira, 129
Talita Cristina Garcia, 137 Thelma Jackeline de Lima, 68
Talita Daniel Salvaro, 309 Thelma Lopes Carlos Gardair, 212
Talita Gouvêa Basso, 146 Théo Lobarinhas Pineiro, 154,162
Talita Veloso Cerveira, 343 Theophilo Augusto Pinto, 204
Talilla Tatiane Martins Freitas, 292 Thiago do Nascimento Torres de Paula, 551
Tânia da Costa Garcia, 200 Thiago Fernando Sant'Anna e Silva, 165
Tania M. T. Bessone da Cruz Ferreira, 495 Thiago Juliano Sayão, 355
Tânia Mara Pereira Vasconcelos, 430 Thiago Leandro Vieira Cavalcante, 309
Tania Maria Fernandes, 53 Thiago Monteiro Bernardo, 277
Tânia Maria Gomes da Silva, 261 Thiago Nicodemos Enes dos Santos, 128
Tania Nunes Davi, 290 Thiago Pereira Caldas Brum, 58
Tania Regina Zimmerrnann, 233 Thiago Rabelo Sales, 562
Tania Regina de Luca, 542 Tiago Bernardon de Oliveira, 486
Tania Regina Pires de Godoy, 226 Tiago Cavalcante Guerra, 227
Tânia Salgado Pimenta, 54, 375 Tiago Costa de Souza, 128
Tânia Soares da Silva, 97 Tiago Kramer de Oliveira, 419
Tarcísio de Souza Gaspar, 588 Tiago Losso, 319
Tarcísio R. Botelho, 554 Tiago Manasfi Figueiredo, 374
Tathiane Gerbovic, 357 Tiago Silva Giorgiani, 280
Tathianni Cristini da Silva, 144 Tomaz Esposito Neto, 564
Tatiana Poggi, 468 Tony Honorato, 252
638
Uassyr de Siqueira, 190 Vera de oliveira Dias, 583
Uberdan Cardoso dos Santos, 569 Vera Lucia Amaral Ferlini, 420
Uiran Gebara da Silva, 596 Vera Lúcia Bogéa Borges, 438
Urda Alice Klueger, 402 Vera Lúcia Braga de Moura, 432
Úrsula Andréa de Araújo Silva, 440 Vera Lucia Cabana Andrade, 241
Ursula Rosa da Silva, 349 Vera Lucia Cortes Abrantes, 605
Vagner José Moreira, 472 Vera Lúcia Ferreira Vargas, 528
Valdeci Rezende Borges, 458 Vera Lucia Nagib Bittencourt, 540
Valdelice Borghi Ferreira, 16 Vera Lúcia Puga, 188
Valdir Gregory, 221 Vera Regina Beltrão Marques, 54
Valdir Pimenta dos Santos Junior, 574 Vera Regina Martins Collaço, 208
Valéria Alves Esteves Lima, 330 Veronica Aparecida Silveira Aguiar, 136
Valéria Aparecida Bressianini, 428 Verônica Sales Pereira, 601
Valeria Azucena Palavecino, 349 Vicentonio Regis do Nascimento Silva, 592
Valeria Camporesi, 93 Victor Andrade de Melo, 248
Valéria Cristina Lopes Wilke, 464 Victor Hugo Adler Pereira, 209
Valéria Gomes Costa, 339 Victor Hugo Veppo Burgardt, 310
Valéria Lucas Filgueiras, 529 Victor Miranda Macedo Rodrigues, 293
Valéria Marques Lobo, 449 Victória Gambetta da Silva, 197
Valéria Nogueira Rodrigues, 602 Vilma Campos dos Santos Leite, 210
Valeska Garbinatto, 143 Vinícius Donizete de Rezende, 192
Valquiria Pereira Tenório, 306 Vinicius Pereira de Oliveira, 538
Valter Gomes Santos de Oliveira, 336 Virginia Celia Camilotti, 270
Valter Guimarães Soares, 34 Virgínia de Almeida Bessa, 206
Valter Martins, 76 Virginia Ferreira da Silva, 305
Vanda da Silva, 214 Virgínia Maria Almoêdo de Assis, 588
Vanda Lucia Praxedes, 261 Virgínia Maria Gomes de Matos Fontes, 463
Vandergleison Judar, 410 Virginia Queiroz Barreto Castellucci, 149
Vanderlei Machado, 246 Vitor Izecksohn, 493
Vanderlei Sebastião de Souza, 80 Vitor Otávio Femandes Biasoli, 585
Vanderlei Vazelesk Ribeiro, 219 Vitor Wagner Neto de Oliveira, 485
Vanessa dos Santos Bodstein Bivar, 479 Vitória Fernanda Schettini de Andrade, 215
Vanessa Lana, 86 Vitória Rodrigues e Silva, 512
Vanessa Sattamini Varão Monteiro, 591 Vívian da Silva Cunha, 561
Vanessa Sobrino Lenzini, 336 Vivian da Silva Paulitsch, 165
Vanessa Spinosa, 103 Vivian Luiz Fonseca, 249
Vanessi Reis, 64 Vivian Staroski, 576
Vânia Carvalho Lovaglio, 238 Viviane Lima de Morais, 535
Vânia Maria Losada Moreira, 522 Viviane Maria Zeni-Leão, 321
Vânia Nara Pereira Vasconcelos, 190 Viviane Procaska Bilo, 479
Vanicleia Silva Santos, 424 Viviane Trindade Borges, 164
Vantuil Pereira, 493 Wagner Cesar Rédua, 582
Vanuza Ribeiro de Lima, 67 Wagner Geminiano dos Santos, 287
Vavy Pacheco Borges, 270 Wagner Ricardo Santos, 298
Venize Nazaré Ramos Rodrigues, 340 Walace Rocha dos Santos, 105
Vera Chacham, 520 Waldeci Ferreira Chagas, 66
639
Waldir José Rampinelli, 56 Wilton de Araujo Medeiros, 68
Walter de Assis Alves, 489 Wlamir Silva, 496
Walter de Mattos Lopes, 490 Wlamyra Ribeiro de Albuquerque, 112
Wanderson Fabio de Melo, 468 Wlaumir Doniseti de Souza, 320
Warley da Costa, 145 Wolney Gomes Almeida, 108
Washington Dener, 27 Wolney Vianna Malafaia, 517
Wellington Barbosa da Silva, 234 Vara Kassab, 114
Wellington Castellucci Junior, 149 Yllan de Mattos Oliveira, 556
Wenceslau Gonçalves Neto, 11 Yomara Feitosa Caetano de Oliveira, 233
William De Souza Martins, 434 Yonissa Marmitt Wadi, 84
William Reis Meirelles, 267 Zélia de Oliveira Gominho, 543
Wilma de Lara, 571 Zilda Márcia Grícoli lokoi, 261
Wilma Peres Costa, 314 Zilma Isabel Peixer, 75
Wilmar da Silva Vianna Júnior, 439 Zita Rosane Possamai, 333
Wilson Sandano, 15 Zueleide Casagrande de Paula, 76
Wilton Carlos Lima da Silva, 435
640