1. OS LIQUENS (LÍQUENES)
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6. DECOMPOSITORES
Finalizando a cadeia trófica,
aparecem os decompositores, tam-
bém chamados biorredutores ou sa-
prófitas, micro-organismos represen-
tados por bactérias e fungos. Tais or-
ganismos atacam os cadáveres e os
excrementos, decompondo-os. São
muito importantes, visto que realizam
o reaproveitamento da matéria, devol-
vendo os elementos químicos ao am-
biente.
7. TEIAS ALIMENTARES
Em um ecossistema, as cadeias
alimentares interagem, formando re-
des alimentares. Na teia, representa-
mos o máximo de relações tróficas
existentes entre os diversos seres vi-
vos do ecossistema. Na teia, obser-
vamos que um animal, por exemplo,
pode pertencer a níveis tróficos dife-
rentes. É o caso dos omnívoros, que
consomem simultaneamente animais
e vegetais; e dos carnívoros, que ata-
cam variadas presas. Como observa-
mos, a seguir, a rede ou teia alimentar
resulta do entrelaçamento das ca-
deias alimentares.
180 –
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❑ O ciclo curto
ou geoquímico
Na Terra, os maiores depósitos de
água são os oceanos. Sofrendo eva-
poração constante, a água dos oce-
anos passa à atmosfera na forma de
vapor. Ali se condensa e constitui as
nuvens, voltando para a superfície da
Terra por meio de precipitação, na
forma de chuva, neve, granizo etc. A
água, assim precipitada, acaba for-
mando nascentes e rios, retornando,
por fim, aos oceanos. O padrão es-
crito representa o ciclo curto da água.
❑ O ciclo longo
ou biogeoquímico
No ciclo biogeoquímico, os vege-
tais e animais entram no ciclo da
água em vários pontos.
A água existente no solo é absor-
vida pelas raízes dos vegetais; a se-
guir, através do caule, atinge as fo-
lhas. Ali, uma pequena parte (1%) é
usada na fotossíntese. A maior parte O ciclo da água.
182 –
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Essa água pode voltar ao am- vidos na estrutura celular e na ativi- ra a formação de compostos orgâ-
biente por respiração, transpiração, dade metabólica são orgânicos e, nicos.
excreção e egestão. portanto, apresentam carbono na sua O carbono das plantas pode se-
Salienta-se, ainda, que a água constituição. A reciclagem desse ele- guir três caminhos:
contida nos tecidos vegetais e ani- mento é fundamental para a manuten- 1. por meio da respiração é de-
mais volta ao ambiente, quando eles ção da vida. volvido ao ambiente na forma de CO2;
morrem, pela ação dos decompo- 2. passa para os animais herbívo-
sitores.
❑ O carbono nos vegetais ros e, depois, para os carnívoros;
2. O CICLO DO CARBONO O CO2 atmosférico ou dissolvido 3. com a morte e a decomposi-
❑ Importância na água é absorvido pelos vegetais ção, volta na forma de CO2.
Quase todos os compostos envol- e, através da fotossíntese, usado pa-
O ciclo do carbono.
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O ciclo do carbono.
❑ O carbono nos animais bertas por lama e sujeitas a grandes de respiração aeróbica, que ocorre
O carbono dos animais, como pressões. É desse modo que os resí- na maioria dos organismos.
nos vegetais, pode seguir três duos podem originar os combustíveis
caminhos: fósseis, como o carvão e o petróleo. ❑ A produção de oxigênio
1. por meio da respiração é de- Aprisionado por longo tempo, o car- Todo o oxigênio existente na at-
volvido como CO2; bono, existente no carvão e no pe- mosfera é produzido pela fotossínte-
2. passa para outros animais tróleo, é devolvido à atmosfera como se. Sabemos que na fase inicial
através da nutrição; CO2 por combustão. desse processo ocorre a fotólise da
3. volta ao estado de CO2, com a água, ou seja, a decomposição dela
morte e a decomposição. em H2 e O2, que são liberados na at-
3. O CICLO DO OXIGÊNIO
mosfera. Os seres vivos fixam o O2 du-
❑ A fotossíntese
O material vegetal pode ser ❑ Importância rante a respiração. Em síntese, o ciclo
depositado nos fundos de lagos e O oxigênio é fundamental para a do oxigênio constitui uma alternância
mares, em camadas compactas reco- vida na Terra, por atuar no processo entre a fotossíntese e a respiração.
O ciclo do oxigênio.
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MÓDULO 24 Ciclo do N2
Ciclo do nitrogênio.
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FRENTE 2 Genética
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A B
—————————————
• •
—————————————
• •
a b
Quando o di-híbrido apresenta um
gene dominante e um gene recessivo,
ligados ao mesmo cromossomo, e
outro dominante ligado ao outro
recessivo, no cromossomo homólogo,
forma a posição TRANS.
A b
—————————————
• •
A segregação independente. —————————————
• •
a B
5. RECOMBINAÇÃO
OU PERMUTAÇÃO
(CROSSING-OVER)
Durante a meiose, os cromos-
somos duplicados formam pares (si-
napse) e entre eles pode ocorrer a
chamada permutação ou crossing-over.
Tal fenômeno consiste na troca de
segmentos entre duas cromátides ho-
mólogas. O processo envolve so-
mente dois dos quatro fios e ocorre em
qualquer ponto dos cromossomos.
Observe que dois dos gametas
(AB e ab) têm os genes ligados da
mesma forma em que se encontra-
vam ligados nos cromossomos paren-
tais. Tais gametas são resultantes das
cromátides que não se envolveram na
permuta e são designados tipos
A ligação fatorial completa. parentais.
– 187
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Os outros dois gametas (Ab e aB), produzidos através da permuta, apresentam combinações diferentes daquelas
encontradas nos pares e são denominados tipos recombinantes. Assim, temos:
A permutação.
{
{
Parentais
3. CONSTRUÇÃO DE
ab – 45% 4. EXEMPLOS PRÁTICOS
Gametas MAPAS GENÉTICOS
OU CROMOSSÔMICOS Os genes A, B, C e D estão
{
Ab – 5%
Recombinantes Construir um mapa genético é situados no mesmo cromossomo e
aB – 5% determinar a posição relativa dos ge- permutam, entre si, com as seguintes
nes no cromossomo. Para tanto, frequências:
2. DETERMINAÇÃO partimos de dois princípios básicos.
DA FREQUÊNCIA OU 1.o Os genes dispõem-se linear- Frequência
Genes
TAXA DE PERMUTAÇÃO mente ao longo dos cromossomos. de permuta
Determina-se a frequência de per- 2.o A permutação ocorre em qual-
mutação por meio dos resultados obti- quer ponto do cromossomo e, por- AeB 16%
dos num cruzamento-teste (AB/ab x tanto, quanto maior a distância entre
x ab/ab), como exemplificamos a seguir: dois genes, maior será a probabi- BeC 8%
lidade de ocorrer permuta entre eles;
Cruzamento Geração
por outro lado, entre genes próximos AeD 10%
AB/ab – 903 diminui a probabilidade de permuta.
Ab/ab – 98 Convencionou-se que a frequên- DeC 14%
AB/ab x ab/ab cia de permuta entre dois genes é
aB/ab – 102
igual à distância que os separa no BeD 6%
ab/ab – 897 cromossomo.
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1. DETERMINAÇÃO DO SEXO O sexo masculino é chamado he- senta o cromossomo Y. Nesses ca-
POR CROMOSSOMOS terogamético, porque o homem pode sos, fala-se em fêmea XX e macho
SEXUAIS formar dois tipos de espermatozoi- XO. Tal sistema é designado XO.
Em numerosas espécies vivas, os des, produzidos em números iguais,
sexos são separados. Existe um sis- metade contendo o cromossomo X e
tema genético de determinação do metade, o cromossomo Y.
sexo condicionado por cromossomos O sexo feminino é homogamético,
especiais, designados cromossomos porque cada óvulo produzido pela
sexuais. fêmea conterá apenas um cromos-
Nesse tipo de determinação se- somo X. O sexo do filho é determi-
xual destacamos quatro tipos: XY, XO, nado no momento da fecundação do
ZW e ZO. óvulo. Se ele for fertilizado por um
espermatozoide portador de um
❑ Tipo XY cromossomo Y (além dos 22 autos-
O tipo XY ocorre nos mamíferos e somos), o zigoto terá um X e um Y e
em numerosos insetos, entre os quais se desenvolverá em um macho. Se o
os dípteros. óvulo for fertilizado por um esperma- ❑ Tipo ZW
Vejamos o caso do homem. Os cro- tozoide portador de um X, o zigoto No sistema ZW os cromossomos
mossomos humanos são classifi- terá dois cromossomos X e se desen- sexuais são invertidos; o macho apre-
cados em dois grupos: autossomos e volverá em uma fêmea. senta dois cromossomos sexuais
heterocromossomos. Os autossomos iguais, designados ZZ, enquanto a
são os mesmos em ambos os sexos fêmea apresenta dois diferentes, um
e estão sempre aos pares. Os hetero- Z e outro W. Tal sistema ocorre em
cromossomos, também designados lepidópteros (borboletas, mariposas),
cromossomos sexuais e alossomos, peixes e aves.
são de duas categorias: o cromos- Nos sistemas XO e ZW, a deter-
somo X e o cromossomo Y. A fêmea minação segue o esquema da figura.
apresenta dois cromossomos X e o
macho, um X e um Y. Portanto, pode-
mos caracterizar os dois sexos assim:
XX = mulher
XY = homem
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Como as fêmeas têm dois cromossomos X, elas podem ser tanto homozigotas (XBXB) quanto heterozigotas (XBXb)
para um gene ligado ao sexo.
Como o macho possui apenas um desses genes, ele é conhecido como hemizigoto.
❑ Daltonismo
O daltonismo é uma anomalia ligada à percepção de cores.
O daltônico tem deficiência na distinção das cores vermelha, verde e azul. A anomalia é condicionada por um
gene recessivo (d) ligado ao sexo, sendo a visão normal condicionada por gene dominante (D). Assim, teremos:
Genótipos Fenótipos
Mulher Homem
CC calva calvo
Cc normal calvo
cc normal normal
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8. ORGANIZAÇÃO
CITOLÓGICA DO SÍCON
Corte longitudinal do áscon.
A superfície externa e os canais Lêucon (organização).
❑ Miócitos
São células alongadas e contrác- inalantes são revestidos pela cama-
da dermal, formada por pinacócitos. 10. ORGANIZAÇÃO
teis que formam esfíncter em torno
A espongiocela também é revestida CITOLÓGICA DO LÊUCON
dos poros e do ósculo.
por pinacócitos, ficando os coanó-
❑ Amebócitos citos limitados aos canais exalantes. Os coanócitos só aparecem nas
No mesênquima, aparecem nu- câmaras vibráteis. Os pinacócitos re-
O mesênquima gelatinoso é bem mais
merosos amebócitos, isto é, células vestem a superfície externa, o átrio e
desenvolvido do que no áscon: con-
que possuem movimento ameboide, os diversos canais. No desenvolvi-
tém amebócitos e espículas.
realizando várias funções e podendo mento do mesênquima, encontramos
ser divididos em amebócitos e espículas.
– escleroblastos – células que
secretam as espículas minerais. Cada
eixo de espícula é formado por um
escleroblasto;
– arqueócitos – amebócitos que
realizam várias funções: recebem, di-
gerem e fazem circular o alimento,
além de formar elementos reproduti-
vos: espermatozoides, óvulos e gê-
mulas.
7. ORGANIZAÇÃO
ESTRUTURAL
DO TIPO SÍCON Organização citológica do sícon.
Observada externamente, apre-
senta-se como uma urna alongada fi-
xada pela extremidade inferior. O 9. ORGANIZAÇÃO Organização citológica do lêucon.
ósculo, bem alargado, aparece na ex- ESTRUTURAL DO
tremidade superior, circundado por TIPO LÊUCON 11. SISTEMÁTICA
uma coroa de espículas longas e afi-
❑ Phylum Porífera
ladas. A superfície do corpo possui É o tipo mais evoluído. O átrio é
numerosas elevações ou papilas, das Animais pluricelulares, sempre
reduzido, enquanto a parede do cor-
quais saem pequenas espículas. aquáticos e sésseis; em geral formam
po é bastante desenvolvida e percor-
Entre as papilas aparecem os poros. colônias de forma variada; parede do
rida por um complicado sistema de
corpo com duas camadas celulares e
canais e câmaras. Os coanócitos en-
perfuradas por numerosos poros; ca-
contram-se revestindo câmaras esfé-
ricas, também denominadas câmaras vidades internas revestidas por coanó-
vibráteis, interpostas num sistema de citos; esqueleto calcário, silicoso ou
canais. Os canais que partem dos po- córneo; 5.000 espécies.
ros e atingem as câmaras transpor-
tando água são denominados ina- Classe 1
lantes ou aferentes. Calcária (Calcispongiae)
Das câmaras, saem os canais Esponjas com esqueleto calcário
exalantes ou eferentes que atingem o formado por espículas monoaxô-
Organização do sícon. átrio. nicas, trirradiadas e tetraxônicas.
194 –
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Celenterados
ou Cnidários
1. CARACTERES GERAIS
DOS CELENTERADOS
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MÓDULO 20 Platelmintos
O corte parcial
na região A bipartição
cefálica pode origina
originar uma indivíduos
planária com geneticamente
muitas idênticos
cabeças. (clones).
Seres primitivos
A fecundação possuem
cruzada elevada
aumenta a capacidade de
biodiversidade. regeneração.
Anatomia da planária:
a) Sistema excretor;
b) Sistema nervoso apresentando
um início de cefalização;
c) Sistema reprodutor.
11. SISTEMÁTICA carneiro, boi, cabra e outros herbí- São endoparasitas do homem e
Classe 1 voros. Vive nos canais biliares, deter- causam a esquistossomose ou
Turbelaria: Planária (Dugesia minando ações tóxicas e irritativas, barriga-d'água. Esta doença pro-
tigrina). não existindo medicação eficiente pa- voca hemorragias, intoxicação e infla-
Classe 2 ra o seu tratamento. mação do cólon, reto, pâncreas, fíga-
Trematoda: Fasciola hepatica, Raramente ocorre no homem. do, baço etc. Nem sempre a doença
Schistosoma mansoni. O ciclo vital inicia-se pela elimina- é fatal, mas causa vários problemas,
Classe 3 ção de ovos junto com as fezes do
debilitando as vítimas, que apresentam,
Cestoda: Taenia sp. animal infectado. Tem como hospedei-
geralmente, o abdômen volumoso.
ro intermediário um caramujo do gê-
O homem é o hospedeiro definiti-
12. ESTUDO DOS PRINCIPAIS nero Lymnaea, da classe Gastropoda,
PARASITAS do filo Molusca. vo do Schistosoma mansoni, que se
❑ Fasciola hepatica instala no sistema porta-hepático e
Tem o corpo achatado e foliáceo ❑ Schistosoma mansoni nas veias mesentéricas. O hospedei-
(± 30mm). Possui duas ventosas (oral É um verme platielminte, cujo ma- ro intermediário é um caramujo de no-
e ventral). A ventosa ventral é usada cho, de pequena extensão (9 a 22mm), menclatura controvertida: Planorbis,
para a fixação junto ao hospedeiro. possui um profundo sulco, o canal gi- Australorbis ou Biomphalaria. São en-
É um verme endoparasita, cau- necóforo, no qual se instala a fêmea contrados em água doce pouco cor-
sando a fasciolose no fígado de longa e delgada (14 a 26mm). rente ou estagnada.
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❑ Taenia solium delgado do homem, que elimina em muscular e epilepsia. É uma doen-
Pertence à classe Cestoda; pos- suas fezes anéis do animal, contendo ça mais grave do que a teníase.
sui o corpo alongado, delgado e cha- ovos fecundados (de 30 mil a 50 mil O homem pode adquirir esta doen-
to, dividido em três porções: cabeça por anel). ça por autoinfestação interna, externa
ou escólex, colo e estróbilos ou pro- Os ovos contêm embriões dota- e também por heteroinfestação.
glotes. dos de seis tentáculos (hexacanto),
A cabeça ou escólex é a por- denominados oncosfera. ❑ Taenia saginata
ção anterior destinada à fixação da O porco, hospedeiro intermediá- Tem ciclo vital semelhante ao da
Taenia na superfície da mucosa intes- rio, ingere os ovos, que, ao atingir o in- Taenia solium. Porém seu hospedeiro
tinal do hospedeiro. testino do animal, libertam a oncos- intermediário é o boi, e em sua ca-
Apresenta quatro ventosas e um fera que, através da circulação san- beça não há ganchos quitinosos.
rostro ou rotellum com 26 a 28 guínea, é distribuída para a muscu- Possui aproximadamente 2 mil
ganchos quitinosos, para a fixação no latura sublingual, diafragma, cérebro proglotes. Os últimos anéis são elimi-
organismo do hospedeiro. etc. Nesses locais, evolui um estágio nados isoladamente, forçando o esfínc-
O pescoço, ou colo, é a parte larval, denominado cisticerco. ter anal, fora das evacuações.
mais fina e não segmentada, e liga a O homem sofre a infestação, quan- Produz a larva Cisticercus bovis,
cabeça ao corpo. É a região onde são do ingere a carne de porco crua, ou que não causa cisticercose no homem.
produzidos novos anéis ou proglotes mal cozida, contendo cisticercos vivos.
por estrobilização. A cisticercose é uma enfermi-
O estróbilo, ou corpo, é consti- dade causada pela presença de um
tuído por uma série de anéis (± 800), cisticerco no organismo. Esta doen-
divididos em imaturos, maduros e, no ça pode ocorrer no homem, quando
final, os anéis grávidos. este ingere ovos de Taenia solium.
A teníase ou solitária deve-se A casca dos ovos é digerida no
à presença do animal adulto no intes- intestino, os embriões são transporta-
tino, causando uma série de pertur- dos pela corrente sanguínea, atingindo
bações gerais. os olhos, a musculatura e o cérebro,
A Taenia adulta vive no intestino causando cegueira, fraqueza Taenia saginata.
6. SISTEMA DIGESTÓRIO
É do tipo completo e contém bo-
ca, faringe, esôfago (faz a sucção), in-
testino, ânus terminal ou subterminal.
Nos machos há uma cloaca. A diges-
tão é extracelular; o alimento é digeri-
do por ação enzimática, na cavidade
intestinal, e é absorvido por células das
paredes do intestino. Enterobius vermicularis.
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MÓDULO 22 Anelídeos
Sistema circulatório.
7. SISTEMA RESPIRATÓRIO
A respiração é cutânea. Nos poli-
quetos há brânquias ramificadas na
região dorsal dos parapódios, com
Sistema digestório. rede capilar.
Organização do parapódio.
3. SISTEMA MUSCULAR
Logo abaixo da epiderme, encon-
tra-se a musculatura principal do cor-
po, composta de uma camada ex-
terna circular e uma interna longitudi-
nal, constituindo o tubo musculodér-
mico, que forma a parede corpórea.
4. CAVIDADE DO CORPO
Os anelídeos são animais que
apresentam uma cavidade geral se-
cundária espaçosa, o celoma, divi-
dido por septos transversais e longi-
tudinais.
– 205
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8. SISTEMA EXCRETOR
A excreção é feita por nefrídios,
dispostos em um par por segmento.
Cada nefrídio é formado por três par-
tes: nefróstoma, um funil ciliado que
recolhe os catabólitos na cavidade ce-
lomática; nefroduto, um canal sinuo-
so, internamente ciliado, que atraves-
sa o anel e desemboca no nefridió-
poro, um poro excretor situado no anel
seguinte.
Estrutura do nefrídio.
9. SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é ganglionar.
Há dois gânglios cerebrais e um gran-
de gânglio subfaríngeo, ligados por
um anel nervoso ao redor da faringe,
de onde sai um longo cordão nervoso Lumbricus terrestris – morfologia externa.
ventral, com dois gânglios por anel.
A importância da minhoca em re- ❑ Fecundação
Nas minhocas há células tácteis,
lação aos solos é bastante conhecida. cruzada da minhoca
foto e quimiorreceptoras, dispersas no
Elas melhoram a oxigenação e a repo- Na fecundação cruzada da mi-
epitélio, especialmente nos primeiros
sição de minerais, a partir dos detritos nhoca, os animais colocam-se em po-
segmentos.
orgânicos que comem. O verme Eunice sição invertida, unindo-se pelas
viridis (palolo) serve de alimento aos extremidades anteriores. Cerdas es-
nativos das ilhas Samoa e Fuji. peciais penetram mutuamente nos
No passado, as sanguessugas dois parceiros, mantendo-os ligados
(Hirudo medicinalis) foram largamen- enquanto o clitelo secreta um muco
que envolve os dois parceiros. Em
te empregadas em processo de san-
cada animal forma-se um par de sul-
gria, além do aproveitamento da
cos seminais, indo do 15º. anel até o
hirudina, uma substância anticoagu- clitelo, através do qual os esperma-
lante, de interesse médico, produzida tozoides de um animal passam para o
em suas glândulas salivares. receptáculo seminal do outro, carac-
terizando a fecundação cruzada se-
Sistema nervoso. 11. REPRODUÇÃO guida da separação dos animais.
São monoicos ou dioicos, com ou Logo após, o clitelo secreta o có-
10. HABITAT sem clitelo; a reprodução sexuada con, ou casulo, onde são depositados
Em relação ao habitat, os anelí- ocorre com frequência por fecunda- os óvulos. O cócon desloca-se para a
deos podem ser aquáticos, marinhos ção cruzada; o desenvolvimento pode frente e, ao passar pelo receptáculo
ou de água doce, e terrestres, viven- ser direto ou indireto com larva trocó- seminal, os óvulos são fertilizados pe-
do em lugares úmidos, debaixo de fo- fora (nos poliquetos). Há reprodução los espermatozoides, que já estavam
lhas, ou escavando galerias no solo, assexuada por brotamento e regene- depositados. O cócon, que agora
onde passam a viver. ração. contém ovos, sai do animal medindo
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cerca de 7mm; apenas um ovo se de- Ordem 2 – Sedentária corpo de forma achatada e segmen-
senvolve. Fixos, em tubos calcários ou em tado, porém a segmentação externa
Notamos que a fecundação do escavações, na areia; possuem brân- não corresponde à segmentação in-
óvulo é feita no cócon ou casulo, por- quias na cabeça. terna. Cabeça não distinta do corpo,
tanto definimos como um caso de Ex.: Arenicola e Sabellaria. ausência de cerdas, tentáculos e pa-
fecundação externa e desenvolvi- rapódios. Possuem duas ventosas e
mento direto. Classe 2 – Oligoquetos têm o celoma obliterado, são herma-
São animais de corpo alongado, froditas com clitelo.
12. SISTEMÁTICA cilíndrico, com segmentações externa Ex.: Hirudo medicinalis, sangues-
DOS ANELÍDEOS e interna bem nítidas, cabeça não dis- suga europeia, ectoparasitas, hemató-
O filo Annelida é constituído apro- tinta do corpo, raras cerdas implanta- fagos, ocasionais no homem e em
xidamente de 8.700 espécies, agrupa- das diretamente na cutícula, não animais domésticos. Vivem em água
das em três classes: Polychaeta, possuem parapódios, têm respiração doce, principalmente em brejos.
Oligochaeta e Hirudinea. cutânea, hermafroditas com clitelo e
sem larvas.
Classe 1 – Poliquetos Ex.: Lumbricus terrestris (minhoca
Possuem o corpo com metameri- comum ou europeia); Pheretima
zações externa e interna bem nítidas. hawaiana (minhoca-louca); Glossos-
Cada metâmero possui um par de ex- colex giganteus (minhocuçu).
pansões laterais, os parapódios,
que têm funções na respiração Classe 3 – Hirudíneos
branquial e na locomoção. Ca- É formada de organismos com o Sabellaria sp.
beça distinta do corpo, sexos se-
parados, com fecundação externa e
desenvolvimento indireto, através da
larva trocófora. São quase exclusiva-
mente marinhos.
Ordem 1 – Errantia
Vida livre e brânquias nos para-
pódios.
Ex.: Eunice sp e Nereis sp. Sanguessuga locomovendo-se.
MÓDULO 23 Artrópodos
– 207
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❑ Sistema Digestório
É completo e a digestão é extra-
celular. É comum a existência de um Camarão – morfologia externa.
estômago mastigador: o moli-
nete gástrico. Nos crustáceos mais
simples (microcrustáceos), há eficien-
tes mecanismos de filtragem de água
para a coleta de nutrientes e de orga-
nismos do fitoplâncton.
❑ Sistema Respiratório
A respiração é branquial. As brân-
quias localizam-se sobre as patas torá-
cicas. Nos microcrustáceos, as trocas
gasosas são feitas através da super- Os representantes do filo Arthropoda.
fície do corpo.
Classes Crustáceos Insetos Aracnídeos Quilópodos Diplópodos
❑ Sistema Circulatório Exemplos camarão mosquito aranha lacraia piolho-de-cobra
É do tipo aberto ou lacunar. Pos- Número de tetráceros díceros áceros díceros díceros
suem coração dorsal, que recebe das antenas 4 2 0 2 2
brânquias o sangue arterial, depois decápodos 10 muitas; muitas;
Número de hexápodos octópodos
distribuído para o corpo. O sangue ge- (1 par por (1 par por (2 pares por
patas 6 8
ralmente contém um pigmento respi- segmento) segmento) segmento)
ratório, a hemocianina. As lacunas são cabeça,
Divisão do cefalotórax cabeça, tórax cefalotórax cabeça e
celomáticas (hemocelas). tórax curto
corpo e abdômen e abdômen e abdômen corpo longo
e corpo longo
❑ Habitat
São animais predominantemente
aquáticos, marinhos e dulcaquícolas.
Podem viver na areia das faixas litorâ-
neas (caranguejo), em terra úmida (ta-
tuzinho-de-jardim), na lama do mangue
(caranguejo maria-mulata) e fixos às Eucypris sp.
rochas, pilares de pontes, cascos de
navios etc. (cracas).
❑ Sistemática
A classe dos crustáceos, com cer-
Aparelho reprodutor do lagostim. Note
ca de 25 mil espécies, apresenta dois
que o ovário se abre no terceiro par de grupos: entomocrustáceos (primi-
pereiópodos da fêmea, e o testículo no tivos) e malacrustáceos (evoluí-
quinto par de pereiópodos do macho. dos).
Entomocrustáceos são crustá-
ceos inferiores, geralmente microscó-
picos.
Subclasse 1
Branquiopoda
Microscópicos, quase todos de Cirripédios.
água doce, e adaptados à natação. Subclasse 4
Ex.: Daphnia pulex, a pulga-d’água. Cirripedia
São animais fixos e protegidos
por uma carapaça calcária, que vi-
vem em ambiente marinho, cobrindo
Estágios larvais do camarão: A - Nauplius; rochas, madeira de cais, cascos de
B - Zoea; e C - Mysis, o último estágio larval. navios, carapaças de siris, lagostas,
moluscos e até a pele de cetáceos.
❑ Reprodução Ex.: Mitella e Balanus, as cracas.
A maioria é unissexuada, e as aber-
turas genitais encontram-se na parte Daphnia pulex. Subclasse 5
ventral. Malascrostaca
Há o dimorfismo sexual, e a fe- Subclasse 2 São crustáceos evoluídos, todos
cundação é interna. Nos microcrustá- Copepoda macroscópicos.
ceos é comum a partenogênese. Há Também microscópicos, com mui- Dividem-se em três ordens: lso-
muitas larvas e a mais simples é Nau- tos representantes parasitas de peixes. poda, Amphipoda e Decapoda.
plius, com apenas três pares de pa- Ex.: Cyclops sp, vetor do botrio-
tas. Nos crustáceos superiores, além céfalo e filária de Medina. Ordem 1
dessas, há também Protozoea, Zoea lsopoda
e Mysis. Têm o corpo comprimido dorso-
Observamos grande capacidade ventralmente.
de regeneração no camarão jovem, Ex.: Armadillidium sp (tatuzi-
que se reduz nos adultos. A hetero- nho-de-jardim) e Ligia sp (barati-
mor fose é a regeneração de uma nha-de-praia).
parte diferente daquela que foi perdi-
da. Assim, retirando-se apenas o olho
do camarão e deixando o pedúnculo,
ocorrerá a regeneração normal de um Cyclops sp.
novo olho; porém, se olho e pedún-
culo forem retirados, aparecerá em Subclasse 3
seu lugar uma antena. Ostracoides
A autotomia é um excelente Organismo com o corpo protegi-
meio de defesa, pois consiste na auto- do por uma “concha” bivalve, que en-
amputação e posterior regeneração de cerra também a cabeça. Vivem em
um segmento torácico, que fica com água doce e no mar.
o agressor enquanto o animal foge. Ex.: Eucypris sp. Isópodos.
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Ordem 2
Amphipoda
Têm o corpo comprimido lateral-
mente, vivem na água salgada e rara-
mente na água doce.
Ex.: Gammarus; Caprella e Hyalella.
Ordem 3
Decapoda
É constituída de organismos late-
ralmente comprimidos ou achatados;
o abdômen em geral é maior que o
cefalotórax. Alguns vivem em água do-
ce; poucos são terrestres; e a maioria
é de ambiente marinho.
Ex.: Crangon; Penaeus – cama-
rão; Panulirus – lagosta; Pagurus –
eremita (vive em concha de caramu-
jos); Cancer – caranguejo comestível;
Callinectes – siri comestível. (Amphipoda).
Siri
Cefalotórax elíptico com a margem anterior denteada.
Tem o último par de patas transformado em remos.
Caranguejo
Cefalotórax quadrado, trapezoide ou arredondado.
O último par de patas não é transformado em remos.
4. CLASSE DOS INSETOS órgãos quimiorreceptores, que tos: protórax, mesotórax, metatórax,
apresentam também as funções com um par de patas por segmento.
❑ Caracteres Gerais olfativas e tácteis. Cada pata é constituída pelos seguin-
A classe lnsecta (do latim in = den- Os olhos podem ser de dois tipos: tes artículos: coxa, trocanter, fêmur,
tro, secare = dividir) tem como carac- simples (ocelos) e compostos (face- tíbia e tarso.
terísticas: um par de antenas (dí- tados). As asas são estruturas vivas liga-
ceros); três pares de patas (hexápo- Os olhos simples são no máximo das ao tórax (meso e metatórax), mas
des); corpo nitidamente dividido em três, enquanto os olhos compostos não são membros verdadeiros, e sim
cabeça, tórax e abdômen. são dois, porém formados por 15 mil uma expansão lateral do tegumento.
a 25 mil unidades visuais, os omatí- Em suas nervuras passam vasos, tra-
deos. queias e lacunas sanguíneas.
Inseto.
❑ Morfologia Externa
A cabeça é o centro sensorial do Olhos dos insetos.
animal. Nela estão localizados seus
principais órgãos dos sentidos: as O tórax é o centro locomotor dos
antenas e os olhos. As antenas são insetos. É formado por três segmen- Pata de inseto.
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❑ Sistemática
A classe dos insetos apresenta
cerca de 750 mil espécies, sendo ani-
mais de grande sucesso evolutivo.
Subclasse 1 – Apterigota
Insetos sem asas e sem metamor-
Esquemas de tipos de aparelhos bucais. fose (ametábolos).
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Ordem 1 – Thysanura
Ex.: traça-dos-livros.
Subclasse 2 – Pterigota
lnsetos com asas e metamorfose.
São divididos em dois grupos:
1.o Grupo – Hemimetábolos
Com metamorfose parcial: ovo –
ninfa – imago (adulto).
Ordem 2 – Orthoptera
Ex.: gafanhoto, barata, bicho-pau,
grilo, louva-a-deus.
Ordem 3 – Ephemeroptera
Ex.: siriruia.
Ordem 4 – Dermaptera
Ex.: lacrainha.
Ordem 5 – Odonata
Ex.: libélula.
Ordem 6 – lsoptera
Ex.: cupim, térmita.
Ordem 7 – Anoplura
Ex.: piolho (Pediculus humanus),
“chato” (Phthirius pubis).
Ordem 8 – Hemiptera
Ex.: barbeiro, percevejo-do-mato,
baratinha-d’água.
Ordem 9 – Homoptera
Ex.: cigarra, afídeos, jequitirana-
bóia. Esquema de alguns representantes das ordens mais importantes da classe dos insetos.
Ordem 3 – Acarídeos
São os carrapatos parasitas da
pele de mamíferos.
Ex.: Sarcoptes scabiei – causa-
Aranha capturando suas presas que fica-
ram unidas à teia. Essas presas fornece- dor da sarna; Demodex folliculorum –
rão energia e os nutrientes necessários à é o “cravo” do rosto; Amblyomma ca-
continuidade da vida desse aracnídeo. Produção da teia. fennense – é o carrapato.
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2. TEGUMENTO
Conchas de moluscos.
Esses animais possuem epitélio
simples, às vezes ciliado e muito rico 4. SISTEMA RESPIRATÓRIO
em células glandulares, cuja secre-
ção torna o tegumento úmido e mole. A respiração pode ser cutânea,
A parte do tegumento que recobre a branquial e pulmonar. A respiração
massa visceral forma uma dobra, cha- pulmonar ocorre em gastrópodes
mada manto ou pallium, que secre- terrestres (caracóis); os pulmões são
ta a concha. constituídos por um sistema de vasos
sanguíneos muito ramificados.
3. CONCHA
5. SISTEMA DIGESTÓRIO
7. SISTEMA EXCRETOR
8. SISTEMA NERVOSO
Chiton sp.
É do tipo ganglionar, existindo três
pares de gânglios nervosos: cere-
broides, pediais e viscerais, que 11. SISTEMÁTICA
coordenam, respectivamente, as fun- DOS MOLUSCOS
ções sensorial, locomotora e vegeta-
tiva. O filo Mollusca representa um dos
maiores do reino animal, ultrapassado
apenas pelo filo Arthropoda. É forma-
do por 100 mil espécies, agrupadas
Larvas de moluscos. em cinco classes principais: Amphi-
neura, Scaphopoda, Gastropoda,
Pelecypoda e Cephalopoda.
❑ Classe Amphineura
10. HABITAT É formada de organismos com o
corpo oval, ou longo e delgado, com
Os moluscos são muito diversifi- simetria bilateral, cabeça reduzida,
cados e habitam os mais variados am- desprovida de olhos e tentáculos; a
bientes. Há espécies que vivem em concha é ausente ou então formada
terra úmida (caracóis, lesmas); outras por oito placas. São exclusivamente
em ambiente marinho, fixas em rochas marinhos. Ex.: Chiton sp.
(ostras e mariscos); livres, que vivem
Sistema nervoso do mexilhão. na areia do fundo (caramujos de água ❑ Classe Scaphopoda
doce e de água salgada); e de nata- É formada de organismos com o
Os órgãos sensoriais são esta- corpo alongado em sentido dorsoven-
ção ativa (lulas e polvos).
tocistos (equilíbrio), células tác- tral, com simetria bilateral; a concha
Alguns aspectos importantes da
teis, quimiorreceptoras e os olhos, univalve e o manto apresentam-se em
Biologia podem ser abordados. Os ce-
muito desenvolvidos nos cefalópodes. forma de um tubo encurvado, com
falópodes, por exemplo, são inverte-
brados altamente evoluídos, com abertura dorsal e ventral, lembrando
grande capacidade de aprendizado, as presas de um elefante.
9. REPRODUÇÃO Ex.: Dentalium sp.
eficiente mimetismo protetor, por cau-
Nos moluscos, há casos de her - sa das suas rápidas mudanças de cor
mafroditismo, mas geralmente os se- e da eliminação de jatos de H2O. As ❑ Classe Gastropoda
xos são separados. Nos hermafro- ostras produzem as tão valiosas pé- A classe Gastropoda é formada de
ditas, ocorre fecundação cruzada, co- organismos com assimetria secundá-
rolas a partir do manto, que também
mo nos caracóis e caramujos que, ao ria, provocada pela torção da região
reveste a concha. A deposição das
copularem, estimulam-se mutuamen- superior do corpo. Apresentam cabe-
camadas da pérola inicia-se sobre um
te, enterrando um no outro o “dardo ça distinta, sustentando olhos e tentá-
pequeno parasita, ou grão de areia, culos, o pé bem distinto, a massa
do amor”. Além disso, possuem uma
gônada hermafrodita, o ovotéstis. que penetra no corpo do molusco, de- visceral bem desenvolvida e enro-
Normalmente os moluscos são terminando a reação secretora de de- lada; a concha é univalve (na maioria
ovíparos e de desenvolvimento direto fesa. dos casos é helicoidal ou espiralada).
ou indireto. Há uma larva ciliada, cha- No aspecto alimentar, os molus- Os órgãos paleais (ânus, poros excre-
mada véliger, livre; ou larvas parasi- cos sempre foram importantes para o tores e genitais) estão deslocados pa-
tas de brânquias dos peixes, os homem, que consome toneladas de ra o lado direito ou para a região
gloquídeos, e ainda a larva trocó- polvos, lulas, ostras, mariscos e es- anterior. A rádula está presente na
fora, em gastrópodes. cargots. maioria.
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{
Bom suprimento Abertura do
⎯→ Presença de luz • A célula-guarda perde água e
hídrico ostíolo
Planta • A célula estomática realiza fo- o ostíolo se fecha.
fechamento tossíntese consumindo CO2 (H2CO3); ❑ Hipótese do transporte
deficit hídrico ⎯→
do ostíolo em consequência, o meio fica alcalino. ativo de K+
• A enzima fosforilase age Presença de luz
sobre o amido da célula-guarda, trans- Íons potássio são bombeados;
8. MECANISMO FOTOATIVO
formando-o em glicose. com o gasto de energia, das células
Esse mecanismo ocorre quando
a planta possui um bom suprimento • A transformação do amido em anexas para o interior das célu-
hídrico. Nesse caso, segundo o me- glicose aumenta a pressão osmótica las-guarda, aumenta a concentração
canismo hidroativo, os estômatos es- das células-guarda. intracelular, facilitando o ganho de
tão abertos. Agora, se a planta for • Estas células retiram água das água e a abertura do ostíolo.
exposta à luz, o grau de abertura dos células vizinhas e o ostíolo se abre. Ausência de luz
estômatos aumentará. Se a planta for Íons potássio são bombeados das
levada ao escuro, haverá diminuição Ausência de luz células-guarda para as anexas, redu-
do grau de abertura dos estômatos. • A célula estomática só respira zindo a concentração intracelular, per-
Duas hipóteses procuram expli- eliminando CO2 (H2CO3) e o meio fica mitindo a perda de água e o fecha-
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BIOLOGIA A
de uma grande quantidade de poros, a condução da seiva elaborada. Münch A seiva elaborada circula dos ór-
formando a placa crivada. Através idealizou o seguinte sistema físico: gãos de maior pressão osmótica para
destes poros, passam pontes cito- – Dois osmômetros A e B são os órgãos de menor pressão osmó-
plasmáticas. A parede do poro é ligados por um tubo de vidro C. tica.
revestida por calose.
• Células anexas
São células parenquimáticas es-
peciais relacionadas com a manuten-
ção das células dos vasos liberianos,
vivas.
• Fibras liberianas
São elementos esclerenquimáti-
cos de sustentação mecânica.
• Parênquimas liberianos
São células vivas.
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Assim, na época vegetativa, a seiva elaborada é mente, a planta não mostra nenhuma alteração. A seiva
descendente, deslocando-se das folhas para as raízes bruta sobe pelo xilema e chega às folhas. Estas realizam
(órgãos produtores para os de consumo ou de reserva). fotossíntese, produzindo a seiva orgânica que se des-
Na época de floração, as matérias armazenadas na loca, para baixo, através do floema. Na região do anel, a
raiz são hidrolisadas, a raiz aumenta a pressão osmótica seiva não consegue passar, acumulando-se na parte
e a seiva elaborada é ascendente. superior. As raízes, à medida que os dias passam,
gastam as reservas e depois morrem. Cessa então a
absorção de água, as folhas murcham e a planta morre.
❑ Anel de Malpighi ou Cintamento Morte de uma planta, provocada pela retirada do anel da casca.
Este experimento consiste em retirar a casca de uma (I) Retirada do anel contendo o floema.
árvore ou arbusto formando um anel completo em torno (II) A seiva elaborada não chega às raízes, que começam a
de seu caule. A casca retirada contém os tecidos morrer.
periféricos e o floema. Resta, na planta, o xilema. Inicial- (III) As raízes deixam de absorver água e a planta morre.
Várias foram as experiências rea- 6. AÇÃO DAS AUXINAS é controlado pelo teor relativo de
lizadas por Went para chegar à des- ❑ Célula auxinas entre a folha e o caule. Assim,
coberta de um hormônio que contro- De um modo geral, o AIA aumen- 1) o teor de auxina na folha é
lasse o crescimento por distensão ta a plasticidade da parede celular, fa- maior do que no caule ⇒ a folha
das células de coleóptilo. cilitando a distensão da célula. permanece unida ao caule;
O AIA influencia também a multi- 2) o teor de auxina na folha é
plicação celular. menor do que no caule ⇒ a folha des-
taca-se e cai (abscisão). Quando tal
❑ Caule fato acontece, forma-se na base do
O AIA pode agir como estimula- pecíolo uma camada especial de cé-
a) Coleóptilo crescendo normal- dor ou inibidor da distensão celular, lulas (camada de abscisão) que
mente (controle). dependendo da concentração. apresentam paredes celulares finas e
b) Coleóptilo decapitado: cessa o em desintegração. Essa camada é
crescimento. ❑ Raiz responsável pela separação da folha
c) Coleóptilo decapitado com um O AIA também pode ser estimu- em relação ao caule.
bloco de ágar: também cessa o lador ou inibidor do crescimento, de-
crescimento. pendendo da concentração. ❑ Frutos
d) Coleóptilo decapitado. A pon- A análise do gráfico a seguir mos- O fruto origina-se a partir do de-
ta é colocada em contato com o bloco tra que a raiz é muito mais sensível ao senvolvimento do ovário. Para acon-
de ágar durante algum tempo. O AIA do que o caule. tecer a formação do fruto, é indis-
bloco de ágar é colocado sobre o pensável a polinização e a fecunda-
Pequenas concentrações de AIA
coleóptilo. Este reinicia o crescimento.
estimulam o crescimento radicular, ção, pois foi provado que o tubo po-
Em uma experiência definitiva,
mas à medida que a concentração línico e os embriões das sementes em
Went cortou coleóptilos e colocou as
aumenta, o AIA passa a inibir o cres- desenvolvimento produzem AIA, que
pontas sobre bloquinhos de ágar. De-
pois de algumas horas, retirou as pon- cimento da raiz. será recebido pela parede do ovário,
tas e colocou os bloquinhos (unila- No caule, as concentrações que estimulando o seu crescimento.
teralmente) sobre os coleóptilos de- promovem o crescimento máximo de- Ovários que não são polinizados
capitados. vem ser muito altas. normalmente caem e não originam
Se existisse uma substância pro- frutos.
motora do crescimento, esta sairia do Pode-se provar o fato aplicando-se
ágar e induziria o crescimento das cé- auxinas em ovários não fecundados.
lulas de um lado só, o que acarretaria Estes se desenvolvem e acabam
uma curvatura do coleóptilo. A ex- formando frutos partenocárpicos
periência funcionou e Went chegou à (sem sementes).
certeza da existência de uma subs- A partenocarpia ocorre tam-
tância produzida na ponta do co- bém naturalmente na banana. O ová-
leóptilo que se desloca para a base, rio da banana produz auxina em quan-
influenciando o crescimento. A subs- tidade suficiente para provocar o seu
tância de crescimento foi chamada desenvolvimento sem fecundação.
auxina (do grego aux = crescer). A
natureza química da auxina só foi ❑ Gemas laterais
conhecida por volta de 1940 como o O AIA produzido nas gemas api-
ácido indolilacético. cais desloca-se polarizado para a ba-
se. As gemas laterais (axilares),
recebendo esse hormônio, ficam ini-
bidas no seu desenvolvimento. Dize-
mos que o AIA produzido na gema
apical provoca a dormência das ge-
mas laterais, fenômeno conhecido por
dominância apical.
Quando podamos uma planta,
retiramos as gemas apicais. Dessa O AIA também controla a perma-
maneira, cessa-se a inibição e, rapi- nência do fruto no caule ou a sua que-
damente, as gemas laterais se desen- da (abscisão), da mesma maneira
volvem.
como ocorre com a folha.
❑ Folhas
❑ Câmbio
O AIA controla a permanência da
folha no caule ou a sua queda (absci- O AIA estimula as atividades das
são). De um modo geral, o fenômeno células do câmbio.
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7. APLICAÇÃO ARTIFICIAL
DE AUXINAS
❑ Estacas
Quando auxinas são aplicadas
na porção inferior de uma estaca
(caule cortado), estimulam-se as divi- Foi o primeiro herbicida utilizado
sões celulares e a produção de raí- pelo homem.
zes adventícias. Tal fato é muito O 2-4-D é usado para eliminar
comum em horticultura. Plantas que dicotiledôneas herbáceas (plantas
com folhas largas). O fato interessan-
dificilmente se propagariam por es-
te é que as gramíneas (plantas com
tacas podem facilmente enraizar
folhas estreitas) são imunes ao 2-4-D.
quando tratadas com auxinas, espe-
Quando uma plantação de gramí-
cialmente o ácido indolbutírico e o neas (milho, arroz, trigo etc.) é tratada
ácido naftalenoacético. com esse herbicida, as ervas dico-
tiledôneas são eliminadas. O 2-4-D
absorvido pelas raízes e pelas folhas
altera todo o metabolismo, acabando
por levar o vegetal à morte. O 2-4-D
inibe o crescimento da raiz, prejudi-
cando a absorção de água e sais.
Induz a formação de raízes adventí-
cias a partir do caule e a formação de
tumores originados por divisões ce-
lulares irregulares.
❑ Auxinas e floração
As auxinas não são os hormônios
promotores da floração nos vegetais.
Mas existem algumas espécies, como
o abacaxi, que têm a floração regula-
da pelas auxinas.
Quando plantações de abacaxi
❑ Auxinas e herbicidas são pulverizadas com auxinas (espe-
Muitas auxinas têm sido usadas cialmente o ácido naftalenoacético), a
como herbicidas seletivos, isto é, floração inicia-se e a produção dos
atacam algumas plantas e outras não. frutos ocorre praticamente ao mesmo
Dentre eles podemos citar o áci do tempo em toda a plantação, o que
2-4 diclorofenoxiacético (2-4-D). facilita consideravelmente a colheita.
❑ Flores
Aplicadas no ovário ou no estig-
ma de flores não fecundadas, as
auxinas estimulam o desenvolvimento
do ovário para a formação de frutos
partenocárpicos.
❑ Frutos
O AIA, aplicado em frutos jovens,
evita a formação de camadas de abs-
cisão.
Dessa maneira, pode-se obter
melhor rendimento nas colheitas.
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❑ Plantas indiferentes
Florescem independentemente do
tempo de exposição à luz. Exemplos:
milho, tomate etc.
Do que sabemos atualmente so-
bre a floração de plantas sensíveis
aos fotoperíodos, pode-se dizer:
a) As folhas são responsáveis pe-
la percepção do comprimento do dia
e da noite.
Vários experimentos comprovam
tal fato. Comportamento de uma planta de dia longo, como o espinafre. O dia crítico para essa planta
– Se uma única folha da planta está em torno de 13 – 14 horas. As plantas que recebem luz acima do valor crítico florescem,
receber o fotoperíodo indutor, a planta enquanto as demais permanecem no estado vegetativo.
floresce.
226 –
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❑ Ação
As giberelinas são hormônios que
agem diretamente na parede celulósi-
ca, diminuindo a sua resistência e
facilitando a absorção de água. À
medida que a célula ganha água,
ocorre distensão da parede celulósica
e, consequentemente, o crescimento
celular. As figuras a seguir ilustram o
fenômeno.
– 227
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