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outras substancias (pesos atémicos elevados e volumes atémicos Pequenos) e apresentam pontos de fuséio elevados (grande organizagéo dos reticulos Gristalinos). Além disso, os metais s&o elementos eletropositivos, ou seja, tendem @ perder elétrons da camada de valéncia ‘A imaioria dos elementos encontrados na Tabela Periédica séo metais (78%). Os metais podem ser de transicao (Familia B) ou metais representatives (Familias 1A, 24). Os metais de maior interesso industrial so os pertencentes a Familia B (metais de transi¢&o), A maioria dos metais 6 encontrada na forma de minerais, ou seja, na forma Combinaida. Metals como o ouro € a platina e, mais faramente, 0 cobre, a prata eo rio S80 eacontrados na forma pura, CAO METALICA: 6 definida como sendo a ligagao em que os elstrons sic Sompartihados por intimeros Atomos. Os eletrong de valéncia podem, incomeamente, abandonar a 6rbita do étomo do qual participam para se dine ean 20 tomo vizinho. Pode-se considerar esse tipo do ligagéo como imorsoe oe cletfons, que esté em constante movimento, onde se encontram imersos 08 ions positives. Dessa forma, essa “nuver de elétrons estaria {uncionando como ligagao metalica, mantendo os atomos fortemente ligados entre Peguee Nuvem de elétrons explica a alta condutividade oletncs @ térmica dos metais. FORMAGAO DE LIGAS Os metais 880, geralmente, utilizados na forma de ligas , devido serem mais resistentes que os metais puros. As ligas so misturas intimas de dois ou mais: elementos quimicos, dos quais pelo menos um metal, as ligas possuem Propriedades metalicas, Um grande desafio na area de desenvolvimento de materiais, tratando cebeeificamente de ligas metdlicas, & adequar os componentes das ligas, bem como Sues quantidades, para que esses materiais. tenham propriedades impotence’ Pata determinados fins. Deve-se lembrar que 6 de essencial importancia a preocupacao em relacdo a resisténcia dessa liga no meio em que 8 Propriedades dos metais (ou ligas metalicas) so fungéio do arranjo de Seus &tomos no espaco, Os metais, ao se soldiicarem, fornam uma estrutura [or] cristalina que é um arranjo ordenado de atomos no espago. A maioria dos metais se cristaliza no sistema cibico de corpo centrado (ccc), cubico de faces centradas (cfc) ou hexagonal compacta (hc) Exemplos: Metais que se cristalizam no sistema ccc - Fe, Mo, Nb, V, Cr, W, Ba, K Metais que se cristalizam no sistema ofc - Al, Cu, Ni, Ag, Au, Pt, Ca Metais que se cristalizam no sistema he - Zn, Cd Durante a solidificagéo da liga, os dtomos do elemento soluto (menor quantidade) podem formar soluco sdlida intersticial, solugdo sélida substitucional ou composto quimico. Exemplos: -solugo sélida intersticial —Atomos de carbono no ferro “solugao sdlida substitucional — Atomos de Ni no cobre ~ liga constantam -composto quimico — Fe 3 C (cementita) Em virtude de sua estrutura cristalina e forma de ligagbes, os metais apresentam uma série de propriedades caracteristicas que, em geral, tem muitas aplicagdes praticas pela sociedade, Podemos citar como principais propriedades dos metais: a) Condutividades térmicas e elétrica elevadas: os motais, em geral, s4o bons condutores de calor e eletricidade; isto é devido aos “elétrons livres” que existe 1a ligago metalica, como foi explicado acima, € que permitem um “transito" rapido de calor ¢ eletricidade através do metal. A condugao do calor é importante, por exemplo, no aquecimento de panelas domésticas @ caldeiras industrials; a condugao da eletricidade é fundamental nos fios elétricos usados nas residéncias, escritérios e indiistrias. b) Pontos de fusdo e de ebulicdo elevados: os metais, em geral, fundem e fervem em temperaturas elevadas; isto acontece porque a ligacdo metalica é muito forte e “segura” os 4tomos unidos com muita intensidade; note que isso é muito importante na construg&o de caldeiras, tachos, reatores industriais, etc., em que ocorrem aquecimentos intensos d) Resisténcia a tragdo: os metais resistem bastante as forcas aplicadas ao se “puxar’ ou “alongar” uma barra ou fio metalico. Essa propriedade é também conseqiiéncia da “forga” com que a ligacdo metalica mantém os dtomos unidos. Uma aplicagdo importante da “resisténcia a tragao” é a aplicacao dos metais em cabos de elevadores ou de veiculos suspensos (como os bondinhos do Pao de Agticar, no Rio de Janeiro); outra aplicagao é a colocagao de vergalhées de aco dentro de uma estrutura de concreto para toméd-la mais resistente ~ 6 0 chamado “concreto armado”, de largo uso na construgao de pontes, edificios, etc. e) Maleabilidade: 6 a propriedade que os metais apresentam de se deformarem quando trabalhados mecanicamente (laminagdo, forjamento, estampagem, trefilago, etc), podendo dessa transformagao, serem transformados em chapas e laminas bastante finas, fios, trilhos para trem, perfis estruturais, etc. Cabe salientar que essas deformagées podem ser a quente ou a frio , dependendo do metal e do tipo de deformacdo. Isto é possivel porque os dtomos dos metais podem “rolar’ uns sobre oS outros sem se “desgrudarem", uma vez que sdo “seguros" pela ligagdo metalica, que é bastante forte. Essa é uma das propredades mais ("02") importantes dos metais, se considerarmos que as chapas metélicas so muito usadas na producéo de automéveis, trens, navios, avides, geladeiras, etc. PRODUGAO DOS METAIS 4-Introdugao De um modo geral, os metais so produzidos a partir de 6xidos ou sulfetos que contém o metal a ser extraido, através de processos metaliirgicos especificos para cada tipo de metal. ‘Abordaremos a produgéio do ago, por se tratar da liga metélica mais utilizada mundialmente, em termos quantitativos. © ago é uma liga metalica muito utilizada, devido ao baixo custo de produgao, a facllidade de ser trabalhado (laminado, forjado, estampado, ete) aliado a uma boa resisténcia mecanica. As diferentes ligas usadas permitem uma grande variacdo de propriedades, fazendo com que muitas ligas de ago sejam conhecidas pelo seu emprego especifico. Assim podemos ter: ~ acos para molas, agos para trithos, agos para ferramentas, agos para tubos, aj. de usinagem facil,agos para chapas, etc. 0 ferro existe na natureza sob a forma de dxidos, nos minérios de ferro, dos quais 6 extraido quase sempre por meio de um forte aquecimento em presenca de coque metalirgico ou carvao vegetal, em fomos adequados, nos quais 0 oxido € reduzido e o ferro resultante ligado ao carbono. Forma-se assim uma liga de ferro e carbono que poderd ser utilizada como matéria prima nas fundigdes ( ferro fundido), ou como matéria prma parc: produgko do ago em grandes conversores. Definigado de aco ‘Aco € uma liga de ferro e carbono, contendo geralmente 0,008% até aproximadamente 2,0% de carbono, além de certos elementos residuais, resultantes dos processos de fabricagao( P,S, Sie Mn), podendo conter elementos de liga adicionados propositalmente( Cr, Ni, Mo, W, Nb, Ti etc). 2+ Produgao do ferro - gusa 0 ferro gusa é a principal matéria prima para a produgdo do ago. O ferro gusa 6 obtido num aparelho metalirgico, denominado alto-fomo. Nesse aparelho so colocados, em proporgdes adequadas, minério de ferro, combustivel e fundente. A queima do combustivel e a injegdo de ar fornecem calor e gas CO, necessario & redugao do minério de ferro. Resumidamente, as reagdes podem ser representadas da seguinte forma: C+ O > CO2 CO.+2C * 260 Fe,0st3CO > 2Fe+3CO2 0 excesso de carbono provoca a carbonetagao do ferro, que se encontra liquide € & alta temperatura ( aprox. 1450°C) e se deposita no cadinho do alto fomo, sendo entéo vazado em panelas ou carro torpedo, sendo transportado liquido para a transformagZo em aco em grandes conversores, num setor denominado aciaria, Esse produto recebe o nome de ferro-gusa, com composi¢ao média de Carbono 3,5 a 4,5% de C, além de silicio, manganés, f6sforo e enxofre. Caso nao seja utlizado para produgao do ago, esse ferro gusa ¢ solidificado para ser usado como produto de 2° fusdo, vendido em blocos, como matéria prima para posteriores transformagées. Esse material refundido num forno como o Cubild, junto com sucatas de ferro fundido e de ago, da origem ao ferro fundido de 2? fusao, com 2,5 a 3,5% de carbono. 3- Conversao de ferro-gusa em ago Modemamente, 0 método de maior produtividade para produgao de ago é 0 processo LD. Nesse processo, 0 gusa liquido juntamente com sucata sélida de ago e fundente é colocado em um grande conversor e uma langa sopra oxigénio puro sobre @ mistura gusa/sucata/fundente, oxidando os elementos: Fe, C, Mn, Si, etc, transformando assim o ferro gusa em aco, com composi¢éio quimica previamente conhecida, Logo apés essa etapa, adicionam-se os elementos quimicos desejados, conforme 0 tipo de ago que se quer fabricar, como for exemplo: Cr, Ni, Nb, Mo, Mn, etc. Apés essa etapa, retira-se uma amostra do ago no estado liquido, faz-se a solidificagéio dessa amostra e realiza-se uma anélise quimica, Caso o resultado esteja de acordo, procede-se a solidificag&o do ago em grandes lingoteiras ou através de lingotamento continuo. Posteriormente, esses lingotes so pré - aquecidos e encaminhados para processos de conformagao mecanica (laminago, forjamento, etc), obtendo-se o produto final, com forma e qualidade necessdrias a uma dada aplicagao, como por ‘exemplo: Trilhos, chapas, arames, tubos, perfis, etc. Os agos, conforme ja dissemos, possuem carbono de 0,008% até aproximadamente 2% de carbono, além de elementos residuais (Si, Mn, P e S) resultantes do processo de fabricacdo. Caso se desejar um ago com caracteristicas especiais, produzem-se os chamados agos-liga. Assim, tem-se: ‘Agos inoxidaveis: adicao de Cr e Ni(18-8) ‘Acos para ferramentas: adico de Cr, Ni, Co, Nb, W, Mo, etc ‘A tabela 1 indica os diferentes tipos de agos segundo a Norma SAE Embora os diferentes elementos quimicos alterem as estruturas e propriedades dos agos, 0 efeito do carbono é o mais estudado, razao pela qual passaremos a estudar 0 diagrama da liga Ferro Carbono. Esse diagrama indica as fases presentes, temperaturas de transformagao, solubilidades maximas de carbono no ferro, dentre outros. 04 Bibliografia 4) FELTRE, Ricardo, Quimica, 4*,ed— Sao Paulo: Editora Modema,1994. 2) CHIAVERINI, Vicente. Agos e ferros fundidos. 4°.ed, — ABM, 1979. 3) COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos produtos sidenirgicos comuns. 3%.ed — Sdo Paulo: Editora Edgard Blucher, 1974. 05 Claseifieagao ABKT dos agos ao carbone Carbone & Classitieagae ABNT dos acos-Ti9e Tangorés © : eee 1340 | 0,38-0,43 | 1,60-1,90 | 0,20-0,35 tie ceas | ene eno anzo | o728-0.33 | o\40-0r60 |0,20-0,35 fo,e0-1.10| = | 0,15-0. ee eee tis [olan [or7o0.90 [o.z0-0.35 foveo-tao | =| 159, shies fo | orz0core | 0175-1,00 fo0-o.38 fowso-isio| = fonts praes) tay | oss7.0.2|oves.0,65 [0,200.38 Jor40-460 | 1,5-2,00|0,20-0 eae 4340 | 0,28-0,42 | 0,60-0,80 | 0,20-0,35 |0,70-0,90 | 1,65-2,00 | 0,20-0 pales sis [ostacort [orr.o,90 [o.20.0.35 |o.70-010 | = : ole sizo | 0,170, [0,70-0.90 |o.z0-0,35 jo.7-0,50 | - : ae 5135, 0,33-0,38 | 0,60-0,80 | 0,20-0,35 |0,80-1,05 - eae sv4o | 0,28-0442|0,70-0,90 |0,20-0,35 |o,70-0,30 | - tales | ne cen iso | tec [0,70.030 reo) 2 : 2,90 = 10) 2.0 = 10 8615 0,13-0, 18. }0,40-0,60 |0,40-0,70 | 0,15-0 eco | 0.18-0.23 or4.0.60 [o,40.0,70|0,1-0 ssn | o.z0-0.3 0,400.60 |ovs0-0,70| 05-0 seio|o.a-0183 0.0.60 ous. ets | oes-ovt8 0120-0438 oud eso | ovto-0,52 o.20-0.38 ouis-0 eco | ovs5-0.65 o.z.0.35 Jovso-090 oo tons |ovso,18 0120-0,35 |1.00-1.40 |3,00-350| 008-0 Tine FST Tew ee ae nS sistem SHE @ AISI de classificagie €95 250s Designs _ ‘cuanses de ferros funtigos ctnzentos segunda ANT ae | MS eden “ore | € 1017 | Acos-cerbono comins ac asain }2EE | Acoscmangands com 755 of on a tragaa (a! (valores atsinos} | eésies| «toler Fe ie eter ee ai ae we * Be | eee con 208 ce rhe Be | pee ees eon gk de Hi 065K de Cr RHE | Smee eS Wan 6k mo sk eer s 5 7 sore | Maseriiouin cn 035 echo a = ji 100, | Bete eco en OLEOR 0 0,956 e Cr € 012%, ‘os a ts % Sbitoe 6 oe Po i a A Ma ntEr cok dee Ne5 ee * = “ tna | anne | Boost Movocmatibdenio cow 1, 08K de Mh, O45 ¢e = 2 = : for sige esa = sree] sant | Aeon ce gr ShE ot aay 0 S00 tee seer | ant | seceerom Great a ivour ae tr > a : bie | 208 | aforeron com 00 seavrelaneton, com .E08 de Cr 7 2 4 if 2 | ccrine | SS SE Mess Srome Sora Cotanencory con 1.08 se Er 5 a : sree | cine [sos ante stom otumentoy com tase de Cr : 4 a at | aoet | estate er eadasotinenio con 0.5K de Mi, 050% 02 Sener brdoe de ana | are | ee Sisimo! elie com 0,55% de i, 0,808 de = - : Sera ae te - : * gaan | axa | Sob bi etittantyants con 0,698, 0.8%, 0.88% ov 9.87 5 4 4 Se eer eae ok Orie, Ouaek ov vest at we zi : = sour | sort | otlntover-crenosotutato com 2.25% 4 Ms 1208 de | 2 : gous | ein | Seb bier Teratoot Beenie com 1,005 de M1, 0.808 dt ee ga ae na aso |. | Sek SeERRES Bor en tian ita ressttrcta Boia | aaaer | Met Seretcon ovtouge ae'8 8 Exempla de utitizagse a table > SAX X i LIGAS METALICAS Como ja dissemos anteriormente, 0s metais so formados por uma estrutura cristalina, que é um arranjo ordenado de atomos no espaco. Dependendo do tipo de metal, os arranjos mais usuais so: cibico de corpo centrado (ccc), cubico de faces centradas (cfc) ou hexagonal compacta (hc). As ligas metdlicas séo formadas pela adicdo de um ou mais elementos, 0 que resultard uma liga com caracteristicas metalicas. Os elementos adicionados, dependendo da sua natureza poderdo, ocupar os espacos vazios deixados pelos dtomos da rede cristalina (solugdo sélida intersticial), substituir dtomos na rede principal (solucao sélida substitucional) ou formar compostos quimicos. Embora exista uma quantidade muito grande de ligas metalicas, faremos um breve comentario sobre algumas das mais aplicadas industrialmente. ACOS-CARBONO Sem nenhuma dtivida, os acos-carbono constituem o mais importante grupo de materiais utilizados na engenharia e na industria. As propriedades mecAnicas desses acos, simplesmente ao carbono, sem qualquer elemento de liga, e, na maioria dos casos, também, sem qualquer tratamento térmico, sao suficientes para atender a maioria das aplicacdes da pratica. Os acos-carbono apresentam a seguinte composigao quimica média: C- 0,008 a 2% Smix = 0,05% Si-0,15 a 0,30% Prix = 0,04% Mn ~ 0,6 a 0,9% APLICACOES: Os acos comuns s&o usados em diversas aplicagdes tais como: cantoneira, chapas, vergalhées, arames, tubos , etc. E evidente que os acos-carbono apresentam limitagdes, sobretudo quando se desejam propriedades especiais de resisténcia a corrosdo, resist@ncia ao calor, resisténcia ao desgaste, etc. Nesses casos, recorre-se aos acos-liga, cuja importancia cresce a cada dia. ACOS-LIGA A adico de elementos de liga nos acos-carbono é feita quando se deseja: aumentar a dureza e a resisténcia mecdnica, conferir resisténcia @ corrosdo, aumentar a resisténcia ao calor, aumentar a resisténcia ao desgaste, aumentar a capacidade de corte, etc. Por exemplo: Para aumentar a dureza e a resisténcia mecanica, adicionam-se elementos de ligas formadores de carbonetos (duros) nos agos, tais como: tungsténio, cromo, vanddio, nidbio, titénio, além, é obvio, de aumentar- se o teor de carbono. Para melhorar a resisténcia a corroséo dos acos-carbono, adiciona-se principalmente cromo (> 12%) e Ni (> 8%). Em alguns tipos de acos inoxidaveis, 0 carbono precisa ser menor que 0,03%, para que se evite a formacao de carbonetos de cromo, os quais diminuem a resisténcia a corrosdo dos acos inoxidaveis Dessa forma, dependendo do tipo e quantidade do elemento adicionado e do tipo de tratamento térmico aplicado aos acos-carbono, tem- se aco para fundicdo, acos estruturais, aos para trilhos, acos para chapas, acos para tubos, acos para molas, acos de usinagem facil, aco para cementac&o, acos para nitretacéo, aco para ferramentas e matrizes, acos resistentes ao calor, agos resistentes a corrosdo, agos sinterizados, etc. FERROS FUNDIDOS Ferro fundido é a liga ferro-carbono-silicio, com teores de carbono entre 2 e 6,7%, de modo a resultar carbono parcialmente livre, na forma de veios ou lamelas de grafita. Dependendo da velocidade de resfriamento e da quantidade de silicio presente, o ferro fundido poderd ser: cinzento, branco, mesclado maledvel ou nodular. FERRO FUNDIDO CINZENTO: sua fratura mostra uma colorac&o escura (dai a sua denominacao), caracteriza-se por apresentar como elementos de liga fundamentais 0 carbono e o silicio e estrutura em que uma parcela relativamente grande do carbono esta no estado livre (grafita lamelar) e outra parcela no estado combinado (FesC); FERRO FUNDIDO BRANCO: sua fratura mostra uma coloracao clara (dai a sua denominagio), caracterizado por apresentar ainda como elementos de liga fundamentais 0 carbono e 0 silicio, mas sua estrutura, devido as condicgées de fabricacdo e menor teor de silicio, apresenta 0 carbono quase inteiramente na forma combinada. FERRO FUNDIDO MALEAVEL: caracterizado por ser obtido a partir do Ferro Fundido Branco, mediante um tratamento térmico especial, resultando numa transformagao de quase todo ferro combinado em grafita, na forma de nédulos. FERRO FUNDIDO NODULAR: caracterizado por apresentar, devido a um tratamento realizado ainda no estado liquido, carbono livre, na forma de grafita esferoidal, o que confere ao material caracteristicas de boa (cos) ductilidade. Por isso a denominacao freqiiente de Ferro Fundido Ductil para esse material. Usos: por suas caracteristicas, os Ferros Fundidos sdo usados em base de méaquinas, pecas de formato complex, corpos moedores, rodas de trem, etc. DIAGRAMA DE EQUILiBRIO Fe-C Esse diagrama é relativo apenas liga bindria Fe-C, em que o principal elemento de liga é 0 carbono. Esse diagrama nos permite identificar as temperaturas de transformag&o, caracterizar as fase presentes, bem como os constituintes resultantes para os diversos teores de carbono presentes no ferro. 1534 1390 940 ® a z tee al LeoeauRi7A | +P 3, PH FesC | epenita gl Fesc L SL 1 =~! 00g §=— O08 20 Ad CF c Fe he — Por esse diagrama, observa-se que, no estado de resfriamento lento (recozimento), um ago com teor de carbono abaixo de 0,008% a temperatura ambiente é constituido somente de ferrita (a) ~ fig 1-1. = Acima de 0,008% de carbono até 0,8%, 0 aco é formado por ferrita e perlita, em quantidades que variam de acordo com a porcentagem de carbono: se o ago tem 0,2% de carbono é& constituido de muita ferrita e pouca perlita. Se for com 0,7% de carbono, € constituido de muita perlita e pouca ferrita ~ figi- (2),(3),(4),(5),(6),(7). Com 0,8% de carbono, o aco é constituido inteiramente de perlita ~ figi(8) - Com Carbono variando de 0,8 a 2,0%, tem-se perlita e cementita com quantidade de FesC que vai aumentando, 4 medida que o carbono cresce até 2% - fig1(9) (10) Acima de 2% de carbono, tém-se os ferros fundidos: - entre 2,0 e 4,3% de carbono, o ferro fundido é constituido de perlita e ledeburita -figi (11) - com 4,3% de carbono, o ferro fundido é constituido somente de ledeburita -fig1 (12) - entre 4,3 e 6,7% de carbono, o ferro fundido é constituido de FesC e ledeburita ~ fig 1(13) CONSTITUINTES DOS ACOS E FERROS FUNDIDOS E SUAS PROPRIEDADES MECANICAS. AUSTENITA (7) ~ 6 uma solucéo sélida de carbono no Fey ¢ apresenta uma estrutura de grdos poligonais irregulares. Possui boa resisténcia mecdnica e aprecidvel tenacidade. Nao é magnética. Nos acos carbono sé é estavel acima de 727°C. LR: 88 a 105 kgf/mm? Dureza: em torno de 300 HB Alongamento: 30 a 60% FERRITA (a) - é 0 ferro no estado alotrépico a, contendo em solucéo 0 maximo de 0,008% de carbono, apresentando uma estrutura de graos poligonais irregulares. Possui baixa dureza e baixa resisténcia a tracdo e elevado alongamento. & magnética. Possui excelente resisténcia ao impacto. LR: em torno de 30kgf/mm? Dureza ~ em torno de 90 HB Alongamento: em torno de 40% CEMENTITA (FesC) ~ é 0 carboneto de ferro, contendo 6,7% de carbono. E muito dura e quebradica (fragil). E responsavel pela elevada dureza e (ac resisténcia & tracio dos acos alto carbono, bem como sua baixa ductilidade. E magnética Dureza: superior @ 68 HRc PERLITA (P) - é uma mistura mecdnica, contendo aproximadamente 88% de ferrita e 12% de cementita, na forma de laminas finas, de espessura raramente superior a 1 micron, dispostas alternadamente. Suas propriedades sao intermedidrias as da cementita e da ferrita, dependendo, entretanto, da espessura das lamelas de cementita. E magnética. LR; 80Kgf/mm? Dureza: em torno de 200 HB Alongamento: cerca de 15% LEDEBURITA - é uma mistura mecanica de perlita e cementita, contendo aproximadamente 41% de perlita e 59% de cementita. E muito dura e quebradica, sendo responsdvel pela elevada dureza nos ferros fundidos branco. Dureza: superior a 68 HRe GRAFITA - é 0 carbono no estado puro (grafite). Possui baixa dureza e é fragil. ii ALUMINIO E SUAS LIGAS 0 aluminio puro é um metal macio e dutil. No estado laminado e recozido, possui or ~ 10 kgf/mm? e alongamento de ~ 50%. E resistente & corrosio, devido 4 formacéo em sua superficie de uma pelicula compacta e passivante de 6xido de aluminio (Al203). Se lamina facilmente até folhas muito finas, pode ser estampado e forjado. Tem ponto de fuséio de 657°C e densidade de 2,7 g/cm’. Devido a sua pequena densidade, as ligas de aluminio tém ampla aplicacao na industria aerondutica. Para eliminar 0 encruamento, se submete a uma recristalizacdo 4 temperatura de 330 - 360°. Devido a sua baixa resisténcia mecdnica, possui emprego limitado. As propriedades mecdnicas maiores obtém- se por meio das ligas de Al. Essas séo amplamente usadas na industria. PRINCIPALS LIGAS DE ALUMINIO Ligas de aluminio deformaveis que se endurecem por tratamento térmico. Tais ligas sdo bifdsicas, com composicéo variando entre 0,5 € 5,7% de Cu (figura abaixo) ae 700, 637 600) | woot + 1 faveuat,a) | + 1 | \ 200) — + : ; ' ey | a 47 z i 0 ww 0 30 AL $B—— Cue Ao aquecer essa liga entre 500 - 540°C, as particulas de CuAL2 dissolvem- se no aluminio, formando uma estrutura monofasica. Resfriando rapido depois desse aquecimento, evita~ se a formacio de CuAl2 e a liga a 20°C mantém- se monofasica. O envelhecimento artificial entre 150 - 180°C faz precipitar uma fase intermedidria entre CuAl, que produz 0 endurecimento da liga. A C3 esse tipo de liga, que se endurece por témpera e envelhecimento posterior, pertencem o duraluminio e outras ligas. DURALUMINIO — sGo ligas de Al - Cu - Mg ~ Mn Tal liga se deforma bem, a quente ou a frio. Durante a deformacao a frio é necessdrio um recozimento intermediario entre 350 ~ 370°C. As ligas com 3,8% de Cu, 1,2% de Mg, 0,3% de Mn apresentam or = 52 kgf/mm? e AL = 11%, superior aos agos médio carbono recozido. O duraluminio em chapas, perfis e em barras é amplamente usado na industria aerondutica. LIGAS DE ALUMINIO PARA FUNDICAO, Tal liga contém de 10 a 13% de Si (figura abaixo) 00 . J 200) “ ys Situmin oS Wo pee 100) ots ool bt YA / / 600 ff swe al Bae sere pe Hl Bs spent east ee) Hh (ap) 00. H On 20 300% A liga possui excelentes propriedades de fundicéo: baixa temperatura de fusdo, alta fluidez e pequena contracao. Tal liga pode ser modificada, adicionando-se magnésio e manganés a ela, permitindo ser temperada em dgua quente (50 - 100°C) e envelhecimento a 150°C, podendo chegar a ter or = 20kgf/mm? e AL = 4%. Uma desvantagem dessas ligas reside na forte tendéncia a formacao de porosidades e gases. LIGAS DE ALUMINIO E TITANIO © titanio é um metal relativamente leve (4,5 g/cm?) e alto ponto de fusaio (1725°). ‘A combinaciio de baixa densidade e elevada resisténcia mecanica determinou um amplo emprego das ligas de titanio para a industria aeronautica. 0 quadro baixo demonstra que ligas de titanio possuem elevadas resisténcias mecdnicas, permitindo diversas aplicages. COMPOSIGAO Quimica, PROPRIEDADES MECANICAS E APLICACAO DE LIGAS DE TITANIO ul cr | Mo Sm | cegtmm2y| 4b % APLICACKO ~ “[Pecas ~~ forjadas, 0-6,2| 2-3 2 ~ | 95-115 | 10-16 |estampadas, laminadas. Sao deformadas a |quente © mesmo para pecas - | 95-120} 10-16 |que trabalhem a 450- | 500°C | \Pecas laminadas e 40-55) - - 2-3] 80-95 | 12-25 |forjadas. Soldam-se com facilidade 2,8 - 3,8 58-68| - 8-38) _ |y05-118| 9-15 |Deformam-se a quente com facilidade COBRE E SUAS LIGAS © cobre puro é um metal macio e dictil. No estado laminado e recozido, possui limite de resisténcia a tracdo (or) entre 22 - 25 kgf/mm? e alongamento de 40-50%. Tem temperatura de fusdo de 1083°c e densidade 8,9 g/cm?. Suas principais propriedades e aplicacdes séo: 1. Alta Condutividade Elétrica - devido a essa caracteristica é usado amplamente na industria elétrica, instalac6es elétricas, etc... 2. Alta condutividade Térmica ~ devido a essa caracteristica é usado 2m trocadores de calor tais como: serpentinas de refrigeradores, ponta de lanca de sopro de oxigénio em fornos LD, etc... 3. Resisténcia contra corroséio em atmosferas umidas, ar. 15 PRINCIPAIS LIGAS DE COBRE LATGES - Sao ligas de Cobre com Zinco.Na figura abaixo, observa- se uma parte do diagrama de equilibrio do sistema Cu - Zn. 1083 900 7 700} 500) 410 300 100 6020, % to) 7 ‘ XH 0 2 40 60 ZM%o or Mn/m2(xgt/mmé) as 88 Por esse diagrama, observa-se que, abaixo de 38% de Zn, a liga é monofasica, se denominando latées a. Tais latées possuem alta plasticidade e resist€ncia mecdnica maior que a do cobre puro. Podem ser deformados a frio ou a quente. Entre 38 e 45% de Zn, forma- se 0 latdo bifdsico (« + 8). Possuem alta dureza e baixa plasticidade. Tais latées tem temperatura de fusdo mais baixa. Devido a sua baixa plasticidade sé podem ser deformados a quente. Latdes com mais de 45% de Zn n&o sao utilizados por serem muito frageis. No estado recozido, os latées a tém or = 30kgf/mm? e alongamento AL ~ 20%. A adicéo de manganés, niquel e aluminio pode elevar or = 50kgf/mm?. laeious| Os latées ndo se tratam termicamente. O aumento da resisténcia mecdnica é obtido com a deformacao a frio. Aquecendo-o entre 750-800°C, ocorre a recristalizacdo, permitindo recuperar as propriedades que o metal tinha anteriormente a deformacao a frio. BRONZE AO ESTANHO - Sao ligas de Cobre com Estanho. Na figura abaixo, observa- se uma parte do diagrama de equilibrio do Sistema Cu-Sn, @ a variacio de ore £ em fungao do teor de estanho. 100 1000 900 400 a 6 a) ue 800! — % 300 A a 700 & Ga) “ Ss 500). S 200 A RC) \ comes 4 ue = 100 - ih 400 © (10) é 6 oe 1 o 7 20 30 %0 1 200 ! Ca —-% Sn Sz \ \ : 100 itt Ks 0 10 20 30 40 Ow — 45x sn Até uns 4 - 5%, Sn a liga é monofdsica, possuindo uma boa plasticidade, podendo ser trabalhada a frio. Com um teor maior de Sn, a estrutura se torna bifasica (a + €). Na pratica, ndo se usam ligas acima de 14% de Sn, pois sao frageis. 0 bronze deformado a frio submete- se a recristalizacao (600 - 650°C). Os bronzes, sobretudo os bifasicos, tém um coeficiente de contragdo menor que 1%, sendo utilizado para fundicdo de pecas de formas complicadas e dimensées exatas. aa Os bronzes ao estanho possuem resisténcia mecanica inferiores aos latées, porém possuem melhor resisténcia a corrosdo, especialmente em gua do mar. COBRE COM NIQUEL - A liga de Cobre com Niquel eleva consideravelmente suas propriedades mecdnicas, resisténcia a corrosdo, resisténcia elétrica e propriedades termoelétricas. Qualquer que seja a quantidade de niquel, forma estrutura monofésica (solugao sélida de niquel no cobre). A liga com 19 ~ 20% de Ni é resistente & corrostio em muitos Acidos, em comparaciio com os acos inoxidaveis. A liga com 40% de Ni denomina- se CONSTANTAM, Possui alta resisténcia elétrica e forca termoelétrica motriz que praticamente nao variam com a flutuacdo de temperatura. S80 empregadas na fabricacéo de reostatos e resisténcias elétricas. BIBLIOGRAFIA - CHIAVERINI, Vicente. Agos e Ferros Fundidos Editora: Associagao Brasileira de Metais - LAJTIN, Yu.M..Metalografia y Tratamento Termico de Los Metales Editora:MIR Moscou - MATIAS, Carlos Roberto & PERDIGAO, Jodo Bosco de Oliveira. Apostila de Trabalho Metaltirgico - ETFOP CENTRO FEDERAL DE ‘AL. DE EDUCACKO TECNOLOGICA DE SAO PAULO TROZINHO TRATAMENTO TERMICO DOS ACOS 1 - INTRODUCAO Quando © resfriamento das ligas metdlicas se dé fora das condicdes de equilibrio, ou seja, com velocidade de resfriamento superior a de equilibrio, as transformacées correspondentes sao ditas fora do equilibrio. No presente trabalho, nos ateremos as transformagdes fora do equilibrio, para as ligas Fe-C, no campo correspondente aos acos. 2 — AUSTENITIZACAO Entende-se por austenitizacdo a completa transformacio do ago em austenita, ou seja, 0 Unico constituinte presente no aco passa a ser a austenita. Para os acos-carbono basta, pois, aquecer o material acima da “Zona critica”. Na prdatica, adota-se como temperatura de austenitizacéo a temperatura que delimita superiormente a Zona critica, acrescida de 50°C. Assim, para 0 aco eutetdide (0,80%C) a temperatura de austenitizacao sera: Ay (727°C) acrescida de 50°C, Para os acos hipoeutetdides( C < 0,80%C ) a temperatura sera: Az, acrescida de 50°C , Para os acos hipereutetdides, a temperatura sera: Aem, acrescida de 50°C. Obs: Devemos observar que A; assume um valor particular para cada composicgéo em carbono do aco hipoeutetdide;, 0 mesmo se verifica com relacgéo & Acm para OS aGos hipereutetdides. Para determinarmos o valor desta temperatura, basta consultarmos um diagrama que esteja montado em escala. Fm se tratando de acos-liga (agos especiais), o fabricante deste material normalmente fornece este dado, ou seja, a temperatura de austenitizacdo é tabelada para cada composicao especifica. 3-REACAO MARTENSITICA E VELOCIDADE CRITICA DE TEMPERA Consideremos, inicialmente, para melhor compreenséo, o estudo de um aco eutetdide, ou seja, com 0,8% de carbono. Antes de passarmos especificamente a andlise do resfriamento deste ago, devemos chamar a atencéo para um fato muito importante. A reac&o eutetdide da liga Fe-C, ou seja: @ + FexC & temperatura de (727°C) Y 0.8% = — 0,02%C 6,67%C é uma reaco que se da por difuséo dos dtomos de carbono, o que equivale a dizer, hd uma movimentacio a longa dist&ncia dos atomos de carbono. Dessa forma, uma dada regiéo do material empobrece-se em carbono, formando-se a ferrita, enquanto outra vizinha a ela se enriquece do referido elemento, formando-se a cementita. Essas fases formadas dispdem-se de forma lamelar alternada, formando um grdo de perlita. Cada gréo de austenita dard origem a um grao de perlita. Porém, essa reacdo, com extensa movimentag&o de dtomos de carbono, demanda um tempo relativamente elevado, ou seja, ela se dé quando o material se resfria lentamente, ou ainda, dentro das condiges de equilibrio. Do exposto podemos dizer que, num aco eutetdide, quando resfriado lentamente, hd total transformacao da austenita em perlita. Quando aumentamos a velocidade de resfriamento, a austenita continua a existir, mesmo abaixo de 727°C, ou seja, sua transformacao ndo se da mais, necessariamente, a 727°C, e, sim, a um valor inferior a esse (devido a inércia isi 3) propria do fenémeno fisico de transformacéio estrutural). O produto da transformag&o seré ainda uma perlita, porém as lamelas das fases componentes seréo de menor espessura, e a mesma serd dita perlita fina. Quanto maior a velocidade de resfriamento (diminuicéo de temperatura por unidade de tempo), mais fina sera a perlita resultante. Isto é explicado, do ponto de vista cinético, pelo fato de ndo haver tempo para difuséo do carbono a longas distancias. Assim, originam-se lamelas cada vez mais finas das fases resultantes. NOTA: Do ponto de vista de propriedades mecdnicas, podemos dizer que quanto mais fina for a perlita, maior serd sua resisténcia mecdnica e menor sua ductilidade. ‘Se continuarmos a aumentar a velocidade de resfriamento deste ago, apés a austenitizag’o, a partir de uma determinada velocidade de resfriamento, forma-se, simultaneamente com a perlita, um novo produto chamado martensita. Podemos entSo, dizer que parte da austenita se transforma em perlita e parte em martensita. Dentro de uma faixa de velocidade de resfriamento hd, portanto, formacéio simultanea de dois constituintes: perlita e martensita. Se prosseguirmos aumentando ainda mais a velocidade de resfriamento, a partir de um dado valor dessa, deixa de existir a reagdo de formaco da perlita e, conseqiientemente, toda a austenita transforma-se em martensita. Ou, ainda, s6 existiré transformacgao de austenita em martensita. ‘A essa velocidade, a partir da qual, toda austenita sé transforma em martensita, damos 0 nome de “Velocidade Critica de Resfriamento ou de Témpera”. Para qualquer velocidade igual ou superior a ela, hd transformacao total de austenita em martensita. Podemos entdo definir: Velocidade critica de tempera € a menor velocidade de resfriamento a partir da qual ha transformacao total da austenita em martensita. A transformacaéo da austenita em martensita damos o nome de “Reacao Martensitica” A=M Obs.:A martensita sera representada pela letra “M”. ‘AreagSo martensitica, que 6 uma reagao que ocorre sem que haja difusso no estado solido (pois sendo um resfriamento rapido, nao hd tempo necessdrio para qué os atomos de carbono se difundam), se dé por cisalhamento dos planos atémicos (deslizamento de alguns planos atémicos em relacdo a outros) do ferro gama. A nova estrutura formada (martensita) apresenta, em decorréncia desse deslizamento de planos atémicos, um reticulado tetragonal. Podemos ainda dizer que a martensita é constituida de particulas submicroscépicas de carboneto de ferro (FesC), dissolvidas no reticulado do ferro alfa. A grosso modo, podemos dizer que a martensita é uma solucdo supersaturada de cementita em ferro alfa (particulas submicroscopicas de cementita, em grande quantidade, dissolvidas em ferro no estado alotrépico alfa). Oportunamente, apresentaremos as caracteristicas metalogréficas e mecdnicas da martensita. 4 — TRANSFORMACOES ISOTERMICAS ~ “CURVAS TTT” Vamos agora passar, mais detalhadamente, ao estudo do efeito da velocidade de resfriamento sobre a transformaggo da austenita. 4.1 —- GENERALIDADES. Os fenémenos que ocorrem quando o ago é resfriado a diferentes velocidades de resfriamento so melhores compreendidos pelo estudo das transformaces isotérmicas da austenita em perlita, a diversas temperaturas abaixo de 727°C; ou seja, pelo resfriamento rapido de um aco eutetdide até uma (20) temperatura abaixo de 727°C, mantendo-se, a seguir, essa temperatura constante, até que toda transformagio da austenita se processe. Esse tipo de transformacéo da austenita a temperatura constante da origem as curvas - temperatura ~ tempo ~ transformacdo, ou curvas TTT. 4.2 — ANALISE DA CURVA TTT PARA O ACO EUTETOIDE (0,80%C). A figura 1 representa, esquematicamente, a curva TIT para o aco eutetdide: ale 427 600 RG. (Sa 20HRe) 500 pr (x0aKourc) |eiGd 400 B (40 « SOHRc) 300 200 400 ame 8 ma (80.0 6FHRE) ~ O° Vamos, agora, fazer uma andlise desta curva. 2 ~ A linha horizontal, na parte superior do diagrama, representa a linha inferior da zona critica (Ay = 727°C) b - A linha, em forma de C (1), define 0 tempo necessario para que a transformagao da austenita se inicie. c - A linha, em forma de C (II), define 0 tempo necessério para que @ transformac&o da austenita se complete. d - A transformag3o demora a iniciar-se e a completar-se, em temperatura logo abaixo da zona critica; em outras palavras, a velocidade de transformacao é baixa, inicialmente. ‘A demora para a transformacdo iniciar-se e completar-se é cada vez menor, & medida que decresce a temperatura, até que, a cerca de 550°C, tem -se © mais rapido inicio de transformacao. f - Abaixo de 550°C, aumenta-se novamente o tempo para que a transformaco se inicie, a0 mesmo tempo em que a velocidade de transformagao decresce. g ~ Finalmente, & temperatura préxima de 300°C, a linha M, e, mais abaixo, a linha M; indicam 0 aparecimento de outro tipo de transformagao que tem lugar instantaneamente, independente, portanto, do tempo. A faixa de temperatura, entre as quais ocorre essa transformacio, totalmente diferente da indicada pelas curvas em C, é de Mia Ms Assim, a cerca de 300°C, um novo constituinte, chamado martensita, aparece instantaneamente, em percentagens crescentes, a partir de M,, até constituir, 2 temperatura correspondente em M;, a totalidade do produto de transformagao. NOTA: A rigor, a formacdo da martensita n&o deveria ser representada no diagrama de transformacao isotérmica, pois independe do tempo, isto é, essa transformagao se da com a queda da temperatura, prossegue 4 medida que essa cai, mas estaciona, se a mesma é mantida constante. [21 |

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