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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
Curso Técnico em Informática para Internet
Disciplina: Contabilidade e Custos
Prof. Me. Fabrício do Nascimento Moreira
Conteúdo Programático
Unidade IV
Aspectos Gerais da Contabilidade de Custos

1. Introdução à Contabilidade de Custos


2. Contabilidade de Custos x Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial
3. Conceito e Evolução da Contabilidade de Custos
4. Objetivos da Contabilidade de Custos
5. Terminologias Contábeis aplicadas à Contabilidade de Custos
6. Elementos Básicos de Custos Industriais
7. Classificações dos Custos em relação aos Produtos
8. Classificação dos Custos em relação ao Volume de Produção
9. Nomenclaturas de Custos numa Indústria
10. Referências
*********************************************************************************

1. Introdução à Contabilidade de Custos

A competitividade proporcionada pela nova ordem econômica mundial, resultando na


globalização dos mercados, que se encontra em forte expansão nos últimos anos, vem
influenciando as economias de todo o mundo capitalista, trazendo desafios para os gestores de
diversos níveis e das mais variadas atividades, sejam entidades de fins lucrativos ou não, sejam de
administração pública ou privada.
Podendo atuar em novos mercados, as empresas sentiram rapidamente a necessidade de
modificar seus conceitos operacionais e produtivos, visando principalmente à redução de gastos,
para possibilitar sua sobrevivência e crescimento em um novo mercado, caracterizado pela maior
exigência dos consumidores.
Esses e outros fatores são responsáveis por grandes mudanças no objeto de preocupação dos
empresários dos tempos modernos que é a necessidade de excelente gerenciamento de seus
custos de produção de bens ou serviços.
Os usuários mais importantes de um eficiente sistema de custos são, em primeiro lugar, os
próprios donos da empresa. Em seguida, os diretores e demais executivos responsáveis pelas
tomadas de decisões, os quais necessitam de informações confiáveis, rápidas e de fácil
entendimento.
As atividades de controle e o gerenciamento dos custos tornaram-se fundamentais para a
manutenção e o crescimento da empresa. Na maioria dos segmentos do mercado, não é possível
aumentar o preço dos produtos vendidos, em virtude de crescente concorrência e retração dos
mercados consumidores.
Portanto, como não é possível um aumento significativo nas receitas, a solução é reduzir os
gastos, para o consequente aumento nos lucros ou diminuição dos prejuízos.

2. Contabilidade de Custos x Contabilidade Financeira x Contabilidade Gerencial

Em sentido amplo, a Contabilidade trata da coleta, apresentação e interpretação dos fatos


econômicos. Usam-se os termos Contabilidade Gerencial para descrever essa atividade dentro da
organização e Contabilidade Financeira quando a organização presta informações a terceiros. A

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Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar
estoques na indústria.
A Contabilidade Financeira tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar
resultado (variação do patrimônio). Também presta informações a usuários externos que tenham
interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que concedem
empréstimos, debenturistas e investidores.
A Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade voltada para a melhor utilização dos
recursos econômicos da empresa, tendo, por objetivo, fornecer instrumentos aos administradores
de empresas que auxiliem no processo de tomada de decisões, tais como:
 Se a capacidade de produção é insuficiente para atender todos as solicitações dos clientes,
quais os produtos/serviços ou linha de produtos/serviços devem ser cortados?
 Como fixar o preço de venda de um produto/serviço?
 Qual é o produto produzido ou serviço prestado que mais contribui para a recuperação das
despesas e custos fixos e para o lucro da empresa?
 Deve-se comprar equipamento novo ou reformar o antigo?
 Deve-se aceitar um pedido de compra do exterior a um preço inferior ao de venda no
mercado interno?
 Quais os produtos que menos contribuem e devem ser eliminados?

3. Conceito e Evolução da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para a avaliação dos
estoques e avaliação dos resultados, passou nas últimas décadas a prestar duas informações
importantes para a Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao
controle e para a tomada de decisões.
No que tange ao controle sua mais importante missão é fornecer dados para o
estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente
acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento é chamado de custeio-padrão, que
tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficiências ou desperdícios nas atividades
produtivas.
Com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para tomada de decisões,
estes podem ser muito úteis para o administrador avaliar as consequências de curto e longo prazo
sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação
etc.
Em resumo, a Contabilidade de Custos passou, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na
avaliação de estoques e lucros globais para importante instrumento de controle e decisão
gerenciais. Com o advento da nova forma de usar Contabilidade de Custos, ocorreu seu maior
aproveitamento em outros campos que não o industrial. Em outros tipos de organização como
instituições financeiras, empresas comerciais, firmas de prestação de serviços, onde a
Contabilidade de Custos para efeito de Balanço era quase irrelevante (pela ausência de estoques)
passou-se a explorar seu potencial para o controle e até para as tomadas de decisões.

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4. Objetivos da Contabilidade de Custos

Dentre os objetivos da contabilidade de custo, pode-se destacar os seguintes:


 Determinação do lucro utilizando os dados dos registros convencionais da Contabilidade, ou
compilando-os de maneira diferente para que sejam mais úteis à administração;
 Controle das operações e dos estoques, estabelecimento de padrões e orçamentos,
comparações entre custo real e custo orçado e ainda fazer previsões; e
 Tomada de decisões, formação de preços, determinação da quantidade a ser produzida,
escolha de qual produto produzir, avaliação de decisão sobre corte de produtos ou decisão de
comprar ou fabricar.

5. Terminologias Contábeis aplicadas à Contabilidade de Custos

O objetivo das terminologias contábeis é uniformizar o entendimento de determinados


termos que serão utilizados:
 GASTO – sacrifício que a entidade arca para a obtenção de um bem ou serviço,
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). O gasto se
concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da
empresa.

Exemplos: gastos com mão-de-obra (salários e encargos); gasto com aquisição de matérias-primas
para industrialização; gasto com setores administrativos; gasto com aquisição de máquinas e
equipamentos.

 DESEMBOLSO – pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer


concomitantemente ao gasto (pagamento à vista) ou depois deste (pagamento a prazo).

Os gastos podem ser: INVESTIMENTOS, CUSTOS ou DESPESAS.

 INVESTIMENTO – gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de
benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Exemplos: aquisição de móveis e utensílios; aquisição de imóveis; despesas pré-operacionais;


aquisição de marcas e patentes e aquisição de matéria-prima.

 CUSTO – gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços;
são todos os gastos relativos à atividade de produção.

Exemplos: salários do pessoal da produção; matéria-prima utilizada no processo produtivo;


combustíveis e lubrificantes usados nas máquinas da fábrica; aluguéis e seguros do prédio da
fábrica; depreciação dos equipamentos da fábrica; gastos com manutenção das máquinas da
fábrica.

ATENÇÃO: A matéria-prima adquirida pela indústria enquanto não utilizada no processo produtivo,
representa um investimento e estará ativada numa conta do Ativo Circulante; no momento em que
é requisitada pelo setor de produção, é dada baixa na conta do Ativo e ela passa a ser considerada
um custo, pois será consumida para produzir outros bens ou serviços.

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 DESPESA – gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com
a finalidade de obtenção de receitas.

Exemplos: Salários e encargos sociais do pessoal de vendas e do escritório de administração;


energia elétrica consumida no escritório; gasto com combustíveis e refeições do pessoal de vendas;
contas telefônicas do escritório de vendas; aluguéis e seguros do prédio da administração.

ATENÇÃO: Custo x Despesa – regra simples

Todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto são custos; a partir daí,
são despesas. Gastos com embalagens são custos se realizados no âmbito do processo produtivo (o
produto é vendido embalado); são despesas se realizados após a produção (o produto pode ser
vendido com ou sem embalagem).

 PERDA – gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade


produtiva normal da empresa.

Exemplos: perdas com incêndio, obsoletismo de estoques etc.

 RECEITA – entrada de elementos para o ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a receber,
correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.

6. Elementos Básicos de Custos Industriais

São três os elementos básicos do custo industrial: materiais, mão-de-obra e gastos gerais de
fabricação (GGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF).
Os materiais podem ser classificados em:

 Matérias-Primas – são os materiais principais e essenciais que entram em maior


quantidade na fabricação do produto.
- Em uma indústria de móveis: a madeira.
- Em uma indústria de confecção: o tecido.
- Em uma indústria de massas alimentícias: a farinha.

 Materiais Secundários – são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação


do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria-prima, complementando-
a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto.
- Em uma indústria de móveis: pregos, cola, verniz, dobradiças, fechaduras.
- Em uma indústria de confecção: botões, zíperes, linha, etc.
- Em uma indústria de massas alimentícias: ovos, manteiga, fermento, açúcar, etc.

 Materiais de Embalagens – são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os


produtos antes que eles saiam da área de produção.
- Em uma indústria de móveis: caixas de papelão que embalam os móveis desmontados.
- Em uma indústria de confecção: caixas ou sacos plásticos.
- Em uma indústria de massas alimentícias: caixas, sacos plásticos, etc.

A mão-de-obra compreende os gastos com o pessoal envolvido na produção da empresa,


englobando salários, encargos sociais, refeições e estadias, seguros etc.

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Os gastos gerais de fabricação ou custos indiretos de fabricação compreendem os demais
gastos necessários para a fabricação dos produtos, como por exemplo: aluguéis, energia elétrica,
serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza,
óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações,
etc.

7. Classificações dos Custos em relação aos Produtos

A classificação dos custos em diretos e indiretos leva em consideração o relacionamento


entre o custo e o produto. Os diretos são de fácil identificação, objetiva e diretamente apropriáveis
ao produto. Os indiretos precisam de bases ou critérios de rateio para a alocação ao produto.
 Custos Diretos: são os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos,
bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão-de-obra ou de máquina,
quantidade de força consumida etc.). Em geral, identificam-se com os produtos e variam
proporcionalmente à quantidade produzida.
São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma
medida objetiva de seu consumo na fabricação. Custos diretos com relação ao produto.

Exemplos:

- Matéria-prima e embalagens - Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade exata de


matéria-prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade de produto. Sabendo-
se o preço desses insumos, o custo resultante está associado diretamente ao produto.
- Mão-de-obra direta - refere-se aos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na
produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço do insumo, é
possível apropriá-lo diretamente ao produto.
- Depreciação das máquinas - quando é utilizada para produzir apenas um tipo de produto.
- Energia elétrica das máquinas - quando é possível saber quanto foi consumido por cada
produto.
 Custos Indiretos: são os que, para serem alocados aos produtos, necessitam da utilização de
algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, salário de supervisores etc. custos
indiretos em relação ao produto.

Nota: a classificação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva em conta a
relevância e o grau de dificuldade de medição. Por exemplo, o gasto com energia elétrica é, por sua
natureza, um custo direto, porém, devido às dificuldades de medição de consumo por produto e ao
fato de que o valor obtido por rateio, em geral, pouco difere daquele que seria obtido com uma
medição rigorosa, quase sempre é considerado como custo indireto de fabricação.

Exemplos:

 Depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de mais de um produto.


 Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
 Aluguel de fábrica.
 Gastos com limpeza da fábrica.
 Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

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ATENÇÃO:

(1). Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.

(2). Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não compensaria o
trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto. Exemplo: gastos com verniz e
cola na fabricação de móveis.

(3) A definição de custo direto e de custo indireto diz respeito somente ao produto.

Exemplo prático de custos diretos e indiretos:

Uma indústria de móveis de madeira fabricou 100 produtos durante o mês, dentre eles 20
mesas. Foram os seguintes os custos de produção do período:
 Matéria-Prima - facilmente identificáveis as quantidades e os valores aplicados em cada
produto.
 Materiais Secundários - 90% desses materiais contêm relação que facilita a perfeita
identificação em cada produto, porém 10% são de impossível identificação, pois foram usados
em vários produtos.
 Material de embalagem - facilmente identificável em relação a cada produto.
 Mão-de-Obra do pessoal da fábrica - 70% facilmente identificados em relação a cada produto,
contendo inclusive apontamentos próprios, porém 30% referem-se a mão-de-obra da chefia,
que onera a fabricação de vários produtos.
 Mão-de-Obra dos supervisores da fábrica - impossível a identificação por produto.
 Depreciação das máquinas - é feita mensalmente, pelo método linear, e quase todos os
produtos utilizaram as máquinas.
 Energia Elétrica - embora existam medidores em algumas máquinas, não foi possível a
identificação por produto.
 Aluguel da fábrica - impossível a identificação por produto.
 Outros gastos de fabricação - pelo pequeno valor em relação ao custo total da produção do
mês, não houve separação por produto.

Classificação dos custos apurados:


 Custos Diretos
- Matéria-Prima
- Materiais Secundários (90%)
- Material de Embalagem
- Mão-de-obra do pessoal da fábrica (70%)
 Custos Indiretos
- Materiais secundários (10%)
- Mão-de-obra do pessoal da fábrica (30%)
- Mão-de-obra da supervisão da fábrica
- Depreciação das máquinas
- Energia elétrica
- Aluguel da fábrica
- Outros gastos de fabricação

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8. Classificação dos Custos em relação ao Volume de Produção

A classificação dos custos em fixos e variáveis não leva em consideração o produto, e, sim o
relacionamento entre o valor total do custo num período e o volume de produção. Os custos fixos
são os que num período têm o seu montante fixado não em função de oscilações no nível de
atividades. Os custos variáveis têm seu valor determinado em função dessas oscilações.

 Custos Fixos: são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. Os
custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor no decorrer
do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixa
de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a
produção do mês. Exemplos: aluguel, seguro de fábrica, imposto predial, salários de vigias e
porteiros da fábrica, prêmios de seguros da fábrica etc.

 Custos Variáveis: são os que variam proporcionalmente ao volume produzido. Se não


houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à
medida que aumenta a produção. Exemplos: matéria-prima, embalagem, materiais indiretos
consumidos, gastos com horas extras na produção etc.

IMPORTANTE:

Os custos variáveis variam conforme o volume de produção e costumam ser fixos por
unidade de produção.
Os custos fixos não variam de acordo com o volume de produção, mas os custos fixos
unitários são variáveis conforme o volume de produção, pois quanto maior a produção, menor
será o custo fixo unitário. Os custos fixos são denominados custos de capacidade.

 Custos semivariáveis: são custos que variam com o nível de produção, mas que, entretanto,
têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. Como exemplo, a conta de energia
elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no
período, embora o valor total da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto,
do volume de produção da empresa. Outro exemplo: gasto com combustível para aquecimento de
uma caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num
valor mínimo, quando nada produza, já que a caldeira não pode esfriar.

Atenção: Todos os custos podem ser classificados em Fixos e Variáveis ou em Diretos e Indiretos
ao mesmo tempo. Exemplos:
 Matéria-prima: custo direto e variável.
 Material de consumo: custo indireto e variável.
 Seguro da fábrica: custo indireto e fixo.

OBS: Os custos diretos são variáveis, quase sem exceção, mas os Indiretos são fixos como variáveis,
apesar da geral predominância dos primeiros (Indiretos e Fixos).

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9. Nomenclaturas de Custos numa Indústria

 Custo de Produção do Período ou Custo Fabril: é a soma dos custos incorridos no período
dentro da fábrica compostos pela matéria-prima, mão-de-obra direta e pelos custos indiretos
de fabricação.

 Custo da Produção Acabada: é a soma dos custos incorridos na produção acabada do período.
Pode conter Custos de Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que
só foram completadas no presente período.

 Custo dos Produtos Vendidos: é a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens que só
agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de diversos períodos, caso os
itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes.

 Custos de Transformação ou de Conversão: soma de todos os Custos de Produção, exceto os


relativos a matérias-primas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma
modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens compradas etc.).
Esses Custos de Transformação representam o valor do esforço da própria empresa no
processo de elaboração de um determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia,
materiais de consumo industrial etc.).

 Custos Primários: soma de matéria-prima e mão-de-obra direta. Não é o mesmo que Custos
Diretos, já que nos Primários só estão incluídos aqueles dois itens. Desta forma, a embalagem é
um Custo Direto, mas não primário.

ELEMENTOS QUE FORMAM OS CUSTOS INDUSTRIAIS:

CUSTO DE FABRICAÇÃO

Materiais Diretos Mão-de-Obra Direta Custo Indireto de Fabricação


Materiais que podem ser Custos de mão-de-obra que Todos os custos de fabricação,
identificados a um produto. podem ser identificados a um exceto materiais diretos e mão-
produto. de-obra direta.

CUSTO PRIMÁRIO CUSTO DE CONVERSÃO OU


DE TRANSFORMAÇÃO

 Materiais Diretos: são os materiais que se incorporam (se identificam) diretamente aos
produtos. Exemplos: matéria-prima, embalagem, materiais auxiliares tais como cola, tinta, parafuso
prego etc.

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 Mão-de-Obra Direta: representa custos com pessoal que trabalha diretamente na
elaboração dos produtos, por exemplo, o empregado que opera um torno mecânico. A mão-de-
obra direta não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de torneiros
mecânicos.

 REGRA PRÁTICA: sempre que for possível medir a quantidade de mão-de-obra aplicada a
determinado produto é mão-de-obra direta, caso contrário, havendo necessidade de rateio, é mão-
de-obra indireta.
Para o cálculo do custo da hora – de mão-de-obra (quer direta, quer indireta) – deve levar em
conta todos os encargos sociais, como IAPAS, FGTS, 13º salário etc., e também deve ser feito um
ajuste para considerar as horas efetivamente trabalhadas e o tempo improdutivo decorrente de
férias, fim de semana remunerado, feriados, etc.

 Rateio: representa a alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo


critérios racionais. Exemplo: depreciação de máquinas rateada segundo o tempo de utilização
(h/m) por produto etc., entretanto, dada a dificuldade de estabelecimento de critérios de rateio,
tais alocações carregam consigo certo grau de arbitrariedade.
A relevância do critério de rateio está intimamente ligada à manutenção ou uniformidade em
sua aplicação. A simples mudança de um critério afeta o custo de produção e consequentemente
afetará o resultado da empresa.

NORMAS PRÁTICAS:
a) Gastos irrelevantes não necessitam ser rateados, porque podem não justificar o trabalho
envolvido.
b) Gastos cujo rateio seja extremamente arbitrário devem ser lançados diretamente contra o
resultado do exercício.

10. REFERÊNCIAS

ARAUJO, Adriana Maria Procópio de; ASSAF, Alexandre. Introdução à Contabilidade. São Paulo:
Atlas, 2004.
BORINELLI, Márcio Luiz; PIMENTEL, Renê Coppe. Curso de Contabilidade para gestores, analistas e
outros profissionais. São Paulo: Atlas, 2010.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Conceitual Básico - Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, 2008. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf>Acesso em: 14 Jan. 2009.
CREPALDI, Silvio A. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999.
EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio; MARION, J. C. Curso de Contabilidade para Não Contadores. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 2000 (Livro texto).
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

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PADOVEZE, Clovis Luis. Manual de Contabilidade Básica: contabilidade introdutória e
intermediária. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, Osni M. Contabilidade de custos fácil. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
SILVA, César Augusto Tibúrcio; NIYAMA, Jorge Katsumi. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas,
2008.
SZUSTER, Natan et al. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 2007.

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