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EDIÇÃO COMEMORATIVA
DIREITOS HUMANOS EM MOVIMENTO
20
CONSELHO EDITORIAL COMISSÃO EDITORIAL
Christof Heyns Universidade de Pretoria (África do Sul) Alejandro M. Garro Universidade de Columbia (Estados Unidos)
Emilio García Méndez Universidade de Buenos Aires (Argentina) Bernardo Sorj Universidade Federal do Rio de Janeiro / Centro
Fifi Benaboud Centro Norte-Sul do Conselho da União Européia Edelstein (Brasil)
(Portugal)
Fiona Macaulay Universidade de Bradford(Reino Unido) Bertrand Badie Sciences-Po (França)
Flavia Piovesan Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Brasil) Cosmas Gitta PNUD (Estados Unidos)
J. Paul Martin Universidade de Columbia (Estados Unidos) Daniel Mato CONICET / Universidade Nacional Tres de Febrero
Kwame Karikari Universidade de Gana (Gana) (Argentina)
Mustapha Kamel Al-Sayyid Universidade do Cairo (Egito)
Daniela Ikawa Rede Internacional para os Direitos Econômicos,
Roberto Garretón Ex-Funcionário do Alto Comissariado das Nações
Unidas para os Direitos Humanos (Chile) Sociais e Culturais/ Universidade de Columbia (Estados Unidos)
Upendra Baxi Universidade de Warwick (Reino Unido) Ellen Chapnick Universidade de Columbia (Estados Unidos)
EDITORES Ernesto Garzon Valdes Universidade de Mainz (Alemanha)
Pedro Paulo Poppovic Fateh Azzam Fundo Árabe para os Direitos Humanos (Líbano)
Oscar Vilhena Vieira Guy Haarscher Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica)
EDITORES EXECUTIVOS Jeremy Sarkin Universidade de Western Cape (África do Sul)
Maria Brant – Editora Executiva
João Batista Costa Saraiva Juizado Regional da Infância e da
Thiago Amparo – Editor Convidado
Luz González – Editora Assistente Juventude de Santo Ângelo/RS (Brasil)
José Reinaldo de Lima Lopes Universidade de São Paulo
CONSELHO EXECUTIVO
Albertina de Oliveira Costa, Ana Cernov, Conrado Hubner Mendes, (Brasil)
Glenda Mezarobba, Juana Kweitel, Laura Waisbich, Lucia Nader, Juan Amaya Castro Universidade de Amsterdam (Países
Luz González, Manoela Miklos, Maria Brant, Thiago Amparo Baixos)/ Universidade para a Paz (Costa Rica)
EDIÇÃO Lucia Dammert Consórcio Global para a Transformação da
Luz González, Thiago Amparo, Tânia Rodrigues Segurança (Chile)
REVISÃO DE TRADUÇÕES Luigi Ferrajoli Universidade de Roma (Itália)
ESPANHOL Luiz Eduardo Wanderley Pontifícia Universidade Católica de
Carolina Fairstein, Celina Lagrutta, Erika Sanchez Saez, São Paulo (Brasil)
Josefina Cicconetti, Laia Fargas Fursa Malak El-Chichini Poppovic Conectas Direitos Humanos
PORTUGUÊS (Brasil)
Caio Borges, Erika Sanchez Saez, Renato Barreto, Marcela Vieira Maria Filomena Gregori Universidade de Campinas (Brasil)
INGLÊS Maria Hermínia Tavares Almeida Universidade de São Paulo
Murphy McMahon, Oliver Hudson, The Bernard and Audre Rapoport (Brasil)
Center for Human Rights and Justice
Miguel Cillero Universidade Diego Portales (Chile)
(University of Texas, Austin), Tina Amado
Mudar Kassis Universidade Birzeit (Palestina)
PROJETO GRÁFICO
Oz Design Paul Chevigny Universidade de Nova York (Estados Unidos)
EDIÇÃO DE ARTE Philip Alston Universidade de Nova York (Estados Unidos)
Alex Furini Roberto Cuéllar M. Instituto Interamericano
ARTE DA CAPA de Direitos Humanos (Costa Rica)
Mariana Bernd Roger Raupp Rios Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(Brasil)
FOTOGRAFIA DA CAPA
Renato Stockler Shepard Forman Universidade de Nova York (Estados Unidos)
CIRCULAÇÃO Victor Abramovich Universidade de Buenos Aires (Argentina)
Beatriz Kux Victor Topanou Universidade Nacional do Benin (Benin)
IMPRESSÃO Vinodh Jaichand Centro Irlandês de Direitos Humanos,
Yangraf Gráfica e Editora Ltda. Universidade Nacional da Irlanda (Irlanda)
SUR – Revista Internacional de Direitos Humanos é uma revista semestral, publicada em inglês, português e espanhol pela
Conectas Direitos Humanos. Está disponível na internet em <http://conectas.org/pt/acoes/sur>.
SUR está indexada nas seguintes bases de dados: IBSS (International Bibliography of the Social Sciences); ISN Zurich
(International Relations and Security Network); DOAJ (Directory of Open Access Journals) e SSRN (Social Science Research
Network). Além disso, Revista Sur está disponível nas seguintes bases comerciais: EBSCO e HEINonline, ProQuest e Scopus.
SUR foi qualificada como A1 (Colômbia) e A2 (Qualis, Brasil).
PERFIL DE PEDRO PAULO POPPOVIC 11 “Não criamos a Revista Sur porque tínhamos certezas, mas porque
estávamos cheios de dúvidas”
MALAK EL-CHICHINI POPPOVIC E Perspectivas sobre o movimento internacional de direitos humanos
17
OSCAR VILHENA VIEIRA no século XXI: As respostas mudam
LINGUAGEM
SARA BURKE 27 O que uma época de protestos globais diz a respeito da eficácia dos
direitos humanos como linguagem para alcançar mudanças sociais
EMILIO ÁLVAREZ ICAZA 81 Os direitos humanos como meio eficaz para produzir mudanças sociais
ENTREVISTA COM KUMI NAIDOO 101 “O Estado de Direito consolidou todas as injustiças
que existiam antes dele”
TEMAS
PHIL BLOOMER 119 Os direitos humanos são uma ferramenta eficaz para a mudança
social?: Uma perspectiva sobre direitos humanos e empresas
GLORIA CAREAGA PÉREZ 147 A proteção dos direitos LGBTI, um panorama incerto
ARVIND NARRAIN 155 Brasil, Índia, África do Sul:
Constituições transformadoras e seu papel nas lutas LGBT
PERSPECTIVAS
SALVADOR NKAMATE 225 A luta pela afirmação dos direitos humanos em Moçambique:
Os avanços e os retrocessos
MAGGIE BEIRNE 263 Estaríamos jogando fora o bebê com a água do banho? A dinâmica Norte-
Sul na perspectiva do trabalho em direitos humanos na Irlanda do Norte
ENTREVISTA COM MARÍA-I.
271 “As particularidades de Cuba nem sempre são identificadas ou
FAGUAGA IGLESIAS
compreendidas pelos ativistas de direitos humanos de outros países”
VOZES
FATEH AZZAM 279 Por que devemos ter que “representar” alguém?
MARIO MELO 289 Vozes da selva no estrado da Corte Interamericana de Direitos Humanos
CHRIS GROVE 363 Construindo um movimento global para tornar direitos humanos e justiça
social uma realidade para todos
ENTREVISTA COM MARY LAWLOR
E ANDREW ANDERSON 375 “O papel das organizações internacionais deve ser apoiar
os defensores locais”
FERRAMENTAS
GASTÓN CHILLIER E
PÉTALLA BRANDÃO TIMO 385 O movimento global de direitos humanos no século XXI: Reflexões
sob a perspectiva de uma ONG nacional de direitos humanos do Sul
MIGUEL PULIDO JIMÉNEZ 433 Ativismo em direitos humanos em tempos de saturação cognitiva.
Falemos de ferramentas
MALLIKA DUTT E NADIA RASUL 441 Conscientização digital: Uma análise das oportunidades e dos riscos
enfrentados pelos ativistas de direitos humanos na era digital
ENTREVISTA COM MARY KALDOR 485 “As ONGs não são a mesma coisa que sociedade civil, mas algumas
ONGs têm o papel de facilitadoras”
MULTIPOLARIDADE
ENTREVISTA COM MARK “Hoje somos um mundo extremamente multipolar, mas não somente
545
MALLOCH-BROWN composto por Estados-nação”
ENTREVISTA COM SALIL SHETTY 551 “Organizações de direitos humanos devem colocar mais o pé no chão”
ou como perdemos o bonde
ENTREVISTA COM
LOUISE ARBOUR 559 “A solidariedade Norte-Sul é fundamental”
APRESENTAÇÃO
■ ■ ■
A Revista Sur foi criada há dez anos como um Em diversos aspectos, esta última década tam-
veículo para aprofundar e fortalecer os vínculos entre bém foi um sucesso para o movimento de direitos
acadêmicos e ativistas do Sul Global interessados humanos como um todo. A Declaração Universal dos
em direitos humanos, com o objetivo de amplificar Direitos Humanos completou 60 anos recentemente,
suas vozes e sua participação em organizações novos tratados internacionais foram adotados e os
internacionais e debates acadêmicos. Nossa principal antigos, mas bons sistemas globais e regionais de
motivação era o fato de que, especialmente no monitoramento estão em pleno funcionamento, ape-
Hemisfério Sul, os acadêmicos estavam trabalhando sar das críticas em relação à sua eficácia e as tenta-
sozinhos e havia pouquíssimo intercâmbio entre tivas por parte dos Estados de coibir seus poderes. A
pesquisadores de diferentes países. O objetivo da partir de uma perspectiva estratégica, continuamos a
revista tem sido proporcionar aos indivíduos e usar, com certo sucesso, advocacy, litígio estratégico
organizações que trabalham na defesa dos direitos e estratégias de nomear e envergonhar (‘naming and
humanos, pesquisas, análises e estudos de caso que shaming’) como nossas principais ferramentas de mu-
aliem rigor acadêmico e questões de interesse prático. dança. Além disso, continuamos a cultivar parcerias
Estas metas ambiciosas foram atingidas com êxito, entre as organizações que classificamos como locais,
de diversas maneiras: na última década, publicamos nacionais e internacionais dentro do movimento.
artigos de dezenas de países sobre questões tão No entanto, as coordenadas políticas e geográfi-
diversas como saúde e acesso ao tratamento cas, nas quais o movimento global de direitos huma-
médico, justiça transicional, mecanismos regionais nos tem operado, têm sofrido profundas alterações.
e informação e direitos humanos, para citar alguns Ao longo da última década, presenciamos a tomada
exemplos. Publicado em três idiomas e disponível das ruas por centenas de milhares de pessoas para
gratuitamente on-line e impresso, nosso projeto protestar contra injustiças sociais e políticas. Vimos
também continua a ser o único em termos de alcance também as potências emergentes do Sul desempen-
geográfico, perspectiva crítica e por seu ‘sotaque’ do harem um papel cada vez mais influente na definição
Sul. Em homenagem ao editor fundador da revista, da agenda global de direitos humanos. Ademais, nos
Pedro Paulo Poppovic, este 20° número conta em sua últimos dez anos temos visto o rápido crescimento
abertura com uma biografia (escrita por João Paulo das redes sociais como ferramenta de mobilização
Charleaux) deste sociólogo que tem sido um dos e como um fórum privilegiado para o compartilha-
principais responsáveis pelo sucesso desta publicação. mento de informações políticas entre os usuários.
Em outras palavras, a Revista publica seu 20°/ Malak El-Chichini Poppovic. O roteiro continua sua
número em um cenário bastante diferente daquele de jornada e inclui entrevistas e artigos, ambos fornecen-
dez anos atrás. Os protestos que recentemente ench- do análises em profundidade sobre as questões de di-
eram as ruas de muitos países ao redor do mundo, reitos humanos, bem como notas de campo, descrições
por exemplo, não foram organizados por movimentos mais personalizadas de experiências de trabalho com
sociais tradicionais, nem por sindicatos ou ONGs de direitos humanos, que organizamos em seis categorias,
direitos humanos, e as demandas das pessoas foram embora a maioria delas poderia, sem dúvida, ser alo-
frequentemente expressas em termos de justiça so- cada em mais de uma categoria:
cial e não de direitos. Isto quer dizer que os direitos Linguagem. Nesta seção, incluímos artigos que
humanos não são mais vistos como uma linguagem refletem sobre a questão se os direitos humanos -
eficaz à produção de mudança social? Ou que as or- como utopia, normas e instituições - ainda são efi-
ganizações de direitos humanos têm perdido parte cazes à produção de mudanças sociais. Nesta seção,
de sua capacidade de representar os cidadãos in- as contribuições variam de análises sobre os direitos
justiçados? As próprias potências emergentes, ape- humanos como uma linguagem à mudança (Ste-
sar de sua influência internacional recém-adquirida, phen Hopgood e Paulo Sérgio Pinheiro), pesquisas
dificilmente foram capazes - ou tiveram vontade - empíricas sobre o uso da linguagem de direitos hu-
de assumir posições que diferem substancialmente manos para articular queixas em grandes protestos
daquelas adotadas pelas potências “tradicionais”. recentes (Sara Burke), a reflexões sobre o papel nor-
Como e onde as organizações de direitos humanos mativo e eficácia das instituições internacionais de
defendem mudanças? As ONGs sediadas no Sul es- direitos humanos (Raquel Rolnik, Vinodh Jaichand
tão em uma posição privilegiada para fazer isso? As e Emilio Álvarez Icaza). A seção também conta com
ONGs com sede nas potências emergentes também estudos sobre as tendências globais da evolução do
têm ganhando influência em fóruns internacionais? movimento (David Petrasek), desafios à ênfase do
Precisamente com o intuito de refletir sobre es- movimento na proteção do Estado de Direito (Kumi
tas e outras questões prementes, os editores da SUR Naidoo) e propostas estratégicas para melhor ga-
decidiram contar, no presente 20° número, com a rantir um compromisso entre utopia e realismo em
ajuda de mais de 50 ativistas de direitos humanos de relação aos direitos humanos (Samuel Moyn).
renome e acadêmicos de 18 países, do Equador ao Temas. Nesta seção incluímos contribuições que
Nepal, da China aos EUA. Pedimos que eles refletis- abordam temas específicos de direitos humanos de
sem sobre o que consideramos algumas das questões um ponto de vista original e crítico. Quatro temas
mais urgentes e relevantes enfrentadas pelo movi- foram analisados: poder econômico e responsabi-
mento global de direitos humanos na atualidade: 1. lidade coorporativa por violações de direitos huma-
Quem representamos? 2. Como podemos combinar nos (Phil Bloomer, Janet Love e Gonzalo Berrón);
questões urgentes com impactos a longo prazo? 3. políticas sexuais e direitos LGBTI (Sonia Corrêa,
Os direitos humanos ainda são uma linguagem eficaz Gloria Careaga Pérez e Arvind Narrain); migração
à produção de mudança social? 4. Como as novas (Diego Lorente Pérez de Eulate); e, por último,
tecnologias de informação e comunicação têm influ- justiça de transição (Clara Sandoval).
enciado o ativismo? 5. Quais são os desafios de trab- Perspectivas. Esta seção abrange temas específi-
alhar internacionalmente a partir do Sul? cos de cada país, principalmente notas de ativistas de
O resultado, que agora você tem em suas mãos, é direitos humanos em campo. Essas contribuições vêm
um mapa para o movimento global de direitos huma- de diversos locais como Angola (Maria Lúcia da Sil-
nos no século 21 - que oferece um ponto de vista excep- veira), Brasil (Ana Valéria Araújo), Cuba (María-I.
cional do qual é possível observar onde o movimento Faguaga Iglesias), Indonésia (Haris Azhar), Moçam-
está na atualidade e para onde ele está caminhando. bique (Salvador Nkamate) e Nepal (Mandira Shar-
A primeira parada neste roteiro é uma reflexão sobre ma). Mas todas compartilham uma perspectiva crítica
essas questões por parte dos diretores fundadores da sobre os direitos humanos, incluindo, por exemplo, uma
Conectas Direitos Humanos, Oscar Vilhena Vieira e visão cética sobre a relação entre o litígio e a opin-
ião pública na África do Sul (Nicole Fritz), uma visão apoio. Além disso, é destacado por Mary Kaldor que
provocativa sobre o futuro democrático da China e sua as ONGs não são o mesmo que a sociedade civil,
relação com os direitos trabalhistas (Han Dongfang), e propriamente dita. Ademais, ações de litígio e de
uma análise instigante da dualidade Norte-Sul a partir atuação internacional são analisadas criticamente
da Irlanda do Norte (Maggie Beirne). por Sandra Carvalho e Eduardo Baker tratando in-
Vozes. Nesta seção, os artigos abordam o cerne clusive do dilema entre estratégias de longo e curto
da questão de quem o movimento mundial de direitos prazo no sistema interamericano. Por fim, Gastón
humanos representa. Adrian Gurza Lavalle e Juana Chillier e Pétalla Brandão Timo analisam a coop-
Kweitel destacam a pluralização da representação eração Sul-Sul do ponto de vista de uma ONG nacio-
e formas inovadoras de responsabilização adotadas nal de direitos humanos na Argentina.
por ONGs de direitos humanos. Outros autores estu- Multipolaridade. Nesta seção, os artigos desafiam
dam a pressão por mais representação ou uma voz nossas formas de pensar sobre poder no mundo multi-
mais forte nos mecanismos internacionais de direitos polar em que vivemos atualmente, com contribuições
humanos (como no Sistema Interamericano, relata- dos diretores de algumas das maiores organizações
do por Mario Melo) e nas instituições de represen- internacionais de direitos humanos de todo o mundo
tação, como legislaturas nacionais (analisadas por com sede no Norte (Kenneth Roth e Salil Shetty) e no
Pedro Abramovay e Heloisa Griggs). Por sua vez, Sul (Lucia Nader, César Rodríguez-Garavito, Dhanan-
Chris Grove, bem como James Ron, David Crow e jayan Sriskandarajah e Mandeep Tiwana). Esta seção
Shannon Golden enfatizam, em suas contribuições, também discute o que significa multipolaridade em
a necessidade de um link entre as ONGs de direi- relação aos Estados (Emilie M. Hafner-Burton), or-
tos humanos e grupos de base, incluindo populações ganizações internacionais e da sociedade civil (Louise
economicamente desfavorecidas. Como contraponto, Arbour) e empresas (Mark Malloch-Brown).
Fateh Azzam questiona a necessidade dos ativistas Conectas espera que este número fomente o de-
de direitos humanos representar alguém, discordan- bate sobre o futuro do movimento global de direitos
do da crítica que as ONGs são excessivamente de- humanos no século 21, permitindo que ele se rein-
pendentes dos financiadores. Por fim, Mary Lawlor vente como é necessário para oferecer uma melhor
e Andrew Anderson descrevem os esforços feitos por proteção aos direitos humanos no terreno.
uma organização do Norte para atender as neces- Gostaríamos de enfatizar que este número
sidades dos defensores locais de direitos humanos da Revista Sur só foi possível graças ao apoio da
como eles, e mais ninguém, as definem. Fundação Ford, Open Society Foundations, Oak
Ferramentas. Nesta seção, os editores incluíram Foundation, Sigrid Rausing Trust, International De-
contribuições que tratam dos instrumentos utiliza- velopment Research Centre (IDRC, na sigla em in-
dos pelo movimento global de direitos humanos na glês) e Swedish International Development Coopera-
realização de seu trabalho. Isso inclui um debate so- tion Agency (SIDA, no original em inglês).
bre o papel da tecnologia na promoção de mudanças A Conectas Direitos Humanos é especialmente
(Mallika Dutt e Nadia Rasul, bem como Sopheap grata pela colaboração dos autores e da equipe da
Chak e Miguel Pulido Jiménez) e perspectivas so- organização, especialmente de Laura Dauden, João
bre os desafios das campanhas de direitos humanos, Paulo Brito e Laura Waisbich. Também gostaríamos
o que é analisado de forma provocativa por Martin de agradecer a Maria Brant e Manoela Miklos por
Kirk e Fernand Alphen em suas respectivas contri- conceber este número e pela a realização da maioria
buições. Outros artigos apontam à necessidade das das entrevistas, e a Thiago Amparo por se juntar à
organizações serem mais fundamentadas em contex- equipe editorial e tornar este número possível. Por
tos locais, como observado por Ana Paula Hernán- fim, mas não menos importante, somos extrema-
dez em relação ao México, por Louis Bickford no mente gratos a Luz González por seu incansável tra-
que ele considera como uma convergência ao Centro balho de edição das contribuições recebidas, e a Ana
Global, e, por fim, por Rochelle Jones, Sarah Rosen- Cernov pela coordenação do processo editorial como
hek e Anna Turley em seu modelo de movimento de um todo. Obrigado a todos e todas!
Direitos Humanos em Movimento
Linguagem
SARA BURKE
O que uma época de protestos globais diz a respeito da Eficácia dos direitos
humanos como linguagem para alcançar mudanças sociais
VINODH JAICHAND
Após o estabelecimento de normas de direitos humanos, o que virá a seguir?
DAVID PETRASEK
Tendências globais e o futuro da defesa e promoção dos direitos humanos
SAMUEL MOYN
O futuro dos direitos humanos
STEPHEN HOPGOOD
Desafios para o Regime Global de Direitos Humanos: Os direitos humanos
ainda são uma linguagem eficaz para a mudança social?
EMILIO ÁLVAREZ ICAZA
Os direitos humanos como meio eficaz para produzir mudanças sociais
ENTREVISTA COM RAQUEL ROLNIK
Sistema de Procedimentos Especiais da ONU é
“controlado para não ter efeito”
ENTREVISTA COM PAULO SÉRGIO PINHEIRO
“Fora dos direitos humanos não vejo solução para atender às vítimas”
ENTREVISTA COM KUMI NAIDOO
“O Estado de Direito consolidou todas as injustiças que existiam antes dele”
SAMUEL MOYN
Samuel Moyn é professor de Direito e História na Universidade de Harvard.
Seus livros mais recentes são The Last Utopia: Human Rights in History
(Harvard University Press, 2010) e Human Rights and the Uses of History
(Verso, 2014).
Email: smoyn@law.harvard.edu
RESUMO
Este ensaio resume a tese do autor para a recente gênese dos direitos humanos internacionais
e questiona as implicações futuras dessa tese. O ensaio enfatiza as origens de mobilização
dos direitos humanos atuais e insiste na necessidade de mudar sua direção, afastando-os do
acordo historicamente específico e politicamente minimalista entre utopia e realismo que os
direitos humanos atualmente representam.
Original em inglês. Traduzido por Adriana Gomes Guimarães.
Recebido em fevereiro de 2014.
PALAVRAS-CHAVE
Samuel Moyn
*Este ensaio foi publicado originalmente em formato diferente em um catálogo de arte: (GREGOS;
SOROKINA, 2012).
***
É aqui que o quebra-cabeça dos direitos humanos contemporâneos, como um
conjunto de princípios e sentimentos morais globais, torna-se mais claro. Da maneira
como são genericamente apresentados, eles não intervêm na política de poder.
Contudo, justamente por isso, muitas vezes eles parecem fazer pouca diferença
prática, como um ornamento em um mundo trágico que eles não transformam.
Por não serem realistas o suficiente, eles acabam por acomodar demais a realidade.
É necessária a formulação de um melhor acordo entre utopia e realismo. Como
este acordo pode ser formulado não é nada claro. Mas pode ajudar neste sentido a
lista de teses que indicam o tipo de acordo que tenho em mente.
Uma política de direitos humanos tem que envolver uma transformação em
etapas. Uma política radical vem há muito tempo sendo dividida entre as opções
de reforma ou revolução; mas como nada foi aprendido pela esquerda, é necessário
rejeitar essa dicotomia. Em vez disso, o objetivo deve ser o de começar com ideias
e movimentos internacionais de direitos humanos, uma vez que eles já existem, e
radicalizá-los de lá.
Uma política de direitos humanos deve reconhecer que é de mobilização.
Nenhum estudo de caso de leis de direitos humanos internacionais contém uma
seção sobre os direitos humanos como um movimento global. Em vez disso, as
normas de direitos humanos são apresentadas como normas a serem aplicadas por
juízes. Os realistas sabem que esta apresentação não é apenas historicamente falsa;
ela também evita o escrutínio das condições em que os movimentos prosperam
(MOYN, 2012). Por conta do não partidarismo que o julgamento parece exigir,
o papel dos juízes contemporâneos depende da supressão do fato de que eles
estão associados a um movimento global de opinião. Um ou outro juiz, como
Antônio Augusto Cançado Trindade (do Tribunal Internacional de Justiça), é
mais honesto sobre seu desejo de filiar-se à “humanidade” como fonte da lei dos
direitos humanos.1 Mas no momento em que os juízes são reconhecidos como
agentes de mobilização, questionamentos difíceis começam a ser feitos a respeito
de eles serem ou não os agentes corretos.
Uma política de direitos humanos deve transcender juízes. A História mostra que
os movimentos que dependem apenas de juízes são fracos. Na História americana,
os juízes conseguiram forçar uma mudança política real em nome de normas morais
apenas quando se aliaram aos movimentos políticos de base, como mostra a história
do movimento americano pelos direitos civis dos anos 1950 e 1960. Conforme a base
perdia força, o mesmo acontecia com os juízes, como mostra o colapso, o truncamento
e a destruição da revolução dos direitos civis da América exatamente quando os
“direitos humanos” tornaram-se proeminentes. Em todo caso, os juízes hoje em
dia têm poder para mobilizar em nome dos direitos humanos apenas em contextos
institucionais muito específicos: em regimes nacionais que lhes delegam esta função
ou em tribunais regionais que reúnem nações que já tenham aceitado ceder algumas
prerrogativas soberanas para elites judiciais. Para que os direitos humanos possam
realmente fazer a diferença, o movimento tem que ser mais honesto sobre o fato de
que seu sucesso depende da sua própria força de mobilização e penetração popular.
Por esta razão, a decisão recente da Anistia Internacional de retornar às suas raízes de
em que apelar para as normas morais não parecerá mais de suma importância.
Os direitos humanos podem conservar a sua proeminência atual tornando-se
uma linguagem aberta de partidarismo, para que outros realistas, para quem a
justiça universalista é na melhor das hipóteses uma preocupação secundária, não
mantenham sua posição.
Mas a história também nos ensina que o partidarismo tem dois lados. Os
direitos humanos serão integrados no mundo como língua de competição e luta, mas
o outro lado não será mais forçado a tratá-los como vinculantes – uma moralidade
acima da política. O outro lado também pode oferecer suas próprias interpretações
dos direitos. Estamos rapidamente partindo de um mundo no qual os direitos
humanos se tornaram proeminentes, justamente porque pareciam uma alternativa
para contestar e lutar, uma utopia perfeita onde outras falharam. Algumas pessoas
enxergarão este rebaixamento dos direitos humanos para o plano da disputa
programática como tendo um custo demasiado elevado para ser relevante. Mas se
a alternativa a isso é a irrelevância, este é um preço baixo a se pagar.
REFERÊNCIAS
NOTA
SUR 11, v. 6, n. 11, Dez. 2009 Estratégias Intergovernamentais JUAN CARLOS GUTIÉRREZ E
e Não-governamentais para a SILVANO CANTÚ
VÍCTOR ABRAMOVICH Proteção dos Direitos Humanos em A Restrição à Jurisdição Militar
uma Instituição Pós-colonial nos Sistemas Internacionais de
Das Violações em Massa aos
Padrões Estruturais: Novos OBJETI VOS DE DESENVOLV IMENTO Proteção dos Direitos Humanos
Enfoques e Clássicas Tensões no DO MILÊNIO DEBRA LONG E LUKAS MUNTINGH
Sistema Interamericano de Direitos
Humanos ANISTIA INTERNACIONAL O Relator Especial Sobre Prisões e
Combatendo a Exclusão: Por que os Condições de Detenção na África e o
VIVIANA BOHÓRQUEZ Comitê para Prevenção da Tortura
Direitos Humanos São Essenciais
MONSALVE E JAVIER AGUIRRE na África: Potencial para Sinergia ou
para os ODMs
ROMÁN Inércia?
As Tensões da Dignidade Humana: VICTORIA TAULI-CORPUZ
LUCYLINE NKATHA MURUNGI E
Conceituação e Aplicação no Direito Reflexões sobre o Papel do Forum JACQUI GALLINETTI
Internacional dos Direitos Humanos Permanente sobre Questões
Indígenas das Nações Unidas O Papel das Cortes Sub-Regionais
DEBORA DINIZ, LÍVIA BARBOSA no Sistema Africano de Direitos
em relação aos Objetivos de
E WEDERSON RUFINO DOS Humanos
Desenvolvimento do Milênio
SANTOS
ALICIA ELY YAMIN MAGNUS KILLANDER
Deficiência, Direitos Humanos
e Justiça Rumo a uma Prestação de Contas Interpretação dos Tratados
Transformadora: Uma Proposta Regionais de Direitos Humanos
JULIETA LEMAITRE RIPOLL
de Enfoque com base nos Direitos ANTONIO M. CISNEROS
O Amor em Tempos de Cólera: Humanos para Dar Cumprimento às DE ALENCAR
Direitos LGBT na Colômbia Obrigações Relacionadas à Saúde
Materna Cooperação entre Sistemas Global
DIREITOS ECONÔMICOS, e Interamericano de Direitos
SOCI A IS E CULTURA IS SARAH ZAIDI Humanos no Âmbito do Mecanismo
MALCOLM LANGFORD Objetivo 6 do Desenvolvimento de Revisão Periódica Universal
Judicialização dos Direitos do Milênio e o Direito à Saúde: IN MEMORI AM
Econômicos, Sociais e Culturais Contraditórios ou Complementares? Kevin Boyle – Um Elo Forte na
no Âmbito Nacional: Uma Análise MARCOS A. ORELLANA Corrente Por Borislav Petranov
Socio-Jurídica
Mudança Climática e os Objetivos
ANN BLYBERG de Desenvolvimento do Milênio:
SUR 14, v. 8, n. 14, Jun. 2011
O Caso da Alocação Indevida: O Direito ao Desenvolvimento,
MAURICIO ALBARRACÍN
Direitos Econômicos e Sociais e Cooperação Internacional e o
CABALLERO
Orçamento Público Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo Corte Constitucional e Movimentos
ALDO CALIARI Sociais: O Reconhecimento Judicial
RESPONSABILIDADE DAS dos Direitos de Casais do Mesmo
Comércio, Investimento, EMPRESAS Sexo na Colômbia
Financiamento e Direitos Humanos:
Avaliação e Estratégia LINDIWE KNUTSON DANIEL VÁZQUEZ E DOMITILLE
O Direito das Vítimas do apartheid DELAPLACE
PATRICIA FEENEY
a Requerer Indenizações de Políticas Públicas na Perspectiva de
A Luta por Responsabilidade das Corporações Multinacionais é Direitos Humanos: Um Campo em
Empresas no Âmbito das Nações Finalmente Reconhecido por Construção
Unidas e o Futuro da Agenda de Tribunais dos EUA?
Advocacy J. PAUL MARTIN
DAVID BILCHITZ
COLÓQUIO INTERNACIONAL Educação em Direitos Humanos em
DE DIREITOS HUMANOS O Marco Ruggie: Uma Proposta Comunidades em Recuperação Após
Adequada para as Obrigações de Grandes Crises Sociais: Lições para
Entrevista com Rindai Chipfunde- Direitos Humanos das Empresas? o Haiti
Vava, Diretora da Zimbabwe
Election Support Network (ZESN) SUR 13, v. 7, n. 13, Dez. 2010 DIREITOS DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCI A
Relatório sobre o IX Colóquio
GLENDA MEZAROBBA LUIS FERNANDO ASTORGA
Internacional de Direitos Humanos
Entre Reparações, Meias Verdades GATJENS
SUR 12, v. 7, n. 12, Jun. 2010 e Impunidade: O Difícil Rompimento Análise do Artigo 33 da Convenção
com o Legado da Ditadura no Brasil da ONU: O Papel Crucial da Im-
SALIL SHETTY GERARDO ARCE ARCE plementação e do Monitoramento
Prefácio Nacionais
Forças Armadas, Comissão da
FERNANDO BASCH ET AL. Verdade e Justiça Transicional no LETÍCIA DE CAMPOS VELHO
Peru MARTEL
A Eficácia do Sistema
Interamericano de Proteção MECANISMOS REGIONA IS DE Adaptação Razoável: O Novo
de Direitos Humanos: Uma DIREITOS HUMANOS Conceito sob as Lentes de Uma
Abordagem Quantitativa sobre Gramática Constitucional Inclusiva
seu Funcionamento e sobre o FELIPE GONZÁLEZ
MARTA SCHAAF
Cumprimento de suas Decisões As Medidas de Urgência no
Sistema Interamericano de Direitos Negociando Sexualidade na
RICHARD BOURNE Humanos Convenção de Direitos das Pessoas
Commonwealth of Nations: com Deficiência
TOBIAS PIETER VAN REENEN E MARCIA NINA BERNARDES POLÍCIA PACIFICADORA (UPPS)
HELÉNE COMBRINCK Sistema Interamericano de Direitos NO RIO DE JANEIRO, BRASIL
A Convenção da ONU sobre Humanos como Esfera Pública Rafael Dias – Pesquisador, Justiça
os Direitos das Pessoas com Transnacional: Aspectos Jurídicos Global
Deficiência na África: Avanços 5 e Políticos da Implementação de José Marcelo Zacchi – Pesquisador-
Anos Depois Decisões Internacionais associado do Instituto de Estudos
do Trabalho e Sociedade – IETS
STELLA C. REICHER CADERNO ESPECI AL:
CONECTAS DIREITOS HUMANOS -
Diversidade Humana e Assimetrias:
10 ANOS
SUR 17, v. 9, n. 17, dez. 2012
Uma Releitura do Contrato Social
sob a Ótica das Capacidades A Construção de uma Organização
DESENVOLV IMENTO
Internacional do/no Sul
E DIREITOS HUMANOS
PETER LUCAS
A Porta Aberta: Cinco Filmes SUR 16, v. 9, n. 16, Jun. 2012 CÉSAR RODRÍGUEZ GARAVITO,
que Marcaram e Fundaram as JUANA KWEITEL E LAURA
Representações dos Direitos PATRICIO GALELLA E CARLOS TRAJBER WAISBICH
Humanos para Pessoas com ESPÓSITO Desenvolvimento e Direitos
Deficiência As Entregas Extraordinárias Humanos: Algumas Ideias para
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PROL, GABRIELA JUSTINO seus Componentes Econômico,
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SIMON M. WELDEHAIMANOT Indígenas: Uma Análise Crítica dos
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A CADHP no Caso Southern Parâmetros Estabelecidos pela Corte
ENTREVISTA COM DENISE DORA Cameroons Interamericana de Direitos Humanos
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REGIONA IS E INTERNACIONAL SEGURANÇA CIDADÃ E DIREITOS Conduza a Melhores Padrões de
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