DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Leone Pereira
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13 a 15 questões

-ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A Justiça do Trabalho é chamada de Justiça Especial/Especializada
Justiças especializadas:
Trabalho
E
Militar
-Art. 111, CF- órgão da Justiça do Trabalho
A justiça do trabalho é composta por 3 graus de jurisdição:
1º grau- Juízes do Trabalho
2º grau- TRTs
3º grau- TST
OBS: a emenda constitucional 24/99 extinguiu a representação classista da justiça
do trabalho em todos os graus de jurisdição trabalhista (não há mais juízes classistas).
As antigas Juntas de Conciliação e Julgamento deram lugar as Vara do Trabalho
(art. 116, CF).
Nas Varas do Trabalho temos a figura do juiz MONOCRÁTICO (singular).
- IPC-art. 112, CF- juízes de direito investidos em jurisdição trabalhista (significa
que um juiz estadual ou federal PODERÁ julgar matéria trabalhista)
A lei criará as Varas do Trabalho podendo nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição atribuí-la aos juízes de direito. Estes juízes serão chamados de juízes de direito
investidos em jurisdição trabalhista.
Da sentença proferida pelo JUIZ INVESTIDO caberá RECURSO ORDINÁRIO.
Art. 895, I, CLT.
OBS: criada a Vara do Trabalho cessa a competência do juiz de Direito em matéria
trabalhista, ainda que o processo esteja em fase de execução (Súmula 10 do STJ). Ocorre a
remessa dos autos ao judiciário trabalhista, pois se refere à competência ABSOLUTA.
A competência ABSOLUTA é uma das exceções da “perpetuatio jurisdictionis” (art.
87, CPC).
A alteração posterior da competência absoluta implica no deslocamento dos
autos.
- Princípio da identidade física do juiz (Art. 132, CPC)- O juiz que concluir a
audiência julgará a lide.
Súmula 136-TST- o princípio da identidade física do juiz é INAPLICÁVEL ao
processo do trabalho.

-COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

I) Competência territorial da justiça do trabalho (art. 651, CLT)
“Caput”- REGRA GERAL
 §1º- EXCEÇÃO
§2º- EXCEÇÃO
§3º- EXCEÇÃO
REGRA GERAL- “caput”: A ação trabalhista deverá ser ajuizada no local de
prestação dos serviços sendo o empregado reclamante ou reclamado, independentemente do
local da contratação.
-Empregado RECLAMANTE (regra) ou RECLAMADO (exceção).
Exemplo de empregado no pólo PASSIVO, ou seja, como reclamado e o inquérito
judicial para apuração de falta grave.
OBS: Na hipótese de prestação de serviços em MAIS de um lugar prevalece o
entendimento do ÚLTIMO local de prestação de serviços.
A (contratação)---------------------B (serviço)----------------------C (último local da
prestação de serviço)

Dente as exceções destaca-se a do § 2º que disciplina a competência internacional

da Justiça do Trabalho.
Dessa forma o judiciário trabalhista tem competência para julgar as lide ocorridas
em agência ou filial no estrangeiro, desde que não haja convenção internacional em contrário.
Caso prático: no BR houve a contratação do empregado para prestar serviço na
Itália. O empregado ajuizou a ação no BR.
A Justiça do trabalho é COMPETENTE.
As regras de direito processual a serem aplicadas serão as regras BRASILEIRAS (CLT,
CPC...).
As regras de direito MATERIAL a serem aplicadas serão as leis do local da execução
do contrato, ou seja, direitos trabalhistas ITALIANOS.
Súmula 207-TST- princípio da “Lex loci executionis” (lei do local da execução)

-COMPETÊNCIA MATERIAL E PESSOAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Emenda constitucional 45/04 (reforma do judiciário)
A EC 45/04 significou uma AMPLIAÇÃO SIGNIFICATIVA da Justiça do Trabalho.
IPC-Art. 114, CF
IPC - Inciso I- Ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, Estados, Distrito,
Município e DF.
OBS: O termo RELAÇÃO DE TRABALHO representa o GÊNERO comportando várias
espécies dentre elas a relação de EMPREGO.
Todo empregado é trabalhador, mais nem todo trabalhador é empregado.
OBS: Prevalece o entendimento de que a justiça do trabalho NÃO tem
competência para julgar ação de cobrança de honorários de profissional liberal contra cliente
(súmula 363- STJ- determina que a competência é da Justiça Comum Estadual).
OBS: A justiça do trabalho NÃO tem competência criminal, mesmo nos casos de
trabalho escravo (Ação Direta de Constitucionalidade (ADI) 3.684-0, STF- liminar). A
competência é da Justiça Comum.
 OBS: A justiça do trabalho NÃO tem competência para julgar as ações envolvendo
qualquer relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico administrativo (ADI 3.395-6,
contém uma decisão plenária do STF).
A justiça do trabalho só cuida dos CELETISTAS.
Justiça comum- estatutários + outras relações (ex: temporário)
IPCCCCC-Inciso VI- Ações de indenização por danos matérias ou morais
decorrentes da relação de trabalho.
Ex: revista intima, assédio moral ou sexual, discriminações...
OBS: Conforme a súmula vinculante do STF a justiça do trabalho é competente
para julgar as ações de indenização por danos matérias, morais ou estéticos decorrentes de
acidentes de trabalho ou doença ocupacional movidas pelo empregado contra o empregador.

03/04/11
Leone Pereira

-PROCEDIMENTOS/RITOS TRABALHISTAS

-PROCEDIMENTO:
PROCEDIMENTO é a forma pela qual o processo se desenvolve.
Processo: instrumento da jurisdição

- O processo do trabalho apresenta 04 procedimentos:

1º. Procedimento comum (ordinário)
-é o mais completo
-as regras estão previstas na CLT
-o procedimento comum abrange as demandas cujo VALOR DA CAUSA esteja
ACIMA de 40 salários mínimos.
OBS: Poderão ser ouvidas até 03 testemunhas para CADA parte (art. 821, CLT).
Esse limite NÃO é aplicável para os magistrados (o Juiz pode ouvir quantas testemunhas que
ele quiser).

2º. Princípio sumário (dissídio de alçada)

-rito célere
-previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei 5.584/70 (NÃO está previsto na CLT)
-abrange as demandas cujo VALOR DA CAUSA é de ATÉ 02 salários mínimos.
OBS: A lei é OMISSA em relação ao número máximo de testemunhas. Prevalece o
entendimento do limite de 03 testemunhas para CADA parte.
OBS: Nesse rito, em regra, NÃO é cabível a interposição de recursos.
Todavia se a sentença envolver matéria CONSTITUCIONAL será cabível recurso.
Prevalece o entendimento pelo cabimento do recurso EXTRAORDINÁRIO (art. 102, III, CF).

IPCCCCCCCCCCCC3º. Procedimento sumaríssimo

- trata-se de um procedimento CÉLERE
-previsto na CLT- arts. 852- A/ 852-I, da CLT (lei nº 9.957/2000)
- o VALOR DA CAUSA acima de 02 salários mínimos até 40 salários mínimos.
 Principais características:
1º. Prevalece o entendimento de que o advento do procedimento sumaríssimo
NÃO revogou o sumário;
2º. Este procedimento abrange apenas dissídios INDIVIDUAIS;
3º. Esse procedimento NÃO é aplicável quando for parte a Administração Pública
Direta, Autárquica e Fundacional.
Quanto a Fazenda Pública for parte NÃO se aplica este princípio.
Esse procedimento É aplicável para EMPRESAS PÚBLICA e SOCIEDADES DE
ECONOMIA MISTA (são pessoas jurídicas de direito PRIVADO).

4º. A reclamação trabalhista deverá preencher dois requisitos ESPECÍFICOS (os

requisitos normais + requisitos específico):
a) Pedido CERTO ou DETERMINADO devendo indicar o valor correspondente (o
pedido deverá se LÍQUIDO);
+
b) O autor deverá indicar corretamente o nome e endereço do reclamado (NÃO é
cabível citação por edital ou editalícia);
Na hipótese de AUSÊNCIA de qualquer desses requisitos, serão aplicada 02
CONSEQÜÊNCIAS PROCESSUAIS:
1º. A reclamação trabalhista será ARQUIVADA (extinção do processo SEM
resolução do mérito, através da prolação de uma SENTENÇA terminativa ou processual);
A coisa julgada é FORMAL, poderá entrar novamente com a ação.
2º. O reclamante será condenado em custas sobre o valor da causa.
- número MÁXIMO de 02 testemunhas para CADA parte;
-sentença (neste rito será DISPENSÁVEL o relatório, sendo assim teremos na
sentença APENAS a fundamentação e o dispositivo)
A sentença deverá ser mais JUSTA e EQUÂNIME possível.
-recurso de revista

Travou o sistema

- INQUÉRITO JUDICIAL
NÃO há necessidade de INQUÉRITO JUDICIAL:
*SÓ podem ser demitidas mediante o cometimento de FALTA GRAVE, mais NÃO
precisa de inquérito policial
-Cipeiro (membro da CIPA)
-Gestante
 -Acidentado

-AUDIÊNCIAS TRABALHISTAS
-Representação processual das partes em audiência
Alguém está em nome ALHEIO defendendo direito ALHEIO.

a) do empregado (art. 843, §2º, CLT)

-O representante do empregado poderá ser representado em audiência por outro
empregado que pertença a MESMA profissão (colega de trabalho) ou o sindicato.
-Para este representação a lei exige um FUNDAMENTO: doença ou qualquer outro
motivo ponderoso (relevante) devidamente comprovado
OBS: prevalece o entendimento de que o único objetivo dessa representação é o
de evitar o arquivamento da reclamação trabalhista.

IPC b) do empregador (art. 843, §1º, CLT)

O empregador poderá ser representado pelo PREPOSTO.
-características do preposto:
1º. As suas declarações OBRIGARÃO o empregador (CABE confissão);
2º. Deverá ter CONHECIMENTO dos fatos, NÃO precisando ter presenciado;
REGRA: Exige-se a condição de empregado, demonstrada pela carta de
preposição.
EXCEÇÃO: No caso de empregador doméstico ou no caso de micro ou pequeno
empresário (Súmula 377, TST).

21/05/11
Leone Pereira
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RECURSOS TRABALHISTAS

Principais características dos recursos trabalhistas:

1º. Prazos recursais UNIFORMES
REGRA: 08 dias (tanto para razões contra para contrarrazões)
-Recurso ordinário
-Recurso de revista
-Agravo de instrumento
-Agravo de petição
-Embargos no TST.

EXCEÇÕES:
1. Embargos de declaração: prazo de 05 dias- art. 897, “a”, CLT
2. Recurso extraordinário: 15 dias- art. 508, CPC
 3. Recurso de revisão/pedido de revisão: 48 horas- art. 2ª, lei 5.584/70- é o
recurso cabível para a revisão de um valor da causa fixado de ofício pelo Juiz do trabalho em
petição inicial omissa, a ser realizada pelo Presidente do TRT.
4. Agravo regimental/agravo interno: prazo previsto no Regimento Interno dos
Tribunais- os TRTs vem fixando o prazo em 05 dias e o TST fixou o prazo em 08 dias.
O agravo regimental é o recurso cabível contra decisões monocráticas proferidas
pelos tribunais trabalhistas.
EX: decisão do relator que denega segmento ao recurso no Juízo ad quem (2º juízo
de admissibilidade).
5. Fazenda Pública e Ministério Público do Trabalho
-prazo em DOBRO para RECORRER (16 dias)
-Fazenda Pública é a administração direta, autárquica e fundacional.
OBS: Prevalece o entendimento de que o prazo é SIMPLE para CONTRARRAZÕES
(contrarrazoar).
IPC OBS: o art. 191 do CPC (prazo em dobro no caso de litisconsortes com
DIFERENTES procuradores) é INAPLICÁVEL ao processo do trabalho (OJ 310 SDI-1/TST).
Entende-se que o referido artigo é inaplicável por ser incompatível com a
celeridade trabalhista.

Caso prático:
“A” entra com ação em face de “B”(empresa prestadora de serviços) e
“C”(empresa tomadora de serviço). “B” contrata o adv. “X” e “C” contrata o adv. “Y”.
A relação é uma terceirização lícita, sendo assim trata-se de uma responsabilidade
SUBSIDIÁRIA (súmula 331-TST).
O prazo para recorrer (recurso ordinário) será o de 08 dias.

2º. característica:
REGRA: são dotados apenas de efeito DEVOLUTIVO (Art. 899, “caput”, CLT)
Isto é favorável ao reclamante.
Dessa forma será possível a extração da carta de sentença e o início da Execução
Provisória que vai até a penhora.
EXCEÇÃO: todavia, há a possibilidade da obtenção do efeito suspensivo mediante
ação CAUTELAR (Súmula 414, I, parte final, TST).

3º. Característica: serão interpostos por SIMPLES petição (art. 899, “caput”, CLT).
Dessa forma segundo a CLT NÃO se exige a fundamentação nos recursos
trabalhistas, tendo em vista o jus postulandi e os princípios da simplicidade e informalidade
que vigoram no processo do trabalho.
OBS: todavia, o TST adota o entendimento em sentido CONTRÁRIO exigindo a
FUNDAMENTAÇÃO (súmula 422- TST).
O TST observa o princípio do contraditório e da ampla defesa.

IPCCCC 4º. Característica:

REGRA: IRRECORRIBILIDADE imediata/direta das decisões interlocutórias (arts.
799, §2º e 893, §1º CLT e súmulas 214 e 414 TST).
 Decisão interlocutória: é o ato do Juiz que no curso do processo resolve questão
incidente (tem conteúdo decisório).
EX: liminar, decisão do Juiz que indefere oitiva de testemunha, decisão que acolhe
exceção de incompetência relativa.
IPC No processo do trabalho a regra é o NÃO cabimento de recurso imediato
contra decisão interlocutória, SOMENTE sendo ADMITIDA a apreciação de seu merecimento
em RECURSO DA DECISÃO DEFINITIVA (recurso mediato/indireto), ou seja, CABE recurso,
porém de forma MEDIATA.
OBS: no processo do trabalho NÃO existe agravo retido e o AGRAVO DE
INSTRUMENTO é o recurso cabível pra DESTRANCAR recurso no Juízo a quo.
OBS: prevalece o entendimento da NECESSIDADE dos PROTESTOS nos autos ou na
ata (EX: consignar na ata a o impedimento da oitiva da testemunha) – criação da praxe forense.
OBS: caso prático:
Mandado de segurança Recurso ordinário

Reclamação trabalhista__________liminar______sentença
ou na
Tutela antecipada (Art. 273, CPC)

Se a tutela antecipada for concedida LIMINARMENTE NÃO caberá recurso

imediato e sim MANDADO DE SEGURANÇA. Mas todavia/contudo/entretanto se a antecipação
de tutela for concedida na SENTENÇA caberá RECURSO ORDINÁRIO e NÃO mandado de
segurança- Súmula 414, TST.

ATUALIZAÇÕES:
1º. Exame 2010.2 (FGV)
Lei 12.275, de 29 de junho de 2010, esta lei trouxe uma nova redação ao inciso I
do § 5º do art. 897, CLT e a inclusão do §7º ao art. 899 da CLT.
Depósito recursal em agravo de instrumento: corresponde a 50% do valor do
depósito do recurso a ser destrancado.
Empregado NUNCA faz depósito recursal (tendo em vista que o depósito recursal
é para garantir o juízo do empregado).
O depósito recursal tem por objetivo a garantia do juízo em favor do empregado.
Desta forma somente será exigido do EMPREGADOR na hipótese de condenação em pecúnia
(§§ do art. 899, CLT e súmula 161 do TST).

2º. Súmula 425-TST: diz respeito ao jus postulandi (art.791, CLT)

O jus postulandi é o direito conferido aos EMPREGADOS e aos EMPREGADORES de
postularem PESSOALMENTE perante a justiça do trabalho, SEM a necessidade de advogado.
Artigo 171, CLT: “até o final”- o jus postulandi LIMITA-SE Às VARAS DO TRABALHO
e aos TRTs, NÃO alcançado a AÇÃO RESCISÓRIA, AÇÃO CAUTELAR, O MS E OS RECURSOS DE
COMPETÊNCIA DO TST.

TST- OBRIGATÓRIO advogado

 TRT CABE jus postulandi
VT

IPC 3º. Lei 12. 405, de 16 de maio de 2011 (data da promulgação da lei): Houve a
inclusão do §6º ao art. 879, CLT
Cuidou da liquidação por cálculos- na hipótese de cálculos complexos
Nesse caso a liquidação poderá ser realizada por PERITO que terá os seus
honorários fixados pelo Juiz com base nos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.