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Reflexdes sobre a Revolugo em Franga ‘Talvez néo seja init informar o leitor de que as Reflevdes que se seguem tive ram sua origem na correspondéncia entre 0 autor e um jovem fidalgo de Pars, que the concedeu a honca de desejar conhecer sua opinido sobre os acontecimentos que ento ocupavam, ainda ocupam, a atenglo de todas. Uma resposta foi escrita no més de outubro de 1789, mas consideragdes de prudéncia impediram que ela fosse enviada arse alusio a esta carta nas paginas que se eeguem, Desde entio, ela se encontra com a pessoa a quem foi dirigida. As raz6es pelas quais sua remessa [oi retardada en. ‘contram-se expostas em uma pequena carta dirigida a0 mesmo fidalgo. Esta resposta fea.com que ele se interessase ainda mais em conhecer 0s sentimentos do autor (© autor comegou uma segunda discussio mais aprofundada do assunto, Primeiro cle pensou em publicé-la no comeco da Ultima primavera, mas, entusiasmado pelo te ‘ma, percebeu que 0 trabalho iniciado no s¢ ultrapassava bastante a extensio de uma carla, como também, pele sua importincia, exigia um exame mais detalhado, que nesta ocasgo ele nfo tinha tempo de fazer. Entretanto, tendo organizado seus pensa ‘mentos em forma de carta e, quando comesou a escrever,estando com a mtengao de escrever uma carta particular, achou que seria dificil mudar a forma, depois de ter ‘exposto seus sentimentos com mais desenvolvimento e de les ter dado uma ovtra di rego, Nio Ihe escapou também que um outro plano podera ter sido mais favordvel ‘uma melhor divisio e distribuiggo do assunto. Londres, 19de novembro de 1790. Caro Senhor, (0 senhior quer conhecer novamente, ¢ com algum interesse, as reflexdes que 03 ‘ihkimos acontecimentos na Franga me inspiram, Ndo quero darlhe rszdes para crer aque eu atribua a meus sentimentos o valor suficiente para desejar que eles sejam pro- ‘curados, Eles sfo de muito pouce consequéncia para que eu me inquiete em comuni cé-los ou em guardélos para mim, e foi em consideragdo pelo senhor, ¢ sb pelo senhr 8 Edrmund Burke mento em que, pela primeira vez, 0 senor desejou conhectlos. ee aia it an que, afinal, decid! the enviar, rimeir carta que eu tive a honca de Ihe escrever Niotneconeldereiporovot ou tepesentante de enum partido: esta ainda posi {Gao na qual me mantenho hoje. Meus eros, © s cumete, sro de minha itera res: ponsabildade;somente minha reputagdo deverd responder por els ‘A longa carta que he envi teres mostrado, senhor, que deseo de todo 0 20 ragdo vera Franga snimata de um espisito de liberdae racional, em minha opinifo, ‘evera ser riado um corpo permanente onde este epiito posse resi, « um 6rBf0 pelo qual ele poss agrefcazmente, No entanto, tenho aifelicdade de manter gran tes dividas sobre véros ponts importantes de suas dlimas operas Sua dltima carta me mostra que « aprovagéo publica solenemente dada por dois lunes Tontinos, a Suciedade Constitucional e a Sociedade da Revniugio® a certos Sos paticados na Franga fez com que osenhor imaginase que eu poderia me encon tear entre of que aprovam estes atos. verdade que tenho a honra de prteneee a mais drum coe ende se vereragrandemente« Costituigfo deste Reino ¢ 0 pnepios Je sua glorios Revoluglo,e eu mesmo me encontr entre os que mais ardorosamen pcm nner pen wt ees sin ete Cn. Mere ustamente esta razdo pela qual desejo que ndo hajanenhum equivoco a meu respel- eTodo os que veer a memoria de noeaRevoluto equ epeitam nos Cont Tiuigso, terdo grande cuidado em nfo se eixarem confundir com homens qu, sob 2 sparenea de 2so pla Revolugdoe pela Consitulgfo, xe dntanciam Freqdentemente de stus verdadeiros prinipios eestdo sempre prontos a abandoner o espirito firme, cl Cumspecto © avisado que proguziv a primeira ¢ continua a presidr& spunds, Antes pos, que eu comece a responder aos pontos mals importantes de wa cara, perma fue The envi as informagdes que pude recolher sobre os dois clubes que julgaram de bom alvtreinterferir, como um todo, nos asuntos da Panga, e ectba 2 certeza de que eu nto fgo, nem jamais fiz, parte de nenhuma desas Sociedades. SOCIEDADE CONSTITUCIONAL [A primeira, que se chama Sociedade Constitucional, Sociedade de Informagao Constitutional ou algo semelhante, tr, creo eu, sete au oito anos de existénca. Ela cove sia existéncia a um fim de aparente cardade: fi vida para faer circular, is expe dest membros, un gan mero de lio ve pees sins {eriam podido comprar, ¢ que, asim, cocriam o risco de permanecer exchsivamente fon mgs dos leon, em prio de quluer agro i. Nio beri de Ihe se caridade empregada em Feuer eicular tas livros foi empregada com a mesma intenstadena sua eur. E posse que bom nimero estas obras tenha sd expr tado pata seu pais, e que, pouco procuradas na Ingatrra teniam encontrado merc: dona Fran Ouvt fat uo Gus lash qe pode tar de a vs, NEO sis “como se diz de ceros licores ~ els teria ganho algo ém atravesir | mar: mas © que hi de certo & que nunce encontsei enum homem de bomsenso, ou com um cer {o grav de informagdo, que disssse um palavra em favor da mairi dele; como, ais, Reflexses sobre a Revolugio em Franca “0 ‘nunca vi serem levados a sério os atos da Sociedade que of fee circular, a nfo ser por alguns de seus membros. ‘A Asembléia Nacional da Franga parece ter adotado a mesma opinifo que eu 1 reapeito deste pobre clube de caridade, Seus sepresentantes guarduam lode & elogiléncia de seus agradecimentos para a Sociedade da Revolugdo, ainda que, a bem da justiga, seus companheiros da Sociedade Constitucional também tivessem alguns direitos 2 estes agradecimentos. SOCIEDADE DA REVOLUGAO Uma vez que 0s franceses escolheram a Sociedade da Revolugéo como 0 grande objeto de seu reconhecimento e de seus elogios piblicas, o senhor ha de me perdoar se eu tomaro recente comportamento desta Sociedade como objeto de minhas observages. ‘A Assembléia Nacional da Franga deu importancia aos membros de tal Sociedade, ado: tando suas posigdes; e estes retribuirama gentileza, comportando-se como umm comité destinado 2 propagar, na Inglaterra, os principios da Assembléia Nacional. & preciso pois, doravante, consideré-os como um tipo de pessoas privlegiadas, como membros ro despreztveis do corpo diplomdtico, Esta é uma das revolugdes que deu esplendor ‘obscuridade ¢ distinguiu miritos insuspeitiveis! Com efeito, até recentemente, eu nunca tinha ouvide falar deste clube que em momento algum ocupou os meus pen: samentos e nem, eeio, os de qualquer outra pessoa além de seus membros Depois de me informar, soube que um clube de dissidentes, eujo nome ignaro, conserva h4 muito tempo 0 habito de se reunir em um de seus templos para comemo: rar 0 aniversirio da Revolugio de 1688, ocasigo em que ouvem um sermfo e, em se ‘Buids, vfo passaralegremente o dia em uma taberna, como, aids, fazem os membros de outros clubes. Mas eu nunca soube de nenhuma medida publica ou de algum ss tema politico que tenha sido objeto de uma deliberapo formal nestas solenidades, © menos ainda que se tenha discutido os méritos de"uma Constituigso estrangeira (Qual nfo foi pois minha surpresa 20 ver estes senhores, revestidos de uma espécie de capacidade piblica, enviar 4 Assembléia Nacional uma mensagem de felictagses, ‘por meio da qual os tos da segunda recebiam o apoio da autoridade dos primers, [Nf vejo nada a ser reparado no que conceme aos antigos prinefpias ou & ant: 2 orientagdo deste clube — ou ao menos naquilo que era declarado. Mas, em minha opinio, ¢ provével que noves membros tenhara entrado no clube com finalidades se cretas,€ que alguns destes politicos realmente cristéos, que gostam de distribuir ber: feitoria, escondendo a mo que as executa, devem ter feito: deste clube um instru mento de seus piedosos projetos. Entretanto, ainda que eu tena razBes pura descon. flar de suas fnalidades secretas, eu s6 tere por certo aquilo que & pablico. PPrimelramente, aborrecer-me-a muito em que me vissem deta ou indlretamente ‘envolvido com suas maneiras de agi. Sem david, como todo o mundo, me petmito es ppecular, sob minha propria responsabilidade, a respeito dos fatos que aconteceram ou fcontecem na cena do mundo, tenham eles se dado num pais antigo ou num pais mo: demo, na repiblica de Roma ou na de Paris. No entanto, como ndo estou investido de nenhuma misséo de apostolado universal, como sou cidadgo de um Estado peculiar 50 mand Buk sje vonadepibia me lita em propor conserve, eso gue comet wt oa en ee ccnanet incerta, nisando pubiamene uma cowespondén: Se mn govern esvengeoy es fro expenmentsauorizado po fovea sobo al eb v0 aes aan aaa dipost inca eiéle de conespondenci, ines 4 a ttc taemha sume asi us, cone oo de eee 3 2s eo evens pres castes de meu Pals ea asoiafo ma gal 8 sor dase compos de prions evextas de ua ep de rie pub, car raar pre dese Rein ase maestro sobre signal desta I rreatates Je nomesgetiron, qv Mo so autora, eto envoias em cane Cnbigniate# incor, povendo ata ats bus de eoniang, qe nfo rt Tomalape que» Canara do Comuns eit, por mais oben ie ese temo ons sgicnts ot oho, qualquer peta gue Ie fe tposotta sob eta foma Ge asinatur,E, 0 enfant, flu document deste J « freee panaruca jam,» mal opens seinen of erties veza,o confundem. Nos pasamos do desprezo indigrago, a Deed Lio riso as ldgeimas, da arrogincia ao horror, Da Monarquia na Constituigao Inglesa Nao se pode, contudo, negar que este esiranho gspeticulo tenha sido considers 41 60 por alguns de um ponto de vista bem diferent. Sé tiveram entusiasmo e exaltacso, gf | Bm tudo que pasion na rang, eles vram oemprego firme eequlibrad d ibe | dace, compativel com a morale a piedade 20 panto de nfo sb merecero elogio secular fe aldaciosos ¢ maquiavlicos politicos, mas d2 se tomar um excelente tema para to (cas as expansbes devotas da eloquéncia sacra SERMAO DO DR. PRICE Na ma jo dis 4 de novembro, o Dr. Richard Price, eminente ministro nfo: conformista, fez para os membros de seu clube, reunidos na sala de Old Jewry, um sermao bizarramente confuso, onde alguns bons sentiments tligiosos e morais, muito ‘bem expostos, # misturam em ume espécie de ealdo, composto de diferentes opinises ¢ reflexes politicas: mas a Revolugio Francesa o grande ingrediente da receita, Co sidero que o documento transmitido por Lorde Stanhope® em nome da Sociedade da Revolugfo, nasoeu dos principios expostos neste sermfo, sendo um corolirio deles, Com efeito, a mogio fol feita pelo proprio pregador e foram os ouvintes, ainda entusi asmados pelas suas palavras, que a votaram sem criticas nem restrigGes explicitas ou implictas. Se, entretanto,algum destes senhores desejasse separar o sermdo da resolu fo, ele teria meios de reconhecer um e de negar a outra, Estes senhores podem fazé 1, eu nao posse. Para mim, este sermfo parece ser a declaracZo publica de um homem muito ti gado a conspiradoresliterdrios,fil6sofos intrigantes,teblogos ¢ politicos te6logos da Inglaterra ¢ do continente, Sei que estes o apresentam como uma espécie de oréculo porque com as melhores intengSes do mundo, ele fiipisr naturalmente, © canta seus hinos proféticos em total aordo com seus objetivos” 4 Edmund Burke Este sermio tem um estilo que, creio, no ouvido em nenhum dos pilpitos to- lerados ou encorajados neste reino, desde 1648, quando um predecessor do Dr. Price, ‘6 Reverendo Hugh Peters, fez ressoar na propria capela do rei em Saint James, um sermo sobre a honta e o privilégio dos Santos, que “com louvores a Deus em suas bocas, ¢ uma espada com duas laminas em suas mos, deveriam executar ojulgemnento dos pagios ¢ 0 castigo do povo, aprsionar os reise colocar seus nobres sob ferros."* Poucos discursos sacros, talvo no tempo da Liga na Franga e no tempo de nosso pacto solene, respiraram téo pouca moderagZo quanto este de Old Jewry. Mesmo considera dose que houvesse algo de moderado em tal discurso, ainda assim deveriamos ter emt ‘mente que a politica e o pil a doce vor da caridade criss, e tal confusfo de funpdes ndo serve nem a causa da berdade e do governo civil, nem a da religigo. Aqueles que deixam seu prOprio caré, tee par asm wm ceo eno thes perten, em ec gnaram tant 0 caret Hue que delxam como o que assumem. Ignorando o mando no qual se movimentam, sem ‘experigncia nos negécios sobre os quais se pronunciam com tanta seguranga, eles 36 ‘8m em comum com a politica as paixdes que excitam. A Igreja & certamente um tu gat onde uma Wégua de um dia devera ser permitda as discusses e as ebleras dos homens, Esta espécie de elogidncia sara, revvida depois de to longo interao, tem para mim ates de novidade; mas de uma novidade que nfo estéinteramente livre de Perigo. No que eu veja perigo em todas as partes do sermao. A regra de condita su- ferida um nobre e responsivelteblogodetgo(lay-aivne), ilu como memnbro impor tante de uma de nossas universidades*® como aliés os consethos dados a outros te- ‘logos leigos"'da nobreza e da literatura", podem ser proprios ¢ apreciados, mesmo que contenham algumas novidades. Se estes nobres Seekers” nfo podem satsfazer suas piedosasfantasas nem no velho depésito da Igeja nacional, nem aos rics sor timentos da ljas das congregapSes dssdentes, 0 Dr. Price aconselhas a improvisa rem sobre 0 ndo-conformismo, devendo cada um fundar uma Igreja baseada em seus rbprios prineipios® * E extraordinério como este respeitvel everendo 6, a0 mes- mo tempo, t80 ardente em promoverseitas nova, e tf indiferente ds doutrinas que las postam ensinar. E um homem eujo zelo tem um curioso caréer: no ¢ pela propa 2ag80 desuasproprias opinides, maspela propagagdo de quaisquer opines; no € pela difusfo da verdade, mas pela difusfo da contradigso. Que os nobres doutores come- ‘cem a se separar ~ de quem ou de que, pouco importa ~e, uma vez obtido este gran- * Saimo 149, + Discurso sobre o Amor da Ptra, de novembro de 1789, pelo Dr. Richard Price, 38d, pp. 17 "**°0s que nfo amam o culo prescito pela auoriade pbc, deveriam, © les for imposrvel ‘char umm fora da igre que eles aprovar, erly para teu proprio culto;, asim agindo, dando este exemplo de uma adoragio acionle vir, homens que tim importncia pla sua porisdo ou pelo seu talento literrio, pestariam os mulores servigos & sciedsde © ao mundo.” Sermo oD Prive p18 10 pouco se harmonizam, As igtejas 36 deveriam ouvir 0 iv! a on Reflexes sobre a Revolugiio em Franga 38 de feito, estaremos certos de que sua religdo seréracionale digna dos homens. Bu du: vido que esta “grande companhia de grandes pregadores" traria 8 religifo todos os beneficiosatribuides por este pastor ealeulista, Certamente, isto aereseentaria um n6: mero importante de esptcies nfo classiicalas & ampla colegio de class, gbnero8 © cespécies coniecidas, que eusiquecem v horas siceus" da aisidencia. O smao de um nobre duque, de um nobre marques, de um nobre conde, ou de um audacioso bard, Seria uma nova e preciosa distragfo para esta cidade cansada da uniformidade de seus tediosos divertimentos. Peiria, simplesmente, quo estes novos MessJohins" de capa e coros, guardassem na exposi¢l0 dos prineipios democriticas e niveladores, » medida {que se deve esperar de sua elogitncia titulada. Os novos evangelists desapontardo, ouso dizer, as esperangas que neles foram epositadas, Eles nfo se tornat¥o, em sentido proprio ou figurado, polemistas em teo- logia; ndo estardo dispostos a organizar suas conaregacses 20 ponto de poder, como nos bons velhos tempos, pregar suas doutrinas a regimentos de dragées ou a corpos de infantara e artilharia. Tas condutas, ainda que favordveis 4 causa da liberdade civil e religiosaobrigat6ria, podem no produzir, em semelhante grau, a tranquildade navi nal, Espero que nfo se veja nesta restrigbes grandes tragos de intolerdncia, nem vio lentas manifestagSes de despotismo. Eniretanto, posso dizer que nosso pregador, “utinam mugis cote sla dediser tempora sce vitie""®. Nem tudo em seu fulminant: discurso€ to inocente assim. Suas eon ee usta as especulagbes dos prmeiros que discutiam como se & monarguia tives aid ats particuarmente que qualquer outra espéce de govern, sanefo divin {f2Ehpo eum feito de governar exritamente impezeitiel se encontase sempre em ‘cdoe ne membros da sesso rea: no existe nenhum dito civil ou poten de forma abuoluto, Mas uma opingo absurd sobre o dito hereditario do re coven | nfo pode atentar contra a opinigo que é razoivel € baseada nos s6lidos Leslie le- Gap eda pita, Se todas storia aburds dos juts os elogos ete siietem os objetos 208 quis els aplicim, nfo haveri mais no mundo fem Ie teligif, Jamas uma teria absurd, apresentada jostfiative para que os adept do sistema opostoapresentem uem maximas mali. pelos adeptos de um sistema, seré uma fatos erroneos © prope DISCUSSAO DO SEGUNDO PRINCIPIO DO DR. PRICE: (0 direito de depor os governantes por indignidade fm segundo gr, a Sodiedade da Revolugf eclamao “arto de por 0 o- vernartee ear gna (micondut)" Tale, as apensSe que oss ante, veo neuen em ear um preedonte to grave guano o de “dpor por indie aioe argue expigue que a dedaagfodoato, que impliet ma abieagfo do Rel at can dbo conebidaem txmos muito esardos ede etcustne*- Maso {eft ones culo deol tans oso gnde ae i de anda que pedomines nos conths nacional, uma staf om se ladon ala oponto ¢ ufc po ta vnc, so sete de ba {farm sproetdmentoyvlnton extremes. Tal fo demons vo dnp dos sade homers cja unis fe sentr sobre a eondugfo do egils por oxi rant aeonscment, de fae a a Revlugo a sougfo das dieldades, no os prmes de novas elie ‘Mint neahum gotrne que pss substi, ada que po um insane foie poss dertublo por ago to elistic eto mal dfndo quant a epnifo que veer ame us idignidade, Or Romens gu cheiaam a RevlUt0 nf + “Consderando que o Rei aime Ils exforgou em mbverter a Contigo do reno, rsgando 0 Contato orignal enee povo #0 ti tendo, a conslho dos esuitas de autas pesoas mak feltoras,volado as lls Fundamental edetzado 0 rein, ele ebdleou a0 gorErO, © qUt, asim. o Reflexdes sobre a Revolugio em Franca 65 zeram com que a virtual abdicapio do Rei Jaime repousasse sobre algo to fraco¢ in certo, Eles 0 acusaram de nada menos que de ter tido o firme propésito, confirmado por uma série de atos de fagrante ilegalidade, de subverter a lerejae o Fstado protes- antes, hem como as indiseutiveis lise lberdadas que constituem 0 se fundamento; les 0 acusaram de ter rompido o contrato original estabelecido entre 0 tei ¢ 0 povo. Isto € bem mais que indignidade. Uma grave e ieresistivel necessidade obrigou-os a tomar a decisdo que tomaram, ¢ tomaramn-na com infinita reluténeia, como s0b a pres: so da mais vigorosa das leis. Nao foi em futuras revolugdes que depositaram sua con- fianga na protegso futura da Constituiggo. A grande idéia politica de todas a suas ce gras foi de impedir, ou tentar, qualquer futuro soberano de levar os estados do reino a0 pponto de novamente necesstarem destes violentos remédios. Deixaram a Coroa na ‘mesma situagdo em que ela sempre esteve aos olhos da lei: perfeitamente istesponsivel [A fim de deixar cinds mais levee os ancargos da Coroa, impuseram mats responsabi lidade as ministos de Estado, Plo ato do primeiro ano do reinado do Rei Guilherme (ess. 2), chamado “ato relatvo & declaragéo das lberdades e dos direitos do sido, ¢ 4 regulamentagao da sucesio & Coroa”, declarou-se que 0s minstos deveriam servi & Coroa nos termos desta declragto. Pouco depois, obtiveram as reunidesfreqiientes do Parlamento,afim de que todo 0 governo Fosse submetido &inspesio constant © 20 controle ativo dos representantes da naglo e dos grandes do rein. No grande ato consttucional sexuinte, o do 120 130 anos do reinado do Rei Guilherme, para limita ainda mais poder real e melhor garantie a ese a iberdades do stato, fo presto “que nenhuma graga, sob o grande selo de Inglaterra, poderia. se opor 2 uma acussefo contra ministios (impeachment) relizada pelos Comunsreuni- dos em Parlamento.” Nossos antepassados julgaram que aregra de governo estabelecida pela Declaragfo de Direitos, que a inspecdo constante do Parlamento, que 0 ditito prético de impeachment, valiam infinitamente mais, ndo 96 para garantir a lberdade constitucional, como também para se opor 20s vicios da administragio, do que o esta belecimento de um dieito to dificil na pritica, tg incerto nos resultados, ¢freqien temente to prejudicial em suas conseqiéncas quanto 0 de “depo os governantes”. Em seu serméo * ,o Dr, Prie condena, ¢ com muita razio, 0 costume de se dirt air ao rei mensagens concebidas em termos grosseramente adulat6rios. Ao invés de se empregar este estilo repugnante, ele propbe que se diga a Sus Majestade, por ocasifo de congratulag6es, que “o rei deve se consderar mais exatamente 0 servior que 0 so- berano de seu povo", Para um cumprimento, esta nova forma de expresso no parece ‘muito delicada, Os que so servidores, nominais ou de fato, nfo gostam que se Ihes lembre sua stuag0, seus deverese suas obrigagSes. O escravo, na antiga pera, diz a seu senhor “Haec commemoratio est quasi exprobio".® Se for um cumprimento, nao € agradivel se [6r uma lgfo, nfo deixa de ter inconvenientes. Afinal, rei consentis se em aceita esta nova forma de expressfo, om adatila nesestermos, e mesmo emt rar a denominagio de Servidor do Povo, o que & qué ele ou n6s ganar ‘amos com is to? Nao consigo nem imaginar, Vi carta cheias de arrogincis assinadas: “voss0 muito hhumildee muito obedienteseridor".O poder mais orgulhosamente despotico que jé se P22, 23,24 fe Edmund Burke viu sobre a terra revestivse de um titulo ainda mais humilde que o proposto para Os Toberance pelo Apéstolo da Liberdae. Rete nagSes foram calcados aos pés de slavery tee denominava 0 "Servidor dos Servidores” «vi-seordens que depunam sobe anos, lacradas com 0 siete do “Pescador”. ‘Bu teria considerado tudo isto apenas palavras vise frivola, insfpidos vapores com os ais alguns tentam sufocar 0 exprito de iberdade, se tas dscursos nfo 5 PX fpuesem a sustentar aie € uma parte do sistema "do drlto de depor os rls Por ne ignidade”. , neste ponto de vista,o assunto merece algumas observagoes Em certo sentido, éevidente que os els f0 seridores do povo, pois o seu poder nfo tem outro fim racional além do bem geral; mas nfo é verdade afirmar-se (ao menos {fe acordo com nossa Consttuigfo) que eles enham alguma coisa em comum com ser Viuores na acepedo ordindria que se dé a esta palavra. Com efeito, 0 essencial da situa [ao dos servidores € que eles devem obedecer as ordens que hes sfo dadas,« qus eles fpodem ser substitu A vontae. Maso Rei da GréBretanha ado obedece ning pom conterio,sf0 todas as outras pessoas que, individual au coletivamente, Ihe sfo sub- metidas e dever legalmente obedecé-lo. A lei estranha & adulagdo e go insulto, nfo ‘hama nosso servidor, como o faz este humile pastor, mas 0 nomeia “Nosso Soberano vg. de nossa parte, nds sempre aprendemos a falar apenas a linguagem ‘eno o jargfo confuso que estes senhores empregam em seus pUlpi tos babildnicos. ‘Como ndo € 0 Fel que deve 108 obedecer, mae n6s que devemos nos submetet tei representa por le, nossa Constituipfo nunca previu nada que pudese, em asl “quer que aja frau, toro responsive, como é sempre um servidor. Noa Const fuigdo no conhece nenum magistado andlogo aos Justicia de Aragfo © nenhom tribunal legelmente constitu(do, nenhum procedimento legalmente estabelecido pars ubmetet 0 re A fesponsablidade que cabe a todos os servidores. Quanto a isto, Sua Majestade nfo se diferencia dos Comuns, nem dos Lordes (que em suas diferentes av bulpses publica, néo tém nunca que prestarcontas de seus tos), ainda que ¢ Socle- dade da Revolugdo prefira sustentar, em direta oposicfo com uma das partes mais bias ¢ mais belas de nossa Constituigao, “ que wun rei nfo € nada mais que o primeira servidor pablico, crid por ele, ¢ responsivel perante ele”. Nonsos ancestris, que fizeram a Revolugdo, nfo teriam merecido sua reputago de sabedoria se ndo tivessem sabido garantr sua liberdade com algo mais consistente “que um governo frao efundado em titulo precio, eeles nfo tvessem sbido achar rathor remédio ao poder arbitrério que a confusfo civil. Além disso, que estes senho~ tes fagam conhecer quel & 0 pblico representativo perante 0 qual eles se comprazem fem afirmar que o rei € responsivel como tum servidor, entfo, serd tempo para que eu thes mostrea lei positiva que aflema que ele nfo 0 "A deposigdo de rei, sobre a qual estes senbores discorrem com tanta naturalida: de, é uma cerimOnia que s raramente pode acontecer sem o emprego da forga, Trata: $e, entdo, de um caso de guerra, e nfo mais de uma questo de Direito Constituciona ‘hs leis nfo podem se fazer escutar por entre o barulho das armas, os tribunais caer por tera com a pez que eles nfo sfo capazes de manter. A Revolugdo de 1688 se dew ot meio de uma gurrajusa,realizada no Gnico caso em que uma guerra, ¢ sobretudo ay Gulke fev Wr Reform, On FAN OO OE Rete Revi en rng 6 uma ec pd jin ee umes gu nar ou, sexes saors frie, de deor srt mp come ea emp Uma questo de Esti abicltamentextordinia,e qe ass muna pode pe ver: Sera sempre (como ais otras qurst0es Je Estado ama quan cantan TE, Gomenes capped nomytsom pone milo mab qu ons get de dete potion Como a depot nfo deve deore abu wun ode we tnben cer ees rnaes 0 taunt daqea Alt ies Thnutase qu eda eto on ques ben Gee ar bc cane ‘ar _€ vaga, obscura e dificil de ser definida. NBo € um ato isolado ou um acontecimen. {o'onico que pode determinsia. E necensio, nos gvemos, grandes abusose un grande anargula ates ie pense em debs, 6 nes ainda uo future Miscou ent no ogo qe eu, Gando scot Se ered aaa ena plat cote Gage Bis weds satel pny tenn ymca 1 ado ch dp eae ns En sempre hr cra Soa ti eoearia ce cesfntee leet Garr decors fo po pins do os ire pea sleet ov eps demic yo deme nace qe sere a prs ou Sider nga ones np em hos gu wc Terr perspec um spy ce nea eae lose cures in eae dese negascvasas DISCUSSAO DO TERCEIRO PRINCIPIO DO DR. PRICE: 0 direito de estabeleoer um governo para nds mesmos. git] A Revolugdo fot feta para conservar noses lls liberdades tradicionaseindis: os nook aloe ot noo ot do Parlamento, nos anais de nossas sessdes par. 8 ‘Edmund Burke aque todas as formas que possmos realizar no futur esto cudadoramen'® construt- Ey sobre precedentes andlogos, sobre a autoidade, sobre a experienc Nicaea mais antiga reforma 6 & da Magna Carta, O senhor poderd consatas HX, tu engsnossade Si Edward Coke,” eta uz de now juriprudénci, © 0 noes Ne vee o aegiram, ate Blackslone*, lizaram para exaeleet 8 ens¥O@8 ae ors berdaes,Ees se esfrgaram em provar que antiga carta 2 Magna Cats £0 Tee tadoestava relalonada com uma outa carta postva de Henrique [ye ave wnt © sca etm apenas uma promiulgaggo nova de leis que existiam no reno em Epos A sans distente, Com efeto, estes autores parece estar com a a2fo na maict PL Ge mais Inonagdes, Talvr eles se enganer algums vers; mat seus errs de tate, {Quando exstem, provam com mas frga justeza dagullo que afirme, Po cles de- snamam a poderosa prevengso a favor da tcadigfo, que sempre norteau 0 eSPii10 Fe nous juraconsultos, de nososlegisladores e do poro que eles dessjavam neh: de. noses jos evidenclam a politica permanente que sempre levou os Rabitantes deste fein a considerarem seus direitos e franquias mais sagrados como uma hevanfa Ne tamosa lei do terceiro ano de feinado de Carlos 1, chamada “Petgfo de Dé eitos",o Parlamento diz a0 Rei: "Vossos sits herdaram esta lberdade,” reclame Tee sl, suas frangoas nfo em vitude de principiosabstratos, como “os deo dos porate Fas come of direitos dos homens da Inglaterra, e como um patimonio le fado plot seus antepassados. Selden ® e os homens profurdamenteinsw/dcs Ay? aeigiam eta “Pigto de Direitos”conheciam as teris gras concementes sos O- veitte do Homem, a0 menos tfo bem quanto qualquer um dos oral que, ste ree, ere pupitox ou mas wibunes francesa do Dr. Price ao Abbé Siyés Mas, vr andes advndas desta tbedova pétca que se sobrepua 20 tl er Onc es preferiram este Utulo positive, autentico, heredizério, que pode 91 eat fhomem e ao cidadto, a ese dreto vago e expeculativo que exporia sua heranga Bua porvatacads eespedacada pelas querelas do primeizo insensato que se apresentas Acatrema iia politica estésubjacente a todas as les elaboradas, desde entfo, pare 2 petervago de nosis liberdades. Na fama lei do primero ano 0 einato oe Parthetne ¢ Mara, chamada “Declaragto de Diretos”, as duas Cimaras nfo dae saan alain a ospeito do “diet de estbeleget um governo pate nos mesos" wrrhor Rader observa qu, ao contro, elas tomaram todas as preeauges Fin ee rant a eligi, as leis ea iberdades qu, hd muito tempo, possufemos ¢qN® tr ham sido colocadas em perigo Tomando, dia o to, aa mais stra consideragfo s melhores meios para formar ‘um tal sistema que sua reigfo, leis eliberdades nfo corram mals 0 pergo de seem wMvertdas” elas comegam afimando que um dests melhores meios & “primelramen ve ag como tus andepasados estar acostumadosafaer em caso semelhante, Part wearer seus antigos dititos € uberdades; decarar.. ¢ aqui, eat rogam ao 16h ¢ 3 ‘hana “que sejadelaado decretado que os dietos iberdadesafrmados e declare “Ton no avo sf0, todos e cada um deles os verdadeios e indubitvels direitos e Uberda des antigos do povo deste reino.” Vide a wagna Carta de Blackstone, impress em Oxford em 1759, |] hows raudouse, x ‘ Arey na hare Reflexdes sobre a Revolugfo em Franga es eel ener eae 1 sem nenluina espécie de menydu « qualquer oucro ditelto mais get on seus mee. ‘vas franquias e suas liberdaces 5, pirito de inovaggo ¢, em geal, resultado de um carder epoistae de perspectives = as rains pecan mut gous cm Sa pes, gu ie vvarfo em nenhuma conta as ligdes de seus antepassados, Aliés, 0 povo da : ‘ur, sem excluir os meios de melhorar, Ela deixa a liberdade de ad rica (ha eal ’ We le oe Wands 6 cos vege ek We Rene nici |e cto sno lo mame ho em sso ps pio demi mon ce ir, mas pelo sentimento da analogia filossfica, Adotando este principio da heranga, denes noua conto polit a magem de um parentico plo sane ligamos 3 .ossa Constituigdo a nosso mais caros vinculos domésticos, dando a nossas leis funda- Iwas um np roo denon ade anne, unsere oe ‘gbes, para queré-los com o calor de todos os nossos sentimentos combinados, nosso E: tado, lares, timulos ¢ altares. i “ pt sofa ss snus i chamar seus seguros e poderosos instintos em socorro das frageis e faliv Je ee ee ee ca ea es feat eases oe ea eon oe Rese cose bese os unmuan ar toe ws as is cetroc coe Rw. my O87 reatnons 10 Edmund Buske out excesos,¢Lemperado por uma respeltssgravidade, Esta idéa de uma transmissfo he- | reitiria de nossasliberdades nos inspira tim sentimento de dignidade natural que nos preserva da insolncia de parvenus to ailtante e to comum naqueles que pela prime: ‘a yer adquirem qualquer tipo de dstngfo, Dest forma, nossa liberdade tomnase uma nobre independénci; ela taz consigo um aspecto imponentee majesoso; tem sua ge- realogiae ancstas ites; tem seus sustentaculosebrasfo de arma; tem sua galeria de eetratos, suas insrigBes comemoratias, seus arquios, suas provase sus titulo. Faaemos respeitar nosas insituiges civis, da mesma forma que a ntureza nos ensina 4 reverenciarmos 0s indviduos: de acordo com sua dade eiustragHo de seus antepas- sados. Nem todos os sfista de seu pais poderto produsir nada melhor para garantir ‘uma Iiberdade rezodvelegenerota que © método que nbs adotames; nds que procura- mos seguir a natureza go invés de nossaseapeculagdese que preferimos conflar &con- sero de nso dis rvlin no setinenton de nois cogs 2 ins de entregdla sueza de nosasinveng6es. (0 coer. Vor czar of ‘ eegta &suieza d (peer lockia di. falas Yolurcduares Ne A ee roma dh Pac Assembléia Nacional e a Representacao. (Os Primeiros Atos Revolucionarios 0s franceses poderiam, se tivessem querido, ter aproveitado nosso exemploe ter dado & sua liberdade recuperada uma dignidade andloga Seus privilgios, ainda que in terrompidos, nfo se tinham apagado de suas membras. E bem verdade que a Cons tituigho francesa se tnha degradado e esfacelado desde que os franceses debxaram de usutruia Entretanto, ainda possuiam as fundagées e algumas paredes de um antigo € venerdveledificio, Teriam podido reparar estas paredes e construir sobre estas anti gas fundagdes. A Consttuigdo tinha sido suspensa antes de ter sido aperfeigoada, mas 0 franceses possuiam os elementos de uma consttuigdo quase to boa quanto s© poderia desejar!. Possuiam nos seus antigos Estados esta variedade de partes cor- respondentes as diferentes clases que felizmente compunham a nagdo; tinham as combinagdes ¢ oposigdes de interesses, a ago ¢ 2 reagio que, no mundo natural e no ‘mundo politico, df0 a harmonia do conjunto das luas reefprocas de poderes disor. antes. Tais oposig6es e conflitos. que os franceses consideram uma to grande impr feiggo na sua antiga Constituigfo e na nossa, impBem, no entanto, um fteiosalutar a todas asresolugoes.preciptadas. Eles tornam a deliberagéo uma necesidade, © nd0 uma questo de escola; fzzem de toda a mudanga uma materia de compromiso; exam {emperamentos que evitam males tertiveis produzidos por reformas brutls, repentinas « absoluas, etornam impraticéveis as agGesinconsideradas do poder arbitra. Em fungdo desta diversidade de membros ¢ dle interesses, a lberdade geral teria ‘ido, na Franga, tantas garantias quantas eram as distintas perspectivas nas diferentes ‘ordens; enquanto submetendo o todo a uma verdadeira monarquia, os diferentes gru- ‘pos teriam sido impedidos de se separarem ¢ se distanciarem das posigbes que Ihes eram determinadas, 0s franceses possufam todas estas vantagens em seus antigos Estados, mas prefe- riram agir como se nunca tivessem sido moldados em uma sociedade civil, como se ppudessem tudo refazer # partir do nada. Comeraram mal porque comegaram por des n Edmund Burke prezar tudo aqulo que hes pertencia. Quiseram estabelecercomécio sem capital. Se etnias geraes de seu pais parciam sem brilho aos franceses, estes poderiam 16 tas neglgenclado para deriva suas pretensbes de antepassados anteriores, Uma pisos. vesnreed destesancestais 05 teria clevado acima do vulgartade de hoje pars far Weretir em tals antepassados 0s modelos da vrtudee da sabedori:ter-s-iam elevado po exemplo daqueles que asprariam imitar. Respeitando seus ancestas, ceria apreh ido a reapeitar a si mesmos, Nfo teriam querido considerar os franceses como ory fo de 1789. povo de ontem, como uma il napGo de infelizes eseravos até» emanciae fo teriam quetido, para permitir aos scus apologists ingleses de invocar, & expenses te sus honra, uma desculpa a muitas de suas atrocidades, passar por um bando de es ravos negro?” subitamente lives de seus grins, ea quem € preciso perdoar os srr que fazem de uma liberdade & qual nfo estfo nem habituados, nem preparados INao teria sido mais sibio, meu caro amigo, deixar crer que of franeeses fosser | 6 a Quanto a min, sempre acrditel ~ uma nagéo generosae corajsa, inflizmente ude Frinda por mito tempo por seus sentimentos elevados e cavaleirseos de fieliade, hhonra € lealdade? Que 0s acontecimentos thes tivessem sido desfavorévels, mas ave tles nfo tivestem sido reduzidos a escravidGo em decorréncia de uma situagfo servile fhumide? Que na Sua mais absoluta submisfo,fosem ainda conduzidos pelo amor do tem piblico, ¢ que era sua pétria que veneravam na pessoa de seu re Se, ap menos, tivessem deixado transparecer que enganados por esta nobre iluséo, tivessem ido mals Tonge que seus edhins ancestrais; que tivessem resolvido retomar o exerefcio de sels antigos privilgios,conservando seus antigos € novos sentimentos de honraeLealdale, ty, 20 menos, se, desconfiando de si mesmos,¢ no distinguindo mais com muita clase, a's Constituigfo mais ou menos aniguiada de seus antepassade,teriam podido olhar par seus vzinhos que, na Inglaterra, conservaram os principis ¢ os modelos do at fo eireito publico europeu, melhorando-s eadaptandos ao estado presente da soce: sade, entfo, seguindo sibios exemplos,teriam dado ao mundo novos exemplos de sabedoria, Teriam feta a causa da liberdade venerivel as olhos dos sibios ce todos os paises, e desonrado 0 despotismo aos olhos do mundo intero, mostrando que no so- rrente 9 liberdade pode se conciiar coma observincia das leis, mas ainda que, quando le # bem diseiplinada, pode ajudar a fazer respeitar ali. Teriam tido impostos prod tivos que AZo oprimiriam ninguém e que um comércio florescente teria permitido a inontar, Teriamn, assim, uma Consttuigfo live, uma monarquia poderosa, um exército Giseiplinado, um clero reformado e venerado, uma nobreza menos orgulhoss mas mais ddigns, capar de Ines ensinar a vrtude e nfo de abafé-la, uma burguesa liberal imitando testa nobreza e oferecendosthes reerutas, um povo, enfim, protegido, stisfeto,laborio: So e obediente, habituado a procurar ea apreciar a flicidade que a virtude proporcio~ mia em todas as condigbes.E esta felicidade que constitu a ‘nica verdadeiraigualdade moral entre o: homens, e nfo esta monstruosaficefo que, inspirando iias falas ¢ vie {eperangas a homens destnados a caminhar na obscuridade de uma vida laboross, Serve para agravar e para tornar mals amarga a desigualdade de fato que ela nfo pode Suprimir, ¢ que a ordem da sociedade estabelece beneficios aos que devem permancoe fem uma posigZo obscura e aos que s elevam a uma condigéo mais brilhante sem dv dd, mas fo mais feliz. A felicidad e a gloria abriam para os franceses eaminhos suaves heb Reflexdes sobre a Revolugio em Franca ¢ féceis nunca anteriormente registrados pela historia do mundo, mas eles mostraram {que a dificuldade ¢salutar a0 homer, (0 QUE A FRANCA FEZ. 0 PROVEITO QUE ELA TIROU DE SUA CONDUTA estendeu a todas as clases da sociedade, como se ela Ihes comunicasse algum prvilé Dios da igualdade na Franga. weet een mee oat flanga tirdnica, € ensinou os reis a tremerem diante daquilo que o futuro chamard de en- Os const cole em es povos uns config ima, oma mimigos de es sua bondade natural a admit a paticipasdo de insolentes e péeidos conspizadores rho poder. Apenas isto, nfo se tocando em outros pontos, é para os Franceses e para to- de zelo com que trabalhariam para sustentar 0 tron. E justo que hoje estes homens ‘temam por suas cabegas. E justo que eles tenham a sua parte na infelicidade que seu Sec eee eee ieee ae duals nin. 14 Ednvund Burke francesesresisiram a quem s es queria fazer conesses, cevoltramse contre quem tes queen protege, gam us gps ota un omen ij ro er seni aga, favores¢franguias. Ito € que nfo fos natura, tudo 0 mais que se segues em ordem, Els encontraram sa castigo no seu proprio sucesso: lls nfo cumprias e tuibunais dsttidos; a industria anigulad eo comérco se entngundo; impostosn2o pos, € no entant, o povo empabrecido;a Trea phada sem que o Estado se benef ‘ie com isto; a anaruia civ mtr trnsformada em conatituiggo do rein: todas as cos dn aman eas a oo doe pi, aa conan 2 bancarataneconale pra coroa tudo iso, o papelmoeda emitido por um poder ov, precio ttbeane, os deacrediados papi de uma fawée empobreciac de uma eapina reduzda 4 mendicincl, tals notasapresentadas como @ moeda legs que pose sstentar um imperi, ao invés dat duae grandes espécisreconhesias que sm pre representaram o crédito convencional da humanidade ¢ que desapareceram para Se esoonderem na tera de onde elas vera, quando principio da propiedde, do aul elas os criaturas eos representantes, a sistematicaente destuido, Todos exes horrores eram necesirios? Foram 0 invitivel resuitado de lute desesperada que determinadospatiotasenajaram, i que nfo puderam ating as tan- quis regis de uma liverdade prsper, sem ter de passar pelo sanguee pla desoe. dem? Ni, nada dis As runas ecentemene acumuladas na Frang, e qe nos cave sam hortot por onde quer que lancemoso olhar fo sf resultado de devestasbes pro ducidas pela guera elas so of tristes mas instrutvoststemunhos daqullo que, em tempo de paz profunds, um consaho ignorant temeriro prod. Ela «oor sultado do exerrcio de uma autoridade presingos ¢ inconsiderada porgue nada 8 pode resin nada pode fa2é-o, Os homens cujos crimes dspesaram antostetouros precisos, os que abusaram dos mals pablins (a tima reserva de onde o Estado pode ‘ica esate inal) com tanta prodigalidae e barre, encontrar, em su caminho, * pouca ou quase nenhuma oposigo. Sua caminhada sempre se pareceu mais com uma procs infant qut com a eapes de um exfteto em capt Fora peel 4os por pioneiros que demoliram abaixaram tudo a0 nivel de seus ps. Nao dreams ram uma sb gota de sew sangue ara 0 pais que arrinaram, O maior strificio que f "ra 4 seus projets foram a fies de seu sapitos,englantoaprsionavam stu, | ssassinavam seus concados, merguhando em ligrimas, no dessperoe na mista | milhares de homens e de fama vituoss. Si enteldade no foi nem mesmo ami serivelreagio do med ela foo efeto da pereta suranga em que oe achavam quan- do autoizaram teiges,roubos, apna, asasinatos, massacres ¢ Incéndis sbre to 4a a extensio do pas egotado. Mas, desde oprineiplo, causa de tudo o que aconte eu foi bem evidente ‘A ASSEMBLEIA NACIONAL: sua composicZ0 Esta live escola, ests praztirosaeeio do mal nos parecer absolutamente in- compreensvel se nfo eonsiderdsemos a composiggo da Assembla Nacional, NBO flo qui de sua consituigdo formal, que, em seu estado presente se encontrarazoavelmen- {© bem; mas de elementos que, em grande parte, «compe, fato que é dex mil vezes Reflexées sobre a Revolugdo em Franga 75 imals importante que todas as formalidades do mundo. Se conhecésemos desta Ay sembléia apenas o titulo e a fungbes, nZo poder‘amos imaginar nada mais veccsie] aie la: o espiito de um investigador, subjugado por uma imagem 139 imponcn, quanto & da sabedoria eda virtude de todo um povo reunidas em uma inica sts: hon {aria em condentla, mesmo tendo constatado sintomas bastante slarmantes,Os ang tecimentos, 20 inv de the parecerem lamentiveis, lhe pareceriam apenas mistriown, ‘Mas ndo ha nome, poder, fungéo,institvigfo artificial que poss fazerhomens, que son ‘dem um sistem de autoridade, diferentes daqulo que Deus, a natureza, a educario¢ seus hibits de vida lhe fizram. 0 povo néo pode dara estes homens outascapacifades ue aquelas que eles jé possuem. A sabedoria e a virtude podem ser objetos de wis es colhs; mas sua escolha nfo confere nenhuma nem outra iqueles sobre os quaiscle es tende suas mos constrangedoras, Nem Deus, nem a naturezaIhes deram tais patores 0 TERCEIRO ESTADO Quando soube os nomes ¢ as profiss6es dos deputados do Terceiro Estado, nada do que fizeram posteriormente me pareceu surpreendente. Sem divida, entre eles. no. {ei alguns de posiedo distinta; vi alguns que brlhavam pelo talento; mas no pul en contrar um s homem que tvesse alguma experigncia pritica dos negécias pablicos s methores eram homens 36 de teoria. Allis, quaisquer que tenham sido os homens Aistintos neste Estado, 6 a propria substincla © # massa de um corpo que consttuem seu cardter, © devem finalmente assegurar sua diregdo. Em qualquer assembieia, os «que lideram, devem também, em grau considerdvl, seguir. £ preciso que eles adaptem Suas propostas a0 gosto, ao talento, as disposigbes dos que eles pretendem conduzir: de forma que se uma Assembleia ¢ viciosa ou fracamente composta, na maior parte de Seus membros, s6 hd um supremo grau de virtude — que raramente se encontra no ‘mundo, ¢ com 0 qual, portanto, nio se deve contar — que pode impedir os homens de {talento que af estio dsseminados de se tornarem algo mais que instrumentos hibeis de absurdos projetos. Se, como acontece frequentemente, estes homens de talento, 20 invés de possuftem este raro grau de virtude, sio movidos por uma sinistra ambigao « pelo desejo de uma falsa gloria, entdo, a parte fraca da assembieia,& qual no inicio eles Ss tinham adaptado, tornase, por sua vez, a pres e instrumento de seus designios Neste trifico de politicos o lideres do obrigados a se inclinar diante da ignorincia de Sus seguidores, os seguidores tornam-s os instrumentos dos piores designios de seus lideres, Para garantir um pouco de comedimento nas proposts feitas pelos lideres de uma assembléia piblica, seria necessério que estes respeitassem, ¢talvez temessem um ouco os individuos que eles conduzem: secia necessrio que ses seguidores — para ‘io seguilos cegamente — fossem homens que, mesmo que no pudessem ter qualquer influéncia pessoal, pudessem julgar com peso ¢ autoridade reais a influéncia que se bretende exercer sobre eles. A Gnica maneira de garantie a estas assembleias uma con- duta sibia e moderada € que elas sejam corapostas por homens respeitivels pela sua posigdo, propriedade, educagdo, e todos os hibitos de vide que possibilitam uma visio ‘mais amplae liberal 16 Edmund Burke Na convocago dos Estados Gerais, a primeira coisa que me chocou foi o abando- ‘no dos antigos habitos. Constatei qua representaga0 do Terceiro Estado compreendia ‘eiscentos membros, igualando, assim, em nimero, a tepresentagdo das duas outras Or- dens reunidas. Se as ordens fossem agir separadamente, o nimero de representantes {que elas tinham respectivamente delegado, tera sido, além do problema dos gastos, de ppouca importincia. Mas quando se tornou claro que as trés Ordens se fundiriam em luma Gnica, a finalidade politica e o efeita necessério desta numerosa representagE0 do Terceiro Estado apareceram imediatamente: apenas uma pequena defecgdo nas outras dduas Ordens bastaria para colocar o poder nas mos da terceira, De fato, foi o Tere! ro Estado que bem depressa deteve todo 0 poder do Estado. Sua exats composigéo tornousse, desde entdo, de importancia infinitamente maior. Julgue, senhor, minha surpresa, quando me dei conta de que uma grande parte da Assembléia — a maiora, eeio, dos membros que efetivamente ocuparam suas ce dejras ~ era composta de homens de lei, Ndo de magistrados notéveis, ue tivessem de do a seu pais os frutos de sua ciéncia, prudéncia e integridade; também no eram br lhantes advogados, gloria de tribunais, nem professores de renome em universidade ~ nfo, eram em sua maioria, como é aids fatal em tais reunies de homens, 0: pro: fissionais inferiores, gnorantes, mecinicas, meros membros instrumentais da profis- ‘fo, Sem davida havia honrosts excegses, mas o conjunto se compunha de obscuros advogidos de provincia, de offciais de pequenas jurisdigbes locais, de procuradores do ‘campo, de tabelies e todo 0 bando de chicaneiros municipais, fomentadores e lide re da pequena guerra de insutos de vila, Assim que vi a lista, vi distintamente, e qua- se como se pastou, tudo aqullo que se seguir (0 grau de estima que se attibui a uma profissio tornasse, geralmente, a medida da estima que os homens que a exercem tém de si mesmos. Qualquer que tenha sido (6 mérito pessoal de muitos homens de lei, tomados individualmente, © em muitos ca sos este mérito eta consderével, num reino militar como a Franga, nenhum magisre do ert muito considerado, além daqueles que se achavam investidos das malt altas rmagistraturas. Alls, estes Ultimos aliavam, ftequentemente, a seus titulos pessoais ‘um alto naseimento, estando investidos de grande poder ¢ autoridade. Sem divida, feram muito respeitados, sendo mesmo considerados com cerlo temor. Mas os ma- gistrados inferiores no eram muito estimados; priticos de oficio, eram tidos em pouca conta ‘Quando a autoridade suprema é colocada em um corpo composto desta for rma, nfo & de se estranhar as consequéncias edvindas da colocagdo de tal autoridade ra mfo de homens que o respeito publica ndo habituou a respeitar a si mesmos, que ‘fo cortem o risco de perder nenhuma reputagdo, ¢ dos quals ndo se pode, por conse guinte, esperar nem moderagdo, nem discrigg0 no exercicio de um poder que eles, mals que ninguém, devem se aurpreender de achar em suas mfos. Quem poderia se iludir que tais homens, arancados como por encanto das mais humildes posigBes da hierarquia, nfo seriam inebriadas por uma grandeza a qual nfo estavam preparados? (Quem poderia supor que estes homens geralmente iasinuantes, empreendedores, su- tis, ativos, de disposigdes litgiosas e espiitos inquietos, voltariam facilmente, uma vex findo seu mandato, a seus trabalhos obscuros, a ocupagBes laboriosas e sem bri- Reflextes sobre a Revolugio em Franca n Iho e lides improdutivas? Quem poderia duvidar que, qualquer que fosse o prego para o Estado, do qual eles nfo entendiam nada, eles perseguiriam a satisfagdo de Sus interesses.particulares que conheciam muito bem? Nada disto era duvidoso, era necessério © inevitével, decorria da natureza das coisas. Eles deveriam atalien te apoiar (se seu talento nfo Ihes permitia apresentar) todos os projetos visando 2 instaurar na Franga uma constiuipéo processiva, pois isto thes permiticia realizar rnegociatas lucrativas que acompanham sempre as revolugbes no Estado, ¢ sobretudo as grandes e violenta transferEncias de propriedade. Podia-se esperar que eles se pre ‘ocupassem com a estabilidade da propriedade, quando cles viviam somente daquilo aque a torna duvidosa, ambigua e preciria? Nao, apenas suas perspectivas paderiam se largar pela sua elevagGo, mas suas disposig6es, seus hibitos, a maneiss de realizar seus abjetivos, deveriam necessariamente permanecer as mesmas de antes Que se, se poderia dizer, mas havia, sem divida, para moderar e conter estes homens, outtos grupos compostos de espiritos mais assentados e de ineligencias mais abrangentes. Coma poderiam eles se deixar arastar pela majestade de um punhado de saltimbancos de vila, alguns dos quais, dizse, ndo sabem ler e escrever? Ou entdo inclinar-se-iam a estes negociantes um pouco mais numerosos, € que, ainda que ins trufdos e hontados, nfo conhecem nada além de seu escrit6rio? Nao, uns e outros, rsticos ¢ negociantes,estavam mais predisposios a serem envolvidos e dominos pe Tas inrigas dos homens de lei, que para conteabalangar sua influéncis: com uma des- proporefo to perigos, estes Ultimos deveriam necessariamente governar tudo. 'Na Faculdade de Dieito se encontrava em proporgi0 considerivel a Faculdade {de Medicina. Nenhuma das duas tinha na Franga o grau de estima que seria justo te tem, Seus doutores tinham adquirido habitos de homens pouco acostumados a sent: rmentos de dignidade. Mas mesmo que tivessem gozado a estima que sua profisio re cebe na Inglaterra, ndo seria menos verdadeito o fato de que a cabeceira de doentes ro sfo acedemias proprias a formar homens de estado legisladores. Havia ainda homens de negécis e especuladores desejosos de trocar, a qualquer prego, seu papel ideal pelas mais sélidas propriedades Enfim, uniam-e a estes diferentes grupos homens vindos de todos os lados, dos {quais nfo se poderia esperar mais inteligéncia ou mais cuidado nos interesses de um grande Estado, nem consideragdes pela estabilidade de nenhuma instituiglo ~ homens feitos para serem instrumentos e nfo para exercer um controle. Tal era, na Assembléia Nacional, a composigdo geral do Terceiro Estado; no qual se encontrava apenas uma infima representacio daquilo que chamamos o interesse fundirio do pats. Sabemos que a Cimara dos Comuns inglesa, sem fechar suas portas a nenhum miérito donde quer que ele venha, contém, pela operagdo segura de causus apropriadas, tudo © que o pais pode apresentar de iustee pela posigio, nascimento, riqueza here ditéria ou recentemente adquitida, talento e cultura, disting6es politica, civis € mil tares. Mas, supondo-se que a Cimara dos Comuns viesse a ser composta como o Ter ceiro Estado na Franga, suportarfamos com paciéncia este império da chicana, ou po cada coisa da Consttugao © do Governo de seu pas, sj a lareja, seja 0 Estado, como ilegitimo e usurpador, ov, a selon das hipsteses, como vf zombara eles admirem o estrangeiro com um entusias- to ardente apaixonado. Enquanto sfo possuidos por esas noges, 6 intl tentar falarthes de seus ancestris, das leis Fundamentais de seu pas, das formas fxas de uma 88 Edmund Burke Consttuigfo, cujos métitos foram confirmados pelo slido testemunho da longa expe- riéncia e por crescentes forsa popular e prosperidade nacional, Desprezam a experién cia, como se fosse sabedoria de iletrados; quanto ao resto, estf0 a explorar uma mina ‘que explodisa de uma s6 vez com todos os exemplos da antighidade, todos os prece- dlentes, todas as caras todos os atos parlamentares. Eles tém “os direitos do homer’ ‘Contra esses nfo ha remédio; acordo algum se thes prevaleceré; qualquer restrigd0 «0 seu mandato serh proveniente da fraude e da injutiga. Os direitos do homem ndo per- rmitem que Governo algum invoque contra eles a duragfo de seu império, ou a justia 4 indulgéncia de sua adminstragfo. As objeg6es desses especuladores aos Governos ‘ej formas go se enquadram as suas teorias valem tanto contra uma autoridade anti ‘3 € benfazeja quanto contra a mais violent tirania ov a mas recente usurpaglo, Esto Sempre questionando os Governos, nfo quanto a questdo de abuso, mas sim quanto a ‘questdes de competéncia ¢ de titulo, Nada tenho a dizer contra a grossera sutileza de ‘sua metafisi politica, Deixe-os divertiremse em suas escola "Ma se jactet in aula ‘Aeolus, et elauso ventorum carcere regnet,"** Nao os deixe, porém, arrombar sua prisfo ps to do Levante, para devastar a terra com seu fura sid se precipitar, com a flria do ven- ‘ revoltar 0 mar que os submer- ‘SOBRE OS VERDADEIROS DIREITOS DO HOMEM Longe estou de negar em teoria a existéncia dos verdadeiros direitos do homer, da mesma forma que meu coragio estédistante de recusé-a na prtica (se, no caso, me Fosse facultado o poder de dar ou negat). Ao reprovar suas falas pretensbes a0 direito, ‘go tenciono prejudicar os direitos reas, justamente aqueles que eles destruiram com pletamente tendo om vista os seus pretensos direitos. Se a soviedade civil foi criada para o beneficio do homem, todas a8 vantagens para 2 qual ela foi criada tornam-se di- feitos, Tratese de uma instituigdo beneficente; ¢ a propria lei a beneficéneia regula- ‘mentada, Os homens tém o dieito a justiga de seus irmos, ocupem estas fungSes po- Liticas ov ordinérias. Tém o diteito aos frutos de sua indistra: e aos meios de tornar sua indistria frutifere, Tém o direto as aquisigdes de seus pais; & nutrigGo e a0 progres- so de seus filhos; a instrugfo em vida, ¢ ao consolo na hora da morte. Tudo o que cada hhomem individualmente pode fazer, sem lesar os outros, ele tem o direto de realizar; e-ele tem também direito a uma justa porgio de tudo 0 que a sociedade, mediante as combinapbes de sua aptido e de sua forea, pode fazer em seu favor [Nessa associagfo, {todos os homens tém direitos iguais, mas no as mesmas coisas]Aquele que subserever cinco shillings em uma sociedade tem direito 4 renda dos cinco shillings, da mesma forma que aquele que empregat quinhentas libra esterlinas tem direita praporcional & 4quantia aplicada, Contudo, ele ndo tem dirito ao dividendo igual do produto do cap {al conjunto; eno que concerne & participaso no poder, autoridade e diregfo que cada individuo deve ter nos assuntos do Estado, nego-he a faculdade de estar entre os direi- {os originals diretos do homem na sociedade ~ pois me ocupo do homem social e de nnenhum outro. Trata-se de algo a ser regulamentado pela convengio, Reflexdes sabre a Revolugdo em Franga 89 Se asocedade civ é 0 produto da convengfo, ess convengfo deve ser sua Ie deve tet a capaidade de limiare de modifica todas as Consult por ea forma das, Todas ar expécies de poder legiatv, judicirio e executo so sas erature. No tm existinca em outo eto de coisas; «como pode o homem evindiea, em rome das convengbes da socedade ci, deitos ein enstnca questionive Dire. tos qu sf absolvtamenteincompatives com a propria sociedad civ” [Uma ds pri mera rzdes de ser da sociedae cv equ se tornou uma de suas regra principal, ¢ 2c que nenhum homem pode ser jul de sua propia casi] Por i, cada um dos membros da socedaderenunciou 0 primezo dieito fundamental do indviduo iol do isto 6, ode jugar por si mesmo ede defender eva prpra causa, Abdicou do dk reto de governarae as propri,/Abandonoy,inlusive em grande medida, 0 ditto auodefeia, a primeira let a natureza, O homem nfo pode gozar ao mesmo tempo dos ts da socledade cv e dos que terns vives ioladol A fim de obter justgn de siste do disito de determinar quas de sus pontos se Ihe configuam os mas eser- this/A fim de segura alguna Wberdade, entregea intra em confianga&soiedate ‘© Govemo ndo ft criado em vrtude dos direitos naturas, que podem existre em verdade existem independentemente dele; e ue com bem clareza e em gra infin tamente superior de perfeigdo abstrata — perfeigio esta que precisamente se torna seu defeito prtico. Tendo-se direto 2 tudo, querse tudo 0 Governo & uma invengio da sabedoria humana para atender as necessiades humanai.\Os homens tém o diteto a que essasnecessdadesIhes seam stisfeltas por meio daquelasabedori.Contase, en tie elas, 1s sociedad ei, a necesidade de que se exergasuicente constrangimento sobre as pabbes/A sociedade exige nfo apenas que as paixdes dos individuos seam do. rinadas, mas tamibém que, mesmo na mass eno conjunto bem tomo nos individuos, as inclinagdes dos homens sjam frequentemente conratadas, sua vontade contolada, « suak puxdes reprimidas! Iso apenas pode ser obtido através de um poder indepen dente dos individuos;e, no exercicio de suas Fungdes, nfo sujeitos & vontade eas pa- x0e5, as quais, pelo contrério, eles tém o dever de restringir esubjugar. Nese setido, 0s direitos dos homens compreendem tanto suas liberdades quanto as restigdes que Ines sfo impostas/Contudo, como as liberdades e as restrigdesvariam conforme os tempos eas circunstincas admitem ifiitas modificagdes elas nfo podem st fixe das mediante o estabelecimento de algum prinefpi abstrato; e torna-se absolutamente leviano discuti-las tendo por base tal principio." ‘pats do momento om qu str algo ds plenos dito do homem de go veenars as prpri se admite una lito artifll e postva sobre esesdritos, toda 4 oranizagfo goveramentl e tora uma questo de convenincia/E iso que faz da Constituipo de um Estado eda devia distbuigo de seus poderes uma atta das mais delicadas compenas. Reger um profundo conhecimento da nature e das necesades humana, bem como das coisas que podem actar ou obs a conse cupfo dos varios objetvos a serem peseuidos através do mecanismo das insituigdes civis|0 Exado deve posuere para sa fora ereméos pra sos males, De-que Adlai dsctr 0 diet abstato do homem dalmentagfo ou 208 medicametos A Questo colocese em encontrar o moda pelo qua se deve forneca ov mint, 9 Edmund Burke Nessa deliberaglo, aconselharei sempre a que busquem a ajuda de um agricultor ou de ‘um médico,e ndo a de um professor de metafisca. DE COMO A CIENCIA‘DA FILOSOFIA £ EXPERIMENTAL E EXIGE MAIS EXPERIENCIA DO QUE AQUELA QUE 0 HOMEM PODE ADQUIRIR EM VIDA. AA citncia de construir 0 bemestar da nagfo, ou de renoviclo, ou de reforms ‘ndo se aprende como qualquer outra cigncia experimental, a priori. Nem tampouco luma curta experiéneis poderdinstruirnos sobre essa cigncia pritica; porque os efeitos ‘reais das causas morais nem sempre sfo imediatos, Acontece frequentemente que algo, {que 2 principio nos parece prejudicial, produz, a longo prazo, excelentet resultados; ¢ sua exceléncia pode resultat precisamente dos maus efeitos acasionados no inicio. A reciproca também & verdadeira: esquemas plausiveis, com comecos satisfatoros, che- gam, muitas vezes, a resultados vergonhosos ¢ lamentaveis. Hé usvalmente, nos Esta dos, causas obscuras ¢ quaselatentes, coisas que @ principio pareoem de pouca impor. Lancia ou momenténeas, das quais dependem, entretanto, uma parte muito grande de sua prosperidade ou adversdade, Sendo, portanto, a cléncia do governo, to prética em si mesma e dirgida para a solugfo de questGesigualmente prticas, uma ciéncia que re quer experiéneia, — ainda mais experiéncia do que aquela que um indiiduo pode aadquirir durante a vida, nfo importa sua sagacidade ou capacidade de observacio,~ & ‘com infinta precaugdo que se deve aventurar a derrubar um edificio que vem, hd sé- culos, tespondendo toleravelmente bem aoe propésitos da sociedade, ou o construt-lo hovamente sem ter vista modelos e moldes cua utilidade tenha sido comprovade, 4 DE COMO 0S DIREITOS DOS HOMENS SAO INCOMPATIVEIS COM A IDEIA DE SOCIEDADE. Esses direitos metafisicos, ao penetrarem na vida prética como raios de luz atra vessando um meio denso, sfo desviados, peas leis da natureza, de sua linha reta, Sem vida, na imensa © complicada massa de paix6es ¢ preacupagées humanas os direitos Primitives do homens experimentam tal varledade de refragbese reflexos, que se torna absurdo discuti-los tomo se continuassem na simplicdade de sua dires4o original. A natureza do homem € complicada; os objetivos da Sociedade sfo da maior complexida- de possive; logo, quaisquer disposi e diregfo simples de poder niio podem adequar: se nem & natureza do homem, nem & qualidade dos negocios que tata. Quando perce: bo a simplicidade das invengBes que criam, para o orgulho de seus idealizadores, novas constituig6es politicas, nfo consigo decidir-me quanto a considerar seus autores gros. seiramente ignorantes do negécio ou totalmente neglgentes em seu dever, Os governos simples encontramse fundamentalmente defeituosos Se se tivesse de contempla so ledade por um Gnieo ponto de vista, todas essas formas simples de constituigdo de um Estado pareceriam infinitamente cativantes, De fato, cada uma dels responderia& sua finalidade espectfica de uma maneira'bem mais perfeita do que um sistema mais com- plicado seria capaz de atender a seus propésitos complexos. E preferivel, todavia, pro- ver imperfeita e anormalmente ao conjunto do que regulamentar algumas partes com a Reflexdes sobre a Revolugdo em Franga ° completa exatidgo ¢ totalmente neglgenciar outras ou comprometélas talvex grave ‘mente pelo excesso de cuidado concedido a uma questi privlegiada, Os direitos que esses tedricos da Consttuiggo pretendem obter sto todos absol- tos: em que pese sua verdade metafisica, séo morale politicamentefalsos.Os direitos do homem encontramse em uma espécie de meio-caminko, impossivel de ser definido, ‘mas que se pode, contudo, discernir. Os direitos dos homens nos diferentes governoy ‘compreendem suas vantagens, as quais sf0 contrabalancadas pelo equilfbrio entie 2s diversas formas de bem, algumas vezes entre ¢ bem e o male, vezes ainda, entre 0 mal €.0 mal. A razfo politica € computadora: ela moral, ¢ nao metafisica ou matemat ‘mente, soma, subtrai, multiplcae divide as verdadeiras quantidades moras, Os tebricos de que falo confundem quase sempre sofisticadamente 0 diteito do ovo com seu poder. Sempre que motivado a agir, o corpo de uma comunidade nso ‘encontraresisténcia eftiva alguma; mas até que seu poder e seu diteto se igualem, x ‘comunidade ndo possui direitos incompativeis com as virtudes, a primeira das quals € a pprudéncia. Os homens nfo ttm direito a0 irracional, ou a0 que nio os beneficia, muito tembora um escritor jocoso tenhe dito: Liceat peri poetis. Quando ougo contar que lum poeta atirou-se a sangue frio dentro das chamas de um vuleSo, Ardentem frigidus Aetna insluit,™ considero tal gracejo mais como uma licenga postica injustficavel do que como uma das franquias do Parnaso. No importa fosse ele um poets, um pa {re ou um politico que escolhesse exercer tal dieito: pensamentos mais sébios, porque ‘mais caridosos, levarme-iam antes a tentarsalvéln da que a conservar sus sendalies de bronze como monumento & sua loueur, DO PERIGO DE SE MANTER NO ESPIRITO IDELAS REVOLUCIONARIAS Ao diseursar sobre o aniversirio da Revolugfo (se & que os homens ndo se enver- gonham de seu curso atual) esse tipo de sermio ao qual me refiroindimerasvezes nestas reflexdes trai muitos de seus prineipiose priva os homens dos beneficios da Revolusio ue comemoram. Confesso.he, senhor, nunca gostei desse modo continuado de falar em oposigdo e revolugfo, nem da prtica de fazer do remédio extremo da Consttuigao ‘eu pio dliri Tal pritica confere& sociedade hébitos perigosamenite enfermos:é como tomar doses periddicas de mercirio sublimado, ou engolircontinuamente esséncia de cantéridas a fim de estimular nosso amor &liberdade.*” A intemperanga no uso de remédios, uma vez tornada habitual, celaxa esgota, pelo uso vulgare prostituido, a fonte do espirito de lberdade que deveria ser exercida apenas nas grandes ocasioes, Foi durante a époce da mais paciente serviddo romana {que of temas de traniefdio se tornaram os exercicios ordinérios dos escolares cur perimit saevos classs numerosa tyrannos.** No estado natural das coisas, essa intempe ranga produz, num pafs como 0 nosso, 0s piores efeitos, mesmo que sea pela causa da- quelaliberdade que ¢ abusada pela lioenciosidade das especulagBes extravagantes. Qua s todos os republicanos bem-educados de minha época tornaram-se, em pouco tempo, 1s mais decididos e safados cidadaos e deixaram a oposi¢fo mondtona, moderada, po- ém prética para aqueles dentre nds que, no orgulho e na intoxicagio de suas teorias, anteriormente eles desprezavam e nfo consideravam muito melhores do que meros Tories. A hipocrisi, sem divida deleta-se nas mais sublimes especulagdes; pois, sem om Edmund Burke ter intengdes de transformar a teoria em pratica, nfo Ihe custa torné-las magnificentes. ‘Mas, mesmo nos casos em que se suspeita nessas especulagdes bombisticas mais levian dade que fraude, obtém-se os mesmos resultados finals, Esses professores, nfo tendo como aplicar seus principios extremos a casos que carecem apenas de uma apasico qualificada, ou pode-se dizer, civil e legal, nfo Ihes opdem oposicfo alguma, Trata-se, com eles, de uma guerra ou de uma revolugdo, ou entdo de nada. Ao encontrar seus fesquemas politicos nfo adaptiveis a0 estado do mundo em que vivem, chegam, com Frequéncia, a considera levianamente todos os principios pablicos; esto prontos @ sacrificar por um interesse deveras vulgar 0 que julgam ser de um valor trivial. Exstemn, contudo, alguns de natureza mais constante e perseverante; mas estes fo politicos am biciosos fora do Parlamento, pouco dispostos @ abandonar Seus projets favoritos. Tém constantemente em vista alguma mudanca na Igreja ou no Estado, ou em ambos. Nesse seuitido, sJo sempre mus eidaddos e péssimas conexces, em que ndo se pode absolu tamente confiar, Pois, dando um valor infinito aos ses designios- considerendo com- pletamente insignificante a composiggo real de um Estado, eles lhe s40, na melhor das hnipoteses, indferentes. Incapazes de ver mérito na boa administragio dos assuntos po blicos, ou falta na viciosa,regozijam-e antes com a dltima, por aché-la mais propicia 8 revolugdo. Inaptos a perceber mérito ou demérito em qualquer homem, em qualquer agdo, ou em qualquer principio politica que nfo estejam relacionados com a consecu 0 ov com o adiantamento de seu desejo de mudanca,sistentam, num dia, os priv {ios mais violentos e abusivos e, no seguint, as mais insensatas iéias democraticas de liberdade, passando de um exteemo a0 outro sem a menor consideragdo a causa, pes s0as ou partidos ‘A Franca esta passando agora pela crise da revolugdo ¢ pela mudanca da forma {de governo — 0 Senhor no pode, portanto, ver 0 caréter dos homens exat mente da forma que o vemos neste pais. Aqui é miitante; af triunfante; e 0 se Inhor bem sabe como ele pode agir quendo sua forca corresponde a seus deseos, No pretendo limitar estas observagbes a qualquer categoria de homens em par ticular ~ Nao! Longe disso, Recuso-me tanto @ cometer esse injustiga quanto a pri- ‘var com aqueles que professam principios extremoans; as quai, sh «nome de rei ido, nada ensinam além de politics insensata e perigosa.O pior dessesdiscursos revo luciondrios € que eles endurecem e insensibilizam os coragSes, de mado a preparé-los para os golpes desesperados que sG0 usados apenas nas ocasies extremas. Mas, como {ais oportunidades podem nunca ocorrer, a mente recebe uma nédoa gratuita; ¢ os Sentimentos morais nfo se abalam quando a depravagéo nfo serve a proposto polit co algum. Essa espécie de gente estd ido enlevada por suas teorias sobre os direitos do homem, que se esqueceu completamente de sua natureza. Sem abrir um novo cami ‘ho & compreenso, conseguiram bloquear todas aqueles que conduzem a0 coracfo. Perverteram em ai mesmos, ¢ naqueles que os sequen, Loos os sentiments nobres do coragao, ENTUSIAMO DO DOUTOR PRICE DIANTE DOS ATENTADOS DE 5 e 6 DE OUTUBRO DE 1789 Esse famoso sermao de “Old Jewry” exalta tal espiito em toda a sua parte po Reflexdes sobre a Revolugio em Frans 9 ica Para algumas pessoas, comps, massacres ¢assssinatos tomame um prego pe ‘queno para a consecugio de uma revolugf. ParecenIhes insipias evulgtes uma te forma barat ¢ sem sangue e uma liberdade sem culpa, Tormamse necesiios uma arande mudanga de cena, um magnificente efit tetral © um grande eapotéculo que excite a imaginagfo,entorpcida pelo go20 preguigso de sessenta anos de seguranga ¢ pelo repouso desstimulante da prosperidade pdblica, Noso Pregador encontfous Io dos na Revolugfo Francesa. E tomado por um calor juvenil. Seu entuiasmo agit pouco a povco e fulgura quando chegs& perorago. Entfo,considerando do alto de {eu pilpito, como uma paisagem da tera premetida vista do de cima, o gloroso esta. do da Prana, live, vituoso, fel, florscente, ele ierompe, extasado: “Que periodofecundo¢ este! Como sou grato po ter vivid até agora; quas po deta dizer: "Senhor,detai partir agora em paz ese 0S servidor, pois meus othosv- ram a nose Sabapdo! ~ Vivi para ver x djsiy do conlecinent tna usupestgao fo eto! Vivi para ver os diettos do homem melhor compreendidos que munca, ¢ as agdes retratando uma liberdade da qual pareciam ter perdido até a ieia! Vivi para ver int milhdes de pessoas, indignadase resolutas, rejeltando a esravidao e dean dando 2 lberdade numa vou uresistivl! Vi su Rei conduaido em einfo, ¢ as mo- area aritriiorendendo-sea seus sttos!"* Antes de prosseguir, cabe embrar que » Doutor Price me parece supervalorizar as grandes aquisiges de Iuz que tem obtido ¢ dfundido em noss época. Creio que 0 século passado nfo foi menos iluminado que o atual. Apresentou, embora em diferen te lugr, um triunfo to memordvel quanto 0 do Doutor Pree; ¢ alguns dos grandes coradores daquele periodo comparitharamno tio ardorosamente como esses caval {0s compartlham hoje triunfo da Franga, Noulgamento do Reverendo Hugh Peters por alta traigdo consta 0 depoimento de que quando Rei Carlos foi trazido a Londres pare ser julgado, o péstolo da Liberdade de ento conduri otciunfo. “Eu vi", disse 4 testemunhe, "Sua Majestade numa carruagem de ses cavalos e Peters gslopando triunfante antes do Rei." O Doutor Price, quando fala como se tvese feito uma des coberta, segue apenas um precedente; pos, logo no comego do ulgamento do Rei, se precursr, © pripria Detar Peters, dse, ao concluir uma longa prece na capela eal de Whitehall (higer que hava tiufantemeate escolhido):*Tenho cogado © pregado hi vinte anos; e agora posso dizer como o velho Sinfo: Senor, deixat partir em pa ‘este vosso servo, pois meus olhos viram a vossa Salvagdo!"*° Peters nao colheu os Tratos de sua pree: nfo partiytfo cedo como queria, nem em paz. Tomousse(e es pero que o mesmo nfo acontega aos seus imitadores que podem ainde estar neste pais) uma vitima do préprio triunfo que liderou como Pontfie, Taer a Restaura ‘go tenha tratado mal demais esse pobre homem, Deverios 4 sua memoria ¢ a de feus sentimentos declarar que tinh tanta dluminagfo e tanto elo, ¢ havia minado * ntro desis reverendésimos cavlhers", que testemunhow alguns dos espstéeulesexibidos recantemente em Par, expressouse de seguinte fora: "Um Rei detxando-e leur doclmente em ‘runfo por seus dior torino € um desses scontecimentos de magnitude que raramente ocor ‘em no ambito dos attuntos hurmanos. Hel de recordélo durante o resto de minha vida com admin {ioe teconhecimento!” Ens cavlherosconcordam maraihosamente em sentient oa Edmund Burke Ao efetivamente toda a sipersticdo todo 0 erro capazes de levar 0 rand assunto 20 ‘qual se dedicava ao malogro, quanto qualquer pessoa de hoje que o siga © que repita como ele que se deve aribuie exclusivamente & nossa época 0 conhecimento dos Dire 10s do homem bem como todas as consequéncias gloria deste conhecimento Depo desse discutso do pregador de Old Jewry, que se diferencia apenss em lugar @ tempo, mas que concorda perfeitamente com 0 esptito © @ carta do &xta se de 1648, 05 fabricantes de governs, © bando herdieo dos que depsem monatc ‘os eleitowes de soberanos, os dees tiunfantes de um rei, em uma palavra,a Sociedade a Revolugfo, com o orgulho proveniente da difuséo do conhecimento e da cons ciencia de que cada um de sous membros dele obteve um donativo Uf grande, apes- sou-e a propagar generosamente a ciéncia que gratuitamente recebeu. Para tal, trans portase do templo de Old Jewry para s Taverna de Londres, onde 0 nosso Doutor Price, em quem 3¢ fumagas dos ordculos ainda nfo 2 disiparam totalmente, presen- tou e fez volar a resolupfo ou mensagem de congratulages, tansmitida por Lorde Stanhope & Assembltia Nacional da Franga. ess forma, vejo um pregedor do Evangelho profanando © hino sublime e pro fetico que marca 2 primeira apresentagdo de Nosso Senhor no templo, comumente denominado "nunc dimitts", ¢ aplicando-0, com um arrebatamento desumano € in tural, 20 espeticulo mais horrve,atroze afte que foi alguma vez exibido 8 pieda de ou 8 indignagdo humanas. Ess “condutatriunfanie, na melhor das hipOtsesigno- miniosa¢ impia, que langa nosso pregador a transports profanatoios, deve chocar, ‘io et, © gosto moral dos esptitos bem nascidos. Mutosingess loram espectadores estupefats ¢ indgnantes deste triunfo. Foi (a menos que tenhamos sido estranhamen- te iludidos) um espetéculo mas semelhante ume procssfo de selvagens americanos, penetrando em Onondaga, apés alguns assassnatos denominados vitris, ¢ cond indo para dentro de suas cabanas omamentadas de esalpos, seus ativos, subjugads pe- los escdmios pancadas de mulheres to ferozes quanto eles mesmos, do que & pompa {riunfal de uma nagéo civilizada e guerreira; ~ como se uma naggo civilizada, ov qual- ver Home dotado de alguns geneoiade, fos apt de inf sabe 0 desidos No esténisio, meu caro senor, o triunfo da Franga, Precso erer que, como ‘uma nagio, itundou-os antes vergona e horror. Precis cre que a Assembleia Nacio nal se encontra em um estado da maior humilhagS0, por nao ser capaz de punir os autores do triunfo, ou pelo menos aquees que dele partciparam, e que ela eslé numa situagfo em que qualquer inquérito sobre o assunto deve see feito com uma aparéncia de liberdade © de imparcistidade, A apolopia da Assembléia Nacional resulta de sua propria situagfo; todavia, quando nds aprovamos o que fo obrigada a suportr,pariu de nés a escolha comomplda de um espirito degenerado. DE COMO A ASSEMBLEIA DELIBERA Compelida a aparentar a deliberar a Assembléia vota sob o dominio de uma necessidade, Sentase, pode-se dizer, no centro de uma repiblica estrangeira Reside numa cidade cuja constituigéo ndo emanou de uma carta real,nem de um poder aster Reflexes sobre a Revolugéo er Franga 95 legisativo, Cercase de um exército que nfo foi recrutad pela autoridade da Coron, rem a comando da prépria Assembles; e que, s esta ordenasse fost disolvido, ele dissolve instantaneamente, Senta, apés um bandode asassinoshave feito desapa recer algumas centenas de seus membros™, enquanto aqueles que defendem os mesmos Principios modertdos, com ms pcinciae esperanga, continuam cada vez mais ex posts ainsltosultrajants ea ameagas de morte, All uma maioria 8s vezes ral, 8 ve- Zes presumia,prisioneira em si mesma, constrange um ei gualmentecatvo a prom fat, em tercpia milo, os poluidos despropbsitoselaborados na licencosidade e embria _guer. das casas de café. E notorio que todas as medidas nela adotadas foram decididas antes do debate, Sem david, sob aameaga da baioneta, da lanternae da focha em suas, casas, seus membros sfo obrigados a apoisr todas as medidas preciptadasedesespers das proposas pelos clubes onde se misturam, ema monstruoso cas, todas a condi, toda a lings, tds as nage, Ness clubes encontram-e pezoes om cuj compa ago Catilina seria considerado escrupuloso e Cethegus® um homem dotado de so- briedade e moderacSo. So neles que as medidas publeastomam sua forma monstruo sa, apbs terem sido debatiase distorcidas nas academia, semindsos preparatérios a teas cubes e que sevéem em todos os lugares piblicos. Nesasreunibes de todaaespé- cle, a audécla, a violencia e a pefidia so tomadas como medida de genialidade. A hu- ‘manidade ¢ a compaixdo so ridicularizadas como frutos de superstgSo e de ignorén Gla. A brandura para com of individuos & considerada trigfo a0 powo. A liberdade Sempre deve ser estimada perfeita, da mesma forma que « propriedade insegura. En Quanto se perpetram ou meditam asasinatos, massacres e confiscos, os panos para & boa ordem da sociedade futura esto sendo claborados. Abragando as carcagas dos ‘mais baitoscriminosos e promovendo seus pazentesna mesma proporeo em que as bfenss sfo cometidas, centenas de pessoas virtuosas sentem-eimplidas no mesma dl regfo, ao serem forgadas a subsist através da mendicancia eda pihagem. ‘A Assemblei, orgfo deses cubes, atua diante dels a farsa da dliberagio com tao pouca decencia quanto lierdade, Seus membros agem como comediants de Feira perante uma platéia amotinad, apresenta-e entre o: gritos tumultuados de uma mul {idto de homens ferozes e mulheres perdidas que, conforme suas fantasiasinsolentes, ‘0s dirigem, controlam, aplaudem ou explodem® ; e, as vezes, sentam-se a seu lado, do- rminando-os com uma mistura de petulincia servile de avtoridade presungosa ar fogante, Como a Asembieia inverteu a ordem das coisas, os espectadres tomam os lu aes dos deputados, Esa Assembla, que derrba reise einos, nfo tem nem mesmo 8 fisionomia ou o grave aspecto de um corpo legislativo ~ nec color imperi, nec frons ‘erat ulla senatus®. Foithe concedido o poder, semelhante ao prineipio do mal, de sub- verte e destrui, mas fotthe negad a faculdade de construi alg dierent das miqui ras que fabricar malores subvrsbesedestrugbes ‘A ATITUDE DA ASSEMBLEIA DEPOIS DAS JORNADAS DE OUTUBRO. Quem é que, admirando ¢ amando as assembléias nacionais representativas, nfo se volta com horror e desgosto contra tal perversG0 profana, burlesca © abomindvel desta instituipfo sagrada? Os membros de sua Assembleia devem gemer sob a tirania,

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