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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

Curso de Fisioterapia

ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE EXERCÍCIOS PARA


O PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL

Bragança Paulista
2010
GLEICE MOREIRA DE SOUZA – RA 001200700911
TAIS EMILIA MOSCA – RA 001200701395

ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE EXERCÍCIOS PARA


O PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL

Monografia apresentada ao Curso de


Fisioterapia da Universidade São
Francisco, como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia.

Orientadora: Andrea de Vasconcelos


Gonçalves
Co-orientadora: Nathalia Andreatti Aiello

Bragança Paulista
2010
GLEICE MOREIRA DE SOUZA
TAIS EMILIA MOSCA

ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE EXERCÍCIOS PARA


O PERÍODO GRAVÍDICO-PUERPERAL

Banca Examinadora:

____________________________________________
Professora Ms. Andrea de Vasconcelos Gonçalves
Universidade São Francisco

____________________________________________
Professora Nathalia Andreatti Aiello
Universidade São Francisco

____________________________________________
Professora Dra. Rosimeire Simpini Padula
Universidade São Francisco
Aos meus pais, Divina Moreira de Souza e Valdecy Raimundo de Souza que
com muito esforço me proporcionaram dignidade, educação e base familiar para
realizar meu sonho de formação, com muita luta me deram todo o apoio para que hoje
estivesse aqui.

Á minha avó Luzia de Moraes que faleceu neste ano. Uma mulher admirável e
batalhadora que não desistiu em nenhum momento da vida e que sempre será um
exemplo para mim.

Gleice Moreira de Souza


Dedico esse trabalho aos meus pais, Ana Emília e Valter, que são os
responsáveis pela minha educação, dignidade e respeito. Por me darem a
oportunidade de iniciar um grande sonho, me incentivando e apoiando em todos os
momentos.

Dedico ao meu avô, Waldemar Mosca, pela força e esperança diante de um


momento tão crítico e difícil, me fazendo perceber que nada é tão difícil que não possa
ser superado. É meu exemplo de força, amor e superação.

Taís Emília Mosca


AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que concedeu o dom da vida e guiou meus caminhos na


direção certa, que colocou em minha vida pessoas maravilhosas sem as quais não
teria conseguido estar aqui.

Aos meus pais que sempre me apoiaram e me deram forças para vencer. Que
foram minha base de tudo na vida e exemplos para minha formação e caráter. Ao meu
irmão Guilherme Souza que me ajudava com os trabalhos de faculdade e é a pessoa
que quero que vença na vida.

Ao meu namorado Renan Uehara, que é meu porto seguro, me aconselha e


me mostrou o diferencial que devemos ter. Que me ajudou a superar as dificuldades e
passar pelas barreiras sem cair e me incentivou para que todos os meus planos
dessem certo

À minha amiga e mais que isso, companheira para tudo Taís Mosca com quem
realizei este trabalho que sempre me ajudou e me aconselhou nos momentos dos
quais mais precisei e também a pessoa que acreditou que esse trabalho poderia dar
certo e juntas fizemos dar certo. Obrigada por tudo Taís!

À minha amiga Samira Abbas que foi minha família esses quatro anos de
aprendizado, que me apoiou e ficou do meu lado sempre que precisei e me fez ver
quem eu realmente sou. Que passou junto comigo momentos de tristezas, lutas e
injustiças que aconteceram nesses últimos meses.

À minha amiga Jéssica Passos que também foi minha família este ultimo ano e
quem me ouvia, aconselhava e conversava nos momentos mais difíceis. Que passou
junto comigo momentos de tristezas, lutas e injustiças que aconteceram nesses
últimos meses.

À minha amiga Vanessa Heledoro que me fez ver que amizade verdadeira
sobrevive a tudo desde que seja realmente verdadeira.
Aos amigos que participaram comigo neste momento e que de alguma forma
contribuíram com minha fase de acadêmica. Obrigada a todos, pois sem vocês tenho
certeza de que não estaria sendo tão especial.

Ao Rodrigo Mazzola que fotografou e confeccionou a montagem do manual e


se dedicou com tal intensidade, tanto quanto a minha, para que esse trabalho desse
certo.

À professora Andréa Vasconcelos Gonçalves que aceitou orientar esse


trabalho e nos deu suporte para isso.

À professora Nathália Andreatti Aiello que no momento que mais precisamos


nos ajudou muito e nos deu o apoio que precisávamos e aceitou a co-orientar nosso
trabalho.

À professora Rosimeire Simprini Padula nos ajudou a suprir duvidas e sempre


nos atendeu quando necessário.

Aos professores do curso de fisioterapia que me proporcionaram conhecimento


e dividiram comigo parte deles.

À Priscila Cirino que nos ajudou com as fotos para o manual e quem sem ela
esse trabalho não teria ficado pronto a tempo. Que se dispôs a deixar sua família para
nos ajudar. Obrigada.

Gleice Moreira de Souza


Agradecimento especial ao meu porto seguro, Rodrigo Mazzola, que veio
somente para somar comigo nessa vida, me ajudando, apoiando, entendendo,
compreendendo, e pacientemente me suportando nos momentos estressantes.
Colaborou em muito para que o trabalho fosse o melhor possível, dando sua grande
contribuição para a confecção do manual, com amor, trabalho e dedicação.

Agradeço primeiramente a Deus, por fortalecer cada vez mais minha fé e


fazermos seguir cada vez que encontrávamos um obstáculo, e aprender que diante
dele não existe dificuldades.

Aos meus pais, Ana Emília e Valter, por não medirem esforços para realizar o
início de um sonho.

Ao meu irmão, Eduardo, que não é somente família, mas amigo e pessoa
indispensável na minha vida.

Ao meu irmão Fábio, que contribuiu para a confecção do manual, dispondo de


suas habilidades artísticas e seu tempo.

À minha grande amiga, Gleice Moreira de Souza, por dividir a autoria desse
trabalho comigo, sendo indispensável e companheira em todas as horas, estando
sempre presentes em todas as horas, dividindo comigo alegrias e tristezas, tornando
nossa amizade cada vez mais verdadeira e forte.

À minha amiga, Aline Branco Duarte, que mesmo a milhas e milhas distante,
contribuiu para esse importante trabalho.

À minha amiga Michele Caroline Massarelli, que dividiu comigo todas as fases
da minha vida, inclusive essa, dando muito apoio.

A todos os meus amigos que me entenderam quando eu não podia estar com
eles naquele momento. Me ajudaram sem saber, estando sempre comigo, alguns mais
perto, outros mais longe, eu sabia que eles estavam lá para o que eu precisasse.

Aos amigos da faculdade, que dividiram comigo horas de estudo e de festas,


jornadas e viagens, contribuindo com a minha felicidade.
À gestante Priscila, que colaborou com esse trabalho cedendo sua imagem,
pacientemente, contribuindo assim para a confecção do manual.

À orientadora, Andrea de Vasconcelos Gonçalves, que aceitou nossa idéia e


nosso convite, nos dando a honra de aprender e somar juntas, tendo equilíbrio e
competência.

Á co-orientadora Nathalia Andreatti Aiello, por contribuir com o trabalho, com


muita paciência, carinho e dedicação.

À Rosimeire Simprini Padula, pela competência e paciência, por nos ajudar nos
momentos difíceis desse trabalho.

A todos os professores do Curso de Fisioterapia, pelo aprendizado e formação


profissional.

Taís Emília Mosca


“A alegria está na luta, na tentativa,
no sofrimento envolvido e não
na vitória propriamente dita.”
Mahatma Gandhi
RESUMO

Introdução: a prática de exercícios durante o período gravídico puerperal traz


inúmeros benefícios para a mulher, porém há dificuldade ao acesso e a adesão aos
programas pré-natais. Objetivo: Elaborar um manual de exercícios para o período
gravídico puerperal, com intuito de manter a prática de exercícios durante a gravidez,
dentro dos limites fisiológicos, preparando-a para o parto natural e favorecendo uma
melhor recuperação pós-parto. Métodos: Revisão bibliográfica a partir das bases de
dados Lilacs, Medline, Scielo, Pubmed, sites de busca e livros do período de 1997 a
2010. Resultados: Foram encontrados 21 artigos sobre exercícios físicos no período
gravídico puerperal, sendo 13 destes específicos para o período gestacional, 4 para o
trabalho de parto e 4 para o puerpério, e a partir desse levantamento, foi elaborado um
manual de exercícios. Conclusão: Embora haja diversos artigos relatando os
benefícios da prática de atividade física no período gravídico puerperal, ainda não há
consenso sobre qual o melhor exercício, com intensidade e freqüência não definidas.
Assim foi proposto no presente estudo um manual de exercícios para facilitar o acesso
das mulheres ao programa de exercícios, sendo necessária sua aplicação.

Palavras-chave: exercícios. fisioterapia. gravidez. gestação. gestantes. parto.


puerpério.
ABSTRACT

Introduction: exercise during pregnancy and childbirth is beneficial to women, but it is


difficult to access and adhere to prenatal programs. Objective: To develop a manual of
exercises for pregnancy and childbirth, aiming to maintain exercise during pregnancy,
within physiological limits, preparing them for natural childbirth and achieving a better
postpartum recovery. Methods: A literature review from the databases Lilacs, Medline,
Scielo, PubMed, search sites and books from 1997 to 2010. Results: It was found 21
articles on physical exercise during pregnancy and childbirth, 13 of these being specific
to pregnancy, 4 for the labor, and 4 for the postpartum period. From these articles
there was a handbook of exercises created. Conclusion: Although there are several
articles reporting the benefits of physical activity during pregnancy and postpartum,
there is no consensus regarding the optimal exercise, with intensity and frequency not
defined. Thus it was proposed in this study a manual of exercises to facilitate women's
access to the exercise program, requiring its application.

Keywords: exercise. physical therapy. pregnancy. pregnant woman. childbirth and


postpartum.
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Estudos sobre exercícios para o período gestacional......... 24


TABELA 2 - Estudos sobre exercícios para o trabalho de parto.............. 26
TABELA 3- Estudos sobre exercícios para o período puerperal............ 26
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................. 14
2. OBJETIVOS .................................................................................. 22
2.1 Objetivo geral .................................................................... 22
2.2 Objetivos específicos ......................................................... 22
3. METODOLOGIA ............................................................................ 23
3.1 Materiais ............................................................................. 23
3.2 Procedimentos..................................................................... 23
4. RESULTADOS .............................................................................. 24
5. DISCUSSÃO ................................................................................. 28
6. MANUAL DE EXERCÍCIOS PARA O PERÍODO GRAVÍDICO
PUERPERAL ................................................................................. 37
CONCLUSÃO ........................................................................................... 57
ANEXOS ................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 60
1 INTRODUÇÃO

O período gravídico-puerperal se configura, conforme Maldonado (1997), como a


fase de maior incidência de transtornos psíquicos na mulher, fazendo com que ela
necessite de atenção especial para manter ou recuperar o seu bem-estar físico,
psíquico e emocional, no sentido de prevenir dificuldades futuras tanto para o filho
como para si mesma.
A experiência de gestar, parir e de cuidar de um filho pode dar à mulher uma
nova dimensão de vida e contribuir para esse crescimento emocional e pessoal. Por
outro lado, pode também causar uma desorganização interna, com ruptura de vínculos
e de papéis, podendo resultar em quadros de depressão puerperal (MERIGHI,
GONÇALVES, RODRIGUES, 2006).
Nesse sentido, a mulher precisa se sentir amparada e segura, necessitando de
ajuda dos familiares e dos profissionais da área da saúde. É importante lembrar que
esses cuidados devem ter continuidade e não terminar com o parto (MERIGHI,
GONÇALVES, RODRIGUES, 2006).
Para tanto, a prática de exercícios pode ser uma grande contribuição, gerando
diversos benefícios à saúde da mulher e prevenindo possíveis complicações. Souza
(2002) afirma que os exercícios realizados durante a gravidez de forma gradativa,
obedecendo aos limites da gestante, proporcionam bem-estar e alívio dos
desconfortos durante a gestação, parto e puerpério.
Durante o primeiro trimestre, as mudanças fisiológicas começam a surgir,
mesmo que as mudanças no padrão corporal da mulher ainda sejam poucas. Em
exercícios de baixa intensidade, a pressão e pulsação da mãe não mudam
dramaticamente em relação ao que era antes da gravidez, mas a fadiga pode ser
notada mesmo no início (ARTAL, CLAPP, VIGIL, 2004).
Assim que a gravidez progride, o volume sanguíneo aumenta e o útero da
mulher começa a se expandir. Nessa época, o feto passa por seu período mais
importante de crescimento, pois está desenvolvendo órgãos e membros. Por esta
razão, uma nutrição balanceada, hidratação, exercício e descanso assumem papel
importante na vida da gestante (ARTAL, CLAPP, VIGIL, 2004).
Durante o período gravídico puerperal acontecem mudanças biológicas,
psicológicas e sociais. A gravidez se distingue de vários sistemas orgânicos por
apresentar diversos ajustes para a criação de um ambiente adequado para o feto.
Com isso, as alterações no sistema reprodutor precisam ser apoiadas por ajustes de
outros sistemas (ROMEN, MASAKI. ARTAL, 1999).
Várias alterações ocorrem no sistema hormonal. A progesterona, que é
produzida pelo corpo lúteo, tem como principal fonte, entre a 7ª e a 12ª semana, a
placenta, tendo como principais funções reduzir o tônus da musculatura lisa em órgãos
maternos, aumentar a temperatura e gordura corpórea e estimular o centro respiratório
fazendo com que ocorra um aumento da frequência e amplitude respiratória
(VALADARES, 2002).
O estrogênio, por sua vez, é derivado da corrente sanguínea materna no início
da gestação e em torno da 20ª semana passa a ser produzido pela glândula supra-
renal do feto. Entre suas principais funções estão a retenção hídrica, a flexibilidade
das articulações pélvicas, a homeostase do cálcio no sistema músculo-esquelético e o
crescimento da mama, que pode aumentar entre 500 e 800g até o final da gravidez
(VALADARES, 2002).
Já a relaxina, hormônio detectável somente na gravidez, devido à ação do
colágeno, tem a função de relaxamento dos ligamentos, amolecimento e estiramento
de fibrocartilagem, preparando gradativamente a pelve para o parto (ROMEN,
MASAKI, ARTAL, 1999).
Essa maior flexibilidade das articulações na região sacroilíaca e sínfise púbica
estão bem evidenciadas a partir do terceiro trimestre. A distância entre os dois
músculos reto abdominais pode aumentar com a gravidez e modificar a projeção da
linha alba no abdome (ALMEIDA, SOUZA, 2002).
Portanto, é importante que a gestante inicie a prática de exercícios para se
adaptar melhor à essas modificações. Segundo Hanlon (1999), o exercício físico pré-
natal melhora a circulação sangüínea, amplia o equilíbrio muscular, reduz edema,
alivia os desconfortos intestinais, diminui as câimbras em membros inferiores, fortalece
a musculatura abdominal, facilita a recuperação pós-parto, mantém o corpo bem
alinhado e reduz o desconforto associado à má postura, além de aumentar a sensação
de bem-estar, controle e consciência corporal.
Outras modificações importantes acontecem no sistema músculo-esquelético. A
postura da gestante está influenciada pela mudança do centro de gravidade, que
apresenta uma tendência em deslocar-se para frente, devido ao crescimento do útero
e aumento significativo das mamas, e se torna mais evidente a partir da 20ª semana
de gestação (VALADARES, 2002).
Para compensar essa mudança, o corpo projeta-se para trás (hiperlordose)
ampliando a base de sustentação e promovendo uma tensão da musculatura
paravertebral, os pés se distanciam e a porção cervical da coluna condensa-se e
alinha-se para frente, havendo ainda uma sobrecarga de peso nos pés e a diminuição
do seu arco longitudinal medial, com hiperextensão dos joelhos. (VALADARES, 2002).
A fisioterapia, com a utilização de exercícios, tem importante contribuição na
prevenção e na melhora dessas alterações previstas nas mudanças de
comportamento postural, fisiológico e social. Atualmente, a facilidade de acesso às
informações e as maiores preocupações com a melhoria da qualidade de vida têm
estimulado a busca pelo equilíbrio psíco-físico durante a gestação (GAMBA, 2004).
Romen, Masaki e Artal (1999) afirmam que a estabilidade da mulher grávida é
obtida através de uma carga aumentada sobre os músculos e ligamentos da coluna
vertebral, sendo essa a resposta ao porquê de ser comum a dor lombar na gestação, e
Valadares (2002) pontua que as curvaturas lombares e torácicas estão aumentadas
nas gestantes e são associadas a 50% das queixas de dor nas costas.
Por isso, mais do que em qualquer outra fase da vida da mulher, durante a
gravidez é imprescindível que ela adote maiores cuidados com relação ao próprio
corpo, especialmente quanto à postura, tanto durante a realização das atividades de
sua rotina diária pessoal e profissional, quanto em marcha e em repouso (SOUZA,
2002).
Outras modificações importantes ocorrem no sistema respiratório e circulatório.
O útero em crescimento modifica a posição de repouso do diafragma e a configuração
do tórax. O diafragma se eleva e o ângulo subcostal aumenta podendo alterar a
ventilação (MACHADO, AROEIRA, ASSUMPÇÃO, 2002).
Já o aumento do débito cardíaco e a diminuição da pressão arterial média (PAM)
são as principais alterações do sistema cardiovascular no estado gravídico. O débito
cardíaco aumenta até 40% para acompanhar o aumento do volume sanguíneo
enquanto a PAM diminui em relação ao estado não-gravídico. Na posição supina o
útero cai para trás repousando sobre a coluna vertebral, comprimindo a veia cava e
aorta abdominal (ROMEN, MASAKI, ARTAL, 1999).
Diante de tantas vantagens, o exercício durante a gravidez tornou-se aceito por
médicos e mulheres em geral. Tem objetivo de se obter maior disposição, aumentar a
auto-estima, melhorar a função cardíaca, reduzir a ansiedade e a depressão (GAMBA,
2004). Além de diminuir a adiposidade, sem alterar o desenvolvimento fetal; aumentar
a eficiência alimentar, preservando o metabolismo materno e fetal e diminuir o peso
corporal (DÂMASO, NASCIMENTO, 1998).
O segundo estágio do ciclo gravídico puerperal é o parto, podendo ser
chamado de fase resolutiva. Segundo Rezende (2000), essa fase compreende três
fases principais: dilatação ou primeiro período, expulsão ou segundo período e
secundamento ou terceiro período.
O período de dilatação, iniciado pelas primeiras contrações uterinas dolorosas
começam a modificar a cérvice, e termina quando a dilatação está completa.
(REZENDE, 2000).
Por sua vez, a segunda fase, o período de expulsão, tem começo quando a
dilatação está completa e se encerra com a saída do feto, fazendo com que o útero
seja comprimido pela formação músculo-aponeurótica de cima para baixo e de frente
para trás. (REZENDE, 2000). Ainda nessa fase, a musculatura do assoalho pélvico,
tecido conectivo e nervo pudendo podem ser expostos a enormes forças de tração e
pressão no parto vaginal. Essa região é então superdistendida na direção longitudinal
e é empurrada para fora pela cabeça do feto. (OLIVEIRA, LOPES, ZUGAIB, 2004).
Então, deve ser dada uma atenção especial ao assoalho pélvico, que é de
extrema importância durante a gestação, pois essa musculatura além de sustentar
todo o peso da gravidez, é também por onde acontece a passagem do feto. Por isso o
fortalecimento deve ser realizado para que a musculatura fique bem preparada,
evitando lacerações (TEIXEIRA, 2002).
Esse fortalecimento promovido pelos exercícios permite que a saída do bebê
ocorra sem rompimento do períneo e sem episiotomia, além desta região recuperar
sua tonicidade, no pós-parto, com mais facilidade. Além de que, com essa prática, a
musculatura da gestante irá sendo trabalhada gradativamente, desenvolvendo uma
força física que será utilizada na hora do parto (TEIXEIRA, 2002).
Por fim, o secundamento é o estágio da parturição que se processa após o
desprendimento do feto, e se caracteriza pelo descolamento, dequitação ou
dequitadura, quando ocorre a descida e a expulsão ou o desprendimento da placenta
e de suas páreas para fora das vias vaginais. (REZENDE, 2000).
Devido o esforço muscular exigido na expulsão logo após o parto, a parturiente
apresenta-se extenuada, apresentando sudorese, respiração costal e profunda e
freqüência respiratória reduzida. O cansaço exige repouso, e o sono é impositivo,
podendo apresentar calafrios (MELLO, NEME, 2005).
Isto posto, após a expulsão da placenta e anexos, inicia-se mais um período
importante: o puerpério, que dura cerca de seis a oito semanas e tem seu término
quando todos os órgãos de reprodução voltam ao estado não-gravídico (MACHADO,
2002). Eastman (1950), apud Mello e Neme (2005), relacionava o fim do puerpério à
sexta semana após o parto, concordando com o conceito popular que atribui 40 dias
para o chamado “resguardo puerperal”.
O puerpério propriamente é o período do ciclo gravídico-puerperal em que as
modificações ocorridas na gestação retornam ao estado pré-gravídico, sendo dividido
em imediato (1º ao 10º dia), tardio (10º ao 45º dia) e remoto (após 45º). É de grande
transformação tanto fisiológica – involução uterina e vaginal – quanto emocional,
juntamente com alterações gerais e, sobretudo endócrinas. (REZENDE, 2000).
Segundo Mello e Neme (2005) após o parto, o útero involui rapidamente, de tal
forma que se antes pesava 1000g, após 40 dias passa a ter o peso de 100g. Esse
fenômeno involutivo sofre influência de certas condições, podendo ser mais rápido
quando a atividade física se reinstala precocemente. Huge e Kisner (2005) concordam
com essa afirmação citando que, após o parto, inicia-se um processo lento de
reversão percebendo a necessidade de exercícios físicos no pós-parto, objetivando
acelerar o processo de retorno às condições pré-gravídicas.
Também Leveno et al., (2005) afirmam que os ligamentos largo e redondo
requerem tempo considerável para se recuperar da distensão que ocorre durante a
gestação. A parede abdominal permanece flácida como resultado da ruptura de fibras
elásticas da pele, e a recuperação dessas estruturas podem ser auxiliadas por meio
de exercícios que restabelecem o tônus da parede abdominal, podendo ser iniciados
em qualquer momento após o parto vaginal e tão logo diminuir a dor abdominal após a
cesariana.
Infelizmente, a prática fisioterapêutica no período gravídico-puerperal,
estimulando o exercício físico, é mantida em um número mínimo de maternidades. O
trabalho do fisioterapeuta no puerpério consiste na prevenção e no tratamento de
alterações do sistema músculo-esquelético, respiratório e circulatório, englobando
também orientações gerais. Visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e
pélvicos e conscientizar a puérpera sobre a importância da continuidade dos
exercícios iniciados neste período (MESQUITA, MACHADO, ANDRADE, 1999).
Com relação à lactação, durante a gravidez ocorre o completo desenvolvimento
dos alvéolos por meio da estimulação do estrógeno, que devido à sua grande
produção, provoca aumento do útero, das mamas e o desenvolvimento do tecido
mamário glandular. A progesterona por sua vez, também ajuda a preparar as mamas
para a lactação (COUTINHO, 2002; SOUZA, BARBOSA, 2002).
Já após o parto, os níveis de estrógeno e progesterona caem e aumenta o nível
de prolactina secretada pela hipófise. Essa por sua vez, estimula as células
glandulares da mama a produzirem leite. Assim, o início da secreção láctea depende
de mudanças hormonais associadas ao parto, enquanto a manutenção da secreção
láctea depende do esvaziamento das mamas (COUTINHO, 2002; SOUZA. BARBOSA,
2002).
A sucção ao seio materno estimula as terminações nervosas do mamilo, as
quais estimulam a hipófise anterior a produzir prolactina, sendo assim o reflexo de
produção, ou seja, quanto antes amamentar o neonato, maior a produção do leite
materno. A formação de prolactina é maior à noite, por isso as mamadas noturnas são
importantes para uma boa produção de leite, fazendo com que os níveis de prolactina
subam quanto maior for a sucção (COUTINHO, 2002).
Coutinho (2002) afirma, ainda, que o leite materno proporciona perfeita nutrição
da criança, satisfaz sua necessidade de vitaminas e sais minerais além de promover
adequada hidratação do recém nascido. Possui também fator de proteção contra
várias infecções, tem o teor de proteínas necessário para o crescimento e o
desenvolvimento cerebral e imune do bebê.
São inúmeros os benefícios do leite materno ao bebê, mas cabe aqui salientar
os benefícios maternos. Amamentar tem efeito antiestresse para a mãe e
desenvolvimento do comportamento maternal. Têm também vantagens como redução
da depressão, recuperação física mais rápida e menor índice de hemorragia no pós-
parto, aceleração da involução uterina, aumento das reservas de ferro, além de
proporcionar efeito tranqüilizante produzido pela ocitocina (COUTINHO, 2002).
Sabe-se também que há uma relação positiva entre amamentar e apresentar
menos doenças como o câncer de mama, certos cânceres ovarianos e fraturas por
osteoporose. Outros benefícios para a mulher que amamenta são o retorno ao peso
pré-gestacional mais precocemente e menos sangramento uterino pós-parto, o que faz
ter menor ocorrência de anemia (REA, 2004).
Sendo assim, com base nessas modificações fisiológicas, psicológicas e
emocionais que ocorrem no período gravídico-puerperal, Wolfe, (1989) apud Wilmore
e Costill, (2001), afirmam que a realização dos exercícios durante o ciclo gravídico-
puerperal traz enormes benefícios como redução do estresse cardiovascular, evita o
ganho de peso excessivo, previne lombalgias e promove uma melhor postura, previne
o diabetes gestacional, melhora o humor e a imagem corporal, consequentemente o
estado psicológico, além de facilitar o trabalho de parto e ter uma recuperação mais
rápida no puerpério, favorecendo a redução no tempo de hospitalização da gestante.
Como foi dito anteriormente, a assistência à gestante é necessário, juntamente
com a prática de atividade física. Porém Delfino et al. (2004) comenta que nos
serviços de saúde, há anos, o atendimento à gestante vem sendo oferecida quase que
exclusivamente vinculada à consulta médica individual. As ações de saúde não
propiciam um acolhimento às ansiedades e às queixas relacionadas à gestação, tendo
sua assistência fragmentada, sem considerar a individualidade e a integridade da
gestante.
Com isso, Coimbra et al (2003) salientam que a adesão ao programa de
assistência pré-natal no Brasil ainda é insatisfatória. Fontes oficiais apontam que para
alcançar um resultado satisfatório deste programa é necessário início precoce,
periodicidade aos atendimentos, comparecimento a um número mínimo de consultas e
sua integração com ações preventivas. Relatam ainda que a cobertura da assistência
pré-natal no Brasil, apesar de vir aumentando nas últimas décadas, é baixa. As
desigualdades no uso desta assistência ainda persistem, e o percentual de mulheres
residindo na zona rural que não realizam o pré-natal é alto.
Outra questão crítica citada pelo Ministério da Saúde relacionada à atenção pré-
natal é a chamada “alta” do pré-natal, com a falta de acompanhamento ambulatorial no
fim da gestação, momento em que há maior probabilidade de intercorrências
obstétricas. Durante o parto, também não é observado, frequentemente, a
humanização da assistência obstétrica. Isso se observa pelos altos índices de
cesáreas.
Os dados do Ministério da Saúde também evidenciam que a atenção no
puerpério não está consolidada nos serviços de saúde. A grande maioria das mulheres
retorna ao serviço de saúde no primeiro mês após o parto tendo como principal
preocupação, assim como a dos profissionais de saúde, a avaliação e a vacinação do
recém-nascido.
Atualmente também se sabe que há dificuldades de acesso às Unidades
Básicas de Saúde (USB), tanto por parte dos serviços, em acolher as carências e
necessidades, quanto da participante, que tem restrição em procurar o serviço.
Carvacho et al. (2008) descrevem que há uma divisão: de um lado, as características
do serviço, no que diz respeito à oferta de atendimento em horários compatíveis,
disponibilidade de profissionais preparados, acolhimento. E do outro, as condições do
usuário em relação ao local onde mora, sua disponibilidade de tempo, poder aquisitivo,
hábitos e costumes, assim como a relação entre eles.
Por fim, as mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) não têm
possibilidade de continuidade de assistência no período gravídico puerperal. Na
maioria das vezes não é o mesmo profissional que a atende no pré-natal, no parto e
no puerpério. Este fato gera ansiedade, expectativas e insegurança (MERIGUI,
GONÇALVES e RODRIGUES, 2006).
Com isso, através da situação apresentada, o presente estudo justifica-se pela
dificuldade das gestantes comparecerem frequentemente aos programas de saúde e
prevenção. A elaboração de um manual orientativo sobre os exercícios que podem ser
realizados em cada fase do período gravídico-puerperal, pode ser uma solução para
mulheres que tem dificuldade de acesso semanal ao posto de saúde.
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral


Revisar literatura para a elaboração de um manual de exercícios para o período
gravídico puerperal direcionado a mulheres usuárias do SUS, que apresentem
dificuldades em comparecer semanalmente a unidade básica de saúde, com intuito de
manter a prática de exercícios durante a gravidez dentro dos limites fisiológicos,
preparando-a para o parto natural e favorecendo uma melhor recuperação pós-parto.

2.2 Objetivos específicos


- Elaborar um manual de exercícios e orientações para o período gravídico-
puerperal e amamentação para as gestantes com dificuldades em comparecer
semanalmente na unidade básica de saúde.
- Identificar os exercícios para o período gestacional, parto e puerpério de fácil
aplicabilidade e de maneira simplificada, para facilitar o entendimento das mulheres.
- Identificar os riscos e contra-indicações para o período gravídico que
impossibilite a gestante de realizá-lo.
3 METODOLOGIA

3.1 Materiais
Foi realizado um levantamento bibliográfico nas bases de dados: Lilacs,
Medline, Scielo, sites de busca e livros do período de 1997 a 2010 utilizando as
palavras chaves: exercícios, fisioterapia, gravidez, gestação, gestantes, parto e
puerpério.

3.2 Procedimentos
Após a leitura e seleção do material, este foi fichado de acordo com os
seguintes critérios: exercícios, patologias e orientações, sendo que foi excluído do
trabalho qualquer material que relatasse exercícios com riscos gestacionais.
O manual foi constituído por fotos com a descrição dos exercícios, desenhos e
orientações, para que a gestante ou puérpera possa realizá-los em casa e no local de
laboro.
Participaram da pesquisa dois sujeitos, sendo uma mulher gestante e uma
puérpera, que cederam de sua imagem corporal assinando devidamente o Termo de
autorização de utilização de imagem, demonstrando os exercícios propostos pelo
manual, sendo que este não foi aplicado.
4 RESULTADOS

Foram encontrados 21 artigos sobre exercícios físicos durante o período


gravídico-puerperal, sendo 13 destes específicos para o período gestacional, 4 para
trabalho de parto e 4 para puerpério. Dos artigos encontrados a maioria trata-se de
revisão bibliográfica.
A Tabela 1 apresenta 13 artigos encontrados, trazendo tipo de exercícios,
frequência e intensidade, e resultados obtidos nesses estudos referente ao período
gestacional. Na tabela 2, encontram-se os estudos sobre o período do trabalho de
parto, com as posturas e exercícios mais utilizados. A tabela 3 demonstra estudos
referentes ao puerpério.

TABELA 1 – Estudos sobre exercícios para o período gestacional (1997-2010)


Autor Método Tipo de exercício Frequência e Resultado
intensidade
Castro et Revisão Exercícios Intensidade moderada, Melhora de diversas
al., 2009 bibliográfica aeróbicos, três vezes por semana alterações presentes nos
alongamentos e sistemas músculo-
resistência esquelético,
muscular cardiovascular,
respiratório entre outros

Brandão, Pesquisa Cinesioterapia Semanalmente, sem Reduz cãimbras, algias,


Gasparetto, quali- (exercícios de intensidade definida. dispnéia, freqüência de
Pivetta, quantitaviva aquecimento, perdas urinárias e
2008 respiratórios, constipação intestinal,
fortalecimento, alteração das
alongamento e compensações posturais
relaxamento

Mann et al., Revisão Exercícios Intensidade leve a Menor incidência de


2008 bibliográfica moderados, Yoga, moderada, sem dores lombares, melhora
SGA, treinamento freqüência definida da força muscular, do
aeróbico sono, maior resistência
física, melhora na
consciência corporal

Pitangui e Revisão Cinesioterapia, Intensidade e frequência Diminuição da dor


Ferreira, bibliográfica reeducação não definidas lombar com melhora no
2008 postural, exercícios desempenho das AVD’s
de relaxamento e
respiratórios

Amorim et Revisão Exercício físico não Intensidade moderada, Reduz o risco de


al., 2007 bibliográfica especificado que sem frequência definida complicações como
não apresentem diabetes gestacional e
risco de trauma pré-eclampsia
abdominal
TABELA 1 – Estudos sobre exercícios para o período gestacional (1997-2010)
continuação
Autor Método Tipo de exercício Frequência e Resultado
intensidade
Martins e Randomizado Stretching global Frequência semanal por Diminuição significativa
Silva, 2005 e controlado ativo (SGA) 8 semanas da dor

Lima e Revisão Exercícios para Intensidade moderada Proteção sobre a saúde


Oliveira, bibliográfica musculatura em gravidez não mental e emocional
2005 pélvica, atividades complicada durante e depois da
aeróbicas de Frequência: 3 a 4 vezes gravidez, e prevenção da
fortalecimento e por semana, 20 a 30 incontinência urinaria
alongamento minutos

Landi, Estudo de Aquecimento, Intensidade leve a Redução das queixas


Bertolini e caso alongamento moderada com (dores, edema e
Gimarães, global, exercícios frequência de 2 vezes por dispnéia), bom preparo
2004 metabólicos e semana para o parto e melhor QV
exercícios de após a gestação
fortalecimento
global

Oliveira et Revisão Cinesioterapia do Intensidade e frequência Promover qualidade do


al., 2004 bibliográfica assoalho pélvico não definidas (indicam MAP para hora do parto e
atendimento individual prevenir lesões e
sequelas no puerpério

Conti et al., Randomizado Treinamento Intensidade leve, com Diminuição da


2003 não-cego respiratório, frequência de 50 minutos, intensidade, frequência e
manobra de quinzenalmente duração dos sintomas
valsava no período músculo-esqueléticos
expulsivo do parto,
alongamento e
fortalecimento
muscular

Martins e Revisão RPG e SGA Intensidade e frequência Alivio da dor lombar e


Silva, 2003 bibliográfica não definidas pélvica posterior, redução
do uso de medicamentos
analgésicos e
afastamento do trabalho,
melhora da consciência
corporal e QV física e
psicológica

Prevedel et Revisão Exercício de Intensidade moderada, Melhora física e


al, 2003 bibliográfica intensidade sem frequência definida psicológica da gestante
moderada

Bim e Revisão Ginástica não Intensidade e frequência Melhor adaptação as


Perego, bibliográfica especificada não definidas diferentes posturas do
2002 corpo, trabalha a
elasticidade dos
músculos e articulações,
promove melhor
coordenação nervosa
reflexa e auxilia na
solução de distúrbios
TABELA 2 – Estudos sobre exercícios para o trabalho de parto (1997-2010)
Autor Método Tipo de exercício Frequência e Resultado
intensidade

Silva et al., Revisão Posições verticais Intensidade e Posição vertical facilita o


2007 bibliográfica e horizontais no frequência não trabalho de parto
trabalho de parto e definida
parto

Böing et al., Randomizado Técnica Lenta e profunda, Alívio da dor durante o


2007 e controlado respiratória sem frequência trabalho de parto
diafragmática

Bio, Bittar e Randomizado Posturas verticais, Intensidade e Diminuição da fase ativa do


Zugaib, e controlado movimento articular frequências não parto, não utilização de
2006 geral, mobilidade definidas analgésicos durante a fase
pélvica, ativa, retardo para o uso de
relaxamento do anestésicos
períneo,
coordenação do
diafragma e
estímulo de
propriocepção

Cecatti e Revisão Posição Intensidade e Redução do tempo do período


Calderón, bibliográfica verticalizada ou frequência não expulsivo, redução da
2005 lateral definidas necessidade de parto
assistido, de episiotomia, da
sensação dolorosa do
expulsivo e das alterações da
frequência cardíaca fetal

TABELA 3 – Estudos sobre exercícios para o período puerperal (1997-2010)


Autor Método Tipo de exercício Frequência e Resultado
intensidade

Beleza e Revisão Reeducação Contração do MAP deve Recuperação, prevenção


Carvalho, bibliográfica diafragmática, ser gradativa e tratamento de
2010 exercícios alterações em todos os
metabólicos e de sistemas
mobilização da
pelve, isométrico
de transverso do
abdome, contração
do MAP,
alongamento e
isostretching
TABELA 3 – Estudos sobre exercícios para o período puerperal (1997-2010)
continuação
Autor Método Tipo de exercício Frequência e Resultado
intensidade

Rett et al., Estudo Reeducação Duração de 30 minutos Diminuição do


2008 transversal diafragmática, após 8 horas do parto. desconforto abdominal,
abdominal redução da diástase
isométrico, abdominal, menor
contrações do prevalência de edema em
MAP, exercícios membros inferiores
circulatórios,
manobra de
eliminação de
flatos,
deambulação
precoce

Queirós, Revisão Exercícios para AP, Não definidas Prevenção da obesidade,


2007 bibliográfica costas e abdômen, promoção da aptidão
isométricos e com aeróbica e força,
resistência otimização da saúde
óssea, melhora do humor
e auto-estima
Bim e Revisão Fortalecimento do Devem ser realizados
Perego, bibliográfica assoalho pélvico e progressivamente sem Benefícios para a
2002 exercício de intensidade definida puérpera e recém
correção de nascido, previnem
diástase, aeróbicos complicações, diminui o
e de fortalecimento tempo de internação e
recuperação da puérpera
5 DISCUSSÃO

 Exercícios propostos para o período gestacional

A atividade física no período gestacional traz inúmeros benefícios à saúde da


mulher. Devido às mudanças fisiológicas e psicológicas iniciadas na gravidez, podem
surgir diversos desconfortos, que podem ser minimizados através de um programa de
exercícios, visando seu bem estar geral (Castro et al., 2009).
Toda gestante necessita de exercícios que adaptem seu organismo às
modificações causadas pela gravidez. O exercício poderá trabalhar as transformações
estéticas, a hiperdistensão dos músculos abdominais, os transtornos metabólicos e
evitará dores lombares e dorsais, e outros desconfortos (BIM E PEREGO, 2002).
Com isso foi desenvolvido um manual de exercícios que abrange o período
gravídico-puerperal, pois apesar de existirem diversas propostas de exercícios no pré-
natal, não existe um critério definido de tempo, freqüência e duração destes. Assim o
manual foi dividido em exercícios para cada trimestre visando melhor adaptação à
prática de atividade física pela gestante, levando em consideração suas modificações
corporais e limitações funcionais.
Como em todos os programas de atividade física preconiza-se um aquecimento
para o início de sua prática, no manual foi sugerido iniciar o programa com exercícios
metabólicos de membros superiores e inferiores, rotação de pescoço e caminhada
leve, para preparar o corpo da gestante à prática indicada.
A cinesioterapia é outra modalidade incluída no manual, de fácil aplicabilidade
e baixo custo. Inclui exercícios de respiração, relaxamento, alongamento e
fortalecimento. Esses exercícios, em especial de alongamento e fortalecimento,
podem contribuir para diminuir possíveis desconfortos da síndrome lombo-pélvica.
Essa síndrome tem como fatores contribuintes a fraqueza muscular da região
abdominal e baixa flexibilidade articular no dorso e em membros inferiores (OLIVEIRA,
LOPOES e ZUGAIB, 2004 ;MANN et al., 2008).
Em um estudo de Conti et al. (2003), foi proposto um programa de exercícios
para 71 gestantes com dores na região lombossacra contendo: treinamento
respiratório, exercícios de cinesioterapia de intensidade leve iniciado por exercícios
metabólicos de membros superiores e inferiores e finalizados com alongamento dos
músculos de tronco, membros superiores e inferiores. Apesar de não cessar os
desconfortos músculo-esqueléticos, este programa favoreceu a diminuição da
intensidade, frequência e duração destes desconfortos, e proporcionou melhora na
evolução dos sintomas. Portanto essa prática se confirmou benéfica para assegurar a
qualidade de vida materna na gestação, além de melhorar a circulação sanguínea e
diminuir edema.
Exercícios de alongamento de tronco e membros inferiores também foram
incluídos no manual, com intuito de diminuir ou cessar as algias e desconfortos
músculo-esqueléticos, principalmente das regiões lombares e sacrais, melhorar
conscientização corporal e preparar a gestante para o trabalho de parto e pós-parto.
Na revisão bibliográfica realizada, apesar dos autores indicarem o alongamento
na gravidez, não há o consenso da melhor forma, tempo e estrutura a ser alongada.
Visto que o manual é indicado a usuárias do SUS, foram incluídos exercícios de
alongamento mais simples e objetivos.
Martins e Silva (2003) observaram em um estudo, que o SGA pode ser um
método de alongamento para diminuir algias posturais da gestação, sendo esta
técnica uma alternativa terapêutica para redução destes sintomas e seus
inconvenientes.
Após essa revisão, Martins e Silva (2003), realizaram um novo estudo com 69
gestantes com dor lombar e/ou pélvica posterior, sendo avaliado e comparado a
efetividade dos exercícios de alongamento pelo método de SGA. Como resultado, as
gestantes do grupo SGA relataram diminuição ou alívio da dor. Afirmaram ainda que
os exercícios foram relaxantes, favoreceram a respiração, proporcionaram consciência
corporal, evitaram o consumo de analgésicos e proporcionaram segurança para
realizar as atividades de vida diária (MARTINS E SILVA, 2005).
A prática do SGA exige uma maior consciência corporal da gestante, por isso
não foi incluído no manual, e sim, usado a idéia principal do alongamento para fazê-los
de maneira mais simplificada.
Uma modalidade da cinesioterapia indispensável para o programa de
exercícios é o fortalecimento do assoalho pélvico (AP). Durante a gravidez esses
músculos são extremamente solicitados pelas mudanças corporais. Os exercícios
utilizados como terapia baseiam-se na hipótese de que os músculos elevadores do
ânus, coccígeo, transverso profundo do períneo, esfíncter da uretra, isquiocavernoso,
transverso superficial do períneo, bulboesponjoso e esfíncter do ânus se adaptam às
sobrecargas a que são submetidos (AMARO, GAMEIRO, 2001).
Os exercícios para o assoalho pélvico têm objetivo de fortalecer esse grupo
muscular, prevenir a incontinência urinária e prolapsos genitais, proporcionando não
só recuperação mais rápida no pós-parto, como também o relaxamento desses
músculos, auxiliado no momento do parto. Devem ser requisitados repetidamente
contra uma resistência cada vez maior, sem produzir traumas. (BRANDÃO,
GASPARETTO e PIVETTA, 2008; OLIVEIRA et al., 2004; LIMA e OLIVEIRA, 2005).
Visando as alterações respiratórias ocasionadas na gravidez, foi sugerido no
manual a respiração diafragmática. É uma técnica que não possui contra-indicações, e
poderá ser realizada em qualquer posição ou postura proposta.
Brandão, Gasparetto e Pivetta (2008) enfatiza ainda que esse tipo de
respiração facilita o trabalho respiratório, diminuindo ou cessando as dispnéias,
podendo ser associado a outro exercício como os de cinesioterapia.
Além de todos os exercícios já citados, uma modalidade indicada por Mann et
al. (2008) é a ioga. Os exercícios desta técnica, que foram propostos no manual são
bem simples, visando alongamentos e fortalecimentos leves e de fácil compreensão.
Almeida e Tumelero (2003) verificaram que sua prática teve efeito positivo em
avaliação realizada com 30 gestantes. Após a prática houve relatos de melhora no
fortalecimento muscular, na postura, no sono, maior resistência física, tranquilidade e
menor ganho de massa corporal.
Na literatura científica não existe consenso sobre qual trimestre iniciar o
exercício, porém em dois estudos citados por Amorim et al (2007), gestantes
praticantes de exercícios durante os três trimestres e gestantes que se exercitavam 5
vezes na semana, tenderam a ter bebês com peso maior ao nascimento.
O manual foi divido em trimestre visando a melhor adaptação a prática da
atividade física pela gestante, levando em consideração suas modificações corporais e
limitações funcionais.
Vale ressaltar que para a realização dos exercícios é necessário algumas
observações. Os autores citam as contra-indicações absolutas como doença cardíaca
significante, doença pulmonar restritiva, risco de trabalho de parto prematuro como
incompetência istmo-cervical e gestação múltiplas, sangramento persistente no 2º ou
3º trimestre de gestação, placenta prévia, ruptura prematura das membranas, pré-
eclampsia, tromboflebite, doença infecciosa aguda, isoimunização grave, doença
hipertensiva descompensada e paciente sem acompanhamento pré-natal. E trazem
ainda algumas contra indicações relativas como hipertensão essencial, anemia,
doenças tireoidianas, diabetes mellitus descompensado, obesidade mórbida e
histórico de sedentarismo extremo. (ACOG, 2002; LIMA E OLIVEIRA, 2005 e MACIEL
et al., 2003).
A gestante também deve ficar atenta a alguns sinais de alerta para a
interrupção do exercício como perda de liquido amniótico, dor no peito, sangramento
anormal, dispnéia, dor abdominal, contrações uterinas, redução dos movimentos
fetais, náuseas, desconfortos, cefaléia, parto prematuro, vertigens, fraqueza muscular,
dores ou edema nas panturrilhas também são sinais para a interrupção da prática
(ACOG, 2002; CASTRO et al., 2009).
Algumas recomendações devem ser tomadas como evitar treinos em que a FC
exceda 140bpm; realizar exercícios de 3 a 4 vezes por semana, durante 20 a 30
minutos; evitar contrações isométricas máximas, assim como exercícios na posição
supina e em ambientes quentes e piscinas muito aquecidas, e realizar os exercícios
em intensidade moderada (CASTRO et al., 2009; LIMA e OLVEIRA, 2005). ACOG
(2002) e Lima e Oliveira (2005) recomendam exercícios moderados por 30 minutos ou
mais, no mínimo três vezes por semana, durante a gravidez, para aumentar a boa
forma e o bem estar materno.
Apesar das orientações à amamentação serem realizadas muitas vezes no
ambiente hospitalar por outros profissionais da saúde, a fisioterapia também exerce
um importante papel nessa prática, realizando a preparação das mamas para a
lactação e orientações as melhores posturas a serem adotadas (PIVETTA, 2008).
Pensando nesses benefícios foi criada uma parte do manual somente com
orientações a fim de prepará-la para amamentar, visando o bem estar da mãe e do
bebê, contendo posturas mais adequadas e pega correta da mama pelo bebê.

 Exercícios propostos para o trabalho de parto

Atualmente a prática de exercício durante todo o período gravídico-puerperal é


pouco visada, porém o Ministério da Saúde sistematizou um programa de
humanização na maioria das maternidades públicas do Brasil.
Com relação ao parto, é inquestionável que durante as contrações a mulher
precisa estar ativa, realizando uma atividade direcionada para ajudar na sua
progressão. Portanto os exercícios propostos no manual para fase ativa têm esse
objetivo, fazendo com que ela colabore com a progressão do parto, com o intuito de
evoluir para o parto vaginal e humanizado, sem se esgotar para não atrapalhar o seu
andamento (TEIXEIRA, 2003).
Com objetivo de analisar a influência da mobilidade da parturiente na evolução
da fase ativa do trabalho de parto, Bio, Bittar e Zugaib (2006) realizaram um estudo,
visando comparar a média de duração dessa fase entre dois grupos. O grupo controle
não teve atuação fisioterapêutica e o grupo estudo recebeu orientação fisioterapêutica
nesta fase, até terminar a dilatação cervical, com posturas verticais (de pé, andando,
sentada), movimento articular geral, mobilidade pélvica, relaxamento do períneo,
coordenação do diafragma e estímulo da propriocepção.
Como resultado, observou-se que houve diminuição na duração da fase ativa e
diminuição do uso de anestesia e analgésicos nesta fase. Concluiu-se então que
orientar a postura e a mobilidade adequada à parturiente influencia de maneira
positiva a fase ativa do trabalho de parto, diminuindo a duração da fase ativa (BIO;
BITTAR; ZUGAIB, 2006).
Exercícios como rotação e lateralização da pelve foram proposto com intuito de
facilitar a descida, a rotação e o encaixe do bebe, aliviar a dor lombar, além de
promover os benefícios citados pelos autores devido à mobilidade articular.
É certo que a postura materna influencia o trabalho de parto e parto. Segundo
Silva et al, (2007), as posturas verticais apresentam diversas vantagens, promovem
uma retificação do canal de parto e alinhamento do feto na bacia materna,
maximizando os puxos expulsivos maternos e facilitando o desprendimento fetal,
devendo, portanto serem adotadas preferencialmente na assistência à parturiente
(LEWIS et al., 2004; GUPTA e NIKODEM, 2000 apud SILVA et al., 2007).
A posição sentada ou semi-sentada em bancos ou cadeiras de parto propicia
uma posição mais confortável para a parturiente. Entretanto o uso de bancos e
cadeiras de parto associa-se significativamente a edema vulvar e aumento no risco de
sangramento uterino após a dequitação. Por isso é aconselhável evitar que a
parturiente fique sentada por períodos prolongados na segunda fase do trabalho de
parto. (GUPTA e NIKODEM, 2000 apud SILVA et al., 2007).
Muito utilizado pelas mulheres indígenas, o exercício de cócoras auxilia na fase
ativa do parto aumentando o diâmetro do canal vaginal, facilitando a expulsão do feto.
Essa postura foi descrita no manual para ser realizada durante as contrações uterinas
na fase ativa sendo acompanhada com respirações diafragmáticas.
Esse exercício é um recurso fisioterápico eficaz para fortalecimento da
musculatura perineal e dos membros inferiores durante o pré-natal além de aumentar
em 28% a área do plano de saída da pelve em 1 a 1,5 cm os diâmetros do estreito
inferior da bacia (SILVA et al., 2007, RUSSEL, 1928 apud SILVA et al., 2007).
Outra postura descrita no estudo de Silva et al (2007), é a postura inglesa ou
de Gaskin que tem o intuito de facilitar a rotação fetal espontânea nas apresentações
cefálicas occicipito-sacra e occicipito-transversa persistentes. Essa posição tem
revelado facilitar o desprendimento biacromial na distócia de ombro (manobra de
Gaskin) e pode diminuir as lacerações perineais por facilitar a proteção dessa
musculatura durante a deflexão cefálica. (BRUNER et al., 1998 apud SILVA et al.,
2007). Diante de tantos benefícios, sugerimos também essa postura para o período do
parto.
Outro exercício proposto no manual para o trabalho de parto, assim como na
gestação, é a respiração diafragmática, que tem a finalidade de aumentar o conforto
respiratório, aumentar a concentração e diminuir a ansiedade da parturiente. Na fase
ativa esse exercício tem o objetivo de aumentar o conforto, diminuir as sensações
dolorosas, e evitar que a gestante faça apnéia o que poderia acarretar em uma
diminuição da saturação de oxigênio (O2) e consequentemente diminuição do aporte
de O2 para o feto.
Visando a analgesia durante o trabalho de parto, Böing, Esperandio e Santos
(2007), propuseram um estudo com o objetivo para investigar a eficácia da técnica
respiratória diafragmática, lenta e profunda sobre a sensação dolorosa e relação com
a saturação de oxigênio. O estudo teve amostra de 40 primíparas com previsão para
parto vaginal, que foram divididas em grupo controle (GC) e grupo estudo (GE). A
parturiente era estimulada a indicar o valor da intensidade de dor em diferentes
valores de dilatação cervical, e a saturação era colhida sempre em decúbito lateral
esquerdo, durante e nos intervalos de contração.
Como resultado o estudo observou que no GE a intensidade da dor durante a
contração foi menor do que no GC. A intensidade dolorosa no intervalo de contração,
também foi menor no GE, sendo que a saturação de oxigênio foi maior no GE do que
no GC. Concluíram que a técnica respiratória, além de interferir no parto como fator
relaxante, diminuiu a sensação dolorosa. A técnica respiratória diafragmática,
realizada de forma lenta e profunda, é uma forma alternativa potencial para o controle
de dor durante o trabalho de parto (BÖING, ESPERANDIO e SANTOS, 2007).
Visando uma melhor progressão do parto, a caminhada foi descrita no manual
durante fase ativa, promovendo uma participação e colaboração da gestante,
proporcionando alivio da dor.
Uma simples caminhada pode ser ótima durante o trabalho de parto,
principalmente durante as contrações. Esse simples fato alivia a dor e facilita a
descida do bebê. Também é uma alternativa excelente para quando o bebe está alto e
ainda não encaixou, quando a mulher está precisando de mais dilatação e quando
houve a ruptura da bolsa, porém não há contrações (TEIXEIRA, 2003).

 Exercícios propostos para o puerpério

O puerpério é a fase em que as modificações locais e sistêmicas provocadas


pela gravidez e parto retornam ao período pré-gravídico. Nessa fase, vulva, períneo e
vagina podem apresentar lacerações e edema, pois sofreram dilatação para a
passagem do feto na ocasião do parto vaginal. (REZENDE, 2003).
Não se deve deixar de ressaltar que o período pós-parto é muito mais voltado
para os cuidados ao recém nascido do que para a mãe que recentemente pariu.
Muitas vezes as queixas por elas referidas são consideradas inerentes ao processo de
parturição. (BELEZA E CARVALHO, 2010).
Recentemente alguns estudos relatam que, para prevenir essas alterações é
necessário realizar seu preparo já nos primeiros meses de gestação. Além disso,
essas alterações podem ser evitadas com um parto humanizado, sendo necessário
continuar realizando os exercícios no puerpério.
Para a prática de exercícios no período puerperal algumas recomendações são
necessárias: iniciar lentamente e aumentar a intensidade progressivamente; ser
especialmente cuidadosa nas primeiras 4-5 semanas após o parto; ao realizar
alongamento manter na mesma posição de 20 a 30 segundos, sem movimentos de
insistência; e manter uma boa hidratação, ingerindo água durante e após a atividade,
principalmente se estiver amamentando o bebê (QUEIRÓS, 2007).
No puerpério podem ocorrer alterações na musculatura do assoalho pélvico,
que pode permanecer hipotônico e distendido pela ação hormonal, sobrecarga do
bebê e possíveis traumas durante o trabalho de parto. Assim é comum o aparecimento
de queixas urinárias, que pode ser uma condição da gravidez ou surgir durante o
puerpério (REZENDE, 2003).
Mesmo sabendo da importância de se praticar exercícios nesse período, a
literatura ainda é escassa. Porém as mulheres que se encontram nesse período
necessitam de cuidados específicos voltados à saúde, o que requer assistência
multiprofissional de programas específicos para saúde da mulher. (RETT et al., 2008;
BELEZA e CARVALHO, 2002).
Conforme recomendações do ACOG, a puérpera deve ser estimulada a
exercitar-se precocemente. A atuação da fisioterapia em uma maternidade decorre da
necessidade de diminuir tempo de internação e prevenir complicações, favorecendo a
recuperação precoce das puérperas, devido às inúmeras alterações ocorridas durante
a gravidez que podem persistir no pós parto imediato (RETT et al., 2008).
Os objetivos da intervenção fisioterapeutica no puerpério imediato são:
proporcionar e orientar o posicionamento no leito, reeducação da musculatura
respiratória, estimulação do sistema circulatório, restabelecer a função intestinal,
reeducação dos músculos abdominais e do assoalho pélvico, promover analgesia no
local da incisão perineal ou cesárea, e enfatizar a necessidade de continuar o
acompanhamento fisioterápico em nível ambulatorial (BELEZA e CARVALHO, 2010).
Já no pós-parto tardio os objetivos são reeducação da função respiratória,
reeducação e ganho de força da musculatura do assoalho pélvico, reeducação dos
músculos abdominais e tratamento de possíveis complicações e desconfortos
músculos-esqueléticos (BELEZA e CARVALHO 2010).
A partir das alterações durante a gravidez, a técnica de respiração
diafragmática foi incluída no manual para proporcionar reeducação do diafragma. Esse
exercício não possui contra-indicações, além de ser de fácil realização e poder ser
praticado com qualquer outro exercício associado.
Outros exercícios apropriados incluem as zonas do assoalho pélvico (períneo),
abdômen e costas. A técnica será muito importante à medida em que ajudará a evitar
ocorrência de lesões (DU BOIS, 2002 apud QUEIROS, 2007).
Um dos exercícios citados no trabalho foi o de musculatura abdominal, partindo
do pressuposto que esta prática reduza a diástase abdominal, que estão
frequentemente presentes no pós-parto, além de fortalecer essa musculatura.
Sabendo que a gestação, o trabalho de parto e parto provocam efeitos
negativos na função da musculatura do assoalho pélvico e favorecem o aparecimento
de incontinência urinária, justifica-se a importância da intervenção fisioterapêutica.
Esta é uma abordagem de baixo custo, sem efeitos colaterais e tem demonstrado
bons resultados. São indicados tanto para prevenção quanto para tratamento. (RETT
et al., 2008).
Os exercícios para o assoalho pélvico sugeridos no manual além de
prevenirem lesões, evitam complicações como incontinência urinária e possíveis
prolapsos genitais. Devido à importância desse exercício, ele foi descrito para ser
realizado durante as três fases puerperais, em várias posições, fazendo com que a
musculatura do assoalho pélvico recupere sua integridade.
Quando a prática de exercícios for feita por puérperas que realizaram parto
cesárea, esta deverá ser leve antes da retirada dos pontos, sendo então intensificada
progressivamente. Sua reabilitação é essencialmente a mesma para a paciente que
realizou parto vaginal. (BIM E PEREGO, 2002).
No manual proposto no trabalho, todos os exercícios indicados para o
puerpério são de intensidade leve-moderada, não oferecendo riscos a puérpera
independente do tipo de parto ao qual foi submetida.
Um programa de exercícios sugerido por Beleza e Carvalho (2010) inclui
reeducação diafragmática, exercícios metabólicos de extremidades, exercícios de
mobilização da pelve e também exercícios do AP, sendo que esse último deve ser
realizado com frequência e forma gradativa, em diversas posições.
Os exercícios metabólicos de membros superiores e membros inferiores tem
como finalidade otimizar o retorno venoso, além de reduzir edemas ocasionados na
gestação. Esse exercício é de fácil execução, possuindo apenas contra-indicação de
trombose venosa profunda em pós-parto cesárea, podendo ser realizado em qualquer
fase do puerpério.
Já em outro estudo foi aplicado um protocolo, onde era proposta uma conduta
envolvendo exercícios de reeducação diafragmática, abdominais isométricos,
contrações fásicas e tônicas do assoalho pélvico, exercícios metabólicos, manobra de
eliminação de flatos, deambulação precoce (2 a 4 minutos), orientações gerais sobre
postura adequada para amamentação, mudança de decúbito e posturas para a
realização de atividades de vida diária. Todas as puérperas recebiam uma cartilha
com todos os exercícios e orientações para que pudessem realizá-los em seus
domicílios, concluindo que a conduta proposta foi realizada pela grande maioria das
pupérperas. (RETT et al., 2002).
Observou-se com esta revisão que ainda não são bem definidas freqüências e
intensidades dos exercícios. Porém todos os estudos encontrados sobre a prática de
exercícios tiveram benefícios para as gestantes e puérperas. Não existe ainda na
literatura um manual abrangendo o período gravídico puerperal e a partir dos
resultados encontrados foi possível confeccionar um manual contendo exercícios de
intensidade leve a moderada, abrangendo todas as fases do ciclo gravídico puerperal.
6 MANUAL DE EXERCÍCIOS PARA O PERÍODO
GRAVÍDICO-PUERPERAL
7 CONCLUSÃO

Embora haja diversos artigos relatando os benefícios da prática de atividade


física no período gravídico-puerperal, ainda não há consenso sobre qual o melhor
exercício, com intensidade e frequência não definidas. Foi possível identificar os
exercícios de fácil aplicabilidade e simples entendimento, identificar os riscos e
contra-indicações que impedisse a gestante de realizar e elaborar um manual de
exercícios para facilitar o acesso das mulheres ao programa de exercícios, sendo
necessária sua aplicação posteriormente.
ANEXOS
ANEXO – Termo de utilização de uso de imagem

Termo de autorização de utilização de imagem

Eu _______________________________________________________
___________________________________________________, portadora do
RG _____________ e CPF _____________ autorizo a divulgação da minha
imagem como gestante para ilustrar o trabalho de conclusão de curso intitulado
“Elaboração de um manual de exercícios para o período gravídico-puerperal”
com o objetivo de ser divulgado para a rede pública de saúde, para as
gestantes e puérperas com dificuldade em comparecer semanalmente à
unidade básica de saúde.
A presente autorização é concedida a titulo gratuito, abrangendo o uso
da imagem em todo território nacional.
Por esta ser a expressão da minha vontade declaro que autorizo o uso
da minha imagem sem que nada haja a ser reclamado a título de direitos
conexos à minha imagem ou a qualquer outro, e assino a presente autorização
em 02 (dias) vias de igual teor e forma.

Bragança Paulista, ___ de _____________ de 2010

_____________________________
Assinatura do voluntário

Gleice Moreira de Souza


Taís Emilia Mosca
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