Você está na página 1de 8

Texto confuso, misturando vetores e escalares

ONDAS P E S

As forças de corpo geralmente consistem de um termo da gravidade (fg) e de um termo


da fonte (fs). A gravidade é um fator importante em baixas frequências de vibrações, no entanto,
segundo Shearer (2009), é um termo normalmente negligenciado nos cálculos de ondas. O
termo relativo à fonte deve ser levado em conta em áreas onde existem fontes de ondas sísmicas,
o que significa a existência da ação de forças de corpo (Stein e Wysession, 2003). Ondas que
se propagam fora de regiões de fonte sísmica, ou seja, onde há a ausência de forças de corpo,
são governadas pela equação homogênea de movimento:

(  G)  u  G2u  u (0.1)


Considerando os operadores de divergência (  ) e rotacional (  ) e dado o vetor
identidade:

 2u    u      u (0.2)

A Equação (0.1) pode ser transcrita de uma forma mais conveniente em:

 u  (  2G)  u  G    u (0.3)

1.1.1.1. Ondas P e S

Shearer (2009) apresenta equações que descrevem o movimento das ondas P e S a partir
do cálculo, respectivamente, do divergente e do rotacional da Equação (0.3)e considerando o
mesmo vetor identidade dado na Equação (0.2). Assim, para o divergente, a equação encontrada
é:
 2 (  u) (  2G) 2
  (  u) (0.4)
t 2 
Ou:

1  2 (  u )
 2 (  u )  0 (0.5)
c p 2 t 2

Onde a velocidade da onda P, cp, é dada por:

(  2G )
cp2  (0.6)

Ou, também, em função de E e ν:

E (1  )
cp  (0.7)
(1  )(1  2 ) 
Por outro lado, calculando o rotacional da Equação (0.3) e considerando ainda os
seguintes vetores identidades:

  (  u)  0 (0.8)
 (  u)  0 (0.9)
Obtém-se:

 2 ( u ) G 2
  ( u ) (0.10)
t 2 
Ou,

1  2 (  u )
 2 (  u )  0 (0.11)
cs 2 t 2
Onde a velocidade da onda S, cs, é dada por:

G
cs 2  (0.12)

Ou, ainda, em função de E e ν:

E
cs  (0.13)
2(1   ) 
Assim, as velocidades cp e cs podem ser usadas para reescrever a equação da onda
elástica diretamente em função das velocidades das ondas P e S, tal que:

u  c p 2 u  cs 2 u (0.14)

O campo deslocamento u pode, ainda, ser expresso em termos do potencial escalar da


onda P, ϕ, e do potencial vetorial da onda S, ψ, usando o Teorema de Helmholtz (Shearer, 2009;
Stein e Wysession, 2003), de forma que:

u        (0.15)

Com:

   0 (0.16)

Calculando o divergente da Equação (0.15), obtém-se:


  u  2   (0.17)
A qual se aplicada na Equação (0.5), chega-se a:

1  2
 2  0 (0.18)
c p 2 t 2

Por outro lado, fazendo o cálculo do rotacional da Equação (0.15), tem-se:

  u      (0.19)
Aplicando esta equação na Equação (0.11), encontra-se:

1  2
2  0 (0.20)
cs 2 t 2
Estas manipulações da Equação (0.3) a separam em duas partes: uma associada ao
potencial escalar, a qual não tem rotacional ou rotação e dá origem às ondas P. Por outro lado,
a parte associada com o potencial vetorial não tem divergente, não causa mudança de volume
e corresponde às ondas S. Por fim, resolvendo as Equações (0.18) e (0.20) para ϕ e ψ, o
deslocamento gerado pela onda P é dado pelo gradiente de ϕ e o deslocamento da onda S é dado
pelo rotacional de ψ, de acordo com a Equação (0.15). Antes de apresentar estas soluções para
as ondas P e S é necessário introduzir os conceitos de ondas planas e esféricas.

1.1.1.2. Soluções para as ondas planas P e S

Conforme discutido na seção Error! Reference source not found., a forma da frente
de onda das ondas sísmicas é sempre esférica, já que estas são propagadas a partir de uma fonte
localizada. Entretanto, a distâncias suficientemente grandes da fonte, as frentes de ondas se
tornam planas o suficiente para que uma aproximação com ondas planar seja localmente válida,
conforme pode ser observado na Error! Reference source not found. (Shearer, 2009; Stein e
Wysession, 2003).
Figura Error! No text of specified style in document..1: Frente de onda esférica se movendo a partir da fonte
(Adaptado de Stein e Wysession, 2003).

A equação da onda plana apresenta variação de deslocamento somente na direção de


propagação, sendo constante na direção ortogonal a esta. Considerando, portanto, uma onda
planar que se propaga ao longo do eixo x o deslocamento resultante da passagem desta onda,
que pode se propagar tanto na direção +x quanto –x pode ter uma solução geral, segundo
Achenbach (1973), expressa como:

u(x, t )  f  x  p  ct  d (4.86)

Em que f é uma função arbitrária qualquer; d éo vetor unitário que descreve a direção do
movimento das partículas; p é o vetor unitário que define a direção de propagação da onda; c é
a velocidade de propagação da onda; x e k são, respectivamente, o vetor posição e o vetor do Commented [CN1]: Não tem k na eqyação 4.86

número de onda definidos como:

x
 
x =  y (4.87)
z
 

kx 
 
k = k y  (4.88)
k 
 z

Achenbach (1973) demonstra ainda que para uma onda planar com movimento
periódico harmônico, descrito pelos parâmetros da Tabela Error! No text of specified style in
document..1.6, o deslocamento resultante da passagem desta onda, pode ser definido como:

ik  x p ct 


u(x, t )  Ade (4.89)
em que A é a amplitude da onda.

Tabela Error! No text of specified style in document..1.6: Parâmetros das ondas harmônicas
(Adaptado de Shearer, 2009).

Existem ainda autores que substituem a dependência do tempo transformando a equação


para o domínio da frequência. Shearer (2009) define que, desta forma, o deslocamento para
uma determinada frequência angular ω é dado por:

u (x, t )  Aeit k x  (4.90)

Por outro lado, ao considerar somente a parte desta onda harmônica responsável pelo
movimento longitudinal, ou seja, a onda harmônica planar P, a qual tem seu movimento descrito
pela Equação (0.18), o potencial escalar que satisfaz a esta equação pode ser dado
genericamente como:

 (x, t )  f  x  p  cPt  d (4.91)

em que o sinal de menos corresponde à propagação no sentido positivo de x, e o sinal de mais,


no sentido negativo de x.

Sabendo que, conforme discutido anteriormente, o vetor deslocamento u p resultante da

propagação desta onda é o divergente de ϕ; e que para a propagação de uma onda plana na
direção de x, não existe mudanças nas direções de y e z, logo, as derivadas espaciais y e z
são 0, portanto:

u p (x,t)     (x, t ) (4.92)


 u p   x 
   
u p (x,t)   v p    0  f  x  p  cPt  d (4.93)
w   0 
 p   
Assim, conforme já discutido na seção Error! Reference source not found., confirma-
se as seguintes propriedades das ondas P:

 As ondas P apresentam deslocamento de partículas (up) apenas na mesma direção


de propagação da onda, que neste caso apresentado é a direção x, o que justifica
o fato deste tipo de onda poder ser chamado também de onda longitudinal;
 O deslocamento gerado pela onda P é definitivamente irrotacional, uma vez que,
de acordo com a Equação (0.8), o rotacional do divergente de um vetor é sempre
nulo;
 As ondas P causam mudanças de volume uma vez que a deformação volumétrica
εv é diferente de 0:

u p v p wp
v    u p    0 (0.21)
x y z
O vetor up, pode, ainda, ser representado em função da frequência angular, de tal forma
que:

 u p  ik 
   
u p (x,t)   v p    0  e  it  k  x  (0.22)
w   0 
 p  

Por outro lado, seja a parte da onda harmônica incialmente considerada responsável pelo
movimento transversal, isto é, a onda harmônica planar S, a qual se propaga na direção positiva
do eixo x com seu movimento representado pela Equação (0.20). O potencial vetorial que
satisfaz esta equação é:

 x  x  p  cS t  d 
 
 ( x, t )   0  x  p  cS t  d   y  x  p  cS t  d  (0.23)
  x  p  c t  d 
 z S 
Onde  0 representa uma função vetorial arbitrária com componentes em x, y e z.

O vetor deslocamento u s resultante da propagação da onda S é dado pelo rotacional de

 . Além disso, da mesma forma que para onda P, na propagação de uma onda plana na direção
de x, não existe mudanças nas direções de y e z, logo, y e z são nulos, portanto:

u s (x,t)   ( x, t ) (0.24)


  z  y   
   
y z 0 
 us    x     
       z    z 
u s (x,t)   vs     y    x  
    (0.25)
 w      z x   x 
  
s z     x    y 

y
   
 x y   x 

Assim, conforme já discutido na seção Error! Reference source not found., confirma-
se as seguintes propriedades das ondas S:

 As ondas S apresentam deslocamento de partículas (us) nula na mesma direção


de propagação da onda, que neste caso apresentado é a direção x. Os
deslocamentos associados com a propagação deste tipo de onda são
perpendiculares a sua direção de propagação;
 As ondas S é puramente cisalhantes, não causando mudanças de volume uma
vez que, considerando o vetor identidade da Equação (0.9), a deformação
volumétrica εv é nula:

 v    u s    ( )  0 (0.26)

O vetor u s pode, ainda, ser representado em função da frequência angular, de tal forma
que:

 us   0 
   
u s (x,t)   vs   ik  eit k x  (0.27)
 w   ik 
 s  

Percebe-se que o movimento gerado pela onda S nas partículas do meio ocorre somente
nas duas direções perpendiculares a direção de propagação da onda. Estas direções são,
frequentemente, definidas como:

 SV, para ondas cisalhantes com deslocamento dentro de um plano vertical


através do vetor de propagação;
 SH, para ondas cisalhantes com movimento horizontal na direção perpendicular
a este plano.

Na Figura Error! No text of specified style in document..2 podem ser observados os


movimentos da onda S nas direções SV e SH, assim como para onda P.
Figura Error! No text of specified style in document..2: Campos deslocamento das ondas planas P e S
se propagando no plano xz (Adaptado de Stein e Wysession, 2003).

Você também pode gostar