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Editora Saber Ltda Começa a reação do setor

Diretor
Hélio Fittipaldi
industrial no Brasil

Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, apresentou

www.mecatronicaatual.com.br em coletiva de imprensa como foi o ano de 2012 para

a indústria de máquinas. O departamento de estatís-


Editor e Diretor Responsável
Hélio Fittipaldi
tica preparou uma vasta quantidade de informações,
Revisão Técnica
Eutíquio Lopez comparando-as com os últimos oito anos (mês a mês).
Redação Assim foi possível notar os movimentos do mercado
Rafaela Turiani

Publicidade e como estamos indo para uma desindustrialização Hélio Fittipaldi


Caroline Ferreira
Designer massiva, se não forem tomadas urgentes providências
Diego Moreno Gomes
Carlos C. Tartaglioni governamentais. O ponto positivo é que o governo começou a reagir. Um pouco tarde, é
Colaboradores claro, mas já é alguma coisa. Pelo menos foi o que todos puderam notar no bom ânimo
Alexandre Capelli
Bruno Castellani da direção da ABIMAQ quanto ao futuro próximo, começando pelo ano de 2013.
César Cassiolato
Eutíquio Lopez O leitor poderá ver esta matéria nesta edição e os assinantes da revista e do portal
Leandro Henrique Batista Torres
Rob Hockley Mecatrônica Atual terão acesso exclusivo ao material adicional, onde mostramos vários
Ron Beck
Steven D. Garbrecht quadros da pesquisa que embasarão melhor o seu conhecimento do mercado para o futuro,
Thomaz Oliveira
a curto e médio prazos.
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Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 3


índice
42
30
14 Começa a reação do setor
de máquinas no Brasil

16
Os benefícios de arquiteturas
baseadas em objetos para SCADA
e Sistemas Supervisórios

22 Profibus: Instalação Avançada


– Parte 2

30
Manutenção e Calibração de
Medidores de Vazão

34 Gerenciamento de Ativos e Autodiagnose

42
Modelos de engenharia utilizados
em operações de plantas

16 46 Acionamento de máquinas
em corrente contínua

Editorial 03
Eventos 06
Notícias:
Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM ........................................08
Robtec lança no Brasil a Máquina de Medição Óptica
mais avançada do Mundo .....................................................................08
Série de instrumentos de medição industrial LJ-V, da Keyence....09
Endress+Hauser reforça participação no mercado
de açúcar e etanol ..........................................................................10
A nova solução M-Bus, da HMS, permite aos usuários
otimizarem o consumo de energia ...........................................10
Okuma fornece centro de usinagem
para segmento ferroviário ............................................................11
Índice de Anunciantes: Nova Saber ......................... 29
Novo Sistema de Controle de EstabilidadeAutomotiva,daTRW ..12
HSM ............................... 05 Nova Saber ......................... 41
Invensys ............................... 07 Mouser ....................... Capa 02 Novo atuador IVAC da Norgren oferece aos
Metaltex ................................ 11 MDA 2013 ................... Capa 03 fabricantes de máquinas e usuários finais,
Feimafe 2013 ........................ 21 Festo ............................ Capa 04 redução expressiva de energia e custos operacionais.............13

4
literatura O livro é indicado para alunos e profissionais da área de Automação. O assunto é
desenvolvido, passo a passo, desde suas aplicações até a utilização mais elevada do
Controlador Lógico Programável (CLP) com variáveis analógicas.
Compara os conceitos com metodologias já conhecidas, diagrama de contatos,
álgebra de Boole etc. Cada capítulo apresenta teoria, exercícios resolvidos com
experimentos testados e exercícios propostos, seguindo uma linguagem comum a
todos os fabricantes de CLPs por meio da norma IEC 1131-3.
Na décima edição o livro foi totalmente reestruturado e atualizado, inclusive, no
que se refere à linguagem que passa a ser normalizada, eliminando a necessidade
de praticar neste ou naquele equipamento de fabricantes diferentes. Alguns capítu-
los foram reformulados a fim de enriquecer o conteúdo da obra, apresentando os
últimos lançamentos e simulação virtual de programação.

Automação Industrial - 10ª Edição Revisada


Autor: Ferdinando Natale
ISBN: 978-85-365-0210-6
Preço: R$ 99,00
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Dezembro Janeiro
Automação Industrial com Redes Automação Pneumática - Projetos Tecnologia de Vácuo para Sistemas
de Comunicação em Ambiente de Circuitos Avançados Utilizando Handling
CoDeSys Métodos Sistemáticos Organizador: Festo
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www.festo-didactic.com/br-pt Automação com Controladores
Hidráulica Móbil Lógicos Programáveis
Organizador: Festo Técnicas de Detecção e Resolução Organizador: Festo
Data: 17 – 19 de Falhas em Sistemas Pneumáticos Data: 28 – 30
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Duração: 20 horas Horário: 13h30 às 17h30 e 08h30 às Duração: 20 horas
Investimento: R$ 1.125,00 / participante 17h30 Investimento: R$ 1.210,00 / participante
(no Estado de São Paulo) e R$ 1.175,00 / Duração: 20 horas (no Estado de São Paulo) e R$ 1.260,00 /
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//notícias
Elipse apresenta a versão 2.0 do EPM
Lançada no dia 14 de novembro, a nova versão
do Elipse Plant Manager possui um ambiente
integrado de análise com suporte a Python e
uma nova ferramenta gráfica
Com a crescente e contínua evolução tecnológica,
deu-se início à era da inclusão digital, onde a informação
é vista como o principal patrimônio de uma organização.
A grande quantidade de dados que precisa ser coletada,
armazenada e analisada passou a representar um enorme
desafio às equipes de manutenção, engenharia e tecnologia O Elipse Plant Manager chamou a atenção dos visitantes da ISA 2012.
da informação (TI) de uma planta industrial. Em decorrência
disso, as corporações começaram a dar mais ênfase a sistemas como o EPM permite manipular dados, com a possibilidade de
capazes de transformar os dados armazenados em informações exibi-los em gráficos através de um simples clique, assim como
úteis para a tomada de decisões mais assertivas. sua interação com a linguagem Python, chamaram a atenção
Atenta a esta nova realidade, que coloca o tratamento da dos visitantes presentes no Brazil Automation ISA 2012.
informação como ponto-chave para o sucesso, a Elipse Software Considerado um dos maiores encontros de instrumentação
apresenta a versão 2.0 do Elipse Plant Manager (EPM). Lançada no e automação da América Latina, o evento reuniu um total de
dia 14 de novembro, a nova versão possui um ambiente integrado 12,4 mil participantes e 84 expositores, entre os dias 6 e 8 de
com suporte a Python e uma ferramenta de análise de tendências novembro, em São Paulo.
com visualização de dados históricos e em tempo real. Com ela, o “Com poucos cliques, o software faz uma análise aprofundada
usuário pode armazenar resultados da avaliação de cálculos reali- de qualquer informação. As diferentes formas como consegue
zados pelo próprio EPM.Além destas novas funcionalidades, agora exibir os dados, com a possibilidade de dar um zoom e ampliar
também é possível pesquisar dados em um portal corporativo a escala das imagens é muito interessante”, disse João Luiz Ferri,
baseado no Sharepoint através dos novos webparts do software. do setor de manutenção da Braskem / Polo de Triunfo (RS).
Uma solução capaz de coletar e converter os dados em "Gostei muito do que vi. Creio que o EPM já esteja bem
informações, disponibilizando-as de maneira clara e organizada maduro para conquistar cada vez mais espaço no mercado”, afir-
através das suas ferramentas gráficas. A forma fácil e precisa mou Gabriel Domenech, gerente da parceira argentina Geding.

Robtec lança no Brasil a


Com as suas dimensões exteriores compactas, o lançamento
Máquina de Medição Óptica pode ser carregado com componentes de até 2 metros de
mais avançada do Mundo diâmetro e de altura, e peso de até 500 kg.
ATOS ScanBox tem tecnologia alemã e é o que
há de mais novo em digitalização óptica Componentes e potencial
A novidade inclui em seus componentes o comprovado
A Robtec, líder em prototipagem rápida na América Latina, sensor da GOM, ATOS Triple Scan, com tecnologia Blue Light,
traz para o Brasil o ATOS ScanBox, célula de medição óptica desenvolvido especificamente para medição óptica 3D de alta
automatizada produzida pela alemã GOM, parceira da empre- resolução e uso em cenários de produção industrial, além de um
sa. O equipamento tem rápida operação e combina utilização robô com alcance ideal, cabeamento profissional e um manual
flexível com máxima confiabilidade. de usuário. Para operar a célula de inspeção e avaliar os dados,
A máquina está pronta para uso, pois é a primeira solução apenas um software é utilizado, o GOM Inspect Professional,
padronizada incluindo todos os componentes para medição e sendo que agora o cliente pode contar com um ponto de
inspeção automatizada. O conceito é plug-and-play, necessitan- contato para tudo.
do apenas de uma ligação elétrica e um espaço de 11 m². Possui No módulo VMR (Virtual Measuring Room), componente
componentes especificamente selecionados para assegurar que central do ATOS ScanBox, a mensuração de processos com-
eles possam ser transportados em pallets-padrão e colocados pletos pode ser planejada rapidamente e de maneira fácil e
em operação em qualquer local de um ambiente de produção. programada sem a necessidade de roteiros convencionais.

8 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias
Série de instrumentos de medição A Keyence domina os sensores CMOS há muitos anos. O
industrial LJ-V, da Keyence sensor HSE3-CMOS oferece uma gama dinâmica mais ampla (64
vezes superior aos melhores sistemas 2D). Com sua sensibilidade
extremamente elevada, é possível medir, superfícies escuras e
Sendo aproximadamente 30 vezes mais rápida brilhantes. O processo é garantido pelo GP64 que processa em
que o melhor aparelho padrão do mercado, a oleodutos com velocidade ultra-alta. São medidos 12,8 milhões de
Série de instrumentos LJ-V da Keyence permite pontos em um segundo, ou seja, 64 000 perfis por segundo. Por
exemplo, consegue medir alvos que se movem a uma velocidade
verificar imediatamente os resultados de um de 6,4 m/s com um passo de 0,1 mm.
alvo lido usando uma visualização 3D online. Os A precisão e a estabilidade de detecção também estão acima
instrumentos também são caracterizados pela dos padrões do mercado.
A Série LJ-V7000 combina um laser azul (caracterizado por
simplicidade de sua implementação, precisão um feixe menor devido a um comprimento de onda mais curto)
e estabilidade de detecção com uma lente Ernostar 2D que focaliza ao máximo a luz do laser.
Consequentemente, o feixe é muito fino e tem uma intensidade
Para muitos setores industriais, poder dispor de um alta, criando uma precisão de perfil muito estável e alta. Durante
controle metrológico 3D no final de suas linhas de produ- o funcionamento, a precisão é de ±7,6 µm e a repetibilidade é
ção tem sido um sonho. As vantagens são fundamentais: de 0,4 µm. A linearidade é de 0,1% em escala completa. O laser
não são necessárias mais verificações manuais, análises azul também disponibiliza uma detecção mais estável em alvos de
em tempo real dos desvios de produção e rastreabilidade temperatura alta, pois a difusão na superfície é menos importante
total. Infelizmente, em muitos casos, esse controle não foi do que para um laser vermelho.
possível, pois as soluções disponíveis no mercado tinham Além disso, a Keyence usa uma fonte de luz dupla. As diferen-
duas grandes desvantagens: a velocidade de medição não ças de quantidade de luz são processadas de modo a identificar
era frequentemente compatível com o ritmo de produção os vários problemas de reflexões que perturbam a medição. Essa
e suas implementações eram complexas. funcionalidade, conhecida como polarização dupla, é única no
Com a Série LJ-V online, as verificações em altas velocida- mundo. Ela já demonstrou ser essencial para a medição de metais
des são, eventualmente, possíveis. Além disso, a velocidade com perfis e superfícies complexos.
não altera a estabilidade de detecção. Isso deve-se ao fato A Série LJ-V dispõe de 74 funcionalidades de medição de fácil con-
da Keyence ter desenvolvido uma eletrônica específica e, figuração para configurar as medições mais atuais.Tenha em atenção
especialmente, um novo sensor CMOS com elevada sensi- que podem ser realizadas 16 medições simultâneas no mesmo perfil.
bilidade e processador GP64. Outra extraordinária inovação é o fato de o LJ-V estar equipado
com uma funcionalidade que gera um perfil 3D a partir de perfis 2D
medidos. Já não é necessário um programador especializado.
Agora, uma funcionalidade de regulagem automática da posição
permite gerenciar as diferenças do posicionamento das peças a
serem medidas. Durante a regulagem ou a medição, o operador
O VMR permite o controle de robôs com um simples pode verificar os resultados imediatamente em um tela tátil, especi-
“arrastar e soltar” pelos comandos, bem como a possi- ficamente desenvolvida para esse fim.Também é possível conectar a
bilidade de programar em ambiente off-line. uma outra tela imediatamente disponível. As distâncias de referência
Esta solução para análise da dimensão com o planeja- atingem os 300 mm para perfis de 240 mm.
mento de inspeção, programação de robôs e relatórios
de inspeção já foi comprovada por clientes com diversas
necessidades das indústrias automotiva, aeronáutica e
aeroespacial, assim como do setor de bens de consumo.

ATOS ScanBox, célula de medição


óptica automatizada da Robtec.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 9


//notícias
Endress+Hauser reforça participação A nova solução M-Bus, da HMS,
no mercado de açúcar e etanol permite aos usuários otimizarem
o consumo de energia
Empresa comemora contrato fechado com a pro-
dutora de alimentos e energia Adecoagro além A HMS acaba de lançar uma solução que permite a co-
municação entre M-Bus e qualquer tipo de rede industrial.
de anunciar novo produto voltado para a medição O M-Bus é um padrão amplamente utilizado em disposi-
“online” da densidade e concentração de fluidos. tivos de medição, tais como contadores de eletricidade,
contadores de gás, contadores de água, etc. A coleta de
A Endress+Hauser anunciou o seu mais recente projeto vol- informação destes dispositivos para uma rede industrial
tado para este mercado, com a Adecoagro, uma das principais permite aos proprietários de estabelecimentos industriais
produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul. controlarem melhor o consumo total de energia e simpli-
Com presença no Brasil, Argentina e Uruguai, as atividades a ficarem as operações.
que a empresa se dedica incluem a produção de açúcar, etanol, O M-Bus (Meter-Bus/Contador Bus) é um padrão para a
energia, grãos, arroz, oleaginosas, lácteos, café e algodão. leitura remota de dispositivos de medição. É especialmente
utilizado em edifícios como, por exemplo, em contadores
Soluções customizadas para o segmento de eletricidade, de gás, de água ou em qualquer outro tipo
Como destaque das soluções oferecidas, está a medição de de contadores de consumo. Ao recolher dados a partir
nível em pré-evaporadores, caixas de evaporação, tanques de destes dispositivos de medição para um sistema CLP ou
xarope, bases de colunas de destilação e silos de açúcar, por prin- SCADA, os proprietários de estabelecimentos industriais
cípio de radar de onda livre e radar de onda guiada (Micropilot conseguem ter uma noção geral da energia total consumi-
e Levelflex). Esta tecnologia tem substituído instrumentos que da, incluindo parâmetros de edifícios cujos valores tinham,
usam pressão como princípio de medição, devido aos benefícios anteriormente, de ser contados em separado.
oferecidos aos usuários, por não serem influenciadas por con- A solução é composta de duas partes: a primeira é um
dições de processo como variação de densidade, por exemplo, conversor M-Bus transparente, que converte os sinais
garantindo maior confiabilidade e menores custos de manutenção. M-Bus para RS232. O conversor funciona como gestor
O equipamento, de fácil instalação e com ampla disponibili- (master) M-Bus e permite a ligação de até 10 dispositivos
dade de conexões de processo e protocolos de comunicação, M-Bus padrão (slaves). A segunda parte é um gateway Anybus
oferece excelentes níveis de confiabilidade e precisão, podendo Communicator que traduz o sinal RS232 para os campos
ser facilmente instalado tanto em tubulações quanto diretamen- industriais ou rede industrial Ethernet escolhidos.
te em tanques. Entre as aplicações de sucesso estão a medição A solução permite estabelecer a ligação dos dispositivos
de grau INPM de álcool hidratado e anidro em destilarias. Tradi- M-Bus a: CANopen, CC-Link, ControlNet, DeviceNet,
cionalmente, em grande parte das usinas, a medição de °INPM EtherCAT, EtherNet/IP, FIPIO, Interbus, Modbus Plus,
é feita manualmente. Com a aplicação da Liquiphant M Density, Modbus TCP, Modbus RTU, PROFIBUS, PROFINET.
a medição do grau é feita de maneira contínua, possibilitando O Anybus Communicator é configurado para utili-
o controle automático do processo. O custo-benefício é uma zar um software Windows que inclui no produto. Deste
das principais vantagens deste equipamento, pois em um só modo, não é neces-
transmissor podem ser instalados até cinco pontos de medição, sário outro tipo de
reduzindo significativamente os custos por ponto de medição. programação para
configurar a ligação
entre o M-Bus e a
rede industrial pre-
tendida. Quando a
configuração para
uma rede estiver
concluída, será mais
fácil reutilizá-la para
criar ligações a ou-
tras redes.

O Anybus Communicator RS232 (à esquerda)


O conjunto de equipamentos que formam o Liquiphant M Density. e o conversor M-Bus (à direita).

10 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias
Okuma fornece centro de usinagem
para segmento ferroviário

A Okuma, tradicional fabricante de máquinas operatri-


zes de última geração, forneceu um Centro de Usinagem
Vertical, modelo Dupla Coluna, para a Manser, empresa
especializada em fabricação, recuperação e modernização
de motores de tração de corrente contínua e alternada para
aplicações ferroviárias, metroviárias e mineração. O modelo
fornecido é o MCR-A5C 25X50, que produz motor elétrico
para locomotivas.
Com dupla coluna de cinco eixos, e centro de usinagem
de alta precisão, a máquina possui design compacto, total-
mente automático. Faz a usinagem de peças em geral em alta
velocidade, sua cabine é blindada, e seu corte silencioso se
destaca pela alta produtividade. Com uma seção transversal
de 350 x (13,78 x ), possui, ainda, rigidez suficiente para lidar
com qualquer corte horizontal. Já os longos trilhos (superior Com dupla coluna de 5 eixos, e centro de usinagem de
alta precisão, a máquina possui design compacto.
e inferior na vertical) garantem alta precisão e durabilidade.
Com movimento suave sobre os trilhos, a mesa se move e
absorve as vibrações do corte, que mantém a exatidão da custo-benefício, prazo da entrega, instalação e treinamento
operação durante longos períodos. oferecidos. “Este equipamento atende nossa necessidade, que é
Carl Janer, diretor de desenvolvimento de novos negócios o aumento de produtividade e competitividade. É a primeira vez
da Manser, afirma que optou pela máquina da Okuma após que adquirimos uma máquina da Okuma e pretendemos investir
diversas consultas no mercado, em função da qualidade, em outras muito satisfeitos, pois superou as nossas expectativas”.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 11


//notícias
Novo Sistema de Controle de “A família EBC460 incorpora os três temas da Segurança
Estabilidade Automotiva, da TRW Cognitiva: Advanced thinking, por sua capacidade de corrigir
derrapagens e patinação; Smart thinking, por suas muitas mui-
tas formas de barateamento do produto; e Green thinking, por
A companhia lançou sua nova família de produtos sua compatibilidade com veículos híbridos e outros alternativos.”
EBC460, referente a sistemas eletrônicos de Con- A EBC460 inclui numerosas atualizações (upgrades) para me-
trole de Estabilidade Automotiva nas 4 principais lhorar valor e desempenho, comparada aos sistemas anteriores.
Ela utiliza bomba com motor de longa vida com um projeto de
regiões produtoras de carros do planeta meia-junta opcional, dois sensores de pressão integrados para
A família EBC460 da TRW Automotive Holdings Corp. disponi- aumentar a capacidade de produzir e manter a pressão no freio,
biliza um projeto de produto padronizado unido à capacidade de redução da aspereza e vibração ruidosa e aumento da vida do
fabricação na Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia, motor através do controle de sua velocidade em alta frequência.
onde foram feitos investimentos significativos em equipamentos e A plataforma EBC 460 especifica também a integração de
engenharia de suporte.A família global de produtos possui sistemas sensores de giro e aceleração com a sua unidade de controle
“standard”, “high” e “premium” - os quais podem oferecer freios EHCU, a qual é capaz de funcionar como controlador para o
anti-lock, controle de tração, e funcionalidade ESC com variantes que sistema elétrico de freio para estacionar – um sistema integrado
dão suporte tanto a veículos híbridos como totalmente elétricos. conhecido como EPBi.
“A tecnologia ESC é um exemplo excelente de um sistema de “ESC é uma tecnologia–chave que tem sido mandatória nos
segurança inteligente. Desde a época em que a TRW lançou seu principais mercados europeus e dos Estados Unidos e fornece
primeiro ESC, a companhia vem acrescentando continuamente mais um bloco construtivo sobre o qual se baseia uma variedade de
especificações e funções e, ao mesmo tempo, tornando o sistema sistemas integrados de segurança”, afirma Josef Pickenhahn,
menor, mais leve e mais barato”, diz Peter Lake - vice-presidente vice-presidente de Engenharia para os sistemas de freios.
executivo de Vendas e Desenvolvimento de Negócios. “A EBC460 consiste na mais avançada ESC que nós já
produzimos até hoje, e ela proporcionará todos os benefícios
(vantagens) das gerações anteriores e, ao mesmo tempo, in-
cluirá características como gerenciamento do rollover ativo
para ajudar a evitar a probabilidade do veículo balançar e
A família controlar a estabilidade do reboque (trailer), o que auxilia
EBC460, da
TRW, de siste- na manutenção da estabilidade de ambos (veículo e trailer).
mas de controle Funções adicionais serão possíveis para suportar um controle
de tração: quali- de viagem adaptativo através de freio emergencial automáti-
dade, desempe- co, altamente sofisticado, e sistemas de alívio de choque de
nho e compatibi- modo a criar oportunidades estimulantes para a segurança
lidade.
dos futuros veículos.”

Veja no Portal:
www.mecatronicaatual.com.br
Acoplamento por impedância comum. Como minimizar
seus efeitos em instalações industriais Hidráulica Industrial e Móbil - O braço forte da automação
A energia eletromagnética nas instalações pode interferir na ope- Neste artigo abordamos os princípios fundamentais da Hidráulica
ração de equipamentos eletrônicos. Controlar o ruído em sistemas e, especificamente, da Óleo-hidráulica. Como utilizar a transmissão
de automação é vital, porque ele pode se tornar um problema sério de energia através dos fluidos líquidos e quais os benefícios e cuidados
mesmo nos melhores instrumentos e hardware de aquisição de dados que se devem observar são os pontos aqui abordados. Considerada o
e atuação. Este artigo provê informações e dicas sobre a minimização braço forte da automação, a hidráulica industrial é um segmento tec-
do efeito de acoplamento por impedância. Veja o artigo em: http:// nológico fundamental nas mais diversas áreas industriais. Veja mais em:
www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1031 http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/1023

12 Mecatrônica Atual :: Setembro/Outubro 2012


//notícias

O IVAC é um
atuador com
peso e espaço
otimizado, apro-
priado para uma
diversidade de
diâmetros, de 40
a 80 mm.

Novo atuador IVAC da Norgren menos paradas para manutenção e custos reduzidos. Enquanto
oferece aos fabricantes de máquinas isso, eliminando as tubulações de ar entre a válvula e atuador, o
que minimiza o volume “morto”, reduzimos o consumo de ar em
e usuários finais, redução expressiva até 50%, diminuição significativa no custo por mm de curso quando
de energia e custos operacionais comparado com sistemas pneumáticos convencionais. Para uma
máquina operando em 2 milhões de ciclos por ano, esse resultado
A Norgren, líder global em automação pneumática e em economia de energia é suficiente para pagar custo do produto
controle de fluidos, anunciou o lançamento de uma linha de em 1 ano. Em suma, o IVAC proporciona uma estética melhorada
atuadores inovadores e de alto desempenho, desenvolvidos da máquina. A aparência ajuda a passar uma imagem mais sofisticada
para reduzir significantemente o consumo de energia e da fábrica, e para os usuários, ela parece mais limpa e avançada.
custos operacionais para fabricantes de máquinas (OEM) e Um número de opcionais e variáveis estão disponíveis, incluindo
usuários finais em diversas aplicações. versão cleanline (limpa) para os cilindros industriais, que é mais
Os controles pneumáticos convencionais possuem uma fácil de lavar e ajuda os OEMs a atingirem os regulamentos de
combinação de válvulas e ilhas de válvulas, atuadores, controles higiene mais facilmente.
de fluxo e sensores juntamente com conexões e acessórios. Os fabricantes de máquinas podem se beneficiar dessa vantagem
Em aplicações típicas, mais de 13 componentes diferentes sem nenhuma mudança no design mecânico da máquina, uma vez
podem ser necessários para operar um atuador. Essa com- que o IVAC está em conformidade com ISO VDMA. Seu conector
plexidade apresenta algumas desvantagens e restrições de único M12 para entradas e saídas pode ser ligado por multipolo
desempenho. Através de uma colaboração muito próxima ou conectado diretamente a um sistema fieldbus, não importando
com os clientes e no intuito de fornecer uma solução que qual o protocolo que está sendo utilizado.
pudesse superar essas deficiências, a Norgren desenvolveu o O design de um atuador integrado é baseado no máximo de
IVAC (atuador com válvula de controle integrada) – uma única modularidade para permitir que todos os componentes sejam
unidade que combina a válvula, os controles de fluxo, amor- montados e desmontados facilmente. Os fatores essenciais do
tecimento e sensores em um pacote integrado de atuação. conceito de um IVAC modular incluem módulo de pilotos localizado
O IVAC é um atuador com peso e espaço otimizado, no cabeçote traseiro do atuador, integrado por uma interface pneu-
apropriado para uma diversidade de diâmetros, de 40 a 80 mática, sensores de posição, indicador de status e conexão elétrica.
mm, com válvula integrada e sensores magnéticos para o O IVAC já está gerando interesse considerável entre grandes
seu controle completo. Capaz de ser adaptado ou integrado clientes, engenheiros de desenvolvimento, gerentes de fábricas
a novos sistemas, cada unidade exige apenas uma conexão e responsáveis pela manutenção e principalmente em aplicações
pneumática e elétrica, eliminando a necessidade de ilha com onde a higiene não pode ser comprometida. Um exemplo de
múltiplas válvulas, componentes, tubos e acessórios. grande empresa que já está usufruindo Engineering Advantage
Essa plataforma integrada diminui custos para os usuários através do IVAC é o líder global no mercado de equipamentos
de várias formas. É fácil de instalar, manter e substituir uma para processamento – a KHS Kriftel, que já instalou as unidades
única unidade, instalação programada e não programada, do IVAC em sua nova linha de produção CombiKeg”.

Setembro/Outubro 2012 :: Mecatrônica Atual 13


reportagem

Começa a reação do
setor de máquinas
no Brasil
A ABIMAQ fez um balanço de janeiro até outubro de
2012 e mostrou que neste mês houve um faturamento
bruto nominal de R$ 6,5 bilhões, o que representa um
aumento de 7 % sobre o mês anterior. Este resultado se
deveu ao aumento das exportações enquanto o mercado O consumo aparente, que representa
o consumo total de máquinas e equipa-
interno sofreu uma retração forte
mentos no mercado nacional, incluindo as
Hélio Fittipaldi produzidas aqui e as importadas, menos
as máquinas e equipamentos exportados,

L
fechou o acumulado de 2012 em R$ 94,3
bilhões, resultado 1,9% superior ao mesmo
período de 2011.
Luis Aubert, presidente da ABIMAQ, em Os importados representaram 61,1%
apresentação contundente mas otimista para deste valor, seguido das vendas internas
o ano de 2013, mostrou o que vem passando das empresas locais, que foram 23,6% e
o setor de máquinas no Brasil e a demora dos produtos importados incorporados à
do governo em tomar decisões para salvar produção de bens de capital, que somaram
o setor da desindustrialização. 15,3%, evidenciando a forte participação dos
Uma das coisas inéditas citadas por Aubert produtos importados no mercado doméstico.
foi a união dos empresários com os diversos O mercado interno de consumo de
sindicatos de trabalhadores nesta luta, para máquinas está aquecido, agora a produção
evitar também que a força de trabalho seja nacional é menor como podemos notar na
dizimada pelas demissões, dificultando uma figura 2 – Consumo Aparente Mensal. Vejam
retomada no futuro. o resultado do mês apresentado no gráfico
O resultado positivo mostrado neste desta figura, na coluna de outubro de 2012,
primeiro mês do último trimestre de 2012 onde a parte em azul é a receita líquida de
deveu-se ao crescimento das exportações, produção nacional (que nos últimos meses
pois, o mercado interno teve uma retração vem diminuindo sistematicamente) e em
de 18,2% em relação ao mês anterior e uma vermelho temos o aumento de participação
queda de 48,5% em comparação com o dos importados.

saiba mais mesmo período do ano anterior.


Comparando este mês de outubro/2012
com o de 2011, houve uma retração de
Luis Aubert chamou a atenção dos pre-
sentes, afirmando: “Neste gráfico (figura 2),
a coluna azul neste ano (2012) está menor
Os assinantes da revista
2,7% e no acumulado de janeiro a outubro do que em 2004, oito anos atrás, isto mostra
Mecatrônica Atual (que
de 2012 tivemos uma queda de 2,3% em claramente que as nossas porteiras estão
possuem acesso exclusivo),
relação a 2011, como mostra a figura 1 – completamente abertas e os importados estão
poderão ver mais sobre esta
Faturamento Bruto mensal. Nesta figura arrasando. Isto é o processo de desindus-
entrevista com diversos outros
podemos notar, inclusive, que aumentou trialização... é quase terra arrasada. E posso
indicadores da indústria em 2012,
a exportação e isto é o reflexo da cotação afirmar que todos os males neste caso aqui
em nosso portal na internet:
do dólar, devido à desvalorização do real. no Brasil residem no câmbio... é o câmbio.
www.mecatronicaatual.com.br

14 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


reportagem

Observem nossas exportações para os países


do primeiro mundo, EUA e Europa, estão
subindo e para a América Latina estão caindo
20 %. Isto é a invasão chinesa.”
Ainda, segundo o presidente da ABI-
MAQ, que transmitia esta apresentação
por televisão fechada a todas as suas mais
de 1200 sedes espalhadas pelo Brasil para
um público de mais de 10000 pessoas,
enquanto é exigido pela lei brasileira que as
máquinas aqui fabricadas sejam obrigadas
a atender a norma NR12 (de proteção do
trabalhador), as máquinas chinesas não sofrem
esta exigência, custando ainda mais barato
do que as nacionais e colocando em risco a
integridade do trabalhador brasileiro. Este
problema não é novo, como a reportagem da
Mecatrônica Atual já mostrou na edição nº
43 com um caso de trabalhador acidentado.
O custo Brasil é lembrado em algumas F1. Faturamento Bruto mensal.
citações da imprensa, onde sempre se referem
aos altíssimos impostos sem a devida con-
trapartida de benefícios. Mas, no fundo, a
lista é muito maior e impactante em todos os
setores, como portos pouco eficientes, estradas
mal cuidadas, burocracia em todo o serviço
público que, além da demora, provoca custos
de logística, contratação de despachantes,
etc. e muitos outros como câmbio, juros
bancários, justiça lenta, Constituição de
1998 ainda não totalmente regulamentada,
leis trabalhistas ultrapassadas, e leis atuais
mal elaboradas por muitos políticos sem
estudo e despreparados, que não exigem
as mesmas coisas dos produtos importados.

Balança Comercial
Em outubro de 2012, as exportações
alcançaram o total de US$ 1,3 bilhões,
apresentando uma forte alta em compara-
ção com o mês imediatamente anterior de
13,6%. Luis Aubert ressaltou: “As expor- F2. Consumo aparente mensal.
tações para a Europa aumentaram 20% e
a crise econômica lá, é muito acentuada. Quanto às importações, o resultado de otimistas para o próximo ano. Perdemos
Para os EUA aumentaram 30%. Vejam outubro com US$ 2,9 bilhões ficou 28,5% quase 10 mil empregos de alta qualidade e
que só com uma desvalorização do real acima do total alcançado em setembro de é difícil recuperá-los. Em dezembro de 2012
aumentamos nossas vendas lá. É sinal de 2012. Na comparação com outubro do e janeiro de 2013 deverão aumentar estes
que ainda somos competitivos em alguns ano anterior, essas variáveis, exportações e desempregos, mas o governo federal está
produtos e a Europa mesmo em condições importações, tiveram um resultado com alta fazendo esforços e o ministro Guido Mantega
muito adversas, comprou mais de nós, só de 11,2% e queda de 3,2% respectivamente. diz que a economia brasileira está intoxicada
com a diferença cambial e os impostos IPI, O déficit da balança comercial de janeiro por juros e rendimentos altos, prejudicando
ICM, etc, que não incidem nas exportações. a outubro de 2012 foi US$ 14,4 bilhões, os negócios. O ano da virada será 2013. Se
Esta é a hora também de refletirmos porque ficando 2,1% inferior ao resultado observado você está pagando juros escorchantes no
estamos crescendo só 1,5% neste ano, en- no mesmo período de 2011. seu banco, faça como eu e minha empresa:
quanto a África do Sul e a América Latina O presidente da ABIMAQ disse, ain- mude para o Banco do Brasil que tem as
estão crescendo mais”. da, que: “apesar de tudo, é para ficarmos menores taxas.” MA

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 15


supervisão

Os benefícios de
arquiteturas baseadas
em objetos para
SCADA e Sistemas
Supervisórios
Com a agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas nefícios operacionais. Neste artigo vamos
baseadas em objetos, os desenvolvimentos de aplicações discutir o que são arquiteturas baseadas em
objeto, como elas melhoraram o desenvolvi-
de supervisão SCADA oferecem até 80% de economia
mento de aplicações SCADA e HMI e como
no custo de engenharia ao longo de arquiteturas base- você pode calcular potenciais economias
adas em tag. de custos sobre os tradicionais sistemas
Autor: Steven D. Garbrecht baseados em tag.
Tradução e adaptação: Thomaz Oliveira

C
Sistemas baseados em Tag
vs. Baseados em Objetos

Sistemas baseados em Tag


ondições econômicas enfrentadas em insta- Desde o início do PC baseado em HMI
lações industriais ditam que a produtividade e sistemas de supervisão, o acesso a dados
de engenharia deve ser maximizada com a de processo, scripting, análise de alarmes e
agilidade de produção. Hoje, com arquiteturas de dados foram baseados no conceito de
baseadas em objetos, os desenvolvimentos de tags. Estes sistemas utilizam uma lista de
aplicações de supervisão SCADA oferecem “flat” de tags com built-in de hierarquia,
até 80% de economia no custo de engenharia relacionamentos ou interdependências.
ao longo de arquiteturas baseadas em tag. Grandes mudanças globais para uma
Ser capaz de construir uma única vez base de dados de um sistema de tag são
e usar muitas vezes é fundamental para o tipicamente realizadas externamente à apli-
gerenciamento de custos do projeto, e o cação, muitas vezes através de um arquivo
desenvolvimento baseado em objeto permite de texto ou através de ferramentas como o

saiba mais melhores práticas a serem encapsuladas em


aplicações e padronização em toda a empresa.
Veja a figura 1.
Microsoft Excel ®.
Uma vez feitas, as alterações são impor-
tadas para o banco de dados do aplicativo.
Vírus em redes SCADA: proteção
garante o faturamento Arquitetura de Software com base em Reutilização de engenharia em um sistema
Mecatrônica Atual 58 objeto têm estado ao redor, por muitos anos, baseado em tags é comumente instituída
no mundo da computação comercial. Agora, através da referência a dinâmica ou cliente-
Arquiteturas para sistemas de
medição essas arquiteturas estão sendo aplicadas em -servidor.
Mecatrônica Atual 37 controle de processos e aplicações SCADA O sistema cria gráficos comuns con-
Sistema supervisório: único e para entregar um custo significativo e be- tendo os scripts que mudam em tempo de
absoluto
Mecatrônica Atual 11

16 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


supervisão

Arquitetura baseado em objeto Arquitetura baseado em tag


Desenvolvimento Runtime Desenvolvimento Runtime
Estrutura da Hierarquia – Objetos criados usando Hierarquia – Componentes que Hierarquia – Conteúdos gráficos Plano – Exemplos Monolíticos
Aplicação objetos orientados a metodologia representam dispositivos físicos e criados algumas vezes usando de software executado em uma
Workflow podem coordenar com components orientação a objetos / múltiplas máquinas como
em diferentes computadores “Aplicações” separadas
Desenvolvimento Último Realizado N/A Primeiro Realizado N/A
Gráfico
Scripting Desenvolvido em modelos de objetos, N/A Desenvolvidos separadamente, ligada N/A
em seguida implantado para aplicação a uma interface gráfica
em tempo de execução específico.
Padrões Rigorosamente aplicados N/A Não são Rigorosamente aplicados N/A
Alterações de Propagado a partir de modelos de Os objetos podem ser distribuídos, Com base em gráficos ou alterados Exigi recompilação da
aplicação objetos trocados ou melhorados usando ferramentas como Excel aplicação
Como os Construções lógicas, tais como dispo- N/A Dispositivos gráficos são representa- N/A
dados são sitivos físicos (por exemplo, válvulas dos como objetos ou tags
representados ou bombas) ou dispositivos lógicos
(por exemplo, loops PID ou cálculos)
são representados como objetos
T1. O contraste entre sistemas: Tag x
Baseado em Objetos.

execução. Devido a estrutura da aplicação


ser “flat”, o usuário deve então mudar cada
tag no sistema e analisar como a mudança
afeta o resto da aplicação.
Manutenção de aplicações baseadas em
tag geralmente envolve análise tag por tag
e atualização, que pode consumir quanti-
dades significativas de trabalho. Uma vez
que as alterações do sistema são demoradas
e muitas vezes envolvem o uso de mão de
obra de terceiros, os sistemas baseados em
tags ficam limitados.

Sistemas baseados em Objetos


O conceito de desenvolvimento orien-
tado a objeto é originado em tecnologia da F1. Sistemas com arquitetura baseadas em objetos.
informação (TI). O objetivo foi o de fornecer
ferramentas que liberam o desenvolvedor de Por outro lado, o controle de supervisão, Comparando os dois sistemas
programas repetitivos, enquanto, ao mesmo sistemas de execução de manufatura (MES) A tabela 1, a seguir, mostra o contraste
tempo maximizassem a reutilização de código e aplicativos de inteligência de plantas envol- de sistemas de Tag X Baseados em Objetos.
através do desenvolvimento de objetos de vem a aquisição de dados em tempo real do Atente também para a figura 2.
software comuns. processo; executar cálculos sofisticados para
Como seria de esperar, essas ferramentas determinar os fluxos e os valores de produção, Objetos ajudam a trabalhar
não são um ajuste exato para o ambien- mostrando dados em tempo real nas telas com Consistência e aplicar
te industrial. Por um lado, integradores de operação ou de relatórios de processo e as Melhores Práticas
de sistemas e engenheiros de produção ferramentas de análise e armazenamento Em aplicações SCADA com base em
não são tipicamente os programadores de de dados para historiadores ou produções objetos, aplicação com objetos contém
computador. Além disso, existem algumas relacionados com bases de dados. aspectos ou parâmetros associados com a
diferenças fundamentais entre arquitetura de Os dois ambientes são diferentes o sufi- representação de ativos. Por exemplo, um
TI e aplicações de automação de produção. ciente para ditar que ferramentas baseadas objeto-válvula pode conter todos os even-
Por exemplo, aplicações de TI normal- em objetos são construídas propositadamente tos, alarmes, segurança, cálculos, coleta de
mente envolvem acessar bancos de dados para o ambiente industrial. O ArchestrA dados, integração, comunicação e scripts
não determinísticos, baseados em interfaces System Platfoem® usa uma arquitetura ba- associados ao ativo.
de formulários que realizam coisas como seada em objetos que se chama ArchestrA. Objetos não representam apenas equi-
bancos online, relatórios de negócios, gestão Ele é projetado especificamente para clientes pamentos da fábrica. Eles podem incluir
de RH, contabilidade financeira ou pesquisas industriais que desenvolvem, gerenciam e cálculos, métodos de acesso a banco de
de informações estáticas. mantêm sistemas de supervisão. dados, indicadores-chaves de desempenho

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 17


supervisão

• Alterações de projeto são facilmente


realizadas, fazendo mudanças no
modelo de objeto e tendo os compo-
nentes herdando as mudanças através
da propagação;
• Mudanças no sistema em execução
e expansões são mais fáceis e mais
rentáveis por causa da replicação
automática e propagação de mudanças.

Desenvolver uma única vez


e reutilizar várias vezes
A abordagem do ArchestrA System
Platform é baseada em objeto e simplifica o
desenvolvimento de aplicações de supervisão
e manutenção. O Integrated Development
Environment (IDE) permite o uso de sim-
ples janelas de arrastar-e-soltar, clique para
selecionar ou preencher a caixa de texto para
criar e manipular objetos.
F2. Exemplo de um objeto-válvula contendo os eventos mostrados. Na maioria dos casos, esta abordagem é
muito mais fácil do que modificar os scripts
(KPIs), monitoramento de condições de A principal vantagem da abordagem de linha por- inha. Além disso, o número
eventos, ERP operações de transferência baseada em objetos é o conceito de modelos de erros de sintaxe e tempo de execução é
de dados, procedimentos de operadores de objetos. Na figura 3 está uma represen- reduzido porque o IDE reforça específicas
móveis, atividades de fluxo de trabalho e tação gráfica de como modelos de objetos regras do sistema. Além disso, os usuários
tarefas MES. Todos esses objetos podem ser permitem um rápido projeto do sistema e podem desenvolver modelos de objeto uma
padronizados e usados em todas as aplicações propagação de mudanças. vez e depois reutilizá-los muitas vezes e em
de supervisão para conduzir consistência no A primeira linha dessa figura mostra muitas aplicações, maximizando o retorno
design e operação do sistema. a replicação de um modelo de objeto que de engenharia.
Por exemplo, um objeto de pedido de representa uma válvula de diafragma e
trabalho padronizado pode ser criado e todas as suas características. Replicação é Gráficos da IHM
em seguida adicionado a qualquer ativo da o processo onde instâncias em tempo de Orientados a Objetos
planta, tal como uma bomba, no interior de execução, ou componentes, são criados a O termo “gráfico orientado a objetos” foi
uma aplicação de supervisório para garantir partir de modelos de objetos. A próxima usado no ambiente SCADA/HMI desde o
uma abordagem consistente e padronizada linha ilustra como uma mudança de uma início de 1990. Gráficos Orientados a objetos
para iniciar solicitações de trabalho. característica da válvula (ativação manual permitem aos usuários construir um símbolo
Um modelo de objeto contém informações para ativação automática) é propagada ao e replicá-lo em toda aplicação HMI.
valiosas sobre Alarmes / Eventos, Segurança, longo de todas as instâncias do objeto-válvula Eles podem, então, editar o símbolo e
História, SCADA, Scripts e entradas / saídas. em tempo de execução. distribuir facilmente as mudanças para todos
Instalações industriais controladas por um Esta relação pai-filho é um dos princi- os símbolos semelhantes ao mesmo tempo.
moderno sistema de supervisão compartilham pais benefícios da abordagem baseada em Enquanto esta é uma funcionalidade útil,
um conjunto de características comuns: objetos. As alterações são automaticamente aplicações SCADA/HMI requerem mais do
• Dispositivos da Planta e equipamentos; propagadas para todas as instâncias em que gráficos. Grande parte do trabalho de
• Procedimentos Operacionais; tempo de execução do modelo de objeto, desenvolvimento dos aplicativos de super-
• Medições do processo; incluindo qualquer número de aplicações visão é gasto na criação de funcionalidades,
• Cálculos; de supervisão em execução em diferentes tais como:
• Display Gráfico para Operadores. localizações físicas. Ninguém precisa visitar • Monitoramento de Alarme;
Arquiteturas baseadas em Objetos facili- cada site para fazer as mudanças necessárias • Scripts de animação;
tam uma abordagem do tipo “cookie-cutter” que irão executar para centenas (ou mesmo • Scripts de segurança;
para projetos de sistema de supervisão, onde milhares) de instâncias de ativos comuns • Scripts de Supervisão;
a funcionalidade do sistema bem como as como uma válvula. • Armazenamento de dados históricos;
características mencionadas acima podem ser • A criação do aplicativo é otimizado • Integração com outros aplicativos ou
encapsulados em modelos de objetos, que, pelo uso de modelos de objeto para bancos de dados;
duplicados e juntos formam um completo gerar automaticamente componentes • Detecção de eventos;
sistema de supervisão. de tempo real; • Cálculos de movimento e fluxo;

18 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


supervisão

• Integração de dispositivos;
• Fluxo de trabalho.
Para realizar plenamente os benefícios
de uma arquitetura baseada em objetos, um
sistema SCADA/HMI precisa incluir todas
estas funções ou capacidades em modelos
de objetos, incluindo gráficos.

Vantagens de desenvolvimento
de arquiteturas
baseadas em objetos

Arquiteturas baseadas em Tag


Desde o início do software SCADA e
HMI baseados em PC, os usuários cons-
truíram gráficos para operadores e ligavam
as tags que representam endereços em um
CLP ou um sistema de controle.
Os passos abaixo representam o desenvol- F3. Representação gráfica de vários modelos de objetos.
vimento do processo típico para a tradicional
aplicação SCADA baseada em tags: e pode concentrar-se na modelagem da • O aplicativo pode ser montado no
• Utiliza um único computador para unidade de produção. O desenvolvedor IDE usando a simples operação de
o desenvolvimento; pode se concentrar em diferentes ativos e arrastar-e-soltar;
• Gráficos para o operador e telas são processos de produção que compõem toda • Objetos de aplicação são atribuídos
criados para a aplicação; a supervisão do controle da fábrica. Depois a grupos de segurança;
• Definições de tag são importadas do que o modelo de planta é capturado, é fácil • O modelo de planta criada no IDE
CLP, ou configuradas manualmente; de implementar as funções de controle de pode, agora, ser implantado nos
• Os scripts de alarme e detecção de supervisão. Um pequeno investimento em computadores que vão armazenar
eventos são definidos para cada tag; criação de modelos de objeto produz grandes a aplicação;
• Tags e I/O associados são ligados a resultados em produtividade de engenharia. • Assim que o aplicativo é desenvolvido,
elementos gráficos; Criar um aplicativo de supervisão utili- a manutenção do sistema é fácil. As
• Scripts de animação gráfica ou links zando o ArchestrA System Platform, envolve: alterações feitas em modelos de ob-
são criados; • Uma pesquisa do site conduzido jeto podem ser propagadas para os
• As alterações no sistema requerem fechar para entender o layout da operação componentes-filhos encontrados em
o aplicativo, fazer alterações em muitos de produção ou processo; aplicativos implementados.
scripts e referências de banco de dados de • Criação de uma lista de peças simila-
tags para permitirem a nova funcio- res, de equipamentos / ativos. Áreas Economizando Ciclo de Vida
nalidade. O aplicativo é então reins- distintas de operação também são Arquiteturas baseadas em objeto podem
talado em cada estação de trabalho identificadas; proporcionar economia significativa durante
do operador. • Modelos de objetos são configurados o seu ciclo de vida. Estas economias podem
para cada ativo comum na instala- ser classificadas em quatro áreas básicas tal
Arquiteturas baseadas em Objeto ção, incluindo gráficos de IHM. como ilustrado na tabela 2.
Arquiteturas baseadas em objetos associa- Este passo essencial permite que as Num sistema baseado em tags tradicio-
dos com aplicações de supervisão e SCADA/ melhores práticas e padrões sejam nais, as tags 162 (27 * 6 válvulas parâmetros
HMI foram pioneiras pela Wonderware®. O criados para uso em todos os projetos (I / O) valores por válvula) seriam criadas.
ArchestrA System Platform e sua ferramenta de aplicações futuras; Em um Sistema SCADA baseado em objeto,
de desenvolvimento, o Integrated Deve- • Dispositivos ou Componentes Mode- um modelo de objeto comum de válvula é
lopment Environment (IDE), mudaram lados em objeto podem estar contidos criado e objetos que representam cada válvula
fundamentalmente a forma de criação de dentro de um ou outro para criar individual são instanciados ou replicados a
aplicações SCADA/HMI desenvolvidas. peças complexas de equipamento; partir desse modelo de objeto
Usando o ambiente de desenvolvimento • Modelos de objetos de dispositivo têm Agora, vamos supor que ele leva 0,4
integrado, o desenvolvedor do aplicativo cria atributos que representam verdadeiros horas por tag para desenvolver o aplicativo
um modelo de planta única com modelos I/Os disponíveis no sistema CLP ou usando um tradicional tagbased Sistema
reutilizáveis de objetos. controle. Estes atributos são, então, SCADA. Isso não inclui gráficos de pro-
O desenvolvedor é, assim, removido das ligados a E/S através de objetos de cesso ou de desenvolvimento CLP lógica
complexidades do ambiente de computação integração de positivos (Objetos DI); de controle.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 19


supervisão

Área de economia Explicação


Economia de Desenvolvimentos iniciais Isto representa a economia que resulta do tempo quando usuários desenvolvem aplicações definindo modelos de
relacionados a geração de aplicações objetos uma vez e, em seguida, usando esses modelos várias vezes.
Economia de Desenvolvimentos iniciais Isso representa a economia de desenvolvimento obtida através da capacidade para propagar alterações a partir de
relacionados a alterações de aplicativos modelos de objeto para todas as instâncias em tempos de execução derivados desses modelos. Quando múltiplas
alterações são solicitadas para aplicação durante o desenvolvimento, a economia pode realmente ser maior.
Economia de manutenção ao longo Utilizando um sistema de distribuição, reduz significativamente os custos de manutenção através da capacidade
do Ciclo de Vida do Sistema de monitorar remotamente, alterar e implementar o software para todos os computadores com IHM em rede . Isto
é especialmente importante para redes geograficamente distribuídas, pois os usuários podem economizar tempo e
dinheiro, eliminando a necessidade de viajar para cada local para manutenção ou upgrades.
Economia em todos os sites Estas economias resultam de reutilizar os modelos e aplicações criados para este projeto em outros projetos. As
empresas usam isso para conduzir os padrões em seus projetos. Isto é particularmente benéfico para integradores
de sistemas, revendedores de valor agregado (VARs), equipamentos originais fabricantes (OEMs), fabricantes de
máquinas e operadores de instalações.
T2. Clasificação das economias por área.
• Pode a segurança de rede ser facilmente
Tipo do Dispositivo Número de Instâncias I/O por instância integrada na aplicação, incluindo a
Double seat valve 27 6 configuração de segurança centra-
T3. Aplicação de supervisão com 27 válvulas com 6 parâmetros. lizada?
• Será que oferecem conectividade
Tradicional IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia de dispositivos flexíveis e de custo/
162 tags*0,4 h por tag = 64,8 h (2 h * 1 Modelo de Objeto) + (27 Instâncias 52 h ou 80% ferramentas eficazes para fazer a
de válvulas * 0,4 h por instância) = 12,8 h
interface com todos os dispositivos
T4. Comparação entre os tempos totais (Tag x SCADA baseado em objeto). de campo na planta?
• Ela fornece utilitários de diagnóstico
Tradicional, IHM baseado em Tag Componente SCADA baseado em objeto Economia centralizados?
64,8 h * 10% mudança = 6,48 h 2 h / modelo de objetos * 10% mudança = 0,2 h 6,28 h ou 96% • Pode o ambiente de desenvolvimento
T5. A mesma comparação entre os tempos totais, agora com mudança de 10% da aplicação. permitir escalabilidade da aplicação
de um único nó para muitos nós
Vamos estimar que leve duas horas para Agora, o que acontece se uma mudança sem precisar refazer toda a aplicação?
desenvolver um modelo de objeto da válvula é necessária e afeta 10% da aplicação? • Aplicações IHM podem ser remota-
e um adicional de 20% mais (ou 0,4 horas) Usando-se desenvolvimento baseado em mente implantadas em computadores
por instância de objetos para customizar tag é razoável assumir que 10% do esforço através da rede?
cada válvula individualmente na aplicação. gasto no desenvolvimento inicial seria neces- • A ferramenta de desenvolvimento
Observe na tabela 3 o Exemplo de sário para efetuar as alterações. No entanto, fornece um espaço unificado que
Dispositivo e a Estimação Individual. usando-se desenvolvimento baseado em objeto, facilita a navegação de tags do PLC
Vamos supor que nós estamos desen- tal como o Wonderware ArchestrA System em rede, tanto em tempo de execução
volvendo uma aplicação de supervisão que Platform, o esforço de mudança 10% apenas como em off-line de desenvolvimento?
tem, entre outras coisas, 27 válvulas de necessita ser aplicado no modelo do objeto - • É possível fazer download de dados
assento duplo, cada um com seis parâmetros por causa da relação pai-filho entre objetos e distribuídos em vários computadores?
de processo (I/O) que vai ser monitorado. componentes. Nesta situação, as economias • O sistema fornece redundância rentável
Estes são pontos I/O do CLP que medem adicionais podem ser calculadas assim: usando a tecnologia de virtualização
o desempenho desta válvula. Veja na tabela 5 o Esforço na alteração comercial “off the shelf”?
Lembre-se que um modelo de objeto da aplicação. • O subsistema de alarme é distribuído?
encapsula scripting, segurança, alarmes, • O arquivamento histórico definido
eventos, história e configuração do dispositivo Desenvolvimento baseado durante o desenvolvimento ou HMI
comunicações. Em um sistema baseado em em objetos é o Futuro é uma ferramenta separada?
tags, tudo isso precisa ser programado usando Arquiteturas baseadas em Objeto po- Um sistema SCADA moderno deve ser
as tags de memória adicionais. Agora, vamos dem proporcionar grandes vantagens no capaz de oferecer todos os itens acima. MA
comparar o tempo total para desenvolver o desenvolvimento e manutenção de sistemas
aplicativo usando cada tipo de abordagem SCADA e de supervisão.
de desenvolvimento. Ao avaliar arquiteturas é importante
Veja na tabela 4 o Esforço de desenvol- avaliar os seguintes aspectos técnicos con- Steven D. Garbrecht é vice-presidente
de Software e Marketing de aplicações
vimento Inicial. siderados, incluindo: avançadas, Invensys Operations Management
Esta é uma economia impressionante • A ferramenta de desenvolvimento - Lake Forest/CA - USA
e mesmo se você estimar a metade deste fornece um modelo realista de equipa-
Thomaz Oliveira, Technical Sales Consultant
número, economizará 40% em custos de mentos da fábrica e áreas de produção, Wonderware, Invensys Operations
desenvolvimento. processos e linhas de produção? Management - São Paulo/SP - Brasil

20 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


conectividade

Profibus
Instalação Avançada
Parte 2
Veremos nesta segunda parte o aterramento da Rede
Profibus, e também abordaremos algumas vantagens
da RS485-IS
César Cassiolato

N
o campo é muito comum se ter problemas ou de potência. Deve-se preferencialmente
devidos à EMC (Emissão Eletromagnética) utilizar bandejamentos ou calhas metálicas,
e à diferença de potencial de terra, e estes observando as distâncias conforme indica
geram inconvenientes intermitências na a tabela 3 da primeira parte desta série de
comunicação que, normalmente, não são artigos, na Mecatrônica Atual 58.
fáceis de se detectar. Nunca se deve passar o cabo Profibus-
Quando se tem o sinal de comunicação -PA ao lado de linhas de alta potência, pois
PROFIBUS-DP e o cabeamento distribuído a indução é uma fonte de ruído e pode afetar
entre as diversas áreas, o recomendado é o sinal de comunicação.

saiba mais equalizar o terra conforme mostra a figura


1. Com isto, elimina-se a possível diferença
de potencial entre o aterramento da área
Quando se fala em shield e aterramento,
na prática existem outras maneiras de tratar
este assunto, onde há muitas controvérsias,
Miminizando Ruídos em Instalações
PROFIBUS 01 e o sinal DP, assim como a diferença de como por exemplo, o aterramento do shield
Mecatrônica Atual 46 potencial entre o aterramento da área 02. pode ser feito em cada estação através do
Utilização Eficiente de Canaletas
conector 9-pin sub D, onde a carcaça do
Metálicas para a Prevenção de O que é terra equipotencial? conector dá contato com o shield neste ponto
Problemas de Compatibilidade A condição ideal de aterramento para uma e ao conectar na estação é aterrado. Este caso,
Eletromagnética em Instalações planta e suas instalações é quando se obtém porém, deve ser analisado pontualmente e
Elétricas - Ricardo L. Araújo, o mesmo potencial em qualquer ponto. Isso verificado em cada ponto a graduação de
Leonardo M. Ardjomand, Artur R.
Araújo e Danilo Martins, 2008. www.
pode ser conseguido com a interligação de potencial dos terras e se necessário, equalizar
emfield.com.br todos os sistemas de aterramento da mesma estes pontos. Do ponto de vista funcional,
através de um condutor de equalização de o propósito da blindagem dos cabos é criar
Manuais:
Manual Inversor WEG potencial. Essa condição é chamada na uma zona equipotencial de acoplamento
Manual Inversor Drive Siemens literatura técnica de “terra equipotencial”. capacitivo ao redor do cabo. Mas isso só
Manual Smar Profibus Assim, para qualquer pessoa dentro das é verdadeiro se a blindagem for conectada
Artigos técnicos – César Cassiolato edificações, mesmo se houver um aumento ao referencial de terra equipotencial. Nesta
www.smar.com/brasil2/ das tensões presentes não haverá o risco condição, a recomendação é que ambas
artigostecnicos/ de choque elétrico, uma vez que todos os as extremidades da blindagem dos cabos
Site do fabricante: elementos estarão com o mesmo potencial sejam aterradas.
www.smar.com.br de terra. Porém, se a condição de terra equipo-
Interferência Eletromagnética Existem algumas regras que devem ser tencial não for garantida é recomendado
em Redes de Computadores. seguidas em termos do cabeamento e separa- aterrar apenas uma das extremidades da
José Mauricio Santos Pinheiro: ção entre outros cabos, quer sejam de sinais blindagem, preferencialmente no lado do
www.projetoderedes.com.br/
artigos/artigo_interferencias_
eletromagneticas.php
22 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012
conectividade

sistema. Caso contrário, se a blindagem às outras. Use anéis de acoplamento


for conectada em ambas extremidades sem (bonding links) especiais ou jumpers
equalização do terra, haverá a circulação de específicos. Certifique-se que os
uma corrente parasita pela blindagem que anéis de acoplamento são feitos do
pode provocar problemas funcionais, além mesmo material que as bandejas de
de perigo potencial de choques elétricos na cabos. Os fabricantes das bandejas
extremidade não blindada. Desta forma, de cabos podem fornecer os anéis de
recomenda-se o uso de cabo blindado com acoplamento apropriados,
isolação extra na blindagem para evitar • Sempre que possível, conecte as
choques elétricos acidentais por contato. bandejas de cabos feitas de metal ao
O sistema de linha equipotencial é usado sistema de linha equipotencial,
para nivelar o potencial de terra em diferen- • Use anéis de acoplamento flexíveis
tes locais da planta de forma que nenhuma (flexible bonding links) para expansão
corrente circule sobre a blindagem do cabo: das juntas. Esses anéis de acoplamento
• Use cabos de cobre ou fitas de ater- são fornecidos pelos fabricantes de
ramento galvanizadas para a linha cabos.
equipotencial no sistema e entre Para conexões entre prédios diferentes F1. Sistema de aterramento com diferentes
áreas em PROFIBUS-DP.
componentes do sistema, ou entre partes de prédios, a rota da linha
• Conecte a linha equipotencial ao equipotencial deve ser traçada paralela ao
terminal de aterramento ou à barra cabo. Mantenha as seguintes seções trans-
com uma área de superfície ampla, versais mínimas, de acordo com a IEC
• Conecte todas as conexões de terra 60364-5-54:
e de blindagem (se existirem) do • Cobre: 6 mm²
instrumento ao sistema de linha • Alumínio: 16 mm²
equipotencial, • Aço: 50 mm²
• Conecte a superfície de montagem Em áreas perigosas deve-se sempre
(por exemplo, o painel do gabinete fazer o uso das recomendações dos órgãos F2. Terminador RS485-IS.
ou trilhos de montagem) ao sistema certificadores e das técnicas de instalação
de linha equipotencial, exigidas pela classificação das áreas. Um comuns com altas frequências apresentam
• Sempre que possível, conecte o siste- sistema intrinsecamente seguro deve pos- a desvantagem de terem alta impedância.
ma de linha equipotencial das redes suir componentes que devem ser aterrados Os loops de correntes devem ser evitados.
ao sistema de linha equipotencial e outros que não. O aterramento tem a O sistema de aterramento deve ser visto
do prédio, função de evitar o aparecimento de tensões como um circuito que favorece o fluxo de
• Se as partes são pintadas, remova a consideradas inseguras na área classificada. corrente sob a menor impedância possível.
tinta do ponto de conexão antes de Na área classificada evita-se o aterramento O valor de terra recomendado é que seja
conectá-lo, de componentes intrinsecamente seguros, a menor do que 10 Ω.
• Proteja o ponto de conexão contra menos que o mesmo seja necessário para fins
corrosão depois da montagem, por funcionais, quando se emprega a isolação RS485–IS
exemplo, com tinta de zinco ou verniz, galvânica. A normalização estabelece uma Existia grande demanda entre usuários
• Proteja a linha equipotencial contra isolação mínima de 500 Vca. A resistência para apoiar o uso da RS485 com suas rápidas
corrosão. Uma opção é pintar os entre o terminal de aterramento e o terra do taxas de transmissão em áreas intrinseca-
pontos de contato, sistema deve ser inferior a 1 Ω. No Brasil, mente seguras. O PNO encarou esta tarefa e
• Use parafuso de segurança ou conexões a NBR-5418 regulamenta a instalação em desenvolveu uma diretriz para a configuração
de terminal para todas as conexões atmosferas potencialmente explosivas. de soluções RS485 intrinsecamente seguras
de terra e superfície. Use arruelas de Quanto ao aterramento, recomenda- com capacidade de troca de dados simples
pressão para evitar que as conexões -se agrupar circuitos e equipamentos com de dispositivos.
fiquem frouxas por causa de vibração características semelhantes de ruído em A especificação dos detalhes da inter-
ou movimento, distribuição em série e unir estes pontos em face, os níveis para corrente e tensão que
• Use terminais nos cabos flexíveis uma referência paralela. Recomenda aterrar precisam ser aderidos para todas as estações
da linha equipotencial. As extremi- as calhas e bandejamentos. devem assegurar um funcionamento seguro
dades do cabo não devem nunca ser Um erro comum é o uso de terra de durante a operação.
estanhadas (não é mais permitido)! proteção como terra de sinal. Vale lembrar Um circuito elétrico permite correntes
• Faça o roteamento da linha equipo- que este terra é muito ruidoso e pode máximas em um nível de tensão específico.
tencial o mais perto possível do cabo, apresentar alta impedância. É interessan- Quando conectar fontes ativas, a soma
• Conecte as partes individuais de te o uso de malhas de aterramento, pois das correntes de todas as estações não pode
bandejas de cabos metálicas umas apresentam baixa impedância. Condutores exceder a corrente máxima permitida. Uma

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 23


conectividade

Parameter Description Value Remark


Bus System
Maximum input voltage UI [V] +- 4.2
Maximum input current I [A] 4.8
Maximum inductance to resistance ratio L’ / R’ [mH / W] 15 For the whole operation temperature range of the bus system
Number of devices NTN ≤32
Communication Device
Maximum output voltage UO [V] +- 4.2
Maximum output current IU [mA] 149 Total current from wires A, B and supply for bus termination
Maximum input voltage UI [V] ≥+- 4.2
Maximum internal inductance LI [H] 0
Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety
External active bus termination
Maximum output voltage UO [V] +- 4.2
Maximum output current IO [mA] 16
Maximum input voltage UI [V] ≥ +- 4.2
Maximum internal inductance LI [H] 0
Maximum internal capacitance CI [nF] N/A Insignificant for safety
T1. Valores Limitantes RS485-IS.

Parameter Description(1) Value(2) Remark


Communication device
1. Minimum idle level UODidle [V] 0.50 Only relevant for devices with an integrated or a
connectable bus termination
2. Transmission level on the bus connection (peak-to-peak) UODss [V] ≥2.7 For the worst-case bus configuration and maximum
load on the
3. Positive and negative transmission level on the UODhigh [V] > 1.5 For the worst-case bus configuration and maximum
bus connection UODlow [V] < -1.1 load on the transmitter (see Section 2.6)
4. Signal level on the receiver input UlDhigh [V] ≥ 0.8 For the worst-case bus configuration (see Section 2.6)
UlDlow [V] < - 0.4
5. Data transmission rate Kbits/s 9.6; 19.2; 45.45; 93.75; A field device can be design with limited data
187.5; 500; 1500 transmission rate
6. Input impedance (receiver) RIN [kW] > 12 For a device supplied or not supplied
CIN [pF] ≤ 40
LIN ~0
7. Supply voltage RS 485 driver and bus termination UO [V] 3.3 +- 5%
T2. Valores Elétricos RS485-IS.

Parameter Cable type A Limiting safety values


Surge impedance (W) 135... 165 at a frequency of 3... 20 MHz Not relevant
Working capacitance (nF / km) ≤ 30 Not relevant
Wire diameter > 0.64 > 0.1 single wire for a fine-stranded conductor (1)
> 0.35(2)
Core cross-sectional area (mm)2 > 0.34 > 0.0962(2)
Loop resistance (W / km) ≤110 Not relavant
L/R ≤ 15 ≤ 15 for the lowest ambient temperature(3)
Data transmission rate (kBit / s) ≤ 93.75 187.5 500 1500
Max. segment length (m) 1200 1000 400 200
1) In accordance with the installation rules in EN 60079-14. The wire ends of fine-stranded conductors must be
protected against separation of the strands, e.g. by means of cable lugs or core end sleeves.
2) This minimum value applies for a maximum ambient temperature of 40º C and the temperature class T6 for a total
current in the field bus cable of max. 4.8 A . According to EN 50020 / 5.
3) Cable type A fulfils this requirement for a ambient temperature above -40º C.

T3. Cabo padrão RS485-IS e os limites de taxa de comunicação.

24 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


conectividade

inovação do conceito RS485–IS é que, em


contraste ao modelo FISCO que tem somente
uma fonte intrinsecamente segura, todas as
estações representam agora fontes ativas.
Vejamos algumas características:
Áreas perigosas (Ex i):
• RS485-IS: cada estação representa
fontes ativas;
• Tensão de saída máxima (Uo) = 4,2 V
• L/R < 15 µH/Ω (Cabo);
• Σ Io = 4,8 A;
• Devices, Couplers, Links, Termina-
dores devem atender à classificação
• A máxima corrente de um device
DP-IS: 4,2V/32 = 0,149 A;
• A corrente restante de 32 mA é re-
servada para os 2 BTs ativos;
• A resistência limitante da corrente
vale: 4,2/0,149 = 28,3 Ω;
• Máximo baud rate: 1,5 MHz.

Valores Limitantes e elétricos


Veja as tabelas 1 e 2.
A figura 2 detalha a terminação para
a RS485-IS.
A figura 3 mostra detalhes das possibi-
lidades de topologia da RS485-IS.
A tabela 3 mostra o tipo de cabo pa-
drão e os limites de taxa de comunicação. F3. Topologia RS485-IS.
Para detalhes de shield e aterramento, veja
a figura 4. • Verifique se Σ Io <= 4,8A; fiação. A alta tensão pode estar presente
Em resumo, o que devemos verificar em • Verifique se máximo baud rate: 1,5 e pode causar choque elétrico.
termos de RS485-IS: MHz e; • Lembre-se que cada planta e sistema
• Verifique nos manuais de cada dis- • Verifique a distância máxima em tem os seus detalhes de segurança.
positivo, se estão de acordo com função do baud rate. Se informe deles antes de iniciar
PTB-Mitteilungen/1/; seu trabalho, ou de fazer qualquer
• Verifique se todos os dispositivos Minimizando ruídos intervenção.
estão de acordo com os guias do gerados, principalmente, por
PNO(Certificado, etc.); inversores de frequência Boas práticas de aterramento e
• Verifique que o cabo utilizado está Alguns pontos a serem analisados nas eliminação dos efeitos dos loops de
de acordo com as especificações do instalações e que podem ajudar na mini- terra (Ponto Comum)
cabo tipo A (IEC 61158/IEC61784 mização de ruídos gerados por inversores O Loop de terra deve sempre ser evitado
/3/) (L’ , C’ and R’); de frequência. É muito comum se ter ou minimizado pois favorece que uma cor-
• Verifique se o cabo atende as regulações centros de controle de motores operando rente flua através do condutor, criada pela
à prova de explosão (EN 50014 /19/, em Profibus-DP e alguns cuidados são diferença de potencial entre dois pontos de
EN 50020 /5/ e EN 60079-14 /7/) necessários para que a rede não seja afeta- aterramento, como por exemplo, duas áreas
em termos de instalação, diâmetro da por intermitências, causando paradas conectadas via cabo Profibus-DP, o que
mínimo do condutor, etc. indesejadas. é muito comum nas instalações. Deve-se
• Verifique se a máxima corrente de Vale sempre lembrar que: sempre evitar o acoplamento de campos
cada device DP-IS é <= 0,149 A e que • Em áreas perigosas, deve-se sempre magnéticos em cabos de sinal.
a corrente para cada BT é <= 16 mA; fazer o uso das recomendações dos Quando dois dispositivos são conectados
• Verifique se o número máximo de órgãos certificadores e das técnicas de e seus potenciais de terra são diferentes, a
devices é 32 por segmento; instalação exigidas pela classificação corrente flui do potencial mais alto para o
• Verifique se a tensão de saída máxima das áreas. mais baixo, através do cabeamento Profibus.
(Uo) = 4,2 V; • Aja sempre com segurança nas medi- Se o potencial de tensão for alto o suficiente,
• Verifique se L/R < 15 µH/Ω (Cabo) ções. Evite contatos com terminais e o equipamento conectado não será capaz de

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 25


conectividade

automação não devem ser conectados


diretamente em uma mesma fonte;
• Recomenda-se o uso de filtro RFI e
que sempre se conecte o filtro RFI
o mais próximo possível da fonte
de ruído;
• Nunca misture cabos de entrada e
de saída;
• Todos os motores acionados por
inversores devem ser alimentados
com cabos blindados aterrados nas
duas extremidades;
• Um reator de linha deve ser instalado
entre o filtro RFI e o drive;
• Sempre que possível utilizar trafo
isolador para a alimentação do sistema
F4. Shield e Aterramento no RS485-IS. de automação.
Os reatores de linha constituem um meio
absorver o excesso de tensão e consequente- menores possíveis. Cabos longos e paralelos simples e barato para aumentar a impedância
mente será danificado ou poderá responder atuam como um grande capacitor. da fonte de uma carga isolada (como um
inadequadamente à comunicação. A boa prática de layout em painéis comando de frequência variável, no caso dos
Mesmo em situações em que o potencial permite que a corrente de ruído flua entre inversores). Os reatores são conectados em
de tensão não atinja níveis suficientes para os dutos de saída e de entrada ficando série à carga geradora de harmônicas e ao
causar danos nos equipamentos, o loop de fora da rota dos sinais de comunicação e aumentar a impedância da fonte, a magnitude
terra pode ser prejudicial para as transmissões controladores: da distorção harmônica pode ser reduzida
de dados, gerando erros, devido às oscila- • Todas as partes metálicas do armário/ para a carga na qual o reator é adicionado.
ções causadas. Este tipo de intermitência é gabinete devem estar eletricamente Aqui se recomenda consultar o manual do
comum em instalações e muito complicado conectadas com a maior área de inversor e verificar suas recomendações.
de ser diagnosticado. contato. Deve-se utilizar braçadeira O ideal é ter um indutor de entrada
Para evitar os efeitos de loop de terra, e aterrar as malhas(shield) dos cabos; incorporado e filtro RFI/EMC para fun-
pode-se utilizar isoladores ópticos (repeti- • Cabos de controle, comando e de cionar como uma proteção a mais para o
dores) ou links de fibra óptica nas linhas de potência devem estar fisicamente equipamento e como um filtro de harmô-
dados mais longas. Manter todos os pontos separados (> 30 cm). Sempre que nicas para a rede elétrica, onde o mesmo
de terra vinculados por cabos independentes, possível, utilizar placas de separação encontra-se ligado.
garantindo a equipotencialidade dos mesmos. e aterradas; A principal função do filtro RFI de
• Contatores, solenoides e outros dispo- entrada é reduzir as emissões conduzidas
Aterramento e inversores sitivos e acessórios eletromagnéticos por radiofrequência às principais linhas de
Os requisitos de aterramento dependem devem ser instalados com dispositivos distribuição e aos fios-terra. O Filtro RFI
do tipo de inversor. Inversores com terra supressores, tais como: snubbers (RCs, de entrada é conectado entre a linha de
verdadeiro (TE) devem necessariamente ter os snubbers podem amortecer osci- alimentação CA de entrada e os terminais
uma barra de potencial de 0 V separado do lações, controlar a taxa de variação de entrada do inversor. Deve-se consultar
barra de terra de proteção (PE). Tem-se duas da tensão e/ou corrente, e grampear o manual do fabricante do inversor e seguir
possibilidades: conectar os barramentos em sobretensões), diodos ou varistores; os detalhes recomendados:
um único ponto no gabinete da sala elétrica • Cabos de controle e comandos devem • Os cabos do motor devem estar se-
ou levar separadamente estas barras até a estar sempre em um mesmo nível e parados dos cabos da rede. Instalar o
malha de terra. Vale sempre consultar os de um mesmo lado; inversor e seus acionamentos auxiliares
manuais dos fabricantes e suas recomendações. • Evitar comprimentos de fiação des- como relés e contatores em gabinetes
necessários, assim diminuem-se as independentes de outros dispositivos,
Layout e Painéis de automação e capacitâncias e indutâncias de aco- não misturando cabos de sinais com
elétricos plamento; cabos de controle/comando, princi-
Não aproximar o cabo da rede Profibus • Se utilizada uma fonte auxiliar 24 palmente de controladores e mestre
com os cabos de alimentação e saída dos Vcc para o drive, esta deve ser de Profibus-DP;
inversores, evitando-se assim, a corrente de aplicação exclusiva ao inversor local. • Para atender as exigências de prote-
modo comum. Sempre que possível limitar o Não alimente outros dispositivos DP ção de EMI todos os cabos externos
tamanho dos cabos, evitando comprimentos com a fonte que alimenta o inversor. devem ser blindados, exceto os cabos
longos e ainda, as conexões devem ser as O inversor e os equipamentos de de alimentação da rede. A malha de

26 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


conectividade

blindagem deve ser contínua e não


pode ser interrompida;
• Separe em zonas diferentes os sinais
de entrada de potência, controle/co-
mandos, saída de potência, etc. Utilize
blindagem entre as diferentes zonas;
• Certifique-se de que cabos de dife-
rentes zonas estão roteados em dutos
separados;
• Certifique-se de que os cabos se
cruzam em ângulos retos a fim de
minimizar acoplamentos;
• Use cabos que possuam valores de
impedância de transferência os mais
baixos possíveis;
• Nos cabos de controle recomenda-se,
instalar um pequeno capacitor (100 F5. Blindagem em baixa e alta frequência & aterramento em um e dois pontos.
nF a 220 nF) entre a blindagem e o
terra para evitar circuito AC de retorno A orientação é verificar o manual do ramento CC. Verificar as orientações
ao terra. Esse capacitor atuará como fabricante e suas recomendações; dos manuais do fabricante;
um supressor de interferência. Mas • Cabos especiais: outro detalhe im- • Colocar repetidores isolando as áreas
a orientação é sempre consultar os portante e que ajuda a minimizar os de inversores das demais áreas em
manuais dos fabricantes dos inversores. efeitos dos ruídos eletromagnéticos uma rede Profibus.
gerados em instalações com inver- • Quando se tem OLM (Optical Link
Atenuando ruído sores e motores AC é o uso de cabos Module), verificar a topologia, pois
Escolher inversores com toroides ou especiais que evitam o efeito corona a programação dos mesmos pode
adicionar toroides (Common mode choke) na de descargas que podem deteriorar a afetar a performance da rede gerando
saída do inversor. A orientação é verificar o rigidez dielétrica da isolação, permitin- timeouts;
manual do fabricante e suas recomendações: do a presença de ondas estacionárias • Um ponto muito importante e que
• Utilizar cabo isolado e shieldado (4 e a transferência de ruídos para a pode gerar interferência pela mudança
vias) entre o inversor e o motor e malha de terras. Outra característica física do cabo Profibus DP é quando
entre o sistema de alimentação até construtiva de alguns cabos é a dupla se dobra o cabo ou se tem curvatura
o inversor; blindagem que é mais eficiente na além da permitida pelo fabricante,
• Tentar trabalhar com a frequência de proteção à EMI; isto forma um splice. Isto é muito
chaveamento, a mais baixa possível. • Em termos da rede DP, distanciá-la comum nas instalações. Verifique se
A orientação é verificar o manual do inversor, onde os sinais vão para existem curvaturas acentuadas no cabo
do fabricante e suas recomendações; os motores e colocar repetidores PROFIBUS que ultrapassem o raio
• Conecte a blindagem em cada extre- isolando as áreas. O ideal é usar de curvatura mínimo recomendado
midade ao ponto de aterramento do conectores com indutores de 110 nH pelo fabricante. Uma curva muito
inversor e à carcaça do motor; em série com os sinais A e B, onde a acentuada no cabo pode esmagá-
• Sempre aterre a carcaça do motor. taxa de comunicação for maior que -lo, mudando a sua impedância e
Faça o aterramento do motor no 1,5 Mbit/s. Estes indutores ajudam facilitando a ocorrência de reflexões,
painel onde o inversor está instalado a evitar em cabos com menos de 1m especialmente em altas velocidades
ou no próprio inversor; entre estações DPs o efeito reflexivo de transmissão.
• Inversores geram correntes de fuga proporcionado pelas capacitâncias Para saber mais sobre acoplamentos
e nestes casos, de acordo com os internas dos equipamentos. Evite Capacitivos e Indutivos, veja o artigo Dicas
fabricantes, pode-se introduzir um deixar conexões sem a proteção do de blindagem e aterramento em Automação
reator de linha na saída do inversor; cabo, os chamados stub-lines e que Industrial, na Mecatrônica Atual nº 53.
• Ondas refletidas: se a impedância do podem favorecer reflexões;
cabo utilizado não estiver casada com • Deixar sempre mais de 1 m de cabo Uso de Cabos Blindados na
a do motor acontecerá reflexões. Vale entre as estações DPs, para que não minimização de ruídos
lembrar que o cabo entre o inversor e haja efeito capacitivo entre as estações Na questão da melhor eficiência de
o motor apresenta uma impedância e a impedância do cabo elimine este proteção a ruídos, a dupla blindagem (trança
para os pulso de saída do inversor (a efeito; e folha) tem sido aplicada com melhora sig-
chamada Surge Impedance). Nestes • Verificar se os inversores possuem nificativa na relação sinal/ruído e podemos
casos também se recomenda reatores. capacitores de modo comum no Bar- comentar que:

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 27


conectividade

• Com dupla proteção com certeza a Ao se aterrar o shield em dois pontos: está intimamente ligada à qualidade das
eficiência é maior. Existem cabos até • Não há proteção contra loops de terra; instalações. Sempre consulte as normas.
com mais de 3 proteções. Quanto • Danos aos equipamentos ativos pos- A blindagem contra campos magnéticos
mais fechada a malha, melhor é a sivelmente significativos quando a não é tão eficiente quanto é contra cam-
proteção; diferença de potencial de terra entre pos elétricos. A blindagem só é eficiente
• Pode utilizar de o shield (trança) e a ambos os extremos ultrapassar 1 quando estabelece um caminho de baixa
folha de maneiras distintas, aplicando- V(rms) (acima de 1 Vrms não é re- impedância para o terra e, além disso, uma
-os para baixas e altas frequências. comendado aterrar em dois pontos. blindagem flutuante não protege contra
No caso das baixas frequências pode-se Deve-se ter cuidado!); interferências. A malha de blindagem deve
aterrar o cabo em apenas uma das extre- • A resistência elétrica do aterramento ser conectada ao potencial de referência
midades e espera-se neste caso que nestas deve ser a mais baixa possível em (terra) do circuito que está sendo blindado.
frequências a blindagem apresente o mesmo ambos os extremos do segmento Aterrar a blindagem em mais de um ponto
potencial. Com isto teríamos uma maior para minimizar os loops de terra, pode ser problemático.
proteção em ruídos de baixas frequências. principalmente em baixas frequências; Em baixas frequências, os pares trança-
No caso das altas frequências, a blindagem • Minimizar comprimento da liga- dos absorvem a maior parte dos efeitos da
apresentará alta suscetibilidade ao ruído e ção blindagem-referência, pois este interferência eletromagnética. Já em altas
neste caso, recomenda-se que seja aterrada excesso de comprimento funciona frequências esses efeitos são absorvidos pela
nas duas extremidades (aqui alguns cuidados como uma bobina e pode facitar a blindagem do cabo.
devem ser tomados na prática por questões susceptibilidade a ruídos; Vale lembrar ainda que se um material
da equipotencialidade e mesmo segurança). • A melhor solução para blindagem não magnético envolve um condutor faz com
Com esta alternativa da dupla proteção, magnética é reduzir a área de loop. que a corrente deste condutor retorne por
protegeria a comunicação das baixas e altas Utiliza-se um par trançado ou o um outro caminho de tal modo que a área
frequências, sendo melhor na proteção a EMI. retorno de corrente pela blindagem; definida pelo trajeto desta corrente é menor
A eficácia da malha (trança) é geralmente • A efetividade da blindagem do cabo do que quando o condutor não é envolvido,
mais eficaz em baixas frequências, enquanto trançado aumenta com o número de então esta proteção será mais efetiva.
que a folha é mais eficaz em frequências voltas por cm. Sempre que possível, conecte as bandejas
mais altas. Em relação a inversores, que normal- de cabos ao sistema de linha equipotencial.
Cabos com shield em espiral precisam mente serão geradores de ruídos, um ponto O seu tempo de comissionamento, startup
ser avaliados, pois podem apresentar efei- importante é que a maioria dos inversores e seus resultados podem estar comprometidos
tos indutivos e serem ineficientes em altas possui frequência de comutação que pode com a qualidade dos serviços de instalações.
frequências. ir desde 1,0 kHz a 30 kHz. Além disso, Como cliente, contrate serviços de empresas
Quando se tem o aterramento da malha alguns fabricantes de inversores comentam que conheçam e dominam a tecnologia Pro-
em um só ponto (vide figura 5), a corrente que atendem as normas CE, mas que em fibus e que façam instalações profissionais e
não circulará pela malha e não cancelará instalações envolvendo inversores deve-se: de acordo com o padrão Profibus. MA
campos magnéticos. Quando se aterra em • Aterrar adequadamente e segundo
dois pontos tem dois caminhos da corrente, os seus manuais (shield aterrado
um para baixas e outro para altas frequências. nos dois extremos e as carcaças de O conteúdo deste artigo foi elaborado
Vale ainda lembrar que: motores aterradas são recomendações cuidadosamente. Entretanto, erros não
• Minimizar o comprimento do condu- de fabricantes); podem ser excluídos e assim nenhuma
tor que se estende fora da blindagem; • Potência de saída, fiação de controle responsabilidade poderá ser atribuída ao
• Garantir uma boa conexão do shield (E/S) e sinal devem ser de cabo blin- autor. Sugestões de melhorias podem ser
ao terra. dado, trançado com cobertura igual enviadas ao email cesarcass@smar.com.
Ocorre uma distribuição das correntes, ou superior a 75%, conduíte metálico br. Este artigo não substitui os padrões
em função das suas frequências, pois a cor- ou atenuação equivalente; IEC 61158 e IEC 61784 e nem os perfis
rente tende a seguir o caminho de menor • Todos os cabos blindados devem e guias técnicos do PROFIBUS. Em caso
impedância. Até alguns kHz: a reatância ter sua terminação num conector de discrepância ou dúvida, os padrões IEC
indutiva é desprezível e a corrente circulará blindado apropriado; 61158 e IEC 61784, perfis, guias técnicos e
pelo caminho de menor resistência. • Os cabos de controle e sinais devem manuais de fabricantes prevalecem.
Acima de kHz: há predominância da ficar afastados no mínimo 0,3 m fios
reatância indutiva e com isto a corrente de força/potência.
circulará pelo caminho de menor indutância.
César Cassiolato é Diretor de Marketing,
O caminho de menor impedância é Conclusão Qualidade e Engenharia de Projetos e
aquele cujo percurso de retorno é próximo Vimos neste artigo vários detalhes im- Serviços da Smar Equipamentos Ind. Ltda.,
ao percurso de ida, por apresentar maior portantes. Na próxima parte veremos mais Diretor Técnico do Centro de Competência
e Treinamento em Profibus e Engenheiro
capacitância distribuída e menor indutância detalhes de instalação. Vale a pena lembrar Certificado na Tecnologia Profibus e Instalações
distribuída. que o sucesso de toda rede de comunicação Profibus pela Universidade de Manchester.

28 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


instrumentação

Manutenção e
Calibração de
Medidores
de Vazão
M
A medição de vazão é crítica para o seu processo in-
dustrial? Uma indicação errônea implica em perdas e edidores de vazão são instrumentos que
medem diretamente ou indiretamente a
qualidade do produto final? Como saberemos se o me-
quantidade de fluido (volume ou massa)
didor precisa de manutenção? Estas e outras perguntas que passa por um determinado tempo. Os
serão respondidas de forma clara e objetiva para facili- medidores de vazão são utilizados para me-
dição de fluidos líquidos, pastosos e gasosos.
tar nas rotinas operacionais e tomadas de decisões de
Temos no mercado uma gama diversi-
engenheiros e técnicos de instrumentação e qualidade. ficada de medidores de vazão que utilizam
diversos princípios de funcionamento, como
Bruno Castellani os mostrados nas figuras 1.

saiba mais
Uma nova tecnologia para medição
de vazão
Mecatrônica Atual 22
Calibração de medidores de vazão
Mecatrônica Atual 25
Seleção de Medidores de Vazão
Mecatrônica Atual 26
F1. Medidores Magnéticos, Medidores tipo Vortex, Coriolis, Turbina, Ultrassônico e placa de
Medição de Vazão: a 3ª Grandeza Mais orifício por pressão diferencial.
Medida nos Processos Industriais
Mecatrônica Atual 50

30 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


instrumentação

F2. Medidor magnético em operação por 10 anos sem manutenção.

Manutenção
A correta medição dos medidores de
vazão está diretamente ligada às condições
de instalação, condições do processo e uma
correta engenharia de aplicação. Qualquer
desgaste, contaminação, incrustação, insta-
lação incorreta e danos internos e externos,
provocará erros de medição. De fato, os me-
didores de vazão, ao longo do uso, sofrerão
desgastes, pois estão em contato direto com
o fluido do processo, mas estes desgastes
podem ser minimizados.
Imaginem um medidor fabricado há
10 anos que nunca foi retirado do processo
para inspeção. Será que o desgaste, incrus-
tação, etc, estão provocando algum erro de
medição? (figura 2)
Se partirmos para a análise a seguir, em
qual medidor você confiaria para instalação
em seu processo? (figuras 3 e 4) F3. Medidor em operação.
O comparativo mostra, com clareza,
a condição em que o medidor estava em
processo, medindo a vazão erroneamente.
Após intervenção e constatação do
problema, foi realizada a manutenção e
calibração do medidor para garantir uma
medição correta no mesmo ponto de aplicação.
O grande diferencial para manter um
medidor de vazão dentro das condições
operacionais por vários anos consiste na
realização das três ações básicas, abaixo:
• Manutenção preventiva - inspeção
periódica interna de incrustação e
desgaste interno dos componentes,
e realização de limpeza geral.
• Manutenção preditiva - monitoramen-
to e acompanhamento das medições
de vazão para verificação de tendência
de erro de medição (figura 5). F5. Gráfico de tendência de erro x desgaste do medidor.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 31


instrumentação

• Calibração - verificação do erro admissível pelo fabricante, no momento Observando-se essa tabela, inicialmente
do medidor nas condições atuais, e da venda. o medidor com calibração de fábrica possuía
possível ajuste do fator de calibração A maneira mais confiável de sabermos o Fator de Calibração 1000 e um erro de
para o erro aceitável. qual erro de medição que o medidor apresen- medição de 0,5%. Este mesmo medidor em
Os medidores de vazão, na sua grande ta, é através da realização de calibração em operação por certo tempo e depois enviado
maioria, possuem um número de calibra- laboratório de vazão acreditado pelo Inmetro. para calibração, apresentou um erro de
ção, conhecido como Fator de Calibração A calibração é muito importante, pois medição de 1,2%, ou seja, o tempo de uso
(figura 6). Este número é encontrado após além de calibrar, é possível calcular um novo e o seu desgaste ocasionaram o aumento
diversos testes e a realização da calibração Fator de Calibração e compensar o desgaste do erro.
de fábrica do medidor. do medidor, retornando-o às condições de Após a recalibração e ajuste do fator
O fator de calibração é a garantia de erro admissível estipulado pelo fabricante. de calibração, o medidor retornou ao erro
que o erro de medição esteja dentro do erro Veja a tabela 1. admissível de fábrica. Figura 7.

Calibração
Comumente conhecida como aferição,
esta nomenclatura foi substituída pelo termo
Calibração, que significa a atividade de
comparação de valores medidos e incertezas
de medição entre um medidor-padrão e o
medidor a ser calibrado.
De acordo com o Vocabulário Interna-
cional de Metrologia, o termo Calibração
significa: “Operação que estabelece, sob
condições especificadas, numa primeira
etapa, a relação entre os valores e as incer-
tezas de medição, fornecidos pelos padrões
e as indicações correspondentes com as
incertezas associadas”.
Ou seja, comparando um medidor-padrão
e o medidor a ser calibrado, obtém-se um
erro de indicação, visualizado através da
F4. Medidor após manutenção. emissão de um certificado de calibração.
Na tabela 2, temos a explicação sim-
plificada da relação entre erro e correção,
baseada na comparação entre instrumentos
de Teste e Padrão.

E = Teste - Padrão
e
C = Padrão - Teste

onde:
E= Erro;
C= Correção

onde:
E1= Erro referente o mesmo ponto;
F6. Exemplo de número ou fator de calibração. E2 = Erro referente ao fundo de escala

32 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


instrumentação

Sistema de calibração Medidor Novo Medidor em Operação Medidor em Operação Recalibrado


de vazão – Líquidos Fator de calibração* 1000 1000 Novo Fator - 1012
O sistema de calibração de vazão (figura 8) Erro de medição 0,50% 1,20% 0,50%
consiste, basicamente, de cinco componentes: T1. Comparativo de fator de calibração.
• Reservatório de água- armazena a
água para ser utilizada na calibração Medidor Teste Medidor Padrão E = erro E1% E2% C = correção
de vazão. 100 99 1 1,01 1 -1
• Bomba- gera a vazão para realizar a 74 75 -1 -1,3 -1 1
calibração. 50 51,5 -1,5 -2,9 -1,5 1,5
• Medidor padrão- medidor de refe- T2. Tabela de erro Padrão x Teste.
rência de vazão, tanque volumétrico
e balança.
• Medidor a ser calibrado- medidor
que será comparado com o padrão
para encontrar o erro.
• Válvula de controle- regula a vazão,
conforme os pontos de calibração.
Com o medidor de teste instalado na
mesma linha que o medidor-padrão, é
acionada a bomba para gerar vazão.
Após certo tempo de estabilidade e ajuste
da válvula de controle no ponto de vazão
desejada, é realizada a coleta de no mínimo
três amostras para executar a comparação.
Este procedimento é repetido de acordo
com a quantidade de pontos desejados para
calibração.
Finalizado as coletas, as informações são
analisadas e validadas através da emissão de
certificado de calibração.

Conclusão
Para um aumento da vida útil dos medi- F7. Laboratório de calibração Emerson acreditado pelo Inmetro.
dores de vazão e a garantia da confiabilidade
na medição do processo, é necessário uma
forte atuação em manutenção preventiva,
preditiva e suportada pela confiança me-
trológica, atrelada a Laboratórios de Vazão
confiáveis, idôneos e acreditados pelo Inmetro.
Desta forma, manteremos a confiança
no ponto de medição, histórico de manu-
tenção do medidor e erros apresentados
pelo medidor. MA

Bruno Castellani é Coordenador de Serviços


- Laboratório de Vazão na Emerson Process
Management

F8. Sistema de calibração de vazão de líquidos - Emerson.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 33


ferramentas

Gerenciamento de
Ativos e Autodiagnose:
Tecnologia para facilitar a vida do
usuário, reduzir custos operacionais
e de manutenção, além de contribuir
para a melhoria contínua de processos
industriais autossustentáveis
Neste artigo faremos uma abordagem do impacto dessas tecnologias
de manutenção e controle de plantas industriais, visando a obtenção
de processos de manufatura mais autossustentáveis.

N
César Cassiolato
Leandro Henrique Batista Torres

Nos últimos anos temos acompanhado que neste sentido, com o advento da tecnologia
os mercados de instrumentação e automação Filedbus(HART, Profibus, Foundation
vêm demandando equipamentos de campo Fieldbus), pode-se transformar preciosos
(transmissores de pressão e temperatura, bits e bytes em um relacionamento lucrativo
conversores, posicionadores, atuadores, e obter também um ganho qualitativo do
etc.) com alta performance, confiabilidade, sistema como um todo.
disponibilidade, recursividade, etc, com a A tecnologia Fieldbus é rica no for-
intenção de minimizar consumos, reduzir a necimento de informação, não somente
variabilidade dos processos, proporcionar a pertinente ao processo, mas em especial
redução de custos operacionais e de manu- dos equipamentos de campo. Desta forma,
tenção, assim como garantir a otimização e condições de autodiagnoses podem poupar

saiba mais melhoria contínua dos processos. Isso resulta


em fortes aliados, na busca por indústrias
mais autossustentáveis.
custos operacionais e de manutenção, prin-
cipalmente em áreas classificadas (perigosas)
ou mesmo em áreas de difícil acesso. Da
Gerenciamento de energia elétrica
para redução de demanda
Por outro lado, os microprocessadores própria sala de controle pode-se ter uma
Mecatrônica Atual 33 estão se tornando mais poderosos e mais visão geral do sistema e ainda com ferra-
baratos e, os fornecedores na instrumentação mentas baseadas em Internet, a qualquer
Gerenciamento de ativos na
manutenção vêm respondendo às demandas dos usuários hora e de qualquer lugar. Através de um
Mecatrônica Atual 34 por mais e melhores informações em seus gerenciamento destas informações vindas
processos. Quanto mais informação, melhor do campo, pode-se selecionar conveniente-
Com investimento Zero faça a sua
empresa lucrar mais uma planta pode ser operada e sendo assim, mente os dados para se atingir os objetivos
Mecatrônica Atual 29 mais produtos pode gerar e mais lucrativa de produção, direcionando as informações
pode ser. A informação digital permite às pessoas e/ou departamentos corretos e
Ações para melhorar a
disponibilidade dos equipamentos e que uma sistema colete informações dos agindo de maneira a melhorar os processos.
reduzir custos de manutenção mais diversos tipos e finalidades de uma É claro que em termos automação
Mecatrônica Atual 13 planta, como ninguém jamais imaginou e industrial sustentável, a escolha correta de

34 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

tecnologias de controle e manutenção de


plantas por si só, já é base para traçar ações
iniciais eficazes em busca de processos mais
sustentáveis. Entre outras ações podemos
destacar aquelas que são complementares
e tão ou mais importantes quanto:
• Implantação de tecnologias cola-
borativas.
• Estabelecimento de governança para
alinhamento interno.
• Conscientização de visão holística -
recursos, fabricação e vendas.
• Identificação de fatores impactantes
chaves – ambiental, social, etc.
• Alinhamento de estratégias externas.
• Criação de um plano de ações.
• Acompanhamento através de parâ-
metros e métricas de processos.
Basicamente existem quatro grandes F1. Tela de diagnósticos de um Posicionador de Válvulas.
grupos de profissionais em uma planta que
precisam ter acesso à informação, diretamente atualmente este cenário vem se alterando que extrapolam as gerações de alarmes e
relacionados ao processo de produção, sendo graças à utilização de autodiagnoses nos permitem a manutenção preventiva, preditiva
que cada grupo vê o processo conforme sua equipamentos de campo combinadas com e proativa. Tudo isto contribuindo para a
perspectiva: as ferramentas de gerenciamento (Asset Ma- diminuição de paradas não programadas e
• Manutenção: sempre estão preocu- nagment). A tendência é que a percentagem aumentando sensivelmente a confiabilidade
pados com o processo no sentido de de manutenção preditiva e proativa tenha e disponibilidade da planta.
como está trabalhando o processo um aumento significativo nos próximos O objetivo é tornar a manutenção
produtivo e se é necessária manutenção anos e que as idas ao campo só sejam feitas mais fácil, mais prática e menos custosa,
em algum equipamento; na real necessidade. garantindo a funcionalidade operacional
• Produção: preocupados com o rendi- Uma vez que se tem a disponibilidade e contínua dos equipamentos em um ní-
mento, matéria-prima e os estoques. de recursos de diagnósticos e ferramentas vel de desempenho aceitável no controle
• Controle de qualidade: preocupados adequadas, é de extrema importância que o de processo , minimizando os esforços e
com a qualidade do que está sendo usuário crie a cultura de administrar estas adaptando o sistema para uma expansão
produzido e com a percentagem de informações, começando pela coleta de infor- operacional confiável e segura. Vale lembrar
produtos rejeitados; mações durante a fase de comissionamento ainda que muitos dos problemas e questões
• Gerenciamento: sempre atentos à dos equipamentos e startup dos processos, de performance, às vezes, estão relacionados
demanda do mercado e procurando onde criará sua base de dados de referência às péssimas condições de instalação e critérios
maximizar as margens de lucro via que deve ser comparada periodicamente com de manutenção, que com certeza merecem
processos produtivos e atualmente, os dados correntes. Neste processo inicial, um outro foco e artigo dedicado.
guiados por premissas de criação de por exemplo, é que se busca otimizar as
processos sustentáveis. sintonias das malhas de acordo com a oti- Autodiagnósticos
Exemplifica-se a seguir, equipamentos mização dos processos. Aqui se encaixam os Normalmente, os recursos de diag-
de campo e o que eles têm a colaborar com gráficos e trends. Através do monitoramento nósticos estão associados ao hardware
esta nova perspectiva operacional no geren- on-line dos diagnósticos, o usuário poderá dos equipamentos e ao tratamento pelos
ciamento de informações de uma planta, detectar facilmente a condição de status dos softwares que gerenciam as informações
com a disponibilidade de autodiagnoses, equipamentos de campo. disponibilizando-as ao usuário.
facilitando a operação e manutenção e Independentemente das ferramentas, os O objetivo principal para o usuário é a
muito mais.w equipamentos executam análises de suas con- redução do tempo de parada quando esta for
dições de operação e determinam potenciais exigida em uma condição extrema de falha ou
Adequando-se ao novo cenário de condições de falhas, disponibilizando antecipadamente prever o melhor momento
Atualmente, 60% das manutenções sempre estas informações aos usuários. É da mesma, causando o menor impacto ao
efetuadas têm caráter corretivo, 33% caráter claro que o uso destes recursos dos equi- processo e a um custo efetivo interessante.
preventivo, 6% caráter preditivo e somente pamentos combinados com a comunicação Em outras palavras, é com o recurso de
1%, caráter proativo. E ainda, em mais de digital em protocolo aberto e softwares diagnoses que os equipamentos vão ajudar
60% das idas ao campo não se consegue de gerenciamento (Asset Management) o usuário a isolar as fontes de problemas.
detectar problemas nos equipamentos. Porém, permite ao usuário diagnósticos remotos Veja a figura 1.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 35


ferramentas

Observa-se nesta figura, onde se des-


taca a indicação de violação do número de
reversões de um posicionador, o que pode
caracterizar uma má sintonia de malha, por
exemplo. Além disso, uma má sintonia de
malha implica em movimentar desneces-
sariamente uma válvula, facilitando o seu
desgaste, aumentando o consumo de ar e
a variabilidade do processo. Aqui já temos
um claro indício de que com um simples
autodiagnóstico no posicionador poderíamos
maximizar o tempo entre manutenções, além
de termos uma economia com o consumo de
ar e consumo de insumos pela minimização
da variabilidade do processo. É o sistema
de manutenção monitorando a análise de
autodiagnose do posicionador, avisando
automaticamente ao usuário quando fazer a
manutenção em determinado equipamento
ou que algo no processo não está adequado.

Autodiagnósticos em
Posicionadores
Veremos a seguir, na figura 2, os recursos
de autodiagnose disponíveis em um posicio-
nador fieldbus desenvolvido com tecnologia
aberta. Existem alguns parâmetros no bloco
transdutor do posicionador que podem ser
usados na manutenção preditiva e proativa.
Alguns deles podem ser lidos on-line
enquanto outros parâmetros exigem que o
processo pare, ou que o controle da planta
esteja configurado como manual. É possí-
vel detectar degradações no desempenho
comparando-se os parâmetros atuais com
os valores padrões e, então, agendar uma
manutenção preditiva e proativa.

Valve Totals
• STROKES: indica o número de vezes
que a válvula abre e fecha totalmente.
É o indício de que os batentes precisam
de reparos.
• REVERSALS: indica o número de
vezes que a válvula muda de direção
de acordo com o movimento. O
número de reversos é incrementado
quando a válvula muda de direção
e o número de movimentos excede a
zona morta. Já vimos anteriormente
sua importância.
• TR AVEL (hodômetro): indica o
número equivalente de deslocamentos
totais. O hodômetro é incrementado
quando o número de mudanças
F2. Recursos de autodiagnósticos do Posicionador. excede o valor da zona morta. É

36 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

usado para indicar que o diafragma • TEMPERATURE OUT OF RAN- • DEVICE FAULT STATE SET:
precisa ser substituído e o atuador/ GE, alarme automático: temperatura indica que o equipamento está em
válvula revisados. fora da faixa operacional. condição de falha.
• SLOW VALVE MOVEMENT OR • DEV ICE NEEDS M A I N TE -
Valve Performance LOW AIR SUPPLY, alarme automá- NA NCE SOON: o diagnósti-
• CLOSING TIME: indica o tempo tico: movimento lento de válvula, ou co interno da configuração do
(em segundos) que a válvula leva para baixa pressão da fonte de ar. usuário ou a avaliação interna
ir de totalmente aberta a totalmente • MAGNET NOT DETECTED, do equipamento detectou que o
fechada. alarme automático: o ímã não foi equipamento precisará de manu-
• OPENING TIME: indica o tempo detectado. tenção em breve.
(em segundos) que a válvula leva para • BASE NOT TRIMMED, alarme • INPUT FAILURE/PROCESS VA-
ir de totalmente fechada a totalmente automático: a base não está ajustada. RIABLE HAS BAD STATUS: a
aberta. O campo em destaque indica a condição condição da variável de processo é
Estes tempos são usados para indicar um atual do diagnóstico. BAD.
problema com o atuador ou posicionador, • OUTPUT FAILURE: indica uma
rompimento do diafragma e problemas com Sensor Pressure falha na saída que pode ter sido
o sistema de ar, assim como agarramentos • SENSOR PRESSURE IN: indica a causada pelo módulo eletrônico ou
e stress mecânicos. leitura do sensor de pressão da entrada. mecânico.
• SENSOR PRESSURE OUT1: in- • MEMORY FAILURE: indica uma
Temperature dica a leitura do sensor de pressão falha eletrônica, dependendo do
• HIGHEST TEMPERATURE: in- da saída 1. processo de avaliação interna. Por
dica o maior valor da temperatura • SENSOR PRESSURE OUT2: in- exemplo, um checksum errado foi
medida pelo sensor de temperatura dica a leitura do sensor de pressão detectado na memória principal.
do posicionador. da saída 2. • LOST STATIC DATA: indica que
• LOWEST TEMPERATURE: in- o equipamento perdeu dados da
dica o menor valor da temperatura Sensor Pressure Status memória flash ou EEPROM.
medida pelo sensor de temperatura • SENSOR PRESSURE STATUS: • LOST NV DATA: indica que o
do posicionador. indica o estado do sensor de pressão equipamento perdeu dados da me-
• TEMPERATURE: indica o valor da da entrada. mória RAM.
temperatura medida pelo sensor de Com os sensores de pressão podemos • READBACK CHECK FAILED:
temperatura do posicionador. analisar as condições de posicionamento indica uma discrepância na leitura
Estes parâmetros poupam que o equipa- versus pressão de ar, criando condições de do valor de retorno, isto é, entre o
mento trabalhe fora dos limites industriais, identificação de agarramentos, stress e des- setpoint e a posição real da válvula.
alertando o usuário. gastes, determinando antecipadamente uma Pode ter sido causada por uma falha
parada não programada para manutenção do de hardware ou mesmo de emperra-
Advanced Status conjunto válvula/atuador ou sistema de ar. mento, ou falta de ar no atuador ou
Indica o estado do diagnóstico contí- posicionador.
nuo, incluindo as condições do módulo Status • DEVICE NEEDS MAINTENAN-
mecânico: Mostra o diagnóstico contínuo do estado CE NOW: o diagnóstico interno
• REVERSAL LIMIT EXCEEDED: do equipamento, incluindo a condição do da configuração do usuário ou a
este alarme indica o limite de reversos bloco funcional, do módulo eletrônico e avaliação interna do equipamento
configurado. do módulo mecânico. Todos os alarmes detectou que o equipamento precisa
• TRAVEL LIMIT EXCEEDED: este são automáticos, ou seja, o equipamento de manutenção.
alarme indica o limite do hodômetro irá notificar o usuário mesmo que o alarme • POWER UP: indica que o equi-
configurado. não tenha sido configurado. pamento finalizou o procedimento
• DEVIATION LIMIT EXCEEDED: • BLOCK CONFIGURATION ER- inicial de operação.
este alarme indica o limite do desvio ROR: indica erro nos componentes de • OUT-OF-SERVICE: indica que o
configurado. hardware e software associados ao bloco. bloco funcional está fora de serviço.
• MODULE PARAMETERS NOT • LINK CONFIGURATION ERROR: • GENERAL ERROR: um erro ocorreu
INITIALIZED, alarme automático: indica erro na configuração do link. e não pode ser classificado como um
parâmetros do módulo mecânico não • SIMULATE ACTIVE: indica que dos erros abaixo.
foram inicializados. o equipamento está no modo de • CALIBRATION ERROR: um erro
• MODULE NOT CONNECTED simulação. ocorreu durante a calibração do equi-
TO THE CIRCUIT, alarme auto- • LOCAL OVERRIDE: indica que pamento, ou um erro de calibração
mático: módulo mecânico não está o equipamento está sendo operado foi detectado durante a operação do
conectado ao circuito eletrônico. manualmente. equipamento.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 37


ferramentas

• CONFIGURATION ERROR: um
erro ocorreu durante a configuração
do equipamento, ou um erro de
configuração foi detectado durante
a operação do equipamento.
• ELECTRONIC FAILURE: um
componente eletrônico falhou.
• MECHANICAL FAILURE: um
componente mecânico falhou.
• I/O FAILURE: uma falha de E/S
ocorreu.
• DATA INTEGRITY ERROR: indica
que dados armazenados no sistema
podem não ser mais válidos porque a
somatória dos dados feita na memória
RAM falhou ao ser comparada com
os dados da memória não volátil.
• SOFTWARE ERROR: o software
detectou um erro que pode ter sido
causado por um desvio para uma
rotina errada, uma interrupção, um
ponteiro perdido, etc.
• ALGORITHM ERROR: o algorit-
mo usado no bloco transdutor gerou
um erro. Por exemplo, pode ter sido
causado por excesso de dados.
Note que alguns diagnósticos são úteis
também para os fabricantes dos equipa-
mentos como uma maneira de identificar
itens com maior incidência de falhas e, com
isto, pode-se continuamente melhorar a
qualidade de componentes utilizados e a
confiabilidade dos equipamentos. Note ainda
pela figura 3 que vários recursos gráficos
ficam facilitados pelos autodiagnósticos,
F3. Assinatura da válvula. como por exemplo a assinatura da válvula.
Este gráfico mostra o comportamento da
posição em relação a pressão de saída. O
usuário pode analisar o comportamento de
resposta da válvula de acordo com a pressão
do ar. Por exemplo, ele pode salvar o gráfico
durante a instalação ou o comissionamento
e, depois, comparar o gráfico atual com o
que foi salvo anteriormente.
É possível verificar se será preciso mais
pressão para alcançar a mesma posição, e
neste caso pode significar que existe um
emperramento ou desgaste da válvula.
Figura 4.

Manutenção em
Posicionadores e Válvulas
O estado dos posicionadores e das
válvulas deve ser periodicamente acompa-
nhado através dos diagnósticos, visando
F4. Desvio da Válvula. a manutenção preditiva e proativa. Este

38 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

acompanhamento periódico promove a estará baseado nas condições mínimas, É recomendado realizar os gráficos antes
redução dos custos de manutenção, uma médias e extremas do processo. Esta etapa e depois de uma manutenção, para registrar
vez que a manutenção passa a focalizar deve ser acompanhada por um engenheiro os estados do posicionador, da válvula e
somente os equipamentos que realmente de aplicação ou um técnico especializado. do atuador no banco de dados. A base de
necessitam de manutenção, possibilitando A grande vantagem da tecnologia dados será estudada posteriormente para
um melhor planejamento e menor tempo de digital é o tratamento das informações auxiliar na decisão do período de tempo
parada para a planta (downtime). Entende- qualitativas, não só dos valores de processo, necessário entre a realização de manuten-
-se por melhor planejamento, atividades aliado à monitoração on-line das condições ções, espaçando ao máximo o intervalo de
relacionadas com a aquisição de peças de operação de válvulas de controle e à tempo entre duas manutenções seguidas
de reposição, uma vez que em casos não análise on-line de curvas de desempenho e a parada do equipamento. Através dos
incomuns, podem chegar a um prazo de e desvios. diagnósticos, os responsáveis pela planta
entrega de dezenas de meses. A tecnologia de ponta utilizada no executam a manutenção proativa com
Com o processo configurado em manual posicionador permite executar poderosos base na informação em tempo real, antes
ou off-line, é possível monitorar e testar o algoritmos de diagnósticos internamente mesmo que o problema aconteça, sem ter
desempenho para avaliar a condição geral e oferecer recursos poderosos na análise que esperar por uma parada programada,
de operação dos posicionadores e válvulas. preditiva e proativa de problemas. evitando e reduzindo o tempo ocioso da
O serviço e a calibração dos posicionadores O posicionador possui recursos de planta. A manutenção proativa no posicio-
são executados com o objetivo de assegurar caracterização (tabelas; curvas QO (Quick nador é realizada configurando-se alguns
a precisão do controle e o melhor desem- Open) e EP (Equal Percentage), moni- alarmes, por exemplo, Reversal, Deviation e
penho possível das válvulas. toração da pressão de entrada e saída, Travel. Acompanhe nas figuras 5, 6, 7 e 8.
Estes procedimentos são executados monitoração da temperatura, controle de
normalmente durante as paradas do pro- milhagem, strokes, movimentos reversos, Quais são os novos paradigmas
cesso ou em modo Manual, não sendo sinais de entrada, setpoint, desvios, etc. É para o gerenciamento de ativos?
necessário retirar as válvulas do processo. possível realizar diagnósticos on-line com São os que tiram vantagens dos modernos
Os serviços recomendados pelo resultado segurança, sem interromper o processo. É recursos de rede e arquitetura de software,
das análises são relatados imediatamente possível configurar os limites de milhagem como interface OPC, Microsoft services,
após os testes, e todos os resultados po- (hodômetro), strokes, reversals e alertas em acesso via WEB, FDT/DTMs e onde estas
dem ser arquivados na base de dados da geral. Através destes recursos o usuário ferramentas oferecem ao usuário ampla
manutenção. Por exemplo, através destas pode acompanhar qualquer tendência a visibilidade da planta, a qualquer hora, em
análises é possível concluir que uma vál- defeitos , e evitar problemas no processo qualquer lugar, seja através de um PC, PDA
vula está emperrada ou que necessita de antecipadamente. As informações são co- ou telefone celular (WAP, SMS). Hoje é co-
engraxamento. letadas e armazenadas em históricos para mum encontrarmos ferramentas no mercado
Com a análise dos testes, é possível uma configuração específica, facilitando que utilizam o próprio WEB Browser como
criar uma referência de tempo entre as o planejamento e as ações de manutenção. plataforma para as interfaces gráficas com
calibrações ou entre a manutenção dos
posicionadores, dos atuadores e das válvu-
las. Nos posicionadores, os testes podem
indicar a necessidade de ajuste de ganho,
limpeza de restrições de ar, melhoria do
sistema de ar e ajuste de sintonia.
O critério de periodicidade e toda
sistemática de análise são fundamentais
nesta etapa de conhecimento das infor-
mações, para que a manutenção preditiva
possa aproveitar todas as informações
armazenadas.
Após a calibração, é necessário checar
a assinatura da válvula e avaliar a resposta
dinâmica. Caso o resultado não seja satis-
fatório, será preciso analisar as condições
válvula/atuador e atuador/ posicionador
para obter a melhor parametrização. Se as
válvulas de controle testadas continuam
apresentando problemas no controle, o
dimensionamento das válvulas também
deverá ser analisado. O dimensionamento F5. Vista Geral do Posicionador de Válvula.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 39


ferramentas

o usuário. Um exemplo é o AssetView, da


Smar. Sendo um recurso nativo da maio-
ria dos sistemas operacionais mais usados
(Windows, Linux, Solaris, QNX etc), o uso
de WEB Browsers simplifica o treinamento
e manutenção do próprio sistema, além de
eliminar a tradicional atualização dos clientes.
É fundamental que o sistema utilize
tecnologias abertas garantindo a intero-
perabilidade.

Quais os benefícios do
gerenciamento de ativos?
Os benefícios são amplos, onde po-
demos citar:
• Redução dos tempos de parada
(downtime) e, consequentemente,
F6. Notificação das manutenções necessárias. redução de custos com a parada
planejada.
• A escolha do melhor momento de
parada para uma manutenção.
• A manutenção no equipamento
que realmente tenha um problema.
Hoje, mais de 60% das idas ao
campo não indicam que realmente
um equipamento tem problemas.
Com o gerenciamento economiza-
-se principalmente com as idas à
áreas perigosas que, por sua vez,
diminuem os custos financeiros e
humanos envolvidos em atividades
perigosas ou insalubres.
• Melhoria nos processos industriais,
garantindo-se o perfeito funciona-
mento e reduzindo-se a variabilidade
dos processos com a consequente
redução de matérias-primas, redução
de custos e aumento da qualidade
final dos produtos.
• Criação da ferramenta-base para
a implantação e manutenção de
processos produtivos sustentáveis.

Conclusão
As pessoas já têm recebido a mensagem
de que a sustentabilidade é importante. As
agências regulamentadoras vêm fazendo
o seu papel através de diretivas, padrões
e outros mecanismos, que não devem ser
relegados a um monte de papéis. Muito
pelo contrário, a adoção dessas normas e
padrões fortalecem a cadeia de valor de
todo um setor industrial. O desafio atual
é torná-la operacional e esse é o papel das
empresas fornecedoras de tecnologia de
F7. Lista dos eventos de diagnósticos e ações recomendadas. automação.

40 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

Isso se evidencia através deste artigo, um banco de dados único, que permitirá qualquer mau funcionamento de sua planta.
com o avanço dos equipamentos de a análise estatística das ocorrências no Neste sentido, deve ter tecnicamente faci-
campo aliado aos benefícios das tecno- chão de fábrica. lidades de gerações de dados estatísticos,
logias abertas no sentido de facilitar o Um sistema de manutenção deve ter levantamento de históricos, gerações de
dia a dia do usuário, disponibilizando recursos que permitam ao usuário identificar relatórios, e permitir fácil acesso de qual-
informações que podem ser usadas ou prognosticar facilmente e rapidamente quer lugar, mesmo fora da planta. MA
para prognosticar falhas e problemas,
além de proporcionar condições para
redução de custos operacionais e de
manutenção, assim como a redução de
insumos com a otimização contínua dos
processos e a redução da variabilidade
dos mesmos. Os autodiagnósticos são
os pontos-chave para a manutenção
preditiva e proativa.
É importante a adoção de soluções
abertas como HART, Foundation Fieldbus
e Profibus, onde os benefícios da tecnologia
digital são decisivos e garantem condições
de intercambiabilidade, interoperabilidade,
integração com sistemas convencionais e
futuras expansões, protegendo investi-
mentos, criando sistemas com ciclo de
vida maior. Em termos de ferramentas de
gerenciamento, as baseadas em Internet
são as mais indicadas, visto que garan-
tem a informação a qualquer hora e em
qualquer lugar, além de poder alimentar F8. Análise da distribuição de Ocorrências em Campo.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 41


O
ferramentas

Modelos de s Modelos de Engenharia podem desem-


penhar um papel significativo na melhoria
da eficiência e da segurança da planta. A

engenharia
modularização de software, inovações na
interface do usuário e potência de computação
estão abrindo cada vez mais oportunidades
de uso de modelos em operações.

utilizados em
Este potencial crescente torna ainda mais
crítica a reutilização dos mesmos modelos
para resolver problemas diferentes em todo
o ciclo de vida dos ativos e em diferentes

operações
níveis de granularidade em operações.
Afinal de contas, uma simulação que prevê
confiavelmente um aplicativo e uma situa-
ção específica torna-se muito mais valiosa
se pode ser aplicada a todas as tarefas que

de plantas
requerem a modelagem desta unidade ou
deste processo. Na verdade, a utilização
mais ampla destes modelos promete ter um
impacto profundo nos negócios. Em vista
disso, descreveremos aqui as tendências atuais
em reutilização dos modelos e os workflows
(fluxos de trabalho) integrados resultantes.
Em primeiro lugar, vamos apresentar o
Veja como obter maior eficiência e segurança cenário resumindo os desafios de negócio
que estão estimulando o uso da tecnologia
Rob Hockley e Ron Beck, de modelagem orientada ao ciclo de vida
Aspen Technology, Inc. completo da planta:
• A pressão da competição global
impõe a necessidade de acelerar a
engenharia, reduzir os custos de
capital e otimizar as operações. Isso
aumenta ainda mais o valor de se ter
um conjunto comum de modelos que
possa ser utilizado desde a síntese do
processo até as operações da planta e
a eliminação de gargalos.

saiba mais • Os custos crescentes de energia e o


custo secundário das emissões de
gases de efeito estufa exigem que
1. Mullick, S. e V. Dhole, Consider 5. Cox, R. et al., Can simulation
integrated plant design and technology enable a paradigm os processos sejam redesenhados
engineering, p. 81, Hydrocarbon shift in process control? Modeling e otimizados. Modelos adequados
Proc. (dez. 2007) for the rest of us, p. 1.542, para uso por grupos de projeto, de
Computers & Chem. Eng. (set. 2006) engenharia da planta, de compliance e
2. Lofton,W. e L. Dansby, Adding
value by integrating process 6. Pres, R. e P. S. Peyrigain, Minimizing operações são uma ferramenta-chave.
engineering concepts and VDU heat exchanger fauling • A escassez de engenheiros “veteranos”
cost estimating, apresentado na through application of rigorous qualificados se estenderá à próxi-
AspenWorld 2002 Conference modeling, apresentado no Aspen
ma década. A transferência eficaz
HTFS Annual User Group Meeting,
3. Wiesel, A. e A. Polt, Paradigm de expertise em otimização para os
Colônia, Alemanha (dez. 2006)
shifts in conceptual process “novatos” demanda modelos cada
optimization, AspenTech User 7. Griffith, J. et al., Advances in front-
Group Meeting, Frankfurt, Alemanha end engineering workflow and vez mais poderosos e fáceis de usar,
(abr. 2007) integration, p. 32, Hydrocarbon Eng. capazes de capturar conhecimento e
(jan. 2008) experiência organizacionais.
4. Donkers, M., Runaway reaction
hazard assessment within Shell Estes desafios pedem a adoção dos modelos
International Chemicals, disponível comuns para resolver múltiplos problemas,
on-line em www.safetynet.de a criação de modelos mais fáceis de usar e a

42 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

integração dos modelos com software para


solucionar problemas de negócio de maior
amplitude. As atuais ferramentas integradas
de modelagem já abordam muitas dessas áreas
e a tecnologia continua a evoluir.

Principais Tendências
em Modelagem
O papel da modelagem de processos
está evoluindo de duas maneiras distintas:
1. No início, as ferramentas de mode-
lagem foram desenvolvidas para resolver
problemas específicos, tais como análise
de energia, projeto de trocador de calor,
análise dinâmica e estimativa de custo. Em
seguida, a indústria começou a criar ligações
entre essas ferramentas individuais para
que pudessem compartilhar informações F1. Os modelos de processos podem desempenhar um papel importante em todas as fases.
e dados. Então, com o desenvolvimento de
modelos de dados de processos e ferramentas A Fluor, que define esta integração como Workflow de engenharia conceitual/
modularizadas, estas ligações evoluíram “desenho otimizado para custo”, cita uma básica/detalhada
para um autêntico workflow integrado de série de benefícios[2], entre eles capacidade A engenharia básica integrada é mais uma
simulação de processos (figura 1). Esta abor- de focar em trade-offs de tecnologia/custo área onde os workflows evoluíram. O balanço
dagem integrada traz benefícios em termos antecipadamente, melhoria da qualidade de calor e de materiais e os fluxogramas de
de tempo, custo e qualidade. (O workflow das estimativas e maior conscientização do estudos de simulações são inseridos direta-
dinamizado também oferece vantagens para custo durante o desenho. mente no processo de engenharia básica, no
as empresas de engenharia, que enfrentam A BASF calcula que economiza 10% a qual diversas disciplinas definem o FEED
pressões crescentes para executar projetos 30% em custos de capital e até US$2 mi- e, em seguida, passam esta informação para
eficazmente com menos engenheiros.[1]) lhões/ano em energia com sua abordagem o desenho detalhado.
2. Os modelos de processos desenvolvidos de desenho i-TCM (intelligent Total Cost A Worley Parsons, ao unir simulação
originalmente para Front-End Engineering Minimization - Minimização de Custo de processo, engenharia básica e desenho
Design (FEED), agora, são usados em ope- Total inteligente), que envolve a execução detalhado, obtém um aumento estimado de
rações na planta. Os operadores se apoiam simultânea de simulação de processo, análise 25% na eficiência de engenharia e redução
cada vez mais em modelos para dar suporte de custo e modelagem de equipamento[3]. O de 50% no tempo de engenharia básica[5].
a decisões operacionais, otimizar processos objetivo é otimizar a capacidade, reduzir os
em tempo real e melhorar a precisão dos custos operacionais e desenvolver desenhos Migração de modelos de P&D/
sistemas de planejamento. melhores para plantas novas ou reformuladas. Engenharia para operações da planta
Vejamos alguns exemplos de como a Os modelos criados durante as fases de
modelagem integrada está agregando valor Workflows de desenho/operabilidade desenho e desenvolvimento de uma planta
atualmente. O uso de modelos dinâmicos para análise envolvem conhecimento e trabalho de en-
de segurança e operabilidade é outro avanço genharia substanciais. Os benefícios incluem
Simulação/processo de trabalho em ao mostrar se uma solução de simulação de aumento de produtividade da engenharia e
economia desenho é estável em condições dinâmicas redução de despesas de capital/custos do ciclo
A integração de análise econômica com reais. A meta é usar os mesmos modelos de de vida da planta. A reutilização dos mesmos
a atividade básica de desenvolvimento de operações da unidade para análise tanto modelos no ambiente operacional da planta
processo gera benefícios consideráveis. Os estacionária quanto dinâmica, evitando pode proporcionar ainda mais benefícios.
engenheiros de processos não precisam espe- ter que desenvolver os modelos novamente. Os modelos de processo adequados para
rar até que um pacote formal seja fornecido A Shell Chemicals adota esta abordagem uso em operações na planta abrangem desde
ao departamento de estimativa para que para modelar sistemas de reator e de alívio a simulação de estado estacionário off-line
tenham a compreensão exata dos trade-offs de modo a garantir que os sistemas de segu- até a eliminação de gargalos da análise e a
econômicos entre projetos alternativos. Os rança projetados possam conter quaisquer otimização de performance de processos em
custos do processo são calculados e otimi- reações não controladas (runaway reactions). tempo real em malha fechada. A tabela 1
zados simultaneamente ao desenvolvimento Esta utilização de modelagem dinâmica destaca os diferentes níveis de benefícios e o
conceitual do processo, permitindo que os aumenta a segurança e a confiabilidade das trabalho e o tempo de implantação. A figura
engenheiros entendam melhor o impacto operações e reduz custos operacionais por 2 mostra o workflow típico da transposição
econômico de suas decisões de projeto. meio da otimização das operações normais[4]. de modelos de desenho para operações.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 43


ferramentas

Fazendo a Transição Uso de Modelos em Operações na Planta


Tipo de Modelo Usado para Descrição
Os modelos de processo off-line repre-
Simulações de Diagnosticar e resolver pro- Usadas por engenheiros na planta “conforme a
sentam o primeiro passo para a reutilização processos tradicionais blemas, eliminar gargalos, necessidade” para suportar operações na planta
de modelos de desenho de uma forma mais reformular processos.
automatizada ou conveniente. Pelo fato de Modelos de processos Suportar decisões opera- Usados todo dia, toda semana ou sempre que for
off-line cionais, orientar operações, preciso. Normalmente, têm interface de usuário
serem usados em uma unidade operacional reconciliar balanço de personalizada em Excel ou Visual Basic.
ou planta individual, têm topologia fixa e massas na planta, calcular Podem referenciar a alguns dados em tempo real.
uma gama de condições de operação bem propriedades de produto, Iniciados por uma pessoa.
treinar equipe de processo
compreendida. Os modelos são utilizados Modelos em tempo real Calcular e orientar sobre Normalmente, usados em cada turno, todo dia
para cálculos específicos, tais como: em malha aberta condições operacionais Execução automática de modelos
• orientar sobre parâmetros (set-points) ideais da planta para Uma pessoa aceita ou rejeita qualquer orientação
maximizar o desempenho operacional
operacionais para itens de equipamento financeiro
individuais; Modelos em tempo real O mesmo que para malha Interfaceiam diretamente com o sistema de controle
• atingir um balanço de massas recon- em malha fechada aberta da planta e ajustam o processo automaticamente
ciliadas na planta; T1. Modelos em tempo real são mais capazes, porém torná-los robustos envolve mais trabalho.
• determinar as propriedades do produto;
• analisar o uso de energia; los (tanto manuais quanto provenientes de benefícios ainda maiores, sobretudo onde os
• comparar performance do desenho sistemas de dados em tempo real) também processos precisam responder a variabilidade
versus real; devem ser mantidas dentro dessas faixas. Por previsível (por exemplo, em características
• responder a mudanças nas condições isso, em geral, os modelos são executados de matéria-prima).
de mercado; através de uma interface personalizada mais As empresas químicas já estão usufruindo
• atender às especificações do produto; e simples, como a baseada no Excel, em vez da benefícios significativos em operações na
• manter e aprimorar o conhecimento interface de usuário normal de “engenharia”. planta com cada uma dessas abordagens[6].
de processo. O box “Principais Considerações” traz A experiência relatada pela INEOS é muito
Mesmo que possam conectar-se com outras dicas práticas para migrar modelos instrutiva. A empresa utilizou uma abordagem
sistemas de dados em tempo real, os modelos do desenho às operações. de modelagem para otimizar o monitoramento
off-line não são totalmente automatizados. e a limpeza do trocador de calor em suas uni-
As execuções normalmente são iniciadas Próximos Passos dades de destilação a vácuo, economizando
por uma pessoa. Caso um modelo de processo off-line mais de US$3 milhões por unidade ao ano[7].
Em geral, os modelos produzidos du- venha a ser usado regularmente em ope-
rante a fase de desenho requerem trabalho rações, pode ser apropriado convertê-lo Futuros Rumos
adicional para serem usados como modelos em um modelo em tempo real em malha Os desafios mais expressivos da enge-
de processo off-line. Afinal, no âmbito do aberta. A execução do modelo, então, pode nharia integrada estão em duas frentes:
desenho, a simulação é criada e executada ser automatizada para ocorrer, digamos, uma • colaboração entre disciplinas; e
por um engenheiro experiente, que entende vez por turno, a cada N minutos ou quando • migração de rigorosos modelos ana-
as restrições do modelo e faixa de condições acionada por um evento de processo. Tais líticos para o ambiente operacional.
válidas. Se houver dificuldades, como falha modelos de malha aberta também podem O trabalho envolvido em criar modelos
de convergência, o engenheiro de projeto gravar resultados de volta nos sistemas de específicos para plantas e específicos para
está apto a superá-las. dados em tempo real da planta. Os resultados disciplinas, aliado à necessidade de ocultar
Para uso em operações, o modelo tem do modelo, entretanto, são sempre avaliados a complexidade destes modelos das pessoas
que ser ajustado às condições da planta e por uma pessoa, que aceitará ou rejeitará que executam funções específicas, trouxe
aos cálculos específicos que estão sendo quaisquer conselhos ou dados. inovações para as ferramentas de modelagem.
executados. Por exemplo, a configuração Fazer com que estes modelos automa- Veja alguns destes desenvolvimentos-chave:
da planta pode mudar de um dia para o tizados sejam ainda mais robustos, leiam
outro, com diferentes grades de produtos mais dados em tempo real da planta e Sistemas modularizados
sendo produzidas e unidades individuais reconciliem dados da planta (por exemplo, Os sistemas de modelagem de processos
ou controladoras sendo ligadas/desligadas. fluxos de massa medidos dentro e fora de podem ser redesenhados para reutilização
Os modelos de processos off-line precisam uma unidade que não fazem balanço) exige de forma modular durante todo o ciclo de
levar em conta estas especificidades. trabalho adicional. vida de um ativo. Um exemplo é o banco de
Além do mais, considerando-se que as O nível final de modelagem em ope- dados de propriedades físicas. A AspenTech
simulações somente são válidas dentro de rações emprega modelos em tempo real agora oferece isso como um recurso reutili-
uma faixa limitada de condições operacionais, em malha fechada, com seus resultados zável, um “componente padronizado” para
esta faixa deve ser rigorosamente entendida e implementados de forma automatizada uma série de diferentes aplicações baseadas
imposta. Os modelos terão que ser robustos para otimizar os processos. Estes sistemas em modelo. Isso garante flexibilidade e
de modo a sempre convergir dentro de faixas requerem esforço extra para se tornarem consistência máximas, independentemente
operacionais válidas. As inserções em mode- totalmente robustos e seguros, mas prometem da ferramenta de modelagem escolhida.

44 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


ferramentas

Os modelos de operações da unidade


são outro exemplo. É possível modularizá-
-los para que sejam utilizados por sistemas
que abrangem desde simulação, engenharia
básica, otimização e avaliação econômica
até controle avançado de processo.

Console do usuário e simplicidade


Novos conceitos incorporam o work-
flow diretamente na interface do usuário,
apresentando os modelos e as ferramentas
analíticas adequadas para os usuários de
acordo com sua função, a fase do projeto e
sua posição no workflow.

Modelos em engenharia
Os modelos podem ser invocados de
downstream no processo de desenho, incluin- F2. Os novos usos de modelos de desenho em operações requerem um workflow modificado.
do desenho básico, partida e controle (sem
loop de volta para o grupo de modelagem).
A modelagem pode ser realizada na planta Principais Considerações
sem intervenção da engenharia de desenho.
Ao migrar os modelos de desenho fluxo de utilidades incluído. Em
“Backbone” comum de dados de para operações, preste especial classificação, ambos os lados do
engenharia atenção aos seguintes aspectos: trocador de calor são incluídos e
Um banco de dados do ciclo de vida • Número de componentes quí- simulados com área e coeficiente
incorpora modelos de operações da uni- micos. Os modelos de desenho de transferência de calor:
dade, dados de processos, equipamento e talvez contenham mais do que um • As eficiências da coluna de desti-
instrumentação e informações de controle modelo de processo necessita. lação talvez tenham que ser com-
para facilitar a otimização do ciclo de vida. Um número menor de compo- binadas com dados da planta ou
nentes irá acelerar as simulações. modelos de estágios de equilíbrio
Usufrua Benefícios Reais • A topologia do modelo está atu- convertidos para modelos base-
Os modelos de engenharia de processos alizada? A planta mudou desde ados em transferência de massa.
criados durante o desenho conceitual são que o modelo de desenho foi • A planta ainda pode operar com
cada vez mais aplicados downstream no desenvolvido? algum equipamento desligado?
processo de desenho e nas operações, gra- • Quais são as faixas válidas para Em caso afirmativo, o modelo
ças aos avanços que tornam esses modelos o modelo de processo? Em que terá que dar conta disso.
analíticos utilizáveis por outras disciplinas taxa de rendimento (throughput)? • Quais são os principais resulta-
e pela equipe de funcionários da planta. O • O modelo precisa dar conta de dos que o modelo deve calcular?
resultado é uma economia mensurável de diferentes grades de produtos? Se • Quais itens de equipamento
dinheiro, energia, tempo e pessoal. assim for, talvez você necessite de podem ser excluídos do modelo
O futuro trabalho dos inovadores de modelos alternativos. de desenho? Quais deles não são
software conduzirá à modularização dos • É preciso levar em conta mudan- necessários para os cálculos on-
modelos de operações da unidade e maior ças na atividade catalítica? -line específicos?
facilidade de uso e integração de processos • Quais inputs em modelos podem • Algum item de equipamento adi-
de trabalho. Modelos rigorosos estão des- ser corrigidos, quais serão feitos cional tem que ser incluído? Por
tinados a se tornarem ferramentas ainda manualmente e quais virão de exemplo, às vezes dutos longos,
mais valiosas e mais amplamente utilizadas sistemas de dados em tempo real? válvulas e bombas ficam fora dos
na operação e na otimização de instalações Alguns modelos de equipamento modelos de desenho.
de processos. MA podem requerer uma mudança • Até que ponto o modelo de
de desenho para “classificação” desenho é robusto? Ele é capaz
ROB HOCKLEY é consultor sênior da Aspen (“rating”). Em desenho, por exem- de lidar com as diferentes vál-
Technology, Inc. em Warrington, Reino Unido. plo, o trocador de calor é especi- vulas de entrada existentes no
rob.hockley@aspentech.com
ficado por condições de saída sem modelo da planta?
RON BECK é gerente de marketing da Aspen
Technologies em Burlington, Massachusetts
ron.beck@aspentech.com

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 45


automação

Acionamento
de Máquinas
em Corrente
Contínua
Neste artigo trataremos das principais arquiteturas dos inversores de frequência vetoriais. Não é
conversores CC, bem como dos quadrantes de operação raro encontrarmos equipamentos que fun-
cionam com esta filosofia equipados com
e das equações fundamentais. componentes de processamento complexos,
Alexandre Capelli tais como DSPs e microprocessadores de
32 bits.

A
O próprio software de controle vetorial
é bastante “elaborado”, e possui funções
matemáticas sofisticadas, o que exige uma
credito que a primeira dúvida dos leitores, alta velocidade de processamento, tanto em
familiarizados com a eletrônica da Auto- malha aberta como fechada.
mação Industrial, ao se depararem com o Se um inversor escalar não corresponder
título desta matéria será “Acionamentos de às suas necessidades, e um vetorial seria um
Máquinas CC! Eles já não estão obsoletos?” “preciosismo caro”, um pequeno conversor
De fato, a partir do início da década de CC talvez seja uma alternativa.
1990 o uso de acionamentos em corrente
contínua (também chamados de conversores Princípios Fundamentais das
de corrente contínua) vem caindo vertigi- Máquinas de Corrente Contínua
nosamente. Hoje, com o desenvolvimento A figura 1 mostra um diagrama repre-
dos inversores de frequência em corrente sentativo de um motor CC.
alternada do tipo vetorial, podemos dizer Podemos resumir seu funcionamento
que a aplicação da corrente contínua está através de duas equações fundamentais,
restrita a casos muito particulares. sendo uma relativa à força contraeletromatriz

saiba mais “Então, por quê fazer um artigo sobre


esse assunto?”talvez seja a segunda dúvida.
Embora ultrapassado, o conversor CC pode
da armadura (rotor), e a outra do torque.
Sendo assim, temos:
Medição Contínua de Densidade
e Concentração em Processos ser facilmente construído. Além disso, o custo
Industriais para projetar e montar um dispositivo deste
Mecatrônica Atual 44 é bastante atrativo. Essa característica faz Onde:
Gestão da Inovação na Automação com que a tecnologia em corrente contínua Eg = força contraeletromotriz da armadura
Industrial seja uma solução prática, simples, e (descon- K = constante determinada por carac-
Mecatrônica Atual 58 siderando o custo do motor CC) barata. terísticas construtivas do motor
Sensores na Automação Industrial Por outro lado, os atributos acima não Ø = fluxo magnético do entreferro
Mecatrônica Atual 54 podem ser considerados pontos fortes dos (espaço entre o estator e rotor)

46 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


automação

ω = velocidade angular da máquina


I = corrente da armadura
T = torque
Através das equações acima, podemos
concluir que a velocidade de rotação é inver-
samente proporcional ao fluxo magnético:

porém, é diretamente proporcional à


tensão de armadura. Isto significa que, para
controlar a velocidade de rotação de um
motor CC, basicamente, podemos atuar em
duas variáveis: tensão da armadura (ddp nas F1. Circuito elétrico da máquina de corrente contínua.
escovas do motor), e corrente da bobina por
excitação do campo magnético (estator).
Quanto maior Eg, maior será ω, e
quanto maior a corrente de magnetização,
menor ω, uma vez que o fluxo magnético
no entreferro diminui.
A melhor alternativa para controle, entre-
tanto, é manter o fluxo constante, e o maior
possível, uma vez que sua diminuição acarreta
um decréscimo de torque (T = K . Ø . i).
A figura 2 ilustra uma curva de controle
pela armadura e pelo campo.
O controle da velocidade pelo fluxo de
entreferro é utilizado em acionamentos in-
dependentes, mas quando se quer velocidade F2. Controle pela armadura e pelo campo.
acima da velocidade nominal da máquina.
Tipicamente, opera-se com campo pleno (para continua funcionando como motor, porém,
maximizar o torque) e, ao ser atingida a velo- houve uma inversão no sentido da rotação.
cidade nominal, inicia-se o enfraquecimento Este, agora, passa a girar ao contrário da
do campo (para se ter maior velocidade), às referência. Figura 5.
custas, é claro, de uma redução de torque.
c) Quadrante II
Quadrantes de Operação O quadrante II é a operação de frena-
Considerando o fluxo magnético cons- gem da situação anterior, ou seja,estando
tante, basicamente, pode-se dizer que “o a máquina no quadrante III, esta passa a F3. Quadrantes de operação.
torque está para a corrente de armadura (Ia), frear. Dessa forma teremos uma velocidade
assim como a velocidade para a tensão (Eg).” negativa (sentido contrário ao da referência), • Classe B: opera somente no IV qua-
Conforme podemos observar na figura 3, porém com torque positivo. Figura 6. drante.
há quatro modos possíveis de um conversor • Classe C: opera no I e IV quadrante.
CC atuar. Na verdade, esses “modos” são d) Quadrante IV • Classe D: opera no I e II quadrante.
chamados de quadrantes. Na situação em II o motor tenderá a parar • Classe E: opera nos quatro quadrantes.
e inverter o sentido de rotação. Agora, em
a) Quadrante I concordância com o sentido de referência. Topologias dos Conversores CC
No quadrante I temos torque e velocidade Supondo que a velocidade já esteja positiva, A maioria dos acionamentos emprega
positivos, o que significa que a máquina se aplicarmos um torque negativo, novamente, conversores abaixadores de tensão, isto é,
está se comportando como motor e girando estaremos realizando uma frenagem. Este aqueles nos quais a tensão média aplicada
em um sentido concordante como uma é o último quadrante, onde a velocidade é à carga é menor do que a tensão de alimen-
referência (figura 4). positiva, porém, o torque é negativo (figura tação do conversor.
7). Resumindo, temos a tabela 1. Os conversores elevadores de tensão são
b) Quadrante III Os conversores são classificados em utilizados apenas quando se deseja frear a
Analogamente à operação em I, no qua- categorias quanto ao quadrante de operação: máquina, com a recuperação (envio) de
drante III tanto o torque como a velocidade • Classe A: opera somente no I qua- energia para fonte. Esses conversores são
são negativos. Isso quer dizer que o sistema drante. chamados “choppers”, e a operação de enviar

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 47


automação

a energia gasta na frenagem de volta à rede da polaridade da tensão de armadura, uma tensão disponível nos terminais de saída é
é denominada “regeneração”. vez que o diodo impede a formação de tensões a própria tensão de armadura (Eg).
Geralmente, o controle dos conversores negativas aplicadas na saída para a carga. O valor médio da tensão terminal em
CC é feito por PWM, com uma frequência A corrente de armadura, por sua vez, condução contínua é:
de chaveamento cujo período seja muito pode comportar-se de duas formas: condução
menor do que a constante de tempo elétrica contínua, e descontínua (figura 9).
da carga. Esta técnica reduz a ondulação na No modo de condução contínua, a corrente Já o valor médio em condução descon-
corrente, e, portanto, o torque. de armadura não chega a zero dentro de cada tínua é:
ciclo de chaveamento, o que significa que há
Conversor Classe A corrente circulando através do diodo durante
Na figura 8 temos o diagrama de um con- todo o tempo e que o transistor está em “off” Onde: δ = ciclo de trabalho.
versor capaz de operar somente no quadrante (desligado), ou seja, tensão terminal nula.
I. Como a carga é puramente indutiva, o uso No modo de condução descontínua, a Conversor Classe B
do diodo “free-wheeling” é indispensável. corrente chega a zero, fazendo com que o Conforme já dito anteriormente, o conver-
Podemos notar que a corrente na carga diodo deixe de conduzir. sor Classe B opera somente no IV quadrante,
pode circular apenas em um único sentido, Como não há corrente, não temos queda ou seja: frenagem avante. Nesta situação, a
bem como não há possibilidade de inversão de tensão sobre Ra e La, de modo que a velocidade mantém seu sentido (assim como
Eg), porém, o torque (Ia) se inverte. Através
Quadrante Torque, velocidade Sentido de rotação Variação de velocidade da figura 10 podemos notar que o diodo e o
I >0 Avante Acelera transistor trocaram de posição, havendo uma
II >0 À ré Freia inversão da corrente de armadura e da fonte.
III <0 À ré Acelera Para que seja possível à corrente retornar
IV <0 Avante Freia para a fonte (regeneração), é necessário que a
T1. Resumo da atuação do Conversor CC nos quatro quadrantes. tensão média no terminal de saída tenha um
valor maior do que a tensão da fonte (Eg > E).
Isso ocorre, por exemplo, quando con-
trolamos a velocidade através do enfraqueci-
mento do campo. Ao frear o motor, eleva-se
a corrente de campo, aumentando Eg, e
possibilitando a transferência de energia da
máquina para a fonte.
Neste caso também podemos ter a ope-
ração em modo contínuo ou descontínuo
(figura 11).
Durante a condução do transistor, há
um acúmulo de energia na “indutância” da
armadura. Assim que este componente é
desligado, a continuidade da corrente por La
F4. Máquina (motor) funcionando no F6. Máquina (motor) funcionando no leva à condução do diodo. Essa técnica faz
quadrante I. quadrante II.
com que a energia acumulada na indutância
seja entregue à fonte. Quanto maior o ciclo
de trabalho, tanto maior será a corrente.
O valor médio da tensão terminal em
modo contínuo é:

F5. Máquina (motor) funcionando no F7. Máquina (motor) funcionando no


quadrante III. quadrante IV. F8. Conversor Classe A.

48 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012


automação

Já o valor médio da tensão em modo


descontínuo é:

Conversor Classe C
Este tipo de conversor pode operar nos
quadrantes I e IV, ou seja, podemos acelerar
ou frear a máquina, porém, sem alterar seu
sentido de rotação (figura 12).
Os componentes T3, D3, e Rd formam
o circuito de frenagem dinâmica.
No primeiro quadrante T1 está em con-
dução; T2 e T3 estão em corte. A corrente,
portanto, circula por T1, D3 e D2 (intervalo F9. Formas de onda do conversor Classe A.
de circulação).
No IV quadrante T1 está desligado, Podemos entender melhor o ciclo de mais comum. Neste caso, o comando é feito
enquanto T2 e T3 estão ligados. O intervalo trabalho crítico do conversor classe D para simultaneamente a dois pares de transistores
de circulação ocorre através de D1 e T3. diferentes relações entre a constante de T1/T4, ou T2/T3.
Para realizar a frenagem dinâmica tempo elétrica e o período de chaveamento, Quando o acionamento trabalha nos
(também conhecida como dissipativa) basta observando a figura 15. quadrantes I e II, temos: T1/T4 ligados, e
estabelecer a seguinte condição: A figura 16 nos mostra a curva caracte- T2/T3 desligados.
T1 = desligado; rística desse conversor para diferentes tensões As equações e curvas características são
T2 = ligado; de armadura, supondo a queda de tensão as mesmas do conversor classe D.
T3 = quando comandado, desliga, e a nas bobinas desprezível, isto é, o valor de Uma outra possibilidade é executarmos o
corrente contínua circula por Rd, onde há tensão terminal sendo igual à tensão Eg. comando separadamente. Embora com um
dissipação de energia. circuito de controle mais complexo, podemos
Conversor Classe E alterar o comportamento e a forma de onda da
Conversor Classe D Este conversor é o mais versátil em termos
Essa topologia não permite frenagem, de operação. Ele pode operar nos quatro
porém, é ideal para aplicações onde há ne- quadrantes (sentido horário, anti-horário,
cessidade de uma rápida extinção da corrente acelerando ou freando).
após o período de alimentação. Conforme podemos observar na figura
O acionamento de motor de passo é um 17, temos quatro transistores. Há três filo-
clássico exemplo de utilização do conversor sofias de controle para o conversor classe E:
classe D. Através da figura 13, podemos comando simultâneo, comando separado,
notar que, uma vez T1 e T4 acionados simul- e deslocamento de fase.
taneamente, teremos uma tensão positiva O comando simultâneo é o mais simples
nos terminais do motor. Entretanto, ao de ser implementado, e, por essa razão, o F10. Conversor Classe B.
desligarmos os transistores, teremos uma
rápida inversão de polaridade, “gerada” pela
condução dos diodos D2 e D3.
Essa inversão não tem energia suficiente
para causar uma frenagem, mas ela apressa a
extinção da corrente através de uma tensão
negativa.
A figura 14 exibe os modos contínuo
e descontínuo de operação.
O ciclo de trabalho neste conversor é
crítico e, geralmente, é superior a 50%.
A tensão média em modo contínuo pode
ser expressa por:

Já o modo descontínuo tem:

F11. Formas de onda do conversor Classe B.

Novembro/Dezembro 2012 :: Mecatrônica Atual 49


automação

F12. Conversor Classe C.

F14. Formas de onda do conversor Classe D.

F13. Conversor Classe D.

saída de modo que o conversor possa operar


como qualquer um das classes anteriores.
A filosofia de deslocamento de fase,
por sua vez, limita o campo de atuação do
dispositivo, porém, pode ser realizada através
de uma lógica bem simples.
Os transistores também são acionados F15. Ciclo de trabalho crítico para o conversor Classe D.
aos pares (T1/T4 e T2/T3), agora, entretanto,
de forma complementar. Quando se desliga
um par, liga-se o outro. Isso garante a não
descontinuidade de corrente. A desvanta-
gem é que, mesmo com o motor parado,
os transistores estão sendo acionados com
ciclo de trabalho de 50%.

Conclusão
Os conversores CC para motores de
corrente contínua podem representar uma
solução econômica para processos da au-
tomação industrial, principalmente os da
manufatura.
Caso o desenvolvedor utilize estes recursos F16. Curva característica estática do conversor Classe D.
juntamente com microcontroladores, por
exemplo, todo um sistema de controle de
movimento pode ser implementado facilmente.
O software deverá ser bem simples, uma
vez que a arquitetura mais complexa possui
apenas quatro variáveis de comando. Além disso,
bastam alguns optoacopladores para fazermos
uma interface entre comando e potência.
Bem, a partir de agora depende da
criatividade de cada um. MA F17. Conversor Classe E.

50 Mecatrônica Atual :: Novembro/Dezembro 2012

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