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CURSO DE DIREITO Disciplina: Portugués Instrumental Juridico Professora: Ana Paula Cristo. vices Or Oweira__ Manaus-2016 _ 24/2/2016 Portugués Instrumental juridico Prof Ana Paula Pinheiro “Lex non est textus sed contextus” “A lei n@o é texto, mas contexto.” PLANO DE ENSINO CURSO: Direito PERIODO: 1° semestre 2016/1 DISCIPLINA: Portugués Instrumental Juridico CARGA HORARIA SEMANAL: 1,5 horas/aula CARGA HORARIA SEMESTRAL: 30 horas/aula 1-EMENTA Esta disciplina oferece énfase ao estudo da expresso oral e escrita propriamente em Ambito juridico, contribuindo com a capacidade de argumentagao e expressao do aluno. Il- OBJETIVOS GERAIS Contribuir para o aprimoramento de habilidades de comunicagdo — oral e escrita — propiciando a compreenséo e. valorizagéo da linguagem, especificamente, do discurso juridico. Colaborar com a formagéo do profissional de forma a atender as exigéncias sociais da esfera juridica. ll - OBJETIVOS ESPECIFICOS Ao término da disciplina 0 aluno devera ser capaz de ler, compreender & interpretar textos juridicos; Produzir textos argumentativos utilizando linguagem juridica; Saber se expressar com clareza, coeréncia e objetividade. IV - CONTEUDO PROGRAMATICO 1. Comunicagao Juridica 1.1. Conceitos Basicos; 1.2. Niveis de Linguagem; 1.3. Fungdes da Linguagem — Fatica; poética; emotiva; conativa; referencial e metalinguistica; 2.1. O sentido das palavras na linguagem juridica: 2.2. Selegao vocabular e vocabulario juridico: linguagem técnica x jargao; 2.3, Palavras univocas, equivocas e anélogas; 2.4, As formas e referéncia de tratamento; 2.5. O verbo juridico; 2.6. Arcaismos, neologismos, estrangeirismos ¢ latinismos no discurso -juridico; 3. O paragrafo e a redagao juridica 3.1. Conceitos e quaiidades; 3.2. Estrutura do paragrafo; 3.3. O encadeamento dos parégrafos; 3.4. Elaboragao do paragrafo: requisitos e qualidades; 3.5. Paragrafo descritivo, narrativo e dissertativo; 4. Termos e locugées latinas 4.4. Locugées latinas; 4.2. Brocardos juridicos; 4.3. Expressdes latinas mais usadas no discurso juridico; 5. Abreviaturas e siglas 5.1. Legislagao acerca das abreviaturas; 5.2, Principais abreviaturas utilizadas no discurso juridico; 5.3. Siglas mais utilizadas no texto juridico. V - ESTRATEGIAS DE TRABALHO. © curso sera desenvolvido por meio de aulas expositivas e interativas, bem como leitura de textos juridicos que abarquem os conceitos apresentados em aula. Seréo realizadas oficinas de leitura e producdo de textos juridicos, semindrios e trabalhos dirigidos. VI- AVALIAGAO A avaliagéo sera realizada de forma permanente, por meio de trabalhos, seminarios, provas e participacdo em aula. VII - BIBLIOGRAFIA Bibliografia Basica MARTINO, Agnaldo. Portugués esquematizado: gramética, interpretagao de texto, redagao oficial, redagao discursiva. SAo Paulo: Saraiva, 2013. PETRI, Maria José Constantino. Manual de linguagem juridica. Sao Paulo: Saraiva, 2012. RODRIGUEZ, Victor Gabriel de Oliveira. Manual de redagao forense: curso de linguagem e construgao de texto no direito. Campinas: LZN Editora, 2002. Bibliografia Complementar ANDRADE, Maria Margarida de & HENRIQUES, Antonio. Lingua Portuguesa: nogdes basicas para cursos superiores. 8. ed. Sao Paulo: Atlas, 2007. _ FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristovao. Pratica de texto para estudantes universitarios. 17. ed. Petrépolis: Vozes, 2008. KOCH, Ingedore-Villaga & ELIAS, Vanda Maria, Ler &-Escrever~Estratégias de —— produgao textual. So Paulo: Contexto, 2009. MOYSES, Carlos Alberto. Lingua Portuguesa: atividades de leitura e produgao de textos. So Paulo: Saraiva, 2007 Primeira Parte: LEITURA Neste contetido, vocé estudaré um pouco sobre a leitura. Para tanto, leia o texto que se segue. Vocé descobriré que LER vai muito além do processo de ‘decodificacao'. Ha estratégias e procedimentos que propiciam uma __leitura proficiente. Vocé pode também consultar a bibliografia recomendada: FIORIN, José Luiz & PLATAO, Francisco. (2006). Licdes de texto: leitura e redacao. Sao Paulo: Atica (Lido 9). -KOCH, Ingedore Villaca_& ELIAS, Vanda Maria. (2006). Lere compreender: os sentidos do texto. Sao Paulo: Contexto. A leitura tem sido chamada de atividade cognitiva por exceléncia pelo fato de envolver todos os nossos processos mentais. A compreensio de um texto (seja ele escrito ou falado) exige 0 envolvimento da atencdo, da Percepcao, da meméria e do pensamento. Esses processos mentais realizam, durante a leitura, operacdes necessdrias para a compreensdo da linguagem, tais como o raciocinio dedutivo (préprio da inferéncia, da leitura das entrelinhas) e 0 raciocinio indutivo (necessdrio para a predigSo baseada no conhecimento de mundo, de outros textos, do autor, das condicdes sociais em que se vive). O texto escrito é um objeto diferente do texto falado, e, em vez de o aluno olhar as partes relevantes desse objeto, a fim de perceber suas fungées, ele foi acostumado a olhar os seus aspectos superficiais. Sendo assim, dizemos que 0 aluno ndo 1 ou n&o gosta de ler, pois ndo compreende 0 texto, apenas o decifra, e 0 compreende parcialmente, sem costurar os fragmentos. A leitura se torna mais dificil quanto menos se Ié, portanto cabe a todos os professores, e no sé ao de Lingua Portuguesa, a Tesponsabilidade do ensino da leitura. Mostrar ao aluno que a leitura néo & um campo minado, mas uma mina de ouro. O PROCESSO ODE _ LEITURA: algumas __ estratégias Uma abordagem de leitura deve levar o aluno ao prazer da descoberta, a fim de ter efeito nos seguintes aspectos: 1) percepcao de elementos linguisticos significatives, com fungdes importantes no texto; 2) ativagdo do conhecimento anterior, 3) elaboragao © verificagao de hipdteses que permitam ao leitor perceber_ outros elementos, mais complexos. Todas essas etapas envolvem a adivinhagéo e a descoberta do sentido que o escritor tentou deixar no seu texto, elemento importante para o leitor chegar a construgdo do seu sentido do texto. Vale lembrar que o leitor proficiente 6 capaz de utilizar os trés itens acima e que esse conhecimento é socialmente adquirido, portanto quem nunca participou da pratica social da leitura de noticias e reportagens em revistas semanais de informagao, no partilhara desse conhecimento. Ou seja, um aluno que nao dispde de revistas & jornais na sua casa, e cuja unica experiéncia com a leitura é a do livro didatico, nao integrara os diversos elementos num todo significativo de forma esponténea. Precisa ser orientado para fazé-lo. A leitura é 0 processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreenso e interpretagao do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre 0 assunto, sobre 0 autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Nao se trata de extrair informagao, decodificando letra por letra, palavra por palavra, Trata-se de uma atividade que implica estratégias de selecdo, antecipagdo, inferéncia é verificagao, sem as quais nao é possivel proficiéncia. E o uso desses procedimentos que possibilitam controlar. 0 que vai sendo ido, permitindo tomar decisdes diante-dasdificuldades de. compreensdo, avancar na busca de esciarecimentos, validar no texto suposigGes feitas. Parametros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos de ensino fundamental: lingua portuguesa / Secretaria de Educagao Fundamental. — Brasilia: MEC/ SEF, 1998. p. 69-70. Algumas ideias INCORRETAS sobre leitura LEITURA € um ato passivo LEITURA € um processo palavra por —_pallavra. Um texto deve ser lido somente uma vez. Voltar no texto para esclarecer uma divida néo é uma forma apropriada de LEITURA. © objetivo de toda LEITURA 6 entender tudo e lembrar de todas as palavras num texto. LER nao 6 s6 dificil como é chato também. Toda LEITURA deve comecar do canto esquerdo e seguir na ordem em que o texto foi escrito. ‘A fungao mais importante de um texto é informar. Nem todo leitor consegue LER textos auténticos (livros, revistas, jornais etc). Durante uma LEITURA, o importante é 0 que o texto traz até voc8 e no o que voce leva para ° texto. Sem 0 conhecimento de todas as palavras de um texto ndo hd LEITURA. Bibliografia: KLEIMAN, Angela. Leitura e interdisciplinaridade. Tecendo redes nos projetos das escolas. Campinas,SP: Mercado de Letras, 1999. (cap. 5). Usar a leitura de forma competente significa, também, compreender que ler é tanto uma_ experiéncia individual e nica, quanto uma experiénciainterpessoal_e dialégica. E individual porque significa um processo pessoal e particular de processamento dos sentidos do texto. Mas, também ¢ interpessoal porque os sentidos néo se encontram no texto, exclusivamente, ou no leitor, exclusivamente; ao contrario, os sentidos situam-se entre texto e leitor. Esse conhecimento, tal como hoje compreendemos, refere-se a um grau ou tipo de letramento que inclui tanto 0 saber decifrar o escrito, quanto 0 ler/escrever com proficiéncia de _leitor/eser competente, quer dizer, saber utilizar estratégias e procedimentos que conferem maior fluéncia e eficacia ao processo de produgao e atribuigao de sentidos aos textos com os quais se interage. Dessa forma, a leitura é um processo complexo que envolve o controle planejado e deliberado de atividades que levam & compreensdo. Entre essas atividades, destacam-se: + definir 0 objetivo de uma determinada leitura ("Vou ler este texto para ver como se monta este brinquedo”, "Sé quero ver a data da morte de Napoledo”, "Vou correr os olhos pelo sumdrio para ter uma ideia geral do livro"); + _ativar o conhecimento prévio que temos sobre todos os aspectos envolvidos na leitura para selecionar as informagdes que possam criar 0 contexto de produgdo de leitura, garantindo, assim, sua fluéncia. Refere-se a conhecimento sobre 0 assunto, sobre 0 género, sobre o portador onde foi publicado o texto (jornal, revista, livro, folder, panfleto, folheto etc.); sobre 0 autor do texto, sobre a época em que foi publicado, ou seja, sobre as condigées de produgao do texto a ser lido; + antecipar informacdes que podem estar contidas no texto a ser lido; + realizar inferéncias, quer dizer, lermos para além do que esta nas palavras do texto, lermos o que as palavras nos sugerem; + conferir as inferéncias e antecipagées realizadas ao longo do processamento do texto, de forma a podermos valida-las ou nao; +_localizar informagdes_presentes_no_texto; identificar_os_segmentos_mais_e menos importantes de um texto (“Aqui o autor est4 apenas dando mais um detalhe". "Esta definigao é importante”); + distribuir a atengdo de modo a se concentrar mais nos segmentos mais importantes ("Isto aqui é novo para mim e preciso ler com mais Cuidado". "Isto eu jd conheco muito bem e posso ir apenas passando os olhos”). A importancia de um segmento pode variar ndo s6 de um leitor para outro, mas até de uma leitura para outra; sintetizar as informagées dos trechos do texto; estabelecer relagdes entre os diferentes segmentos do texto; avaliar a qualidade da compreensdo que est sendo obtida da leitura ("Estou entendendo perfeitamente o que o autor esta tentando dizer’, "Este trecho nao esta muito claro para mim"); determinar se os objetivos de uma determinada leitura esto sendo alcangados ("Estou lendo este capitulo para ter uma ideia geral do que éfenomenoiogia, mas ainda nao consegui ter uma nogdo clara do assunto") tomar as medidas corretivas quando falhas na compreensao sao detectadas ("Vou ter que consultar o diciondrio para entender esta palavra, j4 que o Contexto nao me bastou". "Parece que vou ter de ler aquele outro artigo para Poder entender este"); corrigir © rumo da Ieitura nos momentos de distracéio, divagagées ou interrupgées ("Estou tao distraido que passei os olhos por este pardgrafo sem prestar atengdo no que estava lendo; vou ter de relé-lo"); estabelecer relagdes entre tudo 0 que 0 texto nos diz € 0 que outros textos jé nos disseram, e 0 que sabemos da vida, do mundo e das pessoas. deta § Svrvolke Se hp 200%) Mele" san. ay y punon, a ey SEs : ub SSS Gor cowie » Juridica L i 0 LINGUA, LINGUAGEM, COMUNICAGAO E FALA Lingua é a parte social da linguagem, pois representa a reunio das pala- A vras e das expresses usadas por um povo, englobando-se as regras per- tinentes A Gramética Normativa e a oralidade. Segundo a Linguistica, representa o sistema de signos que permite a comuni- cago entre os individuos de uma comunidade, ou seja, por um lad representa 6 conjunto do proprio idioma, por outro denota as particularidades de um grupo social espectfico. Pode-se dividir o conceito de lingua em ESCRITA, comprometida com os cAnones gramaticais vigentes, e FALADA, livre, solta, isenta de. compromisso com essas mesmas regras. Neste livro, dado seu fim profissional, trataremos especialmente do primeiro conceito: a lingua escrita. 1.1.1-€ulta £ a que cumpre os ditames da Gramética Normativa, sempre aprisionada a regras classicas e a conceitos consagrados, utilizada pelas classes sociais mais privilegiadas; por esse motivo, a modalidade culta é obrigatéria em textos juridicos. eC ues Juridico CAMPUS duaeehasucainasios Modernamente, a lingua culta tem sido dividida em dois grupos: A. Formal - formulada pela Gramética Normativa, seguindo seus rigidos padrées de regras e conceitos. Exemplo: "Paz muito tempo que se entende como correto 0 uso da lingua culta pare a elaboracio de textos, ainda que se entenda ser complexa a absorgao.” B. Informal ~ usada pelo falante comum, sem, no entanto, esbarrar na oralidade ou no coloquialismo cotidiano. Exemplo: “i faz muito tempo que entendemos como correto 0 uso da lingua culta para a elaboragio de textos, embora saibamos como é complexa a sua completa utilizacto.” 1.1.2. Caracteristicas da lingua culta formal A. A mensagem ndo é transmitida de forma imediata, pois depende do grau de conhecimento do receptor para decodificé-la. B. A mensagem é mais longa e complexa do que na lingua falada C. Aauséncia do emissor faz com que o receptor nio reconheca de maneira imediata e clara a intengao do cédigo. D. Requer do receptor um nfvel de compreensio do cédigo acima da média, seja texto informativo, didatico, cientifico, literério ou juridico E. Exigem-se construgses sintéticas complexas, com elaboragio de frases subordinadas entre si ¢ ordenadas de maneira légica e coerente. F._Exige preciso e corregao vocabular e corthecimento médio do lxico. 2: Lingua F i Enquanto a lingua é exterior ao individuo, pois é impessoal e comum a todos 0s inte- | grantes de uma comunidade, a fala é individual, pessoal, posto que cada falante a produz | consoante A sua vontade e aos seus conhecimentos. NOTA DO AUTOR Fala é 0 uso, que 0 individuo foz de Lingua 1.2.1. Coloquial £ marca da linguagem popular oral, pois é usada por grupos sociais menos privilegiados. ie Pop’ Pe por grup privilegi Alguns autores, por questées estilisticas, valem-se de erros gramaticais propositais para personalizarem seus textos. i Exemplo: "6 fazem muitos tempos atrés que nds se considera correto no uso da lingua culta na hora de {fazer os textos que a gente sabemos que é brabo acertar ela.” A. Jargio — é a Iingua especial de uma determinada profissao e sua utilizacao também il apresenta alguma deficiéncia idiomaética. Para usuérios profissionais de extratos sociais 4 11 Nelson Maia Schogair. mais elevados ~ médicos, engenheiros, advogados ete. ~ nomeia-se Lingua Profissional ou Técnica. Recentes provas para 0 ingresso na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tém revelado deficiéncias na utilizacao da lingua culta formal, exatamente pelo exagero no uso dos jargées. B. Calo ~ é a lingua tfpica da malandragem, usada pelos mais baixos extratos sociais. Desprovidos dos conceitos que formatam as normas gramaticais, os usudrios criam distorgées, termos chulos, vulgares para ilustrarem seu status quo: 0 abandono a que esto relegados. C. Dialeto - designa uma lingua menor dentro de outra, maior. Consoante o Diciondrio de Comunicagio, de Carlos Alberto Rabaca, “é uma forma de lingua que tem seu proprio sistema léxico, sintdtico e fonético, ¢ é usado num ambiente mais restrito que a prépria lingua”. Pode-se, entao, defini-lo como forma local prépria de comunicagao a partir da qual se constitui uma Tingua de uniao. D. Regionalismo ~lingua prépria de individuos de uma regio (baiano ou paulista, gaticho ou carioca). Ocorre em paises ~ como o Brasil ou os Estados Unidos da América - de dimensées continentais e que oferecem variaveis ao uso do idioma pétrio. Como quando um carioca pede média e bebe “café com leite”, enquanto um santista come um “pio” francés de 50 g. E. Sotaque ~ hébito articulatério realizado por entonacdes proprias que confere uma identificagéo peculiar a fala de um individuo. Ocorre quando um inglés, por exemplo, tenta pronunciar uma silaba nasal (balao) e diz balau. F. Palavra-tabu.— é aquela cujas regras de conduta social discriminam, normatizando-as como proibidas ou circunstancialmente autorizadas. Pronunciar uma palavra-tabu constitui-se numa transgressao de conduta reprovada socialmente cuja escala varia de intensidade segundo o contexto em que é usada, chegando-se até punico do emissor. ~ Nas religides, consideram-se tabu por estarem impregnadas do sagrado, devendo seu uso ser restrito aos iniciados. Exemplo: A Biblia diz em Exodo 20:1-1: “Entao falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou 0 Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidao: Nao terds outros deuses diate de mim.” (1? Mandamento do Deciilogo) IL-Na etiqueta, a palavra-tabu refere-se ao que se julga depreciativo, obsceno. Via de regra, a palavra-tabu é proibida por se referir a um assunto tabu. Exemplo com a palavra puto [Do lat. puttu, por putu, ‘menino'], consoante definigdes do Diciondrio Aurélio Século XI 1. Lusitanismo: garoto, menino, rapazinho: “Um puto portugues 36 por um triz rio foi camped da Europa” (A Bola, Lisboa, 26/07/1982); 2. Angolanismo ~ Quimbundo: palavra pouco usual, ou dificil, da lingua portuguesa: “Eu decorei esses putos alambicados” (José Luandino Vieira, Joao Véncio: Os seus amores, p. 90); 3. Brasileirismo: a) Diz-se de homosexual b) Diz-se de individuo devasso, corrampido, dissoluto. ec Biportugues juridico. CAMPUS PONSA oases ©) Danado da vida 4) Corresponde a uma qualificagio depreciativa ou apreciativa de coisa ou pessoa designada pelo substantivo: “Esfou sem um puto.” G. Gixia — como fenémeno antropol6gico € palavra ou construcao de uso corrente entre grupos sociais diferenciados, nao raro marginalizados,e que 6 a estes pertencem, Nesses grupos, desempenha funcéo especial: € sua senha, ou seja,reveste-se de marca caracteri- zadora do préprio grupo. A giria, quando praticada ou aceita pelo todo da comunidade Tinguistica, converte-se em léxico, caso contrério, continua marginal ¢ especifica, Exemplo: ‘A palavra gatinha ~ moga bonita, graciosa — dada sua formatacdo emocional, de caréter positivo, passou a signo de grupo, cujo significante ¢ usado em todas as camadas sociais, endo apenas nos meios menos providos. Como o lingua eologuial é vsoda ne comunicacde diério, cometem-se erros que $80 levodos.& «odode escrito, eificultondo @ absorgao do conteédo de seus textos. Q ideal énéo se descuidar Te evclurdo notural de oprendizado, realizando estudos sisteméticos do léxico ¢ de svos interarbes sintéticas nos textos e contextos em que se inserem. 1.2.2. Caracteristicas da lingua coloquial |A. As construgdes sintéticas sao simples e diretas, possibilitando a riipida depreensio da mensagent pelo receptor. B. E comum a adjetivagzo eo tom emocional do discurso. C. A presenga de anibos (emissore receptor) facilita a comunicagao e a interagao D. Sio usados signos de ritmo, entonagio e pausa, que conferens sonoridade ao contexto. E._ Os gestas, ante a presenga de ambos (emssore receptor, substituem alguraadificuldade idiomatica entre eles. [nee as No linguagem juridica 0 nivel é sempre culto ‘AcusagGo e defesa no Juri sustentac&e oral nos iribunais Porte inicicl: voeative ~ exérdio —prapareeaer proposigéo—narraséo=divisso___ Assunio central: eonfirmagdo ~ refutacao Concluséo: peroracéo - recapitulacae ~ epilogo Resumindo Se por um lado a Lingua denota o extrato social do falante, por outro, a Linguagem representa o uso da palavra escrita, verbalizada, prerrogativa da lingua culta, ¢ como é0 meio de expressar e comunicar a Lingua ou os Signos entre pessoas ou Brupos distintos, tengloba qualquer processo de comunicacéo: utilizagao de sinais, gestuais, sons) Pinturas ‘Sao exemplos de linguagem nao verbal: mimica, Cédigo Morse, seméforos, bandeiras,sinais dios surdos-mudos, assobios, fumaca, corpos pintados, tambores etc. Essas, e muuitas outras mani- festagSes, sao atos de comunicacao, representando, com isso, tipos de linguagem 13 i aa Nelson Maia Schocott’.) Exemplo de linguagem néo verbal em Despacho proferido por um juiz da Justica do Estado do Rio de Janeiro sob a forma de um DRAGAO: Hé dois niveis de significagio a serem atribuidos & comunicagao: um, direto, imediato e que se encontra no dicionésio, denominado denotagto. Outro, figurado, postico, imaginativo, estilistico, a que se denomina linguagem figurada ou conotagio ~~ Exemplos: _ A. Denotacao — Lim ser humano pode viver isolado da sociedade? B. Conotagao ~ Lim ser humano é uma ilha? Esses niveis de significacao podem ser usados na linguagem juridica. Entretanto, 20 se desviar do conceito dicionarizado, pode-se, eventualmente, esbarrar no ridiculo, no pejorativo, sendo, portanto, aconselhével usar 0 sentido denotativo em petigées, pareceres ou sentengas. Seguem trés exemplos de Sentencas: as duas primeiras sio conotativas, observando que a6 chula, vulgar, por isso, julgo-a uma afronta; a Il reputo uma obra de arte; terceira— 2 ideal ~ é denotativa ) | a “Portugués Juridico CAMPUS 1. Trecho que absolveu um acusado de estupro em 1989, de um juiz da XXX Vara Criminal ede ExecugSes Penais, no Piaut 9 vontade da vitima, usando coacao figico (O estupro se realize quando 0 agente age contra vitime alegre copaz de nevirolizer qualquer reac do infeliz subjugada. No presente processo © ‘ar o acusado, que se enconlrave nas areias do rio Poty, mostrarhe © biguini, que almofadova por és 0 incognoio estimulade, A vitima e o acusode irocoram olhores imontades, convidativos e depois se juntaram numo cémora de ar nas éguos do rio Poly, onde se deleitora de prazer, oriundo do namoro, amossando 0 entendimento do desejo pare findar nume telogdo sexvol, sob 0 color do sol, mergulhando no império dos sentidos até 0 cansaso fisico, Uisjunciondoste os dois, 0 acvsado pore um lado ec viimo pore outo, pare depois esto oparentor ‘im simulodo do oto do qual participou e queria qué acontecesse, numa boo e recl, como acon jeceu, Nao hé configuragéo do crime de estupro. Hé sim uma relagdo sexual, sob promessos de para ser duradouro, que se desfoz no primeira iavestida de um ato sexvol deseicde amore f rere o ecusedo e 0 dissimulade vitimo, que com légrima nos olhos fez ferilizar a mesmo terra pele, que dele néo vai onde deixou coir ume porlicule de sua virgindade, como uma pequenc mois se lembrar, como também ndo esquece o sev primeiro homem, que a mel ¢ provocanle passou o assedi tomorfoseou mulher.” vélida a sentenca a seguir, j& que cumpre sua finalidade, recomenda-se que Embora seja EXCLUSIVAMENTE, em | 0 texto de suas peticdes ou de seus pareceres sejam compostos, linguagem denotativa. IL PODER JUDICIARIO -JUSTICA FEDERAL NO CEARA t 1, RELATORIO mw Dentincia foi recebida As folhas um, oito, trés Noventa e sete era 0 ano i Outubro era o més Vinte e trés era o dia | i j | | i | i i i i + i | i i i 7 i : 1 | Trata o presente caso 1 ‘De uma aco criminal | Movida neste Juizo Buscando san¢do penal Para um ocorrido fato Tido como estelionato ‘Que a agao comecaria. : Pelo MP Federal. Com o despacho que se fez. wv = u Fulano de tal Bonome do acusado, . Profissao: eletricista, Nesta domiciliado, Formulou arrazoado Dizendo que prescrevera Veio, porém, a Juizo, O réu, antes de citado, Na folha dois, zero, trés E vitivo, brasileiro, E desse modo ligeiro, Eiclo af qualificado. O crime - se ocorrera Do qual era acusado. Disse que entre a conduta Como criminosa tida Eodia em que a deniincia ‘Aqui fora recebida ‘Treze anos se passavam E s6 doze Ihe bastavam Pra encerrar a partida, vl Ouvido 0 douto parquet Este fez oposiclo Dizendo que o fato crime Nao teve cofisumacao Hi tanto tempo passado Sendo desarrazoado Se falar em prescri vit OMM. Juiz Acatou o argumento Que o MP Federal Usou como fundamento E colocou no papel Que ao pedido do réu Negava deferimento. vil Feito isto foi marcada Logo uma audiéncia Para interrogar 6 réu Sendo-lhe dada ciéncia Que iria ser processado Depois seria julgado x Mas com aquele decisum Nao houve conformagao Do réu foi a reagao Para ver modificada A decisao prolatada Negando-Ihe a prescrigao. Conrfusti Prudent De miituos de habitagao ________ Recurso em sentido estrito Nelson Moio Schocoir x Vieram os autos conclusos Pra que eu decida afinal Se inverto a decisao E dou ao feito um final Ou mantenho 0 seu curso Instruo logo 0 recurso E mando pro Tribunal Eo relatorio. Decido. 2, FUNDAMENTACAO x! Ao apreciar 0 caso Que ora é apresentado Importa examinar Com cautela e com cuidado co termo inicial Do prazo prescricional Pela defesa alegado. xil Nesse sentido, vejamos © fato considerado Como artificioso, Axdiloso, simulado Que o réu criou em sua mente Buscando dolosamente o beneficio almejado. Xi & fato que causa espanto © que passo a descrever Pois do que consta dos autos o que ele intentow fazer Foi obter quitacdo Com seguro a receber. xiv Como modus operandi Para o seu desiderato A sua esposa, Fulana Figurou em dois contratos Usando financiamento Comprou casa, apartamento Porém omitindo um fato. Portugués Juridico xv O fato omitido in casu Era a satide de Fulana Que, portadora de cancer, Brevemente morreria E através da sua morte Na verdade seu consorte Se beneficiaria. ' xv £ que Fulana morrendo (Os seguros pagariam Todo 0 saldo dos empréstimos Eas contas se quitariam ‘Acasa, 0 apartamento Apés feito 0 pagamento “Pro marido ficariam. XVII Mas do que vejo dos autos Esse plano ndo vingou Porque a seguradora Bem cedo desconfiou Foi pondo dificuldade E 0 fato é que, emi verdade, Os seguros no pagou. XVI As folhas cinquentae cinco O BEC é que noticia Sete anos que passaram E ainda nao havia Sido providenciada ——A-cobertura d Do que o seguro previa XIX Também em favor da tese Que nao houve a concluséo Da conduta criminosa De que trata esta agao Um feito jiidicial Na Justia Estadual Esté em tramitagéo. 10 XX Vejo as folhas 200 Um oficio a informar Que em uma Vara Civel ‘Aqui mesmo do lugar o espélio de Fulana Litiga até hoje em dia Com Blé-blé-blé-bié: XXL Bem se sabe, pra que haja Estelionato consumado Impée-se que o agente Alcance o fim planejado Pois como o tipo é descrito Na norma em que esté inscrito E.cxime de resultado. XXIl Tendo, assim, convicgo De que 0 fato tratado Como crime nestes autos Foi simplesmente tentado Retorno a minha atengao, ‘Ao prazo da prescrigao E como ele € contado. xxii O transcurso de tal prazo Em caso de tentativa Expressamente é previsto Em locugéo normativa Diz a norma que comesa No mesmo dia que cessa Aatividade nociva. xxIV ‘Annorma que oia tito E de sabenga geral Bem no artigo cento e onze Lé do Cédigo Penal Oinciso é 0 segundo Nido é coisa do outro mundo 6 disciplina legal, 17 XXV Sobre o tema MIRABETE Daa seguinte lisdo: Que havendo tentativa oprazo de prescricao. > Comeca mesmo de fato No dia do ultimo ato De sua execucio. XXVI Partindd dessa premissa Resta s6 verificar Qual o ato éxecutério Feito em tltimo lugar Por parte do acusado Pra ser beneficiado Pela Blé-bld-blé-blé. XXxvil Identificar tal ato - Nao me traz qualquer tormento. E claro que a tentativa Deter locupletamento Encerrou quando 0 acusado Sentindo-se habilitado Entregou o requerimento. Nelson Maia Schocoir EE XxIX Daguele més de setembro Até 0 outro momento Que formulada a denincia’ Deu-se o seu recebimento Foram mais de treze anos Nao hé come ter enganos, Este é meu pensamento. XXX Assim, nao se pode mais Discutir a autoria. Amaterialidade Se, no caso, dolo havia, Pois a prejudicial Do prazo prescricional Impede a pena tardia XXXI Tem, pois, razao a defesa Quando alega prescrigao Eassim fundamentado Exergo a retratacdo. Nao pode mais o Estado Exercer a pretensio De punir 0 acusado. 3. DISPOSITIVO Isso esté bem comprovado Sendo um pouco inteligente Isto € suficiente Pra ser tudo calculado. xxvill Omés em que ocorreu ou! ceeeecmen bane POSTO ISTO, julgo extinta a Setembro de oitenta e quatro Toda punibilidade Da conduta do acusado, Cuja materialidade Na deniincia est descrita, Mas que hoje esta prescrita, Livre de penalidade, u = Portugués Juridico cans IIL Despacho de um Juiz de Palmas, Tocantins: A Escola Nacional de Magisiroture incluiu, na sexte-feira [X/X/XXI, em sev banco de sentengas, © despacho pouco comum do juiz XXX, da XXX Vora Criminal da Comorce de Palmas, em Tocentins. Aeentidade considerou de bom senso o deciséo de seu associado, mandando solter Fulono de Tol ¢ Sierano de Tol, detidos sob acusago de furtarem duas melancios ‘ DECISAO. Trato-se de auto de priséio em flagronte dé Fulono de Tal,e Sicrano de Tal, que foram detidos em Virlude do suposto furto de duds (2) melancias, Instodo, o se monifestar, o Senhor Promotor de Justiga opineu pele menulencéo dos indiciedos na prise. 5 Poro conceder o liberdade aos indiciados, ev poderia invocar inimeros fundomentss: os ensinomen tos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, 6 Direito Natural, o principio da insignificancia ou bagatela, 0 Principio da intervenc&o minito, os principios do chamodo Direito alternativo, o furto famélico, o injustica do priséo de um lovredor e de um auxiliar de servicos gerais em contraposicéo a liberdade dos engravotados e dos politicos do mensoléo deste governo, que sonegam milhdes dos cofres pablicos, 0 risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (0 sistemo penitenciério nacional) [..J Poderia sustentor que duos melancias néo enriquecem nem empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fozer um discurso contro 9 situagao econémica brasileiro, que montém 95% da populagao sobrevivendo com © minimo necessério apesar da promessa deste presidente gue muito fala, nade sobe pouco faz. Poderia brandir minha ira contra os neoliberais, 0 consenso de Washington, o carilho demagégico i do esquerdo, a viopia do socialismo, a colonizaséo europeia (..] Poderio dizer que George Bush jog bithdes de délores em bombas na cabece des iraquionos, enquanto bilhdes de seres humonos possam fome pela Terra ~e of, code o Justica nesse mundo? i Poderia mesmo admit i obviedade Tantas sd0 os possibilidades que ousarei agir em total desprezo as normas técnicos: ndo vou ‘pontar nenhum desses fundamentos como raze de decidir. Simplesmente mandorei solar os indiciados. Quem quiser que escolha © motivo. Expecom-se os alvarés. Inlimem-se. minha mediocridade por néo saber argumentar dianie de tomanho | 1.4. Fungées da Linguagem — Saber utilizar a linguagemrmais precisa no momento adequadoéo-quenorteiac-estudo—_ das varias fungGes da linguagem. Ao realizar uma comunicaso verbal: pepa, relat6rio, petig@o, parecer, o autor precisa ter em mente que a mensagem é direcionada a um leitor que dele inferiré jufzos, consoante interpretagao pessoal, por isso, toda composigao escrita apresenta uma pessoa que a escreve, denominada EMISSOR; alguém que a Ié, o RECEPTOR. O assunto sobre o qual se escreve chama-se MENSAGEM € 0 fio-condutor é denominado CANAL. Os fatos, as evidéncias, as vivencias ou os juizos constituem o REFERENCIAL e 0 cédigo utilizado para explicitar a mensagem chama-se fungao METALINGUISTICA. 2 19 saad 3 Nelson Maio Schocoir il ae Esquema das funcGes da linguagem ‘CONTEXTO U ¥ EMISSOR, [>| MENSAGEM .}¢— RECEPTOR t 2 CANAL z ‘copico DIVISAO DA FUNGOES 1.4.1. Referencial Volta-se diretamente para a informacdo, para o proprio contetido, para o referente, ou seja, para o CONTEXTO, Usa-se essa funcdo com a intengio de se transmitir dados reais, com oemprego de palavras utilizadas em sentido estritamente denotativo. Deve ser usada em discursos cientificos, no texto jornalistico e nas correspondéncias oficiais e comerciais. E conhecida também pelos nomes de Cognitiva, Informativa, ou Denotativa Caracteristicas: A. Impessoalidade — 0 autor sempre se posiciona em terceira pessoa, nao se envolvendo emocionalmente com a mensagem. Exemplos: Sabe-se; Discute-se; E notério que. B. Capacidade de argumentagao — 0 autor precisa argumentar com clareza, concisao, objetividade e, sobretudo, aprofundamento. Exemplos: - ERRADO: Hé muito tempo atrés o homem vivia em cavernas, mas, atualmente, viveem ‘casas diferentes daquelas de outrora. — CORRETO: Hé muito tempo, o homem vivia em cavernas; atualmente, em casas. C. Objetividade— nao cabem recursos subjetivos. Exemplo: “O surgimento e a proliferacdo das favelas nas grandes cidades tém como causadores principais 0 éxodo rural e 0 baixo poder aquisitivo da populacao. A conjuncao desses fatores, a0 produzir e multiplicar as favelas, gera 0 principal obstaculo ao planejamento urbano e & seguranca da populacao.” 4 . e Portugués Juridico campus 1.4.2. Emotiva ou Expressiva Pode-se afirmar que é 0 oposto da funcao referencial, pois nesse tipo de texto 0 emis- Sor se preocupa em expressar seus sentimentos, suas anguistias e suas emoces. Também denominada Expressiva ou Exteriorizagao Psiquica, é centrada no EMISSOR e usada em depoimentos (linguagem do réu), nos argumentos da defesa (linguagem do advogado ao apelar junto ao Tribunal ou ao Jiri) Caracteristicas: A. Parcialidade — 0 texto é escrito em primeira pessoa a fim de comover 0 receptor ou interlocutor em relagdo a seus sentimentos. 'B. Signos de pontuagao — usam-se reticéncias e pontos de exclamacao. C. Subjetividade — prevalecem os recursos subjetivos. Exemplo: Suzane: “Ele foi plantando uma semente em mim. Ou eu ficava com ele sem meus pais, ou ficava com meus pais, mas sem ele.” Daniel: “Ela veio dizendo que queria matar os pais, Eu disse pra ela: para com isso. Isso é uma loucura.” (Primeiros depoimentos colhidos pelo juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 12 Tribunal do Jiri de Suzane Louise von Richthofen e de seu namorado Daniel Cravinhos de Paula. Silva em 03 de dezembro de 2002) 1.4.3. Conativa E centrada no RECEPTOR da mensagem. Na propaganda é utilizada para convencer 0 possivel cliente a consumir um determinado produto; no universo juridico é usada como forma de persuasao com o fim precfpuo de estimular mudangas de comportamentos ou de ideias por parte do destinatario-alvo. ‘Também conhecida como Apelativa, pode ser dividida em: a) Exortagio — apelo a linguagem pottica, tipica da propaganda. Exemplo: “Entre na onda sem gastar os tubos.” (propaganda de uma marca de produtos para surfistas) Volitiva - revela vontade, stiplica, apelo. Exemplo: aaaae “Confessa, pelo amor de Deus, meu fitho!” ©) Autoritéria — tipica do discurso juridico. Exemplos: Intime-se; Publique-se; Arquive-se; Voloam-me conclusos; Registre-se. Caracteristicas: Imperativo ~ verbos no modo imperativo, discurso categérico. . Vocative — emprego do vocativo — presenca do interlocutor. a> Nelson Mola Schocait.. igi 1.4.4. Poética £ a funcdo cuja mensagem est centrada na CONOTACAO, na forma particular de se entender 0 c6digo linguistico. A prioridade € o ritmo, a sonoridade, o belo. A forma é mais importante que 0 contetido. Caracteristicas: |A. Subjetividade ~ nao se valoriza o teor objetivo da mensagem. B. Linguagem figurada — uso de figuras de estilo (metéforas e outras). Exemplo: “A morte é 0 corredor de acesso a vida eterna!” 14.5. Fatica fa que procura manter o receptor atento, com vistas a prolongar a extensao da linha comunicativa, testando sistematicamente o CANAL. E comum em discursos ou palestras quando se visa a atencao do ouvinte. Exemplos: veja bem; presta atengio; compreeride?; alguma ditvida?; e dat. 1.4.6. Metalinguistica ‘A mensagem visa explicar 0 CODIGO, jé que para esse fim est voltada. No universo jurfdico, é a linguagem dicionarizada, o entendimento denotativo do préprio léxico em suas insercGes contextuais. Caracteristicas: |A. Descrigio ~ filme que fala do filme; livro que fala do livro etc. B. Subjetividade ou Objetividade - depende do fim ao qual se destina Exemplos: a) Com subjetividade: "[utar com palaoras € luta mais va, enquanto lutamos mal rompe a mark (Carlos Drummond de Andrade) b) Com objetividade: “Justica é estar em conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu Contextualizagio: Texto recebido via internet que ressalta a importancia da comunicacio escrita. 15 z MES a Portugués Juridico CAMPUS 16 A Distorcao na Comunicacéo Oral [A importancia de comunicago documentel) DE: DIRETOR-PRESIDENTE PARA: GERENTE. No préxima sexto-feira, oproximadamente &s 17 horos, o Cometa HALLEY esiaré nesto Grea. Troto-se de um evento que ocorre a cada 78 cnos. Assim, por favor, reinam os funcionérios no pétio do fébrico, todos usando capacetes de seguranga, quando explicorei o fendmeno eles: Se esliver chovendo, nde poderemos ver 0 raro espetéculo a olho nu. Sendo assim, todos deverdo se dirigir a0 refeitério, onde serd exibido um filme documentério sobre o Cometa Halley. DE: GERENTE PARA: SUPERVISOR Por ordem do Diretor Presidente, no sexie-feira, &s 17 horas, o Cometa Holley vai oparecer sobre «a fébrica, Se chover, por fovor, retina os funcionérios, todos com copacete de seguranca e os encominhe co refeitério, onde o raro fendmeno teré lugar, o que acontece « cada 78 anos ¢ olho nv. DE: SUPERVISOR PARA: CHEFE DE PRODUCAO A convite de nosso querido Diretor, o cientista Holley, 78 anos, voi aparecer nv, no refeitério da Fabrica, usando capecete, pois vai ser opresentado um filme sobre © problema da chuva. no segurengo. O Diretor levard a demonstrago pora o patio do fébrico. DE: CHEFE DE PRODUCAO PARA: MESTRE Na sexta-feira, as 17 horos, © Diretor, pela primeira vez em 78 anos, voi aparecer no refeitério do fébrica para filmar o Halley nv, o cientiste famoso e sua equipe. Todo mundo deve estor Ié de capacete, pois vai ser opresentado um show sobre a seguranca na chuvo. O Diretor levoré banda pora © patio da Fabrica DE: MESTRE PARA: FUNCIONARIOS Todo mundo nv, sem excegdo, deve estar com seguranca no patio do Fabrica, na préxima sexta- -feiro, 85 17 horas, pois o mandachuvo (Diretor| ¢ 0 Sr. Holley, guitorrista famoso, estardo 8 para mostrar 0 raro filme “Dangando na chuvo". Coso comece a chover, é para ir para 0 refeitério, de capacete, no mesma hora. O show seré Id. O que ocorre a cada 78 onos, AVISO FARA TODOS™ Na sexto-feira, o chefe do diretorio vai fazer 78 anos @ liberau geral para o festo, 3°17 horas, no tefeitétio. Voi estar 16, pogo pelo mandochuva, Bill Holley e seus Cometas. Todo mundo deve estar nu e de copacete, porque o banda é muito louce e 0 rock vai roler soto até no patio, mesmo com chuva 1.5. Questao comentada Raramente se encontram mensagens com apenas um dos tipos de funcao. A propésito, determine as fungées da linguagem presentes nesse trecho de Sentenga poética apresentada em exemplo anterior. “Daquele més de setembro ‘At 0 outro momento ~ { i 23; f aeenen = Nelson Mgia-Schocair Que formulada a dendncia Deu-se 0 Seu recebimento Foran mais de treze anos No hé como ter enganos, Este € meu pensamento” 6, Contextualizando % (Fumare) Observe # charge: VAL oDAR UM. Ivo Viu a Uva — hitp: / /wwew.ivoviuauva.com.br Na sequéncia de | a 4 dos quadrinhos, podem ser identificadas as seguintes caracteristicas de linguagem No primeira quadcinho, bd apenas a linguagem verbal-oral, ——————— Il. No segundo quadrinho, pode-se perceber apenas a linguagem no verbal. II No terceiro quadrinho, o chargista apresenta uma mistura entre o verbal escrito e 0 no verbal IV. No quarto quadrinho, hé uma informago verbal escrita Marque a alternativa correta: a) apenas as proposicées Ile IV sio verdadeiras. b) apenas as proposicées | e Il sio verdadeiras. ©) apenas as proposicées |e Ill sao verdadeiras @) as proposigdes I.Ihlll e IV slo verdadeiras. 24 7 fe 18 Portugués Juridico CAMPus 1.7. Fixacao do contetido I. Retome a Sentenga (erdtica). “O estupro se realiza quando 0 agente age contra a vontade da vitima, usando coagio de neutralizar qualquer reacio da infeliz subjugada. No presente processo a vitima alegre e provo- cante passou a assediar 0 acusado, que se encontrava nas areias do rio Poty, mostrar-lhe o biquini, que almofadava por tras, o incognoto estimulado. A vitima e 0 acusado trocaram olhares imantados, convidativos e depois se juntaram numa camara de ar nas aguas do rio Poty, onde se deleitara de prazer, oriundo do namoro, amassando 0 entendimento do desejo para findar numa relacio sexual, sob 0 calor do sol, mergulhando no império dos sentidos até o cansa¢o fisico. Disjunciando-se os dois, 0 acusado para um lado e a vitima para outro, para depois esta aparentar um simulado do ato do qual participou e queria que acontecesse, numa boa e real, como aconteceu. Nao hi configuragdo do crime de estupro. Ha sim uma relacio sexual, sob promessas de namoro ficil para ser duradouro, que se desfaz na primeira investida de um ato sexual desejado entre © acusado ea dissimulada vitima, que com lagrima nos olhos fez fertilizar a mesma terra onde deixou cair uma particula de sua virgindade, ‘como uma pequena pele, que dela nao vai mais se lembrar, como também nio esquece o seu primeiro ica capaz, homem, que a metamorfoseou mulher”. Responda ao que se pede: 2)_J& no primeiro perfodo hé um erro tipico da oralidade denominado redundéncia; encontre-o € reescreva 0 trecho, corrigindo-o. b) No 5® periodo, a Sentenca é Verdadeiramente prolatada, entretanto, antes jé se pronunciava 0 magistrado a favor do reclamado. Que elementos textuais davam indicios de que 2 Sentenca seria contréria & postulacdo da reclamante? ©) Encontre sinénimos para os termos: almofadava, incognoto, imantados d)_ Em que periodos hé contradi¢ées, no tratamento para com a reclamante, sendo ela a vitima ou reclamante do processo? Como elas se configuram? ©) Que argumentos foram usados para o magistrado justificar sua decisdo a favor do recla £) Quais as fungées da linguagem presentes nesta Sentenca? Cite, ao menos, um exemplo de cada 8) _Encontre no texto da Sentenca um desvio da Norma Culta, que o aproxima da linguagem coloquial H)_Noutra parte da Sentenga, o magistrado esbarrou no termo chulo, na apreciacZo jocosa para descrever 0 fim do ato, segundo ele mesmo, sexual consentido como se demonstrasse prazer, distante a frieze do momento decisério com o qual deveria envolver-se. Encontre esse fragmento. ado? 2. (UEL) Assinale a alternativa que encerra uma palavra empregada CONOTATIVAMENTE, a) Jovem hoje, viria ater, sem duvide, uma existéncia mais tranquila, b) Todos dangam, suam, gritam juntos, e experimentam plena satisfacdo. ‘)~Pressentimos que estamos vivendo-2-aurora-de-um grande memente-daHistéria — 4) Os bailes e reunides sociais eram quase invariavelmente ocasiao de frustragSes. ©) Todos tremem e aplaudem, ritmicamente, juntos, em franca euforia 3. (UEL) Vivemos numa sociedade competitiva. As coletividades dotadas de individuos ambiciosos progridem mais, pois é evidente que o progresso do todo depende da intuicio de progresso das partes. Mas essa valorizacio do senso competitivo, caracteristica de nossos dias, torna-se condenvel, quando o homem no se atém a concorrer limpamente com seus semelhantes. Quando 0s avilta, inveja, subestima Devemos supor sempre que o concorrente nos inspire o maximo de respeito e, longe de ser inimigo, compée conosco uma pega importante para a motivacio do progresso geral Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de uma expressio do texto, 25 Nelson Maio Schocair 2) Dotados de incividuos ambiciosos — provides de pessoas orgulhoses 8). Senso competitive ~ interesse egoiste 0) Sociedade competitva — comunidade competente, | G) Avila, iveja, subestima ~ corrompe, tra, critica. §) Nio se atém a concorrer impamente ~ @indvidvo ndo se limita 9 compeirhonestamente, 4, (UEL) Assinale a alternativa em que 2 CONOTACAO esteja presente. 2) Diante da explosio da anversariante, todos engofiram 0 sorrso. 5) Amesaestavaimunda e as mies enervadas com o baruiho que os fihosfaziam, 3) O vendedor insistra muito e ea, sempre t8o timida quando a constrangiam. acabou por comprar as roses, {) Quando recolheu do chio 0 caderno aberto, viu a letra redonda e graida que era 2 sua. «) Todas eram vaidosas e de pernas finas, com aqueles colaresflificados e com as orelhas cheias de brincos. 5. Identifique as fungées da linguagem presentes no texto abaixo, de Nel de Moraes, Haikai XI .. &, quando amanhece, eu pinto as flores-poema dos jardins dos sonhos! 26 Semdantica e Linguagem Juridica desenvolvimento pleno das ideias é diretamente proporcional a capacidade de ser claro e preciso na utilizagao do valor nocional de cada vocabulo. No Direito, sobretudo, o sentido atribuido as palavras deve ser meticulosa- mente estudado, pois o sistema juridico somente atinge seus fins, ao se entender 0 vocabulério técnico e estabelecerem-se objetivas relagGes sintético-semanticas que visem harmonizar e assegurar a linearidade do pensamento e, consequentemente, do discurso. Divide-se 0 vocabulério juridico em trés: 4.1. Termos Andlogos Sao vocébulos que nao possuem étimo comum, ou seja, ao fazerem parte de um mesmo conceito ideolgico sio tomados como iguais ou semelhantes. No Direito, analogia é uma operacao logica mediante a qual se suprem as omissdes da lei, aplicando as normas de direito objetivo, disciplinadoras de casos similares, & apreciacao de uma certa relacio juridica a Exemplos de termos utilizados na extingao de um negécio juridico: a) Resolugio — dissolucdo de um contrato, acordo ou ato juridico quando ocorre inadimplemento absoluto (arts. 234 e 475 do CPC). b) Rescisao —dissolucao por lesio do contrato por vicio na contratagio; eviccao parcial, vicio redibit6rio, vicio do produto ou do servigo (arts. 18 e 35 do CPC). ©) Resiligao — dissolugao pela vontade comum dos contraentes, que pode ser bilateral e ocorreré por “distrato” (arts. 108 e 478 do CPC) ou unilateral, quando uma das partes decide pér fim ao negécio por meio de “deniincia do contrato” (art. 473 do CPC) 427 ao ff fe ze Portugués Juridico CAMPUS .2) Termos Equivocos 2 Sao os vocdbulos plurissignificantes ou polissémicos, possuindo mais de um sentido, identificados no contexto. E preciso ter cuidado com 0 uso sem especificagao desses termos, por isso, cuide de deixar clara sua intengfo a fim de que seu texto seja preciso e atinja os fins desejados. ‘Tomemos alguns termos como exemplo: | A. Audiéncia a) Direito ~ sessao solene por determinagao de juizes ou tribunais, para a realizado de atos processuais; julgamento. b) Publicidade ~ indice de medigao de popularidade. = B. Sequestrar a) Direito Processual — apreender judicialmente bem em litigio. b) Direito Penal - privar alguém de sua liberdade de locomosao. C. Lavrar a) Direito-exarar por escrito; escrever, redigir; escrever uma sentenga, uma ata; emiti expressar, b) Linguagem usual - sulcar a terra com arado; arar, cultivar. D. Instrugao a) Direito — fase processual concretizada numa audiéncia, em que 0 juiz ouve as partes e faz perguntas para deixar claros os pontos que serdo objeto de julgamento. Na Justiga do Trabalho, a audiéncia de instrugao comeca com a tentativa de conciliagao entre as partes. Nao sendo esta possivel, passa-se a instrugio propriamente dita. b) Linguagem usual - conhecimento; cultura, saber, erudicao. . E. Seduzir a) Direito Penal - manter conjungao carnal com mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de catorze, aproveitando-se de sua inexperiéncia ou justificavel confianca. b) Linguagem usual —exercer fascinio sobre alguém para beneficio proprio. F. Proceso a) Direito 1. atividade por meio da qual se exerce concretamente, em relacao a determinado : caso, a funcdo jurisdicional, e que é instrumento de composicao das lides; IL. pleito judicial; litigio; III. conjunto de pegas que documentam 0 exercicio da atividade jurisdicional em um caso concreto; autos. b) Fisica sequéncia de estados de um sistema que se transforma; evolucao. ©) Linguagem usual — ato de proceder, de ir por diante; seguimento, curso, marcha. 28 42 rr ed Feet even Nelson Maia Schocair 4.3. Termos Univocos Sao os que contém um s6 sentido. A codificagao vale-se deles para descrever delitos e assegurar direitos. Exemplos: A. comodato ~ art. 1.248 do CPC - empréstimo gratuito de coisas nao fungiveis; B. difamacao ~ art. 139 do CPP - difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo a sua reputagio; C. injiria ~ art. 140 do CPP - ofender a dignidade ou 0 decoro de alguém; D. violagio de correspondéncia ~ art. 151 do CPP ~ devassar indevidamente 0 contetido de correspondéncia fechada, dirigida a outrem. Observagdo: univocos que pertencem ao jargao do profissional do Direito: a) ab-rogar - revogar fotalmente uma lei; b) derrogar revogar parcialmente uma lei; 9) ob-rogar ~ contrapor uma lei a outra; 4d) repristinar—revogar uma lei revogadora he eye need A repristinagao néo é culomético, por ter @ lei revogedora perdido a vigéncia nos termos do ort. 20, § 30, do LIDE. 4.4, Davidas e dificuldades na linguagem juridica Em lig6es anteriores, jé se estudou que sinonimia nao é fenémeno que garante a igualda- de entre semelhantes; a avaliagao do contexto, nesses casos, é fundamental. Sea dificuldade para se obter sentido preciso é grande na linguagem usual, 0 que no dizer na juridica? Diividas frequentes: A. LIMINAR e EFEITO SUSPENSIVO, “O advogado do Juiz Nicolau entrou com uma liminar.” Manchetes como essas so comunsno meio jornalistico, porém ha um equivoco: Liminar se pede, 0 juiz pode ou nao concedé-la. No meio esportivo, 1é-se em outra capa de jornal: “Santos entrou com efeito suspensivo.” Como efeito é consequéncia, nao se entra com efeito, concede-se um. B. PARECER ou DECISAO? No mesmo dia, duas manchetes chamavam a atengo dos leitores para a decisio do STJD ao pedido de Efeito Suspensivo impetrado pelos advogados do Santos Futebol Clube No jornal A, lia-se: “Juizes do STJD dao parecer contrario ao pedido do Santos”; 0 jornal B noticiava: “Juizes do STJD decidem negar pedido do Santos.” A primeira manchete incorreu num erro: quem emite parecer é promotor, perito, consultor, procurador; ao juiz cabe prolatar a sentenga. ag eT AMPU Portugués Juridico | C. DENUNCIA ou ACUSAGAO? Seguindo os parametros semanticos e etimol6gicos, analisemos mais duas manchetes de jornal: “Ministério Puiblico oferece dentincia contra assassinos do menino Joao Hélio” eVizinho denuncia outro por corrupgao de menor”. A primeira manchete esté correta, esta é atribuigao do promotor; a segunda, equivocada, j4 que ao cidadao comum cabe acusagio. Ressalte-se que a oralidade consagra os dois indiscriminadamente, inclusive com um programa de incentivo denominado “Disque-dentincia’. D. RAPTO ou SEQUESTRO? i Lé-se num jornal: “Crianga é raptada em escola”, Segundo a lei, sé mulheres podiam ser raptadas (art. 219 do CPP — revogado pela Lei n® 11.106/2005) para fins libidinosos. Como crianga é um substantivo sobrecomum e, por isso, nao designa género, nao é a forma mais adequada para esse tipo de noticia. O correto é dizer: “Crianga é sequestrada em escola.” Esse erro decorre do fato de se pensar que, em nao havendo pedido de resgate, nao ha sequestro (art. 148 do CPP). Expandindo a explicacdo: sequestro, seguido de pedido de resgate, configura outro crime: a extorsio (art. 158 do CPP). E. ROUBO ou FURTO? Roubo (art. 157 do CPP) € um ataque inesperado com emprego de forca, portanto, ndo se pode dizer que um cleptomaniaco tem mania de roubar: ele tem mania de furtar (art. 155 do CPP), jé que o faz com intencfo clara ou dissimulada de usurpar sem ser notado, endo mediante ato violento. F. EXARAR, PROFERIR, PROLATAR, PRONUNCIAR Os termos acima referem-se a decisiio judicial, entretanto, nao representam precisamente a mesma ideia. Contextualizando: a) Exarar—lavrar, consignar por escrito a decisdo judicial. b) Proferir - publicar ou dizer em voz alta; decretar, publicar. ©) Prolatar~ declarar a sentenga por escrito ou verbalmente. €) Pronunciar — exprimir verbalmente; proferir, articular. NOTA DO. AUTOR Prondncia: Decisdo judiciel que, reconhecendo como provade a exisiéncia de um crime ¢ adm indo hover indicios suficientes de ser o réu quem 0 praticou, determina que se Ihe registre o culpa 0 remeta ao julgamento final no Tribunal do Jiri G. ATO ou AGAO? Na linguagem usual, ambos estabelecem um jogo: primitivo versus derivado; 0 ato representa aquilo que se fez; a acao, 0 efeito de agir. O mesmo sentido? Engano! O primeiro constitui agéo propriamente dita; o segundo, manifestagao, intencao de fazé-Lo. 30 44 deve elson Maia Schocair Na linguagem juridica, temos: a) b) 3 a h) i) d y 2 1. ATO ~documento piiblico em que se exprime deciséo de uma autoridade. Tipos de atos: Adicional ~ é 0 ato politico pelo qual se altera a constituicao de um pafs, e que passa a fazer parte integrante dela Atributivo ~ é 0 que tem por fim transferir um direito em beneficio de alguém. Auténtico ~ € 0 que & passado perante autoridade, ou dela emanado, ou que se apresenta munido de fé piiblica De libidinagem —€ a conjungao carnal ou qualquer de seus equivalentes no desafogo da libido. Formal ou solene ~é 0 ato para cuja validade a lei exige que se revista de forma ou solenidade especial, considerados como parte da substdncia dele; ato solene. Gratuito € 0 ato proveniente de liberalidade, ou que ndo obriga a encargo ou a contraprestacao. Institucional ~ constitui uma declaracao solene, um estatuto ou um regulamento baixado pelo governo. Juridico ~ constitui qualquer ato licito cujo objetivo imediato é adquirir, transferir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Oneroso - é aquele de que resulta encargo ou contraprestacdo. Resoliivel — 6 0 ato ou contrato que no proprio titulo de sua constituigo menciona © prazo de seu vencimento ou a condi¢ao futura que, quando verificada, o resolve de pronto; contrato resohivel. . ACAO Ea faculdade de invocar o poder jurisdicional do Estado para fazer valer um direito que se julga ter. Ea configuragao do meio processual pelo qual se pode reclamar a justiga o reconhe- cimento, a declaracao, a atribuicao ou efetivacéo de um direito, ou, ainda, a punicao de um infrator das leis penais. Tipos de agées: ° ) aquela em que. mediante simples declaracao, sem forga executéria,_ 0 juiz proclama a existéncia ou inexisténcia de uma relacdo juridica, ou a falsidade ow autenticidade de um documento. Executiva — € a que se inicia com a citago do réu para que pague em 24 horas a divida reclamada, ou oferega bens a penhora, s6 tomando 0 rito ordinério depois da contestacdo. Mista ~é aquela pela qual se exerce um direito real e um direito pessoal. Petitéria - é aquela em que se pretende o reconhecimento ou a garantia do dizeito de propriedade, ou de qualquer direito real. Reipersecutéria~ € a acéo em que o autor reclama o que se Ihe deve ou Ihe pertence, © que se acha fora de seu patriménio, inclusive interesses e penas convencionais, 43! _______1)_Umilateral = 6 aquele em que s6 uma das partes se obriga pai 32 ae Portugués Juridico camPus I- ACORDO, CONTRATO e PACTO Embora, para o leigo nos assuntos da legis possam aparentar 0 mesmo significado, tem cada um sua propria e exclusiva manifestagio de sentido. 1. Acordo - harmonia, concordancia, consonancia, conformidade. 2. Contrato — documento firmado entre duas ou mais pessoas que transferem entre si algum direito ou se sujeitam a alguma obrigacao. Tipos de contrato: a) Acessério —€ o que pressupée a existéncia de outro, do qual depende e, por via de regra, serve de garantia; pacto adjeto. b) Aleatério - 6 aquele em que ao menos uma contraprestacéo é incerta, por depender de'fato futuro. ©) Bilateral ou sinalagmatico ~ € aquele em que as partes estabelecem obrigacdes reciprocas; contrato sinalagmitico. d) Comutativo ~ & 0 que oneroso, sendo certas e equivalentes as contraprestagdes estabelecidas. ©) Consensual - é 0 que se aperfeigoa com 0 mero consenso das partes, podendo ser até verbal. £) Cotalicio~é aquele em que alguém se associa a um litigante a quem auxilia mediante certa percentagem no resultado final da demanda. g) Formal ow solene~é aquele para cuja validez a lei estabelece determinada forma ou solenidade; contrato solene. h) Leonino — é aquele em que uma das partes leva todas as vantagens, ou a maioria delas, em detrimento da(s) outra(s) parte(s) i) Real: 1. éaquele que sé se aperfeicoa mediante a tradicao da coisa que é objeto de prestacao de uma das partes; 2. 6 o que tem por objeto bens iméveis ou direitos reais de garantia (hipoteca, penhor etc) }) Resoliivel - ato resohivel, que se pode resolver. ) Sucessivo ~ é aquele em que uma das partes se obriga a efetivar prestagdes certas e periddicas. comaoutra, 3. Pacto ~ ajuste, combinacao, manifestacao propria da vontade. No Direito Internacional, designa o ajuste ou tratado celebrado entre os Estados, chamados, por isso, pactuantes Tipos de pactos: a) Adjeto —convencio acesséria firmada, num contrato, junto a uma conven¢do principal, b) Antenupcial - convencao feita pelos nubentes, anteriormente ao casamento, para estabe- lecer o regime matrimonial de bens, ou para regular, como bem entenderem, respeitadas as regras legais, as relagdes econémicas entre eles, ap6s 0 casamento. ©) Comissério—cléusula especial do contrato de compra e venda, pela qual os contratantes avencam que a venda se desfaga se 0 comprador néo cumprir sua obrigacéo no prazo estipulado even 4) Compromissério — conven¢ao pela qual as partes se comprometem a celebrar contrato futuro. O mesmo que contrato preliminar: art. 1.080 CC. Contrahendo — tratado preliminar. f) Dotal —é da esséncia do regime dotal descreverem-se e estimarem-se cada um por si, na escritura antenupcial, os bens, que constituem o dote, com expressa declaracao de que a este regime ficam sujeitos. “Non alienando” ~ nao alienacao da coisa h) “Non cedendo” — proibigao da cessao de crédito ou direito. 4) “Non petendo” ~ pacto de nao executar judicialmente o crédito. }) “Quota litis” —é 0 que fixa os honordrios de advogados no ganho obtido no processo. \) “Reservati dominii" — reserva de dominio. )) “Pactum scelleris” ~ pacto criminoso. m) Retrovenda — pacto adjunto, pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imével que estd sendo alienado, em certo prazo, restituindo 0 prego, mais as despesas feitas pelo comprador. [ree weer & Erro de interpretacao? FE. Quondo o legislodor disciplinou o Pacto Antenupzial, possivelmente, fé-lo baseado ne conceito © ustol do termo: “ojuste de voniades que pode ser desfeito sem garantia de ago jurisdicional do F< Estodo”: pacto, de amor eterno; pacto de fidelidade recipreca, pacto de sangue. Embora hoje BF olenidode no pocto ontenupcial, [6 que lovrado em escrituro publica, o termo mois odequado ‘eria Contrato Antenupcial J. AFOLHAS TANTAS Locugao adverbial que, segundo o eminente gramatico Napoledo Mendes de Almeida: “Na linguagem forense se diz a folhas vinte e duas ~ significa ‘a vinte e duas folhas do inicio do trabalho’ como quem diz ‘a vinte e duas bracas’. O mesmo se diga de ‘a paginas vinte e duas’” Imagine-se, entao, escrevendo: “O depoimento da testemunha principal encontra-se...” nesse momento ven a dtivida: @ folka 10, a folhas 10, as folhas 10 ou as folhas 10 do referido proceso?” Pode-se usar a folhas ou as folhas, nesse caso, sua frase seria: “O depoimento da folhas 10” ou “as folhas 10 do referido processo.” E usual escrever abreviado: a ls. 10 /a fls. 10 e 11 /as ls. 1-10. Também se usa de fis. 10. Equivoca-se quem escreve a folhas, a fls. ou de fls. sem o mimero. Sendo assim, nao escreva: “Condeno o réu conforme descrito a fils, e sim: “Condeno o réu conforme descrito na sentenca”. £ 4.5. Paronimos Sena linguagem usual pode-se “levar gato por lebre”, na juridica, os pardnimos (termos parecidos) devem ser usados com muita cautela. Conheca alguns exemplos de situacdes delicadas envolvendo esses vocdbulos, quando usados de forma aleatoria, sem pesquisa minuciosa B ) e Portugués Juridico camPus Em petigéo, um advogado pede diferimento (em ultima instancia de causa trabalhista com jurisprudéncia firmada), apresentando laudo médico de instituigao puiblica de satide, alegando que seu cliente pode ter pouco tempo de vida em fungéo de grave doenga, e necessita de internacao urgente, por isso, precisa dos recursos provenientes da causa para custear seu tratamento, Comentarios: Hi algum erro? Se vocé esté atento, percebeu que, no texto, ajustificativa do advogado é, no ménimo, incoerente, afinal, se seu cliente tem “pressa” em receber o que Ihe parece (e que as circunstancias apontam) justo e de direito, ndo deveria pedir diferimento (adiamento), e sim deferimento (anuéncia, aprovacao). 4.6. Homénimos e Parénimos recorrentes na linguagem juridica 1. absolver = perdoar absorver = assimilar 2. acento = tom de voz, sinal grafico assento = lugar de sentar-se 3, acordo = concordancia de sentimentos ou ideias; concérdia acérdao = decisao proferida em grau de recurso por tribunal coletivo 4. acostumar = contrair habito costumar = ter por habito 5. amoral imoral = libertino, contrario a moral lesprovido de senso 6. apregar = coletar ou fixar prego apressar = abreviar, antecipar 7._aprender = tomar conhecimento apreender = apropriar-se, assimilar mentalmente 8 avenga 1. acordo entre litigantes; ajuste 2. importancia paga por servigos durante certo prazo 3. quantia certa que se paga antecipadamente por conta de impostos de consumo ete. desavenca = discbrdia, dissensio 9% caga cassar = anular, impugnar apanhar animais ou aves Nelson Maia Schocoir ag 10. cédula = documento, chapa eleitoral séaula = ativa, cuidadosa (feminino de sédulo) 11 censo = recenseamento senso = raciocinio, juizo claro 12. contratante = aquele que contrata, que faz um tratado contratado 1. que foi objeto de contrato perfeito e acabado 2. funciondrio que assinou um contrato bilateral para exercer interinamente determi- nada funco 13. delatar dilatay denunciar estender 14. descrigio = relato, testemunho discrigio = recato 15. descriminar = tirar 0 crime discriminar = diferenciar 16. despercebido = semn ser notado desapercebido = desprevenido 17. destratar = ofender distratar = romper o trato 18. elidir = suprimir ilidir = refutar, anular iludir = enganar 19. emenda = corregao ——~ementa=resumo. — — — 20. emitir = mandar para fora imitir = colocar, investir em 21. flagrante = evidente ‘fragrante = perfumado 22. fluir 1s manar | 2. provir, derivar Bs ae. 36 so Portugués Juridico fruir 1. possuir 2. usufruir 3. tirar de algo todo o proveito, todas as vantagens possiveis, e, sobretudo, perceber os frutos e rendimentos dela 4. gozar, desfrutar 23. genitor(a) = pai (mae) progenitor(a) = avé (av6) 24, incidente = epis6dio, aventura acidente = acontecimento casual 25. incontinente = falho de moderagao incontinenti = sem delonga 26. inerme = sem meios de defesa inerte = sem ago, sem atividade 27. infligir = impor pena infringir = desobedecer 28. intimorato = destemido, valente intemerato = puro, integro 30, mandado = ordem judicial mandato = procuragio 31. prenunciar = predizer pronunciar = proferir, publicar, oferecer dentincia 32. prescrever = ordenar proscrever = banir 33. privar = despojar, tolher prever = pressupor, prognosticar provar = demonstrar, experimentar, testemunhar prover = dispor, nomear, receber e deferir recurso provir = proceder, descender, resultar Nelson Maia Schocair Yd sone 434, querelante = queixoso, reclamante querelado = aquele contra quem se move ago penal de natureza privada 36. ratificar = confirmar retificar = corrigir 36. redibir = anlar judicialmente redimir = expiar redigir = escrever 37, recriminar = censurar, exprobar incriminar = acusar, criminar 38. remigdo = resgate, pagamento remissio = perdao, absolvigao 39. reverter = regressar, reservar, tornar inverter = trocar, refazer ao contrario 40. sortir = abastecer produzir efeito = censurar, pér defeito taxar = estipular 42, tréfico = comércio ilegal ~ indfego = transito 43. uadear = passar ou atravessar um rio a pé ow a cavalo vadiar = vagabundar 44. vogel = juiz de fato, letra vocal = referente A voz _ 4.7. Outras duvidas recorrentes em linguagem juridica A. A-HA? a) A= expressa tempo futuro — “Estamos a dias de chegar & conclusto do inquérito.” b) Ha = expressa tempo decorrido ~ “Conclufmos o inquérito hé dias.” B. ACHAR-ENCONTRAR? 2) Achar = tomar para si aquilo que se procura ~ “Apés dias de busca, a crianga foi achada numa favela do subsirbio do Rio de Janeiro.” b) Encontrar = tomar posse, definitiva ou transitéria, de algo que nao se buscava — “Encontramos a prova que faltava cafda atrés da cama.” 37 Cc ie Portugués Juridico CAMPUS | C. AFIM~A FIM? a) Afim = afinidade - “Maria e José munca foram um casal afim.” ) A fim = finalidade - “Elaborava o plano a fim de eliminé-la.” D. A CERCA DE - ACERCA DE - HA CERCA DE? a) Acerca de = distancia aproximada ~ “A policial manteve os curiosos a cerca de 50m do local do acidente.” b) Acerca de = assunto ~ “Discutiu-se acerca da legitimidade do ato.” ©) Hécercade L. tempo aproximado ~ "Hé cerca de dois meses fui informado.." IL. quantidade aproximada ~ "HA cerca de 10 mil manifestantes na passeata.” E. ADEMAIS - DE MAIS - DEMAIS? a) Ademais = além disso ~ “Era violento, ademais vivia alcoolizado.” b) De mais = excesso ~ "Doutor, nao fiz nada de mais, apenas...” ©) Demais: L. intensamente - “Fulano de Tal bebia demais.” IL. 0s outros ~ “Os demais ainda deporio...” F. ALGURES é advérbio e quer dizer em algum lugar. ALHURES € advérbio e significa em outro lugar. NENHURES ¢ advérbio e significa em nenhum lugar. G. AO ENCONTRO DE - DE ENCONTRO A? a) Ao encontro de = favoravel, convergéncia ~ “Sua linha de investigagio vem ao encontro da minha.” ) De encontro a = desfavoravel, divergéncia - “Sua agressividade vai de encontro aos meus princfpios.” | H. AO INVES DE - EM VEZ DE? - como invés € uma forma variante de “inverso”, devemo-la empregar significando “oposigao”; em vez deve ser usado como “troca” ou “substituicao.” | a) Aa innés-de = oposigao = "O réu sorritu no invés de chorar:friezal” _____ | b) Em vez de = troca, substituicao ~ “Em vez de uma faca, usou um cutelo.” 1. AONDE~ ONDE~ DONDE? a) Aonde = lugar, destino ~ “A Justiga vai aonde a lei alcanga.” | b) Onde = lugar, estaticidade - “Onde o senhor se estava no dia 25 de abril?” ©) Donde = lugar, origem ~ “Ainda nao se descobriu donde provém as armas.” | J. APAR—AO PAR? | a) Apar = tomar ciéncia~“O MP jé estd a par das deniincia’. b) Ao par = paridade - “A moeda brasileira esteve ao par do délar”. = Nelson Maia Schocair hence K, APRINCIPIO - EM PRINCIPIO? 2) A principio =no inicio ~ “A principio relutou em dizer a verdade.” b) Em principio = em tese ~ “Em principio ele 0 autor da afirmagio.” CUSTAS ~ em linguagem juridica, é pluralizada e designa “despesas feitas no pro- cesso”; portanto, nunca escreva “A mulher vivia as custas do marido’. A forma adequada 6A mulher vivi a custa do marido’. M.A MEDIDA DE -A MEDIDA QUE-NA MEDIDA EM QUE? a) Amedida de = conformidade ~ “Ajudamos a medida de sua cooperacio.” b) A medida que = proporcionalidade ~ “A medida que o tempo avanga mais ficamos apre- ensivos com o resultado das investigacées.” ) Na medida em que = causa ~ “Na medida em que cooperou, serd reavaliada sua culpabilidade.” N. MAS - MAIS? a) Mas = adversidade = “Disse que nada sabe, mas nfo acreditamos nele.” b) Mais = intensificacdo ou indefinigao — “Estamos mais tranquilos com a pristo do estuprador.” O. QUANTIA - QUANTIDADE? 2) Quantia = contagem ~ “Cobrou a quantia de 500 reais para maté-lo.” b) Quantidade = ordem de grandeza ~ “Era enorme a quantidade de curiosos em torno dos factnoras que assassinaram 0 menino Jodo Hélio.” P. SENAO -SENAO? a) Sendo 1. ando ser— “Nada diga, sendo a verdade.” IL. caso contrario — "Estude 0 processo, seniio vai perdé-lo.” IIL problema ~ "O senao do processo é sua lentidao.” b) Sendo = condigao, caso nao ~ “Se nao houver reviravolta, venceremos.” 12 Nao existe o expresso A MEDIDA EM QUE 22 Nao ha PRECO barato ou caro. Sé existe PRECO alto ou baixo. 3 Nao se diga SENADOR ou DEPUTADO de Minas Gerais; correto é dize DEPUTADO per Minos Gerais ENADOR ov 4.8. Questao comentada (Fuvest) A caracteristica da relagio do adulto com o velho é a falta de reciprocidade que se pode traduzir numa tolerancia sem o calor da sinceridade. Nao se discute com o velho, nio se confrontam opinides com as dele, negando-Ihe a oportunidade de desenvolver o que sé se permite aos amigos: a alteridade, a8 a se Portugués Juridico CAMPUS 2 contradicao, 0 afrontamento e mesmo o conflito, Quantas relasdes humanas slo pobres e banais porque deixamos que o outro se expresse de modo repetitive e porque nos desviamos das dreas de atrito, dos pontos vitais, de tudo 0 que em nosso confronto pudesse causar o crescimento ea dor! Se logo, melhor seria dar-the o a tolerncia com os velhos é entendida assim, como uma abdicagio do nome de banimento ou discriminacio. (Ecléa Bosi, Memria e sociedade ~ Lembrangas de velhos) © termo ALTERIDADE liga-se, pelo radical e pelo sentido, a uma palavra que aparece no trecho: 2) falta de reciprocidade: b)_ndo se confrontam opiniées; ©) que o outro se expresse; d)_ nos desviamos das reas de atrito; ©) abdicagao do dislogo. Resoostace camans 4.9. Contextualizando (NCEJUFR)) Assinale a alternativa em que © conectivo destacado possui seu valor seméntico corre- tamente indicado: a) "Até meados do século pasado, POREM, a inteligéncia animal era considerada inexistente” explicagao; b) “Surpreendente, NO ENTANTO, foi verificar que mesmo espécies mais longe da escala. concluséo: 0) "Suas atitudes e aces eram descritas COMO simples respostas..”"= modo; d) "APESAR dos avancos nas pesquisas, estas © outras perguntas permanecem sem resposta” concesséo; @) “... PARA chegar a conclus6es bem simples.” = direcdo. i " 4.10. Fixagao do conteudo 1. Texto para andlise: Uma vela para Dario Dario vinha apressado, o guarda-chuva no brago esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu © passo até parar, encostando-se a parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calgada, ainda umida da chuva, e descansou no cho o cachimbo. Dois ou trés passantes rodearam-no, indagando se nao estava se sentindo bem, Dario abriua boca, moveu os labios, mas néo se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de acaque. | Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calcada, 0 cachimbo a seu lado tinha apagado. Um \! rapaz de bigode pediu a0 grupo que se afastasse, deixando-o respirar.E abriu-Ihe o palet6, 0 colarinho, ! a gravata e a cinta. Quando Ihe retiraram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma \t saiu do canto da boca. \ Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora nao pudesse ver. Os moradores da | rua conversavam de uma porta 4 outra, as criangas foram acordadas vieram de pljama 3s janelas 40 sq Nelson Maia Schocair ateven (O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calcada, soprando ainda a fumaca do cachimbo e encos- tando 0 guarda-chuva na parede. Mas nao se via guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele. Uma velhinha de cabeca grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo transportou-o na diregio do taxi estacionado na esquina. |é tinha introduzido no carro metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele morresse na viagem? A turba concordou em chamar a ambuléncia. Dario foi condurido de volta encostado parede ~ nio tinha os sapatos e o alfinete de pérola na gravata (Dalton Trevisan) 2) “Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ATAQUE”. A reescritura correta, mantendo-se 0 sentido original, deve ser feita com qual das palavras a seguir! pneumonia, epilepsia, dispneia, hemofila ou erisipel? Justfique sua resposta com argumento do texto que a comprove. b) Qual o sentido de DESCANSOU em: “e descansou no chao 0 cachimbo"? ) Por que o autor escreve PASSANTE em “Dois ou trés passantes rodearam-no”, e no PEDESTRE? Estabelega as diferengas. 2. (PUC-MG) Examine os dois verbetes a seguir, transcritos do Dicionério de Sinénimos e Anténimos da Lingua Portuguesa (1989), de Francisco Fernandes. Em seguida, assinale a alternativa que possibilita 0. uso alternado das duas formas ESPIRAR e EXPIRAR. — ESPIRAR: Sinénimo — Respirar, exalar: “Flores que espiram delicioso aroma. Soprar” — EXPIRAR: Sinénimo — Respirar, exalar, bafejarespirar: “O hdlito de paz que tudo af expirava” (Herculano). Morrer, falecer, acabar. Terminar, finalizar, findar: “O prazo ainda néo expirou" Exctinguir-se, desfazer-se, dissipar-se: "Expirou seu prestigio, sua fama". Ant. ~ Inspirar. 2) Quando expiraré o prazo para o pagamento? 8) Minha preocupacdo parece jamais expirar. ) O mandato do presidente expira na préxima semana. 4) O paciente deu um gemido e expirou. ©) Expirou a heranga que o pai Ihe deixara. 3. Corrija as imperfeicdes do texto a seguir, inclusive quanto a Reforma Ortogréfica “A questio da discriminalizaao das drogas se presta a frequentes simplificagbes de caréter maqui- neista, que acaba por estreitar um se no extremamente complexo, permanecendo a discugio quase sempre em torno da droga que esta mas em evidencia"” (Adaptado de Marcos PT. Ferraz, Folha de S. Paulo) (Ufscar - adaptada) Para responder as questées 4 a 8, leia 0 texto a seguir: Selinho, sim, mas sé para poucos —Primeiro; Hebe Camargo;tode-animada, pedi. Silvio Santos um-"selinho"”(beijinho). Nao ganhou, “Nem selinho, nem selo, nem selio”, ouviu dele, categérico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de mio estendida para cumprimenté-lo. O que fez 0 apresentador? Disse “selinho”, esticou os lat @ 24s — tascou um beijinho na boca do misico. A cena foi ao ar de madrugada, no encerramento do “Teleton’, a Maratona beneficiente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Silvio riu muito, “Tirei uma onda, foi s6 uma bicotinha”, diz ele, “Tudo tem uma primeira vez.” (Veja, 071172001, p. 101) 4. O termo “selinho” é bastante utilizado na linguagem atual. O diminutive no uso da palavra serve para enfatizar qué se trata de um beijo: a) indiscreto; b) demorado; ©) engracado; 42 56 Portugués Juridico CAMPUS 4d) indecente; ©) breve. 5. © Vocabulario do texto mostra que o jornalista optou por uma expresso mais & vontade e informal, Essa op¢o pode ser comprovada pelo emprego de: a) toda animada e categérico; b) categérico € tascou; “ 9) esticoue tascou; 4d) beljinho e encerramento; €) encerramento e beneficiente. 6. Hum erro, provocado pelo oralidade, na grafia de um vocabulo do texto da Veja. Sua tarefa é encontré-lo e reescrevé-lo corretamente. 7. Reescreva 0s vocébulos abaixo selecionados, todos tipicos da oralidade, adequando-os & norma culta da lingua portuguesa: 2) tascou (14) )_ brabeza (16) 8. Reescreva, segundo os padrdes da norma culta, a frase “Tirei uma onda, foi sé uma bicotinha’. (6-7) 9. (UEL) “Ele foi REFRATARIO AO comportamento do irméo.” Substituindo-se a expresso em destaque por seu ANTONIMO, teriamos, na frase: a) avesso ao; b)_adepto do: ©) resistente ao; 4) opositor do; @) censor do. 10. (UEL) “Seja pela MODORRA causada pelo El Nifio, seja por COMPLACENCIA COM O rigor jornalistico, a verdade que nossos jornais entregaram-se a0 pseudodeterminismo ‘pesquisético! ‘obsessio pelas sondagens de opiniao piblica” As palavras em destaque acima significam, no texto: a) indiferenca e prazer do; b)doenga e benevoléncia para com 0; ©) mi influéncia e boa vontade; d)_apatia e condescendéncia com o; | ey CESMUFFCE EIT AREIGETCE COMO. -2...O© tratamento oficial emprego dos pronomes de tratamento sao de uso consagrado, pois obe- decem principalmente a tradigao. Vossa Exceléncia, por exemplo, é usado para as seguintes autoridades: me a 7a de Poder’ Sian oe aires ane Presidente da Republica. Vice-Presidente da Reptiblica. Ministros de Estado. Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal Oficiais-Generais das Forgas Armadas. Embaixadores. Secretérios-Executivos de Ministérios (e demais ocupantes de cargos de natu- reza especial). Secretarios de Estado dos Governos Estaduais. Prefeitos Municipais. _ Deputados Federais e Senadores. Ministro do Tribunal de Contas da Unio. Deputados Estaduais e Distritais. Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais. Presidentes das Camaras Legislativas Municipais. 43 Ge CAMPUS a Ministros dos Tribunais Superiores. " Membros de Tribunais. R Jutzes. Desembargadores. ‘A. O vocativo a ser empregado em comunicagées dirigidas aos Chefes de Poder é | Excelentissimo Senhor, seguido do cargo respectivo: ; Excelentissimo Senhor Presidente da Republica. | Auditores da Justiga Militar. | ' j Excelentissimo Senhor Presidente do Congresso Nacional. | Excelentissimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal 4 i B. As demais autoridades serao tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respective: Exemplos: Senhor Senador. Senhor Juiz. Senhor Ministro. Senhor Governador. C. No envelope, o enderecamento das comunicagées dirigidas as autoridades tratadas por, terd a seguinte forma: Governador do Estado do Rio de Janeiro 22238:900.=Rid de Janeiro. RI ‘s. | Juiz de Direito da 42 Vora Fedetal Rua Cel, Gories Machado nt 73/75 ~ 68 andor t 24020-061 - Centro = ie: teréi. RI 4 aa ae s = , Nelson Maia Schocaic. digs ag ( 1p, Em comunicagées oficiais, nao hé mais 0 uso do tratamento (DD). A dignidade 6 pressu- posto para que se ocupe qualquer cargo public, sendo desnecesséria sua repetida evocaczo. E. Vossa Senhoria é empregado a demais autoridades e a particulares. Nesses casos, 0 vocativo adequado é: Senhor Fulano de Tal. No envelope, deve constar do enderecamento: Ao Senhor Fulano de Tal Rua Recreio, n® 234. 21321-500 - Rio de Janeiro. RJ Como se depreende do exemplo em destaque, fica dispensado o emprego do superlativo Tlustrissimo para as autoridades que recebem 0 tratamento de Vossa Senhoria e para par- ticulares. & suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. F. Acrescente-se que Doutor nao é forma de tratamento, e sim titulo académico. Evite usé-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicagées dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluido curso universitério de doutorado. E costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito ¢ em Medicina. Nos demais casos, 0 tratamento Senhor confere a desejada formalidade as comunicacoes. G. Mencione-se, ainda, a forma, empregada por forca da tradicao, em comunicacoes diri- gidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe 0 vocativo: Magnifico Reitor, G) Se Bs A. Vossa Santidade, em comunicagées dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é Santissimo Padre, ee - B. ou, em comunicagdes aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo: Eminentissimo Senhor Cardeal, ou Eminentissimo e Reverendissimo Senhor Cardeal, ie) C. éusado em comunicasées dirigidas a Arcebispos e Bispos; ou para Monserthores, Conegos e superiores religiosos. & empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos. s Juridico.. A. Os pronomes de tratamento (de segunda pessoa indireta), embora se refiram a segunda Pessoa gramatical (& pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicacao), levam a concordancia para a terceira pessoa, pois o verbo concorda com o substantivo-nicleo que integra a locugao: “Vossa Senhoria nomearé o substituto’; “Vossa Exceléncia conhece oassunto”. B. Damesma forma, os pronomes possessivos os quais se referem a pronomes de tratamento sao sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeard seu substituto” (e nao” vossa... 00550...”) C. Em documentos oficiais e linguagem juridica, o género gramatical deve coincidir com aisexo da pessoa a que se refere, e ndo com o substantivo que compée a locucdo. Assim, se nosso interlocutor for homem, 0 correto é “Vossa Exceléncia esté atarefado”; se for mulher, “Vossa Exceléncia esté atarefada”. D. Sua (Exceléncia, Senhoria etc) é usado para se falar dele(a); Vossa, para se falar direta- mente com ele(a). E. Aabreviatura de vosso(s), vossa(s) é v. Quando se trata de formas de tratamento reve- tente, a abreviatura é V. Assim, a abreviatura de Vossa Exceléncia é V. Ext, tal como a de Vossa Alteza éV. A. Leia a integra da sentenca que indeferiu peticao impetrada por um juiz que exigia ser tratado de Doutor pelos empregados do prédio onde morava. PODER JUDICIARIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - COMARCA DE NITEROI — XXX VARA CIVEL Processo nt XXX SENTENCA # Clidom:se os avids de acdo ‘de-obrigarao de fazer mbheiada Por, Fula CONDOMINIO XXXXX20000000XXKXXXXXKX, alegande 6 autor fats prece interidr' do prédio'qute o levoram 0 pedir que fosse tratado formalminie de! "se 46 88 © pedido de tutela ontecipada: foi indeferido és fis. prestodos os informacSes de fs, 52. gu eta As fl. 57 requereu o autor que emaitasse ordem judicial pass cue co daz referBncia acerca do procéss0, Sobrevinde a decisao de fs. 63 dite acolheu tal p © condominio se manifesiou a fls. 69/98, ¢ ofeitou éépio'do recurso'de agray fis, 100, cujo acérdao encontra-se as fls.125, '93. Interposto: Agiavo de Nelson Maia Schocair. . i ener ‘Contestagdo do condominio as fls. 146 e da segunda ré as fls. 247, ambos requerendo a improce- dencio do pedido inicial, Seguiv-se 0 réplica as Mls. 275. Por forsa de decisio proferida no incidente de excecao de incompeténcia, verificou-se o decline: G0 de compeiéncia, com remessa dos ovtos da Comarca de Séo Goncalo pora esta Comarca de Nieréi Em decatréncia do despacho de fls. 303v, 0s partes ofertdram seus respectivos memorials, a6 aguardo deste sentenca. ‘ EO RELATORIO. « DECIBO. =" “O problema do furidamento de vin direito opresenia-se diferentemente conforme se trate de buscar 1 fundamento de um diveito que se tem ov de um direito que se gostoria de ter.” (Noberto Bobbio, A Exo des Diets, Editora Campus, . |S). Tioto-de 0 autor de Juiz digno, merecendo todo 0 respeito desle sentenciante e de todas os demais pessoas da Sociedade, néo se justificando tamanho publicidade que tomou este processo. Agiv ~ o requerente como jurisdicichodo, no crengo de seu direlto. Plausivél sua cond, no medidé em qu’ atribviv do Estado 0 solugae do conllito. Nao desejaoilustre Juiz tolo bojulice, nem esta ded pode ier conotago de incompreensivel fulilidade. O cerne do inconformismo 6 de cunhd ~ eminentemente.subjetivo, e ninguém, 0 ndo ser o préprio autor; sente tol'dor, ¢ este seniencianle bem compieende 0 que tonto incomode'o probe Requerente. Esté cloro que ndo quer, nem nunca quis © auior, impor medo de autoridade, ou que Ihe dediquem: eumprimento loudstério, posto que & homem de notado grandeza.e virude Entretonto, entendo que no lhe ossiste rozGo juridica no pretense deduzido. “Doutor” nao é forma de tratamento, e sim lo acadér utilizado apenas _ quando se apresenta tese a uma banca.e esta a julga merecedora de um doutora- mento.* Empfega-se apenas 4s pessoas que tenham tal grau, e mesmo assim no meio universiterio. Consiiuisé mera radigdo telerirse a outros pessoas de “doutor”, sem o ser, @ fora do meio aca: démico; Dot é'expressao douior honoris causa — para a honia.—, que se rato de Kiulo conferide of ume Universidade 8 guisa de homenagem 4 determinada pessoa, sem submeté-la o exame. Por ovo lado, vale lembror que “professor” e “mest” s6o titlos exclusives dos que se dedicaim 20 mogistério, opés concluido o curso de mestrado. Embota 0 expressdo *senhor” contira a desejade formalidade as comunicagées ~ ‘ate Sprenome ~, ¢ posse até 0 oulor aspirar dstonciamento em relogo 0 qualquer pessoa, afestand intimidades, 10 existe regra legal qu imponhe obrigasac ao erpregade do condomini o ale osim sé feleri O empregodo que te refere co ovlor por “vacé", pode estar sendo cortés, posto que "voce" ndo & pronome deprecialivo, Isso é formalidede, decorrente do estilo de fala, sem quebre de hierarquia” 0 incidéncia de insubordinacéo. Fala.se segundo sv closse social brosileiro.tem tendéncia ng variedade cologuial.reloxade, em especial o classe “semiculto”, que sequer se importo com isso. Na verdode “voce” ¢ vériante — coniragdo do clocugao — do tratamento respeitoso “Vossa Merce A professora de linguistica Eliona Pitombo Teixeira ensino que os textos lterdrios que apresentarn alios frequéncias do pronome "vocé", devem ser clossificados como formas. G CAMPUs Gregério de Motos; destacou 6 es ‘ieso. (Rio de Joneiro/Sao Paulo: Urge ressaltar que frotomento cerimonioso ¢ feservado. governo, judicirio e meio académico, como jd se disse. publicar Manual de Redacao institvinde 0 pro i de,"vocé" e “senhor” fraduzise Aumo questa soci Brasil de verios iafluéncias regionois. 7) Ao ludiciério nao compete decidir sobre rela género, a ser estobelecide en (Retista Conor jie, 30 age. 2005)? “ negrito deste autor > ged superior do Bros Inleressonte o redueao que sofrev_o tera. de Trolgmento Vas es ‘tlle, oe NOB 86 pai: oe de titulos honoitficos eises soberonos releriom-se como Vossa' Merc’ h."- 1 A.evolusdo; 64, nesse caso, oinvolucdo é que dé.origam 00 Kalomento poves | VOCE, antes VOSMECE, anies’cindo, VOSSEMECE e; Searle VOSSA MERCE 90 i i Vossa Santidade vs. Vossa Eminéncia Reverendissima V.Em Revm* V.Revmt VM. VAL Dom D. Doutor Dr. Doutora br Comendador Com. Professor Prof. Professora Prof Senhor Sr. Eo __ Senhora se E Observagao: os pronomes de tratamento, 0s axiénimos e os hierdnimos tém grafia facultativa E desde ["de janciro de 2009, determinada pela Reforma Ortogrifica, sancionada por Decreto em g Exemplos: a) Desejo a Sua Exceléncia... ou Desejo a sua exceléncia.... Lb) O Professor Doutor... ou 0 professor doutor... Ee FE Ouesise comentads licks eee “A politica é a arte de gerir 0 Estado, segundo princfpios definidos, regras morais, leis \escritas, ou tradigoes respeitéveis. A politicalha é a indiistria de explorar o beneficio de » Interesses pessoais. Constitui a politica uma fungao, ou o conjunto das fungbes do organismo —~nacional:é.0-exercicio normal_das forcas. de uma nacao.consciente e senhora de si mesma. ‘A politicalha, pelo contrario, é 0 envenenamento crénico dos povos negligentes e viciosos = pela contaminagio de parasitas inexoraveis. A politica é a higiene dos paises moralmente " sadios. A politicalha, a maléria dos povos de moralidade estragada.” (Rui Barbosa) a) No fragmento do texto “(...) das forcas de uma nacio consciente e SENHORA de si © mesma”, o termo em destaque foi usado com sentido denotativo ou conotativo? Justifique sua resposta ‘ — Portugués Juridico 50 92 b) Caso 0 texto fosse parte de uma carta enviada ao Ministro do Supremo Tribunal Federal com c6pia para o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, como deveriam ser redigidos os respectivos cabecalhos? 7.8. Contextualizando (Cespe/UnB) As autoridades que devem ser tratadas por Vossa Exceléncia incluem os julzes, procura- dores, reitores e ministros de Estado. Certo (* ) Errado( ) 7.9. Fixacdo do contetido- 1. (UEL) Assinale a letra correspondente & alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada “Yossa Senhoria me___a submissdo ou a demissao; fico com para servir 8 minha dignidade, e ndo a0 _autoritarismo”. a) propusestes ~ aquela ~ seu )_propusestes ~ esta ~ vosso ) propés — aquela - vosso !) propés — esta —seu :) propusestes ~ aquela — vosso eae 2. (NCE) Entre as autoridades abaixo citadas, aquela para a qual NAO deve ser empregado o trata- mento de Vossa Exceléncia é 2) Oficiais-Generais; b)_ Ministros de Estado: ©) Embaixadores, d)_Cardeais — a e) Secretérios de Estado. 3. (NMS) Se o destinatério da carta acima fosse um dos nossos senadores, qual deveria ser 0 tratamento” empregado, de forma abreviada? a) SS b) View gus dVvA e) V.Excia 4. (NMS) Porém, se 0 destinatario da carta acima fosse um Principe do Império, ainda que sem poder, qual deveria ser o tratamento empregado, de forma abreviada? Nelson Meia Schocair ga 2) V.Ee ) VA 9 VALR 6) SAL ©) SE __ (NCE) “Varios textos lembram aos defensores de reforma que, embora ___ bons qrgumentos, que _missdo mais dificil serd convencer os opositores da idela” Marque 43 opsdo que completa corretamente a frase. 2) V. Bxt/ tenhais / precisais saber / vossa b)V. Ext!/ tenham / precisam saber / sua ) $.Ex#/ tenham / precisam saber / sua 4) S.98/tenham / precisam saber / sua @) S.$#/ tenhais / precisais saber / vossa 52 _______exemplo, 0 fatico, existem varios géneros: corres Modos e Tipos Textuais = fundamental nao confundir 0 modo de organizacao do discurso — descrigio, narragio e dissertacao- com os tipos de textos. Enquanto os modos estao liga- dos a sua estrutura basica, particularmente na relagio das aoisas com 0 tempo, os fipos textuais distinguemse por sua funcao bésica, ou seja, sua declarada finalidade, A diferenca entre tipos e géneros de texto consuma-se na relagdo entre parte e todo. Segundo.o Conceptismo (em fins do século XVII autores como Quevedo ¢ Padre Antonio Vieira formataram textos cujas composigées privilegiavam 0 desenvolvimento do raciocinic): “o todo nao é todo sem a parte”. Leia o fragmento metalinguistico de um texto conceptista: © todo sem a parte nao é todo; A porte sem o lodo nao é parte; Mas se a parte 0 faz todo, sendo parte, Nao se diga que é porte, sendo o'todo, (Gregirio de Matos © Guerra) Nos caso especifico das composigdes contemporaneas, dentro de um TIPO, por ndéncias oficiais, comerciais, pessoai etc. Na linguagem juridica, destacam-se os textos informativos, normativos e exortativos. Especificagées dos tipos de textos : Texto “Fungi modelos Diditico ensinar Tivos escolar contend, pales Divieatério reve TT ovéscopos orca Exortative | convener requerimentos textos publics Expresive xpress dios, confsbes discurcs Fitico reaconarse correspondéncas, cumprimentos inforetion informer a¥isos comunicados buts notice Normative: = regulomentar leis, portarias, regulamentos, estatutos 143 144 ) J Portugués Juridico CAMPUg Modos de Organizagao do Discurso Os modos de organizacao referem-se as diferengas estruturais emantém relago direta coma forma de organizagio do proprio texto, independentemente da finalidade & qual se destina. Divisao: 12.1. Narracao Modalidade dinamica em que um narrador onipresente (em primeira pessoa) on onisciente (em terceira pessoa) elabora um enredo que conta um fato, uma histéria, um acontecimento real ou imaginario (ficgao) num espaco de tempo cronolégico (sucessivo) ou psicol6gico (evocagées, reminiscéncias), usando personagens (ceais ou ficticios) que interagem em determinado(s) lugar(es) até atingirem o climax narrativo que leva 20 desfecho da prépria historia. E frequente 0 uso dos didlogos entre os personagens. Ao se colher um testemunho, mormente espera-se uma narracdo. 12.1.1. Caracteristicas da narrativa a) Narrativa objetiva = auséncia de sentimento do narrador/testemunha. A ética da narrativa é meramente ilustrativa, sem envolvimentos passionais. b) Narrativa subjetiva = hé forte presenca da emocao e sentimentos do narrador/teste- muna. Nesses casos, observa-se que a narrativa denota participacao passional, pessoal, emocional do narrador. 12.1.2. 0 discurso Ea forma como 0 narrador (testemunha) desenvolve sua narrativa. Sempre apresenta dinamismo, exatamente por sua formacéo etimolégica [dificuldade = através e curso = movi- mento em uma certa direcéo). Divide-se em trés tipos principais, que nao se excluem: a) Discurso direto ~o proprio narrador e/ou personagem dialogam, interpretam suas falas. Usam-se verbos dicendi (perguntar, responder, dizer, exclamar, questionar etc) Exemplo _‘Altivo, dirigi-me aos amigos e perguntei desafiador: = $6 eu vio crime? Vocés nite?” b) Discurso indireto — o narrador onisciente ou onipresente “fala” pelo personagem. Exemplo: “Altivo, dirigiu-se aos amigos e desafiador se fora o tinico a presenciar o crime.” ©) Discurso indireto livre ~o narrador (testemunha), “intromete-se” ao emitir opinizo a respeito do fato narrado, confundindo o leitor/interlocutor que muitas vezes néo percebe a propria intromissao. Exemplo: “Altivo, dirigiu-se aos amigos e~ desafiador ~ se fora o vinico a presenciar o crime.” 53 54 Be Nelson Maia Schocair seven 12.1.3. A verossimilhanga Diz-se verossimil toda narrativa que, embora idilio de criago, se baseia na realidade, ou seja, a narracao calcada em fatos ou situacdes que poderiam ser reais num exercicio, o mais fidedigno, de analogia. a) Verossimilhanga interna — realizada por meio de anélise das caracteristicas psico- logicas dos personagens, sua moral e sua ética. A verossimilhanga interna evoca, clama, faz reminiscéncias. Exemplo: “Embora fitil, sua conduta ética e moral em nada me fazia crer que cometeria tal monstruosi- dade, Calmo, pacato, leal. E verdade quando dizem que gastava suas economias com cremes e mais cremes para esconder as rugas proeminentes, mas ndo se furtava a um gesto de agradecimento ou de generosidade. Bassim.que dele me recordo... é dele, desse bom home que sinto saudade, e nao do monstro em qué se transformou.” ¥) Verossimilhanca externa realizada por meio de caracterizagbes da fisiologia dos personagens: tragos, marcas, cicatrizes, muitas vezes esbarrando no burlesco e na caricatura. Exemplo: “Sua cicatriz proeminente no lado esquerdo da face deixava-o ainda mais circunspecto ¢ mau. Othos fundos, rosto escaveirado, pele marcada pelo destino: Quastmodo dele nao invejaria.” [Khe ew eao Chama:se inverossimil oda narrative de coractersice ficcional ~ néo boseada no reclidade ~ mas dela fozendo live interprelogo ou descrigBo. Normalmente so fatos passados cvja historia ndo comprova [Senhor dos Anéis ov Harry Potter) ou acontecimentos fuluros (Matrix ou Tron - 0 legado} 12.2. Descrigao Essa modalidade caracteriza-se mais pela estaticidade — praticamente nao h4 movimen- to, as cenas nao transcorrem de forma dinamica, como num filme - do que mobilidade, caracteristica do modelo narrativo. Os verbos da modalidade descritiva devem se no pretérito imperfeito e os personagens nao interagem, jé que so analisados segundo ética pessoal. Os conceitos de verossimilhanga interna (psicolégica) ou externa (fisiol6gica) aplicam-se na ética descritiva de paisagens, personagens, objetos. Nao se deve ver a descrigao como uma modalidade textual auténoma, j4 que é raro reconhecer um texto descritivo sem que se subordine com os outros modos de composicao: a dissertacio (em raras situacSes) e a narragio, como quando uma testemunha minucia o fato, o personagem, o lugar, o objeto. A descrigéo pode ser objetiva (1) ou subjetiva (2): ser usados 146 Portugués Juridico CAN 49 Anis 12.2.1. De lugar ou paisagem Exemplo: “Pensou no bar. O bar antigo(1)... Aquele das mesas de pé de ferro(1) e tampo de marmore(1) O velho(2) e bom(2) bar de outrora(1), quando ‘saideiras’ eram iniciadas e depois perpetuadas de melodias saturnais. Extrairia daquele hemisfério o sumo essencial(2) da vida. A alma dos bares ele encontrara.” (Memérias de bar, Nelson Maia Schocair, fragmento) 12.2.2. De personagens Exemplo: “Pacifico sorria meio feio(2), meio palido(1), entre poucos e cariados(1) dentes, ao seu fraco(2) ego indigente(2), que dele se alimentava, fazendo-se crescer no imaginério e sucumbir na faléncia de sensagées reais(2). No que deveria ser real. Onde ele acreditava ser possivel a vit6ria. Mas a gloria que crescia era a mesma que 0 detinha, num paradoxo incompreensivel(2) a quem nio conkece a luz (A batalha, Nelson Maia Schocair, fragmento) 12.2.3. De objetos Exemplo: “Oaparelho fixo(1), negro(1) como.a noite sem Iuar(1), enfeitava ainda, com seu peso momes- co(1), a mesinha lateral(1) da sala de estar. Possu‘a um disco simples(2), barulhento(1), mas funcional(2) ¢ prético(2), diferente daquelas teclas iluminadas(1),‘cheias de niimeros, e letras, e apertadas(1), e minsisculas(1)’. Nao possufa maos grandes e dedos longos, mas rechonchudos 0 suficiente para discar ao menos trés vezes a cada simples tentativa”. (O telefone, Nelson Maia Schocair, fragmento) 12.3. Dissertagao ea A dissertagéo argumentativa, em fungao de sua natureza persuasiva, 6a base que sustém 0 discurso forense. _A arte de dissertar caracteriza-se pela exposicdo objetiva de ideias, bem como pela anélise critica, ora parcial (dissertac4o opinativa), ora imparcial (dissertacao argumentativa) de um tema predeterminado. Assim, sempre que opinamos, debatemos, pormenorizamos © que nos foi proposto em discussao, estamos dissertando. f seguramente a composi¢éo mais complexa e que requer conhecimento especffico e aprofundado da matéria. A linguagem, que no texto escrito deve ser culia ~ no entanto, sem pedantismos ou arcaismos -, implica coesfo em sua estrutura sintético-semantica, caso contrario as ideias nao sero articuladas de modo claro, objetivo, coerente e légico, concorrendo para desvalorizar © contetido a ser transmitido e posto em defesa na argumentacio. A dissertacao divide-se em trés componentes significativos que se desdobram e inter- ligam-se: introdugao ou ex6rdio, desenvolvimento e conclusiio ou peroragao. 55 zi Nelson Maia Schocair Esquema dissertativo argumentativo Tema Introdugao t6pico frasal I argumentot [4 argumento2 [+ argumento3 Argumentagao I verdadet [4 verdade2 [4 verdade 3 Conclusao No pardgrafo introdutério deve-se promover a delimitagao do assunto (retomada do tema, especificando-o), a composicio da tese (tépico frasal central) e apresentar dois ou tr€s argumentos sustentéveis, guardando-se o limite de duas ou trés frases completas interligadas. © desenvolvimento, parte mais extensa e complexa, deve ser realizado em dois ou trés pardgrafos — dependendo do numero de argumentos utilizados na introdugao -, buscando- -se, por intermédio de evidéncias, justificativas, juizos, explicitagdes, a sustentagao necesséria para as proposig6es iniciais. No paragrafo conclusivo, deve-se retomar a tese, elaborar uma sintese das ideias discu- tidas ou propor-se, se for o caso, a solugao para o problema discutido sem ultrapassar duas ou trés frases completas e complementares. Consoante definicao anterior, dissertacéo pressupée andlise critica, opiniao abalizada 56 sobre determinado tema. Embora opinives sempre devam ser respeitadas, neste livro formata- remos as teses que compordo a estrutura da dissertagdo argumentativa. as v7 dq a Cunso de (road, Se rvolico amen | Reauo to teolo errigued , CLutenco L. Ootiore §=athan 8.4 ABREVIATURAS O uso de abreviaturas é de praxe na correspondéncia comercial e oficial, bem como na redacao forense e cartordria. Justifica tal procedimento a economia de tempo e espaco. Importa, antes de citar as abreviaturas mais importantes, observar alguns aspectos na sistematica da escrita abreviada. 1. Via de regra, substituem-se as letras por um ponto colocado apés a consoante, e apdés a tiltima consoante dos encontros consonantais: f. (fonema); ap. (apartamento); a.C. (antes de Cristo); adj. (adjunto); antr. (antropénimo). ¢ AABNT determinou o ponto nas abreviaturas técnicas modernas apés a vogal ou depois da primeira consoante do encontro: ago. (agosto); anu. (anuario); téc. (técnica); fab. (fabrica). e Observe-se a permanéncia do acento nas formas abreviadas. Vale o mesmo para o hifen: cap.-ten.; m.-q.-perf. 57 278 Curso de Portugués Juridico + Damigo/Henriques © Ha abreviaturas sem o ponto: h (hora); m (minuto); km (quilémetro); 1 (tro). O mesmo acontece com os simbolos cientificos: $ (enxofre); K (potdssio); g (grama) * Palavras hé que dispensam o ponto, mas servem:se de outros sinais gréficos como paréntese ou barra na linguagem comercial: (a) assi- nado. © Com respeito ao plural das sigias, aceita-se o m/d - meses.da data. 2. Certas abreviaturas apresentam, apés 0 ponto, a tiltima letra acima das outras: B.¢, am.®, $.1, Dr? * Atradigao mantém outras formas equivalentes: Bel., Sr. Dra., Cia. ete. 3. Algumas abreviaturas apresentam variantes: a.C. ou A.C. (antes de Cris- to), f, fl., ou fol. (folha). 4. As abreviaturas, no plural, recebem normalmente a letra s: caps. (capi- tulos), $.%, Dr* As maitisculas dobram-se para indicacdo do plural: AA. (autores), SS. MM. II. (Suas Majestades Imperiais) 5. Simbolos técnicos, nao pontuados, nao recebem o $ do plural: 10h30m (dez horas trinta minutos). 6. Estabeleceu-se que os nomes geogrdficos ndo comportam abreviaturas: Sao Paulo e nao S. Paulo 7. Uma palavra a respeito das Siglas. Trata-se de conjunto de maitisculas que representam nomes de instituigées, reparticées, entidades ptiblicas ou particulares. Aparecem acompanhadas ou no de ponto. Assim, MEC ou ME.C.; SUDAM ou S.U.D.AM. * Atendéncia moderna é 0 uso de siglas sem pontuacao. ® Com respeito ao plural das siglas, aceita-se o uso dos (mintisculo) para efeito de pluralizacao: PMs, INPMs, MPs (membros do Parlamento). 8.4.1 Principais abreviaturas A ag. - agravo A. ~ autor, autuada; forma plural: AA. al. ~ alinea (a) ~ assinado; plural: (aa) aly, ~ alvara “ee ap. ~ apelagio, apenso (apud) AD. ~ no ano do Senhor (Anno Domini) ou: 2 aguarda deferimento. ap. (apart.) ~ apartamento ‘ © — arcebi ad lit. - ao pé da letra, literalmente (ad litte. oe ram) art. ~ artigo adv. advocacia (advérbio) at.° — atento, atencioso 58 B bane. — bancério B.*'- bacharel; plural: B.“*; aparece a forma Bel. (Bels.) c C/~conta (comércio) C.-correio c/a — conta aberta (comércio) cap. — capitulo; o plural é caps. caw? — cavalheiro c/e- conta corrente c.!~ coronel; aparece a forma Cel. cf. (cfr) - confira, confronte chancel. ~ chancelar, chancelaria C# (Cia.) - companhia cit. ~ citado, citagio 6d. — cédigo edd. (c6ds.) — eddice, cédices cogn. ~ cognome comp. - compadre cons. (cons.°) - conselheiro cx (cr.°) ~ eriada, criado c.—comandita Cx. (cx) - caixa D d/ ~ dias (comércio) D. - Didrio; deve (comércio); digno; Dom; Dona DD. = Dignissimo (doutores ou jurisconsultos) Dec. - Decreto D.O. - Diario Oficial doc. - documento; plural: docs E E.D. ~ Espera deferimento e. g.— exempli gratia (por exemplo) Em. ~ Eminéncia Em."° — Eminentissimo Eng. (Eng.°) ~ Engenheiro ex. — exemplo, exemplar Lembretes Gramaticais. 279 Ex.* (Exa.) ~ Exceléncia; a forma Excia. é in- correta Ex.™ (Exma,) ~ Excelentissima F £. (fl, fol.) — folha; plural: fls. ou fols. £2 félia Re — Filho (comércio) for. ~ forense fs. ~ fac-simile gde. ~ grande gloss. - glossario G/P ~ Ganhos e perdas (comércio) gt ~ gratis, grego H H. (Heer) — haver (comércio) h. c. = honoris causa (por honra) hebd. ~ hebdomadério herd.°—herdeiro I ib. (ibid.) - ibidem (no mesmo lugar) id. (idem) - 0 mesmo (do mesmo autor) ie. —id est (isto é) IL.mo (imo.) - Ilustrissimo ip. lit. — ipsis litteris (letra por letra, literalmen- te) ip. v.—ipsis verbis (palavra por palavra) J. (399) ~ Jiinior jud. - judicidrio Jur. (Jurispr) ~ Jurisprudéncia Jurid. - Juridico 1. 8 liv) -livro legisl. — legislativo Legisl. - Legislacdo, Legislatura lit, ~ litteratim (literalmente) 59 280 Curso de Portugués Juridico * Damifa/Henriques loc. cit. - loco citato (no lugar citado) Ltda. (Lt.44) - limitada (comércio) M m/ ~ meu(s), minha(s) (comércio) m.a mesma, minha m/c ~ meu aceite (comércio) m/c ~ minha carta, minha conta (comércio) m/d ~ meses da data (comércio) m (min:) — minuto MM. - Meritissimo: + Eero comum escrever-se Meretissimo como aparece, p.e., na legenda do filme italiano “La Porte Aperte” (As portas da Justica). © E praxe tradicional no foro nao se usar abre- viaturas; o tratamento enderegado a juizes deve ser por extenso: meritissimo Senhor Doutor Juiz de Direito. Mag. ~ Magistrado M.P ~Ministério Puiblico m.°- mesmo m/p ~ meses de prazo (comércio) ms. ~ manuscrito (plural: mss.) m.°—muito N 1n/ ~ nosso(s) nossa(s) (comércio) N.B. ~ nota bene (observe, note bem) n/c ~ nossa carta, casa, conta (comércio) n/ch ~ nosso cheque (comércio) n/o ~ nossa ordem (comércio) 'N. Obs. — nihil obstat (nada obsta, impede a publicacao) ° obr® - obrigado, ob. - observacéo (plural obs.) of. Of - oferece(m) Oficial op. cit. - opus citatum (obra citada) P p. ~ pagina 60 + Ha quem abrevie pég.; a tendéncia hoje é p. (plural pp.) parl. - parlamentar Parl. — Parlamento pass. — passim (aqui e ali, em diversos lugares) P/c— por conta PD. — Pede Deferimento p. €.- por exemplo P. ext. ~ por extenso 8. ~ Pago, pagou BJ.~Pede Justica p. p. — por procuragéo proc. — processo, procuracio, procurador prof. - professora (variante profa.) Prot. - Protocolo | PS. — Post Scriptum (pds-escrito) 1 Q q.e.d. ~ quod erat demonstrandum (0 que se tinha de provar) R ref. - reformado, referente, referido | s S.A. (S/A) ~ sociedade anénima se. ~scilicet (a saber, quer dizer) s.d. ~ sem data, sem dia Secc.- Secgao seg. ~ seguinte (plural: segs. ou ss.) S, Ex. — Sua Exceléncia s/f=seu favor (comércio) SM, ~ Sua Majestade (plural: SS. MM.) S.MJ. ~ salvo melhor juizo s/o ~ sua ordem (comércio) S.°*— Sénior Sr.# ~ senhorita (variante Srta.) S.S, ~ Sua Santidade (plural $S.SS.) sup.‘ - suplicante Supr. - Supremo s.v. ~ sub voce ou sub verbo — na palavra, com respeito a palavra (plural: s.w.) S.N. ~ sede vacante (na vacancia da Sé) T t.~termo, tomo tel. ~telefone test.o ~ testamento v v/~ vosso(s), vossa(s) VA. ~Vossa Alteza (plural VVAA.) 8.4.2 Algumas siglas A ABI — Associagdo Brasileira de Imprensa ABNT ~ Associaco Brasileira de Normas Téc- nicas ABRS ~ abracos (telegrama) AN ~ Agéncia Nacional B BNH ~ Banco Nacional de Habitacao G CC ~ Cédigo Civil CCp ~ Cédigo Civil (de Portugal) CLT ~ Consolidagao das Leis do Trabalho CP ~ Constituigéo Federal CPC ~ Cédigo de Processo Civil CPCp ~ Cédigo de Processo Civil (de Portugal) CP - Cédigo Penal CPp ~ Cédigo Penal (de Portugal) CPP — Cédigo de Processo Penal CPPp ~ Cédigo de Processo Penal (de Portu- gal) CPM ~ Cédigo Penal Militar CPPM ~ Cédigo de Processo Penal Militar CIN ~ Codigo Tributétio Nacional D DL - Decreto Legislativo DNER - Departamento de Estradas de Roda gem “IR= Iimposte de Renda Lembretes Gramaticais, 282. V.Ex.* -Vossa Exceléncia (variante: V Exa., plu- ral: V Ex.*) Excia. ~ forma incorreta v. g. — verbi gratia (por exemplo) v2 — verso (lado posterior) v/o ~ vossa ordem (comércio) vol. - volume (plural: vols.) ‘VS.* —Vossa Senhoria v.x.? — vide verso (veja 0 verso) gE EOAB - Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil Pa FAF - Fundo de Aplicagio Financeira FGTS — Fundo de Garantia por Tempo de Ser- vigo I IBGE — Instituto Brasileiro de Geografia e Es- tatistica IOF - Imposto dé Operacdes Financeiras IPI ~ Imposto sobre Produtos Industrializados IPTU - Imposto sobre Propriedade Predial € ‘Territorial Urbana IPVA - Imposto sobre Propriedade de Vefculos Automotores J JCJ - Junta de Conciliagéo e Julgamento LF - Lei Federal LICC - Lei de Introdugao ao Cédigo Civil LICPP ~ Lei de Introduc&o ao Cédigo de Pro- cesso Penal 61 282 Curso de Portugués Juridico + Damifo/Hentiques R RT - Revista dos Tribunais s STF - Supremo Tribunal Federal STJ ~ Superior Tribunal de Justiga Tr TFR ~ Tribunal Federal de Recursos ‘TRE ~ Tribunal Regional Federal ‘TRT - Tribunal Regional do Trabalho 8.5 BROCARDOS JUR{DICOS E LOCUGOES LATINAS 8.5.1 Brocardos juridicos Dada a exigiiidade de espaco, restringe-se 0 trabalho a alguns deles. 1. Abundans cautela non nocet. Cautela excessiva néo prejudica. 2. Absolvere debet judex potius in dubio quam condemnare. Em caso de diivida, o juia deve antes absolver que condenar. 3. Absens heres non est. Ausente ndo é herdeiro. 4, Absque bona fide nulla valet praescriptio. Onde falta a boa fé a prescrigdo néo tem va- lor. 5. Accessorium sequitur principale. © acessério acompanha o principal. 6. Conjessio dividere non debet. Aconfissio nao deve dividir-se. aceita ow se rejeita; nao hé meio termo. 7. Confessio est regina probationum. A confissao é a rainha das provas. 8. Cujus est donandi, eidem et vendendi, et con- cedendi jus est. ‘Aquele que tem o direito de dar, também tem o de vender e de conceder. Principio atribuido a Ulpiano. 9. Dormientibus jus non succurit. 0 direito no socorre os que dormem; equi- vale a sero venientibus ossa (aos retardata- 62 rios, os ossos) e ao ditado popular: “A quem dorme, dorme-the a fazenda”. 10. Dura lex, sed lex. Alei € dura, mas é a lei. Em tempos passados, havia a seguinte pro- paganda de um fixador de cabelos ~ gumex que, segundo Carlos Heitor Cony, era usado por Juscelino Kubitschek: “Dura lex, sed lex no cabelo s6 gumex.” Conta-se que, em Minas, havia esta versao: Dura lex, sed lex (para os pobres) € dura lex, sed latex (para 05 ricos ~ sempre estica) Leia-se Fernando Sabino (“A falta que ela me faz”) 11. Ei incumbit probatio qui dicit, non qui ne- gat. Cabe a prova aquele que alega, ndo 20 que nega Principio atribuido a Paulo e que correspon- ____ Bm regra,_a.confissio ¢ indivisivel: ou se aa © ___de- onus probandi-incumbit-actori-fo-6nus—— da prova cabe ao autor). 12. Electa una via non datur regressus ad alte- ram. Escolhido um caminho nao hé regresso para outro. 13. Ex facto oritur ius Do fato nasce o direito 14. Fiat iustitia, pereat mundus Faca-se justica, mesmo que pereca o mundo. Atribuida a Publio, caracterizaria a intransi- gente severidade romana, Lembretes Gramaticais. 283 15. Ignorantia legis neminem excusat Ninguém pode ser coagido a fazer algo. A ignordncia da lei ndo escusa ninguém. Principio atribuido a Clévis: ninguém esté obrigado sob coacéo ao cumprimento do 16. In claris, cessat interpretatio. a diante do que é cl Gaver ‘A interpretacio cessa diante do que é cla- comes q 27.Memo de improbitate sua consequitur actio- - nem. 17. In dubio pro operario. ‘ 2 Ninguém provoca aco decorrente de impro- Em caso de diivida, decide-se pelo operd- bidade. To. 28. Memo plus juris ad alium transferre potest O operdrio é a parte considerada mais fra- quam ipse haber. “ Ninguém pode transferir a outro mais direito 18. In dubio pro reo. do que tem. Na diivida, a favor do réu. 29. Necessitas caret lege. 19. Interrogatus non respondens habetur pro con- Anecessidade dispensa a lei, fesso. 30. Nemo iudex in causa propria. Ter-se-4 por confesso o interrogado que nao Ninguém é juiz em causa prépria. responder. 31. Nemo ad impossibile tenetur Ninguém esté obrigado ao impossivel: Tam- bém aparece ad impossibilia nemo tenetur Osiléncio é uma forma de comunicagio; dai, © ditado: quem cala, consente ou, melhor, quem cala, fala. z 32. Nihil consensui tam contrarium est quam vis 20. Jus et obligatio sunt correlata. cemetue Diretto © cbrigarag saa corelatas, Nada mais contrdrio é ao consentimento que Séo idéias distintas, mas indissociavels. a forga eo medo. 21.Lex clara non indiget interpretatione. Atribui-se o addgio a Ulpiano e refere-se & Lei clara ndo carece de intérpretacio. coacao, vicio contrério ao ato juridico. Corresponde a in claris cessat interpretatio. 33. Non probandum factum notorium. 22, Lex jubeat, non suadeat. Nao se prova fato notério. Alei obriga, nao persuade, 34, Nulla actio sine lege. Referéncia ao cardter conativo, imperativo Néo existe acdo sem lei da lei 35. Nullum crimen sine lege. 23. Lex non est textus sed contextus. Nao hd crime algum sem lei A lei nao é texto, mas contexto, 36. Odiosa restringenda, benigna amplianda. Ressalta a importéncia do contexto; este é 0 odioso deve ser limitado, e o benigno, que dé-sentide a texto> - ——ampliaad. ere 24. Lex prospicit, non respicit. Refere-se a aplicacio da lei. Alei nao é retrospectiva, mas prospectiva. _37. Omnis vero obligatio vel ex contractu nascitur As leis, em principio, tém forga para o futuro; vel ex delicto, vale 0 principio da irretroatividade. ‘Toda obrigacao nasce de contrato ou de de 25. Mors omnia solvit. lito A Amorte desfaz todas as coisas, Adégio atribufdo a Gaio segundo o qual duas Principio aplicado para a perda da persona- Sao as fontes das obrigagoes: 0 contrato ¢ 0 elit. lidade humana adquirida com o nascimento; a personalidade s6 termina coma morte; sé 38. Per fas et nefas. se perde com a perda da vida. Pelo justo e pelo injusto; corresponde a: por 26. Memo ad faciendum cogi potest. bem ou por mal, com ou sem permissao. 63 284 Curso de Portugués Juridico + Damiéo/Henriques 39. Poena maior absorvit minorem. ‘A pena maior absorve a menor. 40. Qui jure suo utitur nemini facit damnum. Quem usa seu direito nao prejudica a nin- guém. O exercicio de um direito nao constitui ato ilfcito. 41. Qui tacet consentire videtur, si loqui debuisset ac potuisset. Quem cala considera-se consentindo, se de- vesse e pudesse falar Refere-se ao consentimento, um dos atos Jjuridicos. 42. Resoluto jure dantis, resolvitur jus accipien- tis. Uma vez solucionado 0 direito do outor- gante, resolve-se 0 direito do outorgado, 43. Res mobilis, res vilis. Coisa mével, coisa desprezivel. Referéncia ao direito medieval que conside- rava de real valor sé 0 bem imével. 44, Res ubicumque sit, pro dominio clamat. Onde quer que esteja a coisa, ela clama por seu dono. Aplica-se & reivindicagdo em caso de furto. % 5.2 Locucées latinas 1. Ab absurdo. A partir do absurdo, pelo absurdo. Fala-se renomados. 2. Aberratio delicti Desvio do delito; erro na execugao de um cri- me com resultado diferente do pretendido. Corresponde, talvez, ao que diz 0 povo: “Ati- rou no que viu e acertou no que nao viu.” 3. Aberratio ictus. Desvio de golpe, erro de execusdo: ao se executar um crime, ao invés de atingir A, atinge-se B. 4, Ab initio, 64 Sem deixar testamento: _ 45. Salus populi suprema lex esto. A salvacio do povo é a lei suprema. 46. Sublata causa, tollitur effectus Suprimida a causa, cessam os efeitos. 47. Summum ius, summa injuria. Sumo direito, suma injiria, Tanto maior & a injustiga quanto maior for o direito. E um brocardo atribuido a Cicero, jé vigente no Direito Romano. 48. Testis unus, testis nuilus. Uma testemunha, testemunha nenhuma; aparece também: testis unus, testis nullius. 49, Ubi bene, ibi patria. A patria € 0 lugar onde se est bem. 50. Ubi homo, ibi ius. Onde esté o homem, af est o direito, 51. Ubi societas, ibi ius. Onde esté a sociedade, af esté 0 direito. 52. Utile per inutile non vitiatur. 0 Util nao é viciado pelo instil. 53. Verba volant, scripta manent. As palavras voam, os escritos permanecem. 54. Volenti non fit injuria Aguele que consente nao se faz injuria. Desde o inicio, a partir do infcio, de inicio. O processo foi anulado. 5. Ab intestato. Falecimento, 6. Ab irato, , heranca, Em conseqiiéncia de ira, de raiva. Ato executado, & passivel de anu- lacdo. 7. Absence reo. Na auséncia do réu, estando o réu ausente. Procedeu-se ao julgamento 8. Ad cautelam. Para efeito de cautela, de prevensio. Medidas (acauteladoras). Nomeacdo (Dor precaucéo) 9. Ad corpus. Para 0 corpo; usa-se na venda de um imével sem especificacao de area 10.Ad domum. Em casa; citagdo efetivada na casa do citan- do. Ad hoc. Para isto, para caso especificado, determina- do. Promotor, advogado, delegado Ad judicia. Para o jufzo; procuracéo valida apenas para 0 jufzo. Ad instar. A semelhanga de, a medida de, & de, “Vé-se ad instar dos exemplos apontados...” OW. de Barros Monteiro) Ad libitum. Segundo a deliberacdo, vontade, arbitrio. “...0 prenome poi ser escolhido ad libitum dos interessados.” (W. de Barros Monteiro) Ad litem, Para a lide; para o litigio, em relagéo a0 processo. Ad nutum, Segundo o arbitrio, livremente “Assim sendo, mandato.....nd0 comporta re- vogagao ad nutum.” (W. de Barros Montei- 0) 17.Ad perpetuam rei memoriam. lemibranga da coisa, prova~ que se produz para conservacao, perpetua- sao do direito. 18. Ad probationem. Para prova, determinada formalidade legal exigida s6 para prova do ato. 19.Ad quem. Para quem, para o qual. Tribunal dirigido Dia, zo, ul. 12, 13. maneira 14. 15. 16. 20 qual o recurso é fim da contagem de um pra- Lembretes Gramaticeis 285 “De qualquer modo, compete agora 20 juizo ad quem pronunciar-se.” (M. Noronha) 20. Ad referendum. Sujeito & aprovacao, & apreciacéo. Nomeagao. ; decreto E comum 0 uso do substantivo “referendo”. 21. Alieno tempore. Fora de tempo; inoportuno, intempestivo. 22. Animus. Intengio, vontade, propésito. necandi (de matar) habendi (de ter) lucrandi (de lucrar) furandi (de furtar) Jaedendi (de ferit) _ donandi (de dar) injuriandi (de injuriar) ___manendi (de permanecer) 23. Ante litem. Antes da lide, do litigio, da propositura da acao. 24.4 quo. Procedéncia (de quem, do qual). A propésito, veja-se a citacdo de Candido de Figueiredo por Joao Ribeiro (1960:252): “A quo € locugdo juridica, ainda hoje empregada no Féro*, por oposicao a ad quem. A quo designa a primeira instAncia judicial, de onde parte um processo ou um pleito, para seguir os seus tramites; e ad quem de- signa uma instdncia superior, a que sobe 0 processo. O juiz a quo julga em primeira instancia; o juiz ad quem em segunda ou tltima Juiz @ quo ou tribunal a quo é 0 ponto de partida. Ficar a quo é no ir além, é ficar alguém num ponto, de onde queria sair e no péde.” * Ontografia atual: Foro. 25. Bis in idem. Duas vezes sobre a mesma coisa; incidéncia de um mesmo imposto sobre o mesmo con- tribuinte ou sobre matéria jé tributada 26. Citra petita (peticum). Julgamento que nao resolve o que se pediu, 0 que se demandou. 65 286 Curso de Portugués Juridico + Damido/Henriques 27. Concessa venia. Concedida, suposta a vénia, a permissio, a licenga; 0 mesmo que data veria. 28.De cujus. 0 falecido, o testador falecido; a expresso completa é de cujus successione agitur. Ex.; “Todavia nao é completo o aniquila- mento do de cujus pela morte.” (W. M. de Barros) 29. De facto. De fato, segundo 0 fato. 30. De jure. De direito; segundo 0 direito; conforme 0 direito. Na linguagem arcaica a forma cor- respondente era de juro. 31. Erga omnes. Para com todos, em relacao a todos, de ca- réter geral. O contrério é erga singulum. “Asseguravam alguns que o nome é um direi- to da personalidade exercitavel erga omnes e cujo objeto inestimével.” (W. M. de Bar- ros) 32. Et reliqua. Eo restante, 0 demais, as demais coisas. 33. Ex aequo. Com igualdade, com equanimidade. 34, Ex causa. Em relag4o 4 causa; pela causa. 35. Ex professo. Por profissao, por oficio. “mas no cuidaram ex professo desté pro- blema...” (Miguel Reale) 36. Ex nunc. ‘Ato, condi¢ao ou contrato cujos efeitos se fazem sentir com a celebragéo do ato, sem retroatividade. 37. Ex officio. Em fungao, em decorréncia do oficio, do cargo. “A suspensio da acao pode ser provocada por ele, pelo acusado ou decretada ex-officio pelo juiz.” (M. Noronha) Obs.: na edigao de 1990, 20% ed. da obra “Curso de Direito Processual Penal”, de M. Noronha, eliminou-se o hifen em ex officio 66 38. Ex tunc. 39. 40. 41. 42. 43. 44, 45. 46. 47. 48. 49. Desde ento, com retroatividade. Ex vi. Por efeito, por forca, em decorréncia da for- @ “A acdo sera, ento, publica ex-vi do art 103.” (M. Noronha) Veja-se a observacdo em ex officio. Extra petitum. ‘Além do pedido, fora do pedido, extrapo- lando o pedido. Exequatur. Execute-se, seja executado; determinagio do cumprimento de uma sentenca. In articulo mortis. Em artigo de morte; na iminéncia da mor- te. In extremis. Corresponde ao anterior (42);,a expresso completa é in extremis vitae momentis. Com este titulo, Machado de Assis abre um capi- tulo de “Memérias péstumas de Brés Cubas”. Olavo Bilac tem uma poesia com o mesmo titulo cujo verso inicial é: “Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia...” In limine. No comego, no inicio, no limiar Rejeigdo in limine; 0 povo traduziria: rejeigao “de cara’. In loco, No lugar, no préprio local. Tavestigacao__— aan In situ. Equivalente ao anterior (45). Inter vivos. Entre vivos, durante a vida, em vida. Lato sensu. Em sentido amplo, geval. Pos-graduagao_ Manu militar. Por forca militar, sob coagéo militar, poli- cial. 50, SL. 52. 33. 54. 55. . Modus faciendi. ‘Modo, maneira de fazer, de proceder. faciendi procedendi agendi vivendi Mutatis mutandis: Mudado o que deve ser mudado (mudadas as coisas que devem ser mudadas). E expresso corrente nos livros de Direito. Pari passu. ‘A passo igual; no mesmo passo, de pare- ha. Acompanhar alguém. “ por tais razdes que as vicissitudes da palavra ‘Direito’ acompanham pari passu a histéria...” (Miguel Reale) Passim. ‘Aqui e ali; com freqiiéncia; freqiientemen- te. Este advérbio latino usa-se apés a citagao de uma obra. Ex.: “Dessa forma, Bally (1951:16 et passim)...” (W. de Barros Monteiro) Pro rata. Em proporc4o, proporcionalmente. “Sendo dois ou mais réus, a satisfagao das custas se faré mediante rateio ou pro rata.” (M. Noronha) Sine die. Sem data estabelecida, sem dia definido. (0 julgamento foi adiado Lembretes Gramatcais 287 56. Sine qua non, Indispensavel, obrigatéria, necesséria. “... Vieira; porém, acentua a nota do traba- tho como condigao sine qua non...” (Alfredo Bosi) 57. Status quo. Na situacdo em que, no estado em que se acha uma questio. “0 que Ihe interessava era 0 status quo, base de seu poder pessoal.” (Miguel Reale) 58. Stricto sensu. Em sentido estrito, determinado, especifica- do. Pés-graduaca 59. Sub judice. Em juizo, em julgamento, & espera de julga mento. 60. Sui generis, Especial, préprio, particular. Caso. 61. Ultra petitum. Além do pedido, ultrapassado o pedido. 62. Ut infra. Como reza abaixo, como se vé abaixo. 63. Ut retro. Como esté atrds, como se observa atrés. 64. Ut supra, Como esté acima, como se verifica acima. 65. Verbi gratia. Por exemplo; abrevia-se: vg. 67

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