FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROJETO DE MÁQUINAS
MANAUS-AM
2017
GABRIEL AZEVEDO E AZEVEDO
PROJETO DE MÁQUINAS
MANAUS-AM
2017
1. INTRODUÇÃO
1.1.1. Objetivos
1.1.2. Geral
Colocar em prática os conhecimentos obtidos durante o curso para a
solução de um problema previamente determinado, com o objetivo de elaborar
um projeto completo.
1.1.3. Específicos
Cada aluno deverá projetar um componente do veículo Baja SAE do
início ao fim;
Após o projeto individual do componente, integrar o componente
projetado com componentes de outros alunos para formar o projeto
completo de um veículo Baja SAE (trabalho em equipe);
Competir com componentes similares de outros colegas
(competitividade).
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Motor
Motor é uma máquina que converte qualquer forma de energia em trabalho
mecânico. O motor de combustão interna (MCI) transforma energia térmica
(calorífica) em trabalho mecânico (energia mecânica), sendo capaz de imprimir
movimento das rodas. O enfoque aqui será para motor de quatro tempos com
ignição por centelha. Os MCI possuem alguns parâmetros: Ponto morto superior
(PMS), que é a posição extrema do pistão na parte superior do cilindro.
Caracteriza o mínimo volume do cilindro. Ponto morto inferior (PMI), que é a
posição extrema do pistão na parte inferior do cilindro. Caracteriza o máximo
volume do cilindro. Curso do êmbolo, que é a distância percorrida entre o PMS e
PMI. Tempo do motor, que é o deslocamento do êmbolo do PMS ao PMI, em
virtude da combustão e expansão dos gases na combustão. Volume de
admissão, é o volume compreendido entre o PMS e PMI. Volume da câmara de
combustão, é o volume ocupado pela mistura ar/combustível quando o pistão
encontra-se no PMS. Taxa de compressão, é a relação volumétrica no cilindro
antes e depois da compressão.
O ciclo de trabalho de um motor de quatro tempos compreende duas voltas
do virabrequim ou quatro cursos completos do êmbolo. Os cursos são
conhecidos como: admissão, compressão, expansão e exaustão.
1) Admissão: O pistão está no PMS, nesse estágio a válvula de admissão
abre e o pistão desce, a válvula de escape se mantém fechada. A mistura
ar/combustível entra pela válvula de admissão para ser aspirada pela
câmara de combustão, que está a baixa pressão. O pistão chega ao PMI
e a válvula de admissão fecha, completando o primeiro tempo do motor.
2) Compressão: O pistão sobre e comprime a mistura ar/combustível. O
tempo de compressão fecha quando o pistão sobe totalmente.
3) Expansão: Para dar início à combustão da mistura ar/combustível que
está comprimida, solta-se uma descarga elétrica através da vela de
ignição. Essa faísca da vela detona a mistura e empurra o pistão para
baixo, fazendo com que ele atinja o PMI.
4) Exaustão: A mistura ar/combustível foi queimada, mas ficaram alguns
resíduos dessa combustão que precisam ser retirados de dentro do motor.
Isso é feito quando o pistão sobe, a válvula de escape abre, e os gases
residuais são expulsos.
Figura 1: Tempos de um motor
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br
2.2. Escapamento
A principal função do escapamento é a eliminação dos gases gerados após a
queima dentro do cilindro, ou seja, ele conduz os gases para fora do veículo,
além de evitar que gases tóxicos penetrem no interior do veículo. Outras funções
são de reduzir a poluição sonora e manter o bom desempenho do veículo, pois
um escape bem projeto pode aumentar a massa de ar aspirada para dentro do
cilindro, onde a movimentação dos gases de escape provocam um efeito de
sucção na admissão do ar. Os principais componentes são o coletor de escape e
abafador.
2.4. Transmissão
A transmissão de um veículo tem como objetivo fornecer uma série de
combinações de velocidades angulares e torques, a partir de um motor de
combustão interna por exemplo. Toda unidade de propulsão dessa natureza
trabalha em uma faixa de rotações limitadas entre a marcha lenta e a máxima
rotação. Os valores de potência e torque não são uniformes tendo seus máximos
valores em uma faixa específica. As relações de transmissão adaptam o toque
disponível à força requerida no momento (Bosh, 2005). As equipes atuais de
Baja em sua esmagadora maioria utilizam a transmissão continuamente variável
(CVT). Este trabalho mostrará a escolha de uma CVT adequada para o Baja.
Segundo Canale, 1989, a utilização da transmissão adequada deve atender
toda a demanda do veículo, desde o início do seu movimento até sua velocidade
final, vencendo a resistência à rolagem, resistência de aclive, resistência
aerodinâmica, resistência de inercia e a resistência mecânica.
2.5. Semi-eixos
Antes do surgimento da junta homocinética, existia a junta universal, que
consistia em dois “U” unidos por um pino transmitindo movimento para o outro,
fazendo com que esses dois eixos pudessem ter um movimento independente e
gerar um ângulo. Mas esse tipo de junta possui um grande problema, quando o
“U” transmite movimento para o outro, existe a diferença de velocidade e
aceleração entre as duas peças, o que causa movimentos indesejáveis do
volante de direção, o que ocasiona desconforto nas curvas para o piloto.
A junta homocinética surgiu devido à necessidade de anular o efeito de
desequilíbro da transmissão e, também, à necessidade de conseguir ângulos
maiores de trabalho, pois a junta universal tem uma limitação nesse quesito.
Com a junta homocinética, o movimento é transmitido de uma forma uniforme à
velocidade constante.
3.1. Motor
Segundo o regulamento só é permitido um único motor do tipo Briggs &
Stratton. Foi selecionado o motor de código 205232-0119-B1, que apresenta as
seguintes características: monocilíndrico, possui 305 cc (centímetros cúbicos) e
10HP a 4000 rpm, é do tipo cinlindro-pistão, possui quatro tempos, alimentado
por carburador e refrigerado a ar.
Ainda segundo o regulamento, pela posição do governador a rotação é
limitada em 3600 rpm, o que limita a potência do motor a 9,5 HP. O motor deve
conservar a maioria das suas características originais, não sendo permitida a
preparação do mesmo. As alterações permitidas são: folgas dos anéis livres,
regulagem das folgas das válvulas livres e ajuste da bóia do carburador livre.
O motor possui as seguintes dimensões (CxLxA) = 327 x 309 x 442 mm. Tem
um peso de 25kg e custa no mercado em torno de R$3000,00. Esse valor pode
sofrer variações em até 20% dependendo do vendedor e disponibilidade.
Figura 2: Motor Briggs & Stratton
Fonte: cassel.com.br
3.1.1. Escapamento
Segundo o regulamento, somente um abafador original Briggs &
Stratton, que acompanha o motor, é permitido para a saída dos gases de
escape. Podendo ser reposicionado usando tubos de mesmo diâmetro e
espessura de parede do tubo original. É permitido o ajuste do escape desde
que atenda alguns requisitos: o tubo de escape não pode alterar a
configuração do duto de escape do cabeçote, o tubo de escape não pode
ter furos ou tubos extras, é permitido qualquer comprimento (mas não
variável).
São fortemente recomendados suportes para o sistema de escape, pois
o sistema de escape deve terminar o evento intacto. Onde a perda parcial
ou total dos componentes do sistema podem resultar em penalidades ou
desclassificação.
Também há recomendações de segurança. Deve ser evitado o fluxo
direto de gases sobre partes do veículo como chassis, protetores contra
respingos etc, de forma que não exceda 60 ° C. Caso o fluxo não possa ser
evitado, uma solução é usar mantas isolantes. Altas temperaturas em
pontos de manuseios dos juízes nas vistorias e competições levam à
reprovações e desclassificações.
Em minha seleção não foi efetuada nenhuma modificação no sistema de
escape que já vem com o motor. E como se pode ver na figura em muitos
casos é preferível manter o sistema original, pois a modificação pode até
acarretar em pequena perda de potência do motor. Algumas equipes o
modificam para casos em que há fluxo de gases direto em pontos de
manuseio do chassis por exemplo. Por isso durante a construção do chassis
é importante saber o posicionamento do motor com o escape.
Figura 3: Escape
Fonte: mercadolivre.com.br
Fonte: ebay.com
3.2. Transmissão
Com base na utilização da grande maioria das equipes, optou-se pela
seleção da transmissão continuamente variável (CVT). Como vantagens da CVT
podemos citar: Melhor aproveitamento da faixa de potência do motor, menor
peso do conjunto, dispensa constantes mudanças de marcha que fadigam o
condutor. Entre as desvantagens estão: Limitação para transmissão de torque
(não influencia muito em nosso projeto pois o torque é baixo), índice de
escorregamento, necessidade de materiais com boas propriedades mecânicas,
ela também é sensivelmente influenciada pela variação de temperatura e a
necessidade de se construir uma segunda redução para transmitir o movimento
para as rodas.
O tipo de CVT selecionado foi o mais usado, que é do tipo composto por
polias cônicas e correia de borracha em V. Todas as peças rotativas do conjunto
CVT + redução devem ser cobertas com uma proteção, para em caso de quebra
não atingir o motorista e espectadores. A proteção deve se estender por toda a
periferia do conjunto.
Foi selecionada a CVT GX9, fabricada pela empresa norte americana Gaged
Engineering. É um CVT com um custo mais caro em relação à outros modelos e
que não é mais fabricado, mas que é relativamente fácil de ser encontrada semi-
nova. Também é bastante utilizada devido sua confiança e durabilidade.
Um parâmetro importante a ser considerado na transmissão é o fator de
escorregamento. Esse escorregamento é menor em correias mais novas e vai
aumentando ao longo da vida útil da correia, existem sprays no mercado que
visam amenizar esse escorregamento. O escorregamento também pode variar
com as mudanças de temperatura.
203,55
Redução para o arranque: = 10,94
18,6
10,94
Redução pra correia: = 2,73
4
Fonte: Autor
Após já ter escolhido esse pinhão constatei que o mesmo poderia ter sido
utilizado com mais dentes, mas para isso a Coroa movida teria que também ser
modificada para se manter a relação encontrada.
Fonte: Autor
É necessária a utilização de uma corrente para ligar uma engrenagem à
outra. Correntes são elementos flexíveis compostos por diversos módulos
metálicos virtualmente rígidos. Geralmente fabricadas em aços especiais como o
níquel cromo (SAE 31XX), termicamente tratados através de têmpera e
revenimento, com buchas e pinos endurecidos para se aumentar a resistência à
fadiga, ao desgaste e à corrosão.
3.3. Semieixos
Em relação às juntas universais, os semieixos são de difícil fabricação pelas
equipes, então é procurado utilizar um modelo já disponível no mercado e
também que já foi estudado e empregado por outras equipes Sendo assim foi
selecionado o semieixo homocinético do veículo VW Gol, da marca Spicer,
modelo 952042HD, código de catálogo da VW 5X3407272. Um kit completo foi
pesquisado e encontrado por R$360,00. Este semieixos possui diâmetro de
24,2mm.
Fonte: originalkit.com.br
http://www.cassel.com.br/motor-horizontal-briggs--stratton-intek-10-hp-
baja.html. Acessado em 03/04/2017.