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Caros(as) Colegas:
Com a generalização dos exames do 9.o Ano no final do ano lectivo de 2004-2005, julgámos útil publicar
alguns materiais que, de alguma forma, possam orientar o professor na preparação dos alunos para essa prova.
Não tendo sido ainda tornado público (à data de elaboração deste material) o seu modelo oficial, baseámos a
nossa matriz, tanto a nível da estrutura, como da tipologia dos itens, assim como das competências avaliadas,
nas Provas de Aferição de Língua Portuguesa do 3.o Ciclo do Ensino Básico realizadas nos dois últimos anos.
Tentámos assim aproximar-nos do que poderá vir a ser um eventual modelo de prova, com uma avaliação abran-
gente de competências, quer a nível da expressão e compreensão escritas, quer a nível do funcionamento da
língua.
Deste modo, cada uma das provas é constituída por duas partes (1.a parte: compreensão de texto + funciona-
mento da língua; 2.a parte: produção de texto), integrando extractos de obras dos diversos géneros literários incluí-
das no programa e, ainda, outros textos de carácter didáctico/informativo associados tematicamente.
Como um instrumento integral, cada prova que aqui vos apresentamos compreende todos os elementos que
achámos pertinentes para a sua utilização como prova-modelo, incluindo para esse efeito uma cotação e as res-
pectivas soluções e sugestões de correcção que, sem a intenção de constituírem uma rígida grelha de critérios
semelhante às fornecidas aos correctores, pode permitir ao professor interpretar melhor o âmbito das questões
propostas, assim como avaliar algumas estratégias de resposta do aluno.
Num claro propósito de flexibilidade, optámos pela publicação sob a forma de materiais editáveis, podendo o
professor utilizar cada instrumento não só como um objecto integral, mas também parcialmente, como um con-
junto de itens ou módulos, independentes e transformáveis, conferindo-lhe assim a possibilidade de adaptá-los
às suas próprias circunstâncias lectivas.
Desejámos com esta opção acrescentar à uniformidade que um modelo de exame nacional sempre acarreta,
uma potencial versatilidade que possa ir mais ao encontro da diversidade das escolas.
O Autor
Fernando Cunha Rebelo
1.ª Parte
Lê com muita atenção este texto de Vergílio Ferreira. Podes consultar os significados de
algumas palavras, apresentados, por ordem alfabética, a seguir ao texto.
TEXTO
Nunca o Silvestre tinha tido uma pega com ninguém. Se às vezes guerreava, com palavras azedas
para cá e para lá, era apenas com os fundos da própria consciência. Viúvo, sem filhos, dono de umas lei-
ras herdadas, o que mais parecia inquietá-lo era a maneira de alijar bem depressa o dinheiro das ren-
das. Semeava tão facilmente as economias, que ninguém via naquilo um sintoma de pena ou de justiça
5 — mesmo da velha —, mas apenas um desejo urgente de comodidade. Dar aliviava (...).
Ora um domingo, o Silvestre ensarilhou-se, sem querer, numa disputa colérica com o Ramos da loja.
Fora o caso que ao falar-lhe, no correr da conversa, em trabalhadores e salários, Silvestre deixou cair
que, no seu entender, dada a carestia da vida, o trabalho de um homem de enxada não era de forma al-
guma bem pago. Mas disse-o sem um desejo de discórdia, facilmente, abertamente, com a mesma fata-
10 lidade clara de quem inspira e expira. Todavia, o Ramos, ferido de espora, atacou de cabeça baixa:
— Que autoridade tem você para falar? Quem lhe encomendou o sermão?
— Homem! — clama o Silvestre, de mão pacífica no ar. — Calma aí, se faz favor. Falei por falar.
— E a dar-lhe. Burro sou eu em ligar-lhe importância. Sabe lá você o que é a vida, sabe lá nada. Não
tem filhos em casa, não tem quebreiras de cabeça. Assim, também eu.
15 — Faço o que posso — desabafou o outro.
— E eu a ligar-lhe. Realmente você é um pobre diabo, Silvestre. Quem é parvo é quem o ouve. Você
é um bom, afinal. Anda no mundo por ver andar os outros. Quem é você, Silvestre amigo? Um inócuo, no
fim de contas. Um inócuo é o que você é.
Silvestre já se dispusera a ouvir tudo com resignação. Mas, à palavra «inócuo», estranha ao seu ouvido
20 montanhês, tremeu. E à cautela, não o codilhassem por parvo, disse:
— «Inoque» será você.
Também o Ramos não via o fundo ao significado de inócuo. Topara por acaso a palavra, num diálogo
aceso de folhetim, e gostara logo dela, por aquele sabor redondo a moca grossa de ferros, cravada de
puas. Dois homens que assistiam ao barulho partiram logo dali, com o vocábulo ainda quente da refrega,
25 a comunicá-lo à freguesia:
— Chamou-lhe tudo, o patife. Só porque o pobre entendia que a jorna de um homem é fraca. Que
era um paz-de-alma. E um «inoque».
— Que é isso de «inoque»?
— Coisa boa não é. Queria ele dizer na sua que o Silvestre não trabalhava, que era (...) um vadio.
30 Como nesse dia, que era domingo, Paulino entrara em casa com a bebedeira do seu descanso, a mu-
lher praguejou, como estava previsto, e cobriu o homem de insultos como não estava inteiramente pre-
visto:
PROVA 1
Quando a palavra caiu da boca da mulher, vinha já tinta de carrascão. E desde aí, «inoque» signifi-
35 cou, como é de ver, vadio e bêbado.
Ora tempos depois apareceu na aldeia um sujeito de gabardina, a vender drogas para todas as molés-
tias dos pobres. Vendeu todo o sortido. Mas logo às primeiras experiências, as drogas falharam. Houve
pois necessidade de marcar a ferro aquela roubalheira de gabardina e unhas polidas. E como o vocabulário
dos pobres era curto, alguém se lembrou da palavra milagrosa do Ramos. Pelo que, «inoque» significou
40 trampolineiro ou ladrão dos finos (...).
Como, porém, as desgraças e a cólera do povo pediam cada dia termos novos para se exprimirem, «inó-
cuo» foi inchando de mais significações (...). «Inócuo» dera a volta à aldeia, secara todo o fel das discórdi-
as, escoara todo o ódio da população. A moca grossa de ferro, seteada de puas, era agora uma arma
terrível, quase desleal, que só se usava quando se tinha despejado já toda a cartucheira de insultos (...).
45 Começaram então a aparecer as primeiras queixas no tribunal da Vila, contra a injúria de «noque»,
«inoque» e, finalmente, de «inócuo», consoante a instrução de cada um. Como a palavra estropiada era
um termo bárbaro nos seus ouvidos cultos, o juiz pedia a versão da injúria em linguagem correcta, sendo
essa versão que instruía os autos (...).
Ora um dia foi o próprio Bernardino da Fábrica que moveu um processo ao guarda- livros pela injúria
50 de «inócuo». Metida a questão nos trilhos legais, o Bernardino procurou o juiz, para ver se podia ajustar, pre-
viamente, uma bordoada firme no agressor. Mas aí, o juiz atirou uma palmada à coxa curta, clamou:
— Homem! Agora entendo eu. «Noque» era «inócuo»!
E admitindo que o vocábulo contivesse um veneno insuspeito, pegou num dicionário recente, o últi-
mo modelo de ortografia e significados. Então pasmou de assombro, perante o escuro mistério que car-
55 regara de pólvora o termo mais benigno da língua: «inócuo» significa apenas «que não faz dano,
inofensivo». E pôs o dicionário aberto diante da ofensa de Bernardino. O industrial carregou a luneta, e
longo tempo, colérico, exigiu do livro insultos que lá não estavam.
— Nada feito — repetia o juiz. — O homem chamou-lhe, correctamente, «pessoa incapaz de fazer
mal a alguém».
VOCABULÁRIO
alijar – desembaraçar-se de. estropiada – adulterada, dita de pua – ponta aguçada.
benigno – inofensivo forma incorrecta. quebreira – fadiga, preocupação.
carestia da vida – preço alto dos jorna – salário diário. refrega – briga, disputa.
bens de consumo. leira – pequena porção de terre- trampolineiro – charlatão.
carrascão – vinho forte. no cultivável. trilho legal – acção jurídica, pro-
codilhar – enganar. moléstia – mal, doença. cesso no tribunal.
a) o Silvestre se queixou que era mal pago pelo trabalho que fazia.
5. Quando o juiz pasmou de assombro, perante o escuro mistério que carregara de pólvora o termo mais
benigno da língua (linhas 54-55) tal significa que
Responde agora às seguintes questões tomando atenção às indicações que te são dadas.
6. Transcreve do texto três expressões diferentes que demonstrem que Silvestre era um homem pacífico.
7. A determinada altura, o narrador refere-se à palavra «inócuo» como a palavra milagrosa do Ramos
(linha 39). Explica por que razão o narrador escolheu este adjectivo.
8. Apesar de todos o considerarem como um insulto, algumas pessoas utilizavam o termo «inócuo»,
enquanto outras diziam «inoque» ou mesmo «noque». Explica o que diferenciava umas pessoas das
outras.
9. Indica qual a acção que veio pôr fim a todo este mal-entendido à volta de uma palavra.
10. Dois leitores do texto, o Sr. Silva e o Sr. Fernandes não estão de acordo sobre as causas da discór-
dia entre o povo da aldeia.
Pois eu acho que
no fundo elas eram
Acho que não se podem preguiçosas e continuavam
criticar as pessoas da incultas por não se quererem
aldeia - afinal elas não tinham informar - podiam ter
meios para se instruir resolvido o problema
e não podiam conhecer muito facilmente.
o significado de uma palavra
tão fora do vulgar.
Em cerca de 10 linhas indica com qual das opiniões estás de acordo, apresentando argumentos que
expliquem a tua posição e recorrendo aos elementos do texto que achares necessários.
11. Achas que o narrador desta história dá a sua opinião sobre a situação que narra ou toma qualquer
partido como fizeram o Sr. Silva e o Sr. Fernandes? Justifica a tua resposta.
12. Como deves saber, uma das melhores maneiras de aprender palavras novas é lendo – actividade
que, de uma forma geral, melhora a expressão das pessoas, além de poder ser um bom passatempo.
Escreve uma frase criativa em que faças apelo à leitura.
dicionário (do b. Lat. dictionariu < Lat. dictione, locução), s. m., conjunto dos vocábulos de
uma língua ou dos termos próprios de uma ciência ou arte, dispostos por ordem alfabética e
com a respectiva significação ou a sua versão noutra língua.
Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora
Pela observação da gravura, indica dois tipos de informação que podemos obter no dicionário, sobre
cada palavra, para além do(s) seu(s) significado(s).
15.1. Escreve duas frases em que utilizes a palavra sublinhada com dois sentidos diferentes daquele
que tem na frase transcrita.
15.2. Pela relação que estabelecem entre si as duas formas que utilizaste e a palavra sublinhada,
como se classificam essas palavras?
16. Lê a seguinte lista de palavras e faz corresponder a cada número a alínea que classifica o seu pro-
cesso de formação, registando as respostas na tua folha de prova.
17.2. Classifica-as.
18. Completa as frases abaixo com a forma correcta, escolhendo uma das opções entre parêntesis e
registando na tua folha de prova a forma que escolheste em cada alínea.
a) Foi (devido/derivado) à utilização da palavra «inócuo» pelo Ramos que todo o mal-entendido
começou.
b) Os dois homens que escutaram a conversa acabaram por pôr toda a gente a falar (acerca/há
cerca) do que se havia passado.
c) Muitas situações (à/há) em que grandes discórdias têm origem em episódios sem importância.
d) Afinal a palavra nada tinha (a ver/haver) com aquilo que toda aquela gente pensava.
19.1. Transcreve para a tua folha de prova as expressões sublinhadas, indicando à frente de cada
uma a respectiva função sintáctica que desempenha.
20. Indica quais das seguintes palavras são preposições, transcrevendo para a tua folha a alínea cor-
respondente a cada uma das palavras escolhidas.
a) portanto
b) em
c) mas
d) por
e) de
Desde há algum tempo para cá, temos assistido à utilização, muito generalizada entre os
mais jovens, de uma forma de simplificação da linguagem em meios de comunicação rápidos e
tecnológicos, nomeadamente nas s.m.s. (mensagens por telemóvel) e nas salas de conversação
da Internet (os ditos «chats»).
Redige um texto, com o máximo de 220 e o mínimo de 160 palavras, em que apresentes a tua
opinião sobre essa transformação na linguagem, reflectindo até que ponto ela pode contribuir para a ge-
neralização de uma forma de expressão mais pobre e incorrecta ou, por outro lado, pode constituir uma
forma de comunicação mais rápida e eficaz.
• Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirma-
ções e raciocínios sejam coerentes e façam sentido.
• Organiza o texto de modo a que tenha introdução, desenvolvimento e conclusão, estabelecendo
parágrafos sempre que for necessário.
• Tenta exprimir-te correctamente, tendo em atenção a construção das frases, a ortografia, a esco-
lha do vocabulário adequado e a pontuação.
• Elabora um rascunho para que possas corrigir o que for necessário.
Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção antes de entregares a tua prova.
C O TA Ç Õ E S
1 ............................................................. 7 pontos
2 ............................................................. 7 pontos
3 ............................................................. 7 pontos
4 ............................................................. 7 pontos
5 ............................................................. 7 pontos
6 ............................................................. 6 pontos
7 ............................................................. 9 pontos
8 ............................................................. 8 pontos
9 ............................................................. 7 pontos
10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 pontos
11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos
12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos
13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
15.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
15.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
17.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
17.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 8 pontos
19.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
19.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
1.ª Parte
Lê com muita atenção este texto de Gil Vicente, extraído da sua obra Auto da Barca do Infer-
no. Podes consultar alguma informação e significados de algumas palavras, apresentados,
em notas ao lado do texto.
TEXTO A
Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando ao batel dos danados, diz:
JUDEU Que vai cá? Hou marinheiro!
DIABO Oh! que má-hora vieste!... PARVO Furtaste a chiba7 cabrão?
JUDEU Cuj'é esta barca que preste? Parecês-me vós a mim
DIABO Esta barca é do barqueiro. gafanhoto d'Almeirim
JUDEU Passai-me por meu dinheiro. chacinado em um seirão.
DIABO E o bode1 há cá de vir? DIABO Judeu, lá te passarão, Notas
JUDEU Pois também o bode há-de vir. porque vão mais despejados8.
1. O bode era um animal de
DIABO Que escusado passageiro! PARVO E ele mijou nos finados sacrifício da religião judaica
n'ergueja de São Gião9! 2. nome judeu, talvez o da pró-
JUDEU Sem bode, como irei lá? pria personagem
3. juiz, autoridade; o Judeu diri-
DIABO Nem eu nom passo cabrões. E comia a carne da panela ge-se ao Fidalgo
JUDEU Eis aqui quatro tostões no dia de Nosso Senhor10! 4. tolo
e mais se vos pagará. E aperta o salvador, 5. fala típica dos judeus
Por vida do Semifará2 e mija na caravela! 6. troça
que me passeis o cabrão! DIABO Sus, sus! Demos à vela! 7. cabra
8. vazios, com menos gente
Querês mais outro tostão? Vós, Judeu, irês à toa11,
9. não respeitou as sepulturas da
DIABO Nem tu nom hás-de vir cá. que sois mui ruim pessoa. igreja
Levai o cabrão na trela! 10. comia carne durante o jejum
cristão
JUDEU Porque nom irá o judeu
11. a reboque
onde vai Brísida Vaz?
Ao senhor meirinho3 apraz?
Senhor meirinho, irei eu?
DIABO E o fidalgo, quem lhe deu... Gil Vicente, excerto do «Auto da Barca
JUDEU O mando, dizês, do batel? do Inferno», in Teixeira, M. Ascensão e Bettencour,
Corregedor, coronel, M. Assunção (2001) Língua Portuguesa 9, vol. 2, Texto Editora, Lisboa
castigai este sandeu4!
2. Depois de ter tentado pagar para ir na barca e, ao constatar que o Diabo não fazia tenção de o levar,
o Judeu
3. Quando o Judeu pergunta porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz?, isso significa que
Responde agora às seguintes questões tomando atenção às indicações que te são dadas.
6. Dois espectadores, que na época assistiram à peça, revelam opiniões diferentes sobre a personagem
Joane.
Joane é apenas o
«parvo» da peça. Gil
Vicente só o incluiu
para nos fazer rir Joane não é assim
com todos os tão parvo: acho até
disparates que diz. que neste episódio
tem um papel
importante,
normalmente
desempenhado pelo
Diabo.
Em cerca de 10 linhas indica com qual das opiniões estás de acordo, apresentando argumentos que
expliquem a tua posição e recorrendo aos elementos do texto que achares necessário.
7. Transcreve um excerto do texto que demonstre que o Judeu não reconhecia autoridade ao Diabo.
8. De todos as personagens que vão desfilando ao longo do auto, o Judeu é o único que quer entrar na
Barca do Inferno. Qual a razão dessa opção?
Lê agora com muita atenção o texto B, que se refere à presença dos Judeus em Portugal. Po-
des consultar o significado de algumas palavras, apresentado alfabeticamente a seguir ao
texto.
TEXTO B
Na Idade Média eram numerosos os Judeus em Portugal, e, na altura da conquista de Lisboa por
D. Afonso Henriques (1147), a cidade tinha já uma comunidade hebraica significativa.
Devido às circunstâncias precárias da sua vida, e por estarem sujeitos a perseguições por motivos
rácicos, religiosos e económicos, os Judeus dedicavam-se sobretudo a actividades que não dependes-
5
sem da propriedade imobiliária. Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos e
astrólogos, ou exerciam ofícios artesanais como os de ourives e alfaiate. Era aos Judeus e ao seu siste-
ma bancário que membros de todas as classes recorriam, provindo daí o seu peso decisivo na economia
nacional.
A integração dos Judeus continuava a ser problemática, com a continuada existência de incidentes
10
entre Judeus e Cristãos. Em 1480 foi introduzida a Inquisição e, em 1492, ordenada a expulsão dos
Judeus de Espanha pelos Reis Católicos. Os que recusaram a conversão conseguiram em parte emigrar,
tendo Portugal recebido cerca de 60 mil, enquanto outros seguiram para o norte de África ou para o
norte da Europa. Quatro anos mais tarde, D. Manuel ordenou também a sua expulsão, com excepção
dos que aceitassem converter-se, dificultando a saída dos convertidos do país, medida esta que procura-
15
va manter em Portugal meios financeiros necessários ao reino.
VOCABULÁRIO
conversão – mudança de religião, neste caso do ju- precário – inseguro, incerto
daísmo para o cristianismo rácico – relativo à raça
hebraico – relativo aos Judeus usurário – aquele que empresta dinheiro com juros
10. Explica a razão pela qual os Judeus não se podiam dedicar a actividades que implicassem a posse
de bens imobiliários.
11. Indica a condição que era imposta aos Judeus para que pudessem permanecer no reino, no tempo
de D. Manuel.
12. Recorda agora o texto A, considerando que, de certa forma, ele reflecte uma realidade da sua época.
Transcreve dois excertos do texto A que estejam relacionados com cada uma das seguintes conclu-
sões que pudemos retirar da leitura do texto B.
12.2. Muitos Judeus eram usurários e gente de todas as classes recorria ao seu dinheiro porque os
Judeus dominavam o sistema bancário.
Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos e astrólogos, ou exerciam ofícios ar-
tesanais como os de ourives e alfaiate.
13.2. Classifica-as.
frases simples numa só frase complexa, utilizando para esse efeito, uma só vez, um elemento esco-
lhido da lista seguinte.
Exemplo: contudo
14.1. Viviam muitos Judeus em Lisboa em 1147. D. Afonso Henriques conquistou Lisboa em 1147.
14.2. Os Judeus viviam em comunidades próprias. As comunidades eram administradas por rabinos.
14.3. Após a expulsão de Espanha, muitos Judeus fugiram para Portugal. Em Portugal os Judeus aca-
baram também por ser perseguidos.
14.4. D. Manuel necessitava do poder económico dos Judeus. D. Manuel tentou evitar a saída dos
Judeus do reino.
15. Faz corresponder a cada palavra numerada na coluna da esquerda, a sua respectiva classe gramati-
cal, escolhendo-a, uma só vez, na coluna da direita e registando na tua folha de prova os números e
as letras que lhes estão associadas.
PROVA 2
contrar no dicionário, registando na tua folha de prova os números das palavras que seleccionaste.
17. Indica na tua folha de prova uma palavra homófona de cada uma das palavras da lista seguinte.
a) sem
b) concerto
c) paço
d) coser
18. Completa as frases que se seguem, escolhendo a expressão adequada entre parêntesis. Regista na
tua folha de prova cada uma das expressões que escolheste pela ordem com que surgem no texto.
A maioria das personagens do Auto (vai/vão) para o Inferno. Chegam do mundo dos vivos preocupa-
das em salvar-se mas não (vêm/vêem) que os argumentos já de nada lhes valem. Quase toda a socieda-
de é assim condenada e não é de surpreender que no final (houve-se/houvesse) na Barca do Inferno um
fidalgo, um juiz e um frade.
19. Da seguinte lista de palavras, transcreve para a tua prova aquelas que, pela sua acentuação, consi-
deres graves.
20. Indica, das palavras da lista abaixo a que se formou por aglutinação, registando na tua prova a alí-
nea escolhida.
a) judaísmo
b) fidalgo
c) preconceito
d) capitão-mor
2.ª Parte
Portugal sempre foi, desde a sua origem, uma nação com várias raças e até várias religiões.
Mais recentemente, passou de um país exclusivamente de emigrantes para um país de acolhi-
mento de pessoas provenientes de outros países à procura de uma vida melhor.
Redige um texto, com o máximo de 220 e o mínimo de 160 palavras, em que apresentes a tua
opinião sobre a melhor maneira de promover a boa convivência entre comunidades, de forma a evitar a
marginalização de pessoas com base na sua raça, religião ou país de origem.
• Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirma-
ções e raciocínios sejam coerentes e façam sentido.
• Tenta exprimir-te correctamente, tendo em atenção a construção das frases, a ortografia, a esco-
lha do vocabulário adequado e a pontuação.
Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção antes de entregares a tua prova.
1 ............................................................. 7 pontos
2 ............................................................. 7 pontos
3 ............................................................. 7 pontos
4 ............................................................. 7 pontos
5 ............................................................. 7 pontos
6 ............................................................. 15 pontos
7 ............................................................. 6 pontos
8 ............................................................. 8 pontos
9.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
9.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
12.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
12.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
13.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
13.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
13.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
14.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
14.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
14.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
14.4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos
16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 pontos
1.ª Parte
Lê com muita atenção este excerto do episódio do Gigante Adamastor, de Os Lusíadas de
Luís de Camões. Podes consultar alguma informação e significados de algumas expressões,
apresentados, em notas ao lado do texto.
TEXTO A
Porém já cinco Sóis eram passados «Pois vens ver os segredos escondidos
Que dali1 nos partíramos, cortando Da natureza e do húmido elemento,
Os mares nunca d' outrem navegados, A nenhum grande humano concedidos
Prosperamente os ventos assoprando, De nobre ou de imortal merecimento,
5 Quando uma noite, estando descuidados 45 Ouve os danos de mi que apercebidos10
Na cortadora proa vigiando, Estão a teu sobejo11 atrevimento,
Uma nuvem que os ares escurece, Por todo o largo mar e pela terra
Sobre nossas cabeças aparece. Que ainda hás-de subjugar com dura guerra.
«Tão temerosa vinha e carregada, «Sabe que quantas naus esta viagem
10 Que pôs nos corações um grande medo; 50 Que tu fazes, fizerem, de atrevidas,
Bramindo, o negro mar de longe brada, Inimiga terão esta paragem,
Como se desse em vão nalgum rochedo. Com ventos e tormentas desmedidas;
– «Ó Potestade2 (disse) sublimada: E da primeira armada que passagem
Que ameaço divino ou que segredo Fizer por estas ondas insofridas,
15 Este clima3 e este mar nos apresenta, 55 Eu farei de improviso tal castigo
Que maior coisa parece que tormenta?» Que seja mor o dano que o perigo! Notas
1. Baia de Santa Helena (ver
«Não acabava, quando uma figura «Aqui espero tomar, se não me engano,
Se nos mostra no ar, robusta e válida4, De quem me descobriu12 suma vingança; fig.1)
De disforme e grandíssima estatura; E não se acabará só nisto o dano 2. poder divino
20 O rosto carregado, a barba esquálida5, 60 De vossa pertinaz confiança: 3. esta região
Os olhos encovados, e a postura Antes, em vossas naus vereis, cada ano, 4. vigorosa
Medonha e má e a cor terrena e pálida; Se é verdade o que meu juízo alcança, 5. suja
Cheios de terra e crespos os cabelos, Naufrágios, perdições de toda sorte, 6. referência a uma estátua
A boca negra, os dentes amarelos. Que o menor mal de todos seja a morte! (...) gigante do Deus Apolo, uma
das maravilhas da Antiguidade
25 «Tão grande era de membros, que bem posso 65 «Mais ia por diante o monstro horrendo,
Certificar-te que este era o segundo Dizendo nossos Fados13, quando, alçado, 7. atreves-te por caminhos
De Rodes estranhíssimo Colosso6, Lhe disse eu: – «Quem és tu? Que esse estupendo proibidos
Que um dos sete milagres foi do mundo. Corpo, certo me tem maravilhado!» 8. longínquos
Com tom de voz nos fala, horrendo e grosso, A boca e os olhos negros retorcendo 9. nunca navegados por qualquer
30 Que pareceu sair do mar profundo. 70 E dando um espantoso e grande brado, barco.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo, Me respondeu, com voz pesada e amarga, 10. preparados
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! Como quem da pergunta lhe pesara:– 11. grande
12. refere-se a Bartolomeu Dias
«E disse: – «Ó gente ousada, mais que quantas «Eu sou aquele oculto e grande Cabo que já por ali havia passado
No mundo cometeram grandes coisas, A quem chamais vós outros Tormentório14, 13. destino
35 Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, 75 Que nunca a Ptolomeu, Pompónio, Estrabo, 14. Cabo das Tormentas, mais
E por trabalhos vãos nunca repousas, Plínio15 e quantos passaram fui notório. tarde Cabo da Boa Esperança
Pois os vedados términos quebrantas7 Aqui toda a Africana costa acabo (ver fig.1)
E navegar meus longos8 mares ousas, Neste meu nunca visto Promontório, 15. geógrafos e astrónomos
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Que para o Pólo Antárctico se estende, da Antiguidade.
40 Nunca arados d' estranho ou próprio lenho9; (...) 80 A quem vossa ousadia tanto ofende.
Luís de Camões, excerto de «Os Lusíadas», in TEIXEIRA, M. Ascensão e BETTENCOURT, M. Assunção (2001) Língua Portuguesa 9, vol.3, Texto Editora, Lisboa
b) assemelhava-se a um rochedo.
5. Quando o narrador se dirige ao Gigante Adamastor (versos 67-72) e lhe pergunta quem ele é, este
reage com
b) arrogância. d) espanto.
Responde agora às seguintes questões, tomando atenção às indicações que te são dadas.
6. Um grande receio abateu-se sobre a tripulação desde que prenúncio do aparecimento do gigante até
ao seu surgimento. Transcreve dois excertos que melhor ilustram esta reacção.
7. Demonstra, recorrendo aos elementos do texto que achares necessários para fundamentar a tua res-
posta, que, apesar de tudo, Adamastor revelava admiração pelos portugueses.
8. O aparecimento do Gigante provocou nos navegadores fortes impressões. Regista na tua folha de
prova:
9. Dois professores, ao lerem este episódio de Os Lusíadas, parecem ter opiniões distintas sobre a per-
sonagem Adamastor.
Com qual dos professores estás mais de acordo? Terás resposta para o professor na imagem da es-
querda? Em cerca de 10 linhas, apresenta argumentos que expliquem a tua posição, recorrendo aos ele-
mentos do texto que achares necessário.
TEXTO B
Os instrumentos de navegação
A Bússola – já era conhecida há muito tempo. Como indica o Norte, permitia que os navegadores
soubessem em que direcção navegavam.
O Quadrante – permitia determinar a distância entre o ponto da partida e o lugar onde a embarca-
ção se encontrava no sentido Norte-Sul. O cálculo baseava-se na altura da Estrela Polar. Este instrumen-
5 to começou a ser usado pelos portugueses por volta de 1460.
O Astrolábio – também permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde o navio
se encontrava, mas o cálculo era feito medindo a altura do Sol ao meio dia. Tinha grandes vantagens em
relação ao quadrante, não só porque é mais fácil trabalhar de dia, como pelo facto de a Estrela Polar não
ser visível no hemisfério sul.
in «A Caravela», Crista da Onda, 9, Grupo de Trabalho do M. da Ed.
para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa 1996
Responde agora às seguintes questões, tomando atenção às indicações que te são dadas.
10. Tendo em conta o que leste no texto B, indica que elementos da natureza são fundamentais para a
orientação no mar.
11. Recordando o que leste no episódio do Gigante Adamastor e observando o mapa da figura 1, trans-
creve do texto A todos os excertos que indiquem a localização geográfica dos acontecimentos nar-
rados nesse texto.
12. Demonstra que o Quadrante, nessa localização, não teria utilidade como instrumento de navegação.
13. No quadro seguinte são apresentadas três classes gramaticais (na vertical) e seis campos lexicais
(na horizontal). Identifica o elemento que falta em cada espaço de acordo com a classe gramatical
e o campo lexical a que pertence. Regista cada um deles na tua folha de prova, acompanhado da
alínea que lhe corresponde.
a) b) ousar
coragem c) d)
e) persistente f)
ouro g) h)
i) profundo j)
l) m) arder
PROVA 3
comparativa. Regista na tua folha de prova a alínea que corresponde à frase onde surge a palavra
que escolheste.
c) Como teve coragem de falar com o gigante, soube quem ele era de facto.
17. Completa o texto abaixo transcrito com as formas adequadas (simples ou compostas) da seguinte
lista de verbos. Regista na tua folha de prova cada uma das formas que escolheste pela ordem com
que surgem no texto. Só podes usar cada verbo uma única vez.
Adamastor, embora ________________ odiar os portugueses, ________________ admiração por eles. Por
outro lado, Vasco da Gama, apesar de ter vencido o gigante, não ________________ o primeiro a atraves-
sar o Cabo das Tormentas, pois Bartolomeu Dias já o ________________ alguns anos antes. Se Camões
não ________________ este episódio na sua obra, o feito não se ________________ tão conhecido.
18. Faz corresponder os pares de palavras da coluna da esquerda à designação da coluna da direita que
consideres adequada para classificar cada um deles. Regista na tua prova cada número com a alí-
nea que lhe diz respeito.
a) homógrafas
b) sinónimas
1. conselho/concelho
c) homófonas
2. comprimento/cumprimento
d) antónimas
3. grosso/delgado
e) homónimas
f) parónimas
19. Indica, registando a alínea que escolheste na tua prova, qual das seguintes sequências apresenta a
ordenação alfabética correcta.
a) aéreo, agreste, airoso, alado, altruísmo, apagar, apego, areal, areópago, arenoso
b) aéreo, agreste, airoso, alado, altruísmo, apagar, apego, areal, arenoso, areópago
c) aéreo, agreste, airoso, alado, altruísmo, apego, apagar, areal, arenoso, areópago
d) aéreo, airoso, agreste, alado, altruísmo, apagar, apego, areal, arenoso, areópago
20. Escreve na tua folha de prova quatro frases correctas e coerentes, combinando um elemento do
quadro A com uma locução prepositiva do quadro B e um último elemento do quadro C. Não podes
utilizar nenhum dos elementos de cada quadro mais do que uma vez.
A C
A ciência permitiu grandes viagens determinarem a sua posição geográfica.
Os portugueses chegaram à Índia se imaginar um oceano cheio de monstros.
Os navegadores mediam a altura do sol um gigante mitológico.
Este episódio de Os Lusíadas é B sua grande persistência.
a fim de
graças à
acerca de
apesar de
Mais do que Vasco da Gama, o herói de Os Lusíadas é todo o povo português. Em todas as
épocas a sociedade teve os seus heróis; hoje em dia, com a massificação dos meios de comuni-
cação, o conceito misturou-se um pouco com o de "ídolo" – personagem que arrasta multidões e
que influencia comportamentos, especialmente entre as camadas mais jovens da população.
Redige um texto, com o máximo de 220 e o mínimo de 160 palavras, em que tentes definir o que
é um herói, reflectindo acerca da importância que possa ter para ti como modelo, ou, pelo contrário, do
risco que pode representar se abdicarmos da nossa própria identidade para o seguirmos cegamente.
• Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirma-
ções e raciocínios sejam coerentes e façam sentido.
• Tenta exprimir-te correctamente, tendo em atenção a construção das frases, a ortografia, a esco-
lha do vocabulário adequado e a pontuação.
Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção antes de entregares a tua prova.
C O TA Ç Õ E S
1 ............................................................. 7 pontos
2 ............................................................. 7 pontos
3 ............................................................. 7 pontos
4 ............................................................. 7 pontos
5 ............................................................. 7 pontos
6 ............................................................. 6 pontos
7 ............................................................. 8 pontos
8.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
8.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
9 ............................................................. 15 pontos
10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos
12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 pontos
13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 pontos
14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
15.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
15.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
15.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 pontos
17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 pontos
18 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 pontos
19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 pontos
20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 pontos
– a não utilização de significados completamente dis- Como suporte argumentativo, o aluno pode recorrer à
tintos nas frases produzidas. referência ou transcrição de qualquer fala de Joane
Exemplo: que constitua uma acusação ao Judeu, nomeadamen-
«Era tão leve como uma pena de ave.» te o desrespeito pela religião cristã – E ele mijou nos fi-
«Há um século atrás escrevia-se com uma pena.» nados n'ergueja de São Gião!/ E comia a carne da panela no
(Poderá porém constituir excepção a utilização de conota- dia de Nosso Senhor!
ções contextualizadas. 7. Os excertos que em nossa opinião melhor ilustram o que
Exemplo: é requerido na questão são:
«Da pena (talento, estilo) do escritor saíram versos maravi- – Corregedor, coronel, castigai este sandeu!
lhosos.») – Fazes burla dos meirinhos?
15.2. Palavras homónimas Dize, filho da cornuda!
16. 1. d), 2. a), 3. c) Nestas falas, o Judeu revela simultaneamente a autoridade
17.1. Quando a palavra caiu da boca da mulher / vinha já tin- que atribui ao Fidalgo e a depreciação que faz do Diabo. Jul-
ta de carrascão. gamos que deverão igualmente ser tidos em conta excertos
17.2. Subordinada temporal / Subordinante de falas do Judeu que apenas incluam insultos ao Diabo,
18. eventualmente com uma ligeira desvalorização da resposta.
a) devido 8. Consideramos como resposta válida a referência cumula-
b) acerca tiva ou em alternativa ao facto de:
c) há – o Judeu pertencer a outra religião e, por desconheci-
d) a ver mento ou indiferença, pensar que a Barca do Inferno lhe ser-
19.1. o Silvestre – sujeito via.
as suas economias – complemento directo – Judeu valorizar mais as questões de estatuto social
(os) habitantes da aldeia mais necessitados – comple- e deste modo querer ir onde vai o Fidalgo, ideia que
mento indirecto pode ser reforçada pela referência que faz a Brísida Vaz.
19.2. Ele dava-lhas. 9. Sendo uma resposta aberta, que apela a uma escolha
20. b), d), e) subjectiva por parte do aluno, julgamos no entanto que
esta deverá estar condicionada pelo facto de predominar
neste episódio o cómico de linguagem que, embora se
2.ª Parte possa encontrar na fala de outras personagens, é mais
No que diz respeito à avaliação da produção de texto, suge- evidente nas falas de Joane. Apesar disso, pensamos
rimos que, em todas as provas, a cotação seja distribuída que deve ser valorizada igualmente a coerência e a pro-
(equitativamente ou de acordo com os critérios que se consi- fundidade dos argumentos apresentados para justificar a
derem mais adequados) pelos seguintes parâmetros: comicidade da frase escolhida.
• Respeito pelo tema proposto, coerência e sentido crítico 10. Deverá ser considerada válida a resposta que faça refe-
• Organização do texto e cumprimento da extensão requerida rência às condições de precariedade em que viviam
• Correcção sintáctica e pontuação adequada os judeus e as perseguições a que estavam sujei-
• Adequação e riqueza vocabular tos, como limitação do leque das suas actividades.
• Correcção ortográfica 11. Para que pudessem permanecer no reino, os judeus ti-
nham de se converter, isto é, de abandonar o ju-
daísmo e aderir ao cristianismo.
12.1. Consideramos resposta válida a transcrição de qual-
PROVA 2 – 1.ª Parte quer fala de Joane que constitua uma acusação
de desrespeito pela religião cristã da parte do Ju-
1. c. deu, nomeadamente as já referidas em 6.
2. b. 12.2. A situação em causa remete para a ligação do Judeu
3. d. ao dinheiro. Deste modo sugerimos que seja aceitável
4. c. qualquer transcrição das falas do Judeu que reflic-
5. a. tam a sua insistência em tentar comprar com o
6. A opinião correcta é a emitida pela personagem fe- seu dinheiro a entrada na Barca do Diabo.
minina na imagem da direita. Consideramos que, ape- 13.1. Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos,
sar do aluno poder incluir na sua argumentação a alusão astrónomos e astrólogos, / (ou) exerciam ofícios arte-
a Joane como «o Parvo» e lhe atribuir um papel cómico na sanais como os de ourives e alfaiate.
peça, de facto, tanto neste como noutros episódios Joane 13.2. Coordenadas disjuntivas.
é, tal como o Anjo e o Diabo, um «juiz». 13.3. (Nome) predicativo do sujeito.