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Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus

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Instituto Belém
Visão
O Instituto Belém pretende ser uma instituição de ensino
superior associada à visão afetiva e comprometida da
nossa igreja que se esforça para proclamar uma
mensagem centrada em Deus, que busca glorificar a
Cristo, e ao Espírito Santo. Que se utiliza das Santas
Escrituras para auxiliar na formação espiritual de homens
e mulheres eq-uipando-os para cumprir os propósitos do
Reino de Jesus Cristo no século 21 e forjar discípulos fiéis
para ele de toda raça, tribo, língua, povo e nação.
Propomos espalhar o conhecimento de Deus, que
desperta não apenas o intelecto, ou o conhecimento
intelectual, mas principalmente o amor e o desejo de viver
numa intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta é a
razão da existência da nossa escola. E é esta a visão que
desejamos compartilhar com todos.
Autor
Moisés Carneiro
Você pode fazer uma doação para ajudar a manter esse
projeto. Deposite o valor que desejar! Caixa E.
Federal - Ag. 0314 - Op. 013 - C.P. 119429-0
em nome de Moisés P. Carneiro
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© Direitos Reservados ao Instituto Belém História da Igreja
Curso Básico em Teologia
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Caixa E. Federal Curso básico de Teologia Pastor Moisés
Carneiro Aplicação no estudo deste livro Você deve
estar perguntando qual a melhor maneira de estudar este
livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensar
nisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser
úteis.
Seja Motivado
Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os que
anseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir
o ápice de um grande sonho sem ter em sua bagagem o
item motivação.
Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o
êxito aqueles que se mantiveram motivados até o final.
Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pes-
quisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se
sentir-se sem motivação busque-a através do Espírito
Santo. Faça petições a Deus e leia sua Palavra, pois são
fontes inesgotáveis para sua renovação, e por final
procure mantê-la acesa até findar o curso.
“Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick
Douglas Seja Organizado e Disciplinado
a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e peça que lhe
ajude a ter um maior proveito do assunto em pauta.
b) Estude em lugares reservados.
c) Evite ambientes com sons, ruídos e falatórios. Pois você
pode perder sua concentração no estudo.
d) Procure adicionar outros importantes materiais à cada
lição a ser estudada, como por exemplo:
• Bíblias de E Proibida a comercialização studos: se
possível, com traduções que sejam difer-entes.
• Dicionários.
• Concordância Bíblica.
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• Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de
cada lição.
• Lápis e bloco para anotações.
e)
Leia e estude cada matéria durante a semana, reserve
pelo menos 1 hora por dia para fazer isso.
f)
Faça anotações, especialmente àquelas que lhe
causarem dúvidas.
g)
Responda aos questionários assim que terminar de
estudar cada lição. Eles irão fortalecer o assunto em sua
mente.
h)
Reserve períodos da semana para você elaborar trabalhos
voltados à matéria estudada em cada mês.
i) Formule perguntas ao professor, assim tanto você como
ele ficarão cada vez mais abalizados no aprendizado.
Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamente
pelo departamento de pedagogia do IB, são de um valor
ines-timável para você, desde que procure segui-los
conforme se seg-uem.
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Carneiro Índice
Introdução
Lição 1
Origem da Igreja e sua
Expansão....................................................08
Lição 2
Os Pais da Igreja e a sua
Secularização...........................................27
Lição 3
A Igreja da Idade Média e a Reforma
Protestante.........................47
Lição 4
A expansão da Reforma e a Contra-
Reforma................................67
Lição 5
Dos Heróis do século XVII à
Atualidade........................................81
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Introdução
Este volume narra a história do CRISTIANISMO. A história
do povo de Deus chamado Igreja, que vai desde a sua
inauguração até os dias atuais. Uma história que ostenta
uma trajetória triunfante da Noiva de Cristo que ao longo
dos séculos já sobrepôs e resistiu aos temíveis e
sorrateiros levantes de seus opo-nentes.
O estudo deste livro desnuda uma superior compreensão
da cristandade e da sua influência sobre o mundo através
dos séculos. Mostra a volatilidade de alguns homens que
“conduziram”
os princípios doutrinários nos séculos subseqüentes ao
seu surgimento, em detrimento dos seus ambíguos
interesses. Homens, que em alguma parte dessa história,
foram mais instrumentos do maligno do que do Divino, ao
“conduzirem” a Imaculada Igreja do Senhor Jesus.
Este estudo ressalta o início da organização da
comunidade cristã iniciada por Cristo quando este passou
a convidar seus primeiros discípulos e lançar-lhes os
fundamentos doutrinários da Nova Aliança. Afirma,
contudo, que a Fundação ou a Inauguração da Igreja só
veio a ocorrer no dia de Pentecostes, numa reunião de
comunhão e oração no cenáculo entre aproximadamente
cento e vinte irmãos, quando Jesus enviou sobre eles o
Espírito Santo.
Com a descida do Espírito Santo sobre aqueles primeiros
irmãos, a Igreja recebeu poder para espalhar a Mensagem
de Boas Novas no mundo todo. A vinda do Espírito Santo,
no dia de Pentecostes, marca, portanto, a data inaugural
da vida da igreja como organismo espiritual.
Ess Proibida a comercialização
a é a história que desnuda os caminhos da Igreja
comprada na cruz por um alto preço, marcada por
sofrimentos e perseguições, causados por tiranos de
todas as épocas, que movi-6 Faça sua Doação: Ag. 0314
/ Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico
de Teologia Pastor Moisés Carneiro dos pela injúria
satânica, que tentaram sem sucesso algum, apagar o
nome do CRISTIANISMO dos anais da história humana, a
fim de que nunca mais fosse lembrado.
Ao longo desses dezenoves séculos de existência, a Igreja
em nenhum momento foi derrotada, pois, como afirmou o
seu FUNDADOR: JESUS CRISTO, sua jornada desde o
princípio seria impo-luta e vitoriosa.
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela” (Mt. 16.18).
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Lição 1
Origem da Igreja e sua Expansão
A Igreja Cristã em todas as eras quer na passada,
presente ou futura, é constituída por todos aqueles que
crêem em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.
Definindo o termo IGREJA
O estudo desta lição não deseja elucidar as temáticas que
definem a estrutura doutrinária, institucional ou
governamental da Igreja, algo que é peculiar em outro
estudo, mais propriamente conhecido como Eclesiologia
ou Doutrina da Igreja, onde trata destas questões de forma
clara e concisa. Contudo, propõe uma rápida definição do
termo Igreja antes de mergulhar em sua vasta história.
O vocábulo português “igreja”, vem do termo grego
ekklesia e também do latim ecclesia que dá o sentido de
“uma assembléia de convocados para fora”. Na antiga
Grécia seu sentido era amplo e tinha uma conotação de
“assembléia popular dos cidadãos da cidade”. Por vezes,
tinha o sentido de “convocação extraordinária”.
A Septuaginta, tradução do Antigo Testamento (do
hebraico para o grego), emprega o termo ekklesia
aproximadamente cem vezes, relacionando-o com o
vocábulo hebraico qahal: assembléia, congregação,
multidão (de Israel), e significa uma convocação para uma
assembléia e, o ato de reunir-se (Dt 9.10; 2 Cr 6.3).
Precisa-se notar que ekklesia é usada com frequência na
Septuaginta pa Proibida a comercialização ra traduzir a
palavra qahal, e nunca ‘edah (sinagõgê, igual a sinagoga).
O uso cristão do termo ekklesia no Novo Testamento pos-
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Carneiro sui um significado mais específico. Em Mateus
16.18, a palavra foi usada pela primeira vez por Jesus no
Novo Testamento, referindo-se ao grupo de discípulos que
se reunia em torno dele. Ele afirmou: “Edificarei a minha
igreja” (grifo nosso). Aqui a palavra
“igreja”. (ekklesia) transliterada do original (grego), refere-
se a uma soma da preposição ek (fora de) e o verbo
Kaleõ (chamar).
Por conseguinte, ekklesia exprime o conceito de “um
grupo de cidadãos chamados e reunidos para fora,
visando um propósito especial”.
Já o vocábulo grego kuriakos (pertence ao Senhor) que é
encontrado no Novo Testamento por duas vezes (1 Co
11.20 e Ap 1.10), deu origem ao termo Church (“igreja”)
em inglês. Tinha o significado de lugar onde se reunia a
igreja (ekklesia).
Entre muitos usos da palavra ekklesia, alguns se
destacam como mais importantes:
1.
Identificando uma reunião de crentes de alguma locali-
dade específica, ou seja, uma igreja local (At. 11.26).
2.
Identificando igrejas domésticas, ou seja, os lares-igrejas
(1
Co 16.19). O fato de que os pequenos grupos em casas
individuais se chamam ekklesia (1 Co 16.19) indica que
nem a importância da cidade, nem o tamanho numérico da
assembléia determinam o emprego do termo. O que conta
é a presença de Cristo entre as pessoas, e a fé que nelas
é alimentada por Ele.
3 . Identificando um grupo de igrejas, como as igrejas da
Ju-déia, da Galiléia e de Samaria (At 9.31). Isto não
significa que as igrejas constituíam uma organização,
como a que atualmente se chama de “ Proibida a
comercialização denominação”.
4.
Identificando de forma mais geral a totalidade da igreja no
mundo inteiro (1 Co 10.32).
5. Identificando, em seu sentido mais significativo, todo o
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de fiéis, quer no céu, quer na terra, que se uniram ou se
unirão a Cristo como seu Salvador (Ef 3.10).
Hoje, “igreja” leva muitos outros sentidos, bem como: pré-
dios, templos (“vou à igreja”, “a igreja ficou glamorosa
depois da reforma”), denominações (“minha igreja é
melhor que as outras”), entretanto, seja como for, o sentido
bíblico de “igreja” se refere primeiramente àquelas
pessoas que foram “chamadas” para a comunhão com
Deus mediante a obra salvadora de Jesus Cristo e que
desde então pertencem a Ele.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ____ 1) - A
Septuaginta, tradução do Antigo Testamento (do hebraico
para o grego), emprega o termo ekklesia
aproximadamente cem vezes, relacionando-o com o
vocábulo hebraico qahal.
____ 2) - Em Mateus 16.18, a palavra foi usada pela
primeira vez por Jesus, referindo-se ao grupo de
discípulos que se reunia em torno dele.
____ 3) - O vocábulo grego kuriakos (pertence ao Senhor)
que é encontrado no Novo Testamento por duas vezes (1
Co 11.20 e Ap 1.10), deu origem ao termo Church
(“igreja”) em inglês.
Origem da Igreja
Há vários pontos de vista errôneos nos círculos teológicos
quanto à data ina Proibida a comercialização ugural da
Igreja de Cristo como organismo vivo. Vamos enumerar
alguns a seguir:
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Moisés Carneiro a)
1º ponto de vista: alguns afirmam que igreja originou-se à
partir de Adão e Eva (Gn 3.15).
b)
2º ponto de vista: outros dizem que foi à partir do período
patriarcal, possivelmente com Abraão e sua
descendência, con-tinuando no tempo mosaico.
c)
3º ponto de vista: há ainda outros que afirmam que a igreja
foi inaugurada quando Cristo começou publicamente seu
ministério chamando os doze que após se tornariam os
apóstolos.
d)
4º ponto de vista: e por final há aqueles que acreditam que
a igreja realmente não se iniciou antes do ministério e das
viagens missionárias de Paulo.
Entretanto, a grande maioria dos estudiosos afirma que a
data da INAUGURAÇÂO DA IGREJA ocorreu no dia de
Pentecostes na descida do Espírito Santo, conforme a
evidência bíblica registrada em Atos 2.
É certo que Cristo organizou a comunidade cristã ao
convidar seus primeiros discípulos e lançar-lhes os
fundamentos doutrinários da Nova Aliança. Contudo, a
Fundação ou a Inauguração da Igreja só veio a ocorrer no
dia de Pentecostes, numa reunião de comunhão e oração
no cenáculo entre aproximadamente cento e vinte irmãos,
quando Jesus enviou sobre eles o Espírito Santo.
“A igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento
de caráter mundial, no Dia de Pentecoste, no fim da
primavera do ano 30, cinquenta dias após a ressurreição
do Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao
céu. Durante o tempo em que Jesus exerceu s
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eu ministério, os discípulos criam que Jesus era o alme-
jado Messias de Israel, o Cristo. Ora, Messias e Cristo
são palavras idênticas. Messias é palavra hebraica e
Cristo é palavra grega. Ambas significam “O Ungido”, o
“Príncipe do Reino Celestial”. Apesar de Jesus haver
aceito esse título de seus seguidores mais chegados,
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proibiu-lh
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es, contudo, proclamarem essa verdade entre o povo,
antes que ele ressuscitasse de entre os mortos, e nos
quarenta dias que precederam sua ascensão, isto é, até
quando lhes ordenou pre-gassem o Evangelho. Mas
deviam esperar o batismo do Espírito Santo, para então
serem testemunhas em todo o mundo. Na manhã do dia
de Pentecoste, enquanto os seguidores de Jesus, cento e
vinte ao todo, estavam reunidos, orando, o Espírito Santo
veio sobre eles de forma maravilhosa... O Espírito Santo,
desde então, ficou morando permanentemente na igreja,
não em sua organização ou mecanismo, mas como
possessão individual e pessoal do verdadeiro cristão.
Desde o derramamento do Espírito Santo, naquele dia, a
comunidade daqueles primeiros anos foi chamada com
muita propriedade, “Igreja Pentecostal”.
Jesse Lyman Hurlbut.
Veja algumas razões que comprovam o surgimento da
igreja como organismo no dia do Pentecostes: 1. Jesus
disse: “edificarei”, está no futuro! Jesus falava de algo que
ainda ia realizar (Mt 16.18).
2.
Era necessário Jesus concluir a sua obra (morte,
ressurreição e ascensão).
3.
A igreja dependia da vinda do Espírito Santo. Isso só veio
acontecer no dia do Pentecostes conforme Atos 2.
“A igreja de Cristo veio a existir, como igreja, no dia do
Pentecostes, quando foi consagrada pela unção do
Espírito Santo. Assim como o tabernáculo foi construído e
depois consagrado pela descida da glória divina (Ex.
40.34), assim os primeiros membros da igreja foram
congregados no cenáculo e consagrados como igreja pela
descida do Espírito Santo. É muito provável que os
cristãos primiti Proibida a comercialização vos vissem
nesse evento o retorno da “Shequinah” (a glória manifesta
no tabernáculo e no templo) que, havia há muito, partida
do templo, e cuja ausência era lamentada por alguns dos
rabinos. Davi juntou os materiais para a construção do
templo, 12 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro mas a construção foi feita pelo
seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, Jesus,
durante seu ministério terreno, havia ajuntado os materiais
da sua igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido
por seu sucessor, o Espírito Santo. Realmente essa obra
foi feita pelo Espírito Santo, operando mediante os
apóstolos que lançar-am os fundamentos da igreja por sua
pregação, ensino e organização. Portanto, a igreja é
descrita como sendo “edificados sobre o fundamento dos
apóstolos... (Ef 2.20)”.
Myer Pearlman
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta 4) - Entretanto, a
grande maioria dos estudiosos afirma que a data da
INAUGURAÇÂO DA IGREJA ocorreu no dia de
Pentecostes na descida do Espírito Santo, conforme a
evidência bíblica registrada:
___a. Joel 2.
___b. 1 Coríntio 2.
___c. Atos 2.
___d. Apocalipse 2.
5) – Para a inauguração da igreja era necessário Jesus
concluir a sua obra:
___a. nascimento, morte e ascensão.
___b. batismo, morte e ressurreição.
___c. morte, r Proibida a comercialização essurreição e
ascensão.
___d. Todas as alternativas estão corretas.
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expansão d Proibida a comercialização a Igreja
De modo evidente, nos primeiros anos subsequentes a
sua apresentação ao mundo, depois do Pentecostes, a
Igreja se man-teve instalada em Jerusalém, a capital da
Judéia. Sua trajetória vitoriosa arrebanhou milhares de
vidas em sua grande maioria judeus, com a mensagem
transformadora do Evangelho, conforme registra Atos 2.41
e 4.4. Os cristãos da época sabiam que Jesus havia
determinado quatro importantes “áreas de evangelização”,
conforme Atos 1.8:
a) Jerusalém
b) Judéia
c) Samaria
d)
Confins da Terra
A presidência da Igreja em Jerusalém ficou sob os
cuidados de Tiago, meio-irmão do Senhor, conforme
afirma o famoso historiador Eusébio de Cesaréia:
“Depois também foi escolhido Tiago, chamado irmão de
nosso Senhor, visto que é também chamado filho de
José... Pedro e Tiago e João, após a ascensão de nosso
Salvador, ainda que preferidos de nosso Senhor, não se
contenderam pela honra, mas escolheram Tiago o Justo,
como bispo de Jerusalém”.
História Eclesiástica cap. I, 47
A presidência de Tiago, ainda que questionada por
alguns, foi de aproximadamente 28 anos. No ano 62,
Tiago, chefe da igreja, foi morto por iniciativa do sumo
sacerdote e ainda contra a oposição Proibida a
comercialização de alguns fariseus. Ante tais
circunstâncias, os chefes da igreja de Jerusalém
decidiram mudar-se para Pela, uma cidade em sua
maioria gentia no outro lado do Jordão. Ao que apresenta
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Moisés Carneiro parte do propósito nessa mudança, era
não só fugir da perseguição por judeus, mas também
evitar as suspeitas por parte dos romanos. Após a morte
de Tiago, Eusébio de Cesaréia relata que “certo primo de
Jesus, por nome de Simeão, filho de Cleófas, substituiu-o
como presidente:
“Após o martírio de Tiago e a captura de Jerusalém, que
se seguiu de imediato, registra-se que os apóstolos e
discípulos de nosso Senhor que ainda viviam juntaram-se
de todas as partes com os que eram parentes de nosso
Senhor de acordo com a carne. Eles se consultaram para
determinar a quem deveriam julgar digno de suceder
Tiago. Todos, unânimes, decidiram que Simeão, filho de
Cleófas, a quem se faz menção no volume sagrado, era
digno do trono daquele episcopado. Dizem que ele era
primo do Salvador, pois Hegéspio afirma que Cleófas era
irmão de José”.
História Eclesiástica Cap. XI, 93.
Com o crescimento impoluto e imediato da igreja, au-
mentou-se também a necessidade de organização, e
após uma convocação dos apóstolos, a igreja escolheu
sete homens de boa reputação para servirem na
distribuição do auxílio aos pobres, em especial as viúvas.
Dentre esses homens, estava Estêvão, homem cheio do
Espírito Santo. Foi provavelmente o primeiro pregador
naquela época a ter a visão de que o evangelho seria para
o mundo inteiro. Este foi perseguido e morto.
Um dos responsáveis pela sua morte foi Saulo de Tarso,
cidade das costas da Ásia Menor, um jovem que foi
instruído pelo distinto intérprete da lei judaica, Gamaliel.
Atos 7.58, afirma que as vestes de E Proibida a
comercialização stêvão foram lançadas nos pés de Saulo,
isso denota que ele já chefiava uma terrível e pertinaz
perseguição contra os cristãos, açoitando-os e
arrastando-os pelas cidades. Com isto, a igreja se
dispersou por vários lugares. E por onde quer que fossem
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membr
Proibida a comercialização
os se tornavam pregadores do evangelho, conforme
registra Atos 8.1-4.
“E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estêvão. A
Perseguição e a Dispersão da Igreja Naquela ocasião
desencadear-am-se grande perseguição contra a igreja
em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram
dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria. Alguns
homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram por ele
grande lamentação. Saulo, por sua vez, devastava a igreja.
Indo de casa em casa, arrastava homens e mulheres e os
lançava na prisão. Os que haviam sido dispersos
pregavam a palavra por onde quer que fossem”.
Além de Estêvão, outro diácono que ajudou na expansão
do cristianismo foi Filipe, que após se refugiar em
Samaria, pregou ali o Evangelho com grande êxito (Atos
8.5-8).
“Indo Filipe para uma cidade de Samaria, ali lhes
anunciava o Cristo. Quando a multidão ouviu Filipe e viu os
sinais miracu-losos que ele realizava, deu unânime
atenção ao que ele dizia. Os espíritos imundos saíam de
muitos, dando gritos, e muitos paralíticos e mancos foram
curados. Assim, houve grande alegria naquela cidade”.
O jovem Saulo viajava no caminho de Damasco quando foi
surpreendido por uma visão de Jesus ressuscitado que
resultou em sua conversão ao cristianismo. Os efeitos
positivos de sua conversão ao Evangelho foram logos
percebidos na cristandade primitiva. Saulo se tornou
Paulo, o maior dos apóstolos.
Nessa ocasião muitos cristãos já tinham se dispersado
por toda part Proibida a comercialização e: especialmente
para Damasco e Antioquia da Síria, localizada ao norte da
Palestina, cerca de 480 km de Damasco.
Segundo o historiador Flávio Josefo, era uma cidade de
avultada 16 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro importância, só Roma e
Alexandria as superavam. Era uma encru-zilhada onde se
encontravam gregos, sírios, e judeus. Ali a nova fé foi
pregada aos gregos (gentios), proporcionando uma fácil
divulgação do Evangelho entre muitas outras regiões. Ali
surgiu não somente a primeira Igreja gentílica, mas
também a maior igreja missionária da época. Dali partiria
Barnabé e Paulo em suas viagens missionárias, a fim de
evangelizar a Ásia menor, a Europa e até os confins da
Terra conforme a orientação do Mestre (Atos 1.8).
Antioquia se tornou o padrão para a nova Igreja, que
deveria se espalhar por todo mundo. Foi ali que os
discípulos pela primeira vez foram chamados pelos gregos
de cristãos, gr. “chris-tianoi” (Atos 11.26). Quando a Igreja
em Jerusalém tomou parte do que estava ocorrendo em
Antioquia apressou-se em enviar a Barnabé, personagem
que se destacou no desenvolvimento inicial da Igreja ali.
Ocupava uma ilustre posição entre os irmãos, pois foi
contado entre os “profetas e mestres”. Quando Barnabé se
instalou em Antioquia, “muita gente se uniu ao Senhor”. E
seguindo a orientação divina, foi até Tarso, a fim de
buscar Saulo (Paulo), para congregar em Antioquia com
eles (Atos 11.25).
A Igreja que estava em Antioquia da Síria era muito gener-
osa, pois naqueles dias de fome previstos por Ágabo
(Atos 11.28-30) enviava ajuda para os irmãos que
estavam em dificuldade.
Em seguida, em Atos 13 o Espírito Santo orienta aquela
Igreja a enviar Barnabé e Saulo para evangelizar outras
terras. Eles realizam sua primeira viagem missionária
passando por Chipre e algumas cidades da Ásia Menor.
A Igr Proibida a comercialização
eja de hoje, tal qual a de Antioquia deve enviar
missionários ao campo tendo em vista o objetivo de
proclamar o evangelho de Cristo, e fundar novas igrejas. O
alvo daquela igreja era conduzir pessoas a Cristo, e não o
de realizar trabalhos políticos ou sociais. A mensagem
aspirava libertação das almas Proibida a Comercialização
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garras d
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a morte e do inferno, e torná-las membros do corpo de
Cristo. Se este não for o objetivo, a visão, o anseio da
Igreja de Cristo, qual será então? Seria formar um clube
social? Uma organização política? Uma instituição de
caridade? Não. A missão da Igreja é testemunhar o poder
e a mensagem de Cristo, através do revestimento do
Espírito Santo, a força propulsora da obra da
evangelização.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ____ 6) - A
presidência da Igreja em Jerusalém ficou sob os cuidados
de Tiago, meio-irmão do Senhor, conforme afirma o
famoso historiador Eusébio de Cesaréia.
____ 7) - Além de Estêvão, outro diácono que ajudou na
expansão do cristianismo foi André, que após se refugiar
em Capadócia, pregou ali o Evangelho com grande êxito
(Atos 8.5-8).
____ 8) - A Igreja de hoje, tal qual a de Antioquia deve
enviar missionários ao campo tendo em vista o objetivo de
proclamar o evangelho de Cristo, e fundar novas igrejas.
As Igrejas Paulinas
Paulo, o “apóstolo dos gentios”, fundou igrejas na Ásia
Menor, n
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a Macedônia, na Grécia, e na Ásia Ocidental. Na maioria
das vezes que lhe era permitido, para falar da mensagem
do Evangelho, fazia uso das sinagogas. A partir daí,
surgiam igrejas 18 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 /
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Te o lo g i a Pastor Moisés Carneiro separadas das
sinagogas, compostas de judeus e gentios convertidos,
tendo cada uma sua própria estrutura, com os presbíteros
separados pelo apóstolo, entre os mais piedosos irmãos.
As igrejas se reuniam no lar dos irmãos, lugar que
representou um pa-pel importante para o desenvolvimento
histórico dessas igrejas.
Há registros da arqueologia que comprovam que durante
os três primeiros séculos, o ponto de reunião dos cristãos
era em casas particulares e não em edifícios de igrejas
distintas.
As Igrejas da Ásia
Quando analisamos a Primeira Epístola de Pedro (cap. 1),
observamos que havia um grupo de igrejas espalhadas ao
longo da costa sul do mar Negro e pelo interior: Ponto,
Galácia, Capadócia, Ásia e Bítínia. Havia uma maioria
gentílica e consequentemente, uma minoria judaica
naquelas igrejas. Podemos observar alguns detalhes
dessas igrejas no livro de Apocalipse: Éfeso era a maior
cidade da Ásia, e o centro da administração de Roma
naquela extensão. Foi entitulada de a “Guardiã do
Templo”, em referência ao templo da deusa Diana.
Esmirna, atualmente conhecida como Izmir, na Turquia,
localizada a uns 60 quilômetros de Éfeso, era uma das
cidades mais prósperas da Ásia Menor, considerada a
Metrópole. Ali a comunidade judaica era numerosa.
Pérgamo
Proibida a comercialização
era uma cidade localizada a uns 70 quilômetros de
Esmirna. Era famosa por sua grande biblioteca com um
acervo de aproximadamente 200.000 pergaminhos, e
seus monumentos religiosos. Sobre ela foi dito: “Mais que
qualquer outra cidade da Ásia, o seu visitante tinha a
sensação de ser ela a sede da autori-Proibida a
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Proibida a comercialização
dade”.
Tiatira era conhecida por seu comércio e indústria.
Localizada a 65 quilômetros de Pérgamo. Era uma cidade
pequena em relação as demais citadas no Apocalípse.
Sardes, situada a 53 quilômetros de Tiatira, chegou a ser
a capital da Lídia, porém entrou em declínio após a
conquista persa, até que o imperador romano Tibério a
reconstruiu depois de um terremoto.
Filadélfia, a 65 quilômetros de Sardes, era uma cidade
que tinha uma pequena população. Foi destruída por um
terremoto no ano 17 d.C. juntamente com Sardes, e
também foi reconstruída por Tibério. Entre as demais
igrejas mencionadas entre o capítulo 2
e 3 de Apocalípse, nesta foi onde o cristianismo
sobreviveu por mais tempo.
Laodicéia, localizada a 65 quilômetros de Filadélfia,
estava localizada a margem de um rio, ficava no
entroncamento de três vias que cortavam a Ásia Menor, o
que fez com que se tornasse um grande centro comercial.
Era um centro bancário de admiráveis reservas
financeiras, as indústrias principais eram de tecidos e ta-
petes de lã, e possuía uma faculdade de medicina.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta 9) - Há
regisProibida a comercialização tros da arqueologia que
comprovam, que durante os três primeiros séculos, o
ponto de reunião dos cristãos era: 20 Faça sua Doação:
Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal
Curso básico de Teologia Pastor Moisés Carneiro ___a.
sinagoga.
___b. templo.
___c. tabernáculo.
___d. casas particulares.
10) – Éfeso era a maior cidade da Ásia, e o centro da
administração de roma naquela extensão. Foi entitulada
de: ___a. “guardiã do templo”.
___b. “guardiã da cidade”.
___c. “guardiã da Ásia”.
___d. “guardiã dos cristãos”.
Perseguição Religiosa
As primeiras reações de contrariedade à mensagem do
evangelho vieram dos próprios judeus, que tinham como
religião prevalecente o judaísmo. Como eles já haviam
rejeitado o mestre, não seria nada difícil rejeitarem
também os seus discípulos. Não demorou muito para o
avanço da Igreja, e eles prenderam o diácono Estêvão,
levando-o à presença de magistrados, que culminou com
o seu apedrejamento até a morte. Estêvão foi o primeiro
mártir da Igreja primitiva. Contudo, isso não iria parar por
aí, haveria ainda, como sempre houve, perseguições
contra a Igreja de Cristo, tanto dos que estão dentro, como
dos que estão fora.
Algo previsto pelo próprio mestre, quando ainda
palmilhava este mundo:
Proibida a comercialização
“Eu os estou enviando como ovelhas entre lobos. Portanto,
sejam astutos como as serpentes e sem malícia como as
pombas.
Tenham cuidado, pois os homens os entregarão aos
tribunais e os Proibida a Comercialização © Direitos
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Proibida a comercialização
açoitarão nas sinagogas deles. Por minha causa vocês
serão levados à presença de governadores e reis como
testemunhas a eles e aos gentios”.
A perseguição sob Nero
Conforme a tradição, Nero teria chegado ao poder no ano
54 d.C., graças aos esforços de sua mãe Agripina, que
não vacilou ante o assassinato de seu próprio pai, para
assegurar a sucessão do trono em favor de seu filho. A
princípio, Nero não cometeu os crimes pelos quais depois
ficou famoso. Ainda mais, várias das leis dos primeiros
anos de seu governo foram de benefício para os pobres e
os despojados. Mas pouco a pouco, o jovem imperador se
deixou levar por seus próprios afãs de grandeza e poder,
e por uma corte que se desdobrava por satisfazer seus
mínimos capri-chos. E se tornou um dos piores de todos
os imperadores romanos que já existiu.
No ano 64 d.C., segundo o historiador Tácito, Nero, o
déspota, ateou um enorme incêndio em Roma, com o
propósito de demolir a Roma antiga, e construir uma nova
e magnífica capital para seu extenso Império. Ele só não
esperava que surgissem certos rumores de que ele
mesmo havia dado as ordens para tal del-ito. Para
escapar de tal acusação, culpou os cristãos por tal crime:
“Apesar de todos os esforços humanos, da liberalidade do
imperador e dos sacrifícios oferecidos aos deuses, nada
bastava para apartar as suspeitas, nem para destruir a
crença de que o fogo havia sido ordenado. Portanto, para
destruir esse rumor, Nero fez aparecer como culpados os
cristãos, uma gente odiada por todos por suas
“abProibida a comercialização ominações”, e os castigou
com mui refinada crueldade. Cristo, de quem tomam o
nome, foi executado por Pôn-cio Pilatos durante o reinado
de Tibério. Detida por um instante, 22 Faça sua Doação:
Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal
Curso básico de Teologia Pastor Moisés Carneiro esta
superstição daninha apareceu de novo, não somente na
Ju-déia, onde estava a raiz do mal, mas também em
Roma, esse lugar onde se narra e encontram seguidores
de todas as coisas atrozes e abomináveis que chegam
desde todos os rincões do mundo. Portanto, primeiro
foram presos os que confessaram (ser cristãos), e
baseadas nas provas que eles deram foi condenada uma
grande multidão, ainda que não os condenaram tanto pelo
incêndio, mas sim pelo seu ódio à raça humana. Além de
matá-los (aos cristãos) fê-los servir de diversão para o
público. Vestiu-os em peles de animais para que os
cachorros os matassem a dentadas. Outros foram
crucificados. E a outros acendeu-lhes fogo ao cair da
noite, para que a iluminassem. Nero fez que se abrissem
seus jardins para esta exibição e, no circo, ele mesmo
ofereceu um espetáculo, pois se misturava com as
multidões, disfarçado de condutor de carruagem, ou dava
voltas em sua carruagem”.
(Anais, XV,44).
A morte dos primeiros discípulos
Nesse período, os cristãos e os seus líderes sofreram
martírios bárbaros. Milhares foram torturados e mortos,
entre os quais mencionamos apenas alguns, conforme
narra a tradição: 1.
André foi atravessado por uma lança.
2.
De Bartolomeu tiraram sua pele por ordem de um tirano.
3.
Filipe foi enforcado na Frigia.
4.
João foi lançado numa caldeira de óleo fervente, dester-
rado para a il Proibida a comercialização ha de Patmos,
depois morreu em Éfeso.
5.
Mateus foi morto à espada na Etiópia.
6.
Matias foi apedrejado e depois decapitado.
7.
Marcos foi arrastado por um animal feroz nas ruas de
Alexandria.
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Lucas foProibida a comercialização i enforcado em uma
oliveira.
9.
Tiago, irmão de João, foi morto ao fio da espada em
Jerusalém.
10. Tiago, o menor, irmão do Senhor, foi lançado do
templo abaixo, tendo morte instantânea.
11. Tomé foi amarrado a uma cruz e ainda assim pregou a
Cristo até morrer.
12. Judas Tadeu foi morto a flechadas. Simão, o Zelote foi
crucificado na Pérsia.
13. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
14. Paulo foi decapitado em Roma nos tempos de Nero.
Os crimes bárbaros de Roma
Já mencionamos os atos sangrentos do Imperador Nero
sobre os cristãos. Atos praticados por motivos sórdidos e
mentirosos.
Condenando-os por um crime do qual não tinham
cometido. Os imperadores que se seguiram após Nero, o
imitaram em sua refinada crueldade contra a massa cristã,
pois os tinham como opres-sores, pelo fato de
combaterem a baixeza moral que se havia no império. A
perseguição dos truculentos imperadores romanos foi tão
desenfreada que perdurou pelos três primeiros séculos da
era cristã, como se segue:
Domiciano (96 d.C.): Este imperador liderou uma das
mais acen-tuadas perseguições contra os cristãos. Matou-
os sob a acusação de que eram ateus, por não
frequentarem os cultos realizados em seu favor. Foi em
seu governo que João esteve exilado na ilha de Patmos.
Suas atrocidades não tinham limites, pois até a sua
esposa ele a exilou. Este matou milhares de cristãos.
Também foi neste período que Proibida a comercialização
se escreveram os últimos livros do Novo Testamento,
conforme afirma o famoso escritor Jesse Lyman. Ele
menciona os possíveis livros que foram compilados na
época de Domiciano: 24 Faça sua Doação: Ag. 0314 /
Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico
de Teologia Pastor Moisés Carneiro Hebreus, II Pedro, as
epístolas de João e o seu Evangelho, Judas e o
Apocalípse. Sendo estes reconhecidos posteriormente
como canônicos.
Trajano (98-117 d.C.): Apesar de se mostrar um
benevolente imperador, preferiu manter as leis severas da
antiga Roma, proib-indo a todo custo o cristianismo. E
segundo a tradição, este teria matado a Simão, irmão de
Jesus, bispo de Jerusalém.
Caio Plínio (111 d.C.): enquanto procônsul na Ásia Menor,
em 111 d.C. escreve uma carta ao imperador Trajano em
que cita os cristãos, constituindo-se esta em um dos mais
antigos documen-tos não neotestamentários sobre a igreja
primitiva: “...[os cristãos]
têm como hábito reunir-se em um dia fixo, antes do nascer
do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um
deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer
qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério,
nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito
quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se
encontram novamente para a refeição...”
Adriano (117-138): Foi menos bárbaro em suas
perseguições.
Mesmo assim, tirou a vida de muitos cristãos.
Antonio Pio (138-161): Favoreceu a igreja até certo ponto,
entretanto ainda proibiu o culto há um único Deus e matou
muitos do
“Caminho”, entre eles, Policarpo, discípulo de João.
Marco Aurélio (161-180): Após Nero, foi o mais cruel.
Praticou os atos mais horríveis contra a igreja, lançando
mão dos fiéis e jogando às feras, também decapitou a
muitos.
Sétimo Severo (193-211): Por todas as partes a igreja
sofria pesada perseguição. Muitos foram queimados
vivos, crucificados e degolados por n Proibida a
comercialização ão negarem a fé.
Máximo (235-238): Foi um imperador cruel, matou muitos
líderes da época.
Décio (249-251): Cipriano disse a respeito da época em
que o imperador Décio perseguiu aos cristãos: “O mundo
inteiro está dev-Proibida a Comercialização © Direitos
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Proibida a comercialização
astado”.
Valeriano (253-260): Este matou a Cipriano, bispo de
Cartago e perseguiu a igreja.
Diocleciano (284-305): Diz a história que esta foi a mais
severa de todas as perseguições do império romano aos
cristãos. Por um espaço de dez anos ele investiu uma
grande crueldade diabólica para destruir o cristianismo.
Questionário
Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”
___ 11) – Foi atravessado por uma lança.
A. Filipe
___ 12) – Foi enforcado em uma oliveira.
B. André
___ 13) – Foi enforcado na Frigia.
C. Lucas
___ 14) – Foi crucificado de cabeça para baixo.
D. Pedro
Proibida a comercialização
26 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Lição 2
Os Pais da Igreja e a sua Secularização Os cristãos eram
alvos de calúnias Na comunidade cristã, desde o cerco e
a destruição de Jerusalém (66-70 d.C) liderada pelo
general Tito, filho do imperador Vespasiano, as reuniões
se tornaram secretas. Visto que havia uma forte e
prolongada perseguição imperial, que perdurou até o
quarto século, por volta do ano 313, quando o edito de
Constantino fez cessar todos os intentos para destruir o
cristianismo.
Por causa dessas reuniões secretas que geralmente
aconte-ciam antes do por sol, ou à noite, despertaram
falsos rumores de que entre eles haviam práticas de atos
imorais e criminosos.
Havia também rumores, acusando os cristãos de
comerem e beberem até embriagarem-se, e praticarem
atos sexuais entre si, e com parentes mais próximos.
“Fundamentados na comunhão levantaram outro rumor:
que os cristãos diziam que comiam a “carne” de Cristo
(simboli-camente), e já que também falavam do menino
que havia nascido em um estábulo, daí chegaram a
conclusão de que os cristãos estariam escondendo um
menino recém-nascido dentro de um grande pão Proibida
a comercialização
, e o colocando diante de alguém que desejava ser cristão.
Os cristãos então estariam ordenando que se cortasse o
pão, e logo devorariam o corpo ainda palpitante do
menino. O neófito, que se havia feito participante de tal
“crime”, ficaria assim compro-metido a guardar o
segredo”.
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Proibida a comercialização
Outra estranha opinião que alguns sustentavam era de que
os cristãos adoravam a um asno crucificado. Algum tempo
antes, haviam dito que os judeus adoravam a um asno.
Agora, começaram a transferir essa opinião aos cristãos,
a quem se fazia então objeto de zombaria.
A inimizade contra os cristãos, que parecia se basear só
em questões de religião e doutrinas, também tinha muito a
ver com preconceitos de classe, e questões econômicas.
Atacavam o cristianismo, considerando-o uma religião de
bárbaros. Diziam:
“em todo caso, seja qual for esse Deus dos cristãos, o fato
é que seu culto destrói a própria fibra da sociedade”.
“Os cristãos eram considerados como niveladores da
sociedade, portanto anarquistas, perturbadores da ordem
social.
Eis por que eram tidos na conta de inimigos do Estado.
Não raro interesses econômicos também provocavam e
excitavam o es-pírito de perseguição. Assim como o
apóstolo Paulo, em Éfeso, esteve em perigo de morte em
razão de um motim incitado por Demétrio, o ourives,
assim também, muitas vezes os governantes eram
influenciados para perseguir os cristãos, por pessoas
cujos interesses financeiros eram prejudicados pelo
progresso da igreja: sacerdotes e demais servidores dos
templos dos ídolos, os que ne-gociavam imagens, os
escultores, os arquitetos que construíram templos, e todos
os que ganhavam a vida por meio da adoração pagã.”
Jesse Lyman
O surgimento de três escolas teológicas Proibida a
comercialização
Um novo e desafiador período se inicia à partir do
segundo século. Defender a fé entregue aos santos por
meio de obras 28 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 /
C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico de
Teologia Pastor Moisés Carneiro e artigos que a
corroborasse. Nesse período, surgiram muitas seitas e
heresias, e então, tornou-se proeminente o cuidado da
Igreja quanto ao desenvolvimento da sua doutrina.
Nos tempos apostólicos, a comunidade cristã estava
voltada para o interior, para o coração. Havia uma entrega
sem res-salvas a Cristo. Contudo, nesse novo período, a
fé passou a ser mais mental e intelectual mais voltada
para as doutrinas (artigos) da Igreja, do que propriamente
para o exemplo de vida de Jesus.
A doutrina ocupou um avantajado espaço no cristianismo
e com isso, nesse período, apareceram três escolas
teológicas: uma em Alexandria, outra na Ásia Menor, e
outra no norte da África.
A escola de Alexandria: fundada em 180 d.C., por Patento,
um filósofo afamado. Foi um eloqüente orador, contudo,
poucos de seus ensinamentos sobreviveram. Suas obras
combatiam acirr-adamente o paganismo. Orígenes foi o
mais ilustre personagem da escola de Alexandria.
Contribuiu com muitos temas intelec-tuais naquele
período.
A escola da Ásia Menor: era formada por um grupo
distinto de escritores e mestres da teologia. Irineu foi seu
mais importante porta-voz.
A escola do norte da África: localizava-se em Cartago. A
que mais contribuiu para o cristianismo. Ela deu forma ao
pensamento te-ológico da Europa. Seus dois maiores
representantes foram: Tertuliano e Cipriano, ambos
fervorosos teólogos.
As ob Proibida a comercialização
ras deixadas por esses distintos cristãos se tornaram
ricas informações sobre a Igreja, sua vida, suas doutrinas
até aquele período.
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Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado.
___ 15) – Na comunidade cristã, desde o cerco e a
destruição de Jerusalém (66-70 d.C) liderada pelo general
Tito, filho de Vespasiano, as reuniões se tornaram
secretas..
___ 16) – A inimizade contra os cristãos, que parecia se
basear só em questões de religião e doutrinas, também
tinha muito a ver com preconceitos de classe, e questões
econômicas.
___ 17) – A escola de Alexandria: fundada em 380 d.C.,
por Plínio, um filósofo afamado. Foi um eloqüente
pregador, contudo, poucos de seus ensinamentos
sobreviveram.
Os líderes proeminentes da Igreja Entre o primeiro e
terceiro séculos, prosperou uma geração de grandes
homens verdadeiramente inspirados, capazes de rep-
resentarem a fé, e ainda persuadirem a muitos com a
mensagem de Cristo e com uma vida corroborada de
singeleza e pureza diante do Salvador:
Inácio (67–110 d.C.) - foi o Bispo de Antioquia da Síria,
entre os anos 70 e 107, data do seu martírio. Diz Eusébio
que ele foi o segundo bispo de Antioquia: Também Inácio,
celebrado por muitos até hoje como sucessor de Pedro
em Antioquia, foi o segundo que obteve o ofício episcopal
dali. A tradição diz que ele foi enviado da Síria para R
Proibida a comercialização oma e lançado como alimento
para as feras selvagens, por conta de seu testemunho de
Cristo. Diz ainda que ele desejava ser martirizado, pois
escrevia cartas as igrejas confessando seu anseio de não
perder a honra de morrer por seu Salvador.
30 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Policarpo (69-156 d.C.) – homem que
fora instruído pelos apóstolos e bem relacionado com
muitos que haviam visto a Cristo, tendo sido também
nomeado bispo pelos apóstolos na Ásia, na igreja de
Esmirna, pois ele viveu longo tempo até idade muito
avançada, quando, após glorioso e por demais notável
martírio, partiu desta vida, queimado vivo. Diz que ao ser
levado perante o governador a fim de negar o nome de
Cristo, assim respondeu: “oitenta e seis anos o servi, e
somente bem recebi durante todo o tempo. Como poderia
eu agora negar ao meu Senhor e Salvador?”
Papias (70-155 d.C.) – segundo Irineu, Papias foi ouvinte
de João e companheiro de Policarpo, um escritor antigo
que os menciona no quarto livro de suas obras. Foi bispo
de Hierápolis.
Justino Mártir (100-167 d.C.) - era filósofo antes de se
tornar cristão. Seus ensinamentos acerca da vida da Igreja
em meados do segundo século ainda existem. Foi um
grande defensor da fé. Conta em suas obras como eram
realizados os cultos e suas formas de adoração. Diz que o
culto consistia na leitura dos Salmos, Profetas e outros
textos do Velho Testamento, logo após celebravam a Ceia
do Senhor, e que recolhiam ofertas para atender as
necessidades existentes.
Irineu (130 d.C.) - era natural da Ásia Menor,
provavelmente de Esmirna, onde nasceu e se tornou
discípulo do bispo Policarpo.
Durante sua vida, foi um admirador de seu mestre
Policarpo, e em seus escritos se referiu repetidamente
aos ensinos de um “ancião”
- o presbítero — cujo nome não menciona, mas que
denota ser Policarpo. Foi bispo em Lion e defensor da fé
cristã. A tradição diz que foi degolado em um monte com
outros cristãos.
Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) - ao que parece,
Clemente era natura
Proibida a comercialização
l de Atenas, a cidade que durante séculos havia sido
famosa por seus filósofos. Depois de viajar por uma boa
parte do Mediterrâneo, encontrou em Alexandria um
mestre que o satisfez.
Este mestre era Panteno, de quem é pouco o que
sabemos. Mas, em todo caso, Clemente permaneceu em
Alexandria, e sucedeu a Panteno. No ano 202, por causa
da perseguição de Sétimo Severo, Proibida a
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31

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Clemente viu-s Proibida a comercialização e obrigado a
abandonar Alexandria, e andou por várias regiões do
Mediterrâneo oriental — particularmente Síria e Ásia
Menor — até sua morte, que teve lugar por volta do ano
215.
Tertuliano (160-220 d.C.) - nasceu na cidade africana de
Cartago por volta do ano 150, mas foi em Roma, quando
contava uns quarenta anos, que se converteu ao
cristianismo. Algum tempo depois, regressou à sua cidade
natal, onde se dedicou a escrever em defesa da fé contra
os pagãos, e em defesa da ortodoxia contra os hereges.
Já que, ao que parece, era advogado ou ao menos havia
sido adestrado na ciência retórica, e nos procedimentos
que usavam os advogados toda sua obra leva o selo de
uma mente legal.
Orígenes (185-254 d.C.) – o mais notável discípulo de
Clemente, e o último dos quatro grandes mestres da igreja
que discutiremos agora. Diferentemente de seu mestre
Clemente, Orígenes era filho de pais cristãos. Durante a
perseguição de Sétimo Severo, o pai de Orígenes foi feito
prisioneiro e sofreu o martírio. Orígenes, que ainda era
jovem, quis sofrer martírio junto com ele. Sua mãe, porém,
escondeu suas roupas, e Orígenes viu-se obrigado a
permanecer em casa, onde dedicou a seu pai um tratado
em que o exortava a ser fiel até a morte. Por fim, no tempo
da perseguição de Décio, Orígenes teve ocasião de
mostrar a firmeza de sua fé.
Dado o caráter dessa perseguição, Orígenes não foi
morto, mas torturado até o ponto em que, posto em
liberdade, morreu em pouco tempo. Diz-se que morreu na
cidade de Tiro.
Cipriano (257 d.C.) – segundo afirma o historiador
Eusébio de Cesaréia, ele era bispo de Cartago. Foi
alcançado por Cristo aos 45
anos de idade. Tornou-se um dos maiores escritores e
dirigentes da Igreja nesse período. Acabou sendo
condenado pelo imperador Valerian Proibida a
comercialização o por recusar-se a venerá-lo.
Eusébio, de Cesaréia (264-340 d.C.) – bispo de Cesaréia
no tempo de Constantino escreveu uma importante obra:
História Eclesiás-32 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op.
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Te o lo g i a Pastor Moisés Carneiro tica, uma fonte
riquíssima sobre os primeiros quatro séculos da Igreja de
Cristo.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta 19) – Foi o Bispo de
Antioquia, entre os anos 70 e 107, data do seu martírio.:
___a. Eusébio.
___b. Teófilo.
___c. Bartimeu.
___d. Inácio.
20) – Irineu (130 d.C.) - era natural da Ásia Menor,
provavelmente de Esmirna, onde nasceu e se tornou
discípulo do bispo: ___a. Orígenes.
___b. Estevão.
___c. Policarpo.
___d. Filipe.
Um perigo eminente: seitas e heresias As lutas da Igreja
para continuar existindo parecia não ter fim. Não bast
Proibida a comercialização assem as intermináveis
perseguições cruéis e bár-baras dos imperadores, e as
calúnias levantadas contra eles, brava-mente combatia
também as seitas e heresias que passavam a surgir no
transcorres dos anos dentro do próprio rebanho. Vamos
destacar as mais importantes:
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O Gnosticismo – o termo grego “gnosis” significa
sabedoria.
Movimento filosófico-teológico que considerava o
conhecimento como decisivo para a salvação. Nasceu
antes do cristianismo com elementos de diversas culturas
antigas, na Ásia Menor. Adquiriu força no mundo judeu e
heleno desde o século I a. C. e se pro-longou, também
com elementos cristãos, até o século IV d.C. Foi dualista;
o espírito deveria ser libertado do cárcere da matéria por
meio do conhecimento em etapas sucessivas. Criam que
do Deus supremo emanava um grande número de
divindades inferiores, algumas benéficas, outras malignas.
Interpretavam as Escrituras de forma alegórica.
Perduraram por apenas um século.
O Ebionismo – no hebraico significa pobre. Era formado
por um grupo de judeus que observavam a lei e os
costumes judaicos. Não aderiram aos ensinos de Paulo,
porque este combatia tais posturas.
Docetismo - Do grego dókesis (aparência). Heresias dos
primeiros tempos da Igreja, à qual já se refere em escritos
do NT (João, Colossenses), que atribuía a Cristo um corpo
apenas aparente, il-usório; com isso negava a realidade
do mistério da Encarnação.
Negavam que Cristo teria nascido de Maria.
Judaizantes - Eles afirmavam ser necessário, para quem
se tornava cristão, seguir as práticas judaicas e, portanto,
tornar-se judeu antes de ser cristão. Paulo respondeu
defendendo a liberdade dos filhos de Deus frente à lei (cf.
Rm 1,16-17; Gl 2.11-14).
O Marcionismo - foi uma seita religiosa fundada em 144
d.C. em Roma por Marcião de Sinope (110-160), um
religioso cristão do segundo séc Proibida a
comercialização ulo, e um dos primeiros a serem
denunciados pelos cristãos como um herético. Ele
rejeitava o Antigo Testamento. Por muitos é considerado
um anti-semita (aversão aos judeus).
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Moisés Carneiro O Maniqueísmo – fundado por Mani, e
era de origem persa. Diziam que o universo compõe-se
do reino das trevas e do reino da luz e ambos lutavam pelo
domínio da natureza e do próprio homem.
Não se casavam. Antes de se converter, Agostinho, o
maior teólogo da Igreja era maniqueu.
O Montanismo – nome recebido por causa do seu
fundador se chamar Montano. Eram puritanos, exigiam
que tudo voltasse à simplicidade dos primitivos cristãos.
Esta seita quase não poderia ser contada entre as
heréticas. Tertuliano, um dos principais pais da Igreja
escreveu em favor delas e aceitou as idéias dos montani-
stas.
Arianismo – no final do século III, Sabélio, bispo da Igreja
na África, questionou a divindade de Jesus, e a doutrina
da Trindade Divina. Outro por nome de Ário, bispo de
Alexandria por volta do século IV, ampliou as idéias de
Sabélio, interpretando as Escrituras de modo pessoal e
irreverente. Seus ensinos influenciam correntes heréticas
até os dias de hoje, como é o caso das Testemunhas de
Jeová. Consideravam Cristo como um ser igual aos
demais seres criados, e não eterno como o Pai, conforme
afirmam as Escrituras.
Pelagianismo – foi fundado pelo de frade Pelágio, que
negou a corrupção total da raça humana pela transgressão
de Adão, que segundo ele, prejudicou apenas o próprio
Adão. Ensinava com isso, que nascíamos em estado de
inocência. Sendo assim, segundo ele, o ho Proibida a
comercialização mem poderia salvar-se tanto pela graça
quanto pela lei,
Apolinarialismo – este grupo afirmava que Jesus tinha
uma natureza divina que sobrepujava a humana, não tendo
desta forma, Proibida a Comercialização © Direitos
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sofrido a agonia da cruz, ou passado fome visto que sua
natureza divina lhe supria todas as suas necessidades, em
contraposição aos ensinos bíblicos. Estes seguiam as
idéias do bispo rebelde Apolinário. Seus ensinos são
aderidos pelos unicistas, que negam a trindade.
Agnosticismo – não podemos confundir agnosticismo com
gnosticismo. O agnosticismo é uma espécie de ateísmo
disfarçado.
Embora não admitam que serem chamados de ateus, pois
afirma que não descrê na existência de Deus, apenas a
ignora, por julgar ser um problema insolúvel.
Os defensores da Fé Crista
A grande maioria dos tratados escritos após a formação
do Cânon do Novo Testamento tinha como objetivo opor-
se tenaz-mente as iminentes heresias formuladas contra a
Igreja. Surgiram líderes, que escreveram um vasto acervo
de tratados de cunho doutrinários. Estes homens
posteriormente passaram a ser chamados de
“apologistas”, ou defensores da fé.
Jerônimo (340-420 d.C.) – o mais ilustre dos pais da
Igreja. Traduziu a Bíblia para o latim, conhecida como
Vulgata. Vivia num mosteiro em Belém, onde se dedicou
profundamente para a tradução da Bíblia e composição de
tratados contra as heresias.
João Crisóstomo (345-407 d.C.) – um exímio orador,
considerado o maior pregador em sua época, apelidado
de “boca de ouro” pela eloqüência e unção de suas
mensagens que paralisava as multidões, nas g Proibida a
comercialização randes reuniões da catedral de Santa
Sofia em Constantinopla, onde era bispo. Suas
mensagens incomodaram à corte que passou a persegui-
lo. Foi lançado num exílio, onde morreu.
36 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Seu sepultamento em Constantinopla foi
como o de um grande estadista, um grande embaixador
do Reino de Cristo.
Agostinho (354-430 d.C.) – converteu-se por causa da
mãe de Ambrósio, bispo em Milão, e das cartas de Paulo.
Têm um nome muito reconhecido na teologia. Foi um
mestre e contribuiu distin-tamente para doutrina da Igreja
na Idade Média. Combateu acir-radamente as heresias de
Pelágio e Mani.
Ambrósio de Milão (340-397 d.C.) – possuía um grande
zelo que o destacou entre os líderes mais consagrados da
época. Repreen-deu o imperador Teodósio por seu
pecado, levando-o a um sincero arrependimento diante de
Deus. Sua atitude destacou-se entre os líderes da sua
época.
Atanásio (296-373 d.C.) – bispo de Alexandria que
combateu severamente as heresias arianas. Foi acusado
falsamente de ter matado o bispo de Arsino de Mileto. No
dia do julgamento, para espanto de seus acusadores, o
próprio Arsino, que estava vivo, apareceu para
testemunhar em seu favor.
A Secularização da Igreja
Uma armadilha satânica contra a Igreja de Nosso Senhor
Depois de Diocleciano abdicar de sua coroa, por volta de
305 d.C., doi Proibida a comercialização s imponentes
rivais aspiravam por ocupar o trono imperial. O déspota
Maxêncio, filho de Maximiano; e Constantino favorável aos
cristãos. Este era filho do governador Constâncio e de
Helena, filha de um estalajadeiro sérvio, que sendo cristã,
procurou incutir-lhe os princípios básicos do cristianismo:
justiça, misericórdia, paz e tolerância, contrastando com
aqueles Proibida a Comercialização © Direitos
Reservados ao Instituto Belém 37
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Proibida a comercialização
defendidos pela cultura romana e de seu próprio pai.
Apesar disso, a religião de sua mãe, exerceu forte
influência sobre si, que mesmo sabendo da antipatia
popular aos cristãos, demonstrou desde o princípio
tolerância para com os mesmos.
Ao enfrentar a batalha campal a oposição que lhe fazia
Maxêncio no ano de 312 d.C., afirmou ter tido uma visão
de uma cruz resplandecente no céu e uma voz que lhe
dizia e determinava:
-”In Hoc Signo Vinces” – (por este sinal vencerás).
Adotando o símbolo da cruz, como sinal de vitória e
insígnia para o seu exército, morrendo seu inimigo
Maxêncio, afogado no rio Tigre. Tendo logrado êxito na
batalha contra Maxêncio que morreu afogado no rio Tibre,
construiu o monumental arco comemorativo que existe
ainda, hoje, em Roma – o famoso arco de Constantino
defronte ao Coliseu, e determinou a liberdade aos
cristãos, promulgando o famoso “Edito de Tolerância” no
ano seguinte em 313 d.C, quando a espada não mais se
levantou contra os cristãos.
Nesse período, Constantino se limitou a garantir a paz da
igreja, e a lhe devolver as propriedades que tinham sido
confisca-das:
“Os templos das igrejas foram restaurados e novamente
abertos em toda a parte. No período apostólico
celebravam-se reuniões em casas particulares e em
salões alugados. Mais tarde, nos períodos em que
cessavam as perseguições construíram-se templos para
as igrejas. Na última perseguição, durante o tempo de
Diocleciano, alguns desses templos foram destruídos e
outros confiscados pelas autoridades. Todos os templos
que ainda exis-tiam quando Constantino subiu ao poder,
foram pagos pelas cidades em que estavam. A partir
dessa época os cristãos gozavam de plena liberdade para
edificar templos que começaram a ser er-guidos, po
Proibida a comercialização r toda a parte. Esses templos
tinham a forma e toma-vam o nome de “basílica” romana
ou salão da corte, isto é, um retângulo divido por filas de
colunas, tendo na extremidade uma 38 Faça sua Doação:
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Curso básico de Teologia Pastor Moisés Carneiro
plataforma semicircular com assentos para os clérigos”.
Jesse Lyman
Depois apoiou a igreja mais decididamente, como por
exemplo, doando-lhe o palácio de Latrão, em Roma, que
pertencia à família de sua esposa, e ordenando que os
bispos que se dirigiam para o sínodo de Áries, em 314,
utilizassem os meios de trans-porte imperiais, sem
nenhum ônus para a igreja.
Ao mesmo tempo, entretanto, ele tentava manter boas
relações com os devotos dos cultos antigos, e
particularmente com o Senado romano. O Império
oficialmente era pagão, e des-ignava a Constantino, como
cabeça do Império, o título de sumo sacerdote.
O Cristianismo, sem dúvidas, passou a desfrutar de
muitos benefícios nesse período. Com a construção de
novos templos cristãos, a indenização pelo Estado de
diversos templos destruídos ou confiscados durante o
governo do Imperador Diocleciano, até mesmo a
transformação dos templos pagãos em casas de oração,
porém a adoração pagã, não só era tolerada, mas
sutilmente era introduzida na esfera do cristianismo, que
fazia “vistas grossas”.
Com o “Edito de Milão” em 320 d.C. dando mais liberdade
aos cristãos, o império ficou praticamente envolvido pelo
cristianismo, não existindo mais perigo de retrocesso. As
Igrejas e o clero passaram a receber donativos em
pequena escala em princípio, mas logo depois passaram
a receber de maneira generalizada e de forma liberal,
enriquecendo as Igrejas, bem como todo clero, que
gozava de privilégios acima de todos os demais
cidadãos, uma vez que dos mesmos não se exigiam os
deveres cívicos, não podiam ser tribut
Proibida a comercialização
ados nas causas em que tornassem parte, só poderiam
ser julgados por uma corte eclesiástica e não civil.
Domingo, o primeiro dia da semana, foi proclamado o dia
de descanso e adoração em todo o império. Proibindo o
funciona-mento das cortes e tribunais nos domingos,
ressalvo quando fosse Proibida a Comercialização ©
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libertar a Proibida a comercialização lgum escravo. Inibiu
o exército de trabalhar aos domingos.
Da mesma forma que o cristianismo influenciou o império
romano, contribuindo para o crescimento das relações
sociais, sendo eliminadas práticas extremamente
desumanas e irracionais como:
a) – A CRUCIFICAÇÃO: forma comum de castigo para
todos os criminosos, exceto para um cidadão romano, que
diante de uma pena de morte eram decapitados, como foi
o caso de Paulo que possuía a cidadania romana.
Constantino aboliu a crucificação, pelo fato de considerá-
la um emblema sagrado a ponto de torná-la distintivo de
seu exército.
b) – O INFANTICÍDIO: naquela época havia se tornado
comum o hábito de os pais matarem asfixiadas as
crianças que não lhes agradassem. Quando não as
matavam as abandonavam para que morressem. O
Cristianismo trouxe o benefício da vida para aquelas
crianças, fazendo com que o infanticídio fosse banido do
im-pério.
c) – AS LUTAS DE GLADIADORES: as lutas entre os
gladiadores foram banidas. Essa lei foi imposta na capital.
Entretanto, no an-fiteatro romano ainda houve combates
até 404 d.C. Até um monge por nome de Telêmaco tentou
parar uma luta entre gladiadores ao entrar na arena, mas
acabou sendo morto. Desde então, cessou a matança de
homens para satisfazer o prazer dos espectadores.
Contudo, apesar de todos esses plausíveis benefícios ad-
vindos naquela época, a aliança com o ESTADO trouxe
terríveis resultados p Proibida a comercialização ara o
CRISTIANISMO. Que se embebedou com as regalias que
lhe foi proporcionado, e aliado ao fato de ocorrer
novamente as terríveis circunstâncias da perseguição,
deixou-se 40 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico de Teologia
Pastor Moisés Carneiro também influenciar,
principalmente pela cultura religiosa pre-dominante no
império, trazendo para ao culto cristão práticas es-púrias
do paganismo, como a idolatria, o culto e a veneração aos
mortos, a divinização da virgem Maria, para assumir o
lugar das divindades femininas ali cultuadas, a elevação
do bispo de Roma à condição de Bispo Universal
(imitando a estrutura de poder do império).
Infelizmente, não existem evidências animadoras da
conversão de Constantino a Jesus Cristo, senão um
relatório extenso de práticas que contrariam a moral cristã,
como a execução de seu filho; e pouco depois, a de sua
própria mulher. Apesar de tão antagônico comportamento,
passou a freqüentar as reuniões de líderes da Igreja, sem
encontrar restrições por parte dos mesmos, que passaram
a reverenciá-lo como o “bispo dos bispos”, dando origem
através deste desvio doutrinário do cristianismo apóstata,
que foi o dogma do papado oficializado anos depois.
Mesmo sendo o principal responsável pelo fim da
perseguição aos cristãos, e inegavelmente ter
demonstrado tamanho favorecimento ao Cristianismo,
Constantino nunca aceitou submeter-se ao batismo
durante toda sua vida, o que só ocorreu no último
momento da sua vida, em seu leito de morte. Só Deus
conhece a real sinceridade de sua decisão.
A Oficialização do Cristianismo como a Religião Oficial
Pouco a pouco a influência do imperador crescia dentro
da igreja, com isso os líderes da igreja lhes concediam
honras e o bajulavam, tanto por medo de que a repressão
voltasse, como também pe Proibida a comercialização los
interesses temporais de galgar posições dentro da
hierarquia interna, ou mesmo funções públicas.
Podemos, sem sombra de dúvida, afirmar, que se o fim da
perseguição aos cristãos foi uma benção, a oficialização
do cristianismo como religião oficial do império, foi uma
terrível cilada Proibida a Comercialização © Direitos
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inimigo, q Proibida a comercialização ue afetou
profundamente a realidade espiritual da Igreja, que se viu
inflada, repleta de “membros”, que forçados a uma pseuda
conversão, migraram para o cristianismo, sem pas-sarem
pela imprescindível experiência do novo nascimento.
A Igreja e o Estado uniram-se quando Constantino adotou
o CRISTIANISMO como religião oficial do império romano.
Estando a Igreja aliada ao Estado, passou a ser dominada
por ele, com isso os propósitos estabelecidos por Cristo
para ela foram postos de lados por seus líderes, que se
preocupavam apenas em satisfazer os anseios do
imperador, que por sua vez intro-duzia o mundo dentro da
Igreja. Ao invés de humildade e santidade, os membros
adotaram uma postura ambiciosa, arrogante e orgulhosa.
O impacto de Constantino
O impacto da “conversão” de Constantino sobre a vida da
igreja foi tão grande que se fará sentir durante toda a
narrativa da história do cristianismo. Depois da sua
“conversão”, o temor se dissipou. Os poucos governantes
pagãos, que vieram depois dele, não perseguiram os
cristãos, somente tentaram restaurar o paganismo por
outros meios.
Tudo isso produziu, em primeiro lugar, o desenvolvimento
do que poderíamos chamar de uma “teologia oficial”.
Deslumb-rados com o favor que Constantino evidenciava
em relação a eles, não faltaram cristãos que se
empenharam em provar que Constantino era um eleito de
Deus, e que sua obra era a consumação da história da
igreja.
Até a época de Constantino, o culto cristão tinha sido
relativamente simples. No princípio, os cristãos se reuniam
para adorar em c Proibida a comercialização asas
particulares. Depois começaram a se reunir também em
cemitérios, como as catacumbas romanas.
No século terceiro já havia lugares dedicados
especificamente para o culto. A igreja mais antiga
descoberta até agora é a 42 Faça sua Doação: Ag. 0314 /
Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico
de Teologia Pastor Moisés Carneiro de Dura-Europos,
que data aproximadamente do ano 270. Mas também
essa igreja de Dura-Europos não passa de uma pequena
habitação, decorada somente com algumas pinturas
murais de caráter quase primitivo.
Depois da conversão de Constantino, o culto cristão
começou a sentir a influência do protocolo imperial. O
incenso, que até então tinha sido sinal do culto ao
imperador, apareceu nas Igrejas cristãs. Os ministros que
oficiavam no culto começaram a usar vestimentas
ricamente ornamentadas, em sinal de respeito.
Pela mesma razão vários gestos de respeito normalmente
feitos diante do imperador começaram a surgir também no
culto.
Além disso, apareceu o costume de iniciar-se o culto com
uma procissão. Para dar mais destaque a esta procissão
surgiram os coros, com o resultado, em longo prazo, de
que a congregação participava cada vez menos do culto.
Por outro lado, as igrejas construídas no tempo de
Constantino e dos seus sucessores contrastavam com a
simplicidade da Igreja de Dura-Europos. O próprio
Constantino mandou construir em Constantinopla a igreja
de Santa Irene, em honra à paz.
Helena, sua mãe construiu na Terra Santa a igreja da
Natividade e a do Monte das Oliveiras.
Ao mesmo tempo, ou por ordem do imperador, ou
seguindo seu exemplo, foram construídas igrejas
semelhantes nas principais cidades do Império. Essa
política continuou sob o governo dos sucessores de
Constantino que morreu em 22 de maio do ano 337 d. C.
Quase todos eles tentaram perpetrar sua memória, con-
struindo igrejas pomposas.
A divis
Proibida a comercialização
ão do Oriente com a Igreja de Roma Constantino em sua
efêmera vaidade reconstruiu Bizân-cio, cidade grega que
datava existência de mil anos e estava situada entre a
Europa e a Ásia, chamando-a de Constantinopla (hoje
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Istambul, na T Proibida a comercialização urquia), assim
denominada em sua homenagem, transformando-a na
nova capital do Império Romano. Logo, surgia a primeira
dificuldade religiosa, pois o Bispo de Roma, havia
imposto sutilmente sua autoridade sobre as demais
Igrejas a pre-texto de ser o bispo da capital do império,
plantando gradativa-mente a semente do papado.
Com a mudança da capital, o bispo de Constantinopla
passou a reivindicar seus direitos sob a mesma alegação
de que se Constantinopla era a nova capital do império,
logo o direito de comando também deveriam ser
transferidos a nova igreja.
Iniciou-se então a animosidade das igrejas do Ocidente
com o Oriente, culminando com a separação definitiva no
século VIII, surgindo desta forma a primeira divisão do
cristianismo: Igreja Católica Apostólica Romana no
Ocidente e Igreja Ortodoxa Grega no Oriente.
Houve durante este período cinco bispos, ou patriarcas
como passaram a ser designados mais tarde, instalados
em: Jerusalém; Antioquia; Alexandria; Constantinopla, e
Roma. O patriarca desta última reivindicava para a Igreja
de Roma a suprema-cia da autoridade religiosa, por ter
sido fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo. Nesta
ocasião surgiu a tradição de que Pedro teria sido o
primeiro bispo de Roma. Seu argumento baseava-se nos
textos de Mateus 16.18 “Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja”. E outro registrado em João
21.16-17 “apascenta as minhas ovelhas”. Defendiam
erroneamente estas afirmações, utilizando-se de uma
hermenêutica conveniente e preponderante.
Ao contrário, a Bíblia diz que Jesus, e não Pedro, é o
fundamento da Igreja.
“Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que
já está p Proibida a comercialização osto, o qual é Jesus
Cristo”. (I Co 3.11) Apóstolo Paulo
44 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro O fim do Império Romano
Após a morte de Constantino, o Império Romano, um dos
mais bárbaros e temíveis impérios já visto, chegou ao seu
final. Os motivos que causaram seu enfraquecimento e
consequentemente sua subversão foram: as sucessivas
invasões e divisões, a insatisfa-
ção do povo com a mudança religiosa, política e
econômica.
Em 476, Odoacro, rei dos hérculos (uma tribo germânica)
apodera-se de Roma expulsando do trono o menino
imperador Rômulo, pondo fim ao extenso período de
domínio do Império Romano.
O fim do Império Ocidental é relevante por demarcar a
passagem da Idade Antiga para a Idade Média que vai até
1453
d.C. com a tomada de Constantinopla pelos turcos, onde
finda os dias do Império Oriental.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___ 21) – o termo
grego “gnosis” significa graça. Movimento filosófico-
teológico que considerava a graça como decisiva para a
salvação.
___22) – Depois de Diocleciano abdicar de sua coroa,
por volta de 305 d.C., dois imponentes rivais aspiravam
por ocupar o trono imperial
Proibida a comercialização
. O déspota Maxêncio, filho de Maximiano.
___ 23) – O impacto da “conversão” de Constantino sobre
a vida da igreja não foi tão grande assim, quase não se
faz senti-lo no decorrer da história do cristianismo.
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Proibida a comercialização
___ 24) – A igreja mais antiga descoberta até agora é a
de Dura-Europos, que data aproximadamente do ano 270
d.C
___ 25) – Em 476, Odoacro, rei dos hérculos (uma tribo
germânica) apodera-se de Roma expulsando do trono o
menino imperador Rômulo, pondo fim ao extenso período
de domínio do Império Romano.
Proibida a comercialização
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Moisés Carneiro Lição 3
A Igreja da Idade Média e a Reforma Protestante
Período que abrangem os fatos da Idade Média até a
Reforma 476-1529
Origem do Papado
No período da Idade Média, fato que se tornou mais no-
tável foi o desenvolvimento do poder papal. Já no século V
di-vulgou-se por todos os lugares a heresia de que o bispo
de Roma deveria exercer poder sobre os demais bispos
cristãos em todo o mundo, pois este seria o legítimo
sucessor de Pedro. Quando o império ocidental (476) caiu
o bispo de Roma ganhou notorie-dade como a mais
célebre autoridade na cidade e nos limites do império.
Inocêncio I já havia iniciado as prerrogativas do bispo
“universal” em 402, convencendo a igreja ocidental de que
todo e qualquer assunto de ordem eclesiástica deveria ser
remetido à “sé apostólica” para lá ser resolvido, porém
não conseguiu o conven-cimento universal.
Contudo, o período de crescimento da autoridade papal
começou com Gregório I, o Grande (589-604), que se
destacou por sua liderança expressiva, passando a
exercer de fato o domínio sobre a igreja ocidental,
chegando a ser chamado de “o cônsul de Deus”. Con
Proibida a comercialização siderado o primeiro papa de
caráter universal.
O poder temporal dos papas cresceu de tal forma na
idade média, que o poder da igreja neste período
comparava-se ao do antigo Império Romano, passando o
próprio papa, a utilizar inclusive, títulos exclusivos da
antiga autoridade imperial, como o de “pontiex-maximus”
(sumo – pontífice).
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Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus O


regist Proibida a comercialização ro dos fatos, porém,
deixam claro e evidente, que a criação do cargo de papa
só ocorreu muitos séculos depois da era apostólica, por
pura vaidade humana, sem nenhum respaldo bíblico, pois
jamais foi mencionada no texto sacro a palavra “papa”, ou
qualquer referência a tal posto de “representante de
Deus”, pois esta é uma prerrogativa exclusiva do Espírito
Santo. – S. João 14: 16-17, 26; 15: 26; 16: 7-14. Jesus
enviou o Espírito Santo, como o seu representante e fiel
testemunha.
Papisa Joana
A Igreja Católica sofre por causa de um desconfortável
assunto, que há muito tem sido motivo de questões na
cristandade.
Trata-se da papisa Joana, que para uns existiu, e para
outros não passa de uma lenda.
“Registros históricos dão conta de que Joana ocupou o
trono papal durante dois anos, cinco meses e quatro dias,
tendo sido aclamada pelos bispos e pelo povo de Roma,
em 855. A ela se deve a fundação do Vaticano, que
engloba toda a área entre o castelo de Santo Ângelo e a
basílica de São Pedro, além de muitas casas e outras
obras... o fato teria ocorrido por volta de 851, quando ela
então, com o nome de João, o Anglicano, exercia a função
de cardeal. O verdadeiro nome da papisa era Gilberta,
nascida em Mogúncia... e teria quarenta e nove anos
quando chegou à elevada posição de papa com o nome
de João VIII”.
Abraão de Almeida
As Cruzadas
U
Proibida a comercialização
m grande movimento da Idade Média foram as
CRUZADAS, que se iniciou por volta do ano 1000 d.C. e
perdurou por trezentos anos. Com o aumento das
peregrinações à terra santa na esperança de que o
retorno de Cristo ocorreria naquele ano, 48 Faça sua
Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E.
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os peregrinos passaram a ser roubados e até mortos
pelos maometanos, promovendo indignação em toda
Europa. Dado esse fato, o papa Urbano II foi inquirido pelo
imperador Aleixo (ori-ente) de enviar guerreiros a fim de
ajudá-lo e libertar a terra santa das mãos dos
maometanos, onde nasceu então a primeira cruzada em
1095 d.C, no Concílio de Clermont.
Houve inúmeras cruzadas realizadas pela Igreja Papal
com o intento de libertar a terra santa do poder dos
maometanos, contudo promoveram apenas guerras, e
incitou o ódio de muitos povos contra os cristãos. As
principais foram apenas sete, que diga se de passagem,
não obtiveram êxito em seus intentos: a)
– Urbano II em 1095 d.C.;
b)
– Clairveaux, Luiz VII (França) e Conrado III, lideraram um
grande exército em socorro dos lugares santos, para
reforçar o domínio ocidental de Jerusalém, que perdurou
até 1187 d.C.; c)
Frederico Barbarroxa, Felipe Augusto, e Ricardo I
(“coração de leão”) de 1188 a 1192 d.C.; d)
– A quarta cruzada realizada entre 1201 a 1204, foi um
verdadeiro fracasso, devido os grandes prejuízos
causados a igreja; e)
– O excomungado Frederico II liderou um exército até a
Palestina em 1228 d.C. coroando a si mesmo como rei de
Jerusalém;
f)
– Luiz IX (França) em 1248 a 1254 d.C.; g)
– Luiz IX (França) e Eduardo (Inglaterra) em 1270 a 1272
d.C.;
A Apostasia e Idolatria inseridas nos cultos Proibida a
comercialização
O início do período medieval reporta-nos a decadência na
vida e na comunhão da Igreja. Nesse tempo o papa já
exercia total domínio sobre ela, que passou a ceder às
exigências dos cidadãos romanos como as práticas dos
seus antigos rituais: festas, dogmas Proibida a
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49
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tradições, tor Proibida a comercialização nando o
cristianismo uma religião quase pagã. A igreja passou a
receber imagens de santos, que eram cultuados em suas
reuniões, em especial da virgem Maria, “denominada” a
mãe de Deus e intercessora. Fazia-se oração pelos
mortos, um costume pagão. A liturgia do culto era uma
missa, como faziam os pagãos.
Os sacramentos eram conhecidos como: batismo,
matrimônio, extrema-unção, eucaristia, penitência,
confirmação e ordem. O
cumprimento dos sacramentos garantiria a salvação,
segundo os sacerdotes.
Havia-se na Igreja, especificamente entre o sacerdócio,
muitos escândalos. Eles eram acusados por
negligenciarem seus ofícios nas paróquias que dirigiam.
Também eram acusados por roubarem os cofres da Igreja.
A mistificação da Igreja nesse período, infelizmente, é in-
egável. Ela transformou-se numa terrível apostasia.
Embora, uma minoria ainda se mantinha em perfeita
comunhão com Cristo.
O início da Reforma Religiosa – Uma luz na escuridão
Entre o século V e IX os genuínos cristãos, conhecidos
como: Donatistas, Publicanos, Cátaros, Anabatistas,
Pateri-nos, dentre outros, foram cruelmente perseguidos
pelos cristãos católicos. Pouca coisa realmente se sabe
da história da Igreja nessa fase, em virtude dessas
circunstâncias em que vivia esses cristãos genuínos.
Esses irmãos possuíam parte de manuscritos sagrados,
que posteriormente foram alvos de aniquilação da Igreja
papal, com o intento de inibir a dispersão de suas
doutrinas.
Já nos séculos posteriores, entre o século X a XIII surgiram
cinco grandes movimentos que podemos denominá-los de
movimentos da pré-reforma, são eles: Proibida a
comercialização
Os Albingenses. Surgiram no norte da Itália e sul da
França por volta do ano 1170 d.C. Aceitavam apenas o
Batismo e a Santa Ceia 50 Faça sua Doação: Ag. 0314 /
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de Teologia Pastor Moisés Carneiro como sacramentos
eclesiásticos. A Bíblia era considerada a suprema
autoridade, criticando o poder e a riqueza da Igreja Papal.
Inocêncio III mobilizou uma “cruzada” contra eles,
desferindo mortalmente quase toda a população da
região.
Os Valdenses (1970 d.C.). Assim chamados por terem
como ca-beça um negociante de Lyon, na França, por
nome de Pedro Valdo. Repugnava a missa, as orações
pelos mortos e a doutrina do purgatório. Incentiva a leitura
das Escrituras, em especial o Novo Testamento. Foram
cruelmente perseguidos e expulsos da França.
Esse movimento se fortificou e ainda hoje constitui uma
parte do pequeno grupo de cristãos protestantes na Itália.
João Wyclif. Este iniciou um movimento na Inglaterra com
o propósito de libertação do poder romano e da reforma
da igreja.
Wyclif nasceu em 1324, foi instruído na Universidade de
Oxford, tornando-se doutor em teologia e chefe dos
conselhos que minis-travam aquela instituição. Não
reconhecia a autoridade do papa, atacava os frades, era
contrário a doutrina da transubstanciação, era contrário
também a divisão estrutural do sacerdócio na Igreja.
Para ele o modelo estava no Novo Testamento. Traduziu o
Novo Testamento que foi publicado em 1384, ano em que
morreu. A pregação e a tradução da Bíblia por Wyclif
abriram se as portas para a grande Reforma da Igreja.
João Huss (1369-1415). Boêmio. Leitor dos escritos de
Wyclif, dando continuidade em suas doutrinas, dando
ênfase na necessidade da libertação do poder papal. Foi
reitor da Universidade de Praga. Propag Proibida a
comercialização ou parte de suas mensagens através de
cartas, quando esteve afastado da sua cidade Praga, por
ocasião de sua excomungação. Foi queimado em 1415
por ser considerado herege, passado cem anos de morte
nasceu Martinho Lutero.
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Jerônimo Savo Proibida a comercialização narola (1452-
1498). Um dos pregadores mais no-táveis da história da
Igreja. Suas mensagens abalavam as estruturas do
inferno. Era considerado como um dos profetas do Antigo
Testamento. Ao ouvir dizer que ele ia pregar, a catedral se
enchia até transbordar de multidões desejosas de ouvi-lo.
Às vezes suas pregações causavam profundo medo e
pavor, e por todos que o ouviam era grandemente
respeitado. Foi um proeminente reformador na cidade de
Florença (Itália). Foi queimado na praça em 1498.
A Inquisição
A Inquisição chamada de a Santa Inquisição foi a
instituição das mais desumanas, anticristãs e abomináveis
estabelecida pela igreja papal em vários países a partir do
ano 1231 contra o protestantismo. Esta foi a reposta da
Igreja Romana para certos movimentos populares
contrários a ela e reformadores. Este ten-ebroso
instrumento de perseguição religiosa contra os cristãos
genuínos matou milhares de pessoas em todo o mundo,
não só por questões de fé, mas, também, por pesquisa
científica e rac-ismo (judeus, árabes, e outros).
“Os tribunais do santo ofício fizeram de tudo para ful-minar
os discípulos da Reforma, os judeus e outros religiosos
dissidentes. Os suspeitos de heresias eram levados aos
terríveis tribunais eclesiásticos e, sem qualquer direito de
defesa, eram su-pliciados da maneira mais cruel que se
possa imaginar”.
“Este funesto tribunal (Inquisição), somente na Espanha,
em 18 anos levou à fogueira 10.200 e à infâmia 97.000
infelizes”.
Proibida a comercialização
Questionário
52 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
- Caixa E. Federal Curso básico de Teologia Pastor
Moisés Carneiro Assinale com “X” a alternativa correta 26)
– O poder temporal dos papas cresceu de tal forma na
idade média, que o poder da igreja neste período
comparava-se ao do antigo Império Romano, passando o
próprio papa, a utilizar inclusive, títulos exclusivos da
antiga autoridade imperial, como o de:
___a. “maximus”.
___b. “pontiex-maximus”.
___c. “pontiex-cardeal”.
___d. “pontífice-universal”.
27) – Um dos pregadores mais notáveis da história da
Igreja. Suas mensagens abalavam as estruturas do
inferno. Era considerado como um dos profetas do Antigo
Testamento: ___a. João Huss.
___b. Wyclif.
___c. Pedro Valdo.
___d. Savonarola.
A Reforma Protestante
A Renascença Proibida a comercialização Uma das
grandes forças que conduziu a Reforma Protestante, e a
ajudou a progredir foi o movimento chamado
RENASCENÇA, também conhecido como o despertar da
Europa para um novo interesse pela literatura, artes,
ciências, na busca pela transformação dos métodos
medievais para os modernos.
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Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus A


RenasProibida a comercialização cença surgiu não com o
caráter de um movimento religioso, mas com o caráter da
literatura. Seus líderes não eram sacerdotes nem monges,
mas leigos que moravam na Itália, onde teve início. Os
motivos que culminaram no seu surgimento foram: o
colapso do poder imperial, e o enfraquecimento do poder
papal.
Nesse período foi descoberta a IMPRENSA, por João
Gutemberg (1455) em Mogúncia, no Reno, que se tornou
um forte aliado da Reforma que ainda estava para chegar.
O primeiro livro que Gutemberg imprimiu foi a Bíblia.
A Renascença preparou o espírito da reforma e da
independência (nacionalista) em toda Europa. Abriu o
caminho para a tradução e circulação da Bíblia
despertando a sua leitura entre o povo. Com isso a massa
se convenceu de que a Igreja Papal estava em
contradição com os ensinos do Novo Testamento. Tudo
isso abriu o caminho para a Reformada Protestante
liderada por Martinho Lutero.
O Reformador Martinho Lutero
São poucos os heróis da fé que durante a história do
cristianismo têm sido examinados tanto como Martinho
Lutero. Para muitos católicos e céticos, Lutero é o “bicho-
papão que destruiu a unidade da igreja, a besta selvagem
que pisou na vinha do Senhor, um monge renegado que se
dedicou a destruir as bases da vida monástica”. Para
outros, no entanto, ele é o grande reformador de uma
igreja corrompida, o grande herói que fez voltar, uma vez
mais, a pregação do evangelho puro.
Ao estudar a vida de Lutero e também sua obra, uma
coisa fica bem clara: a tão esperada reforma se produziu,
não porque Lutero ou outra pessoa se havia proposto a
isso, mas porque ele chegou no momento oportuno e
porque nesse momento o Reformador, e m Proibida a
comercialização uitos outros junto dele, estiveram
dispostos a cumprir sua responsabilidade histórica.
Segundo a tradição, João Huss na hora de seu martírio
disse aos espectadores aos gritos a seguinte frase: 54
Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0 -
Caixa E. Federal Curso básico de Teologia Pastor Moisés
Carneiro
“Podem matar o ganso (que significa “huss” em sua
língua), mas daqui a cem anos surgirá um cisne que não
poderão queimar”.
Segundo a história, cem anos após a morte de João Huss,
Lutero nasceu, no dia 10 de novembro em 1483, em
Eisleben, Alemanha, onde seu pai, de origem camponesa,
trabalhava nas minas.
Sua infância não foi feliz, porque seus pais foram
extremamente duros com ele e, muitos anos mais tarde,
ele mesmo contava com amargura alguns dos castigos
que lhe tinham sido impostos. Suas primeiras
experiências no colégio não foram melhores, pois também
posteriormente se queixava de como o tinham golpeado
por não saber suas lições. Se bem que não se deva
exagerar em tudo isso, não resta dúvida que essas
situações deixaram marcas permanentes no caráter do
jovem Martinho.
Sua primeira vocação
Em julho de 1505, pouco antes de completar os 22 anos
de idade, Lutero ingressou no mosteiro agostiniano de
Erfurt. Tempos depois, ele mesmo revelou que os rigores
do seu lar o levaram ao mosteiro. Por outro lado, seu pai
havia decidido que seu filho se tornasse um advogado e
fazia grandes esforços para lhe dar uma educação
adequada a essa carreira. Lutero não queria ser
advogado e, portanto, é muito possível que, ainda sem
saber, havia interposto a vocação monástica entre seus
próprios desejos e os projetos de seu pai, que se mostrou
profundamente irado ao receber notícia Proibida a
comercialização s do ingresso de Martinho no mosteiro e
demorou muito tempo para perdoá-lo. Mas para Lutero, a
vida presente não parecia ser mais que uma preparação e
prova para a vida vin-doura. Logo seria tolice dedicar-se a
ganhar prestígio e riquezas Proibida a Comercialização ©
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presente, m Proibida a comercialização ediante a
advocacia, e descuidar do futuro. Lutero entrou no
mosteiro como fiel filho da igreja, com o propósito de
utilizar os meios de salvação que a igreja lhe oferecia e
dos quais o mais seguro lhe parecia ser a vida monástica.
Muitas vezes se tem dito entre os protestantes que Lutero
não conhecia a Bíblia e que foi, no momento de sua
conversão, ou pouco antes, que começou a estudá-la, mas
isso não é certo. Como monge que tinha de recitar as
horas canônicas de oração, Lutero sabia o Saltério de
memória. E além disso, em 1512 ele obteve seu
doutorado em teologia e, para tanto, teria que ter estudado
as Escrituras.
O que é certo é que quando se viu obrigado a preparar
conferências sobre a Bíblia, Lutero começou a ver nela
uma possível resposta para suas angústias espirituais. Em
meados de 1513, começou a dar aulas sobre os Salmos.
Este foi o princípio de sua grande descoberta.
Uma grande descoberta
A grande descoberta veio provavelmente em 1515,
quando Lutero começou a dar conferências sobre a
epístola de Romanos, pois ele mesmo disse, depois, que
foi no primeiro capítulo dessa epístola onde encontrou a
resposta para as suas dificuldades. Essa resposta não
veio facilmente. Não ocorreu simplesmente que, num bom
d i a , Lutero a b ri u s u a B íbli a n o primeiro capítulo de
Romanos e descobriu ali que “o justo viverá pela fé”.
Segundo ele mesmo conta, a grande descoberta foi
precedida por uma grande luta e uma amarga angústia,
pois a epístola aos Romanos (1.17) começa dizendo que:
“no evangelho a justiça de Deus se revela”.
Segundo este texto, o evangelho é a revelação da justiça
de Deus.
E era precisaProibida a comercialização mente a justiça
de Deus que Lutero não podia tolerar.
Se o evangelho fosse a mensagem de que Deus não é
justo, Lutero não teria tido problemas. Porém este texto
relaciona indissoluvel-mente a justiça de Deus com o
evangelho. Segundo Lutero conta, 56 Faça sua Doação:
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Curso básico de Teologia Pastor Moisés Carneiro ele
odiava a frase “a justiça de Deus” e esteve meditando nela
dia e noite para compreender a relação entre as duas
partes do versículo que começa afirmando que “no
evangelho a justiça de Deus se revela” e conclui dizendo
que “o justo viverá pela fé”.
A resposta foi surpreendente. Em consequência, continua
comentando Lutero sobre sua descoberta, “senti que havia
nascido de novo e que as portas do paraíso me haviam
sido abertas.
As Escrituras todas tiveram um novo sentido. E a partir de
então a frase “a justiça de Deus” não me encheu mais de
ódio, mas se tornou indizivelmente doce em virtude de um
grande amor”.
Sua visita a Roma
Quando esteve visitando Roma, sofreu uma terrível de-
cepção com a imoralidade a que a cidade, sede do
cristianismo, estava entregue, principalmente os clérigos.
Suas convicções acerca da estrutura da instituição a que
pertencia começaram a ruir, e a doutrina da justificação
pela fé, foi se consolidando em seu coração à medida que
mergulhava no estudo do Novo Testamento,
principalmente das epístolas pastorais e doutrinárias,
ouvindo através das mesmas a doce voz do Espírito Santo
“Todavia, o meu justo viverá da fé...” Hb. 10.38, Rm. 5.1,
Gl. 2.16-21, etc. No famoso concílio de Latrão, realizado
em 1516, exortou os líderes e sacerdotes, buscando
conscientizá-los da necessidade de viverem de acordo
com a moral cristã, por eles proclamada verbalmente, mas
longe de praticá-las, comprometendo assim a
credibilidade do Evangelho com suas atitudes devassas.
As Indulgênci Proibida a comercialização as e as 95 teses
Se não fosse a pregação imoral e profana da Igreja
Romana, as indulgências, defendida e propagada e
comercializada pelos mensageiros do papa Leão X, diz-
se que a Reforma não teria sur-Proibida a
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57

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tão ráp
Proibida a comercialização
ido na Alemanha, tornando-se um brado de revolta, que
logo se estenderia por muitos países. Lutero perdeu a
paciên-cia com esta pregação que proclamava as
“indulgências” como meio de salvação, afixando na porta
da Catedral de Wittemberg, suas famosas 95 teses, onde
expunha os contrastes da Bíblia com a Igreja Romana.
“O ouro é o tesouro, e aquele que o possui tem tudo de
que se necessita no mundo, como ele tem também o meio
de resgatar as almas do purgatório e de as chamar ao
paraíso”
Cristóvão Colombo se referindo às Indulgências Segundo
a Igreja Católica, define-se que doutrina das indulgências
significa “remissão das penas temporais merecidas pelo
pecador, em todo ou em parte, fora da confissão”.
Observe abaixo parte de um texto apresentando o perdão
ao pecador que comprasse as indulgências:
“Que o nosso Senhor Jesus Cristo, tenha misericórdia
convosco e vos absolva pelos méritos de sua santíssima
paixão.
E eu, pela sua autoridade e a dos seus santos apóstolos
Pedro e Paulo, pela sua autoridade e a do santíssimo
Papa, dada a conce-dida a mim nestas partes, vos
absolvo, primeiramente de todas as censuras
eclesiásticas, seja qual for o modo que incorrestes nelas;
depois de todos os vossos pecados, transgressões e
excessos, por enormes que sejam, mesmo dos que são
reservados para o conhecimento da Santa Sé, e até onde
se estendam as chaves da santa igreja. Eu vos remito
todas as penas... de sorte que quando mor-rerdes logo,
esta graça ficará em força ampla quando estiverdes ao
pondo de morrer. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”.
Proibida a comercialização
As indulgências foram inventadas no século XI, por São
Tomaz de Aquino, conforme ensina a tradição. Contudo no
sécu-58 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro lo XVI, o Papa Leão X, devido à
grande necessidade de obter uma elevada soma de
dinheiro para completar as obras do templo de S. Pedro
em Roma, contratou hábeis pregadores para comercial-
izar o produto que assegurava salvação e total perdão dos
pecados. Dentre esses, destacou-se João Tetzel, que em
nome do papa percorreu a Alemanha vendendo as cartas
(indulgências), assina-das pelo pontífice, as quais, dizia,
possuíam o poder de conceder o perdão de todos os
pecados, não só aos possuidores da carta, mas também
aos amigos, em cujos nomes fossem compradas e até
mesmo dos parentes mortos. Tetzel bradava:
“Padres, nobres, mercadores, esposas, rapazes, moças,
ouvi vossos pais e amigos já mortos, gritando-vos ao
abismo profundo.
‘ Nós estamos sofrendo um martírio terrível. Uma pequena
es-mola poderia salvar-nos; vós podeis dá-la e, contudo
não quereis fazer! ’ Ouvi esses gritos... Como sois surdos
e desleixados! Com uma significante quantia podeis livrar
o vosso pai do purgatório, e, apesar disso, sois tão
ingratos que não comprais a sua liberdade! No dia do juízo
sereis castigados tanto mais severamente por terdes
desprezado tão grande salvação. Vinde e eu vos darei
cartas munidas de selos, pelas quais todos os vossos
pecados vos serão perdoados, mesmo os que desejais
cometer no futuro... As indulgências salvam não só os
vivos, mas também os mortos. E
apenas a moeda tino no fundo do cofre, vossa alma será
libertada do purgatório para o Céu”.
Tetzel garantia que as indulgências que vendiam deixava o
pecador “mais limpo do que saíra do batismo”, ou “mais
limpo do que Adão ant Proibida a comercialização es de
cair”, que “a cruz do vendedor de indulgências tinha tanto
poder como a cruz de Cristo”.
“Que magnífica religião a dos papas! Que religião tão cô-
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moda, desde o Proibida a comercialização dia em que o
‘seráfico’ doutor Tomaz pôde desco-brir o tesouro dos
méritos dos santos! Podem pecar à vontade; isto é,
roubar, assassinar, adulterar, pois que, tendo dinheiro
para remir essas transgressões das leis divinas e
humanas, dinheiro que chegue para fazer saltar a mola de
tal tesouro dos papas, está ga-rantida a impunidade e
regido o salvo-conduto de outros dias de maiores crimes.
As indulgências são a feira franca e permanente da igreja:
ela vende tudo. Vende o infame batismo, ao pecador o
perdão, ao amante direito de se casar, ao defunto a missa
de réquiem; vende orações, rosários, bentinhos, relíquias,
amuletos.
O altar é um grande balcão, o papa o grande usuário. Os
escribas eram menos perversos, pois que os papas nem
sequer se podem chamar como Cristo chamou àqueles:
sepulcros branqueados.”
Sanctis, L
Desde então Lutero, o Cisne que acreditava na
justificação pela fé, redigiu um discurso que foi lido
possivelmente no Concílio de Latrão, Roma, em 1516.
Afirmando que:
“A maior e primeira de todas as preocupações – ah, se eu
pudesse inscrever com letra de fogo em vossos corações!
É que os ministros, antes de tudo, tragam ricamente a
palavra da verdade.
O globo terrestre está repleto, sim, repleto até em
profusão como toda imundícia possível de doutrina. O
povo é submetido a tantas leis, a tantas opiniões de
homens, sim, até mesmo a matérias su-persticiosas; é
inundado por eles – não se pode dizer: ensinando
– de modo que a palavra da verdade praticamente nem
sequer mais sussurra, sim, em muitos lugares, nem sequer
mais isso. O
que pode aí nascer, se é concebido com palavras de
homens, e não com a Palavra de Deus?! Como a palavra,
assim o nascimento, assim o povo” Proibida a
comercialização Para Lutero, o estado apóstata da Igreja
era fruto das in-conseqüências papais, ou lideranças da
Igreja Católica. Tal a men-60 Faça sua Doação: Ag. 0314 /
Op. 013 / C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico
de Teologia Pastor Moisés Carneiro sagem, tal seria o
povo, tal o ensinamento, tal seria o princípio do povo. A
Palavra de homens, segundo ele, produziu um povo deca-
dente e apóstata, ao contrário do que poderia produzir a
Palavra de Deus.
“Portanto permaneça firme esta tese: a igreja não nasce
nem pode resistir segundo sua essência, a não ser que
seja através da Palavra de Deus, pois assim está escrito:
‘Ele nos gerou pela Palavra da Verdade’, Tg 1.18”.
Lutero, indignado com as indulgências e ensinos papais, e
tendo esgotados todos os meios de frear esse comércio
atroz, afixou suas famosas noventa e cinco teses na porta
da igreja do castelo de Wittemberg. Essas teses, escritas
em latim, não tinham o propósito de criar uma comoção
religiosa. Para Lutero, se era verdade que o papa tinha
poderes para tirar uma alma do purgatório, tinha que
utilizar esse poder, não por razões tão vulgar como a
necessidade de fundos para construir uma igreja, mas
simplesmente por amor, e assim fazê-lo gratuitamente
(tese 82). E
ainda mais, o certo é que o papa deveria dar do seu
próprio dinheiro aos pobres de quem os vendedores de
indulgências tiravam, mesmo que para isso tivesse que
vender a Basílica de São Pedro (tese 51).
Lutero deu a conhecer suas teses na véspera da festa de
Todos os Santos, e seu impacto foi tal que frequentemente
se marca essa data, 31 de outubro de 1517, como o
começo da reforma protestante. Os impressores
produziram um grande número de cópias das teses e as
distribuíram por toda a Alemanha, tanto no original
latinoProibida a comercialização
, como em tradução alemã. O próprio Lutero havia
mandado uma cópia a Alberto de Brandeburgo,
acompanhada com uma carta muito respeitosa. Alberto
enviou as teses e a carta para Roma, pedindo a Leão X
que interviesse. O imperador Maximiliano se encolerizou
diante das atitudes e dos ensinos daquele Proibida a
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“monge impert Proibida a comercialização inente”, e
também pediu a Leão X que interviesse.
Lutero é perseguido pelo papa
A resposta do papa foi pôr a questão debaixo da juris-
dição dos agostinhos, cuja próxima reunião capitular, teria
lugar em Heidelberg, e Lutero foi convocado. Para lá foi
nosso monge, temendo por sua vida, pois se dizia que
seria condenado e queimado. Porém para grande
surpresa sua, muitos dos monges se mostraram
favoráveis a sua doutrina. Alguns dos mais jovens
acolheram entusiasticamente. Em consequência, Lutero
regressou a Wittemberg fortalecido pelo apoio de sua
ordem e feliz por haver ganhado vários conversos para
sua causa.
O papa então tomou outro caminho. Em breve enviaria
Cajetano, para se entrevistar com Lutero e o obrigar a
retratar-se.
Se o monge se negasse, deveria ser levado prisioneiro a
Roma.
O leitor Frederico, o Sábio da Saxônia, obteve do
imperador Maximiliano um salvo-conduto para o frade, a
quem se dispôs a ajudar em Augsburgo, mesmo sabendo
que pouco mais de cem anos atrás e, em circunstâncias
muito parecidas, João Huss tinha sido queimado em
violação a um salvo-conduto imperial.
A entrevista com Cajetano não produziu o resultado de-
sejado. O cardeal se negava a discutir com o monge e
exigia sua renúncia. O frade, por sua vez, não estava
disposto a retratar-se, se não fosse convencido de que
estava errado. Quando por fim se inteirou de que Cajetano
tinha autoridade para arrastá-lo, ainda que em violação do
salvo-conduto imperial, abandonou a cidade às
escondidas no meio da noite, regressou a Wittemberg e
apelou a um concílio geral.
Durante todo este período, Frederico, não protegia Lutero
porque esta Proibida a comercialização va convencido de
suas doutrinas, mas sim porque lhe pareceu que a justiça
exigia um julgamento correto. A principal preocupação de
Frederico era ser um governante justo e sábio.
62 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Com esse propósito fundou a
Universidade de Wittemberg, onde muitos dos
professores lhe diziam que Lutero tinha razão, e que se
enganavam aqueles que o acusavam de heresia. Pelo
menos, enquanto Lutero não fosse condenado
oficialmente, Frederico estava disposto a evitar que se
cometesse com ele uma injustiça semelhante a que havia
acontecido no caso de João Huss.
Lutero sofre ameaças
Na bula Exsurge domine, Leão X declarou que um javali
selvagem havia penetrado na vinha do Senhor e ordenava
que os livros de Martinho Lutero fossem queimados, e
dava ao monge rebelde sessenta dias para submeter-se à
autoridade romana, sob pena de excomunhão e anátema.
A bula demorou muito tempo para chegar às mãos de
Lutero, pois as circunstâncias políticas eram sobremodo
complexas.
Em vários lugares, ao receber cópias da bula, as obras do
Reformador foram queimadas. Porém em outros, alguns
estudantes e outros partidários de Lutero, preferiram
queimar algumas das obras que se opunham ao
movimento reformador. Quando enfim a bula chegou às
mãos de Lutero, este a queimou, junto com outros livros
que continham as doutrinas papistas. O rompimento era
defini-tivo e não havia modo de se voltar atrás.
Lutero em Worms rompe com o Império Quando Lutero
chegou a Worms, foi levado diante do Imperador e vários
dos principais personagens do Império. Quem estava
encarr Proibida a comercialização egado de interrogá-lo
lhe apresentou um montão de livros e lhe perguntou se os
havia escrito. Depois de examiná-los, Lutero confirmou
que os havia escrito todos e vários outros que não
estavam ali. Então seu interlocutor lhe perguntou se
continu-ava sustentando tudo o que havia dito neles ou se
estava disposto Proibida a Comercialização © Direitos
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Proibida a comercialização
a retratar-se de algo. Este era um momento difícil para
Lutero, não tanto porque temia o poder Imperial, mas
porque temia sobrema-neira a Deus. Atrever-se a se opor
a toda a igreja e ao Imperador, que tinha sido ordenado
por Deus, era um passo temerário. Uma vez mais o
monge temeu diante da majestade divina e pediu um dia
para considerar sua resposta.
N o d i a seguinte, correu a notícia d e q ue Lutero com-
pareceria diante da dieta e a assistência foi grande. A
presença do Imperador em Worms, rodeado de soldados
espanhóis que abusa-vam do povo, havia exacerbado
ainda mais o sentimento nacional.
Uma vez mais, em meio ao maior silêncio, se perguntou a
Lutero se retratava. O monge respondeu dizendo que o
que havia escrito não era mais que a doutrina cristã que
tanto ele como seus inimigos sustentavam, e, portanto
ninguém deveria pedir-lhe que se retratasse daquilo.
Seu interlocutor insistiu: “Retratas-te, ou não?” E Lutero lhe
respondeu, em alemão, desdenhando, portanto, o latim
dos teólogos: “Não posso nem quero retratar-me de coisa
alguma, pois ir contra a consciência não é justo nem
seguro. Deus me ajude.
Amém”.
Ao queimar a bula papal, Lutero havia rompido
definitivamente com Roma. E agora em Worms, rompia
com o Império.
Não lhe faltavam razões suficientes para clamar: “Deus me
ajude”.
Seu objetivo inicial não era o rompimento com a Igreja
Romana, mas antes reformá-la espiritual e moralmente,
todavia Deus tinha planos mais excelentes e a reação do
papa foi de total indignação à atitude ousada de Lutero,
que determinou sua disciplina imediata com a convocação
de um tribunal religioso na cidade de Worms na
Alemanha, com o intuito de condená-lo ao mesmo destino
de seus antecessores. Lutero, contrariando seus amig
Proibida a comercialização os, que temiam por sua vida
afirmou: “Com a ajuda do Senhor Jesus Cristo, estou
resolvido a nunca fugir do campo, nem abandonar a
Palavra de Deus”. Chegando a Frankfurt os boatos 64
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Carneiro de que o imperador o abandonaria à própria
sorte, como, fez o imperador Sigismundo com João Huss,
Lutero reafirma sua confiança no poder de Deus e afirma:
“Ouvi dizer que Carlos V, pub-licou um edito com o fim de
me aterrorizar. Mas Cristo vive; e havemos de entrar em
Worms ainda que as portas do inferno, ou todos os
poderes das trevas se oponham”, nessa ocasião compôs
o mais antigo hino evangélico, ainda hoje conhecido:
“Castelo Forte é o Nosso Deus”.
Lutero, debaixo d e forte pressão psicológica, tendo o
próprio imperador Carlos V, comparecido ao seu
julgamento em Worms, silenciou seus opositores e causou
forte comoção popular, devido à sua intrepidez e força de
seus argumentos bíblicos, con-cluindo sua defesa da
seguinte forma:
“Visto que vossa majestade e vós poderosos senhores me
exigem uma resposta clara, simples e precisa, dar-vo-la-
ei, assim: Não posso submeter a minha fé, nem ao papa,
nem aos concílios, porque é claro como o dia, que eles
muitas vezes têm caído em erro, até nas mais palpáveis
contradições, com eles próprios. Se, portanto, não me
convencerdes pelo testemunho das escrituras, se não me
persuadirdes pelos próprios textos que tenho citado, liber-
tando assim a minha consciência por meio da Palavra de
Deus, eu não posso, nem quero retratar-me, porque não é
seguro para um cristão falar contra a sua consciência”.
Em seguida, ele foi excomungado em plena praça pública.
Mas apoiado por seus alunos, nobres e o povo em geral,
queimou a bula de su Proibida a comercialização a
excomunhão e declarou publicamente a ilegitimi-dade do
papa para tal atitude, iniciando assim o glorioso
movimento da Reforma, que recebeu o nome de “Reforma
Protestante”, e que mudou de uma vez por todas a história
da humanidade.
Seus seguidores passaram a ser chamados de “luteranos”
e a igreja luterana foi assim a primeira igreja evangélica
após a reforma Proibida a Comercialização © Direitos
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Proibida a comercialização
protestante.
Em 18 de fevereiro de 1546 faleceu Lutero em Eisleben,
local onde nasceu. Morreu com a certeza de que a
Reforma na Alemanha já estaria vitoriosamente
estabelecida.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___ 28) – Uma
das grandes forças que conduziu a Reforma Protestante, e
a ajudou a progredir foi o movimento chamado
RENASCENÇA.
___ 29) – Nesse período foi descoberta a IMPRENSA, por
João Gutemberg (1455) em Mogúncia, no Reno, que se
tornou um forte aliado da Reforma que ainda estava para
chegar. O primeiro livro que Gutemberg imprimiu foi a
Bíblia.
___ 30) – Segundo a história, dez anos após a morte de
João Huss, Lutero nasceu, no dia 10 de novembro em
1393, em Eisleben, Áus-tria, onde seu pai, de origem
camponesa, trabalhava nas minas.
___ 31) – As indulgências foram inventadas no século XXI,
pelo papa João Paulo II, conforme ensina a tradição.
___ 32) – Lutero deu a conhecer suas teses na véspera da
festa de Todos os Santos, e seu impacto foi tal que
frequentemente se marca essa data, 31 de outubro de
1517, como o começo da reforma protestante. Proibida a
comercialização 66 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013
/ C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico de
Teologia Pastor Moisés Carneiro Lição 4
A expansão da Reforma e a Con-
tra-Reforma
Dado o mesmo período que Martinho Lutera labutava com
ardor na defesa da justificação do homem pela fé,
pregada em suas teses, outros grandes homens
proclamavam a mesma verdade em suas nações. Dentre
os quais se destacaram Zwínglio, Calvino e Tyndale.
Zwínglio e a Reforma na Suíça
Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de 1484,
quase dois meses depois que Lutero, e m uma pequena
aldeia suíça. Foi educado nas Universidades de Viena e
Basiléia. Quando recebeu seu título de Mestre em Artes,
em 1506, deixou os estudos formais para ser sacerdote
na aldeia de Glarus.
Assumiu sua primeira paróquia em Glarus, de onde deu
continuidade em seus estudos. No ano de 1516 tomou
empresta-do o Novo Testamento, copiando as cartas
paulinas para fazer estudos mais acurados.
Quando por fim chegou a ser cura da cidade de Zurique
em 1518, Zwínglio começou a pregar sobre as verdades
bíblicas.
Em 1522 pub Proibida a comercialização licou um livro
onde mencionou o seu rompimento com o papado.
Assim o prestígio de Zwínglio em Zurique foi grande.
Quando alguém chegou vendendo indulgências, ele
conseguiu que o governo o expulsasse.
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Lutero Proibida a comercialização estava motivando uma
imponente revolução na Alemanha, justamente naquela
mesma época, confrontando o então, Imperador em
Worms. E assim os inimigos de Zwínglio começaram a
dizer que suas doutrinas eram as mesmas do alemão.
Mais a frente, o próprio Zwínglio diria que, antes de ter
conhecido as doutrinas de Lutero, havia chegado a
conclusões semelhantes com base em seus estudos
bíblicos. Assim, percebe-se aqui não um resultado direto
da obra de Lutero, mas sim de uma reforma paralela à da
Alemanha, que logo começou a estabelecer contatos com
ela, cuja origem, porém era independente.
A primeira divisão entre evangélicos O termo Protestante
surgiu depois do histórico protesto de Espira (1529).
Quando então, se percebeu a necessidade de que logo
teriam os protestantes de defender a sua fé. Dado a essa
necessidade, Zwínglio e Lutero se reuniram em uma
conferência, no mesmo ano, como o propósito de se
unirem e formarem uma liga.
Embora mantivessem uma mesma linha de pregação e de
doutrina, descobriu-se, contudo uma divergência entre
eles. O desfecho da reunião ao invés de uni-los mais,
acabou por ocasionar uma ruptura entre ambos.
A divergência concentrou-se em apenas uma das quinze
questões elaboradas para a conferência. Chocaram-se na
questão doutrinária da Santa Ceia. Lutero dizia: “o
verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo eram
recebidos pelos comungantes ao lado do pão e do vinho”.
Entretanto, Zwínglio dizia que o “sacramento era um
memorial da morte do Senhor e que a Sua presença é
unicamente espiritual.
Em 1531, depois de prestar um excelente trabalho na
reforma protProibida a comercialização estante em seu
país, Zwínglio morreu após ser ferido mortalmente numa
batalha entre os cantões católico-romanos e protestantes.
68 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___ 33) –
Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de 1484,
quase dois meses depois que Lutero, em uma pequena
aldeia suíça.
___ 34) – O termo Protestante surgiu depois do histórico
protesto de Espira (1529). Quando então, se percebeu a
necessidade de que logo teriam os protestantes de
defender a sua fé.
João Calvino e a Reforma em Genebra João Calvino que
pertenceu a segunda geração da Reforma é considerado
por muitos como o maior teólogo da igreja, depois de
Agostinho (bispo de Hipona). Nasceu na pequena cidade
de Noyon, na França, em 10 de julho de 1509, quando
Lutero, aos 26 anos de idade, já havia ditado suas
primeiras conferências na universidade de Wittemberg.
Seu pai pertencia à classe média da cidade e trabalhava,
principalmente, como secretário do bispo e procurador da
biblioteca da catedral. Com esses recursos, o jovem
Calvino foi estudar em Paris.
A discussão teológica que tinha lugar nos seus dias levou-
o a conhecer as doutrinas de Wyclif, Huss e Lutero.
Porém, segundo ele mesmo disse: “estava
obstinadamente atado às superstições do papado”.
Proibida a comercialização Em 1529, completou seus
estudos em Paris, ao obter o grau de Mestre em Artes, e
decidiu dedicar-se à jurisprudência.
A Conversão de Calvino
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Proibida a comercialização
É desconhecida a razão que levou Calvino a abandonar a
fé católica. Todavia, o mais provável parece ser que, no
meio do círculo de humanistas que frequentava e através
de seus estudos das Escrituras e da antiguidade cristã,
Calvino chegou à convicção de que teria de abandonar a
comunhão romana e seguir o caminho dos protestantes.
Em 1533, dois anos após a morte de seu pai, Calvino se
converteu ao protestantismo. Um ano depois, fugiu com
um grupo de convertidos para Basiléia, por causa de uma
terrível perseguição.
As Institutas da Religião Cristã
Surgia, então mais um notável reformador: Calvino. Ele
dedicou-se ao estudo das obras literárias. Seu propósito,
a princípio, não era de modo algum chegar a ser um dos
líderes da Reforma, mas sim encontrar um lugar tranquilo
onde pudesse estudar as Escrituras e escrever sobre a
nova fé. Pouco antes de chegar a Basiléia, havia escrito
um breve tratado sobre o estado inter-mediário dos
mortos. Segundo ele encarava sua própria vocação, sua
tarefa consistiria em escrever outros tratados como esse,
que serviriam para aclarar a fé da igreja numa época de
tanta confusão.
A mais famosa obra que Calvino escreveu foi o manual ao
qual deu o título de Institutas da Religião Cristã, publicado
no ano de 1535.
O Reformador de Genebra
Pass Proibida a comercialização
ados três anos em Basiléia, Calvino rumou para Genebra
(1536), onde a situação nessa cidade era confusa. O
clero, em 70 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro geral de escassa instrução e
menor convicção, simplesmente havia seguido ordens do
governo de Genebra quando este decidiu abo-lir a missa e
optar pelo protestantismo. Isto tinha ocorrido poucos
meses antes da chegada de Calvino a Genebra e,
portanto, os missionários procedentes de Berna, cujo
chefe era Guilherme Farel, se encontravam à frente da
vida religiosa de toda uma cidade e carentes de pessoal
necessário.
Calvino chegou a Genebra com a intenção de não passar
ali mais que um dia e prosseguir seu caminho para
Estrasburgo.
Porém alguém avisou a Farei que o autor das Institutas se
encontrava na cidade, e assim se produziu uma entrevista
inesquecível, que o próprio Calvino nos conta.
Guilherme Farel, que “ardia com um maravilhoso zelo pelo
avanço do evangelho”, apresentou a Calvino várias razões
pelas quais precisava de sua presença em Genebra.
Calvino escutou atentamente seu interlocutor, uns quinze
anos mais velho que ele, porém se negou a aceitar seu
rogo, dizendo-lhe que tinha projeta-do certos estudos e
que não lhe seria possível terminá-los na situação em que
Farei descrevia. Quando por fim, Farel tinha esgotado
todos seus argumentos, sem conseguir convencer ao
jovem teólogo, apelou ao Senhor de ambos e insurgiu
contra o teólogo com voz estridente: “Deus amaldiçoe teu
descanso e a tranquili-dade que buscas para estudar, se
diante de uma necessidade tão grande te retiras e te
negas a prestar socorro e ajuda”.
Diante de tal imprecação, nos conta Calvino: “essas
palavras me espantaram e me quebrantaram e desisti da
viagem que tinha empreendido”. E assim começou a
carreira de João Calvino como reformador de Genebra.
Proibida a comercialização
Em 1559, Calvino viu cumprir-se um dos seus sonhos, ao
ser fundada a Academia de Genebra, sob a direção de
Teodoro de Beza, que depois sucedeu Calvino como
chefe religioso da cidade.
Naquela academia, se formou a juventude genebrina
segundo os princípios calvinistas. Mas seu principal
impacto se deve a que Proibida a Comercialização ©
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Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus nela
cursara
Proibida a comercialização
m estudos superiores pessoas procedentes de vários
outros países, que depois levaram o calvinismo a eles.
Os resultados das obras de Calvino em Genebra foram: a
vida moral da cidade se tornou um exemplo do que o
poder da fé reformada poderia fazer; a cidade de Genebra
se tornou um refúgio para os protestantes reformadores
que eram perseguidos em seus países, vindo
principalmente da Holanda, Alemanha, Es-cócia e
Inglaterra; na sua academia e no ambiente da cidade
foram instruídos ministros piedosos e corajosos, dentre
eles o reformador escocês João Knox, que se espalharam
como missionários da reforma por países que ainda não
havia entrado.
Guilherme Farel, que havia se dedicado a prosseguir a
obra reformadora e m Neuchâtel, foi ver s e u amigo pela
última vez. Calvino morreu em Genebra, Suíça, a 27 de
maio de 1564.
Os seguidores de Calvino se dividiram em duas correntes
principais:
A Calvinista: corrente que exalta à onipotência divina a
escolha e seleção antecipada dos que hão de ser salvos.
A Arminiana: corrente que destaca à onisciência divina o
conhecimento antecipado, dos que hão de ser salvos, por
sua própria iniciativa, não influenciando, todavia em sua
decisão.
Os huguenotes
A reforma logo se expandiu na França, apesar de muitas
perseguições. O movimento cresceu e se fortaleceu na
luta, não só para expandir o verdadeiro Evangelho, mas
também para alcançar a liberdade religiosa. Dado o
contínuo crescimento do protestantismo, a igrej Proibida a
comercialização a católica, não se achou satisfeita, e
incitou Carlos IX
atacar esses cristãos, apelidados de “huguenotes”.
A origem desse apelido, como se sabe, deu-se porque os
cristãos protestantes costumavam reunir-se à noite em
frente ao 72 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro portão do Rei Hugo. “O povo
daquele lugar acreditava que o es-pírito do rei
perambulava pela noite. Certa vez, um monge disse em
seu sermão que os protestantes deveriam ser chamados
de huguenotes ‘parentes do rei Hugo’, porque andavam à
noite e por isso se pareciam com ele”.
O nome ‘huguenotes’ passou a ser conhecido depois do
morticínio de Amboise. Havia constantes guerras entre os
cristãos reformados e os católicos. De um lado os
católicos queriam extinguir os huguenotes (cristãos), e do
outro lado, os huguenotes, liderados por Coligny e o
príncipe Condé lutavam pela liberdade religiosa. A batalha
que ocorreu em 1562 foi uma reação contra a tirania da
rainha Catarina de Médice.
A noite de S. Bartolomeu
A igreja católica ameaçava por um fim esmagador na
comunidade protestante em toda a França, com isso
tornou-se muito delicado o estado dos cristãos
huguenotes.
Pio V, Catarina de Médice e Felipe II rei da Espanha, es-
timulavam Carlos IX para que destruísse todos os cristãos
da França. Felipe II afirmou invadir a França caso os
“hereges” não fossem destruídos.
Um terrível mal estava por vir contra os cristãos, na noite
de São Bartolomeu, dia 24 de agosto de 1582.
Muitos cristãos franceses se reuniram em Paris durante
alguns dias para comemorar o casamento de Margarida
de Va-lois, irmã de Carlos IX, com Henrique de Bearn,
filho de Joana D’Albert, rainha de Navarra, uma das
principais líderes do protestantismo n Proibida a
comercialização aquela época, que se opusera a essa
aliança, talvez
‘pressentindo’ a tragédia. Ela havia se dirigido para Paris
alguns dias antes no mês de maio de 1572, com intento
de tentar impedir o casamento de seu filho. Chegando lá,
logo (4 de julho) ficou doente, e no dia 9 morreu
misteriosamente. O que se soube depois Proibida a
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Proibida a comercialização
foi que ela foi envenenada pela infame rainha Catarina de
Médice.
Henrique e Margarida se casaram no dia 18 de agosto de
1572, por causa da morte de Joana D’Albert. Os cristãos
acredita-vam que o casamento entre eles garantia uma
paz duradoura entre as duas religiões. A festa perdurou
por alguns dias com muitos jogos. Enquanto isso, em
surdina, os malvados assassinos se pre-paravam para
surpreenderem os cristãos durante a noite.
“Os algozes deveriam ter uma cruz no chapéu e um laço
da mesma cor no braço; as casas das vítimas foram
marcadas com uma cruz branca”.
Naquela como narra os anais da história, que milhares de
cristãos huguenotes foram cruelmente assassinados
indefesa-mente. O sino da igreja de Saint Germain-
l’Alxerrois dá o sinal para o início da matança naquela
noite. As ruas se enchem de corpos, uma terrível
carnificina. Matam cruelmente os líderes do huguenotes,
dentre eles, Coligny que foi morto e seu cadáver atirado
ao pátio do palácio de Gaspar sob os pés de Guise, que
num gesto covarde retira a cabeça do cadáver, que
depois é enviada a Roma, para regozijo do papa Gregório
XIII. Acredita-se que o número de cristãos atrocidados
tenha chego a 70.000, conforme afirma Sul y, o primeiro
ministro de Henrique IV. Embora, De Tour disse que foi
30.000, e o bispo Peréfixe 100.000, Sul y parece estar
mais próximo do número real.
Apesar desse terrível massacre os cristãos se reabilitaram
e lutaram pela sua liberdade na França, logrando êxito em
1598
com o Edito de Nantes.
João Knox e a Reforma na Escócia
Proibida a comercialização
A Reforma na Escócia teve um progresso considerado
lento, pois a igreja estava ligada ao Estado. Em 1559,
quando foi 74 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P.
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Pastor Moisés Carneiro assassinado o cardeal Beaton,
João Knox, que se achava exilado em Genebra, regressou
para assumir a direção da Reforma na Es-cócia. Nesse
período, os discípulos de Calvino, em Genebra formaram
uma nova congregação cristã, e foram denominados de
presbiterianos.
O que se sabe sobre Knox, é que ele nasceu em 1505, foi
educado na Universidade de Santo André, foi professor,
em 1547
abraçou a causa da Reforma Protestante, foi preso por
com outros reformadores, em Genebra conheceu João
Calvino e adotou suas idéias, conseguiu que a ordem e a
fé presbiterianas alcançassem importância suprema na
Escócia, e possuía uma profunda paixão pelas almas.
“Senhor, dá-me a Escócia, senão eu morro”.
Oração feita repetidamente por João Knox Knox morreu
em 1572, quando seu corpo descia à sep-ultura, Morton
(regente da Escócia) disse apontando para seu caixão:
“Aqui jaz um homem que jamais conheceu o medo”.
A Reforma na Inglaterra
O movimento da Reforma na Inglaterra iniciou-se no
reinado de Henrique VIII, com um grupo de estudiosos das
Escrituras Sagradas, dentre os quais alguns como Tomás
More, volta-ram a fé católica, enquanto outros avançaram
para a fé reformada.
João Proibida a comercialização
Tyndale, um homem de Deus, foi quem dirigiu a Reforma
naquele país. Este viajou para Alemanha em 1524 a fim de
traduzir o Novo Testamento para o inglês. Logo em 1526,
cerca de seis mil cópias do Novo Testamento foram
distribuídas secretamente na Inglaterra. A sua tradução em
inglês foi a primeira de-Proibida a Comercialização ©
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Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus pois


da invenç Proibida a comercialização ão da imprensa.
Antes de sua morte conseguiu traduzir ainda parte do
Antigo Testamento (até Crônicas). Tyndale foi degolado e
em seguida foi queimado no fogo publicamente no dia 6
de outubro de 1536.
Tomás Cranmer, também foi um dos dirigentes da
Reforma naquele país. Ele foi arcebispo de Cantuária.
Após sua conversão ao protestantismo, pagou com sua
própria vida por tal ou-sadia.
A Reforma da Inglaterra foi beneficiada por Henrique VIII
que havia se separado de Roma por que o papa não
autorizou seu divórcio da rainha Catarina. Com isso ele
fundou uma igreja, da qual era o próprio chefe. Aos que
não aderiram à sua igreja, tanto protestantes quanto
católicos, designou-lhes à morte.
Sob o reinado de Eduardo VI que era muito jovem, a
causa da Reforma se expandiu muito. Liderada por
Cranmer e outros, a igreja da Inglaterra foi fundada e o
Livro de Oração foi compilado, com sua rica linguagem.
Após Eduardo VI, subiu ao trono a rainha Maria, uma
católica que iniciou um movimento para reconduzir seus
súditos à igreja antiga. Depois dela, veio Elizabete, uma
mulher capaz, que abriu as portas novamente para o
cristianismo.
Durante seu longo governo, a igreja da Inglaterra firmou-se
outra vez e tomou a forma que dura até hoje.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta 35) – A mais
famosa obra que Calvino escreveu foi o manual ao qual
deu o título de Institutas da Religião Cristã, publicado no:
Proibida a comercialização
___a. ano de 1535.
___b. ano de 1553.
___c. ano de 1355.
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Moisés Carneiro ___d. ano de 1555.
36) – A igreja católica ameaçava por um fim esmagador
na comunidade protestante em toda a França, com isso
tornou-se muito delicado o estado dos cristãos:
___a. presbiterianos.
___b. luteranos.
___c. calvinistas.
___d. huguenotes.
37) – Zwínglio, o reformador suíço, nasceu em janeiro de
1484, quase dois meses depois que Lutero, em uma
pequena aldeia: ___a. escocesa.
___b. francesa.
___c. suíça.
___d. inglesa.
A Contra-Reforma
Ameaçada em seu próprio território pela Reforma
Protestante, a igreja católica, iniciou também um grande
esforço para recuperar-se em toda Europa. Um grupo de
aproximadamente sessenta pessoas criou uma união para
defesa da fé, conhecida de Oratório do Amor Divino. A
finalidade dessa instituição foi o de moralizar a igreja
católica para fazer frente às ameaças protestantes, atrav
Proibida a comercialização és das instalações dos
terríveis tribunais da inquisição.
Esse movimento contrário as doutrinas luteranas e
calvinistas foi denominado “Contra-Reforma”.
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Jesuítas
Proibida a comercialização
A Contra-Reforma se espalhou por toda parte, em forma
de entidades, que defendiam cegamente as tradições e
os dogmas romanistas. Dentre essas entidades,
destacou-se a Ordem dos Jesuítas organizada entre o
período de 1528 à 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola.
Este nasceu em 1491 ou 1495 em Azpeitia, no castelo de
Loyola, numa região basca, ao norte da Espanha. Era de
família nobre, caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos
8 anos de idade e de pai aos 14 anos. Até a idade de
vinte seis anos, Loyola foi soldado valente, embora
dissoluto. Até que numa batalha tra-vada no ano de 1521,
foi gravemente ferido, deixando-o aleijado para o resto da
vida. Dedicou sua vida a serviço da igreja, e no dia 31 de
julho de 1556 veio a falecer sendo posteriormente canoni-
zado. A Sociedade de Jesus ficou conhecida como os
Jesuítas, uma das instituições mais notáveis dos tempos
modernos a serviço da igreja católica. Era uma ordem
monástica caracterizada pela combinação da mais severa
disciplina. Sua meta primordial era combater o movimento
protestante, tanto com métodos conhecidos como com
formas secretas. Com o fortalecimento da Ordem dos
Jesuítas, esta passou a enfrentar uma forte oposição,
inclusive pelos países católicos. E por decreto do papa
Clemente XIV, foi proibida de funcionar dentro da igreja.
Ainda assim, ela subsistiu secretamente por algum tempo,
até que, mais tarde foi reconhecida pelo papa em 1814.
Hoje é uma das forças mais ativas para divulgar e
fortalecer a igreja católica em todo o mundo.
O Concílio de Trento
Houve uma tentativa, quanto a fazer a Reforma dentro da
própri Proibida a comercialização a igreja, através do
Concílio de Trento, convocado pelo papa Paulo III, onde se
reuniram durante o período de 1545 a 1563. Seu intento
era “investigar os motivos e acabar com os abusos que
deram causa à Reforma”. O Concílio era composto de bis-
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Moisés Carneiro pos e prelados, e cujas últimas sessões
foram lideradas pelo general Lainez. Havia um consenso
entre muitos de que os católicos e protestantes se
unissem novamente, isso, contudo não aconteceu.
Fizeram várias reformas dentro da igreja e as doutrinas
foram pregadas. Depois do Concílio de Trento, acredita-
se que os papas se conduziram com mais acerto do que
os que haviam governado antes.
Intensas Perseguições
A perseguição contra a expansão da Reforma Protestante
foi uma arma poderosa da qual a igreja católica fez uso
para tentar reprimí-la. Em toda a Europa, os governos
procuravam fazer cessar o protestantismo através da
espada. Na Espanha estabeleceu-se a Inquisição, por
meio da qual praticaram inimagináveis crueldades contra
milhares de vidas. Nos Países-Baixos o governo
determinou matar todos os que fossem suspeitos de
“heresias”.
Esforços Missionários
Os trabalhos missionários realizados pela igreja católica
foram também uma das forças da Contra-Reforma. Seu
alcance atingiu a América do Sul, México, parte do
Canadá, e na Índia.
Esses trabalhos já haviam sido iniciados antes mesmo
das missões protestantes, e nesse período já gozava de
muitos membros aumentando o poder da igreja.
A Guerra dos Trinta Anos
Proibida a comercialização
Em 1618, como consequência dos interesses e objetivos
dos Estados contrários à Reforma, culminou-se uma
guerra em toda a Europa, denominada de a “Guerra dos
Trinta Anos”. Os motivos dessa guerra abrangiam dois
aspectos: rivalidades religi-Proibida a Comercialização ©
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osas, e rivalid Proibida a comercialização ades políticas.
Por vezes, estados que professavam a mesma fé,
optavam por partidos distintos. Esta guerra subsistiu por
quase uma geração, causando prejuízos pertinentes à
Alemanha. Até que no ano de 1648, veio ao fim com a
demarcação dos limites católicos e protestantes, por meio
do tratado de paz de Westfália, que perdura até o dia de
hoje. Aqui finda-se o período da Reforma.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___38) – A
Contra-Reforma se espalhou por toda parte, em forma de
entidades, que defendiam cegamente as tradições e os
dogmas romanistas.
___39) – Houve uma tentativa, quanto a fazer a Reforma
dentro da própria igreja, através do Concílio de Tróia,
convocado pelo papa Paulo V, onde se reuniram durante o
período de 1555 a 1573.
___40) – Em 1618, como consequência dos interesses e
objetivos dos Estados contrários à Reforma, culminou-se
uma guerra em toda a Europa, denominada de a “Guerra
dos Trinta Anos”.
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Moisés Carneiro Lição 5
Dos heróis do século (XVII)
à atualidade
Os Puritanos
Surgiram após a reforma três grupos distintos na igreja da
Inglaterra:
a) os Romanistas: procuravam fazer uma nova amizade
com Roma,
b) os Anglicanos: que estavam satisfeitos com as
reformas, c) os Puritanos: denominados assim em 1654,
por serem cristãos reformados radicais. Resistia de
maneira firme o sistema angli-cano, e desejava uma igreja
semelhante as de Genebra e Escócia.
Os puritanos foram grandes defensores dos direitos
populares. Entre eles havia dois grupos: os que eram
favoráveis ao presbiterianismo, e os chamados
congregacionais. Três igrejas surgiram desse movimento:
Presbiteriana, Congregacional, e Batista.
No início o grupo Presbiteriano predominava. Segundo a
ordem do Parlamento, um concílio de ministros reunido em
Westminster, em 1643, preparou a “Confissão de
Westminster”, considerada por muito tempo como regra
de fé por presbiterianos e congregacionais. No período de
1660 a 1688, em que Carlos II governava, os anglican
Proibida a comercialização os assumiram novamente o
poder, que passaram a perseguir os puritanos. Dentre os
perseguidos que foram expulsos de suas igrejas estava o
célebre João Bunyan, que escreveu a maior obra literário-
cristã depois da Bíblia, “O Peregrino”, quando esteve na
prisão durante 12 anos.
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Proibida a comercialização
Os Congregacionais
Os abusos de autoridade por parte dos pastores luteranos
e presbiterianos foram assemelhados por alguns, iguais
aos abusos papais, que muitas, por interesses egoístas,
persuadiam o presbité-rio a tomarem decisões contra a
vontade da maioria. Isso fez com que o sistema episcopal
de governo (onde a congregação simplesmente obedecia
às determinações de seus superiores, não partici-pando
das decisões, e a igreja local não tinha nenhuma
autonomia de decisão, mas submetia-se às
determinações de um sínodo geral), fosse questionado,
surgindo então o movimento protestante
“congregacional”. Esse movimento decidiria então, pelo
voto da maioria, subordinando assim a autoridade do
pastoral aos seus interesses. O efeito negativo desse
movimento, logo ficou evidente, pois os líderes piedosos,
verdadeiros arautos e servos de Deus, foram sufocados.
O estadista João Wesley (séc. XVIII) A Inglaterra foi
despertada no início do século dezoito, após passar um
momento sombrio e formalista entre os protestantes. Os
protagonistas desse despertamento foram três notáveis
pregadores, homens sinceros, tais como João Wesley,
Carlos Wesley e Whitefield. Este último era o pregador
mais poderoso, suas mensagens comoviam milhares de
pessoas. Carlos Wesley era po-eta sacro. João Wesley foi
dirigente e estadista do movimento.
Wesley nasceu em 1703 em Epworth, norte da Inglaterra.
Seu pai foi superintendente da igreja da Inglaterra por
mais de quarenta anos. Mas foi a sua mãe quem o
influenciou. Uma vir-tuosa mulher cristã, que educou 18
filhos. O jovem concluiu seus estudos no CProibida a
comercialização olégio da Igreja de Cristo, em Oxford em
1724, e logo foi ordenado a ministro em seu país.
82 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro
“Senti que confiei em Cristo, em Cristo somente, para
minha salvação e alcancei grande segurança e certeza da
purifi-cação dos meus pecados, dos meus próprios
pecados, e livrei-me da lei do pecado e da morte”.
Depoimento da conversão de Wesley João Wesley tornou-
se pregador em 1739, e desde então, por mais de
cinquenta anos semeou a boa semente do Evangelho de
Cristo incansavelmente. Em pouco tempo, Wesley já tinha
ajuntado muitos seguidores do seu movimento, que
passou a ser chamado de “metodistas”, aceitando com
naturalidade. Muitos líderes da época passaram a negar o
púlpito para Wesley pregar, daí ele dizer esta frase: “minha
paróquia é o mundo”.
Suas atividades resultaram na organização do corpo
wesleyano n a Inglaterra, n o surgimento d e igrejas
metodistas no mundo inteiro, e no avultado número de
membros metodistas, chegando a milhões. Wesley morreu
em 1791.
A Igreja na América do Norte
A presença das igrejas reformadas ou protestantes, não
só na América do Norte, como em todo o continente,
devem-se as colonizações de países europeus. A igreja
católica foi a primeira a se instalar no continente em 1494,
quando Colombo trouxe para a América, em sua segunda
viagem, doze sacerdotes para conver-terem os ‘escravos’
nativos.
A imigração para os Estados Unidos cresceu muito a
partir do ano de 1845, procedente de toda Europa, trouxe
a principio muitos cató Proibida a comercialização licos,
especialmente dos condados da Irlanda. Mas logo depois,
os primeiros imigrantes protestantes desembarcaram em
solo americano.
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Proibida a comercialização
a)
A Igreja Episcopal
A igreja da Inglaterra, Episcopal, foi a primeira igreja
protestante a se instalar no solo dos Estados Unidos.
Francis Drake, dirigiu um culto solene em 1579, na
Califórnia. Com a apropri-ação do território de Nova
Iorque pelos ingleses, antigas colônias dos holandeses,
houve um grande favorecimento para a igreja da Inglaterra,
que tornou-se reconhecida como a igreja oficial da
colônia.
b)
Os Congregacionais
A presença dos congregacionais nos arredores dos
Estados Unidos, chamado pelos colonizadores até então
de Na Nova Inglaterra, foi resultado de uma intensa
perseguição inglesa contra os puritanos. Milhares de
cristãos se refugiaram na Nova Inglaterra.
As colônias nessa região tiveram um imediato
desenvolvimento.
Logo, fundaram duas Universidades: Harvard em
Cambridge e a de Yale em Novo Haven.
“Como os cristãos presbiterianos e os congregacionais
procediam da igreja da Inglaterra, e ambos os grupos
adotavam crenças calvinistas e aceitavam a Confissão de
Westminster, suas relações eram amigáveis”.
Houve até um pacto formalizado em 1801, que permitia
aos líderes servirem em ambas as denominações. Extinto
esse pacto em 1852, a corrente congregacional cresceu
muito nos Estados Unidos, menos no sul. Em 1931 a
igreja Congregacional e a igreja Cristã uniram-se para
formar a igreja Cristã Congregacional, poss Proibida a
comercialização uindo dois milhões de membros.
c)
Os Luteranos
84 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro As igrejas que se organizaram na
Alemanha depois da Reforma, foram denominadas Igrejas
Luteranas. B e m n o início da colonização holandesa na
Nova Amsterdã, atualmente Nova Iorque, os luteranos
chegaram a essa cidade. No ano de 1652
pediram uma licença para fundar uma igreja, mas sem
êxito.
Contudo, em 1664, dada a conquista da Inglaterra sobre a
Nova Amsterdã, os luteranos gozaram de liberdade para
realizarem seu culto.
O primeiro templo luterano construído deu-se próximo ao
rio Delaware, próximo aos condados de Lewes, na
América do Norte. Em 1710, com a chegada de novos
luteranos, vindo principalmente dos territórios da
Alemanha, estabeleceram sua igreja em Nova Iorque e na
Pensilvânia. Atualmente o número de membros arrolados
nessa igreja chega a quase 10.000.000 (dez milhões) em
todo o mundo.
d)
Os Presbiterianos
As igrejas dos Estados Unidos surgiram de duas origens.
A primeira veio da igreja presbiteriana que surgiu na
Escócia no período da Reforma, através de João Knox,
depois que assumiu a direção do movimento reformador.
Onde se espalhou ao noroeste da Irlanda quando a
população era e ainda é protestante. A segunda fonte de
onde se originou outro ramo do presbiterianismo foi o
movimento puritano da Inglaterra, durante o reinado de
Tiago I.
Depois da ascensão de Carlos II, a igreja da Inglaterra
conquistou novamente influência, onde mais de dois mil
pastores puritanos, da linha presbProibida a
comercialização iteriana, foram expulsos de suas
paróquias.
Os escoceses, irlandeses e ingleses ajudaram a formar a
igreja Presbiteriana nos Estados Unidos. Uma das
primeiras igrejas presbiterianas dos Estados Unidos foi
organizada em Snow Hil , Maryland em 1648, pelo Ver.
Francis Makemie.
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Proibida a comercialização
e)
Os Batistas
A história do surgimento dos Batistas, ou Anabatistas,
assim denominados por batizarem os adultos
mergulhando-os em água, remonta os primeiros anos da
Reforma Protestante, com origem na Suíça. Assim que
surgiu, esse movimento logo se espalhou pela Alemanha e
Holanda. Chegando aos Estados Unidos por volta de
1644, quando Roger Willians, organizou a denominação
batista na América do Norte, depois de ser expulso do
clérigo da igreja em Massachusetts por não acatar as
regras e opiniões congregacionais. Na Inglaterra
formaram a primeira agência missionária dos tempos
considerados modernos em 1792, quando enviaram
Guilherme Carey à Índia.
Os batistas seguiam a linha congregacional, e assim eram
considerados, por se unirem a eles na Inglaterra. Contudo,
logo se afastaram. Diz-se que a igreja que João Bunyan
pastoreou (1660) é uma igreja considerada tanto batista
como congregacional.
Por volta de 1814, organizou-se a Convenção Geral
Missionária Batista, desde então, é tida como a pioneira
nos esforços missionários.
f)
Os Quakers
Nesse período, o inglês Jorge Fox criou a sociedade dos
amigos na Inglaterra, mais conhecida como os “Quakers”.
Ele era contrário a forma de governo da igreja, e dizia que
esta deveria ser instruída diretamente pelo Espírito Santo
e não pelos seus sacerdotes.
Os Quakers eram assim chamados de Sociedade dos
Amigos. Seus en Proibida a comercialização sinos
concluíram que a igreja não deveria ter sacerdote, que
foram adotados por milhares de pessoas.
Fugidos dos perseguidores ingleses, muitos se refugia-86
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Caixa E. Federal Curso básico de Teologia Pastor Moisés
Carneiro ram para as colônias da Nova Inglaterra, onde
depois de acirrada perseguição por parte dos puritanos já
instalados em solo americano, obtiveram êxito.
Os Quakers possuem aproximadamente 70.000 membros
espalhados pelos arredores do mundo.
g)
Os Metodistas
As igrejas Metodistas do Novo Mundo surgiram em 1766,
desde que os irmãos wesleys vieram da Irlanda para os
Estados Unidos a fim de realizarem cultos segundo a linha
metodista. No ano d e 1768, Filipe Embury edificou uma
capela n a R ua João, onde funciona ainda uma igreja
metodista. Em 1769, por ordem de João Wesley, Ricardo
e Tomás, vi eram a o s Estados Unidos acompanha a
grande expansão da igreja.
Em 1784 foi organizada a Igreja Metodista Episcopal em
Baltimore. Asbury fo i nomeado o bispo. Diz-se q ue as
igrejas metodistas da América do Norte devem mais a
Asbury do que a qualquer outro homem, por causa de seus
incansáveis trabalhos.
h)
A Assembléia de Deus
A Assembléia de Deus nos Estados Unidos é resultado do
movimento que teve origem no início do século XX,
espalhando-se logo por todos os arredores do mundo.
Uma das características que se evidenciaram nas igrejas
no final do séProibida a comercialização culo XIX, era a
intensa sede espiritual que moti-vava os cristãos da época
a se reunirem por largas horas a fim de orarem em busca
de avivamento.
O início do movimento pentecostal não se pode atribuir
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Proibida a comercialização
a determinada pessoa, pois existem evidências do
derramamento simultâneo do Espírito Santo em vários
lugares. Daniel Awrey, um ministro protestante recebeu o
batismo com o Espírito Santo em janeiro de 1890, na
cidade de Delaware, Estado de Ohio, América do Norte.
Um grupo de pentecostais realizou uma convenção em
1897 na Nova Inglaterra. Na mesma época, manifestou-se
um avivamento no estado da Carolina do Norte. Segundo
Clara Smith, havia em torno de quarenta ou cinquenta
pessoas batizadas com o Espírito Santo. No mesmo ano
houve um grande avivamento pentecostal em Moorhead,
Minnesota, cujos resultados são notáveis até os dias de
hoje.
Nesse período William Joseph Seymour, um pastor de cor,
apareceu no norte americano, onde iniciou reuniões na
cidade de Houston, Texas. Foi ali que Seymour recebeu a
mensagem antes mesmo de ser batizado com o Espírito
Santo. Em Los Angeles, pregou as Boas Novas a um
grupo de pessoas de cor. Ali reascen-deu a fé no coração
dos ouvintes realizando reuniões de oração com intenso
fervor.
Logo depois de receber o batismo com o Espírito Santo,
Seymour então alugou um salão na Azusa Street 312 em
Los Angeles, Califórnia no dia 6 de abril de 1906, com
mais oito irmãos e uma criança onde realizaram reuniões
durante três anos.
Houve um grande impacto naquele lugar ficando
conhecida como a Azusa Street Revival “Renovação da
Rua Azusa”. “O
Pastor Seymour não só derrubou a existência de barreiras
raciais em favor da “unidade em Cristo”, ele também
rejeitou barreiras às mulheres em qualquer forma de
liderança de uma igreja”.
A mensagem pentecostal espalhou-se com rapidez, que
recebeu o nome de movimento. Por esse motivo o termo
Movimento PenteProibida a comercialização costal
passou a designar todos os grupos que enfati-zavam o
batismo com o Espírito Santo.
Com o objetivo de formar um conjunto de doutrinas e 88
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Carneiro forma de governo para o crescente movimento,
realizou-se na cidade Hot Springs, Estado de Arkansas,
entre o dia 2 e 12 de abril de 1914. Formando a primeira
Convenção das Assembléias de Deus nos Estados
Unidos.
A Assembléia de Deus norte americana é uma grande
potência mundial, reunindo milhões de membros e muitos
outros patrimônios.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta 41) – Após a
Reforma surgem três grupos distintos na igreja da
Inglaterra: os Romanistas, os Anglicanos, e os
Protestantes Radicais. Este último ficou conhecido como:
___a. “Os publicanos”.
___b. “Arminianos”.
___c. “Os wesleyanos”.
___d. “Os puritanos”.
42) – Uma das mais antigas igrejas presbiterianas dos
Estados Unidos foi organizada em:
___a. 1468.
___b. 1648.
___c. 1668.
___d. 1864. Proibida a comercialização 43) – Muitos
líderes da época passaram a negar o púlpito para Wesley
pregar, daí ele dizer esta frase: Proibida a
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Proibida a comercialização
___a. “Minha paróquia é o mundo”.
___b. “O mundo é uma paróquia”.
___c. “A paróquia é o meu mundo”.
___d. “Minha paróquia é a igreja”.
A Igreja Evangélica no Brasil
a)
A chegada dos Huguenotes no Brasil Nicolau Durand de
Villegaignon, vice-almirante francês, rumou para o Brasil,
depois de conseguir apoio do almirante Gaspar de
Coligny, chegando a solo brasileiro em 1555.
Ao desembarcar na terra que tanto ambicionou Nicolau
sofreu uma conspiração de seus próprios companheiros
de viagem, o que resultou na morte 16 pessoas. O vice-
almirante en-tão chefiou uma segunda expedição
composta por 300 homens, dentre eles 14 cristãos
huguenotes renomados.
Ao desembarcar os Huguenotes no Rio de Janeiro, no dia
10 de março de 1557, realizou-se o primeiro culto em
terras brasileiras, onde o Pastor Peter Richer pregou o
Salmo 27 e verso 4.
Os portugueses, entretanto, não ficaram passivos diante
do surgimento do primeiro movimento evangélico e como
tinham o monopólio do governo local, pressionaram
Villegaignon, na tentativa de extinguir o recém trabalho
evangélico. Como Villegaignon apesar de ter fé, tinha
mais interesses pessoais e comer-ciais do que profunda
convicção religiosa, preferiu acomodar-se às ordens dos
portugueses, Manoel da Nóbrega e Anchieta, que
determinaram a execução dos Pastores Jean du Bourdel,
Mattthieu Verneuil e P Proibida a comercialização ierre
Bourdon em 1558, e ainda mandaram enforcar em 1567 o
pregador Jean de Bolés que pregava o evangelho aos 90
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Carneiro índios tamoios em São Vicente-SP.
b)
A chegada dos Holandeses
O Brasil foi invadido pela Holanda, cujos navios aporta-
ram primeiramente em Salvador, Bahia em 1624, e em
1630 em Recife (PB), estabelecendo nestes Estados, a fé
evangélica, pelo fato de ser a Holanda, na ocasião, um
dos países onde a reforma protestante logrou grande
êxito.
Os holandeses em curto espaço de tempo de ocupação
em alguns pontos do Brasil iniciaram posteriormente
alguns movimentos de evangelização. Os morávios foram
até as Guianas em 1735, onde se dedicaram a
evangelizar os nativos.
Com a expulsão dos holandeses por parte dos
portugueses, as portas para a pregação do evangelho no
Brasil, foram mais uma vez fechadas e aqueles que
receberam a nova religião, passaram a ser perseguidos.
Há registro do primeiro culto evangélico realizado pelos
holandeses em Recife, no dia 14 de fevereiro de 1630, a
bordo de um navio da Missão holandesa, ministrado pelo
reverendo João Baers.
Devemos admitir que o principal motivo da frustração
destas primeiras iniciativas para evangelizar o Brasil,
deveu-se pelo fato de que tanto os franceses como os
holandeses, tinham outros interesses além da
evangelização da nação brasileira, que eram interesses
políticos e econômicos.
Deus abre as portas definitivamente Quan Proibida a
comercialização
do as portas se fecham e as dificuldades aumentam, Deus
interfere na história. Tem sido assim desde o princípio. Em
1810, Lord Strangford, que era crente em Jesus Cristo, foi
designado como embaixador da Inglaterra para o Brasil,
pelos relevantes Proibida a Comercialização © Direitos
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serviços prest Proibida a comercialização ados ao rei de
Portugal, pois, como comandante da esquadra inglesa,
garantiu a segurança da esquadra que trouxe o rei D. João
VI. Assim que chegou ao Rio de Janeiro, Strangford
começou a realizar cultos de adoração a Deus,
despertando a reação adversa dos padres católicos, que
solicitaram a sua expulsão do país, mas não conseguiram.
Em 1819, foi inaugurado o primeiro templo evangélico do
país, da Igreja Anglicana, à Rua dos Bourdons, que hoje se
chama Rua Evaristo da Veiga, no Rio de Janeiro.
c)
A Igreja Luterana
Por volta de 1800 quando os alemães emigraram para o
Sul, ali se instalou a primeira Luterana no Brasil.
Os Luteranos, embora sejam reformados, seguindo a
idéia de Martinho Lutero, batizam crianças recém-
nascidas, conforme a igreja católica.
Os cultos luteranos no Brasil durante alguns anos foram
celebrados na língua alemã, mas depois, passaram
também a ser celebrados em português.
No ano d e 1846 realizou-se u m Seminário, e m S ão Le-
opoldo (RS), com o intento de preparar luteranos
brasileiros para o pastorado das igrejas.
d)
A Igreja Metodista
A Igreja Metodista marcou seu início em solo brasileiro à
partir de 1835 quando o Rev. Fountain Pitts, foi enviado à
América do Sul em viagem missionária, e como
observador, nas principais cidades do continente.
O
Proibida a comercialização
s Metodistas dos Sul dos Estados Unidos em 1874 co-
missionaram Newman na qualidade de missionário
episcopal me-92 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 /
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Teologia Pastor Moisés Carneiro todista do Sul para o
Brasil. Três anos depois, Ranson também foi enviado para
o Brasil, dedicando seus esforços missionários no Rio de
Janeiro, São Paulo e Piracicaba.
e)
A Igreja Congregacional
Iniciada 1855 pelo Reverendo Roberto Kalley. Pelo vulto e
expressão do seu trabalho, alguns associam a ele o inicio
da Igreja Evangélica Brasileira, porém esta informação
não é verídica.
Organizou a primeira Escola Bíblica Dominical, voltada
especificamente à evangelização de brasileiros,
marcando o evangelismo pátrio, com seus abençoados 21
anos de serviços prestados à causa do evangelho e à
medicina em nosso país.
f)
A Igreja Presbiteriana
Foi inciada em 1862 no Rio de Janeiro pelo Reverendo A
G. Simonton, enviado pela Junta de Missões Estrangeiras
da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Logo depois
outros missionários, inclusive seu cunhado Alexandre
Blackford, chegaram para ajudar expandir a obra, sendo
fato notório a conversão do Padre católico José Manoel
da Conceição, cuja repercussão alcan-
çou os jornais e se tornou um ministro presbiteriano
exemplar, que muito contribuiu para a causa evangélica no
Brasil.
g)
A Igreja Batista
U
Proibida a comercialização
m missionário norte americano (1859) chegou ao Rio de
Janeiro onde trabalhou por pouco tempo, pois teve que
retornar ao seu país natal, por motivos de doença.
Em Santa Bárbara (SP), os colonos norte-americanos que
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Proibida a comercialização
viviam ali fundaram a Igreja Batista de Santa Bárbara em
10 de setembro de 1871. Mas por serem celebradas suas
reuniões em inglês, acabou se extinguindo.
A primeira Igreja Batista brasileira foi fundada no dia 15
de outubro de 1882, Salvador (BA), por Willian e Ann
Bagby, Zac-ary e Kate Taylor, e Antônio Teixeira de
Albuquerque.
h)
A Assembléia de Deus no Brasil
Em solo brasileiro, a Assembléia de Deus foi oficialmente
estabelecida no ano de 1911, em Belém do Pará através
dos dois pentecostais sueco-americanos Daniel Berg e
Gunnar Vingren que atribuíam suas motivações
missionárias as revelações recebi-das “diretamente de
Deus”.
Gunnar Vingren, era ex-pastor da Swedsh Baptist Church
(Igreja Batista Sueca) , Michigan, EUA. Vingren nasceu no
dia 8 de agosto de 1879, em Ostra Husby, Suécia.
Vingren e Daniel Berg, outro jovem sueco nascido na
aldeia de Vargon, foram os apóstolos comissionados por
Deus para lançarem os fundamentos da Assembléia de
Deus no Brasil.
A aproximação dos dois pioneiros deu-se por ocasião da
convenção de igrejas batistas reavivadas, em Chicago,
quando sentiram o chamado para as terras distantes. Na
cidade de South Bend, pouco tempo depois, o Senhor
lhes falou profeticamente:
“Num dia, no verão, Deus pôs no coração que deveríamos
nos reunir num sábado à noite para oração. Quando
orávamos, o Espírito do Senhor veio de uma forma
poderosa sobre nós (…).
Um irmão, Adolfo Ulldin, recebeu pelo o Espírito Santo
palavras maravilhosa Proibida a comercialização s e
mistérios escondidos que foram revelados. Entre muitas
coisas, o Espírito Santo falou por meio desse irmão que
nós deveríamos ir a um lugar chamado “Pará”, onde o
povo a quem 94 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 /
C.P. 119429-0 - Caixa E. Federal Curso básico de
Teologia Pastor Moisés Carneiro testificaríamos de Jesus
era de um nível social muito simples. Nós iríamos ensinar-
lhes os primeiros rudimentos do Senhor. Também
escutamos pelo Espírito Santo a linguagem daquele povo
o idioma português (…). Nenhum dos presentes conhecia
tal lugar.
Após a oração, fomos a uma livraria a fim de consultar um
mapa que nos mostrasse onde estava localizado o Pará.
Descobrimos então que se tratava de um Estado no Norte
do Brasil. A chamada divina então estava confirmada
(…)”.
Convictos da chamada de Deus, os dois missionários
Berg e Vingren empreenderam sua viagem missionária,
sem o apoio de nenhuma agência missionária, ou
denominação evangélica, pois já que não quiseram seguir
para a Índia, conforme os planos da Convenção Batista,
não receberam nenhum apoio ao projeto missionário para
o Brasil. O que o irmão Vingren conseguiu juntar para o
empreendimento missionário no Brasil foi 90 dólares.
Além de se ter pouco dinheiro, Vingren sentiu pelo Espírito
Santo de doar aquele dinheiro para o Pastor Durham, para
ajudá-lo na publicação de uma revista.
Ao invés de receberem o necessário para a viagem,
tiveram que doarem os poucos pertences que possuíam.
Porém, havia uma voz interior que os confortava dizendo:
“Se fores, nada vos faltará”.
Envolvidos pelas chamas que ardiam em seus corações e
sem nenhuma dúvida quanto à chamada de Deus,
deixaram a próspera América do Norte e rumaram para o
Brasil.
Ao iniciarem a viagem de trem para Nova Iorque, não
possuíam dinheiro nem para suas necessidades pessoais.
Numa parada para troc Proibida a comercialização a de
composição, andando pela cidade, carregando duas
pequenas malas, enquanto aguardavam o horário de
partida, resolveram passar na Igreja do Pastor B. M.
Johnson para se des-pedirem. Chegando lá, receberam
uma oferta missionária, quatro vezes maior do que os 90
dólares que haviam ofertado.
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Proibida a comercialização
Chegando ao Brasil, após 14 dias de viagem a bordo do
vapor “Clement”, onde uma alma aceitou a Jesus durante o
longo percurso, desembarcaram no Brasil no dia 19 de
Novembro de 1910, indo residir e congregar na pequena
Igreja Batista na Rua Balby, 406 em Belém do Pará, onde
iniciaram o ministério em terras brasileiras, pregando o
evangelho com simplicidade dizendo:
“Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo, porque:
Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e eternamente”.
Logo, começou a reação de um grupo de conservadores
que começaram lhes chamarem de fanáticos e cobraram
do pastor uma atitude em relação aos novos missionários,
que segundo os batistas, oravam demais e ensinavam
doutrinas que só foram váli-das para os dias dos
apóstolos, resultando na expulsão dos dois missionários e
dos que aceitaram as doutrinas ensinadas por eles.
No dia 08 de julho de 1911, a irmã Celina Albuquerque
recebeu o batismo com o Espírito Santo, no dia seguinte
sua irmã Maria Nazaré teve a mesma experiência. O
resultado da experiência pentecostal entre aqueles irmãos
culminou na revolta do evangelista Raimundo que fez um
motim para tentar inibi-los. Por falta de compreensão
talvez, ou não provar a gloriosa experiência do batismo
com o Espírito Santo, o irmão Raimundo fez uma reunião
como nos conta Vingren:
“Todos os demais que tinham vindo da Igreja Batista Cre-
ram então que isto era obra de Deus, todos menos dois, o
evangelista Raimundo Nobre e a mulher de um diácono...
Na terça-feira seguinte ele (Raimundo) convocou os
membros da igreja para um culto extraordinário e não
permitiu que o pastor falasse. Ele (o evangelista) somente
disse: ‘Todos os que estão de acordo com a nova seita,
levantem-se’. Dezoito irmãos levantaram-se e foram
imediatam Proibida a comercialização ente cortados da
comunhão da igreja. Estes dezoito irmãos saíram então da
Igreja Batista para nunca mais voltar. Isto aconteceu no dia
13 de junho de 1911.”
96 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Diário do Pioneiro, G. Vingren
No dia 18 de junho de 1911 passaram a congregar na Rua
Siqueira Mendes, nº 67, em Belém, que ficou
posteriormente conhecida por toda parte, por ser o
primeiro endereço da maior denominação evangélica do
país.
No ano de 1913 os missionários suecos consagraram os
primeiros pastores brasileiros, devido o avultamento da
obra: Absalão Pinto, Isidoro Filho, Crispiniano de Melo,
Pedro Trajano e Adriano Nobre.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___ 43) – Os
franceses foram os primeiros a difundir a fé evangélica em
solo brasileiro.
___ 44) – Há registro do primeiro culto evangélico
realizado pelos holandeses em Recife, no dia 14 de
fevereiro de 1630, a bordo de um navio da Missão
holandesa, ministrado pelo reverendo João Baers.
___ 45) – Em 1819, foi inaugurado o primeiro templo
evangélico do país, da Igreja Anglicana, à Rua dos
Bourdons, que hoje se chama rua Evaristo da Veiga, no
Rio de Janeiro.
___ 46) – Wil Proibida a comercialização liam Joseph
Seymour foi um pastor (filho de escravos) norte americano
que iniciou o movimento denominado neopentecostalismo.
___ 47) – Sobre o pentecostalismo no Brasil, Louis
Francescon, Proibida a Comercialização © Direitos
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Proibida a comercialização
Daniel Berg, Gunnar Vingren, são o precursores do
pentecostalismo neste solo.
O progresso
Durante sete anos a Igreja Assembléia de Deus avançou
em meio as lutas e perseguições terríveis, destituindo as
potes-tades do mal, que imperavam em uma nação
idólatra. Vingren e Berg arriscaram a própria vida,
enfrentando não só a fúria dos homens, mas
principalmente a do inferno, que na tentativa de de-tê-los
criava todos os obstáculos possíveis, tendo os mesmos
contraídos por diversas vezes malária e outras doenças
que minavam a saúde, mas não minavam sua fé inabalável
em Cristo Jesus.
Em 11 de Janeiro de 1918, foi registrado oficialmente o
nome de
“Assembléia de Deus, em Belém do Pará”.
Nos primeiros meses no Brasil, Daniel Berg, dedicou-se
ao árduo trabalho de ferreiro para garantir o sustento,
enquanto Gunnar Vingren estudava o idioma,
compartilhando com ele à noite o aprendizado.
Agora, enquanto Vingren dedicava-se ao pastorado da
Igreja em Belém do Pará ao lado de sua esposa, a jovem
missionária sueca, Frida Vingren, autora de diversos hinos
da Harpa Cristã; Berg, companheiro fiel, dedicava-se ao
trabalho de evangelismo pessoal, como colportor,
fundando inúmeras igrejas, inclusive no Amazonas e
outras regiões do norte do país, até que o Senhor di-
recionou Vingren para o Rio de Janeiro, a fim de atender a
um pedido feito através de uma carta, solicitando que o
mesmo fun-dasse uma Igreja naquela cidade.
Proibida a comercialização
Avanço na Região Sudeste
98 Faça sua Doação: Ag. 0314 / Op. 013 / C.P. 119429-0
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Moisés Carneiro Era tardinha, quando ao passar em frente
ao número doze da Rua São Luiz Gonzaga, Paulo
Macalão deparou com um folheto amassado e jogado ao
chão. Ao ler encontrou uma porção da palavra de Deus
que o tocou profundamente. De um jovem triste e sem
perspectiva levantou-se um jovem alegre e disposto a
consumir cada minuto da sua vida a proclamar o nome do
Senhor Jesus Cristo. Seu pai, preocupado, pois o mesmo
queria que seu filho seguisse a carreira militar, tentou
afastá-lo da fé que abraçara, porém em vão, mesmo sob
os protestos do pai, o jovem Paulo passou a freqüentar os
cultos na casa da família Brito, à Rua Senador Alencar, 17,
em São Cristóvão, trazendo seu violino com o qual louvou
a Deus por longos anos, antes que formasse a primeira
banda musical na Assembléia de Deus de São Cristóvão,
criando com esta iniciativa a salutar marca característica
das Assembléias de Deus, as bandas e orquestras que
acompanham o louvor congregacional.
Nesse período, chega ao Rio de Janeiro o irmão Heráclito,
vindo de Belém do Pará, e passa a freqüentar o mesmo
local de culto, contando aos irmãos sobre o avivamento
espiritual que var-ria o norte do país, sob a liderança dos
missionários suecos. Todos sentindo o desejo de receber
a mesma benção incumbiram o jovem Paulo e o irmão
Heráclito de escrever ao Missionário Vingren, pedindo-lhe
que enviasse alguém para lhes ministrar as verdades
pentecostais. Vingren responde dizendo que Deus já o
havia dirigido para descer para o sudeste do país. Vingren
chega ao Rio de Janeiro em novembro de 1923, fundando
oficialmente em 30 de abril de 1924, a Assembléia de
Deus nesta cidade.
As AssProibida a comercialização
embléias de Deus constituem a maior denominação em
território nacional. Tendo como slogan, a mensagem anun-
ciada por Daniel Berg e Vingren:
“Jesus cura, salva e batiza com Espírito Santo”.
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Surgimento de outras igrejas Pentecostais A partir da
década de 1950, com a chegada de dois missionários da
International Church of The Foursquare Gospel, os
pastores Harold Edwin Willians e o seu auxiliar, Pastor
Jesus Hermínio Vasquez Ramos. O primeiro natural de
Los Angeles- EUA e o segundo natural do Peru. A obra
começou numa casa na cidade de Poços de Caldas, junto
com uma escola de inglês indo depois para São João da
Boa Vista onde foi construído pelos fundadores um
pequeno templo. Em 1952 vieram para a capital de São
Paulo realizar campanhas evangelísticas a convite de um
pastor da igreja Presbiteriana do Cambuci e pouco tempo
depois foram para uma tenda de lona no mesmo bairro.
De lá foram para o bairro da Água Branca e então para o
salão da Rua Brigadeiro Galvão, 713.
Diz-se que na capital paulista, eles criaram a Cruzada
Nacional de Evangelização e, centrados na cura divina,
iniciaram a evangelização das massas, principalmente
pelo rádio, contribuindo bastante para a expansão do
pentecostalismo no Brasil. Em seguida, fundaram a Igreja
do Evangelho Quadrangular.
No seu rastro, surgiu a Igreja Pentecostal O Brasil para
Cristo, uma denominação fundada por Manoel de Mello
(1929-1990). Mello veio a São Paulo do sertão de
Pernambuco, converteu-se na Assembléia de Deus,
porém, logo aderiu a Cruzada Nacional de Evangelização,
hoje conhecida como a Igreja do Evangelho Quadrangular.
No ano de 1956, Mello iniciou sua própria igreja, A Igreja
Pentecostal “O Brasil para Cristo” (IPBC). Mello, um
homem leigo, porém era um pregador eloqüente, usando o
rádio para espalhar sua mensagem, e o seu programa, “A
Voz do Brasil para Cristo” que Proibida a comercialização
durou no ar por duas décadas. Conduziu reuniões de cura
em praças públicas e estádios de futebol.
Depois veio a Igreja Pentecostal Deus é Amor, uma de-10
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Caixa E. Federal Curso básico de Teologia Pastor Moisés
Carneiro nominação que se originou no Brasil no ano de
1962 pelo missionário David Martins de Miranda, que
havia se desvinculado da Igreja O Brasil para Cristo,
iniciando seu próprio ministério, no Brás, São Paulo, com
ênfase na cura divina e libertação de oprimi-dos. Em
função da fraca hermenêutica (regras básicas de
interpretação de textos bíblicos), em que se baseava a
fundamentação de sua visão de santidade, a partir dos
anos 80, muitos membros se uniram a outras
denominações pentecostais.
No dia 9 de junho de 1964 foi realizado o primeiro culto da
Casa da Bênção, na praça Vaz de Melo, Belo Horizonte,
às 15 horas, pelo Missionário Doriel de Oliveira. Este foi o
primeiro culto oficial, pois Doriel já tinha realizado vários
cultos como ministro da Igreja O Brasil para Cristo. Eles se
reuniram por 5 meses na praça até arranjarem um templo.
Depois, a Igreja Unida, uma instituição evangélica
pentecostal, foi fundada em São Paulo, Brasil, em 12 de
julho de 1963, que nesse ato teve como presidente o
Pastor Luiz Schiliró. A entidade tem como única regra de
fé e prática, declaradamente, as Escrituras Sagradas, a
Bíblia. Seus membros aceitam e praticam o batismo nas
águas por imersão, e em nome da Trindade Divina.
Sua existência se deu por fusão das seguintes igrejas:
Igreja Cristã Pentecostal Evangelismo e Cura Divina
“Maravilhas de Jesus”; Igreja Evangélica do Povo e Igreja
Cristã Evangélica Unida.
A Igreja de Nova Vida foi organizada pelo Bispo Robert
McAlister, canadense, no ano de 1960 no Rio de Janeiro.
Este oriundo do pentecostalismo clássico e filho de
pastores também teve sua origem religiosa na
Assembléia Pentecostal do Canadá. O
Bispo Robert foi missionário em vários lugares do mundo
e esteve pregando n Proibida a comercialização o Brasil
em 1958/1959 a convite das Igrejas Assembléia de Deus
e Evangelho Quadrangular. Sentindo a direção de Deus
estabeleceu-se no Brasil, estudando a língua portuguesa e
inaugurando um programa radiofônico, logo em seguida
alugou o nono andar da ABI (Associação Brasileira de
Imprensa) iniciando Proibida a Comercialização ©
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a Cruzada de Nova Vida, onde era pregado o
pentecostalismo, acompanhado de manifestações de
curas, libertação e batismo no Espírito Santo. É uma
denominação compatível com as Igrejas Americanas. Uma
vez que no Brasil prevalecia a tendência conservadora,
preferiu o estilo “liberal” das Igrejas Pentecostais
Americanas, alcançando principalmente a classe média
carioca.
O movimento neopentecostal, teve início na segunda
metade dos anos 70 com igrejas fundadas por brasileiros,
como por exemplo:
A Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de Janeiro,
1977), fundada pelo Bispo Edir Macedo – oriundo da
Igreja de Nova Vida. A igreja iniciou suas atividades em
um salão no bairro Abolição no Rio de Janeiro. Adotou
como princípio o ultra-liber-alismo, e o sincretismo de
símbolos religiosos, como instrumentos de evangelização,
dando toda ênfase na teologia da prosperidade e sendo
duramente criticado por não evangélicos e recebendo a
censura das igrejas evangélicas conservadoras, devido
aos seus métodos nada ortodoxos. No final da década de
90, adotou a es-tratégia de construção de mega-templos
em todo o país.
Depois, surgiu a Igreja Internacional da Graça de Deus no
Rio de Janeiro, fundada no de 1980 pelo Missionário RR
Soares (Romildo Ribeiro Soares), cunhado do Bispo Edir
Macedo, representante oficial de Kenneth Hagin no Brasil.
Em seu trabalho deu ênfase à teologia da prosperidade.
Em seguida, veio a Igreja Apostólica Renascer em Cristo,
uma denominação protestante também da linha
neopentecostal, foi fundada em São Paulo, em 1986, por
Estevam Hernandes e Sônia Hernandes. A Igreja
Renascer logo passou a controlar uma rede de TV, uma
gravadora, rede de rádio, uma editora e uma linha de
confecções; hoje no Brasil há cerca de 1200 templos e
mais de 2 milhõ Proibida a comercialização es de
seguidores. A Renascer é hoje, uma das maiores
denominações neopentecostais brasileiras.
E por último, a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra,
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Moisés Carneiro que foi fundada em fevereiro de 1992,
em Brasília, pelos bispos Robson e Maria Lúcia
Rodovalho.
As igrejas da linha neopentecostal, em sua maioria, utili-
zam de maneira muito intensa a mídia eletrônica,
proporcionando dessa forma uma grande expansão de
fiéis. O neopentecostalismo constitui a vertente
pentecostal mais influente e a que mais cresce.
Além das grandes denominações pentecostais, existem
outros milhares de ministérios independentes surgindo
anual-mente no Brasil e no mundo.
No decorrer dos anos, várias igrejas tradicionais aderiram
ao Movimento Pentecostal, experimentando novos
horizontes, com manifestações pentecostais.
Considerados renovados, como é o caso da Igreja
Presbiteriana Renovada, da Convenção Batista Nacional,
Igreja do Avivamento Bíblico e a Igreja Cristã Maranata.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado ___ 48) – Durante
sete anos a Igreja Assembléia de Deus avançou em meio
as lutas e perseguições terríveis, destituindo as potesta-
des do mal, que imperavam em uma nação idólatra.
___ 49) – Era tardinha, quando ao passar em frente ao
número doze da Rua São Luiz Gonzaga, Paulo Macalão
deparou com um folheto amass Proibida a
comercialização ado jogado ao chão. Lendo-o encontrou
uma porção da palavra de Deus que o tocou
profundamente.
___ 50) – No ano de 1996, Mello iniciou sua própria igreja,
A Igreja Pentecostal “O Brasil de Cristo” (IPBC).
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___ 51) – A Igreja de Nova Vida foi organizada pelo Bispo
Robert McAlister, canadense, no ano de 1960 no Rio de
Janeiro.
___ 52) – No dia 19 de junho de 1984 foi realizado o
primeiro culto da Tenda da Bênção, na praça Paz de Melo,
Belo Horizonte, às 18 horas, pelo Missionário David
Miranda.
___ 53) – A Igreja Universal do Reino de Deus (Rio de
Janeiro, 1977), foi fundada pelo Arcebispo João Macedo,
oriundo da Igreja de Vida Nova. A igreja iniciou suas
atividades em um salão no bairro Abolição no Rio de
Janeiro.
___ 54) – Em seguida, veio a Igreja Apostólica Renascer
em Cristo, uma denominação protestante também da linha
neopentecostal, foi fundada em São Paulo, em 1986, por
Estevam Hernandes e Sônia Hernandes.
___ 55) – A Igreja Internacional da Graça de Deus foi
fundada no Rio de Janeiro pelo Missionário Romualdo
Ribeirinha Soares no ano de 1980.
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Moisés Carneiro Bibliografia
Dicionário de Religiões - Editora Vida Bíblia de Estudo
Pentecostal – CPAD.
CABRAL, Davi. Assembléia de Deus – A Outra face da
História, Editora Betel, 2002.
ALMEIDA, Abraão de. A Reforma Protestante, CPAD,
1997.
DAMIÃO, Valdemir. A Igreja no Século XXI, CPAD, 2005.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática, CPAD, 1997.
CESARÉIA, Eusébio de, História Eclesiástica, CPAD,
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PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia,
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GARDNER, Paul . Quem é quem na Bíblia Sagrada,
Editora Vida, 1999.
HURBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã, Editora
Vida, 1993.
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Em Cristo,
Somente nele.
Pr. Moisés Carneiro
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