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Tecnologias de Vedação e Revestimentos para Fachadas PDF
Tecnologias de Vedação e Revestimentos para Fachadas PDF
E REVESTIMENTO PARA
FACHADAS
Série “Manual de Construção em Aço”
TECNOLOGIAS DE VEDAÇÃO
E REVESTIMENTO PARA
FACHADAS
RIO DE JANEIRO
2014
Crédito da foto de capa: Acervo Piratininga Arquitetos Associados
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia
autorização desta Entidade.
Bibliografia
ISBN 978-85-89819-34-3
1.Vedação 2. Revestimento I. Títulos (série) II. Mello, Murilo Blanco III. Roggero, Marcus
Vinícius Veiga IV. Segundo, Milton José Pimenta V. Pietrantonio, Vinícius Brandão
CDU 692(035)
Capítulo 1
Introdução 09
1.1 Contextualização 10
1.1.1 A Importância dos Sistemas de Vedação de Fachada 10
1.1.2 Tipologia dos Sistemas de Vedação para Fachadas 10
1.1.3 Soluções Construtivas de Fachadas para Estruturas de Aço 12
1.2 Desempenho das Vedações de Fachada segundo a NBR 15.575 12
1.2.1 Desempenho Estrutural 12
1.2.2 Desempenho Acústico 15
1.2.3 Desempenho Térmico 15
1.2.4 Segurança contra Incêndio 16
1.2.5 Estanqueidade 18
1.2.6 Durabilidade e Corrosão 18
Capítulo 2
Light Steel Framing(LSF) para Vedação de Fachadas 21
2.1 Contextualizações e Aplicações 22
2.1.1 O Sistema de LSF e sua Utilização em Fachadas 22
2.1.2 Subestrutura de Perfis de Aço Revestidos Formados a Frio 23
2.1.3 Tipologia dos Sistemas LSF para Fachadas 24
2.1.4 Placas Cimentícias para Sistemas de LSF 25
2.1.5 Onde e Por Que usar LSF em Fachadas 26
2.1.6 Características do LSF para Fachadas 26
2.1.7 Relação Custo-Benefício 27
2.2 Desempenho do LSF para Fachadas 29
2.2.1 Desempenho Estrutural 29
2.2.2 Desempenho Acústico 29
2.2.3 Desempenho Térmico 29
2.2.4 Segurança contra Incêndio 29
2.2.5 Estanqueidade 30
2.2.6 Durabilidade do LSF 30
2.3 Projeto de Vedações de Fachada com LSF 30
2.3.1 Configurações das Vedações com LSF e Placa Cimentícia 30
2.3.2 Modulação de Perfis e Painéis 31
2.3.3 Detalhamento Construtivo 32
Capítulo 3
Painéis Metálicos Isolantes(PMI) para Vedação de Fachadas 37
3.1 Contextualização e Aplicações 38
3.1.1 Onde e Por Que utilizar o Sistema de Painéis Metálicos Isolantes 38
3.1.2 Características do Sistema de Painéis Metálicos Isolantes 39
3.1.3 Relação Custo-Benefício 40
3.2 Desempenho do PMI para Fachadas 41
3.2.1 Desempenho Mecânico 42
3.2.2 Desempenho Acústico 42
3.2.3 Desempenho Térmico 42
3.2.4 Segurança contra Incêndio 43
3.2.5 Estanqueidade 44
3.2.6 Durabilidade do PMI 44
3.3 Projeto de Vedações de Fachada com PMI 45
3.3.1 Especificação e Dimensionamento 45
3.3.2 Fixações de Painéis 46
3.3.3 Detalhes e Juntas entre Painéis 48
3.3.4 Sequência Executiva 49
Capítulo 4
Painéis Pré-Fabricados de Concreto(PFC) para Vedação de Fachadas 51
4.1 Contextualização e Aplicações 52
4.1.1 Painéis Pré-Fabricados de Concreto (PFC) e sua Utilização em Fachadas 52
4.1.2 Tipos de Painéis para Fechamento 52
4.1.3 Processo de Fabricação e Repercussões no Desempenho 53
4.1.4 Onde e Por Que Utilizar o Sistema em PFC 54
4.1.5 Características do Sistema em PFC para Fachadas 55
4.1.6 Relação Custo-Benefício 56
4.2 Desempenho do PFC para Fachadas 57
4.2.1 Desempenho Estrutural 57
4.2.2 Desempenho Acústico 58
4.2.3 Desempenho Térmico 58
4.2.4 Segurança contra Incêndio 58
4.2.5 Estanqueidade 59
4.2.6 Durabilidade 60
4.3 Projeto de Vedações de Fachada com PFC 60
4.3.1 Dimensionamento do Painel 60
4.3.2 Fixações 61
4.3.3 Juntas 64
Capítulo 5
Sistemas de Vedação de Fachada com Vidro - FDV 67
5.1 Contextualização e Aplicações 68
5.1.1 Sistemas de Vedação de Fachada com Vidro e sua Utilização 68
5.1.2 Tipologia de Sistemas 68
5.1.3 Tipos de Vidros 75
5.1.4 Onde e Por Que Utilizar os Sistemas de Fachada com Vidro 81
5.1.5 Relação Custo-Benefício 81
5.2 Desempenho dos Sistemas de Vedação de Fachada com Vidro 82
5.2.1 Desempenho Estrutural 82
5.2.2 Segurança contra Incêndio 83
5.2.3 Estanqueidade 83
5.2.4 Desempenho Térmico 84
5.2.5 Desempenho Acústico 85
5.2.6 Desempenho Lumínico 86
5.2.7 Durabilidade 86
5.2.8 Manutenção 86
5.3 Projeto de Sistemas de Vedação de Fachada com Vidro 87
5.3.1 Especificações e Dimensionamento 87
5.3.2 Exemplos de Obras Contemporânea e de Soluções de Projeto 92
Capítulo 6
Sistemas de Revestimento Cortina e Ventilado (RCV) 97
6.1 Contextualização e Aplicações 98
6.1.1 Revestimento Ventilado e Cortina 98
6.1.2 Tipos de Painéis de Fechamento 99
6.1.3 Características dos Revestimentos Ventilado e Cortina 103
6.1.4 Relação Custo-Benefício 103
6.2 Desempenho dos Revestimentos Cortina Ventilado 104
6.2.1 Desempenho Estrutural 105
6.2.2 Desempenho Acústico 105
6.2.3 Desempenho Térmico 105
6.2.4 Segurança contra Incêndio 105
6.2.5 Estanqueidade 105
6.2.6 Durabilidade e Manutenção 106
6.3 Projeto de Revestimentos Cortina e Ventilado 108
6.3.1 Especificação e Dimensionamento 108
6.3.2 Detalhes de Projeto 109
O CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço tem a satisfação de oferecer aos profissionais envolvidos
com o emprego do aço na construção civil mais este manual, de uma série cujo objetivo é a disseminação
de informações técnicas e as melhores práticas relacionadas à construção em aço.
Este manual tem como objetivo principal estimular os profissionais de arquitetura e técnicos da área de
construção, para a especificação e o projeto de fachadas que utilizem novas soluções construtivas diferentes
daquelas tradicionais com alvenarias e revestimentos aderidos convencionais.
As tecnologias contempladas neste manual já são largamente utilizadas em outros países e vêm encontrando
um cenário na construção nacional mais aberto e com maiores possibilidades de viabilidade, tanto do ponto
de vista técnico como econômico.
São abordadas no manual, cinco diferentes tecnologias para a vedação de fachadas: estruturas leves em
aço (light steel framing – LSF); painéis metálicos isolantes (PMI); painéis pré-fabricados de concreto (PFC);
sistemas de vedação de fachadas com vidro (FDV) e sistemas de revestimento cortina ou ventilado (RCV).
Todas essas tecnologias já estão em uso no país, ainda que algumas de forma incipiente, mas com um
enorme potencial para crescimento. Em comum, apresentam como principal característica o fato de serem
comercializadas como uma solução construtiva, onde materiais, especificação, projeto e montagem são
fornecidos em conjunto, ainda que não necessariamente por uma única empresa.
As soluções para a compatibilização das estruturas de aço e seus respectivos sistemas construtivos são
um aspecto relevante deste manual. Acredita-se que é esta integração na etapa de projeto, execução e
operação que poderá tornar as edificações no Brasil mais rápidas, eficientes e sustentáveis.
O manual apresenta no seu Anexo A, uma tabela comparativa do impacto dos principais fatores relevantes
no custo de cada tecnologia de vedação e revestimento das estruturas em aço.
Centro dinâmico de serviços, capacitado para conduzir e fomentar uma política de promoção do uso do aço
na construção com foco exclusivamente técnico, o CBCA está seguro de que ao difundir estas tecnologias,
suas melhores práticas, critérios de especificações e projetos, colabora com a modernização da construção
civil brasileira, contribuindo para a difusão de competência técnica e empresarial no País.
Capítulo 1
Introdução
9
Introdução
10
da ação do vento, de cargas acidentais e de Sendo essencialmente uma vedação
seu peso próprio, transmitindo-as à estrutura. externa, as fachadas cortinas precisam ser
Em termos gerais pode-se dizer que estanques ao ar e à água, além de funcionar
existem três tipologias distintas de soluções com uma barreira para reter o calor e o som
construtivas para a vedação e revestimento de de acordo com as necessidades requeridas
fachadas de edifícios, a saber: no projeto.
a) alvenaria de vedação e revestimento Para qualquer tipo de solução de fachada,
aderido com substrato de argamassa; seja vedação ou revestimento, é necessário
b) alvenaria ou divisória leve de vedação considerar a capacidade de acomodar as
com revestimento tipo cortina ou ventilado deflexões, expansão e contração térmicas,
(conhecido em inglês como rain screen wall); deslocamentos relativos entre os pavimentos e
c) fachada cortina e seus subtipos como oscilações dos edifícios causados pelo vento e
painéis de concreto, LSF com placas cimentí- cargas sísmicas, sendo necessário considerar
cias, pele de vidro, structural glazing e módulos estas ações de modo local e global.
de vidro unitizados. Outros critérios importantes de desem-
Este manual dedica-se aos dois últimos penho como o conforto lumínico, térmico e
tipos e traz informações básicas para seu en- acústico, bem como a resistência ao fogo e
tendimento e especificação em projeto. a segurança contra invasão e explosões de-
Os revestimentos tipo cortina ou ventilado vem ainda ser considerados de acordo com
não constituem uma vedação completa e por os requisitos estabelecidos para o projeto ou
isso precisam ser combinados com parede de normalização específica. Estes últimos são
alvenaria ou outra divisória. Os materiais mais itens quase sempre determinantes em projeto
comuns utilizados para estes revestimentos na Europa, nos EUA e na Ásia.
são as placas de granito, os painéis de ACM Todos estes aspectos têm transforma-
(aluminum composite material) e os painéis do os projetos de fachada, independente do
cerâmicos extrudados ou prensados. material em uso, em soluções construtivas
Nestes tipos de soluções construtivas de customizadas e não apenas de aplicação de
fachada as placas ou painéis de revestimento sistemas construtivos padronizados.
ficam normalmente afastados alguns centí- Para facilitar o leitor no que se refere à
metros da vedação principal e são fixados por comparação entre as diversas soluções cons-
meio de subestruturas metálicas como mostra trutivas aqui tratadas, apresenta-se no final
o capítulo 6. deste manual uma tabela comparativa de fato-
As fachadas do tipo cortina, por sua vez, res impactantes no custo final dos sistemas de
podem ser projetadas para ter função tanto de vedação e revestimento. Para tanto o impacto
revestimento como de vedação externa princi- nos custos é avaliado de forma qualitativa e
pal da edificação, muito embora o termo seja relativa, tendo como referência uma média
empregado de modo genérico para designar presumida de influência de cada fator, seja no
uma série de diferentes tecnologias construti- custo final do sistema, seja no custo global da
vas como aquelas apresentadas nos capítulos obra. Os fatores considerados na tabela com-
2, 3, 4 e 5. Estas fachadas empregam subestru- parativa são:
turas ancoradas à estrutura principal do edifício • Impacto na logística da obra;
que geralmente são engastadas apenas em um • Necessidade de equipamento;
ponto a cada trecho, se assemelhando, por- • Nível de pré-montagem;
tanto, a uma cortina convencional usada para • Velocidade de montagem;
bloquear a luz em janelas, derivando assim o • Viabilidade de ajustes durante a montagem;
termo – fachadas cortina. (PATTERSON, 2011) • Terminalidade;
11
Introdução
12
exigências da NBR 15.575 para impactos de corpo duro para vedações verticais externas de edi-
fícios com mais de um pavimento.
Tabela 1.1. Exigências da NBR 15.575 para impactos de corpo mole para vedações verticais externas.
Tabela 3 da NBR 15.575. (ABNT, 2013b)
13
Introdução
Tabela 1.2. Exigências da NBR 15.575 para impactos de corpo duro para vedações verticais externas. Tabela 7 da
NBR 15.575. (ABNT, 2013b)
Tabela 1.3. Cargas de ensaio e critérios para peças suspensas fixadas por mão-francesa padrão. Tabela 2 da
NBR 15.575. (ABNT, 2013b)
14
1.2.2 - Desempenho acústico As vedações externas devem ser projeta-
das para atender aos critérios estabelecidos na
Com o crescimento das cidades a polu- NBR 15.575 e executados de modo que este
ição sonora tornou-se um grave problema. Além desempenho não se altere com o tempo. No
de causar danos à saúde, níveis de ruídos aci- caso das soluções de fachada que atuam como
ma do recomendável pela Organização Mundial revestimento e não como vedação vertical do
da Saúde (OMH) provocam desconcentração edifício, a exemplo das fachadas cortinas com
e irritabilidade, comprometendo o rendimento placas cerâmicas, granito e ACM, são ainda as
do trabalho e o sono. paredes externas que têm esta responsabilida-
Assim, as soluções construtivas para de primordial.
fachada são cada vez mais exigidas sob este
ponto de vista, sendo necessário determinar Tabela 1.4. Índice de redução sonora ponderado, Rw, de
seu desempenho acústico. Nesta avaliação fachadas, de acordo com a NBR 15.575. (ABNT, 2013b)
15
Introdução
Os valores máximos admissíveis para a transmitância térmica (U) das paredes externas são
apresentados na Tabela 1.5. Os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica (CT) das
paredes externas também são prescritos nesta norma e devem atender aos valores da Tabela 1.6.
Para o procedimento simplificado as vedações leves costumam não atender aos valores desta
tabela e, por isso, a recomendação é proceder à simulação de desempenho térmico ou realização
de medições em campo.
Tabela 1.5. Transmitância térmica de paredes externas Tabela 1.6. Capacidade térmica de paredes externas de
de acordo com a NBR 15.575. Tabela 13 da NBR 15.575. acordo com a NBR 15.575. Tabela 14 da NBR 15575.
(ABNT, 2013b) (ABNT, 2013b)
Tabela 1.7. Classificação dos materiais de acordo com o método previsto na NBR 15.575.
Tabela 9 da NBR 15.575. (ABNT, 2013b)
16
Os sistemas ou elementos das fachadas devem atender ainda a NBR 14.432. Esta norma
define os TRRF - Tempo Requerido de Resistência ao Fogo dos elementos das vedações conside-
rando inclusive a altura e tipo de edificação. Estes valores também são considerados nas Instruções
Técnicas do Corpo de Bombeiros de várias cidades, conforme reproduzido a seguir. (PMSP, 2011)
Tabela 1.8 - Tempo Requerido de Resistência ao Fogo, de acordo com o tipo de ocupação e características da edificação. Re-
produção da NBR 14.432. (ABNT, 2000)
Além de atender aos TRRF, as soluções mente protegidos contra a ação do incêndio e
de fachada devem ter elementos que dificultem as frestas com as vigas e/ou lajes devidamente
a propagação vertical do incêndio pelo exterior seladas, de forma a garantir a resistência ao
dos edifícios. fogo do conjunto.
Devem ser previstos o uso de selos corta- Para as fachadas-cortinas envidraçadas
-fogo e demais elementos construtivos corta- a IT nº09/2004 do Corpo de Bombeiros (PMSP,
-fogo/pára-chama de separação vertical entre 2004) exige que sejam instalados parapeitos,
pavimentos consecutivos. vigas ou prolongamentos dos entrepisos.
Estes elementos devem promover a se- A instrução explica que as frestas ou aber-
paração da vedação da fachada onde existir turas entre a “fachada-cortina” e os elementos
aberturas entre pavimentos consecutivos, de separação devem ser vedados com selos
podendo se constituir de vigas e/ou parapeito corta-fogo em todo perímetro; tais selos devem
ou prolongamento dos entrepisos, além do ser fixados aos elementos de separação de
alinhamento da fachada. modo que sejam estruturalmente independen-
As fachadas com painéis pré-moldados tes dos caixilhos da fachada (Figura 1.3).
devem ter seus elementos de fixação devida-
17
Introdução
1.2.5 - Estanqueidade
18
primento, por parte dos usuários e administra- de ar, para secagem da superfície;
dores do empreendimento, dos programas de • A estrutura deve possuir furos para dre-
manutenção e das condições de uso previstas. nagem, em locais onde haja acúmulo de
Os aspectos fundamentais de uso e manuten- água;
ção do edifício e de suas partes normalmente • Caso seja possível, criar locais de
são informados no manual de uso, operação acesso para realização de manutenção;
e manutenção do edifício, ou em manuais de • Não se devem deixar cavidades nas
fabricantes, sendo que a NBR 5674 (ABNT, ligações soldadas.
2012) serve como referência para definição e
realização desses programas de manutenção. É importante ainda observar que sempre
Um aspecto relevante da durabilidade dos existirá algum grau de corrosão entre dois
sistemas de fachadas são as ancoragens e metais em contato. Porém, a relação entre as
perfis utilizados e suas respectivas resistências áreas é extremamente importante para definir
à corrosão. A respeito deste assunto julga-se se, mesmo havendo potencial de corrosão,
importante estabelecer alguns conceitos. podemos colocar os materiais em contato (por
A corrosão do aço carbono é um processo exemplo, em ligações parafusadas).
vinculado a um ciclo químico natural. Desta A situação onde a corrosão é mais
forma, cabe ao projetista das vedações com provável é aquela em que a área exposta a ser
partes metálicas contornar o problema da cor- corroída é significativamente menor em relação
rosão para que este não seja um fator crítico à à região que corrói. A fotografia da Figura 1.5
vida útil dos sistemas. ilustra esta situação.
A condição essencial para que haja cor- Outros cuidados que podem ser tomados
rosão é a presença de água e oxigênio em de modo a minimizar a corrosão são:
contato com o metal. Uma atmosfera muito • Isolar os metais um do outro com um
úmida, por exemplo, é um grande contribuinte isolante elétrico (dielétrico), por exemplo;
para que a corrosão ocorra. • Se possível, realizar uma pintura prote-
Na ocorrência da corrosão eletroquímica, tora nos dois metais, ou pelo menos sobre
a superfície metálica apresenta pequenas o metal mais nobre (de maior potencial de
regiões com potenciais elétricos diferentes que, redução, ou menor potencial de corrosão);
em contato com água ou com a umidade do ar, • Utilizar um metal de sacrifício na inter-
fecha um circuito, de modo que a região com face;
potencial eletroquímico menor sofre corrosão. • O metal que tiver menor tamanho (por
A corrosão galvânica ou bimetálica, por exemplo, parafuso) deve ser de um ma-
sua vez, ocorre quando dois metais, com dife- terial mais nobre do que o metal mais
rentes potenciais eletroquímicos, estão em con- abundante.
tato elétrico e imersos em um fluido condutor de
íons (como a água, por exemplo). Dessa forma,
aquele com menor potencial eletroquímico
sofrerá corrosão. O fluido possui uma grande
influência no potencial de corrosão dos metais.
A água de chuva possui condutividade elétrica
suficiente para estabelecer a reação entre dois
metais em contato.
Para evitar a corrosão devem-se tomar
as seguintes medidas:
Figura 1.5. Corrosão apresentada por porca e arruela de
• As cantoneiras devem permitir o fluxo aço galvanizado em contato com chumbador de aço inox e
cantoneira de alumínio. (Acervo Inovatec Consultores)
19
Introdução
A Figura 1.6 mostra o potencial de corrosão bimetálica para várias combinações de metais
classificando-as em: corrosão improvável (cinza escuro), corrosão possível (cinza médio) e cor-
rosão provável (cinza claro).
Figura 1.6 – Potencial de corrosão bimetálica em meio aquoso neutro, adaptado de NATIONAL PHYSICAL
LABORATORY do Reino Unido. O grau de corrosão se refere ao metal no eixo vertical. Na horizontal tem-se o
metal que entra em contato. (NPL, 2000)
O método mais comum para prevenir ou minimizar a corrosão bimetálica é baseado na ideia
de interromper o caminho elétrico através dos metais.
Este isolamento pode ser obtido por meio do uso de buchas ou arruelas de borracha como
o Neoprene e plásticos como o nylon e o PTFE – politetrafluoretileno, conhecido como Teflon™.
Esta solução é eficiente quando se separa os metais e também o possível contato com uma
uma camada de água.
20
Capítulo 2
Light steel framing (LSF)
para vedação de fachadas
21
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
22
de vapor. A lã mineral (rocha ou vidro) contribui Tabela 2.1 – Revestimento mínimo dos perfis de aço forma-
do a frio para LSF de acordo com a NBR 15.253. (ABNT,
para o conforto térmico e acústico, enquanto as 2014)
membranas estanques controlam a passagem
Perfis estruturais
da umidade pela vedação. A mais conhecida
Massa mínima Designação do
destas membranas chama-se Tyvek®. Tipo de
do revestimento revestimento
revestimento
O acabamento externo do sistema nor- a
conforme as se-
malmente é constituído de uma camada de g/m2 guintes normas
argamassa especial reforçada com malha de Zincado por imer-
275 Z275
fibra de vidro que tem a função de evitar fis- (ABNT NBR (ABNT NBR
são a quente
7008-1) 7008-1)
suras nas juntas entre painéis e regularizar a
Alumínio-zinco 150 AZ150
superfície para receber uma camada final de por imersão a (ABNT NBR (ABNT NBR
acabamento como mostra a figura 2.3. quente 15578) 15578)
a
A massa mínima refere-se ao total nas duas faces (média do
ensaio triplo).
23
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
24
e externa para evitar condensação. A barreira ças importantes entre as placas disponíveis
de vapor, diferentemente da barreira estanque, no mercado.
evitar a passagem da água tanto na forma As placas cimentícias possuem consti-
líquida quanto gasosa. tuição permeável ao vapor de água e relativa
estanqueidade à água no estado líquido.
As diferentes tecnologias de produção
interferem diretamente nas propriedades e de-
sempenho das placas. Uma das características
que marcam estas diferenças é a capacidade
de absorção de água, que varia de fabricante
para fabricante.
As placas cimentícias utilizadas em ve-
dações de fachada devem ser protegidas para
evitar movimentação higroscópica que venha a
provocar fissuras. O tratamento das juntas por
si só não elimina a necessidade de proteção
das placas contra umidade. Em termos gerais,
Figura 2.6 – Detalhe da vedação em LSF do tipo cortina
onde todo o sistema fica externo à estrutura principal do
quanto maior a capacidade de absorção de
edifício. Acervo Inovatec Consultores) água da placa, maior o potencial de movimen-
tação e mais eficiente deve ser esta proteção.
25
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
na matriz cimentícia e outras que possuem As placas utilizadas no LSF são comer-
malhas de fibra de vidro incorporada à suas cializadas com largura fixa de 1,20 m e compri-
superfícies como mostra a Figura 2.8. mentos que variam de 2,00 m, 2,40 m e 3,00 m.
As principais características das placas As espessuras mais utilizadas para vedações
cimentícias para vedações em LSF são: externas são 10 e 12 mm. O peso das placas
• elevada resistência a impactos; varia entre 16 e 17 Kg/m2.
• resistência à umidade, podendo ser
exposta às intempéries; 2.1.5 - Onde e porquê usar LSF em
• incombustibilidade; fachadas
• facilidade de corte;
• possibilidade de compor paredes curvas As soluções de vedação de fachada em
depois de saturadas; LSF podem ser utilizadas em praticamente todo
• baixo peso próprio (até 18 kg/m²) tipo de edificação, incluindo edifícios comer-
facilitando o transporte e manuseio; ciais, residenciais e industriais.
• compatível com a maioria dos Devido a sua rapidez de execução e ra-
acabamentos e revestimentos como cionalização do uso dos materiais o LSF deve
pintura, cerâmica e placas de rocha. ganhar cada vez mais espaço no mercado
nacional de construção civil. É possível reduzir
A NBR 15.498 - Placa plana cimentícia o cronograma final de algumas obras, impac-
sem amianto - Requisitos e métodos de en- tando diretamente em seu custo fixo como
saio (ABNT, 2007) estabelece algumas dessas tem ocorrido em diversas obras executadas
características. A Tabela 2.3 apresenta um no Brasil.
resumo de valores obtidos de acordo com os Vale ressaltar que o uso do LSF como ve-
métodos desta norma e dados declarados por dação externa permite o acabamento final com
fabricantes nacionais. materiais tradicionais como pintura, argamas-
Tabela 2.3 – Características de placas cimentícias destina- sas decorativas de diversos tipos e cerâmica.
das ao uso em LSF para vedação de fachadas.
2.1.6 - Características do LSF para
fachadas
26
• Redução de cargas quando comparada Tabela 2.4. Razões para utilização do LSF como vedação de
estruturas em aço.
a outros tipos de vedações;
• Possibilidade de controle de qualidade
efetivo da execução proporcionado pela sepa-
ração dos serviços (montagem da estrutura,
vedação com painéis e acabamento final);
• Disponibilidade dos componentes do
sistema no mercado nacional;
• Facilidade de montagem, manuseio e
transporte devido à leveza dos componentes;
• Flexibilidade para projetar geometrias e
dimensões variadas, praticamente sem restri-
ções; e
• Facilidade de passagem de instalações
elétricas e hidráulicas.
27
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
28
mento de materiais pode ficar por conta do cli- A título de exemplo, a Tabela 2.5 mostra
ente. A não exigência de um projeto executivo a influência da lã de vidro, paredes simples
e a montagem realizada por terceiros pode e duplas de LSF e painéis internos de gesso
dificultar o funcionamento da solução com um acartonado no Índice de Redução – Rw deter-
sistema de fato; minado em laboratório.
• Estimativa de preço (R$/m²): a faixa de Tabela 2.5. Seção transversal de uma vedação externa em
preço fornecida engloba as configurações mais LSF e valores esperados para índice de redução sonora Rw.
(FREITAS, CRASTO, 2006)
básicas do sistema para atender o nível mínimo
previsto pela NBR 15.575 para vedações ver-
ticais de edifícios residenciais.
29
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
30
Figura 2.9 – Corte transversal mostrando vedação externa em LSF do tipo semicortina com indicação de vários elementos e
acessórios utilizados em um projeto específico. (Acervo INOVATEC CONSULTORES)
Nota: as eventuais denominações comerciais e citações de fabricantes são de caráter meramente ilustrativo.
2.3.2 - Modulação de perfis e painéis modo a evitar que ocorram juntas verticiais ali-
nhadas (aprumadas) nos cantos das aberturas.
A Figura 2.10 mostra um trecho de planta A Figura 2.11 mostra as configurações
baixa com o posicionamento de montantes e recomendadas para se evitar fissuras.
placas cimentícias.
Este projeto residencial traz o LSF como
solução da vedação externa e as divisórias
internas são de gesso acartonado.
As setas perpendiculares às paredes
mostram as posição dos painéis que seguem
ordenados de modo a otimizar cortes, melho- Figura 2.11 – Diferentes posicionamentos dos painéis do
rando o aproveitamento e facilitando a mon- LSF mostrando o desalinhamento entre juntas verticais,
tagem. horizontais e cantos de abertura (SANTIAGO, 2008 )
As linhas tracejadas identificam as aber-
turas que também são cotadas. Notar que a
modulação dos painéis deve ser realizada de
31
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
A união entre duas placas adjacentes deve efetuar-se sobre a mesa de um montante, onde
cada placa compartilha metade dessa mesa. Os parafusos devem estar defasados entre uma
placa e outra de modo que não perfurem a mesa do perfil em dois pontos da mesma altura. A
fixação deve ser feita a cada 150 mm no máximo em todo o perímetro da placa e a cada 300 mm
nos montantes intermediários.
Figura 2.10 – Trecho da planta de modulação de fachada em LSF. As setas perpendiculares marcam a
posição das placas cimentícias. (Acervo INOVATEC CONSULTORES)
32
Figura 2.12 – Detalhe em planta mostrando os componentes e acessórios utilizados no canto externo da fachada em LSF. Notar
o cuidado com proteção e reforço no encontro entre as placas cimentícias e a fixação dos montantes verticais. (Acervo INOVA-
TEC CONSULTORES)
Nota: as eventuais denominações comerciais e citações de fabricantes são de caráter meramente ilustrativo.
Figura 2.13 – Trecho da planta de modulação de fachada em LSF. As setas perpendiculares marcam a posição das placas
cimentícias. (Acervo Inovatec Consultores)
Nota: as eventuais denominações comerciais e citações de fabricantes são de caráter meramente ilustrativo.
33
Light steel framing (LSF) para vedação de fachadas
Na Figura 2.14 tem-se uma elevação -se utilizar outras configurações de perfis em
típica da vedação em LSF mostrando o posi- função dos esforços e dimensões envolvidas. A
cionamento de montantes e principais compo- Figura 2.15 recomenda a disposição de guias
nentes do sistema, incluindo a banda acústica e montantes para compor vãos de vergas em
(fita de isolamento) utilizada entre as faces das aberturas de janelas ou portas. Podem ser
guias e montantes na interface com a estrutura utilizados perfis U dobrados, cantoneiras de
principal do edifício. conexão ou chapas.
Para a fixação das placas cimentícias são A Figura 2.16 mostra um detalhe do
utilizados parafusos autobrocantes com cabeça encontro entre divisória externa de LSF com
chata do tipo chapa-metal. A fixação deve ser placa cimentícia e interna com painel de gesso
feita tanto nos montantes quanto nas guias com acartonado na posição de um pilar metálico.
espaçamento máximo de 300 mm e dispostos Notar que o painel de gesso interno da vedação
a 15 mm das bordas das placas. externa não deve ser interrompido no encontro
Nos cantos das placas cimentícias, os das duas divisórias.
parafusos devem ficar afastados de 50 a 100 A Figura 2.17 mostra o detalhe do encon-
mm das bordas nas duas direções. tro entre esquadria e LSF com placa cimentí-
Após a fixação, todas as cabeças dos cia. Neste tipo de janela não há contramarco
parafusos devem ser tratadas com massa e a instalação fica facilitada pela precisão
cimentícia própria que faz parte do sistema. dimensional do vão e pela fixação por meio de
Para vãos de abertura até 1,20 m, as ver- parafusos autobrocantes nos perfis dobrados
gas podem ser compostas simplesmente por da própria vedação. No detalhe da Figura 2.18
perfis guias e fixadas aos montantes laterais foi utilizado um peitoril de granito que permite
que devem estar presentes sempre dos dois melhor acabamento e vedação.
lados das aberturas. Para vãos maiores pode-
34
Figura 2.17 – Detalhe do encontro entre esquadria e LSF
com placa cimentícia. Notar que neste caso não há contra-
marco. (Acervo Inovatec Consultores)
35
Capítulo 3
Painéis metálicos isolantes
(PMI) para vedação
de fachadas
37
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
38
Devido à sua ágil montagem, bem como
à possibilidade de desmontagem, os painéis
metálicos isolantes são uma boa alternativa
também para construções de caráter tempo-
rário. Este emprego usualmente é identificado
no projeto e execução de módulos operacionais
provisórios em grandes eventos como mostra
a Figura 3.6. (FARIA & MARTINS, 2013).
As características mencionadas, em
particular a alternativa de desmontagem e re-
posicionamento, fazem dos painéis metálicos
isolantes uma boa alternativa também para
empreendimentos que lidam com a expectativa
de ampliações.
Figura 3.4 – Paramento externo, painel metálico isolante e 3.1.2 - Características do sistema de
paramento interno de um sistema de vedação de fachada
painéis metálicos isolantes
(BENCHMARK KINGSPAN, 2014)
39
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
40
São brevemente apresentadas a seguir lãs minerais;
algumas observações importantes para o en- • Incremento em durabilidade: a respon-
tendimento dessa tabela: sabilidade do desempenho está mais rela-
• Impacto na logística da obra: executar a cionada às chapas metálicas e sua vida útil,
vedação com painéis metálicos isolantes ofere- notadamente dependente do revestimento
ce uma possibilidade de redução no tempo de utilizados na proteção do aço;
execução desta etapa, bem como de abrevia- • Manutenabilidade: para que se preser-
ção da etapa de execução de revestimentos, de vem as características de desempenho são ne-
modo que a ocupação do canteiro e o impacto cessários cuidados com as chapas metálicas,
no cronograma crítico da obra são reduzidos; como rotinas de limpeza e reparos de danos
• Necessidade de equipamento: por se localizados;
tratarem de materiais leves, o manuseio dos • Cadeia Produtiva: há no mercado vários
painéis demanda o uso de equipamentos de fabricantes e fornecedores de painéis, bem
menor porte; distribuídos no território nacional;
• Nível de pré-montagem: os painéis • Contrato e responsabilidade técnica:
metálicos isolantes são fornecidos da maneira o fornecimento dos componentes do sistema
como serão utilizados na fachada, restando costuma ser centralizado. Pode-se citar ainda
apenas a fixação e a execução das juntas; que alguns fornecedores executam serviços de
• Velocidade de montagem: pelos dois projeto e montagem, centralizando ainda mais
últimos fatores, a produtividade desse sistema a responsabilidade técnica pela fachada e seu
é relativamente alta, podendo se manter acima desempenho;
de 400 m²/dia para projetos que não impõe • Estimativa de preço (R$/m²): a faixa de
dificuldades geométricas e de acesso para preço fornecida engloba as diversas configura-
montagem; ções do sistema, desde a mais básica (chapas
• Viabilidade de ajustes durante a monta- em aço galvalume com núcleo em PUR com
gem: por se tratarem de painéis industrializados 50 mm de espessura) às mais sofisticadas
modulados de acordo com o projeto inicial, (núcleos em PIR com espessuras maiores que
ajustes em obra se fazem um empecilho; 120 mm revestidos por chapas metálicas em
• Terminalidade: os painéis não sofrem aço inox).
alterações, restando apenas a vedação e aca-
bamento das juntas e arremates nas aberturas 3.2 - Desempenho do PMI para
e extremidades; fachadas
• Necessidade de acabamento final: não
se faz necessária a execução de revestimentos Tipicamente, painéis metálicos isolantes
adicionais mas a pintura pode se degradar com são empregados em construções de uso mais
o tempo; específico, sendo pouco utilizadas em projetos
• Incremento de desempenho acústico: de edificações de múltiplos pavimentos. Os re-
o ganho de desempenho acústico para este quisitos de desempenho são função da finalida-
sistema de vedação se dá modificando-se o de de uso do empreendimento, podendo estar
núcleo do painel em sua espessura, densidade sujeitos a normas específicas para cada caso.
e/ou no material que o compõe; De modo geral, devem ser adotados como
• Incremento de desempenho térmico: referência os requisitos e critérios de desem-
análogo ao fator anterior; penho de vedações externas estabelecidos na
• Incremento de segurança contra incên- NBR 15.575-4 para edificações habitacionais
dio: análogo ao fator anterior. Vale ressaltar, (ABNT, 2013), conforme apresentado no capí-
neste caso, que os materiais mais indicados tulo 1 do presente manual.
para atendimento do TTRF dos painéis são as
41
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
42
Tabela 3.2 – Características de materiais isolantes térmicos utilizados no núcleo de painéis metálicos isolantes. (INSTITUTO
POLITÉCNICO DE TOMAR)
PUR/PIR (Poliuretano/Poliisocianurato) Menor condutividade térmica dentre seus substitutos (melhor
desempenho), com resistência térmica garantida a temperaturas
em torno de 90°C, para o PUR, e 160°C, para o PIR, sendo este
mais resistente ao fogo também;
EPS (Poliestireno Expandido) É uma alternativa ao PUR de características semelhantes,
por também se tratar de um material polimérico, mas de custo
inferior e com desempenho termoacústico relativamente satisfa-
tório;
LDR (Lã de Rocha) Trata-se de uma fibra de origem mineral. Difere-se por ser um
material incombustível, imputrescível e quimicamente inerte,
mas também por apresentar uma condutância térmica maior do
que os anteriores.
43
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
eventual incêndio, facilitando o seu crescimento rística presente em alguns materiais de origem
e propagação, bem como às dificuldades que mineral, como a lã de rocha.
os materiais podem impor à extinção inicial e
ao abandono do edifício. (ABNT, 2006a) 3.2.5 - Estanqueidade
Os painéis metálicos isolantes devem ser
capazes de proteger diretamente os usuários Segundo a NBR 15.366-3 (ABNT, 2006b),
das edificações, dificultando a ocorrência e a painéis metálicos isolantes cujas faces metáli-
propagação de incêndios e a geração de fuma- cas atendam a uma inspeção visual podem ser
ça excessiva de forma a não impedir a fuga de considerados impermeáveis ao ar e a água,
seus ocupantes. sendo a vedação do conjunto função de sua
Em termos práticos, o objetivo é que os instalação.
componentes do sistema de vedação atendam Deve-se dar maior atenção aos detalhes
ao TRRF determinado pela Instrução Técnica críticos do sistema de fechamento, como jun-
nº08/2011 (PMSP, 2011), em função do tipo de tas, fixações, cantos, quinas e topos, podendo
ocupação e características da edificação, bem valer-se do uso de selantes para garantir a es-
como que satisfaça os critérios de desempenho tanqueidade do sistema por completo. Selantes
estabelecidos nas pelas normas relacionadas. a base poliuretano são os mais comumente
Ressalta-se o disposto na NBR 15.366-2 empregados neste contexto
(ABNT, 2006a): “A avaliação de desempenho
dos painéis deve ser feita no sistema completo, 3.2.6 - Durabilidade do PMI
isto é, nas condições reais em que os painéis
serão instalados, incluindo o produto com todos Fica sob responsabilidade dos diferentes
os seus revestimentos, selantes aplicados na fabricantes mencionar os cuidados a serem
fabricação, juntas padrão, acabamentos repre- tomados na manutenção do sistema (ABNT,
sentativos e o método de instalação apropriado 2006b), como limpeza periódica e reparos na
para o ensaio”. pintura.
A NBR 15.366-2 ainda dispõe os proce- Por se tratar de um material com a face
dimentos para execução desses ensaios bem externa metálica, ainda deve haver cuidado em
como os parâmetros para classificação dos relação à corrosão.
painéis (ABNT, 2006a). Para evitar a corrosão dos componentes
Isto implica que, apesar de os núcleos se- metálicos devem-se tomar as seguintes medi-
rem tipicamente compostos por materiais como das básicas:
Poliuretano e Poliestireno, que são relativa- • adequada especificação do revesti-
mente vulneráveis ao fogo, deve-se considerar mento do aço e/ou da pintura das chapas de
a atuação dos revestimentos em chapas de aço acordo com a agressividade do ambiente onde
na proteção dos mesmos e o desempenho do o produto estará aplicado;
sistema como um todo. • a estanqueidade do sistema de fachada
Ao contrário dos materiais poliméricos deve ser capaz de impedir a presença de flui-
mencionados acima, encontram-se ainda dos condutores nas interfaces metálicas;
disponíveis no mercado alternativas, como o • regiões de interação entre metais di-
Poliisocianurato, um material mais resistente ferentes, como juntas de fixação, demandam
a chamas que pode contribuir inclusive para maior cuidado, tão maior quanto for a diferen-
a obtenção de certificações de desempenho ça de potencial eletroquímico entre os metais
contra incêndios (como o selo FM Global1). presentes.
Outra solução, para situações de serviço 1
Factory Mutual Global (FM Global) é uma organização
mais críticas, seria o eventual emprego de americana de gerenciamento de riscos e de resseguros
industriais, que fornece selos de qualidade referentes à
materiais incombustíveis nos núcleos, caracte- eficácia do desempenho de equipamentos.
44
É importante ainda observar que sempre metais adicionais (e.g. níquel, tungstênio) em
existirá algum grau de corrosão entre dois sua composição. Seus parâmetros de resis-
metais em contato. Porém, a relação entre tência mecânica, ductilidade e resistência à
as áreas é extremamente importante para corrosão são função de sua composição e do
considerar se, mesmo havendo potencial de tratamento térmico recebido.
corrosão, é possível colocar os materiais em
contato (por exemplo, em ligações parafusa- • alumínio: por se tratar de um metal com
das). A situação menos arriscada é aquela em baixo potencial corrosivo, pode-se empregá-
que a área exposta que corrói (sofre redução) -lo na composição das chapas metálicas para
é significativamente menor em relação à região operação em zonas de maior agressividade.
a ser corroída (sofrer oxidação). Deve-se ter em mente, porém, seu decréscimo
Abaixo estão listadas algumas alterna- de resistência mecânica quando comparado ao
tivas para que se garanta a durabilidade do aço.
sistema:
45
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
terno.
Conforme mencionado no Item 2.3, quanto menor o coeficiente de transmissão global de calor
de um sistema de vedação, mais eficaz do ponto de vista energético será a operação do sistema
de climatização interna da edificação.
Aumentar a espessura de um núcleo reduz o coeficiente de transmissão de calor dos painéis
como um todo, trazendo um ganho em desempenho térmico sem grande impacto no peso próprio
do sistema, conforme ilustrado na Tabela 3.3
Tabela 3.3 – Características técnicas dos painéis de acordo com as propriedades do núcleo (revestido por chapas
metálicas de 0,5mm de espessura). (Adaptado de TECTERMICA, 2013)
Coeficiente de
Material do Núcleo
Espessura (mm) Transmissão de calor Peso Próprio (Kg/m²)
Isolante
(W/m².K)
50 ~0,6848 ~9,82
EPS 100 ~0,3630 ~10,54
150 ~0,2470 ~11,27
50 ~0,4905 ~11,33
PIR/PUR 100 ~0,2557 ~13,22
~0,1732 ~15,49
46
interna de gesso acartonado e, por fim, a
compartimentação vertical em material corta
fogo, responsável pela segurança contra a
propagação de incêndios.
Subestrutura
metálica de
suporte.
Camadas de
proteção
contra
radiação,
água e ar.
47
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
48
demandar o uso de selantes, para garantir a
vedação da edificação.
Figuras 3.20 e 3.21 - Detalhes em planta da fixação de pai- Figura 3.23 – Perfis de acabamento instalado na junta verti-
néis metálicos isolantes em uma quina. (DÂNICA, 2013a) cal entre painéis adjacentes. (DÂNICA, 2013b)
49
Painéis metálicos isolantes (PMI) para vedação de fachadas
50
Capítulo 4
Painéis pré-fabricados de
concreto (PFC) para
vedação de fachadas
51
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
52
Os painéis alveolares são produzidos no 4.1.3 - Processo de fabricação e
Brasil normalmente em concreto protendido repercussões no desempenho
com largura de 100 cm a 125 cm e com espes-
suras de 9, 12, 16, 20, 25 e 30 cm, eventual- Os PFC são fabricados a partir de uma
mente chegam a 50 cm. mistura de cimento Portland, agregados (brita e
areia), aditivos como superplastificantes, água
e, eventualmente, pigmentos inorgânicos, que
conferem cor ao painel.
O emprego desses aditivos permite re-
duzir a relação água-cimento na dosagem do
concreto, sem que haja prejuízo de sua traba-
lhabilidade, de forma que, ao final, obtenha-se
um produto com baixa porosidade, elevada
resistência mecânica e impermeabilidade.
Figura 4.4 – Seção transversal de um painel alveolar com O processo de produção é comum aos
largura e espessuras típicas. (CASSOL, 2012) pré-fabricados de concreto de grande porte,
mas a concretagem é divida em duas etapas.
O painel de 15 cm de espessura utilizado Na parte final do processo pode-se introduzir
para vedação, por exemplo, possui peso de algumas técnicas para obtenção do acaba-
cerca de 240 kg/m². (CASSOL, 2012). mento superficial desejado como jateamento
e lixamento.
Figura 4.5 – Etapas do processo de fabricação dos painéis até sua instalação. (HISADA et al., 2013)
53
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
Figura 4.6 – Fôrma de aço customizada para atender projeto Figura 4.7 – O afastamento entre painéis pré-fabricados pre-
específico de painéis de fachada. (HISADA et al., 2013) cisa ser uniforme para facilitar a vedação e conferir estética
adequada. (OLIVEIRA; SABBATINI, 2004)
O concreto lançado na fôrma é vibrado, fábrica por meio de pontes rolantes que carre-
promovendo melhor adensamento da mistura. gam os veículos que farão o transporte até o
Os painéis recém-moldados passam por um canteiro.
processo de cura controlada até que atinjam a
resistência desejada. 4.1.4 - Onde e por que utilizar o
Para acelerar a desforma usualmente é sistema em PFC
utilizado cimento Portland tipo CP V ARI para
dosagem do concreto. O sistema de pré-fabricados de concreto
O fabricante deve controlar cuidadosa- pode ser utilizado para vedação de fachada
mente a qualidade da matéria prima e homoge- em praticamente todo tipo de edificação, desde
neidade da produção para evitar variações de edifícios industriais e comerciais até mesmo
tonalidade dos painéis com função de vedação residenciais.
de fachada.
Além disso, devem ser controladas a re-
sistência e a precisão dimensional dos painéis
com o intuito de minimizar a dificuldade de
montagem devido a imprecisões geométricas
dos painéis como as verificadas na Figura 4.7.
Os fabricantes recomendam estocar os
painéis na posição horizontal, utilizando-se
calços de madeiras entre estes a uma distância
mínima de 30 cm das extremidades. Também
é possível armazená-los na posição vertical,
desde que a borda inferior esteja devidamente
protegida e calçada. (STAMP, 2013) Figura 4.8 – Edifício da biblioteca central da PUC, em
Os painéis têm instalados ganchos es- Campinas. Uso de painéis pré-fabricados para fechamento
de edificação em estrutura metálica de aço. (foto Bebete
peciais para serem transportados do pátio da Viegas. Projeto Arquitetura Piratininga Arquitetos Associados
PAA)
54
A redução do custo fixo da obra propiciada tados para permitir os ajustes. Por outro lado,
pela possibilidade de se reduzir o prazo final uma equipe composta de 6 a 8 pessoas pode
do cronograma tem permitido que este sistema instalar 10 painéis por dia para uma carga ho-
ganhe espaço no cenário da construção civil, rária diária de 6 horas em condições normais
sobretudo em relação ao sistema convencional de operação. (STAMP, 2012).
de vedação em alvenaria de blocos. Tal redu- A pré-fabricação não só permite a ins-
ção pode ser ainda mais significativa quando a peção dos componentes antes da montagem
edificação também for executada em estrutura na obra, como também traz racionalização ao
em aço e quando os painéis são fornecidos com canteiro de obras.
acabamento final. A racionalização obtida provém do uso
mais efetivo da mão de obra alocada e da
redução do espaço necessário no canteiro
para o recebimento, estocagem, transporte e
manuseio de materiais, quando comparado ao
sistema convencional de vedação em alvenaria
de blocos.
Limitações e soluções
A necessidade de equipamento de maior
capacidade para a instalação do sistema, devi-
do ao elevado peso dos painéis pode induzir a
maiores custos, além de requerer uma logística
mais elaborada no canteiro de obras.
Ainda assim, a possibilidade de redução
Figura 4.9 – Aspecto da montagem dos painéis da fachada
da biblioteca central da PUC. Os painéis são suspensos, do prazo final da obra pode trazer vantagens
apoiados nas vigas metálicas e então fixados com cantonei- econômicas, de tal modo que a solução passe
ras de aço. (Acervo PAA )
a ser viável.
Esse potencial competitivo só pode ser
4.1.5 - Características do sistema em plenamente aproveitado a partir do momento
PFC para fachadas em que se faz um planejamento da obra ade-
quado às características e necessidades desse
A instalação do sistema envolve basica- sistema de vedação. Para isso, vale destacar
mente três etapas principais, a saber: a importância de dois fatores.
• instalação das ancoragens na estrutura O primeiro diz respeito à elaboração de
(lajes/pilares); um projeto detalhado, que tenha em vista a
• içamento e acoplagem nas ancoragens; compatibilização das interfaces entre os sub-
• tratamento das juntas. sistemas e o atendimento aos requisitos míni-
mos de desempenho estabelecidos em norma
Com auxílio de grua ou guindaste, os (OLIVEIRA; SABBATINI, 2004).
painéis são descarregados no canteiro e en- Em segundo lugar, é possível colocar em
tão estocados até o momento do içamento e evidência a adequação do planejamento e da
fixação na posição final. Durante a fixação é logística no canteiro de obras, de modo a tor-
necessário alinhar e nivelar os painéis e as an- nar o trabalho mais produtivo. Nesse sentido,
coragens devem permitir os ajustes previstos. destacam-se os seguintes pontos relevantes
A produtividade da montagem pode variar ao planejamento da obra:
bastante de acordo com a complexidade do • atenção à locação das gruas disponí-
projeto e com os tipos de dispositivos proje-
55
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
56
drofugantes, sendo necessário posteriormente moldagem, cura e demais processos envol-
apenas a aplicação de selante nas juntas; vendo a fabricação do produto são executados
pelo fabricante, além do projeto e da montagem
• Necessidade de acabamento final: os da fachada;
painéis são fornecidos adequados ao projeto
de arquitetura, de modo que não se faz ne- • Estimativa de preço (R$/m²): a faixa de
cessária a execução de revestimentos adicio- preço fornecida engloba variações relaciona-
nais em canteiro; das às possíveis configurações dos painéis,
estes podendo ser alveolares ou maciços e
• Incremento de desempenho acústico: o ter diferentes espessuras, e o emprego de
ganho de desempenho acústico para o sistema diferentes materiais no tratamento dos painéis
de vedação se dá no simples aumento da es- e na execução das juntas.
pessura dos painéis que sendo de concreto
atende com relativa facilidade este requisito; 4.2 - Desempenho do pfc para
fachadas
• Incremento de desempenho térmico:
análogo ao fator anterior. Cabe mencionar a Ainda que a NBR 15.575 estabeleça crité-
alta inércia térmica do concreto frente às alter- rios de desempenho para edificações habitacio-
nativas de vedação comumente disponíveis; nais, é possível utilizá-los como referência para
demais tipologias de edificações que façam uso
• Incremento de segurança contra incên- do sistema em painéis pré-fabricados. Desta
dio: análogo ao fator anterior; forma, os sistemas com painéis pré-fabricados
de concreto também devem atender aos requi-
• Incremento em durabilidade: associada sitos previstos na parte 4 da NBR 15.575.
diretamente a durabilidade do concreto usado
na fabricação dos painéis. Um ponto vulnerável 4.2.1 - Desempenho estrutural
pode ser os dispositivos metálicos de ancora-
gem; O sistema em painéis pré-fabricados
de vedação para fachadas não tem função
• Manutenabilidade: os pontos críticos da estrutural, mas deve ser capaz de resistir às
manutenção são a necessidade de reaplicação ações externas de cargas horizontais de vento
de hidrofugante na superfície do concreto para ou abalos sísmicos, bem como aos efeitos da
preservar sua aparência e o tratamento das dilatação térmica.
juntas com selante que tem vida útil limitada Os requisitos da NBR 15.575, expostos
e por isso precisa ser removido e reaplicado na introdução deste manual, preveem atendi-
depois de alguns anos; mentos às resistências de impacto de corpo
duro e de corpo mole (lado interno e externo).
• Cadeia Produtiva: a produção e o for- Quanto aos critérios a serem observados
necimento de painéis pré-fabricados de con- em relação à resistência ao impacto de corpo
creto normalmente não sofrem restrições ou mole, por se tratar de uma vedação vertical
gargalos devido à grande disponibilidade de pesada, deve ser superior a 60 kg/m², como
insumos, bem como o fato de ser uma tecno- mostra o capítulo introdutório do manual.
logia razoavelmente difundida no país;
57
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
Tabela 4.1 – Resistência ao fogo de painéis de concreto maciço em função do tipo de agregado. (OLI-
VEIRA; SABBATINI, 2004)
Para atingir um TRRF de 120 minutos, estão embutidas na laje de concreto de cada
um painel pré-fabricado de concreto, que utilize pavimento, com cobrimento mínimo de 3 cm.
agregados tipo II, deve possuir espessura su- Na segunda solução, não apenas as fixações
perior a 120 mm. Por outro lado, um painel que do sistema de vedação, mas também todos
tenha agregados leves (tipo III), como a argila os perfis da estrutura metálica da edificação
expandida e a vermiculita, em sua composição devem ser protegidos com argamassa de ver-
deve possuir espessura superior a 95 mm. miculita projetada, como ilustra a Figura 4.11.
Outro aspecto a ser abordado é a in-
tegridade estrutural dos dispositivos de fixa-
ção, sendo possível elencar ao menos duas
soluções para prevenir seu colapso em caso
de incêndio. Na primeira solução, as fixações
58
é garantida pela geometria ou pela in-
trodução de dispositivo de drenagem; e
59
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
A Figura 4.14 ilustra o processo de preen- com o uso de painéis muito delgados ou com
chimento das juntas entre painéis com tarugo cobrimentos reduzidos.
e posterior selagem com silicone. É importante ressaltar ainda os cuidados
com relação à conservação das fixações, já
que, uma vez comprometidas, podem trazer
riscos de acidentes graves. Nesse sentido,
caso as fixações metálicas estejam sujeitas
à degradação por corrosão, deve-se prever
algum tipo de tratamento.
Pode-se aplicar tinta de fundo anticorro-
sivo e pintura de acabamento com tinta à base
de epóxi sobre dispositivos em aço-carbono, ou
substituí-lo por aço zincado a fogo ou inoxidá-
vel, segunda a exigência do projeto.
A Figura 4.15 mostra os dispositivos de
fixação dos painéis da cobertura em aço-car-
bono, pintados com tinta de fundo anticorrosiva
Figura 4.14 – Tratamento das juntas entre painéis com
selante. Observar o uso de limitadores de fundo para definir (OLIVEIRA, 2004).
adequadamente a seção do material. (Acervo: Inovatec
Consultores)
60
destas etapas bem como reforços e detalhes próprios para evitar fissuras, danos e quebras.
4.3.2 - Fixações
OLIVEIRA (2002) sugere classificar as fixações em três tipos, a saber: as de apoio vertical,
as de alinhamento e as de apoio lateral.
As fixações de apoio vertical visam transmitir o peso próprio do painel à estrutura suporte,
sendo que de modo geral os painéis permanecem suspensos na viga do pavimento superior.
As Figuras 4.14 a 4.17 ilustram algumas possibilidades dentre as diferentes tipologias de
fixações verticais dos painéis em estruturas de aço e concreto.
Figura 4.16 – Detalhes das fixações de apoio vertical em estruturas de aço e concreto. No detalhe superior à esquerda é prefe-
rível quando as cantoneiras de apoio do pilar são previamente instaladas. Parafusos de nivelamento podem ser usados no lugar
dos espaçadores. No detalhe superior à direita, a restrição lateral pode ser obtida soldando-se a cabeça do parafuso à cantonei-
ra inferior. No detalhe inferior à esquerda, o apoio deve ficar bem no eixo da viga para evitar torção na mesma. O parafuso de ni-
velamento permite precisão e rapidez no ajuste. Uma placa de travamento deve ser soldada para travamento. No detalhe inferior
direito, o mesmo tipo de cantoneira pode ser utilizada para qualquer tamanho de pilar. O tubo de apoio pode requerer reforço e
funciona como base para o parafuso de ajuste. (PCI, 2007)
61
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
62
O dispositivo mostrado na Figura 4.20,
por sua vez, permite a regulagem da altura do
painel, dentro de certos limites, por meio do
aperto do parafuso, posicionado na vertical.
Vale dizer que os tipos de ancoragem apre-
sentados também são viáveis em estruturas
metálicas. A Figura 4.21 chama a atenção
devido à instalação irregular do painel, cujo
nivelamento só foi possível utilizando-se um
calço de grande altura.
Quanto às fixações de alinhamento, além
de contribuir para alinhar os painéis durante a
montagem, elas impedem o deslocamento rela-
tivo entre os painéis. As fixações podem ocorrer
por ligações aparafusadas ou soldadas, como
mostra a Figura 4.22. As fixações de apoio Figura 4.23 – Detalhes das fixações de apoio lateral. (OLI-
lateral, usualmente são projetadas de modo a VEIRA, 2002)
respeitar o alinhamento, são responsáveis por
transmitir as forças horizontais, devido à ação A Figura 4.24 mostra duas opções de
do vento, à estrutura suporte e geralmente o apoio lateral, sendo possível observar a utiliza-
fazem por meio de chapas metálicas, como ção de uma barra flexível e de furos oblongos
mostra a Figura 4.23. que permitem os ajustes de posicionamento.
63
Painéis pré-fabricados de concreto (PFC) para vedação de fachadas
4.3.3 - Juntas
64
da abertura de vãos e sobre superfícies inclinadas devem ser evitadas, pois isso prejudica seu
preenchimento. No caso das juntas abertas, a Figura 4.27 permite visualizar um detalhe que prevê
um dispositivo de drenagem nas juntas verticais, permitindo denominá-las juntas de drenagem.
A drenagem nas juntas é fundamental para conferir estanqueidade ao sistema e preservar
a estética requerida.
A eficácia desse tipo de junta se deve à existência de sulcos verticais, nos quais são colo-
cadas faixas de neoprene, que funcionam como barreira estanque à água. Já no encontro das
juntas horizontais e verticais, pode existir uma membrana impermeável que auxilia na garantia da
estanqueidade (OLIVEIRA, 2002).
Figura 4.27 – Detalhe de junta de drenagem e membrana estanques utilizadas nas juntas horizontais. (OLIVEI-
RA, 2002)
65
Capítulo 5
Sistemas de vedação de
fachada com vidro - FDV
67
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
68
Fachada Cortina Convencional
Pele de Vidro
69
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
70
produção dos componentes fora do seu local de posição em uma ou duas direções, dependen-
instalação, reduzindo não apenas os danos aos do do mecanismo concebido. O nivelamento
mesmos, mas também as perdas na aplicação do módulo é feito através de parafusos de
do silicone estrutural. regulagem.
Os módulos são içados e posicionados São basicamente três as opções de ma-
um a um no vão de determinado pavimento nuseio dos módulos em obra, com auxílio de
sobre ancoragens reguláveis previamente po- guindaste ou grua:
sicionadas na estrutura. Estas ancoragens são
posicionadas ao longo do perímetro do edifício, 1. Içamento e instalação diretamente dos
usualmente sobre as lajes. caminhões de entrega dos módulos;
71
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
Todo o processo é realizado sem neces- de produtividade compensem o custo que re-
sidade do andaime suspenso. As operações de presentam os equipamentos de movimentação
chegada e manuseio dos módulos são feitas e infraestrutura necessários a esse método.
pelo lado interno da obra, com a equipe de obra
apoiada no piso.
Usualmente os módulos são fabricados
com a dimensão da altura suficiente para ven-
cer o pé-direito de um pavimento. Nas fachadas
stick, pele de vidro e structural glazing faz-se
uso de uma estrutura suporte composta por
colunas e travessas. No sistema unitizado os
módulos são quadros fechados com as traves-
sas e colunas já incorporadas. As colunas são
desmembradas em macho e fêmea, os quadros
ficam encaixados uns aos outros na direção
vertical garantindo a continuidade da estrutura.
72
de linha ou empresas que ofereçam soluções
customizadas em função das necessidades de
projeto (PATTERSON, 2011).
As rótulas podem ser em aço inoxidável
ou alumínio e são fabricadas à prova de vanda-
lismo, impedindo a remoção ou desmontagem
do sistema pelo lado de fora.
Spider Glass
73
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
Figura 5.17 – Estrutura e fixação utilizada no sistema de Figura 5.19 – Edifício da Loyola University, em Chicago.
fachada tipo Spider Glass. (PATTERSON, 2011) Fachada com sistema de fixação para vidros tipo point-fixed-
-campled. (PATTERSON, 2011)
No Brasil o spyder glass tem sido normal-
mente utilizadas em aplicações mais pontuais, Outras tecnologias
cobrindo uma área relativamente pequena da
fachada. É bastante comum sua utilização em Os sistemas para fachadas que fazem
vitrines de lojas e lobbys de entrada. uso do vidro continuam evoluindo, com solu-
ções cada vez mais customizadas para cada
projeto e orientadas principalmente pela busca
da transparência e pelo uso de estruturas ele-
gantes e minimalistas.
Essas novas tecnologias têm evoluído
em aplicações ao longo dos anos e podem ser
classificadas em função dos vários sistemas
estruturais utilizados como suporte. Novas
soluções para fixação dos vidros também fa-
zem parte dessa evolução tecnológica, sendo
comumente utilizados os vários tipos de fixa-
ção pontual como os do sistema Spider Glass
(PATTERSON, 2011).
Dentre os sistemas estruturais atualmente
utilizados é possível citar as treliças metálicas,
treliças com cabos, rede de cabos, grid shells e
Figura 5.18 – Fachada em spyder glass de uma concessio-
nária de automóvel. (SILVA, 2008) sistemas que fazem uso do próprio vidro como
estrutura. A integração entre vidro e estrutura
suporte tem sido a essência de edifícios con-
Uma variação do sistema de fixação de
temporâneos de grande expressão (PATTER-
vidros, conhecida como point-fixed clamped
SON, 2011).
(vidro grampeado pontualmente) elimina a
necessidade de perfuração dos vidros, com
certa redução de custo. Esteticamente, o siste-
ma original apresenta uma superfície de vidro
ininterrupta, enquanto o point-fixed clamped
expõem parte do componente de fixação.
74
penho estrutural, térmico e acústico, sem que
o desempenho lumínico seja prejudicado.
A NBR 7.199 estabelece que para até
1,10 m de altura da fachada de um determi-
nado pavimento devem ser utilizados vidros
de segurança, visando à integridade física
dos usuários dos edifícios e dos transeuntes
externos. São esses os vidros temperados,
laminados e aramados, apresentados ainda
neste capítulo do manual.
É importante frisar que existem duas for-
Figura 5.20 – Complexo L.A. Live Tower & Residences, em
mas de se beneficiar vidros. A primeira se dá
Los Angeles. Sistema de fachada com estrutura suporte por promover um tratamento para o vidro plano,
treliçada. (PATTERSON, 2011) produto inicial do processo de fabricação.
Outra forma é por compor lâminas de
vidro, que receberam tratamento ou não, de
uma forma conveniente, fazendo uso de outros
componentes. Tal conceito ficará mais claro
com a apresentação dos tipos de vidro dispo-
níveis no mercado, mas antes também se faz
importante a definição e alguns termos com
base em GLASSEC (2013):
75
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
• Energia Solar: quando a energia solar • Fator Solar — FS: é a parcela da energia
incide em um vidro, partes dela são re- solar diretamente transmitida e absorvida
fletidas, partes são absorvidas e outras que penetra no ambiente através do vidro.
partes são transmitidas como ilustra a Quanto maior o FS, maior o ganho de
Figura 5.23. calor.
76
do espaço e consegue chegar a um ob- A espessura do vidro é definida em função
jeto distante, de onde pode ser refletido, da velocidade com que avança para o processo
absorvido ou transmitido. de resfriamento. No Brasil, as espessuras po-
dem variar de 2 mm a 19 mm.
A seguir serão apresentados outros tipos
de vidros, obtidos a partir do beneficiamento
do vidro plano.
77
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
Vidro Serigrafado
78
Os vidros serigrafados são amplamente composição de duas ou mais lâminas de vidro
utilizados em coberturas e fachadas, especial- unidas por uma película de intercalamento de
mente em frente a vigas – o chamado sprandel polivinil butiral (PVB) por meio de calor e pres-
glass. O branco foi a cor predominante em são, ou intercalamento com resina. A espessura
aplicações decorativas durante muito tempo, das lâminas pode ser igual ou assimétrica.
mas hoje os esmaltes cerâmicos coloridos Vidros laminados são produtos duráveis e de
vêm sendo muito utilizados para conferir uma alto desempenho, projetados para não se esti-
aparência mais sofisticada aos edifícios (GLAS- lhaçarem caso sejam danificados (GLASSEC,
SEC, 2013). 2013).
Como os vidros estão colados à película
de PVB, quando rompidos os fragmentos per-
manecem aderidos a esta, mantendo o vedo
do ambiente até a reposição do vidro. Por este
motivo são utilizados como vidros de segurança
e antivandalismo (CEBRACE, 2013). Os blin-
dados são exemplos de vidros laminados com
múltiplas lâminas.
79
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
pessoas dos danos causados por esse tipo Vidro resistente ao fogo
de raio, evitando o desbotamento e envelheci-
mento dos móveis, cortinas, tapetes e outros Os vidros resistentes ao fogo, sem malha
objetos” (CEBRACE, 2013). metálica (vidro aramado), são vidros laminados
compostos por várias lâminas intercaladas com
Vidro Insulado material químico transparente, como o gel in-
tumescente, que se funde e dilata em caso de
Os vidros insulados são conhecidos como incêndio. Ou seja, no momento em que o vidro
vidros duplos, pois são compostos por pelo recebe calor procedente do fogo e a tempera-
menos duas lâminas de vidro – comum, tem- tura eleva-se, o processo de intumescência é
perado ou laminado – separadas por um perfil ativado, criando uma barreira opaca ao fogo.
de alumínio, preservando uma câmara de ar Esse processo também pode ser ativado por
vedada por dupla selagem. um excesso de temperatura ou de raios ultra-
A cavidade entre lâminas também pode violeta derivados da radiação solar. Durante um
ser preenchida com gás argônio possibilitando incêndio, o gel é capaz de absorver a radiação
um considerável ganho no isolamento acústi- térmica, detendo a pressão do incêndio e man-
co, além de apresentar um bom desempenho tendo constante a temperatura sobre a face
térmico (GLASSEC, 2013). do vidro, oposta ao fogo (ABRAVIDRO,2103).
O perfil separador de alumínio é fabricado Quanto maior a espessura das lâminas
com um material dessecante em seu interior utilizadas na composição do produto, mais
que tem a função de impedir a formação de tempo ele resistirá às pressões térmicas e à
vapor entre as lâminas de vidro, garantindo que passagem das chamas (GLASSEC, 2013).
este não embace. O vidro insulado ainda per-
mite que na câmara de ar preservada entre as Vidro Auto Limpante
lâminas de vidro seja instalada uma persiana.
O vidro auto limpante é produzido a partir de
um vidro plano que recebe uma camada de dióxido
de titânio (TiO2) ainda durante seu processo de
fabricação e, por estar integrado ao próprio vidro,
permite um alto nível de durabilidade (GLASSEC,
2013). O dióxido de titânio baixa a tensão superfi-
cial do vidro, tornando-a hidrofílica e fazendo com
que a água forme um fino filme que lava a sujeira.
O resultado é um efeito “auto limpante” no qual a
própria água da chuva incidente na fachada torna-
-se eficaz e colabora para a limpeza do vidro.
Isso não só reduz consideravelmente os
Figura 5.31 – Vidro insulado. (GLASSEC, 2013) custos com manutenção, por estender o prazo
de lavagem da fachada, como contribui para a
Os vidros insulados podem ser produ- proteção ambiental e a conservação da estética
zidos com uso de diferentes tipos de vidros. da edificação.
Por exemplo, para maior segurança pode-se Outro efeito promovido pela incorporação do
utilizar vidros termo endurecidos, temperados dióxido de titânio ao vidro é a decomposição de
ou laminados. Para reduzir a transmissão de microorganismos como algas, bactérias, fungos,
calor sem afetar a transmissão de luz, pode- musgos ou germes, através do efeito da fotocatá-
-se utilizar um vidro refletivo ou baixo emissivo lise. A luz do sol reflete sobre a superfície do vidro
(low-e) (GLASSEC, 2013).
80
e o oxigênio da atmosfera é ativado, decompondo nibilizada uma tabela comparativa entre as di-
tais microorganismos. ferentes tecnologias abordadas. A comparação
trata dos fatores impactantes nos custos dos
5.1.4 - Onde e por quê utilizar os sistemas (a descrição de cada fator também é
sistemas de fachada com vidro feita no anexo).
A seguir, é feita uma análise mais deta-
No Brasil, sistemas de fachada com lhada dos fatores considerados sob a ótica dos
vidro são frequentemente utilizados na com- sistemas de fachada com vidro montados pelo
posição das fachadas de edifícios comerciais, método Stick ou Unitizado.
shopping centers e hospitais, principalmente
pelos prazos reduzidos para execução desse • Impacto na logística da obra: no siste-
tipo de empreendimento e pela estética que ma unitizado tem-se a vantagem dos módulos
proporcionam. chegarem prontos e serem rapidamente ins-
No entanto, com a evolução dos siste- talados, sendo necessário equipamentos de
mas e com o desenvolvimento tecnológico grande porte para seu içamento. No método
dos vidros, vislumbra-se a expansão de seu stick o tempo de execução da fachada é maior,
uso em empreendimentos onde normalmente sendo necessários ciclos de subida e descida
não eram especificados. Na Europa, sistemas de equipamentos de acesso à fachada para
unitizados que permitem a abertura de janelas sua conclusão;
têm ganhado força inclusive para edificações
habitacionais (Figura 5.32). • Necessidade de equipamento: como
Os custos de implantação desse tipo de no método stick o sistema é desmembrado
sistema ainda representam um entrave a essa em ancoragens, perfis e quadros de vidros, os
expansão, mas é provável que, no curto prazo, equipamentos utilizados são de menor porte.
ganhem espaço em edificações habitacionais Para execução do sistema unitizado, faz-se
de alto padrão. necessário o uso de um guindaste ou grua para
içamento dos módulos;
81
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
82
especificados e dimensionados com base nas à estabilidade mecânica e à estanqueidade e,
normas específicas (NBR 7199, NBR 15.737 e ainda, impede a auto-inflamação da face não
NBR 15.919) que basicamente levam em conta exposta ao fogo ou dos objetos mais próximos
a pressão de vento de projeto e as proprieda- (isolamento térmico). Quanto mais espessas as
des mecânicas dos materiais em questão. lâminas de vidro, por mais tempo irá resistir ao
Visando avaliar a segurança promovida fogo (ABRAVIDRO, 2013).
pelo sistema durante o uso, a NBR 15.575-4 A NBR 14432 determina ainda que deverá
determina limites de estado limite de utilização haver um peitoril interno de 1,20 m (consideran-
(deslocamentos, fissuras, impactos) e estado do a espessura da laje), em material resistente
limite-último (estabilidade e resistência estru- ao fogo, como por exemplo, a chapa do drywall
tural) – ver Capítulo 1). resistente ao fogo, que também é admissível
Ainda no quesito de desempenho estrutu- pelas Instruções Técnicas do Corpo de Bom-
ral, a NBR 10.821-2 determina que as esqua- beiros no Brasil.
drias devem resistir a cargas uniformemente
distribuídas resultantes da ação dos ventos, 5.2.3 - Estanqueidade
definindo o método de ensaio a ser empregado
na NBR 10.821-3. A falta de estanqueidade de um sistema
de vedação de fachada com vidro pode ori-
5.2.2 - Segurança contra incêndio ginar problemas como: variação dimensional
dos componentes e elementos construtivos,
O principal parâmetro para avaliação do proliferação de microrganismos, corrosão de
desempenho de um sistema de vedação para metais, condensação e comprometimento da
esse critério de desempenho é o tempo de re- habitabilidade (VEDOVELLO, 2012).
sistência ao fogo do sistema frente ao tempo Os sistemas de fachada demandam o
requerido de resistência ao fogo (TRRF), esta- correto detalhamento construtivo de modo que
belecido na NBR 14.432 e levado em conta nas as interfaces entre os componentes sejam bem
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros. resolvidas no sentido de promover a estanquei-
O desempenho das vedações em questão dade da vedação.
depende de muitos detalhes técnicos envolven- A deficiência na vedação é, na maioria
do a instalação e o tipo de vidro a ser utilizado. das vezes, devida à falhas no projeto ou devido
Ou seja, se o vidro precisar resistir a sessenta a erros durante a fabricação e instalação da
minutos de incêndio, a esquadria deverá seguir fachada. Como a maior área de uma fachada-
a mesma regra de resistência. -cortina é composta por materiais impermeá-
Isso significa que o comportamento dos veis, o ponto-chave de sua eficiência são as
diferentes materiais deve ser conhecido e pro- interfaces entre componentes (ROSSO, 2007).
jetado para que o sistema funcione de acordo A eficiência do sistema depende da esco-
com o esperado. Pode ser necessária a escolha lha da linha de perfis e da qualidade das borra-
entre o uso de um vidro pára-chamas (que im- chas. Os perfis de alumínio podem ser de boa
pede a propagação do fogo, mas deixa o calor qualidade e possuir desenho apropriado, mas
passar para outro ambiente) ou um corta-fogo se as gaxetas estiverem ressecadas, perdem
(barra tanto a chama como o calor). Ou seja, flexibilidade e a capacidade de vedação.
o vidro é pára-chamas quando resiste, sem Dentre os sistemas de fachada com vidro
deformações significativas, o tempo para o existentes, o sistema unitizado leva a vantagem
qual foi classificado (estabilidade mecânica) e, de na ocorrência de um eventual vazamento,
também, é estanque às chamas e aos gases este fica restrito ao módulo em que ocorrera,
quentes (estanqueidade). O corta-fogo atende sem transmissão para outros pavimentos e
83
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
84
Na questão do desempenho térmico, o 5.2.5 - Desempenho acústico
índice tido como referência é o coeficiente de
transmitância térmica (Valor U), uma medida do Para se determinar o desempenho
ganho ou perda de calor através da vedação acústico de um sistema de fachada com vidro
devido a diferenças entre temperaturas internas deve-se considerar não só a redução sonora
e externas. Quanto menor o valor de U, menor permitida por este componente, mas das es-
a troca de calor pelo sistema de fachada. Os quadrias como um todo.
fabricantes de esquadrias afirmam ser possível Alguns sistemas de encaixilhamento po-
construir fachadas com Valor U de até 0,8 W/ dem ter um melhor desempenho acústico do
m².K já levando em consideração a contribuição que outros em função do projeto. Um atributo
dos elementos de fixação (SCHÜCO, 2013). importante a considerar é a capacidade de
Esse valor de transmitância térmica seria sufi- vedação do ar. Sistemas de encaixilhamento
ciente para atender ao critério da NBR 15.575-4 que permitem maior infiltração de ar também
para qualquer região do Brasil. acarretam maior transmissão de som (GLAS-
O tipo de vidro utilizado tem forte contri- SEC, 2013).
buição no desempenho térmico. Como visto Como visto no capítulo introdutório do
anteriormente, o espectro de luz solar consiste presente manual, há índices de redução sonora
de duas parcelas principais, a da luz visível e a medidos em campo (Dn,t,w) e índices medidos
da luz infravermelha, sendo a segunda a prin- em laboratório (Rw) que também podem ser
cipal responsável pela transmissão de calor. tomados como referência na hora de especifi-
Quando os raios solares incidem sobre car um sistema.
um fechamento transparente, a energia é di- Uma vez resolvida as interfaces entre
vidida em três partes: aquela que é absorvida componentes do sistema de fachada, a esco-
pelo vidro e que pode ser reemitida para o lha do tipo de vidro irá impactar nos diferentes
interior, outra que é refletida para o exterior e níveis de redução sonora possíveis de serem
uma terceira que é diretamente transmitida para alcançados.
o interior da edificação. A redução sonora depende da massa e
De modo geral, tem-se o interesse em das características de amortecimento de de-
poder controlar a incidência de luz visível terminado material. Materiais duros e pesados
diminuindo o uso de luz artificial e barrando evitam a passagem de ondas sonoras de um
a parcela de luz infravermelha. Para tanto, lado para outro.
algumas soluções são possíveis com o uso Para uma simples chapa de vidro, a única
de vidros de controles solar como os refletivos maneira eficaz de melhorar seu desempenho é
e de baixa-emissividade, tendo os de baixa- aumentando sua espessura, pois sua rigidez e
-emissividade a vantagem de permitir maior características de amortecimento não podem
transmissão luminosa. ser alteradas. (GLASSEC, 2013).
Uma solução ainda mais interessante é a Materiais mais macios têm menor poten-
de poder combinar vidros de controle solar na cial em impedir a passagem de ondas sonoras,
composição de vidros laminados ou insulados. mas contribuem para a absorção de ruídos em
“Quando utilizado como vidro duplo, isola um ambiente. Assim, para se obter o máximo
termicamente até 5 vezes mais do que um vidro de desempenho acústico, utiliza-se o conceito
transparente monolítico” (CEBRACE,2013). de sistema massa-mola-massa.
“Essa composição é tida como tendência em A componente massa (vidro) tem maior
função da crescente exigência por conforto potencial de isolamento acústico quanto maior
ambiental e economia de energia” (NAKAMU- for sua espessura. A componente mola inter-
RA, 2008). calante – câmara de ar ou gás argônio nos
85
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
86
variar, mas pode ser estendido pelo emprego execução é facilitada.
de vidros auto limpantes. No caso de troca de Os consultores devem especificar em
vidros, deve-se promover com o corte do silico- contrato os desvios máximos aceitáveis de
ne estrutural, remoção dos vidros com uso de prumo e alinhamento. No caso do sistema
ventosas, remoção dos resquícios de silicone unitizado é comum que antes da instalação
dos perfis, posicionamento do novo vidro com dos módulos tenham de ser feitas correções no
auxílio de calços e novo preenchimento com posicionamento das ancoragens sobre as lajes.
silicone estrutural (SILVA, 2011).
5.3.1 - Especificações e
5.3 - Projeto de sistemas de vedação Dimensionamento
de fachada com vidro
Sistema
A decisão pelo uso de um sistema de fa-
chada com vidro normalmente é tomada pelo Os detalhes fornecidos pelo arquiteto
arquiteto juntamente com o empreendedor. ajudam a definir o tipo de sistema a ser usado
De acordo com (ROSSO, 2007) “o papel em função do tamanho da obra e sua complexi-
do consultor de fachadas é transformar as ne- dade e guiam a especificação e a definição dos
cessidades técnicas, comerciais e conceituais custos (ROSSO, 2007). A seleção do sistema
do cliente em um projeto único”. Este profissio- deve ser orientada pelo consultor de esquadrias
nal é responsável inicialmente pelo desenvol- e deve levar em conta:
vimento de um projeto técnico conceitual que
deverá conter detalhes arquitetônicos e dados • estágio, localização, porte e complexi-
suficientes para que um fabricante consiga dade da obra;
elaborar sua proposta para fornecimento do sis-
tema e elaboração de um projeto pré-executivo. • tipo de estrutura;
O consultor orienta a definição e a seleção
de componentes da fachada cortina, a fim de • logística de canteiro;
que atinjam o desempenho desejado. É impor-
tante que seja contratado na etapa de concep- • particularidades da fachada (geometria
ção do empreendimento para que possa atuar com recortes e mudanças de planos; es-
na compatibilização de seu projeto com os de pecificação de diferentes materiais para
arquitetura, estrutura e outros elementos com revestimento);
os quais interage diretamente. Evitam-se, des-
sa forma, improvisos e otimiza-se a produção. • estratégia de instalação;
Quanto a compatibilização estrutural,
cabe salientar que, assim como os demais tipos • disponibilidade de mão-de-obra;
de fachada cortina, esse sistema é fixado na
estrutura do edifício e, portanto, extremamen- • dimensões dos módulos.
te dependente da planicidade da fachada e
do prumo. Os corretos prumo e alinhamento Nessa escolha devem ser definidos:
garantem menor tempo de montagem e maior
qualidade final do sistema. • método de instalação: Stick ou Unitiza-
As estruturas em aço levam vantagem do;
frente às estruturas convencionais de concreto
moldadas no local. Por se tratar de um siste- • local de fabricação das esquadrias: fá-
ma industrializado, a qualidade do controle de brica ou obra;
87
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
De modo a auxiliar a tomada de decisão, foram sintetizadas nas tabelas 5.1, 5.2 e 5.3 as
principais vantagens e limitações de cada um desses fatores.
Tabela 5.1 – Vantagens e limitações dos métodos de instalação de stick x unitizado.
CARACTERÍSTICA
OPÇÕES VANTAGENS LIMITAÇÕES
DO SISTEMA
1. Baixo custo de transporte e manuseio 1. Instalação desmembrada em ancoragens,
2. Oferece certa flexibilidade para ajustes em colunas, travessas e quadros;
obra; 2. Toda montagem é feita no canteiro, sem controle
3. Interessante para uso em edificações onde a de típico de fábrica;
estrutura já esteja bastante avançada; 3. Demanda uso de balancins e acesso externo
STICK
4. Pode se mostrar uma solução tão eficiente para montagem.
em desempenho técnico quanto a unitizada;
5. Em função do porte e do estágio da obra,
pode se mostrar uma solução mais econômica.
1. Solução de maior nível de produtividade com 1. Deve ser adotado em obras com grande volume
menos etapas de instalação; de painéis, de maneira que a redução da mão-
2. Os módulos podem ser montados e arma- de-obra e a velocidade de execução compensem
zenados fora do canteiro; o custo que representam os equipamentos de
MÉTODO DE 3. Possibilidade de compor os módulos com movimentação e infra-estrutura necessários.
INSTALAÇÃO outros materiais além do vidro (granito e ACM,
por exemplo);
4. É possível içar os módulos diretamente
dos caminhões através de guindastes. Isso
permite que a entrega dos módulos seja feita
UNITIZADO
no momento de sua instalação;
5. Passa a ser instalado à medida em que é
erguida a estrutura do edifício, antecipando a
liberação de serviços elétricos, hidráulicos e
de acabamentos internos;
6. Menor necessidade de espaço no canteiro;
7.Não há necessidade do uso de balancins
e o manuseio dos módulos é feito pelo lado
interno da obra.
Tabela 5.2 – Vantagens e limitações em função do local de produção das esquadrias para fachada cortina.
CARACTERÍSTICA
OPÇÕES VANTAGENS LIMITAÇÕES
DO SISTEMA
1. Menor necessidade de espaço no canteiro; 1. Transporte dos componentes pode provocar o
2. Qualidade da produção e controle de quali- danos nos componentes;
FÁBRICA dade de fábrica tendem a ser melhores;
3. Mais propício para uso em conjunto com o
método de instalação Unitizado.
1. Em função da demanda de quadros, colu- 1. Não conta com controle de qualidade dos módu-
nas e travessas, pode ser uma solução mais los tão eficiente quanto o de fábrica;
econômica se for transferida para uma área 2. Demanda maior espaço no canteiro –aproxima-
LOCAL DE reservada dentro do terreno da obra, como as damente 850 m² (SILVA, 2011);
PRODUÇÃO DAS áreas dos subsolos; 3. Necessidade de equipamentos específicos
ESQUADRIAS 2. Aumentam a produtividade de execução, para produção dos módulos (máquinas de corte
pois eliminam o tempo de transporte do sistema pneumáticas, por exemplo).
OBRA
da fábrica até a obra;
3. A ausência do transporte elimina o paga-
mento de taxas como o ICMS, imposto de
circulação de mercadorias e serviços;
4. Mais propício para uso em conjunto com o
método de instalação Stick.
88
Tabela 5.3 – Vantagens e limitações em razão do tipo de esquadria.
CARACTERÍSTICA
OPÇÕES VANTAGENS LIMITAÇÕES
DO SISTEMA
1. Rapidez na especificação e detalhamento; 1. Podem não fornecer soluções detalhes espe-
2. Facilidade de aquisição; cíficos do projeto.
CONVENCIONAL
3. Soluções normalmente em conformidade
com a normalização técnica.
TIPO DE 1. Projeto para esta última mais rico em deta- 1. Requerem projeto específico;
ESQUADRIA lhes técnicos, o que minimiza a necessidade 2. Custo superior ao das soluções convencionais.
de tomada de decisão em obra;
ESPECIAL 2. Fabricantes se responsabilizam pelos testes
de laboratório para verificação do atendimento
às exigências normativas;
Ancoragens
89
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
Figura 5.33 – Detalhe de sistema de ancoragem para sistema Unitizado. (FINESTRA, 2012)
Figura 5.34 – Diagrama de tensões em perfil de ancoragem para sistema Unitizado. (FINESTRA, 2012)
90
Vidro A NBR 7199 determinada o método de
cálculo da espessura da lâmina de vidro em
Os vidros ocupam a maior área das es- função da pressão do vento, suas dimensões
quadrias de fachada, sua especificação deve laterais e tensão admissível.
ser cuidadosa e para que cumpram seu papel
no atendimento aos critérios de desempenho, Silicone estrutural ou fita dupla face
o consultor deve conhecer e trabalhar com de espuma acrílica
diferentes soluções disponíveis no mercado.
Os vidros devem ser resistentes sufi- A colagem do vidro estrutural e conse-
cientemente para suportar os esforços dos quentemente a integridade do sistema de
ventos e eventuais impactos. Por este motivo fachada depende da aderência do selante ou
a NBR 7199 determina que em fachadas, seja fita-dupla face estrutural ao material de aca-
obrigatória a utilização de vidros de segurança bamento dos perfis, bem como da aderência
de qualquer tipo, visando à integridade física do acabamento ao perfil metálico. Em geral,
dos usuários dos edifícios e dos transeuntes não apresentam boa adesão sobre perfis de
externos (ROSSO, 2007). alumínio revestidos com pintura eletrostática.
O desempenho lumínico e térmico da Nesse caso, pode ser necessária a aplicação
vedação caminham juntos e a escolha do vidro prévia de um promotor de aderência (primer). A
deve levar em conta como o mesmo se compor- adesão é maior em perfis anodizados (VIDRO
ta quanto a reflexão, absorção ou transmissão IMPRESSO, 2011).
das parcelas de luz visível e luz infravermelha A especificação deve ser baseada em
(calor) do espectro solar. O vidro também ensaios de adesão e compatibilidade, sendo
influencia significativamente no desempenho a tensão de adesão mínima do selante ou fita-
acústico e sua escolha deve ser feita em função -dupla face ao material de acabamento igual a
da localização da obra, da finalidade da edifi- 345 kPa. Esse ensaio é fundamental para evitar
cação e do nível de redução sonora necessário patologias como o descolamento de lâminas de
para as vedações externas. vidro. Também são fundamentais os ensaios de
“Para o projetista, é importante analisar envelhecimento, pois com o tempo, o módulo
a fachada como um todo, atentando para a de deformação, capacidade de alongamento e
implantação, o sombreamento produzido pelo aderência do silicone são afetados pela ação
entorno e os detalhes do projeto de modo a dos raios UV (VIDRO IMPRESSO, 2011).
propor soluções distintas para as diferentes Para o selante estrutural, a NBR 5.737
fachadas. Além disso, deve-se encarar o pro- determina o método de cálculo da largura de
blema fundamental, a incidência de radiação selante, levando em consideração a resistên-
solar nos vidros para que se obtenha uma boa cia do selante, as dimensões e peso do vidro
ponderação entre o desejado ingresso da ilumi- e a pressão de vento. No caso dos silicones,
nação natural e a barreira ao calor excessivo” existe uma subdivisão entre aqueles de cura
(VEDOVELLO, 2012). neutra e os de cura acética. O silicone utiliza-
A estética também é importante. A compo- do para colagem de vidros laminados deve
sição dos elementos em função da cor e espes- ser estrutural de cura neutra, jamais o de cura
sura dos vidros, da reflexibilidade, da escolha acética, pois este libera vapor de ácido acético
da película e da eventual utilização de câmaras que reage com o PVB causando manchas e
internas, permite uma infindável gama de com- descolamento próximo ao perímetro do vidro,
posições, que visam atender aos parâmetros fenômeno conhecido por delaminação (VIDRO
técnicos requeridos no projeto de arquitetura. IMPRESSO, 2011).
A seleção do vidro é primordial para a garantia Para a fita dupla-face de espuma acrílica
do conforto do usuário (ROSSO, 2007).
91
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
o procedimento para cálculo da junta estrutural A execução das faces laterais curvas foi
é semelhante ao do selante, conforme NBR permitida pelo uso de módulos com 1,25 m de
15.919. largura. Os vidros foram colados com silicone
estrutural e para garantia da estanqueidade
5.3.2 - Exemplos de obras foram utilizadas gaxetas de EPDM e de silicone
contemporâneas e de soluções de entre os quadros. (GELINSKI, 2012)
projeto.
Infinity Tower
92
Figura 5.37 – Detalhes do sistema unitizado de fachada – Infinity Tower. (GELINSKI, 2012)
Por serem as faces mais expostas à in- implantação de unidade de montagem e cola-
cidência do sol, foi implementado um sistema gem de vidros no primeiro subsolo da obra, a
de brises nas fachadas laterais curvas e devido linha de subida de painéis e sistema de movi-
à grande dimensão dos brises, foi necessário mentação e instalação de módulos com trilhos
o desenvolvimento de um sistema fixação longitudinais e motores elétricos. A execução
customizado para o equipamento de limpeza da complexa fachada de 22 mil metros foi con-
de fachadas, tendo sua operação sido testada cluída em 18 meses.
em protótipo. Em cumprimento à norma NBR 10.821,
Para os terraços que compõem as faces foram verificadas as condições de desempenho
frontal e posterior da fachada, foram utilizados de permeabilidade ao ar, estanqueidade à água
vidros com 12 mm de espessura, laminados e deformação à carga de ventos.
e temperados por questão de segurança. Já Modelos em escala reduzida também
no pavimento térreo, o pé-direito de 10 m foi foram ensaiados em túnel de vento. Os resul-
vencido com o sistema Structural Glazing de tados permitiram determinar as forças, mo-
fachada executada pelo método Stick de mon- mentos torçores e momentos fletores em cada
tagem. Para uma maior transparência e menor pavimento, para cada ângulo de incidência
refletividade, foram utilizados no lobby vidros testado, otimizando ao máximo o carregamento
laminados incolor e extraclaro, de 12 mm e 16 na estrutura.
mm.
A instalação dos módulos exigiu um pro-
jeto logístico customizado que englobava a
93
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
94
Figura 5.40 – Detalhes do sistema Unitizado e suas fixações. (GELINSKI, 2013a)
Por terem sido executadas pelo método stick, a montagem dos quadros da fachada do
átrio foi realizada com balancins, sendo os quadros fixados à subestrutura suporte formada por
montantes e travessas que, por sua vez, foram previamente fixadas à estrutura de aço principal.
Por outro lado, nas fachadas das torres o uso do sistema unitizado permitiu sua instalação com
equipamentos de içamento.
Figura 5.41 – Átrio do Centro Empresarial Senado. Destaque à fachada externa, executada pelo método de montagem Stick.
(GELINSKI, 2013a)
95
Sistemas de vedação de fachada com vidro - FDV
Figura 5.42 – Detalhes do sistema Structural Glazing e suas fixações. (GELINSKI, 2013a)
96
Capítulo 6
Sistemas de revestimento
cortina e ventilado (RCV)
97
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
98
6.1.2 - Tipos de painéis de
fechamento
• laminados melamínicos;
99
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
Laminados melamínicos
100
Embora não exista normalização nacio- resistência ao desgaste superficial, menor
nal, todas as características destes painéis absorção de água e menor reatividade quími-
são determinadas pelos métodos de ensaio ca que o mármore e por isso seu uso é mais
prescritos pela norma EN 14617 (EN, 2012). indicado para os revestimentos externos. (ABI-
São cobertos vários critérios importantes, entre ROCHAS, 2009).
eles a absorção de água, resistência à flexão, A NBR 15.844 (ABNT, 2010a) define gra-
resistência ao gelo e degelo, resistência a mu- nitos como sendo “toda rocha silicática magmá-
dança de temperatura e ancoragem. tica ou metamórfica, não xistosa, portadora ou
não de quartzo e passível de polimento, usada
Já na ISO 12572 (ISO, 2001) são pre- como revestimento de edificações ou como
vistos ainda os critérios para aceitação da elemento ornamental”. Esta mesma norma
permeabilidade e resistência ao valor de água ainda especifica as características físicas e
entre outras propriedades. mecânicas requeridas para granitos destinados
ao uso em edificações como revestimentos,
As espessuras dos painéis variam de 9 a tanto externos como internos.
14 mm e as dimensões padronizadas situam- SIQUEIRA JÚNIOR (2003) explica que a
se entre 300 x 600 mm até 900 x 1800 mm. O fixação dos revestimentos em placas pétreas é
painel de concreto polimérico é denso e pesa feita no Brasil “quase que exclusivamente por
entre 23 a 33 kg/m2. ancoragens pontuais ou diretas encaixadas
através de perfurações executadas nas bordas
laterais das placas [...] que eliminam quase
que por completo a subestrutura auxiliar de
suporte, mantendo-se esta apenas onde não
há presença do elemento de vedação vertical
externo”. Esses elementos de ancoragem são
conhecidos como insertos metálicos.
Placas de rocha
As placas de rochas para revestimento Figura 6.7 – Detalhe de fixação de placa de rocha em
são comercialmente subdividas em dois grupos estrutura de concreto através de inserto metálico, onde: (a)
do ponto de vista do enquadramento técnico: estrutura da edificação, (b) inserto metálico, (c) placa de
rocha e (d) colchão de ar. (MOREIRA, 2005)
granitos (rochas silicáticas) e mármores (rochas
carbonáticas).
Os granitos brasileiros apresentam maior
101
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
Painéis cerâmicos
102
6.1.3 - Características dos manual uma tabela que elege fatores impac-
revestimentos ventilado e cortina tantes nos custos dos sistemas, bem como
avalia a magnitude deste impacto através de
Os revestimentos ventilados e cortina diferentes critérios.
apresentam uma série de vantagens que justifi- Na sequência analisa-se os sistemas de
cam sua utilização, mesmo diante de um maior revestimento ventilado e cortina com placas
custo direto em relação às técnicas convencio- cerâmicas, painéis de ACM e placas de granito.
nais de revestimentos aderidos, a saber: Nesta análise não é levado em conta a etapa
complementar de execução de uma vedação
• montagem com elevada produtividade, interna.
sem desperdício de material, e mesmo com a
estrutura em andamento ou ainda sobre reves- • Impacto na logística da obra: a opção
timento pré-existente, no caso de retrofit; por um sistema de revestimento industrializado,
como os ventilados ou cortina, em detrimento
• fachada livre de eflorescências, desco- às soluções convencionais podem provocar
lamentos, trincas e infiltrações, oriundos de grandes impactos na logística das obras, per-
movimentações térmicas e estruturais; mitindo a redução do número de atividades em
obra, dos prazos de execução e da geração de
• facilidade de manutenção e trocas não resíduos. Os componentes são leves, de fácil
destrutivas de painéis; manuseio e transporte;
103
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
104
6.2.1 - Desempenho estrutural do local pode ser necessário ainda se prevenir
de pontes térmicas. É por isso que se observa
Ainda não há normas específicas no Bra- em regiões mais frias e onde existe sistema
sil para estes sistemas de revestimento, por de aquecimento, cuidado para evitar contato
essa razão, seu dimensionamento é baseado direto entre a subestrutura do revestimento e
em normas e diretrizes internacionais. A norma a estrutura principal do edifício.
alemã DIN 18.516-1, por exemplo, estabelece
considerações gerais com relação ao projeto, 6.2.4 - Segurança contra incêndio
às cargas atuantes, às variações volumétricas,
à execução do sistema de fachada ventilada e A principal preocupação em relação à re-
à realização de ensaios. sistência a ação do fogo diz respeito a prevenir
Os requisitos da NBR 15.575 preveem a propagação vertical por meio da cavidade do
atendimentos às resistências de impacto de revestimento. Deve-se, portanto, compartimen-
corpo duro e de corpo mole. Tais exigências tar a cavidade na altura dos peitoris, por meio
estão expostas na introdução deste manual. de barreiras horizontais, resistentes ao fogo,
Para o caso de revestimentos ventilados colocando-se o fire stop, que pode ser em lã
em cerâmica ou rocha, a existência de uma mineral, e sobre ele um peitoril de acabamento,
tela de fibra de vidro aderida ao tardoz deve conforme ilustrado na Figura 6.11. O mesmo
funcionar de forma a impedir a queda de partes recurso pode ser utilizado na parte superior
do painel em caso de quebra, algo semelhan- das aberturas.
te ao que ocorre com os vidros laminados e
aramados.
105
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
Na Figura 6.12 apresentada pela MARA- projeto cuidados que garantam uma aparência
ZZI (1997) com base em ensaios em revesti- mais duradoura do edifício, após certo período
mentos de juntas abertas, pode-se observar de utilização. Nesse sentido, alguns detalhes
que a fração da água incidente que efetivamen- devem ser pensados de modo a reduzir a fre-
te se infiltra na cavidade de ar entre o painel de quência de manutenção, por levarem em conta:
fechamento e vedação interna é apenas uma
pequena fração da chuva incidente. • acúmulo de sujeira e poluição trazidas
Os revestimentos ventilados com painéis pelo ar;
cerâmicos extrudados apresentam a importante
vantagem de proporcionar juntas horizontais • água da chuva que escorre pela fachada
do tipo macho e fêmea minimizando sensivel- (prever pingadeiras);
mente as possibilidades de passagem da água.
Isso não ocorre com as soluções que utilizam • pontos de drenagem em superfícies
placas de rocha e porcelanatos, por exemplo. horizontais nos painéis;
106
seu uso não deve alterar a textura e o aspecto
estético da superfície tratada. (ABIROCHAS,
2009).
Quanto à ação de agentes químicos mais
agressivos, o uso de selantes não oferece
proteção suficiente. Por sua vez, os imper-
meabilizantes constituem uma camada sobre
a superfície que inibe a interação direta dos
agressores com o material.
Ressalta-se que o uso de algum destes
produtos em fachadas com placas de rochas só
pode ser efetuado mediante testes prelimina-
res em amostras da rocha objetivada, com os
mesmos acabamentos de face especificados
Figura 6.14 – Camadas que compõem a placa ACM, com na obra ou projeto. (ABIROCHAS, 2009).
pintura de PVDF. Este revestimento se apresenta mais ade- Mesmo em superfícies não tratadas com
quado ao uso de placas de ACM em revestimentos externos. selantes e impermeabilizantes, a ação de
(BELMETAL)
produtos quimicamente agressivos e/ou man-
chantes, a partir do contato com a superfície
Tipicamente, o tratamento em PVDF é de uma rocha, quase nunca é imediata. Assim,
mais adequado para uso em fachadas de edi- a rápida remoção desses produtos previne a
ficações dado que oferece uma maior proteção ocorrência de patologias. Desta forma, uma
ao alumínio e às características estéticas dos das medidas requeridas para manutenção das
painéis ao longo dos anos. A manutenabilidade placas são serviços periódicos de limpeza.
das condições estéticas dos painéis situa-se (ABIROCHAS, 2009).
em torno de 5 anos para tratamento em poliés- A NBR 15.846 (ABNT, 2010b) recomenda
ter e 15 anos para tratamento em PVDF. que seja apresentado no projeto do revestimen-
to os procedimentos e a periodicidade para
Placas de rocha as inspeções da fachada, visando verificar,
aspectos como:
No que diz respeito a placas de rochas,
tem-se que as patologias mais frequentes são a • selantes (quando aplicável), quanto à
formação de manchas e a lixiviação superficial continuidade, adesão às superfícies, coesão
nas placas, ambas regidas pela absorção de e presença de fissuras;
água da rocha empregada.
Selantes e impermeabilizantes agem de • insertos, quanto à eventual ocorrência
modo a evitar essas patologias. Selantes agem de corrosão; e
penetrando na superfície das rochas, sendo a
quantidade de selante absorvido proporcional • eventual deslocamento de placas na
à capacidade de absorção de água da rocha, fachada.
além de proporcional à fluidez do próprio se-
lante. Os insertos metálicos devem ser cons-
Por serem substâncias hidrofugantes, a tituídos por ligas metálicas em aço inoxidável
quantidade de água permeada nos poros da para apresentar elevada resistência mecânica
placa será reduzida, diminuindo a ocorrência e à corrosão. As ligas metálicas devem ser em
de patologias relacionadas. Ressalta-se que aço inoxidável tipo ABNT 304 (AISI 304) para
107
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
108
6.3.2 - Detalhes de projeto
109
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
Figura 6.20 – Formas das ranhuras realizadas no verso dos painéis de ACM. (OLIVEIRA, 2009)
Existem ainda sistemas de fixação de placas cerâmicas que dispensam o uso de furos ou
cortes, pois a fixação se dá por meio de encaixe entre ranhuras presentes na face posterior dos
painéis e acessórios próprios. Dessa forma, a subestrutura fica oculta, não comprometendo o
caráter estético da fachada, além de permitir a troca rápida de um único painel.
Parafusos e chumbadores devem ser especificados em aço inoxidável, ao passo que as
cantoneiras L e os perfis T devem ser produzidos com liga de alumínio adequada à durabilidade
exigida e a agressividade a que serão expostas. Todo o cálculo estático e dimensionamento devem
seguir as normas de estruturas da ABNT.
O uso de tais metais busca garantir vida útil ao sistema, pois procura inibir a formação de “pon-
tes galvânicas”, que acarretariam corrosão, conforme comentado no capítulo inicial deste manual.
As Figuras 6.25 e 6.26 mostram detalhes de projeto de um sistema de revestimento ventilado
com painéis extrudados.
111
Sistemas de revestimento cortina e ventilado (RCV)
Figura 6.26 – Vista da ancoragem estrutural de um sistema de revestimento de fachada ventilada com painéis cerâ-
micos extrudados. (Acervo INOVATEC CONSULTORES)
A Figura 6.27 ilustra uma elevação da fachada, indicando a paginação dos painéis cerâmicos
utilizados.
A Figura 6.28, por sua vez, apresenta um detalhe executivo em corte do mesmo.
Já a Figura 6.29 mostra uma planta do sistema de fixação dos painéis no encontro de dois
planos.
112
Figura 6.28 – Detalhe executivo em corte do sistema de revestimento ventilado com painéis
cerâmicos extrudados. (Acervo INOVATEC CONSULTORES)
113
114
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Referências bibliográficas
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Anexo A
Tabela comparativa do
impacto de fatores no custo
final dos sistemas de
vedação e revestimento
entre sistemas
125
Tabela comparativa do impacto de fatores no custo
final dos sistemas de vedação e revestimento entre sistemas
Neste anexo é apresentada uma tabela que elenca e compara os principais fatores relevan-
tes ao custo associado a cada tecnologia de vedação e revestimento de estruturas em aço e seu
impacto para cada um dos diferentes sistemas.
O impacto nos custos é avaliado de forma qualitativa e relativa, tendo como referência uma
média virtual da influência de cada fator, seja no custo final do sistema, seja no custo global da
obra. A avaliação se dá pela estimativa do nível desta influência para cada sistema construtivo,
numa escala de 1 a 5.
Nesta análise, não são levados em conta a execução de etapas complementares a cada tec-
nologia, como a execução de paramentos internos, no caso dos painéis metálicos termoisolantes,
e a execução de vedações, no caso dos revestimentos cortina e ventilado.
Por se tratarem de sistemas e tecnologias diversificados e eventualmente com finalidades
distintas (vedação e revestimento), alguns fatores que foram considerados importantes para uma
dada tecnologia não eram aplicáveis para outras. Neste caso, a avaliação de impacto não foi rea-
lizada e nestes campos, portanto, constará o valor “N.A.”.
Por fim, ressalta-se que, para que quaisquer conclusões sejam derivadas da análise desta
tabela, atribuam-se ponderações a cada fator, de acordo com os contextos de realização de cada
empreendimento
126
A
Alvenaria com revestimento de emboço e acabamento final. 10
avalia o aumento relativo de custo relacionado a um aumento
da segurança contra incêndios alterando-se apenas as espe-
B
Sistema em LSF com gesso acartonado do lado interno e cificações dos componentes dos sistemas. A principal variável
placas cimentícias do lado externo, como revestimento de levada em conta neste fator é o TRRF (Tabela 1.9).
argamassa regularizadora e acabamento final.
11
avalia o aumento relativo de custo relacionado à uma me-
C
Painéis metálicos isolantes e dispositivos auxiliares de lhoria na durabilidade alterando-se apenas as especificações
fixação. dos componentes dos sistemas;
D
Painéis pré-fabricados de concreto com juntas executadas 12
estima a necessidade e o custo dos procedimentos de ma-
com selante. nutenção previstos para cada sistema;
E
Sistema Stick de fachada com vidro e juntas entre quadros 13
estima o risco financeiro associado ao fornecimento dos
preenchidas com silicone. componentes de cada sistema;
F
Sistema Unitizado de fachada com vidro, com juntas entre 14
avalia o nível de centralização da responsabilidade pelo
módulos preenchidas com silicone. sistema no que diz respeito aos componentes e a instalação;
G
Sistema de revestimento ventilado com painéis cerâmicos 15
apresenta a faixa de preço por metro quadrado para a veda-
e juntas abertas. ção de estruturas metálicas para cada tecnologia, considerando
opções mais econômicas e mais dispendiosas, inclusive com
H
Sistema de revestimento cortina com painéis de alumínio variações na configuração dos sistemas. Os valores das esti-
composto e juntas seladas com silicone. mativas de preços foram coletados no período compreendido
entre 01/10/2013 a 31/11/2013.
I
Sistema de revestimento cortina com placas de granitos fixa-
dos por insertos e juntas seladas com silicone.
1
considera o impacto do emprego de cada tecnologia na se-
quência executiva da obra, em especial a ocupação do
canteiro e a influência ou não no caminho crítico;
2
são consideradas as combinações de equipamentos neces-
sárias para a execução de cada sistema;
3
trata-se do nível de pré-montagem com que os componen-
tes do sistema são entregues pelos fornecedores à obra em
relação à disposição final da fachada.
4
trata-se da avaliação da produtividade diária de execução;
5
corresponde ao custo de ajustes devido à situações não
previstas durante a execução dos serviços de montagem;
6
custo associado à interferências artesanais no produto final;
7
avalia a necessidade de acabamento estético adicional à
fachada e o custo associado;
8
avalia o aumento relativo de custo relacionado a uma melhoria
no desempenho acústico alterando-se apenas as especifica-
ções dos componentes dos sistemas;
9
avalia o aumento relativo de custo relacionado a uma melhoria
no desempenho térmico alterando-se apenas as especificações
dos componentes dos sistemas;
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