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FRITZ NUNES
FRITZ NUNES
Universidade Estadual do Ceará
para a aposentadoria?”, ocorrido nos dias 5 e 6
(Sinduece – Seção Sindical do
de abril, em Santa Maria, saíram alguns
ANDES-SN), o Conad terá como
apont am ent os para a m obilização do
tema central “Por um projeto clas-
funcionalismo público – em especial dos
sista e democrático de educação
docentes federais – nestes próximos meses.
pública: em defesa da gratuidade,
Uma das primeiras atividades propostas é a
autonomia e liberdade acadêmica”.
realização de um encontro entre os grupos de
Através da Circular nº 98/ 18, a
trabalho (GT's) do ANDES-SN na Regional Rio
diretoria nacional especificou as
Grande do Sul. Outra proposta – que será
orient ações para o envio de
levada ao Encontro Nacional de Educação - é a
contribuições ao Caderno de Textos
realização de um encontro latino-americano de
do 63º Conad, cujo prazo é 20 de
educação. Dentre as prioridades para este ano
ainda foi elencada a elaboração de estratégias, maio. Já a data limite para o envio
em nível regional, de combate à Reforma da de textos ao Anexo do Caderno é o
Previdência. dia 20 de junho. Também há, na
Durante praticamente dois dias, o seminário Circular, orientações para a eleição
“Servidor Público: um peso para a sociedade?” Mesa de abertura do Seminário, no dia 5 de abril e credenciamento de delegados.
dedicou-se a responder exatamente a pergunta tema do compartilhar essas angústias, e com muito mais trabalho. E Essa é a quarta vez que o Conad
evento. Cerca de 40 pessoas assistiram a cinco mesas, nas acho que isso que tem que nos mover: trabalho. E vamos do ANDES-SN será realizado na
quais temas como educação na América Latina, carreira, continuar trabalhando juntos, acho que isso é extrema- capital cearense. A cidade de Forta-
situação econômica do servidor público, movimentos sociais, mente importante. Nós já tínhamos esse espírito coletivo leza já recebeu o 24º Conad em
direitos adquiridos e perdas e conjuntura política estiveram aqui no Rio Grande do Sul, nós já trabalhamos muito, e 1992 (sediado por ADUFC e
presentes. Ao fim, a mesa VI I “planejamento e organização acho que essa retomada vai nos dar um fôlego novo”, Adunifor), o 50º Conad em 2005
de agenda regional para 2018” cumpriu o papel de delinear a declarou a professora no encerramento do seminário. (sediado pela Adunifor) e o 55º
agenda futura. O seminário “Servidor Público: um peso para a Conad em 2010 (sediado pelo
Para a professora Maria Beat riz Carnielut t i, da sociedade?” foi promovido pelo Grupo de Trabalho de Sinduece-SSind). Também foram
coordenação do GTSSA, o evento trouxe dois grandes Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) realizados em Fort aleza dois
saldos: o trabalho que fica para ser realizado, agora da Sedufsm, em parceria com as seções sindicais do congressos do Sindicato Nacional,
precedido por toda a discussão realizada nesses dois dias, e ANDES-SN em Pelot as ( ADUFPel) , Rio Grande ambos sediados pela ADUFC: o 2º
a retomada do contato entre diferentes entidades, GT's e (APROFURG), Porto Alegre (UFRGS) e Unipampa Congresso em 1986 e o 18º Con-
instituições do Rio Grande do Sul. (Sesunipampa), além das seções do Sinasefe (Sindicato gresso em 1999. Durante o 63º
“Acho que aproveitamos muito, ficamos com muitas coisas Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Conad também será empossada a
para meditar, para pensar como que a gente vai fazer. Mais Profissional e Tecnológica) em Santa Maria, São Vicente e nova diretoria do Sindicato Nacio-
angustiados, talvez, um pouco mais aliviados por poder Frederico Westphalen. nal.
Notícia positiva para os servidores federais. A efeitos da MP 805 até que o Supremo apreciasse a nova lei ou medida provisória,
Medida Provisória (MP) 805/ 17, que aumentava a Ação Direta de I nconstitucionalidade (ADI ) 5809, na alterar esse entendimento. I sso
contribuição previdenciária de servidores públicos qual o ANDES-SN é Amicus curiae. porque a garantia do direito adquirido, enquanto
federais de 11% para 14% , e postergava as Caso o governo queira atacar novamente os servido- pressuposto da segurança jurídica, é oponível
modificações das tabelas remuneratórias, perdeu res, poderá enviar outra MP ao Congresso, ou também à lei”, diz.
sua validade no dia 8 de abril. O ataque aos servi- apresentar as mudanças por meio de um Projeto de Lei Outra alteração que era promovida pela MP e foi
dores havia sido apresentado ao Congresso Nacional (PL). alvo de críticas da assessoria jurídica é o aumento da
no dia 30 de outubro do ano passado, e a perda de Segundo a Assessoria Jurídica Nacional (AJN) do contribuição previdenciária dos atuais 11% para
eficácia se deu porque o Congresso não votou a MP ANDES-SN, ao prorrogar para 2019 as alterações na 14% sobre a parcela do salário que exceder R$
em 120 dias, prazo máximo de apreciação para MPs. tabela remuneratória, que já estavam previstas em lei 5.531,31 (teto que é pago pelo Regime Geral, a
A queda da MP é uma conquista da luta e anterior, a medida atacava um direito já adquirido cargo do I NSS), alterando a Lei 10.887/ 04, quanto à
mobilização dos servidores federais. Em dezembro pelos docentes, sendo dessa forma, inconstitucional. alíquota da contribuição social do servidor público,
de 2017, o ministro do Supremo Tribunal Federal “Tendo sido o direito ao reajuste assegurado a partir entre outras questões. Essa alteração teria efeito a
(STF), Ricardo Lewandowski, já havia suspendido os de termo certo, o Estado não poderia, ainda que por partir de em fevereiro de 2018.
A diretoria da SEDUFSM é composta por: Presidente – Júlio Quevedo; Vice-presidente – João Carlos Gilli Martins; Secretária-geral – Fabiane Costas; Primeira Secretária – Maristela da
Silva Souza ; Tesoureiro-geral – Carlos Pires; Primeiro Tesoureiro – Gihad Mohamad; Primeira Suplente – Tatiana Wonsik Joseph; Segundo Suplente – Hugo Blois Filho.
Jornalista responsável: Bruna Homrich Vasconcellos (MTb nº 17487) Equipe jornalismo: Fritz R. Nunes, I van Lautert e Rafael Balbueno
Equipe de Relações Públicas: Fernanda Brusius e Vilma Ochoa Demais funcionários: Dirleia Balensiefer , Maria Helena Ravazzi, Paulo Marafiga e Rossana Siega
Diagramação e projeto gráfico: J. Adams Propaganda I lustração: Rafael Balbueno I mpressão: Gráfica Pale , Vera Cruz (RS). Tiragem: 1.600 exemplares.
Obs: As opiniões contidas neste jornal são da inteira responsabilidade de quem as assina. Sugestões, críticas e opiniões podem ser enviadas via fone (55) 3222-5765 ou pelo email
sedufsm@terra.com.br
I nformações também podem ser buscadas no site do sindicato: w w w .sedufsm.org.br A SEDUFSM funciona na André Marques, 665, cep 97010-041, em Santa Maria (RS).
Nos próximos dias 9 e 10 de maio, docentes de centenas de universidades públicas brasileiras vão às urnas para
escolher quem assumirá a diretoria do ANDES-SN no biênio 2018-2020. As eleições ao Sindicato Nacional ocorrem em
concomitância com os pleitos em algumas seções sindicais, onde a categoria elegerá, também, diretorias locais.
E é assim mesmo que as eleições docentes ocorrerão em Santa Maria. Ou seja: no momento da votação, os (as)
docentes preencherão uma cédula com seu voto para as eleições ao ANDES-SN, e uma cédula com seu voto para as
eleições à Sedufsm, além de escolher, ainda, até dois nomes de professores (as) candidatos (as) ao Conselho de
Representantes da seção sindical.
Agência Da Hora
produção audiovisual, webrádio e reportagens publi-
cadas online no site e na sua página do Facebook,
que, por sinal, conta com mais de quatro mil curtidas.
Esta é a Agência da Hora, que desde 2007 oferece aos
alunos do curso de jornalismo da UFSM no campus de
Frederico Westphalen a oportunidade de contato com
a prática da profissão - e que agora busca se reestru-
turar para seguir fazendo ensino e extensão na região
do alto médio Uruguai.
Fundada como laboratório de jornalismo há 11
anos, sob a coordenação do professor Carlos André
Dominguez (atualmente na Universidade Federal de
Pelotas), a 'Da Hora' formou vários profissionais para
os veículos de jornalismo da região e ajudou a contar
a história da cidade e da região. Em 2015, por
exemplo, os alunos narraram a passagem do União
Frederiquense pela primeira divisão do Campeonato
Gaúcho, quando o time acabou rebaixado, não sem
antes derrotar gigantes como o Juventude e mostrar
valor mesmo na derrota por 1x0 contra o I nterna-
cional de Porto Alegre. Além disso, os estudantes
cobrem as principais feiras agropecuárias e eventos
culturais da região, além de acompanharem in loco
vários festivais de música nativista pelo interior do
estado.
A cobertura dos festivais, por sinal, é o carro-chefe
da agência. “Muitas rádios do estado pedem para Agência já recebeu dois prêmios nacionais
formar cadeia com a nossa webrádio” diz, orgulhosa, discutida durante três anos e sua instalação foi aprovada
a professora Luciana Carvalho, coordenadora do (Entretítulo) Futuro garantido de maneira unânime pelo colegiado dos dois cursos.
projeto de extensão que organiza as coberturas. Só No início deste ano letivo houve preocupação sobre o A falta de um espaço físico fixo não parece ter afetado
no mês de março deste ano, a Agência já transmitiu futuro da Agência devido ao remanejamento da sala que o ritmo da produção da Agência da Hora, que segue
ao vivo pelo Facebook o festival “Fortaleza da era ocupada pela 'Da Hora', que ficou sem um local físico publicando conteúdo em todas as suas plataformas.
Canção”, de Frederico Westphalen, e o festival “Canto para funcionar. No entanto, a diretora do departamento “Continuamos com o mesmo reconhecimento por
Missioneiro”, de Santo Ângelo, obtendo milhares de de comunicação do campus de Frederico Westphalen, parte dos veículos de imprensa da região e da
visualizações. “Nós conseguimos desenvolver uma professora Cláudia Moraes, garante que a agência não comunidade em geral e, com todas essas mudanças,
m arca de nossas cober t uras dos f est ivais, corre risco algum: “A Agência da Hora é conhecida na esse reconhecimento está sendo até mais externado”
principalmente dos festivais de menor tradição, que região, tem sua importância reconhecida e irá continuar afirma o atual coordenador da Agência Da Hora, o
recebem menor atenção da mídia de Porto Alegre - produzindo suas matérias de maneira independente”. professor Luis Fernando Rabello. A readaptação da
para estes nós somos referência”, comenta a O departamento alega que o campus de Frederico Agência tem feito os alunos se voltarem para a produção
professora Luciana, que costuma acompanhar os conta com infraestrutura limitada e que por isso a 'Da textual e fotográfica ao invés dos formatos que
alunos nas caravanas. Hora' teve que ceder a sala que ocupava para dar espaço demandam maior estrutura. De certa forma é um
Sucesso também na área acadêmica, a 'Da Hora' já para outra agência recém-lançada, a Í ntegra, que une a retorno aos fundamentos do jornalismo e às raízes da
foi eleita por duas vezes a melhor Agência Júnior de produção dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas. Agência Da Hora, que nos primeiros anos produzia
jornalismo experimental do Brasil no Encontro A Í ntegra, segundo Cláudia, deverá ter um caráter mais apenas matérias escritas. As mudanças foram muitas
Nacional do I ntercom, principal premiação acadêmica institucional e fará parte das disciplinas obrigatórias do nestes 11 anos, mas, como afirma o coordenador Luis
de comunicação do país. A última delas foi em 2015, currículo, abrangendo assim um número maior de Fernando: “Enquanto houver reunião de pauta, haverá
com o artigo “Agência Experimental de Notícias Da estudantes e professores dos dois cursos. Ainda jornalismo - e haverá Agência Da Hora”.
Hora: a experiência multimídia da prática jornalística”. conforme a professora, a criação da Agência Í ntegra foi
FRITZ NUNES
Em agosto deste ano, deve ser liberado um prédio definitivo para o campus da UFSM em Cachoeira do Sul. A estrutura, localizada
no Passo D'areia, próximo à entrada da cidade, abrigará 18 salas de aulas, onde poderão ser acomodados dois dos cinco cursos
existentes na unidade de Cachoeira, o que representa uma absorção de cerca de 45% da demanda existente.Durante visita dos
diretores da Sedufsm ao campus de Cachoeira do Sul, o diretor da unidade, Rogério Brittes, disse à Assessoria de I mprensa do
sindicato que a maior dificuldade vivida pelo campus é a provisoriedade de suas instalações. Hoje, a UFSM em Cachoeira do Sul tem
seu funcionamento dividido em vários prédios. Algumas salas de aula e laboratórios estão no prédio onde funciona o cursinho pré-
vestibular Totem; outras, no prédio da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS); e algumas mais no prédio da
Universidade Aberta do Brasil (UAB). Se contabilizado o prédio do Restaurante Universitário, a UFSM em Cachoeira do Sul divide-se
Obra de prédio em andamento em cinco locais.
Brittes explica que essa realidade descentralizada gera dificuldades no planejamento da grade de horários de professores, estudantes e técnico-administrativos em
educação (TAEs), já que os (as) estudantes e trabalhadores (as) têm de se deslocar constantemente entre os locais.
“Temos de tentar deixar as aulas do primeiro semestre, por exemplo, em um só prédio, a fim de minimizar o deslocamento de professores e alunos. Hoje, em Cachoeira,
não tem mais espaço viável para locação. Nos ofereceram salas difusas, mas isso não ajuda porque aumentaria o deslocamento que já
temos”, diz o diretor, empossado em janeiro de 2018, junto ao vice, Lucas Delongui.
Brittes conta que, além do prédio previsto para ser entregue neste mês de agosto, há, ainda, dois prédios de salas de aula em
construção. Cada um desses deve comportar, também, 18 salas. Outros quatro prédios de laboratórios, com espaço para lancherias,
também estão em andamento, e a situação é a mesma para a Casa do Estudante.
Um dos grandes clichês do jornalismo musical é dizer, quando se
escreve sobre um artista cuja obra é crítica ao nosso modelo de
sociedade, que este possui “letras de cunho político” – como se alguma
postura, mesmo a da omissão, não fosse política. No caso do grupo
carioca El Efecto, essa não é uma definição cabível. Dizer que as letras
da banda têm “cunho político” é quase que infantilizar as histórias
contadas pelo sexteto. A El Efecto não é uma banda para esse conceito
fraco e genérico. Pelo contrário. A El Efecto é uma das experiências
mais interessantes da música anticapitalista brasileira.
Em “Memórias do fogo” (2018), cujo título faz referência a Eduardo
Galeano, sete músicas formam um retrato poético, duro e ao mesmo
Empossada como professora adjunta do departamento de Direito da UFSM no dia tempo inspirador, a respeito da vida sob a égide do capitalismo.
1º de março de 2018, Marília Denardin Budó já coleciona dez anos de atividade Recheado de participações especiais, o disco apresenta questões que
docente, embora, na maior parte desse período, o tenha feito em instituições vão do colonialismo e da exploração na América Latina, até
privadas de ensino superior. E as diferenças entre ser um docente nas esferas pública homenagens a personagens símbolos como Carlos Marighela e Tereza
e privada é um dos pontos comentados pela recém-chegada: quando professora de de Benguela, e também àquela que é possivelmente o maior ícone da
instituições privadas, foi capaz de partilhar da angústia e temor dos tantos trabalha-
resistência: a mulher negra. E tudo isso – apesar da aspereza dos temas
dores empregados no setor de indústria ou comércio, por exemplo, com a diferença
– através de um lirismo simples e direto. “Começa como dádiva/ Mas
de que o trabalho do professor está ligado ao discurso e à circulação de ideias.
logo vira dívida/ Se sobrevive à dúvida/ Algo segue te dizendo que você
“Então, dependendo do contexto político, você pode se tornar um alvo pelo que
fala, pela sua postura, por às vezes não representar o padrão que os alunos valia mais/ Valia mais, valia mais, valia mais valia”, diz a segunda faixa
imaginam de um professor de Direito Penal no interior do Rio Grande do Sul. As do disco, uma dura crônica sobre a alienação do trabalho e a
relações humanas são completamente diferentes. Ali [ universidades privadas] , na precarização da vida chamada “O drama da humana manada”.
primeira crise econômica que vinha, a gente já se Já no que toca a musicalidade, a El Efecto é um capítulo à parte.
assustava, pois nossa posição era de extrema Quase um instituto de pesquisa musical, a banda é conhecida pela
fragilidade. Os critérios para decidir qual professor mistura entre improváveis. Em “Memórias do fogo” o grupo nos
será descartado quando vem uma crise econômica apresent a o j oropo venezuelano/ colombiano mist urado com
são escusos, não transparentes. Não é como na Tchaikovsky, samba de breque, heavy metal e pagodão baiano, para
universidade pública, onde existem procedimentos logo ali adiante receber o acréscimo de música folclórica japonesa, axé,
administrativos e disciplinares que podem levar a swing, festejo peruano, jongo, tango e hard core – para ficar apenas em
uma exoneração, mas é tudo com transparência, alguns exemplos.
com contraditório, com ampla defesa”, explica
Resumindo, “Memórias do fogo” é um disco excelente, que inclusive
Marília, que já lecionou em cinco universidades
supera seu antecessor, o elogiadíssimo “Pedras e Sonhos”, de 2012
privadas, embora tenha tido toda sua formação em
(toda a discografia da banda está disponível gratuitamente em
escolas e universidades públicas.
Sua esfera central de atuação é o Direito Penal. Contudo, Marília é formada tanto www.elefecto.com.br). E apesar dos 16 anos de estrada, é com a turnê
em Direito quanto em Comunicação Social (habilitação Jornalismo) na UFSM, tendo de divulgação do mais recente disco que a banda chega à Santa Maria
cursado ambos os cursos de forma concomitante entre 2000 e 2005. E isso fez com pela primeira vez, para uma apresentação no Rockers Soul Food no dia
que as pesquisas da professora nas duas áreas fossem organicamente ligadas, tendo 11 de maio (com abertura da Guantánamo Groove). E se na audição a
como focos centrais Mídia e Processo Penal, Mídia e Direito Penal, Mídia e El Efecto já merece toda a atenção e todos os elogios, para o palco fica
Criminologia. Após realizar uma especialização em Pensamento Político Brasileiro, toda a expectativa. Mas aí já é um novo capítulo.
DIVULGAÇÃO/IURI GOUVÊA
também na UFSM, ela cursou seu Mestrado na UFSC entre 2006 e 2008.
Findo o curso, mais uma vez a relação Jornalismo-Direito se fez na prática: Marília
foi aprovada em concurso para professora substituta do curso de Jornalismo na
UFSM, tendo lecionado por oito meses, até ter seu projeto de doutorado em Direito
aprovado na UFPR, para onde se mudou.
Após toda essa trajetória, ela chega à docência na UFSM e, hoje, dá as disciplinas
de Direito Penal 1, 2 e 3, além de Direito Penal Especial. Mas, mesmo para a docente,
cuja trajetória de pesquisadora é forjada no terreno da criminologia, lecionar a
temática vem sendo um desafio. “O processo penal tá Pop. Todo mundo sabe tudo
agora sobre habeas corpus. É muito difícil dar aula quando eu compreendo o
processo penal como um instrumento político que tem sido utilizado como forma de
perseguir algumas pessoas e imunizar outras”, diz Marília, que defende a concepção
de direito penal acusatório, onde, além de uma parte que acusa e uma parte que
defende, existe um juiz equidistante de ambas as partes.
“Um processo acusatório é um processo em que o juiz não produz prova, porque o
juiz que produz prova é um juiz que já tem uma condenação na cabeça e precisa da
prova apenas para conseguir fundamentar a condenação. A luta por um processo
acusatório é a luta por um processo democrático”, defende a professora, para quem
a organização sindical segue imprescindível, uma vez que a tarefa do momento – e,
possivelmente, do futuro próximo – é lutar para manter os direitos já conquistados.
Contudo, ela acredita ser necessário complexificar o debate sobre o papel do
sindicato na atualidade. “Tenho uma visão crítica sobre o sindicalismo atual. Acho
que temos de ter outras formas de luta que não sejam as tradicionais. Estamos
vivendo um novo tempo e temos que nos adaptar a isso. Deve haver autocrítica por
parte do sindicato”, conclui Marília.