Você está na página 1de 2

LIÇÃO – 07

SUBSÍDIO PARA O ESTUDO DA 7º LIÇÃO JOVEM


2º TRIMESTRE DE 2018

DOMINGO, 13 DE MAIO DE 2018.

NOSSA ESPERANÇA NA VINDA DO SENHOR


Texto áureo
“Não durmamos, pois, como”.
Os demais, mas vigiemos e
“Sejamos sóbrios”.
(1 Ts 5.6)

INTRODUÇÃO

Queridos irmão, a paz do Senhor Jesus a todos os leitores e estudiosos da lição da


EBDJ, aqui quem escreve é o Aux. Lucas Silva, e hoje iremos refletir um pouco
sobre a abordagem acerca das coisas futuras presentes em I Tessalonicesses,
tomando como pano de fundo a informação de que, por influência de sua tradição
cultural, aqueles irmãos já possuíam crenças sobre ressurreição, vida pós-morte,
todas atreladas à veneração das divindades ali reverenciadas.
Paulo é um escritor muito atento ao seu tempo; não é a toa que, quando esteve
entre os gregos no Areópago, como registra Lucas em Atos, o apóstolo utilizou de
toda sua retórica, certamente advinda de sua formação educacional num contexto
romano, agora, escrevendo aos tessalonicenses, o missionário sabe que a temática
relativa às ultimas coisas é uma questão a ser encarada de forma complexa, pois,
em virtude da presença do forte politeísmo existente ali naquela cidade e com
muito mais atenção à questão do orfismo e do culto a Dioniso, Paulo precisa
esclarecer bem os tessalonicenses sobre problemas escatológicos; e é sobre esse
assunto que iremos refletir.

A IMENSA VERIABILIDADE CÚLTICA EM TESSALÔNICA


Sendo a cidade de destaque na região da Macedónia, considerada por alguns como
a segunda Roma, Tessalônica abrigava uma infinidade de tradições e práticas
culturais, que havia uma forte influência da religiosidade egípcia e greco-romana;
na verdade, instalou-se naquela cidade um conjunto de ações religiosas sincréticas,
chegando ao ponto de construir-se naquela cidade um templo destinado a
adoração simultânea de deuses romanos e egípcios.
As divindades reverenciadas majoritariamente em Tessalônica até antes do
primeiro século da era cristã eram APOLO, ATENA e HÉRCULES, todavia, já no
contexto da escrita da carta, as religiões mistéricas, assim como o culto a Dioniso,
Asclépio e Deméter, ganham grande espaço no seio daquela comunidade; como nos
afirma Romanos.
Ao pesquisarmos esse aspecto histórico da comunidade em Tessalônica, podemos
refletir no enorme desafio missionário que se impôs a Paulo na evangelização
daquela cidade, se o anuncio das boas-novas não houvesse sido feito debaixo da
orientação e graça divina, Jesus seria apenas mais um dos deuses a entrar na lista
da religiosidade sincrética dos tessalonicenses.
É por isso que a conversão daqueles irmãos constitui-se como um enorme milagre
em si mesmo, em primeiro lugar, porque o anúncio do amor sacrificial de Jesus,
que, literalmente, se entregou pela humanidade, foi capaz de tocar os corações
entenebrecidos dos tessalonicenses a ponto de estes acreditarem na mensagem da
Cruz.
É necessário lembrar que havia todo um repertório de histórias fantásticas
associadas aos deuses que eram cultuados ali, diante da extraordinária narrativa
de Paulo sobre Jesus de Nazaré, aquela população poderia identificá-la apenas
como mais uma narrativa mítica dentre várias contadas e recontadas naquela
cidade, más, o poder da Palavra, Todavia, fez com que a fé para a salvação brotasse
no coração daqueles irmãos.
Outro enorme desafio enfrentado por Paulo para concretizar o discipulado dos
tessalonicenses era a naturalidade com que estes entendiam o sincretismo
religioso, uma vez sendo o discurso dos missionários cristãos apresentados àquela
comunidade, corria-se outras práticas religiosas já vigentes.
Diante de um choque de realidade tão grande, a possibilidade de haver uma
rejeição completa de tudo o que estava sendo anunciado era muito grande,
contudo, o efeito foi muito eficaz na vida de uma parcela considerável de pessoas
de Tessalônica, houve uma significativa adesão, e, como o próprio apóstolo
testemunha, os tessalonicenses converteram-se dos ídolos a Deus.
O receio de Paulo para com os tessalonicenses era o de que a falta de uma
compreensão mais profunda dos pilares da fé, dentre os quais estava, por exemplo,
a crença na ressurreição de Jesus, levasse este grupo de novos irmãos a uma fé
ignorante, e por isso mesmo, adoecida, não somos chamados para permanecer em
níveis elementares da fé, a metáfora bíblica diz que a história de nossa fé é
semelhante à corrida de um maratonista, por isso, é necessário sabedoria para não
morrer no meio do caminho, mas antes, completarmos a carreira, como um
atencioso mestre, o apóstolo refletirá com seus amigos a respeito das questões
básicas, mas imprescindíveis para o estabelecimento de uma vida cristã saudável,
livre das fábulas e mitos das tradições religiosas.
Feitas as devidas contextualizações histórico-sociais, as palavras apostólicas
sobre as últimas coisas ganham maior significância, e é claro que o texto paulino
tem muito a falar-nos hoje; toda via, ao buscarmos a compreensão pormenorizada
da situação dos tessalonicenses, alguns detalhes da fala de Paulo ganham mais
clareza.
Não é pelo auxílio de nenhuma divindade helênica que esperamos, mas, sim, pelo
socorro bem presente de Cristo, a ressurreição de nosso Senhor não foi um ato
misericordioso de um deus que se envolveu em escândalos conjugais, mas a prova
material da vitória sobre a morte, a chegada triunfal de Jesus, o Senhor, superará
em glória e majestade do mais destacado governante humano, não haverá alegria
tal como no encontro, isso é, na igreja com seu único e verdadeiro Rei, ali,
eternamente no Reino celeste, haverá uma verdadeira paz que não passará.

Aux. Lucas Silva

Você também pode gostar