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Projeto de divulgagao tecnoldégica EDIFICIOS ae Pc elie rae te Ildony H. Bellei bab 2? edicao revisada Ct. tae a ns enn GALPOES INDUSTRIAIS EM ACO © Copyright Editora Pini Ltda. Todos os direitos de reprodugao ou tradugao reservados pela Editora Pini Ltda. Dados Internacionais de Catalogacao na Publicagao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Bell, tidony Hélio Eciffcios industriais em ago/ lidony Belle == 2.ed.~~ Sao Paulo : Pini, 1998, Projeto de Divulgagao Tecnolégica FEM Bibliogratia. ISBN 85-7266-091-7 1. Construgéo em ferro © ago 2. Edificios Industriais |. Thtulo, 98-0169 c0D-693.71 Indices para catalogo sister 1. Eadffcios industriais : Construgdes em ago 693.71 2. Ago : Edfcios industriais : Construgdes 693.71 Coordenagao editorial: Mariza Passos Coordenagao de livros: Raquel Cardoso Reis Projeto grafico © servigos editoriais: GAZ Editoragdo EletrOnica SIC Ltda, Paginagao (24 edigao): Fernando Ponzeto Alves Capa: Lucia Lopes Revisdo: Josué Lima ¢ Mauricio José de Oliveira Servigos graficos e industrials: José Pereira da Siva e Wilson T. Pinto Editora Pini Ltda Rua Anhaia, 964 - 0130-900 - Séo Paulo, SP Fone: (011) 224-8811 - Fax: (011) 224-0314 E-maitlivros@pinicom.br 1" edigao, dezembro/o4 tiragem: 3,000 exemplares 2tedicdo, margo/98 Nota do patrocinador A FEM cumpre agora uma etapa bastante avangada no processo de difusao da construgao metdlica no Brasil. O presente trabalho abre, em definitivo, a porta para o mercado das estruturas em a¢o, pois, além das generalidades, mostra como se desenvolve um projeto guisa de manual. E o primeiro livro de cunho prdtico sobre o assunto, escrito por um profissional com mais de 30 anos de experiéncia no ramo e aproximadamente 50.000 t projetadas: um dos pioneiros nessa atividade em nosso pais. O préprio autor concorda que pretende desmistificar a estrutura metdlica, garantindo 0 acesso ao projeto, dos cdiculos e dos demais desdobramentos. Como precursora da estrutura metélica no Brasil, a FEM sempre primou pela formagao profissional, responsavel pelo seu permanente desenvolvimento tecnolégico. Assim, durante muitos anos, manteve uma escola de desenhistas de estruturas metdlicas, formando profissionais que hoje prestam servicos em varias partes do pals. Assim ocorre também com o treinamento de montadores, soldadores e outros profissionais. A participagao da FEM na edig&o deste livro, para ocupar uma lacuna na bibliografia técnica, 6 consequéncia de seu pioneirismo. Ha algum tempo caiu a primeira dificuldade que persistia no campo da construgao metélica, que era a escassez da matéria-prima, 0 ago: 0 pals hoje é um dos maiores produtores mundiais. A segunda dificuldade era 0 acesso a informagées técnicas cunhadas a partir da pratica profissional. Este livro de lldony Hélio Bellei cumpre esse papel. ‘Armando Guerra Jr. Presidente da FEM Apresentacao Conhego 0 autor, ilustre engenheiro Iidony H. Bellei, ha mais de duas décadas. No inicio de nosso conhecimento, ele ja era o responsavel pelos projetos da Fabrica de Estruturas Metdlicas, tendo passado do desenho a chefia, em mais de 30 anos ligados a estrutura metdlica. Técnico altamente competente, alia ainda qualidades humanas que o fazem estimado por todos. Dentro desse quadro, recebi com honra e satistagao a incumbéncia de falar sobre seu livro "Edificios Industriais em Ago", pois mesmo antes de folhed-lo sabia que seria obra respeitdvel. Ao analisd-la, ndo nos enganamos. E um trabalho em que 0 autor transmite toda a experiéncia de uma vida ligada as construgées metélicas. A obra 6 tecnicamente rigorosa, sendo ao mesmo tempo pratica. Seus 21 capitulos sao ilustrados com mais de 600 referéncias e tratam de assuntos normalmente no abordados por outros autores, como ventilagao natu- ral, escadas, sistemas de aguas pluviais, projeto de execugao em oficinas e nogées sobre fabricagao. O livro é de muita valia ndo s6 para o protissional experiente como para o recém- formado, sendo inclusive excelente texto para as escolas de engenharia. Dentro de sua grandeza humana, o engenheiro lidony sempre diz que recebeu muito da sociedade. Hoje, com sua obra, ele retribui a sociedade o que dela recebeu. engenhelro Aluizio Fontana Margarida novembro/1994 Prefacio da 2? edi¢ao Nesta edigdo fizemos uma ampla revisao corigindo uma série de pequenos erros de colocagao, bem como de impressao, sendo que 0 contetido basico do livre néo sofreu qualquer alteragao. Esperando que esta edieao tanto quanto a primeira, seja também util aos profissio- nais, professores e alunos, estarei aberto a receber criticas e sugestes no sentido de melhorar sempre o livro, para que 0 mesmo possa continuar a ser uma fonte permanente de consulta. O Autor Prefacio As razées que nos levaram a escrever este livro se fundamentam, essencialmente, em transmitir aos profissionais que militam no setor, e aqueles que nele pretendem se iniciar, nossa experiéncia de trés décadas em projetos de estruturas de aco, especialmente no setor de edificios industriais de porte médio e pesado. Nosso objetivo foi fazer um livro pratico, bem ilustrado, com mais de 600 figuras, partindo do pressuposto de que os profissionais tenham conhecimento basico das normas de cdlculo em ago. O nosso livro preenche uma lacuna, pois nao nos detivermos simplesmente no cdlculo de pegas isoladas. Vamos muito além, apresentando todas as condigdes para que o profissional ou estudante possa desenvolver um bom projeto de um edificio industrial com e sem ponte rolante. Ollivro esta pautado em 21 capitulos. Vai da parte geral (cap. 1 a 5), passa pelas partes que compéem um edificio industrial (cap. 7 a 15), termina com o detalhamento, a fabricagéo, a protegao e a montagem (cap. 17 a 21), que sao as outras fases necessérias a execuedo das estruturas, sobre as quais damos apenas nogdes ge- rais, pois, devido a sua complexidade, merecem um livro a parte. Na parte de orientagao e de calculo, nos baseamos na especificagéo do AISC - American Institute of Stee! Construction, no método das tensdes admissiveis, por se tratar de processo de célculo bem sedimentado, no qual tivemos a maior parte de nossa experiéncia. A longo do livro, fazemos varias referéncias 4 nova norma brasileira de ago NBR 8800, cujo método de calculo é dos estados-limites, naquilo que ela normaliza ou especifica, independentemente do método de céiculo. Além da parte basica, composta por 21 capitulos, introduzimos quatro apéndices, endo: A - Resumo e adaptagao da especificagao do AISC/89; B- Tabelas de comprimento efetivo de flambagem para colunas com inércia variével; C- Tabelas em geral de pertis, chapas de piso, trilhos etc.; D - Projeto completo com memoria de cdiculo de todas as pegas que compéem um edificio industrial com vao de 20 m, altura de 9 m, comprimento de 48 m e ponte rolante de 10 tf, em pértico de alma cheia. indice Capitulo 1 - Introdugao 1 4.1 - Histérico 1 1.2 - Vantagens das estruturas de aco 1 1.3 - Campo de aplicagao 2 1.4 Fatores que influenciam 0 custo de uma estrutura 2 1.5 - Principals fases na construgao de uma obra 3 1.6 - Método de dimensionamento 4 Capitulo 2 - Agos estruturais e seus produtos 7 2.1 - Classificagao 7 2.2 - Propriedades de agos estruturais 8 2.3 - Principais tipos de agos estruturais 12 2.4 - Produtos de aco para uso estrutural 14 2.5 - Comparagao dos custos dos agos por produtos e sua resisténcia 19 Capitulo 3 - Ligagdes com solda 21 4 - Introdugao 21 3.2 - Vantagens e desvantagens 23 3.3 - Classificagdo dos tipos de solda 24 3.4 - Resisténcia minima do metal de solda 30 3.5 - Simbologia de soldagem 32 3.6 - Simbologia de exames nao destrutivos 42 3.7 - Inspegao e controle de qualidade 44. Capitulo 4 - Ligagdes parafusadas 53 4.1 - Introdugao 53 4.2 - Tipos de parafuso 53 4.3 - Conex6es tipo fricgdo @ tipo esmagamento 56 4.4 - Resisténcia dos parafusos 57 4.5 - Artuelas 64 4.6 - Normas aplicvels 64 4.7 - Furos 64 4.8 - Pega longa e ligagdes de grande comprimento 65 49 - Distncia minima de um furo as bordas 65 4.10 - Espagamento minimo e maximo entre furos 66 4.11 - Resisténcia minima das conexdes 67 4.12 - Calgos 67 4,13 - Tipos de juntas parafusadas 68 Capitulo 5 - Cargas e combinagées de cargas 77 5.1 - Introdugdo 77 5.2 - Carga permanente 77 5.3 - Cargas acidentais verticais (sobrecargas) 77 5.4 - Cargas devidas a pontes rolantes 77 5.5 - Cargas devidas ao vento 86 5.6 - Temperatura 108 5.7 - Combinagbes de cargas para calculo da estrutura suporte 108 Capitulo 6 - Edificios industrials 111 6.1 - Definigdes 111 6.2 - Tipos de edificios industriais 111 6.3 - Edificios com vaos simples 111 ios com vaos muliplos 118 6.5 - A construgao como um todo 122 6.6 - Requisitos estruturais 122 6.7 - Pegas que compSem um galptio 123 6.8 - Classificagao dos galpdes 123 6.9 - Deslocamentos 123 6.10 - Juntas de dilatagao 124 Capitulo 7 - Chapas de cobertura e tapamento 133 7.4 = Chapas de ago 133 7.2 - Chapas de aluminio 134 7.3 - Chapas de fibrocimento 135 7.4 - Chapas translicidas 135 75 - Chapas tipo sanduiche 136 7.6 - Detalhes construtivos 137 Capitulo 8 - Tergas, vigas de tapamento, cumeeiras e escora do beiral 139 8.41 - Tergas 139 8.2 - Vigas de tapamento 139 8.3- Cumecira 145, 8.4 Tirantes das torgas e das vigas de tapamento (correntes) 145 8.5 - Escora do beiral 146 Capitulo 9 - Contraventamentos 151 9.1 - Definigao 151 9.2 - Contraventamentos horizontais 151 9.3 - Contraventamentos verticais 154 Capitulo 10 - Vigas de rolamento 161 10.1 = Definigao 161 10.2 - Tipos de secdo 161 10.3 - Relagdes para pré-dimensionamento 163 10.4 - Flechas admissiveis 163, 10.5 - Contraflecha 163 10.6 - Intertigagao entre vigas de rolamento 164 10.7 - Resistancia a fadiga 164 10.8 - Enrijecedores (nervuras) 164 10.9 - Soldas 168 10.10 - Tensées locais em vigas de rolamento 170 10.11 - Informagdes adicionais 172 10.12 - Interligagao de vigas de alturas diferentes 173 10.13 - Ligagao da viga com coluna 173 10.14 - Detalhes construtivos nao recomendados 176 10.18 - Para-choque 177 10.16 - Trilhos 178 Capitulo 11 - Vigas de cobertura 193 11.1 - Introdugao 193, 11.2 - Vigas de cobertura em alma cheia 194 11.3 - Vigas de cobertura em armacées (tesouras @ treligas) 196 11.4 - Espessura das chapas de ligagdo e espagadores 203 11.5 - Detalhes construtivos 211 Capitulo 12 - Colunas 213 12.1 - Definigao 213 12.2 - Colunas de alma cheia e altura constante 214 12.3 - Colunas trelicadas de altura constante 217 12.4 - Colunas-suporte de vigas de rolamento 218 12.5 - Esbeltez limite 221 12.6 - Emendas de colunas 222 12.7 - Consoles em colunas 224 12.8 - Comprimento efetivo de flambagem 224 12,9 - Base de coluna 232 12.10 - Recomendagées 247 Capitulo 13 - Escadas, corrimaos e passadico 13.1 - Escadas 251 18.2 - Contimaos 254 13.3 - Passadigo 256 Capitulo 14 - Ventilagao natural 14.1 - Consideracdes gerais 257 14.2 - Entradas de ar 258 14.3 - Safdas de ar 259 14.4 - Detalhes construtivos 260 Capitulo 15 - Calhas e tubos de descida 15.1 - Definigéo 263, 15.2 - Calhas 263 15.3 - Tubos 265, 15.4 - Dimensionamento 265, Capitulo 16 - Fadiga 16.1 - Introdugao 271 16.2 - Faixa admissivel de variagéo de tensdes 273 Capitulo 17 - Detalhamento de estruturas de ago 17.1 = Introdugéo 281 17.2 - Sistemas de detalhamento 282 Capitulo 18 - Nogdes sobre fabricagao 293, 18.1 - ConsideragGes gerais 293 18.2 - Principais etapas na fabricagao 298 18.3 - Tolerancias de fabricago 301 Capitulo19 - Limpeza e protegao das estruturas 313 19.1 -Introdugao 313 19.2 - Limpeza 313 19.3 - Protegdo 315 19.4 - Especiticagao de pintura 317 19.5 - Informagées adicionais 318 qq &&_~—eT—Ecx_—~Z&{_—>E_— Capitulo 20 - Transporte 321 20.1 - Meios de transporte 321 20.2 - ArrumagSes para transporte 321 20.3 - Gabaritos 321 Capitulo 21 - Montagem 325, 21.1 - Consideragdes gerals 325 21.2 - Principais etapas da montagem 325 21.3 - Ligagdes de campo 327 21.4 Tensdes de montagem 332 21.5 - Estocagem no canteiro de obras 332 21.6 - Equipamentos 333 21.7 - Tolerancias de montagem 333 21.8 - RecomendagSes gerais 339 Bibliografia 341 APENDICE A Dimensionamento de elementos 345 APENDICE B Tabelas de comprimento efetivo de flambagem fator k - 381 APENDICE C Tabelas em geral 1 a 45-391 APENDICE D Projeto completo de um galpao em pértico de alma cheia 441 CAPITULO / os Introdugao 1.1- Histérico As primeiras obras em ago datam de 1750, quando se descobriu a maneira de produzi-lo industrialmente. Seu emprego estrutural foi feito na Franga por volta de 1780, na escadaria do Louvre e no Teatro do Palais Royal, e na Inglaterra, em 1757, onde se fez uma ponte de ferro fundido. Porém, a sua grande utilizagao nos edificios deu-se por volta de 1880 nos Estados Unidos, principalmente em Chicago. 0 inicio da fabricacao em ferro no Brasil deu- se por volta de 1812. Acredita-se que a primeira obra a usar ferro pudliado, fundido no Brasil, no Estaleiro Maua, em Niterdi, Fu, foi a Ponte de Paraiba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, com cinco vaos de 30 metros, cuja data de construgdo é de 1857, estando em uso até hoje. A primeira obra em que se usou aco importado em ediffcios no Brasil foi o Teatro Santa Izabel, em Recife. Como o Brasil é um pais em crescimento, o setor industrial 6 0 grande consumidor de estruturas metalicas, absorvendo a maior parte da produgao. Em 1921 foi implantada a Companhia Siderirgica Belgo-Mineirapara produzir fio maquina, arame farpado, perfis leves etc. Em 1940 foi instituida no Brasil a Comisséo Executiva do Plano Sidertirgico Nacional, e em plena guerra (1941) foi fundada a Companhia Si ca Nacional, que entrou em operaco em 12 de outubro de 1946 com a finalidade de produ- zit chapas, trilhos e perfis na bitolas americanas. Para consolidar o mercado, entraram em operagao na década de 60 a Usiminas e a Cosipa, para a produgéo de chapas. A partir dai, grandes expansdes foram realizadas no setor siderirgico, produzindo 0 Brasil, hoje, perto de 25 milhdes de toneladas de aco. O Brasil, que até a década de 70 ainda era um importador de aco, passou hoje a exportador. Para ajudar a difundir 0 uso do ago nas construgées, a Companhia Siderurgica Nacional criou, em 1953, como um dos seus Departamentos, a FEM-Fabrica de Estruturas Metali- as, hoje com sua nova razdo social FEM - Projetos, Construgdes e Montagens S.A., que iniciou a formagéo de mao-de-obra qualificada e do ciclo completo do ago, com a fabricago de varias obras importantes, tais como: Edificio Avenida Central, no Rio de Ja- neiro; Edificio Santa Cruz, em Porto Alegre; Edificio Garagem América, em Sao Paulo. Desde entao foi surgindo um grande numero de fabricantes, projetistas, desenhistas e pro- fissionais do ramo. 1.2- Vantagens das estruturas de ago ‘Sao as seguintes as principais vantagens das estruturas de aco: 1 - Alta resisténcia do material nos diversos estados de tensa (tracéo, compressao, flexao etc.), 0 que permite aos elementos estruturais suportarem grandes esforgos apesar da area relativamente pequena das suas segdes; por isso, as estruturas de aco, apesarda 2 Editicios industriais em ago ‘sua grande densidade (7.850 kg/m*), so mais leves do que os elementos constituidos em conereto armado. 2- Os elementos de ago oferecem uma grande margem de seguranga no trabalho, o que se deve ao fato de o material ser Unico e homogéneo, com limite de escoamento, ruptu- ra e médulo de elasticidade bem definidos. 3 - Os elementos de ago sao fabricados em oficinas, de preferéncia seriados, e sua monta gem é bem mecanizada, permitindo com isso diminuir o prazo final da construgao. 4 - Os elementos de aco podem ser desmontados e substituides com facilidade, o que permite reforgar ou substituir facilmente diversos elementos da estrutura. 5 - Possibilidade de reaproveitamento do material que nao seja mais necessario a constru- go. A pequena desvantagem dos elementos de aco carbono é a sua suscetibilidade a corro- 840, 0 que requer que eles sejam cobertos com uma camada de tinta ou seja empregado outro método de protegao. Para minorar este pequeno problema, as usinas nacionais estao fabricando os agos de alta resisténcia a corrosao atmostérica, tals como: USI-SAC 50 e 41, COS-AR-COR 500 € 400, e Niocor, os quais apresentam uma resisténcia a corroso da ordem de duas a quatro vezes a do ago carbono, dispensando qualquer protecao, a nao ser em casos especiais (regides marinhas e industriais agressivas). 1.3- Campo de aplicagao ‘Atualmente, as estruturas de aco so aplicadas em praticamente todos os setores constru- tivos. Entre estes, nos deteremos na aplicagao em galpdes industriais, nosso objetivo ao longo deste trabalho, onde desenvolveremos um projeto completo de galpao com ponte rolante, 1.4 - Fatores que influenciam o custo de uma estrutura Tradicionalmente 0 ago tem sido vendido por tonelada e, conseqiientemente, discutindo-se © custo de uma estrutura de ago impée-se que se formulem seus custos por tonelada de estrutura acabada. Sé que se ignora 0 fato de grande nlimero de fatores que tém influéncia significativa no custo final, por tonelada, de uma pega de ago fabricada. No projeto, detalhe, fabricagao e montagem de uma estrutura de ago, os seguintes fatores influenciam 0 custo de uma estrutura: a) selegao do sistema estrutural; b) projeto dos elementos estruturais individuais: ©) projeto e detalne das conexées; d) processo a ser usado na fabricago e) especificacées para fabricagdo e montagem; f) sistema de protegao a corroséo; g) sistema a ser usado na montagem; h) sistema de protegao contra fogo ete. Aselecao do mais eficiente sistema estrutural, compativel com o processo de fabricagao, 6 fundamental para se otimizar os custos. Economia na fabricacao e montagem sé é possivel como resultado de conexées bem elaboradas durante a fase de detalhamento, de acordo Introdugao 3 com as premissas de projeto. A especificagao é a que maior influéncia tem nos custos de fabricagdo e montagem, onde se determinam a qualidade do material e as tolerancias requeridas. Outro item importante é a protecao contra a corrosao, que, em muitos casos, pode chegar a até 25% do valor da estrutura. Se 0 projeto e o detalnamento nao sao executados pelo fabricante, e este 6 desconhecido, @ importante deixar op¢des no projeto para uso de conexées soldadas ou parafusadas, ou, mesmo, o detalhamento propor solugées alternativas de acordo com a sua fabricagao. Em geral, 0 custo de uma estrutura metélica pode ser apresentado da seguinte maneira Projeto estrutural 1% a 3% Detalhamento 2% a 6% Material e insumos 20% a 50% Fabricagao 20% a 40% Limpeza e pintura 10% a 25% Transporte 1% a 3% Montagem 20% a 38% Outro fator que mede 0 custo de fabricagao e montagem 6 a quantidade de estrutura contida em um desenho de fabricacao. Assim, podemos dizer que se o peso das peas contidas em um desenho for menor que 2 toneladas, a estrutura € leve e de custos mais elevados do que uma que contenha 8 toneladas por desenho. 1.5 - Principais fases na construgao de uma obra As principais fases que precedem a construgdo de qualquer tipo de edificio, ou, mesmo, qualquer tipo de obra, sao: Arquitetura: Onde @ desenvolvido todo 0 estudo da obra, materiais de acabamento, di- mensées, caracteristicas de ventilacdo, iluminagao, formato etc. Uma arquitetura de- senvolvida para 0 ago torna este material mais competitivo, tirando partido da sua me- Ihor resisténcia e menores dimensées das secoes etc, Projeto estrutural: ¢ onde se da corpo ao projeto arquitet6n:7o, calculando-se os elemen- tos de sustentacdo, ligagdes principais, tipos de aco, cargas nas fundagées, especiti- cando se a estrutura sera soldada ou parafusada etc. E uma das etapas mais importan- tes, pois um projeto ruim pode causar prejuizo econémico ao fabricante e ao construtor. Vale aqui a citacéo do Johnstom/Lim. em seu livro "Basic Steel Design’ ‘Um bom projetista estrutural pensa de fato em sua estrutura tanto quanto ou mais do que pensa no modelo matematico que usa para verificar os esforgas internos, baseado nos quis ele deverd determinar 0 material necesséiio, tipo, dimensao e localizagao dos membros que conduzem as cargas. A “mentalidade da engenharia estrutural” é aquela capaz de visualizar a estrutura real, as cargas sobre ela, enfim, ‘sentir’ como estas cargas sao transmitidas através dos varios elementos até as fundagdes. Os grandes projetistas so dotados daquilo que as vezes se tem chamado “intui- 40 estrutural’. Para desenvolver a ‘intuico e sentir’, o engenheiro torna-se um observador arguto de outras estruturas, Pode até mesmo deter-se para contemplar 0 comportamento de uma drvore projetada pela natureza para suportar as tempestades violentas; sua flexibilidade é fragil nas folhas € nos galhos diminuidos, mas crescente em resisténcia e nunca abandonando a continuidade, na ‘medida em que os galhos se confundem com o tronco, que por sua vez se espalha sob sua base no sistema de raizes, que prevé sua fundagao e conexdo com 0 solo". Sondagens do solo: E de fundamental importancia para o delineamento das estruturas, pois se 0 solo € de ma qualidade o calculista da estrutura deve evitar engasta-la as 4 Edificios industriais em ago 1.6- fundagdes, o que as tornaria muito onerosas. Porém, se o solo for de boa qualidade, poder- se-ia perfeitamente engasté-las. Portanto, o tipo de solo pode definir o esquema estrutural Detalhamento: Onde o projeto estrutural é detalhado pega por pega, visando atender ao ‘cronograma de fabricagao e montagem, dentro das recomendagées do projeto, procu- rando agrupar ao maximo as pegas. Devido as particularidades de cada fabrica, no que diz respeito aos tipos de equipamento e porte, cada fabricante adota o tipo de detalhamento que Ihe é mais adequado. (Cap. 17) Fabricagao: E onde as diversas partes (pegas) que vao compor uma estrutura sao fabricadas, usando-se as recomendagées de projeto quanto a solda, parafusos, tole- rancias, controle de qualidade ete. Cada fabricante tem sua prépria maneira de dar seqiéncia a fabricagao das pegas. (Cap. 18) Limpeza e protegao: Apés a fabricagao, as peas que v4o compor a estrutura sao prepa- radas para receber protegao contra a corrosao e, apés a limpeza, a estrutura deve ser pintada ou galvanizada (Cap. 19), ou mesmo deixada no estado natural, se for em ASTM-AS588 ou similar e a sua localizagao assim o permit. Transporte: E preciso, ja na fase inicial de projeto e detalhamento, indicar o tamanho das pegas, procurando, dentro do possivel, evitar transporte especial. (Cap. 20) Montagem: E onde as pegas vao se juntar, uma a uma, para compor uma estrutura, neces- sitando-se de um planejamento, visando especificar os equipamentos a serem usados, 0 ferramental e a seqiéncia de montagem. E 0 coroamento de toda a obra, @ quando sabemos se houve ou ndo um bom projeto A seguranga da estrutura pode ser determinada fazendo-se a combinagao de um bom projeto, bom detalhamento, boa habilidade na fabricagao e bons métodos de monta- gem. A maneira de montar influi na economia final, uma vez que é durante a constru- G40 que na maioria das vezes as estruturas desabam. Pode-se dizer que uma constru- a0 desaba por causa da falta de estabilidade tridimensional. A maioria das falhas ocorre durante 0 processo de montagem e raramente depois que a estrutura esta pron- ta. (Cap. 21). Controle de qualidade: Atua em todas as fases, estabelecendo os procedimentos de solda, inspecionando peas, verificando se esto dentro das tolerancias de normas ete. Manutengdo: Apés a conclusao da obra, é necessario fazer-se um plano de inspecao, 0 que depende do local e uso das estruturas. Outro requisito de servigo importante é a média de vida da estrutura, juntamente com os problemas de corrosao, devido as con- digdes atmosféricas, umidade e outros. Em seus projetos, 0 engenheiro deve evitar solugdes que acumulem agua e sujeira, para evitar corrosdo. Deve, também, deixar acesso facil aos locais que necessitem de manuten¢do de pintura e inspe¢ao por toda a vida da estrutura. Toda estrutura deveria ser visitada e inspecionada pelo projetista ou seu preposto apés um, tr8s, cinco, dez, quinze, vinte e mais anos. Método de dimensionamento O método de dimensionamento a ser adotado neste trabalho sera o Método das Tenses Admissiveis. Quando 0 dimensionamento se efetua_com base no Método das Tensdes Admissiveis, considera-se que a estrutura, submetida as cargas previstas em normas, fun- cione nas condigdes normais de projeto. Uma estrutura tem a resisténcia necessatia se as tensdes causadas em seus elementos pelas cargas estabelecidas (por normas) nao ultra- passam as tensdes admissiveis estabelecidas, que sao iguais a uma determinada parte da Introdugao 5 tensao limite do material; esta 6 considerada igual ao limite de escoamento, no caso do ago. A relagao entre tensdo de escoamento e tensdo admissivel chama-se fator de seguranga. CARA Minds, DEFLEXAO. Fig. 1.1 - Curva - Carga de Deflexdo indicando marsem de seguranca O fator de seguranga previsto tem por finalidade absorver: 1 - Aproximagdo e incertezas no método de analises 2 - Qualidade de fabricagéo 8 - Presenga de tensées residuais e concentragao de tensdes 4 Alteracdo para menos nas propriedades fisicas do material 5 - Alteragdo para menos na seco transversal dos membros 6 - Locagao € intengo de uso da estrutura 7 - Incerteza dos carregamentos Esta claro, entdo, que o fator de seguranga nao implica maior seguranga para car- gas maiores e sim muitos fatores envolvidos. Em geral, 0 fator de seguranga FS é dado por: eS PL = Carga limite Pa = Carga admissivel de trabalho ATabela 1.1 mostra, de acordo com a equagao acima, os fatores de seguranga dados pela especificagdo do AISC. O fator de seguranga é 1,67 para barras tracionadas, 1,67 para colunas curtas, 1,92 para colunas longas e 2 ou mais para parafusos e soldas. Dentro da mesma analogia, temos para vigas esbeltas 1,67 e para segdes compactas 1,70. 6 Edificios industriais em ago Tabela 1.1 - Fator de seguranga para elementos estruturais esmagamento) Elemento Critériode | Cargatimite | carga Fator de estrutural | dimensionamento | >, admissivelPa guranga Regime FyA ogry A Y__s67 Membros Elastica | osFy Resistencia & Para A-36 tracionados rupture FuA ogry A fu 4 (eesisténcia | mH a tragao) | o6Fy "154 Regime eléstico Fy (pedis néo M,=0.6 Fy W —_ = 167 Vigas, compactos) osFy | Regime elastco | mP=Fyz | M,-o.66ryW FyZ 42 (pers compactos) o66Fy W066 ore Depende vg 4 FsH167 Couns | Carga maxima | Formula L . (instabiidade) ara ast t colina ==130 + F.S=192 i Resistencia a Paratusos ruptura por | Depends do @eata | cisalhamento | comprimento | 1,54 Apn resistencia | deumparatuso | dajunta ‘aie (juntas a (") Baseado na especiicagso do AISC/89 (As detormagées para a carga de ruptura de um membo tracionado sto tals, que 0 fator de seguranga indicado nests ‘62808 pode néo ser significative, Ha, também, consideravelsvariagSes, depandando do tpo de ago. CAPITULO Acos estruturais e seus produtos “= * 2.1 - Classificagao © ago um composto que consiste quase totalmente de ferro (98%), com pequenas quantidades de carbone, silicio, enxofre, fésforo, manganés etc. O carbono @ o materi- al que exerce o maior efeito nas propriedades do aco. Suas propriedades sao bem detinidas. Entre elas, podemos citar: a alta resisténcia mecnica (comparada com qual- quer material disponivel) e a dutibilidade (capacidade que 0 ago tem de se deformar antes da ruptura). Os agos utilizados em estruturas sao divididos em dois grupos: a¢os carbono e acos de baixa liga. 1- Ago-carbono Os agos-carbono sao os tipos mais usuais, nos quais o aumento de resisténcia em relagao ao ferro puro é produzido pelo carbono e, em menor escala, pela adigo de manganés. Em estru- turas usuais de ago, utiizam-se agos com um teor de carbono equivalente maximo de 0,45%, para se permitir uma boa soldabilidade. O aumento do teor de carbono eleva a resisténcia ea dureza (redugo da dutibilidade); porém, 0 ago resulta mais quebradigo e sua soldabilidade diminui consideravelmente. Entre os acos-carbono mais usados em estruturas, podemos citar © ASTM A36 e A570, @ os ABNT NBR 7007, 6648, 6649, 6650; DIN St37. 2+ Agos de baixa liga Os agos de baixa liga so os agos carbono acrescidos de elemertos de liga em peque- na quantidade, tais como: niébio, cobre, manganés, silicio, etc. Os elementos de liga provocam um aumento de resisténcia do aco, através da modificagao da microestrutura para grdos finos. Gragas a este fato, pode-se obter resisténcia elevada com um teor de carbono da ordem de 0,20%, permitindo, ainda assim, uma boa soldabilidade. Entre estes, podemos citar como mais usuais: 0 ASTM A572, A441, os ABNT NBR 7007, 5000, 5004; DIN St52 etc. Com uma pequena variagdo na composigao quimica e com adigo de alguns componen- tes, tais como vanadio, cromo, cobre, niquel, aluminio, esses agos podem ter aumentada sua resisténcia a corroséio atmosférica de duas a quatro vezes. So chamados acos de baixa liza e alta resisténcia mecAnica e resistentes a corrosao atmosférica, sendo conhe- cidos também como a¢os patinaveis. Entre eles podemos citar: o ASTM A588, os ABNT NBR 5920, 5921, 5008. As usinas nacionais produzem estes agos com os seguintes no- mes comerciais: Niocor, produzido pela CSN SAC, produzido pela Usiminas COS-AR-COR, produzido pela Cosipa 8 Edificios industriais em ago Fig. 2.1 - Perda de espessura em ambiente industrial agressivo 3- Agos com tratamento térmico ‘Tanto os agos-carbono como os de baixa liga podem ter sua resisténcia aumentada pelo tratarnento térmico. Os parafusos de alta resisténcia utlizados na fixac&o de estruturas sao fabricados com ago carbono, sujeito a tratamento térmico (ASTM A325), bem como 0 ago de baixa liga (ASTM A490). 2.2 - Propriedades dos a¢os estruturais Para compreender © comportamento das estrututas de ago é essencial que o calculista esteja familiarizado com as propriedades do ago. Os diagramas tensdo-deformagao repre- sentam uma informagao valiosa e necessaria se para entender como sera o comportamen- to do ago em uma determinada situacao. 2.2.1 = Tensio - Deformacao O conhecimento das caracteristicas de elasticidade, inelasticidade, fratura e fadiga de um metal é bom para avaliar sua aplicagao para a construgao de um membro estrutural e para determinado uso particular. Elasticidade @ a capacidade que tém os metais de voltar a sua forma original apos sucessivos ciclos de carregamento e descarregamento (carga e descarga). A fa ga de um metal ocorre quando ele é submetido a solicitagoes repetidas de tensdes acima de sua capacidade limite, através de sucessivos ciclos de carga e descarga. Dutilidade é a capacidade que tem o metal de se deixar deformar sem sofrer fratu- ras na fase inelastica, isto 6, além do seu limite elastico (limite de elasticidade). ‘Submetido a uma carga de tragdo, em estado de tensao simples, ocorre, no ago, um exato limite de escoamento sob uma tensao somente levemente superior a0 limite elastico. Os valores minimos das especificagdes do limite de escoamento, indice de ductilidade e quimica, acham-se estabelecidos pelas normas corres- pondentes. As propriedades mecanicas do ago estrutural, que descrevem sua resisténcia, dutilidade, ¢ assim por diante, so dadas em termos do comportamento de um teste de tracdo simples. A poredo inicial de uma curva tipica de tensdo-deformayao para um ago estrutural acha-se exposta na Fig. 2.2. A tangente a curva tensao-deformagao na fase elAstica foi classificada com a letra E, por convengao, médulo de elasticidade. Toma-se o valor de E como 2.100 tt! cm? para as estruturas de ago. O limite de escoament , Fy, & a mais significativa proprieda- de que diferencia os agos estruturais para os quais se aplicam as normas. A tensdo ultima ou de ruptura, Fu, baseada na reagdo transversa’ original, acha-se também registrada para a tensao de ensaio. ‘Agos estruturais @ sous produtos 9 O limite de escoamento do ago varia algo com a temperatura, rapidez do ensaio e as carac- teristicas do corpo-de-prova (dimenséo, forma e o acabamento da superficie). Apés o es- ‘coamento inicial, 0 corpo-de-prova alonga-se na fase plastica sem mudanga apreciavel na tensao aplicada. Por outro lado, escoamentos ocorrem em muitas regides localizadas, as quais encruam o material, devidamente tensionado, de modo a forgar-se escoamentos em uma nova locagao. Depois que todas as regides elasticas ja se exauriram, com deforma- g6es na base de quatro a dez vezes a deformacdo elastica, a tensdo comega a aument>r e Um encruamento mais geral ou tensionamento comega. O patamar de escoamento mostra- do na Fig. 2.2 6 peculiar dos agos estruturais tratados a frio. Os acos estruturais sao incon- fundiveis quando se trata de dureza. (tt7en?) | | Fusdettlen?| t— eit TENSAO o ° Lit | Litt... 24 6 6 10 2 4 6 1B 20 22 % DEFORMAGAO Fus limite de resisténcia a tragao Fy= limite de escoamento Fig. 2.2 - Curvas tipicas tensdo-deformagao, obtidas a partir de um teste de trapdo para ago estrutural Dureza pode ser definida como uma combinagao de resisténcia e ductilidade. Depois que a fase de encruamento comegar, durante o ensaio de tensao, a tragao continua a aumentar € a extensiio inelastica do corpo-de-prova continua uniformemente (sem redugao local na area de secdo transversal) até a carga maxima atingida. O corpo-de-prova entao experi- menta um estricgo local e diz-se que houve um “estrangulamento” do corpo-de-prova. A tensdo nominal baseada na area original ento classificada como “tensao de ruptura” do material. Acapacidade do ago de resistir & deformagao ineldstica, sem fraturar, também he permite sustentar a fluéncia local durante a fabricacao e a construgo. Desse modo, permi- te que seja cisalnado, puncionado, ftexionado e martelado sem dano aparente. 2.2.2 - Constantes fisicas dos agos estruturais So praticamente constantes, na faixa normal de temperatura atmosférica, para qualquer ago estrutural, as seguintes propriedades: Massa especifica .. Modulo de elasticidade. Coeficiente de Poisson no regime elastico.. Médulo transversal de elasticidade Coeficiente de Poisson no regime plastico.. Coeficiente de dilatagao térmica .. 9 = 7,85 tims E = 210.000 MP. v=03 G = EX 2(1+0)} = 78.850 MPa = 788 tlic? 05 12x 16C 2.100 ti/em? 10 Editicios industriais em ago 2.2.3 - Influéncia da composigao quimica nas propriedades dos acos A composigao quimica determina muitas das caracteristicas dos agos, importantes para aplicagées estruturais. Alguns dos elementos quimicos presentes nos agos comerciais sao, conseqiiéncia dos métodos de obtengao. Outros sao adicionados deliberadamente, para atingir objetivos especificos. A composigo quimica de cada tipo de ago fornecida pelas. normas correspondentes, em duas situagdes: composi¢ao do aco na panela e composi¢ao do produto acabado (lingotado); geralmente, a composicao varia um pouco de uma situa- 0 para outra. Aiinfluéncia de cada um dos elementos quimicos, encontrados mais comumente nos agos, é descrita resumidamente a seguir, Deve-se levar em conta, entretanto, que os efeitos de dois ou mais elementos, usados simultaneamente, podem diferir dos efeitos corresponden- tes a cada elemento isolado Aluminio, quando adicionado a um ago acalmado com silicio, reduz a temperatura de transicdo e aumenta a tenacidade. A redugo de temperatura de transi¢ao pode ser obtida mesmo sem o silicio, com adig&o suficiente de aluminio (nao superior a 0,2%). Adigdes excessivas de aluminio dificultam a obtengao do grau de acabamento superfi- cial desejado nos produtos laminados. O aluminio também restringe o crescimento dos gros durante um tratamento térmico. Carbono (C) é o principal elemento para aumento de resisténcia (e dureza). Em geral, cada 0,01% de aumento no teor de carbono aumenta 0 limite de escoa- mento em aproximadamente 0,035 tf/em?. Contudo, isto ¢ acompanhado por redugao de ductilidade, de tenacidade e de soldabilidade, elevagao da tempe- ratura de transigao e aumento de susceptibilidade ao envelhecimento. Conse- qilentemente, o teor de carbono dos agos estruturais é limitado em 0,3% ou menos, dependendo dos outros elementos presentes, e da soldabilidade e da tenacidade desejadas. Cobre (Cu) aumenta de forma muito eficaz a resisténcia a corrosao atmosférica, para adi- Ao de até 0,35%. Aumenta também o limite de resisténcia @ fadiga. Reduz pouco a ductilidade, a tenacidade e a soldabilidade jo (Ni), em pequenas quantidades, produz aumento relativamente grande no limite do escoamento, mas aumentos menores no limite de resisténcia. Reduz consideravelmente a tenacidade de elementos espessos. Cromo (Cr) aumenta a resisténcia mecdnica a abrasao e a corrosao atmosférica. Reduz, porém, a soldabilidade. O cromo aumenta a resisténcia a deformago lenta e melhora o acompanhamento do aco a temperaturas elevadas, isto 6, com aumento de temperatu- ra a redugdo de resisténcia é menos pronunciada do que nos acos-carbono (até 500°C, aproximadamente). Enxotre, que entra no processo de obtengao, pode causar retracdo a quente, como resultado de inclusées de sulfito de ferro, as quais se enfraquecem e podem rom- per quando aquecidas. As inclusdes podem também conduzir a ruptura fragil, pois funcionam como pontos de concentragao de tensées, a partir dos quais a ruptura pode comegar. Teores elevados de enxofre podem causar porosidade e fissuragao a quente durante a soldagem. Normalmente, é desejavel manter o teor de enxotre abaixo de 0,05%. Féstoro aumenta o limite de resisténcia e a resisténcia a fadiga. Reduz a ductilidade, a soldabilidade, e aumenta a temperatura de transigéio. Contudo, adigbes de aluminio au- mentam a tenacidade dos agos que contém fésforo. Agos estruturais e seus produtos 11 Hidrogénio, que pode ser absorvido durante as operagées de refino, fragiliza 0 ago, de- vendo ser eliminado por difusao, através de resfriamento lento apés a laminacao, e estocado a temperaturas normais de interiores. Manganés (Mn) aumenta o limite de resisténcia, a resisténcia a fadiga, a tenacidade e a resisténcia a corrosao. Reduz a soldabilidade. Retarda o envelhecimento. Opée-se a retragdo a quente causada pelo enxotre, devendo, por isso, ser usado em teores que variam de trés a olto vezes 0 teor de enxofre, dependendo do tipo de ago. Molibidénio (Mo) aumenta o limite de escoamento, a resisténcia a abrasao e a resisténcia corrosao atmosférica. Melhora a soldabilidade. Tem efeito adverso na tenacidade e na temperatura de transi¢ao. Assim como 0 cromo, melhora o comportamento a tempe- raturas elevadas e aumenta a resisténcia a deformagao lenta ‘Niquel (Ni) aumenta a resisténcia mecanica, a tenacidade e a resisténcia 4 corrosao. Re- duz a soldabilidade. Nitrogénio aumenta a resisténcia, porém pode causar envelhecimento. Aumenta a tempe- ratura de transigaio Oxigénio, assim como o nitrogénio, pode causar envelhecimento. Reduz a ductilidade e a tenacidade. Silicio aumenta a resisténcia © a tenacidade, porém reduz a soldabilidade. E usado freqlentemente como desoxidante. Titanio aumenta o limite de resisténcia, a resisténcia a abrasdo e a resistencia a deforma- 40 lenta. E muito importante quando se deseja evitar o envelhecimento. Algumas ve- Zes 6 usado como desoxidante e inibidor de crescimento do grao Tungsténio aumenta o limite de resisténcia, a resisténcia a abrasao e a resistencia a deformagao lenta. & usado em aco para trabalho a temperatura elevadas. Vanddio (V), em teores de até 0,12%, aumenta o limite de resisténcia, a resisténcia & abraso e a resisténcia a deformacao lenta, sem prejudicar a soldabilidade e a tenaci- dade. Algumas vezes é usado como desoxidante e inibidor de crescimento do gréo. Observagées: para relacionar a composigao quimica a soldabilidade, a influéncia relativa de cada elemento é expressa em termos de carbono equivalente. Uma das expressdes propostas para se determinar o carbono equivalente é a seguinte: [o. Ma, Cr+Mo+v | Ni+Cu) Coq =O rig ee SE Nesta expressio, 0 teor de cada elemento é expresso em porcentagem. Quanto maior for © carbono equivalente, menor sera a soldabilidade do ago. Em decorréncia, 0 resfriamento: apés a soldagem tem que ser feito mais lentamente, as temperaturas de pré-aquecimento @ interpasses tém que ser maiores e torna-se mais necessario 0 uso de baixo hidrogénio. O ideal para estruturas soldadas é que o carbono equivalente fique abaixo de 0,45%. 12 Edificios industriais em ago 2.3 - Principais tipos de agos estruturais No Brasil sao usados, mais comumente, os seguintes tipos de agos estruturais: 2.3.1 - Agos para perfis, chapas e tubos - Série ABNT A Tabela 2.1 apresenta os principais tipos de acos estruturais padronizados pela ABNT. Tabela 2.1 - Agos estruturais ABNT (perfis, chapas e tubos) 1 tic? = 10 KN/cm? = 100 MPa NBR 6648 NBR 5920/NBR 5921 Chapas grossas de ago-carbon: para uso estrutural ‘Chapas finas de ago de baixa liga @ alta resistencia mecanica, NBR 5000 |~“Chapas grossas de ago” | de baixa liga e alta Fy] Fo tesistentes & corrosdo resisténcia mecénica ‘tticm? tiem? atmosférica, para usos Classe? Fu 235 | 3.80 estruturais (a frio/a quente) grau lem? 2,55 4.10 G-30 415 G35 450 TBR 6649 Chapas finas a frio para uso estrutural Fy Fu tema _|_tteme 2,35 | 3,80 255 | 4,10 NBR 6650 | Ghapas finas a quente para uso estrutural NBR 5004 Chapas finas de ago de baixa liga e alta resisténcia mecanica Classe Fa grau tHlome F-32/0-82 440 F.35/0-35 4,50 Perfil tubular de ago-carbono, formado a trio, com e sem Fy Fu tiem? | ttlem? 235 | 380 255 | 4,10 2,80 | 4,40 300 | 4,90 NBR 7007 | Acos para perfis laminados | para uso estrutural costura, de segao circular, quadrada ou retangular, para usos estruturais Fy | Fu tWem?_| tem? 2,50 | 4,00 2.90 | 4,15 3,45 | 4,50 345-A0uB| 3,45 | 4,85 NBR 5008 Chapas grossas de ago de baixa liga e alta resistancia mecanica, resistentes 4 corrosdo atmostérica ara usos estruturais lowssey Pana de | Fy | Fu rau | espessura tiem tiem 120 345] 4.80 24, 19 E60 Fv = 0,3 x 4,22 = 1,266 tiem? E70 Fv = 0,3 x 4,92 = 1,476 tom’ Ligagdes com solda 31 126,6 MPa 147,6 MPa E80 Fv = 0,3 x 5,62 = 1,686 tf/em? = 168,6 MPa rer — Mice 4 fe 4ece4onm Fig. 3.4 - Soldas de filetes © tampao 1a>t-emm 1 S2i2500 | azteomm fe4a] @ 3.4.3 - 3.5- 9s industrials em ago A Tabela 3.5 indica a resisténcia de cada filete em fungao dos eletrodos E60 e E70. Tabela 3.5 - Cisalhamento admissivel no filete de solda Rs (tt/em) a | Solda manual Solda a arco submerso Garganta Eletrodo Garganta ® Eletrodo efetiva | fetiva - hs hs=0,707a | E60 E70 E60 £70 (mm) (em) Rs Rs (em) Rs Rs 3 ote 027 | 031 08 038 | 044 5 0.954 04s | 052 0,5 063 | 0,74 6 0.425 os4 | 06s 06 076 | 088 8 os6s 072 | 094 Ose 4) ooea | eeaig 10 0.707 0.90 | 1.04 0.99 1.25 1,46 13 | 0919 1,16 1,98 4,20 1,52 47 16 4,131 143 «| (1,67 141 1,79 2,08 19 1,343 4,70 1,99 1,62 2,06 2,39 ° «Para solda manual hs = 0,707 a © - Para solda aarco submersohs =a para a < 9.8mm ehs = 0,707 a +2,8 mm para a> 9.3mm ©. Apasar doa rosisténcia da solda ser maior uanso se usa solda a arco submerso, aconselha-se, por medida de sseguranga, nto usar este valor, a ndo sor quo se tenha certeza absoluta do uso do arco submorso, Resisténcia da solda Aresisténcia dos diversos tipos de solda esta indicada na Tabela 3.6. Nesta tabela, "F; atensdo de escoamento do metal-base de menor "Fy" na junta e “Fw” a resisténcia minima tragao do metal da solda, obtida na Tabela 3.4. Simbologia de soldagem Os simbolos de soldagem constituem um importante meio técnico em engenharia para transmitirinformagdes. Os simbolos fornecem todas as informacOes necessarias a soldagem, tais como: geometria e dimensdes do chanfro, comprimento da solda, se a solda deve ser executada no campo, etc. Este item se baseia nas normas AWS A2.1, AWS A2.4 ¢ ABNT TB-2, que tratam especificamente deste assunto. A figura 3.5 mostra os locais, padronizados para os varios elementos de um simbolo de soldagem, A. = Angulo do chantro, incuindo o angulo de escariagto para a soida de tampa (©) Garganta etetiva F ~ Simbolo de acabamento, L = Comprimento da solda (N)- Numero do soldas por pontos ou de solda por projegao. P. - Espagamanto ene centros de soldas iteritentes Abertura da raz, altura do enchimento para soldas de tampa do fonda. SS ~ Profundidade de preparacao: cimensao ou esistonca para centas soldas. T - Espociticagao, pracesso ou outa reteréncia 1 = Cauda do simolo, Pode ser omitida quando nao se usar nenhuma referéncia, 2 ~ ‘Simboto basico de solda ou reteréncia de entaihe de solda a ser consulta, 3 = Lina de referéncia, 4 = Seta igande a linha de relaréncia ao lado indicado da junta 5 = Os elementos constantes desta area permanecem inalterados, mesmo nos casos em que a cauda e a sata do simbolo so invertidas, Ligagdes com solda 33 Tabela 3.6 - Tensdes admissiveis nas soldas de acordo com AWS D. 1.1/92 Tipo de saiclagdoe | comma Reauistos para Tipo de solda orientagao Tensdo acmissivel resisténcia da solda Solda de entalhe | Tragéo ou compressdo para-| Mesma do metal-base Metal de solda com a mesma de penetragao | lelas ao eixo da solda resisténcia ou menor do que o total (J indices, pote ser usa | Cisalhamento (soma vetorial | 0:3 Fw, excetuando a tenséo de | 1a segiio efetiva cisalhamento do meta-base que i no devera exceder 0,40 Fy | Tragao normal na segdo efet- | Mesma do metal-base | Metal de solda, de acordo com va da solda a Tabela 3.4 ‘Compressio normal na sego | Mesma do metalbase Metal de solda com a mesma | efetiva da solda resisténcia ou uma classifi cacao (10 ksi) menor, pode ser usado Solda de entalhe | Tragdo ou compressao para- | Mesma do metal-base Metal de solda com a mesma de penetragao | lelas ao elxo da solda resisténcia ou menor do que 0 parcial indicado pode ser usado | | Juntando pro- | 0,50 Fw, excetuando a tonsdo | Compressao | jetada para | no motal-base, que nao deve- normainase- | encostar | ra exceder 0,60 Fy | | ¢ao etetiva }—__| ———_____| Gasolda | Junta projeta- | Mesma do metal-base da para en- costar | Cisalhamento paralelo a0 elxo | 0,30 Fw, excetuando a tensao da solda no metal-base, que nao deve- ra exceder 0,40 Fy Tragao normal na se¢ao efet-| 0,30 Fw, excetuando a tensao | va da solda no metal-base, que ndo deve- ra exceder 0,60 Fy Solda de filete | Tragao ou compressdo para- | Mesmo do metal-base Metal de solda com resistén- lelas ao eixo da solda | cia igual ou menor do que o | metal de sotca inicado pode Cisalhamento (soma vetorial) | 0,30 Fw, excetuando atensao de | ser usado nna secdo efetiva cisalhamento do metal-base, que | nao devera exceder 0,40 Fy ‘Solda de tampao | Cisalhamento (soma vetorial) | 0,30 Fw, excetuando a tensao fem furos ou ras- | na segao efetiva paralela as | de cisalhamento do metal- gos superticies de contato base, que ndo deverd exceder 0,40 Fy 1) Pera doiricdo de area etetiva de soldas ver 2.3.1 2} O metal de solda a ser usado para cada meta-base 6 dado na tabela 9.1 5) Soldas de fietee soldas de entane de penetragdo parcial, igando os elamentos componentes de perfis soldados (mesas e almas), podem ser calculadas sem considerar as tensbes de rago ou de compressio nesses elementos, paraleias ao exo da sold: deverga set consideradas, enretanto, tensées de cisalhamento causadas polasforgas cortantes@ os eeitos locas, 34 Edificios industriais em aco o'coNTaRNO Fig. 3.5 - Localizagao dos elementos no simbolo de soldagem —s0LDA wo Cano. — 30LDA Ew To00 O significado de “lado da seta” e “lado oposto" se referem a posigao da seta em relacdo a junta a ser soldada. O simbolo de soldagem para uma solda a executar do lado da seta é desenhado no lado inferior da linha de referéni cia (linha horizon- tal) do simbolo de soldagem. Assim, um simbolo de soldagem desenhado na parte superior da linha de referéncia significa que a solda deve ser executada no outro lado da junta. Soldas envolvendo operagdes em ambos os lados simbolos nos dois lados da linha de referéncia da junta possuem SiuBoLos BXSICOs OE SOLOAGEM E SUA LOCALIZACKO S0LDA EM_chANFRO Loca RETO NEIO V v y 0U COM FACE |C/UMA FACE] eset. | Sener] V* ["Sx” [puma | sums [ewesat (Zones aso | | ae | a | 7 oe | Ye | e490 | Sa “ YO BAY se | ae Posto ™ | L. _ St - + a aos | ~~ | my | ae | iat xcs eats (aoc Ava s7imorcactd ve FA, |Mfo usno0 fo usioo |nousAoo No ustoo Ifousaoo |wKousaoo |__ cabo | siupo.os 84sicos DE SOLDAGEN E SUA LOCALIZAGKO TAMPRO [POR PONTO RevesTi- | ENCAXE jem AneuLo cosrura | suPoRTE [FEGHAMENTO OU ARESTA | ov Pemba [oupRaut a} | Seana | BONTA, — wir l ro ECL | fem jos} ep NS -myY|Oo/7|] oY Nic N42} Nb ] ao Na Mousse A ‘aMBos 1 7 J on (7D io wsto0 nfo usano |nkousao0 ‘NKOUsADO [No usAD0 | A [Meomee 'NKo usaD0. rnncactol a I ‘ko tKo Ko | |to DE. [¥¥0.usAD0 ho usnoo) | <> |nfo usAoo NRO USADO NRO USADO \NKO USADO /NRO USAOO LADO a Fig. 3.6 - Simbolos basicos de solda Ligagdes com solda 35 Referéncias como especificagées, processo de soldagem, ntimero do procedimento, dire- ges € outros dados, quando usadc3 com um simbolo de soldagem, devem ser indicadas na cauda do simbolo. Se tais referéncias nao sao usadas, a cauda pode ser dispensada. Simbolos de soldas em Angulo, soldas em chanfro em meio V, em K, em J, em duplo Je com uma face convexa, e soldas de fechamento ou de aresta entre uma pega curva ou flangeada e uma pega plana séo sempre indicados com um perna perpendicular & esquer- da do simbolo (ver Fig. 3.6). As Fig. 3.7 a 3.15 mostram a aplicagao dos simbolos de soldagem. @) aa — 3 3 (b) pe 5 (e) Fig. 3.7 - Exemplos de simbolos de soldagem continua 36 Edificios industriais em aco , da solda = at “go 40 Localizar soldas nas extremidades de / ‘Simbolo Comprimento ¢ espagamento dos Solda desejada incrementos de soldagem descontinua Localizar soldas nas extremidades da junta Localizar soldas nas extremidades eo da junta et New fet \PaK rn wo | 2 aa | ‘Simbolo Solda desejada Localizar soldas nas extremidades Localizar soldas nas extremidades da junta’ da junta =p" 230 30 | oD ‘Simbolo (c) ‘Comprimento e espagamento dos incrementos de soldagem descontinua ‘oo ___00_| ineralaca, Solda desejada Fig. 3.8 - Exemplos de simbolos de soldagem descontinua LigagSes com solda 37 GARGANTA EFETIA. | ( ——a ° a) f Golda desejada I Bimbo vi S (b) fain. —< > ° r ‘Simbolo uy (ec) = | Solda desejada my Fig. 3.9 - Exemplo de simbolos de soldagem de penetragao parcial 38 Ezifcios industriais em aco (a) (b) (ce) a) Sola | garganta otetva ¢ indicada entre parénteses. No caso dos o> == “1 dia — (== situa-se entre as dimensées da profundidade do chantro eo simbolo de solda, ‘Simboio xemplos da Fig. 3.10 (c) (0), Solda desejada ‘Simboto 1 ‘Sinboto ——— 5 4 ro Nor 4 sous, Sola desejada simboto \ “ats ~ 330m= 390mm “Sie sve ~ Fig. 9.24 Exemplo 3.4 - Determinar o valor da carga T admissivel na conexo da Fig. 3.25. O mate- rial empregado 6 0 ago A572 (Fy = 3,5 tim?) 150, (GH16x200 Fig. 9.25 LigagSes com solda 51 Usandbo filete de 13 mm temos para eletrodo E-70 Rs = 1,36 tt/cm Re, = 1,36 tlic (Tab. 3.5) 40,8t PS ayy = 2X 15 x 1,36 (wien Resisténcia do tampao = x x (3,82/4) x 1,476 = 16,74 tf (Tab. 3.4) T = 40,8 + 16,74 = 57,54 tf Capacidade da chapa T= 1,6 x20 x 0,6 x 3,5 = 67,2 tf > 57,54 OK Trtamo = 57,54 tf Exemplo 3.5 - Calcular o tamanho do filete necessario para resistir a carga indicada na Fig. 3.26, usando-se eletrodo E-70. — Y fp 200 _| ert ae ~ ‘ T [ ' too ff | +200 | vow ~ 1 4 43{ L108 Fig. 3.26 = 45 (Tab. 3.7) 2d+d 2x15+20 i _(@b+d)? boa) _(30+20)9 152 (154-20)? pe 42 bed 12 50 A= 0c(2x15+20)=50ee/em = 4,903 ec fy=Py/A=8/50.ec=0,6/ec tf /em? Mx _ 8x305x10 “Ip 4903 ec Bx 305 x 105, AS = 052 t% = 0,49/ ec ec =0,84/104=0,81cm — solda de 9mm 52 Edificios industriais em ago Exemplo 3.6 - Calcular a espessura da chapa A572 Gr 50 ¢ indicar 0 eletrodo necessario para solda manual, para se juntar as duas partes (Fig. 3.27). 34tf <— t r ax Xu (aboga quaceoda Porea quadrada Fig. 4.1 - Parafusos ASTM A307 3+ Parafusos de alta resisténcia Os parafusos de alta resisténcia substituem os rebites @ tém resisténcia superior, tanto a tragao quanto ao cisalhamento, com a vantagem de se utilizarem apenas dois homens para instala- los. Quando se usam rebites, so necessarios quatro operarios. Sdo empregados quando existem grandes cargas nas pegas a ligar e nas ligagdes principals das estruturas suieitas a cargas dinamicas. © AISC/89 e a NBR 8800/86 (item 7.1.10) estabelecem como premissas basicas para 0 uso de parafusos de alta resisténcia ou solda os seguintes casos: @) Ligagbes de vigas ¢ treligas das quais depende o sistema de contraventamento, ligagdes de vigas e treligas com pilares e emendas de pilares, nas estruturas com mais de 30 m de altura; b) Ligagées e emendas de treligas de cobertura, ligagdes de treligas com pilares, emendas de pilares, ligagdes de contraventamentos de pilares, ligagées de maos-francesas ou misulas usadas para reforgo de porticos, e ligagdes de pegas-suportes de pontes rolan- tes, nas estruturas com pontes rolantes de capacidade superior a 5,0 tf (50 KN); c) Emendas de pilares, nas estruturas com menos de 30 m de altura,caso a menor dimen- sao horizontal da estrutura seja inferior a 25% da altura; d) Ligagdes de pecas-suportes de maquinario ou pegas sujeitas a impactos ou cargas ciclicas; ) Qualquer outra ligagdo que for especificada nos desenhos da estrutura. Notas: a) Para os demais casos, ndo citados acima, as ligagdes podem ser feitas com parafusos comuns ASTM A307 ou ISO 4.6, b) Para efeito das alineas a) ¢ c), a altura de uma estrutura deve ser considerada como a distancia entre 0 nivel médio do terreno que circunda a estrutura e o topo das vigas da cobertura, no caso de coberturas planas. No caso de coberturas inclinadas, a distancia vertical & medida entre aquele nivel médio e o topo das vigas de cobertura, a meia altura da parte inclinada. ©) As mansardas ou casas de maquinas de elevadores podem ser excluidas na determina- go da altura da estrutura. Os dois tipos basicos de parafusos de alta resisténcia usados prioritariamente so: ASTM A325 e ‘ASTM A490. Estes parafusos tém cabega hexagonal @ so usados com porcas e arruelas. Ligagdes parafusadas 55 Os parafusos A325 so fabricados com ago de médio ou baixo carbono tratados termica- mente, tendo 0 limite de escoamento da ordem de 5,6 a 6,5 tf/cm?, dependendo do diame- tro. Os A490 sao feitos com aco de baixa liga tratados termicamente, tendo seu limite de escoamento entre 8 e 9 tf/cem?, dependendo do didmetro. A Fig. 4.2 apresenta as curvas tenséio-deformagao dos parafusos de alta resisténcia com- parativamente com os rebites. me) TENSAO (tf/c1 DEFORMACAO (em) Fig. 4.2 - Relagao tensdo-deformagdo para paratusos de alta resisténcia e rebites Os parafusos de alta resisténcia existem nos didmetros de 1/2" (12,7 mm) a 1 1/2” (38 mm). Os diémetros mais usados séo 3/4 (19 mm), 7/8 (22,4 mm) e 1” (25,4 mm). Sao previstos trés tipos para parafusos A325: Tipo 1 - Fabricagao com ago de médio carbono para os dimetros 1/2” a 1 1/2”. Tipo 2 - Idem, fabricados com agos martensiticos de baixo carbono. Tipo 3 - Idem, fabricados com ago tendo resisténcia a corrosao atmostérica e com caracteristicas compativeis aos agos A588 @ A242, Para 0 A490 também sao previstos trés tipos, sendo que a unica diferenga € no Tipo 1, em que se usa ago-liga, A identificagao do parafuso se faz como mostrado na Fig. 4.3. 99 Siam © Tip03 Tipo2 Thot Tpo3 “identificagao Arrucla do fabrcante orca normat ‘enti. do fabricante Simboio 2 e 2H © Qe i -@ © wo Tpo3 — Porea Marcagdo altemativa Normal 2,0, 2H ou DH Q hme 5Oas Marcapao da porca 2H ov DH Fig. 4.3 - Identificagao de parafusos de alta resisténcia 56 Edificios industriais em ago Os parafusos de alta resisténcia so apertados de tal maneira que desenvolvem uma alta tensao de tragao, tendo como resultado uma apreciavel forga de atrito na junta. Juntas contendo este tipo de parafuso sao projetadas como tipo “fricedo” (friction type), onde o deslizamento da junta é baseado na sua resisténcia Ultima; ou como tipo "esmagamento” (bearing type), onde o corpo do parafuso podera encostar na borda do furo, baseado tam- bém na sua resisténcia Ultima, Ambos os tipos de juntas so instalados pelo mesmo processo, com a mesma protensdo. As performances das juntas parafusadas para cargas permanentes sao idénticas. A transmissao ¢ por fricgao. A diferenca entre as conexées tipo fricgao e tipo esmagamento esta no fator de segurana previsto para o deslizamento, devido a carga acidental. O tipo fricgdo € assim denominado pelo seu alto fator de seguranga ao deslizamento e, também, por ser mais adequado onde ha ocorréncia de tensdes reversas ou carregamen- tos ciclicos. O alto fator de seguranca prevé boa resisténcia a fadiga. A junta tipo esmagamento somente é empregada para uso onde nao é considerada como critica a ocorréncia ocasional de um deslizamento provocado pela sobrecarga, que leva o parafuso a entrar em contato com a parede do furo. Em um subsequente carregamento, a tensao 6 transferida por fricgéo em combinagdo com o esmagamento A instalagéio desses parafusos pode ser feita com chave de torque calibrada ou, mais comumente, pelo método do giro da porca. Os parausos A325 @ A490 se dividem em: A325-F © A490-F ipo friegao A325-N € A490-N = Tipo esmagamento com rosca no plano de cisalhamento A325-X @ A490-X ipo esmagamento com rosca fora do plano de cisalhamento 4.3 - Conexées tipo fricgao e tipo esmagamento OAISC e a NBR 8800 prevéem dois tipos de juntas parafusadas com parafusos de alta resisténcia, "tipo fricgao” e "tipo esmagamento” 1 -Conexao tipo friegao Nas conexées em que sao empregados os parafusos de alta resisténcia, o aperto controla- do da porca permite conhecer o atrito disponivel para esse fim, fazendo com que seja considerado no célculo o atrito das superficies metalicas em contato, resultante do aperto da porca. Neste tipo de conexo, a carga que tende a cortar o parafuso é sustentada pela fricgo entre as superficies em contato. A Fig. 4.4 apresenta as forcas atuantes neste tipo de ligagao. A protensao (proof load) atua na cabega e na porca do parafuso, produzindo uma forga T que atua nas duas partes em contato. A forca de compressao na junta, provocada pelo aperto do parafuso, produz uma resisténcia de cisalhamento j'T, que € 0 produto da forga de compressiio pelo coeficiente do attito p. A forga de atrito depende de muitos fatores, como as condig6es das chapas, incluindo a presenca de dleo, tinta, escamas de laminacao etc. (Fig. 4.4) 44 Ligagdes parafusadas 57 Fig. 4.4 - Forgas atuantes em conexées a trlegio 2- Conexées tipo esmagamento Em conexées tipo esmagamento, a carga de cisalhamento 6 sustentada pela haste do parafuso de alta resisténcia que se encosta (apdia) sobre os lados dos furos do material das conexées. Devido ao seu menor fator de seguranga, este tipo de ligagdo ¢ somente empregado nas ligagdes sujeitas a cargas estaticas e nao reversiveis. Pode-se usar para- fusos com rosca dentro ou fora do plano de cisalhamento. Neste tipo de ligacdo, a resistén- cia final da junta depende dos materiais que compdem as conexées (Fig. 4.5). tore Fig. 4.5 Forgas atuantes em conexdes a esmagamento Resisténcia dos parafusos 1- Dos parafusos a tragao e cisalhamento As tabelas a seguir dao os valores de resisténcia dos parafusos para as varias condigoes de solicitagao. A resisténcia dos parafusos a tragdo, cisalhamento e esmagamento esto na Tabela 4.1. Aresisténcia de barra rosqueada a tragdo e a cisalhamento esto indicadas na Tabela 4.2. Os valores de resisténcia a fricgo, de acordo com 0 tipo de superficie de contato, sao dados na Tabela 4.3. E importante observar as limitagdes de emprego para o calculo. Tragao e cisalhamento Parafusos sujeitos a esforcos combinados de tragdo e cisalhamento devem ser projetados de tal modo que a tensdo de tragdo, Ft, em tf/em? na area nominal, Ab, produzida pelas forcas aplicadas s partes conectadas, nao deverd exceder os valores calculados pelas formulas da Tabela 4.4, onde fv é a tensao de cisalhamento produzida pelas mesmas for- gas e no deve exceder o valor de cisalhamento dado na Tabela 4.1. Para os parafusos A325 @ A490 usados em conexées tipo fricgao, a tensdo maxima de cisalhamento permitida pela Tabela 4.1 sera multiplicada pelo fator de reducdo (1-ftAb/Tb), onde ft € 0 esforgo médio de tracdo devido a carga direta aplicada a todos os parafusos em uma conexdo € Tb 6 a carga de protensdo especifica (veja Tabela 21.1) do parafuso. 58 Edificios industriais em ago 2-Das partes conectadas a esmagamento Quando so usados parafusos em conexdes a esmagamento, 6 necessario que se faga, além da verificagao da resisténcia do parafuso, a verificacao da resisténcia ao esmaga- mento das chapas que compéem a ligacdo. Se a resisténcia da chapa 6 inadequada, o furo pode alargar-se ou o parafuso pode rasgar as partes conectadas (Fig. 4.6). Fig. 4.6 A distancia extrema necesséria para prevenir a ruptura pode ser estabelecida pela equa- 40 de resisténcia ao cisalhamento do material para transmitir a carga imposta pelo parafu- so extremo. Analisando a Fig. 4.7, podemos constatar que pode ocorrer rasgadura nas linhas 1-1 @ 2-2. P = Forga transmitida por um parafuso na parte critica da conexao (tf). tp = Pidt (Tensdo de esmagamento) (4.1) LL Fu=Tensao de resisténcia do material (tticm?) d = Didmetro do paratuso (em) Fazendo-se a = 0, temos: = 2t (Le - d/2) Fv -. Fv =0,7Fu Fig. 4.7 P = 2t (Le - d/2) 0,7Fu (4.2) Igualando 4.1 € 4.2, temos: fp. dt = 2t (Le - d/2) 0,7Fu (4.3) Para prevenir 0 rasgamento, Le/d tem que ser maior que o valor obtido pela equagao 4.3. Le/d > (0,5 + 0,714 . fp/Fu) (4.4) Aproximando para uma expresso m: Leld > fp/Fu (4,5) simples, temos: Adotando-se um fator de seguranga minimo igual a 2, usado normalmente em conexo, temos: Ligagdes parafusadas 59 Le/d>(0,5+1,43fp/Fu) (4.6) Le/d > 2 fp/Fu (4.7) Substituindo fp = P/dt na equagao 4.7, temos: Le > 2P/Fut (4.8) Para prevenir a excessiva deformacao do material, o AISC/89 limita a tensao de esmaga- mento fp < 1,5Fu. Substituindo fp em 4.6 e 4.7, temos: Le > 2,70d Le > 3,0d Sendo o limite minimo Le > 1,50, o que é pratica tradicional. Para distancia minima de extremidade, ver Tabela 4.8. A distancia do centro de um parafuso situado na linha de forga a extremidade do furo adjacente pode ser satisfeita, também, pela equagdo 4.8. Mas, ocasionalmente, o minimo de 2,7d pode n&o ser suficiente. O AISC/89 recomenda, quando a forga é transmitida ao longo de uma linha, que a distancia entre centros de furos nao seja menor do que: Le > (2P/Fut) + d/2 (4,9) A Fig. 4.8 mostra a comparagao dos resultados dos testes realizados com as férmulas indicadas em projeto. O05 15 18202530 3540 Fig. 4.8 - Comparagao entre testes realizados 16 formulas utilizadas em projeto Portanto, de acordo com especificagdes do AISC/89, temos que fazer as segi-intes verifica- ges, adotando-se o menor valor: P=Fv.A — Paratusos. P= 1,5Fu.d.t — Forga de esmagamento da parte conectada junto ao parafuso. P=Fu.t.Le/2 — Idem junto a extremidade furo-borda. P = (Fu.t,). (L- d/2) > Idem de centro a centro de furos. A Tabela 4.5 fomece a carga admissivel para esmagamento de chapas em fungdo da dis- t€ncia entre furos em tf. Tabela 4.1 - Cargas admisstveis dos paratusos (tf) - Série ASTM Designagao ‘A325 I ‘A490 ‘A307(a) Area Cisathamento simples (b) (c) J I Cisaihamento simples (b) (c) ] Diém.Nominal Trago Friceao (F) Esmaga-| Tragao Fricgao (F) Esmaga-| Tragio | Cis. d | Ab Pt P | AAC] AL | ALP [mento(N) pt P AAC] AL | ALP |mento(N) pt | simples pol | cm? _|Ft=3,10| Fv= 1,20, Fv=1,06|Fv= 0,85| Fv= 0,70| Fp= 1,48 |Ft= 3,80) Fv= 1,48| Fv= 1,27| Fv= 1,06) Fv= 0,01] Fp=1,97|Ft= 1,40| Fv= 0,70 ve2_|1,267 | 393 | 152 | 1,34 | 1.08 | 089 | 187 | 481] 1,87 | 1,61 | 1.94 | 1.15 | 250 | 1,77 | 0.89 sia | 1,979 | 6,13 | 237 | 210 | 168 | 138 | 293 | 7,52| 293 | 251 | 210 | 180 | 3,90 | 277 | 1,38 3/4_| 2,50 | 8,83 | 342 | 302 | 242 | 2,00 | 422 | 10,83| 422 | 362 | 302 | 259 | 5,61 | 399 | 2,00 zie | 3,879 |12,02 | 465 | 411 | 330 | 271 | 5,74 | 14,73| 5,74 | 493 | 41 | 353 | 7.64 | 5.43 | 2,71 1_|5.067 |15,71 | 608 | 5,37 | 431 | 355 | 7.50 |1925| 7,50 | 643 | 5.97 | 461 | 998 | 7,09 | 3.55 11/8 | 6.413 |19,88 | 7.69 | 680 | 5.45 | 449 | 9.49 | 2437| 9.49 | 8,14 | 680 | 5,83 | 1263 | 8,98 | 4.49 | 11/4|7.917 |2454 | 950 | 839 | 673 | 5.54 | 11,72 | 3008 | 11,72 | 1005 | 899 | 7.20 | 15,60 [11,08 | 5,54 13/8 | 9.578 |29,69 | 11.49 |10.15 | 814 | 670 | 1417 | 3699 | 1417 | 1216 [1015 | a71 | 1887 [13,41 | 6,70 11/2 11,401 |35,34 13.68 | 12,08 | 9,69 | 7,98 | 1687 _| 43,32 | 16,87 | 14.48 | 12,08_|10,37 | 22.46 | 15,96 | 7.98 Fy, Fp em tiem? 1) Somente para cargas estiticas 2) Tipos de furo P= Padrko [AG = Alongado curto A= Alargado AL= Alongado longo - Transversal a forga aplicada jongado longo paralelo a forga apicada (©) Cisalhamento simples com rosca no plano de cisalhamento para igagdo = a esmagamento (N) Para cisalhamenta simples com rosca fora do plano de clsalhamento (X), multiplicar os valores acima por 1,428, (@) Rosca UNC ode we sieujsnpur soroyip3 09 Tabela 4.2 - Cargas admissiveis de barras rosqueadas (tf) - Série ASTM Designagao Krea | piam.| Area ‘SAE 1020 ‘ASTM-A36 ‘ASTM A572 Gr50 ‘ASTM A588 nticleo nominal Fu = 3,87 tf/cm? Fu = 4,08 tiem? Fu = 4,92 tlicm? (a) qd Ab | Tragdio| Cis. simples (b) | Tracao] Cis. simples (b) | Tragao] Cis. simples (b)| Tragao | Cis. simples (b) em? pol | cm | (c) N x (c) N x () [_N x | Nea eax: [092 | 12 | t26e7[ te2| 083) 108 | 1,70 | 088 | 114 [| 191 127 | 206/ 1,06 [ 1,37 146 | 58 | 1979| 253| 1.30 | 169 | 266 | 137 | 1,76 | 2,98 [i199 [321 | 166 [2.14 2,16 | 34 | 2850| 364/ 187 | 243 | 364 | 1,98 | 256 | 4.30 2.87 | 463 | 2.98 | 3,09 2,98 | 78 | 3879| 495) 255 | 330 | 522 | 269 | 3.48 | 5.85 390 | 630|[ 3.24 [ 420 3,91 1 | 6067, 647| 393 | 431 | 682 | 351 | 455 | 7.64 510 | 823 | 424 | 548 492 | 118 | 6413] 819] 422 | 546 | 863 | 4,44 | 576 | 9,67 645 | 10,41 | 5,36 | 6,94 625 | 114 | 7917| 10,11 | 521 | 674 | 1066 | 549 | 7.11 | 11,94 7,96 | 12,85 | 662 | 8,57 7.47 | 1318 | 9,578| 1223| 630 | 816 | 1290 | 664 | 659 | 14,45 | 963 | 15.55 | 801 | 10,37 9,06 | 11/2 |11,401| 1456| 750 | 971 | 1535 | 7.91 | 10.23 | 17,19/ 886 | 11.46 | 1851 | 9.64 | 12,94 | (@) Para releéncia (©) Rosca no plano de salhamento (fue paso) 47 Fun Rosca forado panode cisahamento ("uo pacsdo) X= 0,22 Fu.Ab (6) Tragao: 0,38 Fu.Ab 19 sepesnjered segse6r 62 Ediffcios industrials em aco Tabela 4.3 - Tensao admissivel ao clsalhamento, baseada nas condl¢ées criticas de deslizamento entre as partes parafusadas com parafusos de alta resisténcia tipo “frieeao” (tt/em?) (2) Condicdes das superticies de contato das partes parafusadas Tipo de furo e diregao de aplicagao da carga Qualquer diregao Transversal Paralela Normal ‘Alargados e com pequeno alongamento ‘Com grande alongamento ‘Com grande alongamento A325 | A490 A325 | A490 ‘A325 | A490 ‘A325 | A490 Classe A (coef. de deslizamento 0,33) ‘Sem escamas de laminagao e superticies jateadas com Classe A de pintura(b) 120 | 148 108 | 1.27 os | 1,06 070 | 091 Classe B (coef. de deslizamento 0,50) Superticies jateadas © superticie jateadas com Classe B de pintura (a) 2,0 2,40 169 | 2,04 144 1,69 420 | 141 Classe C (coef. de deslizamento 0,40) Superficios galvanizadas a quente e ésperas 155 | 1,90 1,93 | 1,62 4f2_| 1,33 o98 | 1,12 (a) Pinturas classificadas como Classe A ou Classo B so as quo provdem um coeticionte de deslizamento no ‘menor que 0,83 ou 0,50, respectivemente, como determinado pelo " Goeticient for Coatings Used in Bolted Joints” (AISC 9* Eaigdo - Apéndice A). (©) Embora alguns valore sting Method to Determine the Slip Ja tabela sejam superiores aos da Tabela 4.1, nfo se dave empregar valores acima dos ‘dmissiveis das conexées tipo esmagamento. Assim, para os paratusos A326 a tlegao 0 valor maximo de Fp & 41.48 tem (Tabela 4.1). Tabela 4.4 - Tensao admissivel de tragao Ft para fixadores em conexéo a esmagamento (ttiem), sujeito a cisathamento Tipo de fixador Rosca no plano de cisalhamento Rosca fora do plano de cisalhamento Partes rosqueadas 0,4 Fu - 1,8 fv < 0,33 Fu 0,4 Fu-1,41v< 0,33 Fu Parafusos A307 1.8 +18 fv < 1,40 Parafusos A325 ya; — 45? vas? 2.20 Parafusos A490 ¥3.8° -3,81v? 38" -18N" Fu Limite do resistencia & tragao fv —Tensio de cisalhamento atuante a Tabela 4.5 - Para parafusos, barras rosqueadas e rebites. Cargas admissivels em tf para esmagamento de chapas em fungéo da distancia entre turos dav ehapes Diametro em mm Cae 16 19 22 25 Fu = 4,08 ttc? Espacamento dos fixadores em mm astm ase | 75 | ss | sor | az | 75 | 66 | 5” | so: | 75 | 7a | 66 | oo 7% | _70 3.0 293, 2s7_| 2.08 | 3, 346 | 201 | 248 | 391 3,36 | 3,00 3a | 3.52 5,0 ga | 479 | 420 | 347 | 5e2 | 577 | 4954 4137 652 5,60_| 5,00 I 6a7 | 5.86 [63 615 | 603 | 540 | 407 | 7.33 an | sz] a22| eet | 706 | 6.0 | 8.02 8,0 701 | 765 | 695 | 555 J 9a 776 | 6.61 | 10.43 | 1093 | 8,96 | 8,00 10.18 95 sso | 1105 [1096 | 921 [ras J 2s | 1290 [ios | oso 12,08 | 11,0 10,67 | 909 | 14,34 | 15,03 | 12,92 | 11,00 1490 12.6 - 10,33 14,00 | 12,50 15.80 140 1157 15,68 | 14,00 1782 160 - | 16,00 20.36 a)- 35d »)-34 9-274 Limite a esmagamento do A325 a cisalhamento simples — Idem a cisaihamento duplo. £9 sepesnjered seose6n 64 Edificios industriais em ago 4.5 - Arruelas OAISC e a NBR 8800 especificam o uso de arruelas quando: 1- Partes parafusadas Devem ser usadas arruelas biseladas endurecidas para compensar a falta de paralelismo, quando uma das faces externas das partes parafusadas tiver mais de 1:20 de inclinagao em relagao ao plano normal do eixo do parafuso. As partes parafusadas da estrutura nao podem ser separadas pornenhum material que nao seja aco estrutural, devendo ficar total- mente em contato quando montadas. Os furos podem ser puncionados, subpuncionados e alargados, ou broqueados. 2- Arruelas Adicionalmente as exigéncias do item anterior e da Tabela 4.6, deverdo ser usadas arruelas endurecidas nas seguintes situagdes: ) Sob 0 elemento que gira (porca ou cabega do parafuso) durante aperto, no caso de parafusos A490 apertados pelo método da rotagao da porca e no caso de paratusos ‘A325 ou A490 apertados com chave calibrada (isto é, por controle de torque] b) Sob 0 elemento que nao gira durante o aperto, no caso de parafusos A490, quando esse elemento assenta sobre um ago estrutural com limite de escoamento inferior a 2,8 tliem? (280 MPa). 4.6 - Normas aplicaveis Parafusos: ASTM A307, A325, A394 ANSI-B.18.2.1 Porcas: ASTM A194, A325, A563 ANSI-B.18,2.2 Arruelas: ASTM A325, F 436 4.7 - Furos Ha quatro tipos basicos de furos para parafusos ou barras rosqueadas. Na Tabela 4.6 sao dadas as suas denominagdes e suas dimensdes maximas em fungaio do didmetro "d" do furo ou da barra, Tabela 4.6 Furo Furo Furo pouco Furo muito Diametro | padréo | alargado alongado alongado do parafuso | 7 | ql Ga) -Oe Tee a d (mm) d,(mm) | d,(mm) | 4, (mm) | 4 (mm) | 4, (mm) (mm) 22,2 d+t6 d+48 d+i6 | d+63 | d+t6 | 264 25.4 27 318 27 33,3 27 63,5 > 28.6 d+i6 d+79 d+16 | d+95 | dvi6 | 254 Nas ligagdes com furos alargados ou alongados, devem ser observado 0s tipo de ligago permitido e as limitagdes indicadas na Tabela 4.7. Ligagées paratusadas 65 Tabela 4.7 - Limitagées relativas ao emprego de furos alargados ou alongados Tipo de Limitagées Tipo de ligagao — furo | permitido Arruelas (a) Em qualquer uma ou em todas as _/ Endurecidas, sobre furos alargados em Alargado | Poratrito | chapas da ligagdo chapas externas da ligagéo Em qualquer uma ou em todas as Poratrito | chapas da ligagdo. Qualquer posi¢éo, | Sobre furos pouco alongados em Pouco independentemente da ditegao da sol. | chapas externas da ligagdio devem ser alongado citagao usadas arruelas; tais arruelas devem ser endurecidas quando os parafusos forem de alta resisténcia: ASTM A325 Em qualquer uma ou em todas as |S agrm Aseo Porcontato | chapas da ligagao. Maior dimensao normal a diregao da solcitagao Em somente uma das partes da poe de chepa oa paras i ae i continuas de aco estrutural, com ome | need ‘Quaiguer posigae een: espessura minima de 8 mm e com furos dentemente da diregao da solicitago | P2dr&0, devem ser usadas sobre furos Muito alongados em chapas externas. Muito Tais arruelas ou barras devem ter alongado dimensées suficientes para cobrir totalmente os furos alongados apés a Em somente uma das partes da instalagao dos parafusos. Quando ligagao, para a mesma superficie de Necessério, usar arruelas endurecidas Porcontato | contato, Maior dimensdo normal a | (nota a). Estas seide evloceute eens diregao da solicitagao aquelas arruelas de chapas ou barras continuas () Quando forom usados parafusos ASTM A490 de dime superior a 25,4 mm, em furs elongados ov alargados, nas chapas externas da igacso deverdo ser usadas arruelas Endurecidas de acordo com a ASTM F436, porém, com espessura mina de 8 mm em ugar das eruelas padrao, 4.8 - Pega longa e ligagdes de grande comprimento Excelo nos casos dos parafusos de alta resisténcia ASTM A325 e ASTM A490, que so montados com protensao inicial, quando 0 comprimento de pega excede “Sd” o numero ecessario de parafusos ou barras rosqueadas deve ser aumentado 1% para cada 1,8 mm. adicional de pega (d = diametro do parafuso ou barra rosqueada). Quando ligagdes por Contato, usadas em emendas de barras tracionadas, tiverem um comprimento superior a 680 mm na diregao da forga externa, a forca cortante de célculo "Vd" nos parafusos ¢ a Solicltagéo de calculo usada para verificar pressao de contato em furos serao multiplicadas Por 1.25 para levar em conta a distribuigdo nao uniforme da forga externa pelos parafusos, 4.9 - Distancia minima de um furo as bordas 1-Furo padrao A distancia do centro de um furo padrao a qualquer borda de uma parte ligada nao pode er inferior ao valor indicado na Tabela 4.8 (d= diametro do parafuso ou barra rosqueada), 66 Ecdificios industriais em ago 2- Furos alargados ou alongados ‘A distancia do centro de um furo alargado ou alongado a qualquer borda de uma parte ligada nao pode ser inferior ao valor indicado para furos padrao dado na Tabela 4.8 acres- cido de “Bd", sendo "d" o diémetro do parafuso é B definido como a seguir: B = 0 para furos alongados na diregao paralela a borda considerada B = 0,12 para furos alargados B = 0,20 para furos pouco alongados na direcdo perpendicular a borda considerada 8 = 0,75 para furos pouco alongados na diregdo perpendicular a borda considerada Tabela 4.8 - Distancia minima do centro de um furo padrao a borda jiametro “d Borda cortadacom | Borda laminada ou ner 7 serra outesoura | cortada a macarico™ mm. Iso (mm) (mm) pol. ce Miz ar 18 13 1/2" 22 19 16 5/8" M16 29 22 19 3a" 32 26 M20 35" | a7 22 718" M22 38" 29 M24 42 31 25 " 44 2 28 11/8" M27 50 38 M30 83 39 32 1118" 87 41 M33 58 42 >32 > 114 >M33 1754 1.254 (2) As bordes cortadas a magarico devem sar isa @ isentas do entalnes (©) Nas extremidades de cantoneiras de ligagéo de vigas, esta distancia pode ser igual a $2 mm 4.10 - Espagamento minimo e maximo entre furos 1-Espagamento minimo A distancia entre centros de furos padrao, alargados ou alongados, néo pode ser infe- rior a 2,7 d, de preferéncia 3 d, sendo "d" o diametro nominal do parafuso ou barra rosqueada. Nota: Além desse requisito, a distancia livre entre as bordas de dois furos consecutivos nao pode ser inferior a "a". 2 -Espagamento maximo entre furos e furo-extremidade Espagamento maximo tem sido também um assunto polémico, variando de norma para norma e sendo omisso em outras. © "Engineering Journal - 1.° quarto/1983, do AISC", faz uma analise considerando que o espagamento maximo deve ser de 14 vezes a espessura mais fina do material, porém n&o superior a 178 mm (7°), com 0 objetivo de evitar a corrosdo de dentro para fora entre parafusos. Aseguir, daremos um resumo das principais especificages (Tab. 4.9). LigagSes parafusadas 67 Tabela 4.9 - Espagamento maximo Pecas Pecas tracionadas comprimidas Norma ou especificagao — - Extremas Centrais, Extremas | Centrais, e Sous, | e S, ous, AISC 9° edi tats 150 | tats 150 | tat <150 | 12t < 150 s2t_<_ 150 - t2t_s 150 = ‘AISC - Engineering Jounal 1.8 Quarto/1983 ee 14t < 178 Bt <127 14t $178 Para AS88 - s/pintura NB-14 (antiga) 3d < 6t | fads 25t | 3d 2 6t | 6d 4,17 tf OK Parafuso 19 (3/4) a esmagamento (Tab. 4.1) = 4,22>4,17tf OK Ligagdes parafusadas 73 Exemplo 4.4 - Determinar a tenso maxima de cisalhamento no parafuso mais solicitado (inf. da direita) (Fig. 4.18). Usar parafusos ASTM A325F @ 25 mm (1"). Resolver: a) considerando P = 8 tf; b) considerando Px, Py Fig. 4.18 Px=8x4/5=64 tf O25 + A=5,067 cm? Py=8x3/5= 48 tf a) considerando P = 8 tf e=167om M=8x16,7=1396t1om ZAd* = 4x5,067x9* = 1642cm* fe=My/EAd? ,101t om? fy=Mx/ZAd* fvx=Px/IA=6,4/(4Xx5,067) =0,316t1 /om® 33,6x7,5 / 1642 = 407 tf fem? 199.6% 5 / 1642 = fvy = Py/EA = 4,8 /(4x5,067) = 0,297 tf /em® = y(0.407 +0,237)° + (0610+ 0,316)? = 113 <42 tf/em® OK b) considerando Px e Py ex=13+5=180m —ey=7,5em M=Mx-+My=Px (ey) +Py (ex) 4X7,5 + 4.8% 18 = 48 + 86,4 = 134,4tfom 2x? + Ey? = 4x5? +4x7,5% = 250m? M 134,4x7, a Sc optatt em? ACE? + By) 6,067%925 Mx 194,4x5 ee ey 2 VRE) ~Boe7xa0s ~ 4081 /em fvx=0316tt/em? tvy=0297t1/cm? fr=112<42tf/om? OK 74 Editicios industriais em ago Exemplo 4.5 - Determinar na Fig. 4.19 0 numero de parafusos © 19 (3/4") em A 325, sujeltos a uma carga de tracao de 60 tf. A conexao 6 adequada. s sort sort Fig. 4.19 679 + 83/4 (Tab. 4.1) Exemplo 4.6 - Determinar a adequagao do grupo de parafuso (Fig. 4.20) @ 22 (7/8), em ‘A325, considerando parafusos trabalhando a esmagamento e a fricgdo. Supondo que a conexao resista, Fig. 4.20 Verificagao dos paratusos Pra dx=s2tt Py=40x9/5= 2411 fv=Py/ ZA = 24 /(6x3,879)= 103tf /om? ft =Px/ EA =32/(6x3,879) = 137 Jom? 1-AEsmagamento fv=103tf/em? < 148tf /om® (Tab. 4.1) OK Ft= 3,0 -45tv? (Tab. 4.4) Ft= 3. -4,5x 103? 2-AFricgéo 20 > 1371 /om? OK fv=tostf/em? — ft=43711/em? fab Fv=Fv(t-—™) 5 (lema.at) Th + Tab. 214 137x3,879 17,70 Fv 20 (1- 0.84 < 103t1/em® = NAO Ligagées parafusadas 75 Usando parafusos a friogo, temos que aumentar diémetro, no caso passar para @ 25 mm. Exemplo 4.7 - Determinar a capacidade maxima da carga P indicada na Fig. 4.21, em que a carga é suportada por um par de L 127 x 89x 9.5 e esta conectada com parafusos 6 22 (7/8) de ‘A307. Desprezar a tensao inicial dos parafusos. Fazer a verificacdio, considerando: 1) Parafusos trabalhando a cisalhamento. 2) Parafusos trabalhando a cisalhamento com tragdo, devido a pequena excentricidade. 20 | o> 4 150. 4390 wm 4375+300 ol 40 Lue? _| te) () () Fig. 4.21 secdo bruta do parafuso 3,88 cm? © = espacamento entre furos. = 7.5 cm largura do par de L =2x8,9=17,8cm 41) Parafusos trabalhando a cisalhamento Rparaf. = 10x 2,71 (Tab. 4.1) = 27.1 th 2) Parafusos a cisalhamento com tracao - Considerando o eixo neutro no meio do grupo de parafusos, temos: 6m 6-P.8 ft, <= P pd? 178x387 00187 P - Para os parafusos da 1. linha extrema superior, temos: 6 = = = 0,00147P ip = 000187 55 = 0, ~ Cloulo da forga de tragao T nos parafusos extremos, Taft, b- e=000147P . 17,8. 75=0,196P = 2 eF _ oasae Ap 2x3.88 ft 76 Edificios industriais em ago - Calculo de fv De acordo com a Tab. 4.4, temos: Fis t8-18tvst4 Fits 18-18x0,0257P fazendo ft=Ft’ 0,0259P < 18 - 0,0464P 18 071 25408 ~ 27.1% ‘Como podemos observar, a diferenga para estes casos ¢ muito pequena, néo havendo necessidade de uma verificagao mais rigorosa. CAPITULO Cargas e combinacées de carga 5.1- 5.2 g o 5.4- Introdugdo Os galpées industriais estao sujeitos a um conjunto de cargas que atuam ora isoladamente ora em combinagées umas com as outtas. Estas cargas devem ser levadas em conta na elaboragao do memorial de calculo de acordo com o principio da estatica das construgdes. Devem ser consideradas as seguintes influéncias de carga, além de outras que possam surgir em casos especiais: 1 - Carga permanente 2 - Cargas acidentais verticais - sobrecargas (NBR 6120) 3 - Cargas devido a pontes rolantes 4-- Cargas devido ao vento (NBR 6123/88) 5 - Cargas devido a temperatura Carga permanente Acarga permanente é uma carga vertical composta pelo peso proprio da estrutura e pelo peso dos materiais de acabamento, como chapas de piso, corbertura, tapamento, instalagdes elétri- cas etc. A sua corteta avaliagao depende acima de tudo da experiéncia profissional ou da faciidade de comparagao com obras similares. Deve ser avaliada por por partes, a medida que se dimensionam as pecas. A variagao nesta avaliagao deve ficar abaixo de 10%, de acordo com 0 prescrito nas normas, como margem de seguranga. Caso contrario, dever-se-a acres- centar ou retirar o excedente e fazer nova verificagao no dimensionamento. Cargas acidentais verticais (sobrecargas) So as cargas que podem atuar ou ndo na estrutura. Em geral, em edificios de porte pequeno e médio, fora de zonas de actimulo de poeira, adota'se, para sobrecargas na cobertura, 15 kgt/m? para cobrir chuvas etc,; e para galpdes em zonas sidenirgicas adota-se um minimo de 50 kgtim?. A NBR 6120/80 preconiza no item 2.2.1.4 que para elementos isolados de cobertu- ra, como terga e banzos superiores de treliga, seja feita verificagdo adicional para uma carga concentrada de 1,00KN = 100kgf aplicada na posigao mais desfavoravel, além da carga permanente. Portanto, nestes casos devem ser feitas ambas as verificagdes. Outras cargas eventuais podem atuar na estrutura, sendo fruto da andlise do projetista. Cargas devidos a pontes rolantes (baseadas no AISC/89 e NBR 8800/86) AISE n? 13 As estruturas que suportam pontes rolantes, além do efeito das cargas verticais, deverdo ser verificadas para os efeitos de forgas horizontais atuantes ao nivel do topo do trilho, 78 Edificios industrials em ago 5.4.1 - dirigidas longitudinalmente (frenagdo ou acelerago da ponte, choque da ponte com o para-choque), ou transversalmente a ele (frenagao ou aceleracao do trole, igamento de cargas com cabo inclinado). Foreas horizontais de ponte rotante 1 -Forca longitudinal = H, A forca longitudinal a ser aplicada no topo de cada trilho, integralmente de cada lado, quan- do nao for determinada de forma mais exata, deve ser igual a 20% da soma das cargas maximas das rodas motrizes e/ou providas de freio. Normalmente, o ntimero de rodas mo- trizes é a metade do ntimero total. 2- Forga no para-choque = F A forga longitudinal de choque de uma ponte em cada para-choque (batente) e a altura de sua aplicagao deverao ser obtidas do fabricante da ponte. A AISE n? 13 usa uma formula aproximada para o célculo desta forga em cada para-choque, com absorgao de energia por meio de molas ou cilindros hidraulicos. F=WV%gT onde: W = peso total da ponte, em tf, excluida a carga a ser igada V = velocidade da ponte, em m/s. O valor de V a ser considerado sera igual a 50% da velocidade maxima 9 = aceleragdo da gravidade = 9,81 m/s? T = comprimento de encurtamento do batente da ponte = 0,05 m 3- orca transversal = H, A forga transversal em cada lado (ver nota 1) devera. ser igual ao maior dos seguintes valores: a) 10% do peso combinado da carga a ser igada mais 0 peso do trole e dos dispositivos de igamento; b) 5% da soma da carga igada mais o peso total da ponte, incluindo trole e dispositive de igamento; c) 15% da carga igada, exceto para galpées sidertirgicos, cujos valores séo dados na Tab. 5.1, adotando-se 0 minimo de 20% de acordo com a AISE n.* 13 (ver nota 2) Forca transversal Tipo de ponte % da carga igada | (para cada lado) Ponte de aciaria e laminagao 20 Ponte com cagamba e eletroima 50 Ponte de patio de placa e tarugos Ponte de foro pogo 100 Ponte de estripador 100% do peso do lingote e lingoteira Tabela 5.1 A norma DIN estabelece como critério que a forga transversal por roda seja igual a 10% da carga vertical que esta atuando nela, dando valores diferentes para cada lado. ‘A norma Russa estabelece para a forca transversal uma carga igual a 5% da carga igada mais © peso do trole, com valores iguais para cada lado. Cargas e combinag6es de carga 79 Nota 1 - Nos casos em que as rigidez horizontal transversal da estrutura de um lado do caminho de rolamento se diferencie da do outro lado (oposto), a distri- buigdo das forgas transversais deve ser proporcional a rigidez de cada lado, usando-se 0 dobro dos percentuais anteriores como carga transversal total a ser distribuida. Exemplo: 1) Rigidez igual dos dois lados 10% + 10% = 20% Metade do total para cada lado. No caso, 10% para cada lado (Fig. 5.1.a). 2) Rigidez do lado A igual ao dobro do lado B. Lado A absorve 2/3 e lado B 1/3 da forga horizontal (Fig. 5.1.b). Go 8 © § Hra Hr9| Ha. Hr f -Pevme f= perme_ + 10% 10%| 13.6% 6a (a) (b) Rigidez igual Rigidez diferente Fig. 5.1 - Distribuigao de Ht de acordo com a rigidez Nota 2 - O percentual de 15% da carga igada para calculo do pértico, embora nao conste das Normas do AISC e NBR 8800, foi colocado baseado em nossa ex- periéncia, pois dificilmente, em termos nacionais, temos 0 peso do trole a tem- po de calcularmos a estrutura, pois o fornecedor da ponte s6 a fornece quando em um estagio adiantado de projeto. Este percentual, embora simples de se calcular, cobre praticamente todos os casos, exceto os especiais de galpdes sideruirgicos. As Tab. 5.2 a 5.5, elaboradas com varios percentuais de acordo com as normas AISE n.? 13, AISC, NBR 8800, DIN e Russa, demonstram o que acabamos de dizer. 5.4.2 - Impacto vertical Para as vigas de rolamento, suas ligagdes e colunas, os coeficientes de impacto vertical, que devem ser considerados na majoragao das cargas méveis dos pontes rolantes, so: Para a pontes rolantes operadas da cabine: 25% Para as pontes rolantes operadas com controle pendente: 10% Tabola 5.2 Norma Critério para | Carga | Peso | Pesototal | Cmax Cmin. nde Hr total Hr célculode Hr | igada | trole ponte toda toda rodas pértico roda | (th) tu) «ny (tf (tf) (ty (tn (tf) Ponte cleabine | 10 28 7 98 40 2 AISEN'3, | 10% (C+ PTR) 10% (10 + 2,8) = 1,28 Para cada lado 256 0.64 ASC, 5% (C.l + P.To!) 5% (10+ 17) = 1.35 . . . 270 08 NBR 8800 | AIS Ne13 20% Cl. 20% (10) = 2.0 . : ' 40 1.0 Proposta 15% 6. 18% (10) = 1.5, : : " 30 0.76 Russa (C+ P TRYZO 5% (10 +2,8) = 0.64 E 7 1,28 02 DIN 410% Omax. roda 10% (9,8) + 10% (4.0) = (0.98 + 0.4) 276 0.98 Ponte cfeabine | 25 | 45 23 19 76 2 AISE N13, | 10% (C+ PTA) 10% (25 + 4.5) = 295 Para cada_—_lado 59 1.48 ASC, 5% (Cl + PTol) 5% (25 +23) = 2.40 : . 48 1:20 NBR-8800 AISE N'13 20% Gl 20% (25) = 5.0 : : : 40 25 Proposta 15% Cl 15% (25) = 3,75 . : " 75 1.88 Russa (Cl PTRV20 5% (25445) = 1,475 . . ' 2.95 074 DIN 10% Omax. roda 10% (19) + 10% (7,6) = (1,9 + 0,76) 53 19 C1 ~ Carga igada PIR Peso total do trole Pot ~ Peso total da ponte ‘Cmax. toda - Carga maxima por roda 82 we sieuIsnpU! So‘sIBPS| OB Tabota 5.3, Norma Critério para | Carga | Peso | Pesototal | Cmax. min. ne de HY total Hr céleulode Hr | igada | trole ponte roda roda rodas portico | roda Co) ( to an, ao) Ponte cicabine | aono | 15 | 37 30 2 2 AISENS3, | 10% (C1 + P.TR) 10% (40 + 15) = 55 cada lado 11.0 275 ASC, 5% (C.l + PTol) 5% (40+ 37) = 3,75 . ' 75 1180 NBR 8800 AISE N13 20% Cul 20% (40) = 8,0 ' : 16 40 Proposta 18% Cl 15% (40) = 6,0 . ' . 2 30 Pussa 5% (C+ PTR) 5% (40+ 15) : ae. 55 14 DIN 10% Cmax. roda 10% (30) + 10% (12) 84 30 Ponte c/cabine | 60/10 a a ae 10 4 aise Na, | 10% (C+ PTR) 10% (60 + 25) Para cada lado 17 213, ISO, 5% (C.l + PTal) 5% (60+ 51 ' . . 2 1a NBR 8800 AISE N13 20% C1 20% (60) = 12 " "os 24 3 Proposta 15% C. 15% (60) = 9 : . : 18 2,28 Russa 5% (Cl + PTA) 5% (60 + 25) = 425 : : . 8.50 1.06 DIN 10% max. roda 10% (24) + 10% (10) = (2.4 + 1.0) =3.4 68 2,40 cu Carga igada PTR = Peso total do trle Pot —_- Peso total da ponte Cmax. roda - Carga maxima por roda \quiod 9 se6.e9 1g e610 9p sogSeu Tabela 5.4 Norma Critério para. | Carga | Peso | Pesototal | Cmax. min. NE de HT total Ht calculo de HT Igada trole ponte roda a rodas portico pods} (tn) (tf) (tf) a (tf (, (tf) Patio debobina | 20 15 45 24 10 2 AISEN*3, | 10% (C.1+ P-TR) 10% (20 + 15) = Para cada lado 7 1,75 AISC, 5% (Cl + PTot) 5% (20 + 45) = 3,25 : : 65 1,65 NBR 8800 AISE N13, 20% Cul 20% (20) = 4,0 d 80 2.0 Proposta 15% Cl 15% (20) : : : 60 15 Russa 5% (Cl + PTR) 5% (20 + 15) = 1,75 . D : 35 08 DIN 10% Cmax. roda 10% (24) + 10% (10) = (2.4 + 1,0) = 3.4 68 24 Oficina sider 50 19 80 51 15 2 ANSE N&13, | 10% (C.1 + P.TR) 10% (60 + 19) Para cada lado 13,8 3.45 AISC, 5% (C.l + PTot) 5% (60 + 80) a : 13,0 3.25 NBR 8800 ANSE N'13 20% C.l 20% (50) = 10 a 5 D 20 5.0 Proposta 15% Cl 18% (60) = 7.5, . . " 15 3,75 Russa 5% (C.1+ PTR) 5% (61 +19) = 3.45 . : 69 1,75 DIN 10% Cmax. roda 10% (51) + 10% (15) = (5.1 + 1,5) 13,2 51 cl ~ Carga igada PIR = Peso total do trole PLTot - Peso total da ponte (Cmax. roda - Carga maxima por roda ‘obe we SEUISNU SKIPS ZB Tabela 5.5 Norma Critério para | Carga | Peso | Pesototal | Cmax. min Ne de HT total HT célculo de HT Igada trole ponte roda roda rodas portico roda = (tf) (tf) () (tt) (tn) (th ef) 10 17 1" 79 3,0 2 AISE N°13, a >. 10% (10 + 1,7)= 1,17 Para cada lado 2,34 0,58 AISC, 8% (C.l + P.Tot) 5% (10 + 11) = 1,05 o a 7 210 0,52 NBR 8800 AISE N°13, 20% Ci. 20% (10) = 2,0 a oI 4.0 1,0 Proposta 15% C.l 18% (10) = 1.5 ° . : 30 075 | Russa (Cl + P-TRY2O 5% (10 + 1,7) = 0.58 - . . 1,16 0,29 DIN 10% Cmax. roda 10% (7,9) + 10% (3,0) = (0,79 + 0,3) =1,09 2.18 0,79 Ponte s/cabine 20 2, 18,3 15 4,0 2 AISE N°13, | 10% (C.1 + P.TR) 10% (20 + 2,4) = 2,24 Para cada _—_lado 4,48 1,12 AISC, 5% (C.1 + P.Tot) 5% (20 + 18,3) = 1,92 7 7 7 3,84 0,96 NBR 8800 AISE N°13. 20% C.l 20% (20) = 4,0 “ " . 80 2.0 Proposta 15% Cl 15% (20) = 3,0 . . . 6,0 15 Russa (C.l+ P.TRY/20 5% (20 + 1,7) 08 . . . 217 0,54 DIN 10% Cmax. roda 10% (15) + 10% (4,0) = (1,5 + 0,4) = 1,9 38 15 Cl = Carga igada PTR Peso total do trole P.Tot - Peso total da ponte Pmax. roda - Carga maxima por roda €8 eO1eo op sagdeuiquiooa se6e9, 84 Ezficios industrials em a0 5.4.3 - Combinagées de pontes rolantes para célculo de vigas de rolamento e de estruturas suportes 5.4.3.1 - ‘As recomendagées a seguir sfo fruto de experiéncia profissional, além de serem apoiadas na AISE n.? 13, Steel Designers HandBook e Recomendagdes Inglesas, que, se bem ana- lisadas pelo projetista, poderao dar origem a um projeto mais econémico e sem perda de seguranga. Edificios de uma nave Somente uma ponte rolante, considerar: a carga vertical com impacto e as forgas transversal @ longitudinal maxima, na posigao mais desfavordvel. Independente das verificagées a seguir, esta consideragdo deve ser sempre analisada. Para 0 caso de duas ou mais pontes que correm sobre o mesmo caminho de rolamento € eventualmente vao trabalhar juntas ou préximas, considerar: 1) Se as pontes vo trabalhar juntas para igarem uma carga maior do que a capacidade de uma delas ou porque as condigées assim o exigitem, considerar: a carga vertical sem impacto e 50% das forgas transversal e longitudinal maximas, na posig&o que provoque os maiores esforgos. Esta proposigao é plenamente justificada, pois o trabalho conjunto de duas pontes é realizado muito lentamente (Fig. 5.2) He 80% HL Hr 50% 4x||_-—————|| br [im som vl Fig. 5.2 - Consideracéo de cargas para duas pontes juntas 2) Se as pontes com capacidades iguais ou diferentes podem atuar muito préximas, considerar: a ponte mais carregada, com forga transversal e longitudinal maxima e as demais. pontes carregadas, sem forgas horizontals, na posigao mais destavoravel do conjunto. Nao considerar impacto vertical (Fig. 5.3.a). Esta posigao também é plenamente entendida, pois a probabilidade desta ocorréncia 6 muito remota, exceto em alguns casos em que as condigdes de operagao justifiquem um tratamento mais rigoroso, como é 0 caso de patio de placas em usinas siderurgicas, em que se deve considerar a ponte mais carregada com impacto vertical (Fig. 5.3.b). + P2 s7 INP. HL HL (a) (b) Fig. 5.3 - Consideragao de cargas para duas pontes proximas Cargas e combinagées de carga 85 Para verificagao a fadiga, considerar somente uma ponte rolante com impacto e 50% da forga horizontal transversal. 5.4.3.2 - Edificio de duas ou mais naves No caso de galpées com mais de duas naves, fazer uma andlise conjunta em so- mente duas naves, procurando-se as piores solicitagdes. Um exemplo é fornecido na Fig. 5.4.4 Hr Hr D fF -Pi vine =} = Pe He Hel | He (a) {b) Fig. 5.4 - Consideragées de cargas para duas naves ou mals, com uma ponte em cada nave Uma ponte em uma nave e uma ponte na nave adjacente, estando as vigas conectadas de forma a resistitem as forgas horizontais, considerar: 0 impacto vertical e as forgas transversais da ponte que causem as maiores solicitagdes ¢ a outra ponte carregada, sem impacto e sem forga transversal. A forga longitudinal devera ser calculada para ambas (Fig. 5.4.b). Uma ou duas pontes em uma nave e uma ou duas pontes na nave adjacente, conside- rar. a carga vertical maxima por roda com impacto vertical e as forgas horizontais trans- versal e longitudinal da ponte que provoquem as maiores solicitagées. As demais pon- tes carregadas, sem nenhuma forga horizontal (Fig. 5.5.a,b). Em todos os casos nao se deve deixar de verificar os efeitos de uma ponte isolada em cada nave He. He Te crime i =Pa Tee 7s i 2 4 - —— ur br] | | 4 = PLeviMP, + Pa | om {a) (b) Fig. 5.5 - Consideragées de cargas para duas naves ou mais, com varias pontes Cargas e combinagées de carga 87 b)a velocidade basica do vento é multiplicada pelos fatores "S,", "8," e "S," para ser obtida a velocidade caracteristica do vento, "V,", para a parte da edificacao em consideragao, de acordo com 5.5.1.2, 5.5.1.3 e 5.5.1.4 y, L=VeS,8, 8, ©) a velocidade caracteristica do vento permite determinar a presséo dindmica 'q" pela expressao: qeveii6 sendo: q em kgtim? e V, em m/s q= 0.613 v2 sendo: q em N/m? e V, em mis 2- Coeficiente de pressdo ‘Como a forga do vento depende da diferenca de pressdo nas faces opostas da parte da edificagdo em estudo, os coeficientes de pressdo sao dados para superficies externas e superficies internas. Para os fins da NBR-6123, entende-se por pressao efetiva, "Ap" em um ponto da superficie de uma edificagdo, o valor definido por: AP = AP,- AP, ‘sendo: AP, - pressdo efetiva externa AP. - pressao efetiva interna Portanto: AP =(6,,-6,) 4, sendo: _ ¢,, - coeficiente de pressao externa c,, = AP, /q ¢,, ~ Coeficiente de pressao interac, = AP/q Valores positivos dos coeficientes de pressdo externa ou interna correspondem a sobrepressées e valores negativos correspondem a sucgdes. Um valor positivo "Ap" indica uma presso efetiva com o sentido de uma sobrepressao externa e um valor negativo para "Ap" indica uma pressdo efetiva com o sentido de uma sucgao externa. 3 - Coeficiente de forma A forga do vento sobre um elemento plano de edificagao de area "A" atua em diregdo perpendicular a ele, sendo dado por: F=F,-F, sendo: __ F, - forga externa a edificagao, agindo na superficie plana de area "A". F, -forga interna a edificagao, agindo na superficie plana de area "A" Portanto: F=(C,-C)qA, sendo: — C, - coeficiente de forma externo ©, = F,/gA; C.- coeficiente de forma intarno © = F/aA. {88 Edticios industriais ern ago Valores positivos dos coeficientes de forma extemo e intemo correspondem a sobrepressées @ valores negatives correspondem a sucgées. Um valor positivo para "F* indica que esta forga atua para o interior e um valor negativo indica que esta forga atua para o exterior da edificagao. Para os casos previstos na NBR 6123 °C, = c,", 0 que significa que a pressao intema é considerada uniformemente distribuida no interior da edificagao. 5.5.1 - Velocidade caracteristica do vento 5.5.1.1 - Velocidade basica do vento V, \, = velocidade basica do vento, que é a velocidade de uma rajada de trés segundos de duragzio uitrapassada em média uma vez em 50 anos, a 10m de altura, em campo aberto e plano. As velocidades basicas V, foram determinadas por processo estatistico, com base nos valores de velocidades maximas anuais medidas em cerca de 49 cidades brasileiras, com- preendendo o periodo de 1954 a 1974, além de diversas consideragées de carater estatis- tico, usando um periodo de recorréncia de 50 anos, que representa a vida itil média de uma edificagao. A NBR 6123 desprezou as velocidades V inferiores a 30 m/s. Considerou- ‘se que o vento basico possa atuar em qualquer diregao com igual probabilidade e sempre no sentido horizontal. A Fig. 5.7 apresenta o grafico das isopletas da velocidade basica, no Brasil, com intervalos de 5 mis. Fig. 8.7-Mapa do vento | | | Cargas e combinagses de carga 89 5.5.1.2 - Fator topogratico S, S, = fator topografico, que leva em consideragao as grandes variagdes na superficie do terreno, ou seja, aceleragdes encontradas perto de colinas, protecdes conferidas por vales profundos ¢ os efeitos de afunilamento em vales. O fator topogratico S, é determinado do seguinte modo: Tabela 5.6 Caso Z Topografia [_s, a) Terreno plano ou fracamente acidentado | 1.0 b) Taludes e morros: taludes e morros alongados, nos quais pode ser admitido um fluxo de ar bidimensional soprando no sentido indicado na Fig. 5.8 | No ponto A (morros) nos pontos A @ C (taludes) |_1.0 ° Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direcao loo S28, 4Z 4-4 3 a) TALUDE, an ») MORRO Fig. 58 -Fator topogrético S, (2) No ponto B [S, é uma fungao §, (z)]: © s3: S, (Z)=10 6s OSIT:S, @)=10+05-D) tg @-3°)21 24: s, @=10+05-5 0,31 21 Interpolar linearmente para 3°<@<6° e 17°<@<45" Entre Ae Be entre Be C0 fator S, € obtido por interpolagao linear. 90 Editicios industriais em ago 5.5.1.3 - Fator de rugosidade S, S, = fator que depende das condigées de vizinhanga da construgao (rugosidade), da altura acima do terreno e das dimensdes da edificagao ou do elemento em considera- 90. O fator S, (Tab. 5.7) considera 0 efeito combinado de trés parametros, como ja se disse. Em ventos fortes, a sua velocidade aumenta com a altura H acima do terreno e este aumento depende da rugosidade (ntimero e dimensdo dos obstaculos naturais ou artificiais) do terreno e do intervalo de tempo considerado na determinacao da velocidade. O intervalo de tempo esta relacionado com as dimensées da edificacao, sendo que as edificagdes pequenas e os elementos componentes de edificagdes sao mais afetados por rajadas de curta duragao (mais velozes) do que grandes edificagoes. Quanto a rugosidade, a Norma considera cinco categorias: Categoria | - Superficies lisas de grandes dimensdes, com mais de 5 km de extensao, medidas na direcao e no sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo; lagos e rios; pantanos sem vegetagao. Categoria Il - Terrenos abertos em nivel ou aproximadamente em nivel, com poucos obstaculos isolados, como arvores e edificagdes baixas. Exemplos: zonas costeiras planas; pantanos com vegetago rala; campos de aviagao; pradarias e charecas; fazendas sem sebes ou muros. Acota média do topo dos obstaculos é considerada inferior ou igual a 1,0 m. Categoria Ill - Terrenos planos ou ondulados com obstaculos como sebes e muros, poucos quebra-ventos de arvores, edificagdes baixas e esparsas. Exemplos: granjas e casas de campo, com exceo das partes com matos; fazendas com sebes o/ ‘ou muros; subiirbios a considerdvel distancia do centro, com casas baixas e esparsas. Accota média do topo dos obstaculos é considerada igual a 3,0 m. Categoria IV - Terrenos cobertos por obstaculos numerosos e pouco espa¢ados, em zona florestal, industrial ou urbanizada. Exemplos: zonas de parques e bosques com muitas arvores; cidades pequenas e seus arredores; subUrbios densamente construidos de grandes cidades; areas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. ‘cota média do topo dos obstécuos é considerada igual a 10 m. Esta categoria também inclui zonas com obstéculos maiores, que ainda néo possam ser consideradas na categoria V. Categoria V - Terrenos cobertos por obstaculos numerosos, grandes, altos e pouco espagados. Exemplos: florestas com arvores altas de copas isoladas; centros de grandes cidades; complexos industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos obstaculos ¢ considerada igual ou superior a 25 m. 5.5.1.4 - Dimensées da edificagéo A velocidade do vento varia continuamente e seu valor médio pode ser calculado sobre qualquer intervalo de tempo. Foi verificado que o intervalo mais curto das medidas usuais (trés segundos) corresponde a rajadas cujas dimensées envolvem convenientemente obs- taculos de até 20 m na diregao do vento médio. Quanto maior o intervalo de tempo usado no céilculo da velocidade média, maior a disténcia abrangida pela rajada. Tabela 6.7 - Fator * Cargas e combinagées de carga 91 Para a definigao das partes da edificagao a considerar na determinagao das agdes do vento, é necessario considerar caracteristicas construtivas ou estruturais que originam pouca ‘ou nenhuma continuidade estrutural ao longo da edificagao, como: - edificagdes com juntas que separem a estrutura em duas ou mais partes estruturalmente independentes; - edificagdes com pouca rigidez na ditegao perpendicular a diregdo do vento, ¢ por isso com pouca capacidade de redistribuigdo de cargas. Foram escolhidas as seguintes classes de edificagdes, partes de edificacdes e seus ‘elementos, com intervalos de tempo para célculo da velocidade média de, respectivamente, trés, cinco e dez segundos: Classe A: Todas as unidades de vedagao, seus elementos de fixagdo e pecas individuais da estrutura sem vedagao. Toda edificagéo na qual a maior dimensao horizontal ou vertical nao exceda 20 metros. Classe B: Toda edificagao ou parte de edificagao para a qual a maior dimensao horizontal ou vertical esteja entre 20 e 50 metros. Classe C: Toda edificagao ou parte de edificagao para a qual a maior dimensao horizontal ou vertical exceda 50 metros. Para toda edificagao ou parte de edificago para a qual a maior dimensao horizontal ou vertical da superficie frontal exceda 80 metros, o interval de tempo correspondent pode- ra ser determinado de acordo com as indicagdes do Anexo A da NBR 6123/1988. Rugosidade do terreno, dimens6es da edificagao e altura acima do terreno Categoria h ! u mM v v (m) |__ Classe Classe Classe Classe Classe a|elc|aleijc;|alea{[c|alel|cialsic <5 | 1,06] 1,04 | 1,01 | 0,04) 0.92] 0.89 | 0.83 | 0.86 | 0,82] 0,79 | 0,76 | 0,73| 0,74] 0,72 | 0.67 10 | 1110] 1109 | 1106 | 1100] 0,98| 0.95 | 0,94 | 0,92 | 0.88 | 0186 | 0188 | 0.80! 0,74] 0,72 | 0.67 45 | 1113] 1112 1108 | 1104] 1102| 0.99 | 0,98 | 0196 | 0.93 | 0,90) 0,88 | 0.84) 0,79| 0,76 | 0,72 20 | 448) 114| 112 | 1106] 1104] 1,02 | 1101 | 0,99 | 0.96 | 0,93 | 0.91 | o.88| 0.82] 0.80 | 0,76 ao | 447) 147 | 4415 | 4:10[ 1108 106 | 4105 | 1,03 | 1,00 | 0,98 | 0:96 | 0,93| 0.87] 0.85 | 0.82 40 | 120| t1a| 1117 | 1113! 4111 | 1108] 1:08 | 1106 | 1,04) 1.01 | 0.99 | 0.96 0,91| 0,89 | 0.86 50 | 121| 121) 119 | 1115) 4113] 1112 4.10 | 109 | 1108] 1104 | 1.02 | 0,99| 0.94] 0,93 | 0.89 go | 422| 122 | 1121 | ate] 1115] 114] a.12 | 4.11 | 1109] 1.07) 1:04 | 1,02) 0,97] 0.95 | 0,92 80 | 125) 1.24 | 1123 | 1119] 1118) 4117 | 4.16 | 4.14 | 1,12] 1,10 | 1108 | 4.06! 1,01] 1,00 | 0,97 100 | 1°26) 1126 | 1125 | 1:22] v.21 4.20] tite | 1.17 | 1115| 1,13] 4,11 | 1,09] 1,05) 1.03) 1,01 420 | 128 | 1128 | 1127 | 1124) 1123] 1.22 | 1:20 | 1:20 | 118] 1:16 | 1:14 | 1,12] 1,07| 1,06 | 1104 440 | 1.29| 1.29 | 128 | 125| 1124] 1:24 | 1122 | 1122 | 1:20] 1.18] 1:16 | 1:14] 1,10) 1.09) 1.07 460 | 1130| 1130) 129 | 1127) 1:26| 1125 | 1:24 | 1:23 | 1122] 120 | 1,18 | 1:16] 1.12] 4.11 | 4.10 400 | 4191) 1131 | 4131 | 428] 1127| 4:27 | 1126 | 1,25 | 1.23 1122 | 1120 | 1.18] 1.14) a.14| 112 200 | 1'32| 1122 | 1132 | 1129] 1:28] 112 | 1:27 | 126 | 1128] 1.23 121 | 120] 1,16] 1.16 | 1.14 250 | 1134 4134 | 1133 | 1131] 1131| 1191 1190 | 1.20 | 1:28) 1.27 | 1.25 | 1.23] 1,20) 1.20| 1.18 a0}. | | - | 1134) 1193] 1138 | 1192 | 1192 | 1191) 1129] 1,27 | 1:26] 1.23 1.29 | 1.22 350 Ppt pe) ATP | a'3a | tag | 4123) 1132 | 1190 | 1:29] 1:26) 1.26 | 1.26 400 Ppl fl pe Le Re)’ ] "| aaa] size | 192) 129] 120 | 1:29 420 Poyl p lt pl pl ye fe |= | vas | ais | 1%33] 1:30 130 | 1:30 aol- [- |- J- [- |- f- |e f- |} tae | 1'32 | 1132 sol: |- [- |- |- |- te |: |- | | : 3a] 134 1134 92 Edificos industriais em ago 5.5.1.5 - Fator estatistico S, O fator estatistico S,fixado na Tabela 5.8 considera o grau de seguranga requerido e a vida Util da edificagao, tendo por base o periodo de recorréncia de 50 anos para determinagao da velocidade de Vz e a probabilidade de 63% de que esta velocidade seja igualada ou excedida nesse perfodo. Tabela 5.8 Grupo Descrigéo Ss, 1 EzificagSes cuja ruina total ou parcial pode afetar a seguranga ou idade de socorro a pessoas apés uma tempestade destrutiva (hospitals, quartéis de bombeiros e de forgas de seguranga, centrais de comunicagao etc.) 4.10 2 Edificagdes para hotéis e residéncias. EdificagSes para comércio e industria com alto fator de ocupagao _| 1,00 _ 3 Exificagées e instalagées industrials com baixo fator de ocupagao (depésitos, silos, construgdes rurais etc.) 0.95 4 Vedagdes (telhas, vidros, paingis de vedagao etc.) 0.88 | 5 Exificagdes temporarias. Estruturas dos Grupos 1 a 3 durante a construgao 0.83 5.5.2 - Coeficientes aerodinamicos para edificagées correntes Ao incidir sobre uma edificagao, 0 vento, devido a sua natureza, provoca pressées ou sucgdes; essas sobrepressdes ou sucgdes sdo apresentadas em forma de tabelas na NBR 6123, assim como em normas estrangeiras, e dependem exclusivamente da forma e da proporgao da construgao e da localizagao das aberturas. © exemplo mais simples seria aquele do vento atingindo perpendicularmente uma placa plana, conforme a Fig. 5.9, na qual, na face a barlavento, o coeficiente de pressao na zona central chega a +1,0, decrescendo para as bordas, e é constante e igual a 0,5 na face a sotavento; assim sendo, esta placa estaria sujeita a uma pressdo total, na zona central, de cp = 1; 0 - (-0,5). v Barlavento Sotavento hp oe OS Fig. 5.9 Assim sendo, as normas nada mais fazem do que apresentar tabelas e graficos dessas. pressdes ou sucgdes, mediante os denominados coeficientes de pressao, tanto externos ¢,,quanto intemos ¢,,; e de forma C, e C, exteros e intemos, respectivamente.

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