Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1(1)
Onde o ponto 1 corresponde à bacia de vazamento e o ponto 2 à base do
canal de descida.
Algumas considerações sobre esse teorema são relevantes, como, por
exemplo, que a equação só se torna válida no momento em que o canal de
descida
está completamente cheio e existe um fluxo contínuo do fluido. No funil de
vazamento, na parte superior do molde, a velocidade deve ser considerada nula. A
pressão na parte superior é atmosférica, da mesma maneira que no momento em
que o metal líquido começa a escoar a pressão dos gases no interior do molde
também é atmosférica, então:
0 1 v e atm p p p 1 2
Simplificando a equação 2 de Bernoulli (1):
2.g.h v 2.g.k 2
1 2
2. .( ) 2 1 v g h k , ou (2)
O coeficiente “k” é devido a perdas por atrito e portanto depende do material
usado na moldagem, O seu valor para ferro fundido e aço em molde de areia é: k =
0,2 ~ 0,8.
29
2.4.2 A Equação da Continuidade
Para um sistema que é preenchido por um fluido, no caso metal líquido, a
quantidade desse fluido que passa por qualquer ponto por unidade de tempo é
constante, mesmo tendo variações de velocidade e área de secção transversal. É
evidente que são desconsideradas absorção entre o fluido e as paredes do
sistema.
A vazão “Q” é dada pela equação 3:
1 1 2 2 . . T T Q v A v A (3)
Fig. 2 – Parte Superior e Inferior do Canal de Descida
Os números 1 e 2 representam a parte superior e inferior do canal de descida,
respectivamente, como mostrados na figura 2.
A velocidade na base do canal de descida v2 já pode ser calculada pela
equação 2. Assim que for determinado o volume total das peças e sistemas de
alimentação e enchimento tem-se o volume de metal necessário para encher o
molde. Em função do tempo máximo admissível para o completo enchimento tmáx,
pode-se calcular a área da secção transversal do canal de descida através da
equação 4:
__
_
__
_
máx
metal
vt
St V . 2
(4)
30
2.4.3 O Número de Reynolds
O escoamento de um fluido pode ser caracterizado de duas formas: laminar e
turbulento. O escoamento laminar pode ser descrito como um movimento
organizado das moléculas, onde não ocorre uma “mistura” do fluido, isto é, o fluxo
acontece de maneira calma. O turbulento já foi explicado no item 2.3.3.
Esses tipos de escoamento podem ser informados por um número
adimensional, chamado de número de Reynolds, o qual pode ser determinado pela
equação 5:
. .2 Nr v D (5)
Quando esse número for inferior a 2000, o escoamento é laminar. Se o
resultado estiver acima de 20000 é turbulento. Porém se estiver entre 2000 e
20000
existirá um pouco de turbulência, mas nas camadas mais externas ao fluxo se
manterá o escoamento laminar. O escoamento misto, que é parte laminar e parte
turbulento é verificado na maioria dos projetos nos canais de descida, e pode ser
considerado irrelevante para a sanidade da peça, desde que não haja entrada de
gases nos canais.
2.4.4 Mudanças Abruptas na Direção do Escoamento
Mudanças abruptas na direção do escoamento podem gerar zonas de baixa
pressão. Os problemas gerados por esse tipo de mudança são: entrada de ar, que
pode gerar turbulência e oxidação do banho, quebra do molde, particularmente
junto
aos cantos vivos; devido à fricção entre o metal líquido e o material de moldagem.
Esse tipo de problema é resolvido quando se projeta um sistema com
mudanças suaves de direção do escoamento. Os ângulos devem ser feitos da
maneira mais concordante possível, ou seja, cantos vivos devem ser eliminados. A
figura 3 mostra como deve ser feito esse tipo de mudança.
31
Fig. 3 – Mudanças de Direção no Escoamento de Metal Líquido em Canais
a) Turbulência resultante de um canto vivo com ângulo reto
b) Inclusões metálicas devido ao ângulo reto
c) Linhas de corrente ao longo do canto suavizado que minimiza a turbulência
2.4.5 Homogeneização do Fluxo nos Canais de Ataque
O processo de homogeneização do fluxo nos canais de ataque pode ser
conseguido através de sucessivas reduções de área no canal de distribuição após
cada canal de ataque (isto é, para sistemas com múltiplos canais de ataque).
No primeiro canal de ataque, a velocidade é elevada, devido ao efeito da
quantidade de movimento, pois com os canais já cheios as perdas por atrito e
energia potencial se tornam constantes, como é descrito pela equação de
Bernoulli.
A partir do segundo canal a velocidade vai reduzindo, fazendo com que a pressão
aumente, resultando num acréscimo do fluxo através do canal.
As velocidades e pressões nos canais de ataque podem ser equalizadas ao
longo do canal de distribuição, através do afunilamento do canal de distribuição em
toda a sua extensão, para reduzir de modo suave a secção transversal do canal. A
redução pode ser feita em forma de degraus, conforme a figura 4.
32
Fig. 4 – Homogeneização de Fluxo nos Canais de Ataque
2.4.6 Sistemas Pressurizados e Despressurizados
Em função das relações entre as áreas dos sistemas de canais de um molde
de fundição, existem dois tipos de sistemas de enchimento, o pressurizado e o
despressurizado.
O sistema pressurizado é bastante utilizado em ferros fundidos cinzentos.
Proporciona um sistema mais leve, que melhora o rendimento metálico, além de
trabalhar cheio, favorece um fluxo uniforme e promove a separação de inclusões
de
escória e areia. A desvantagem deste sistema é o aumento da velocidade de
escoamento nos canais de ataque, que pode gerar a erosão do molde e,
conseqüentemente, aumentar a turbulência.
O sistema despressurizado é utilizado em ligas oxidáveis, por exemplo,
alumínio, magnésio e algumas ligas de cobre. Esse sistema promove velocidades
de
escoamento mais baixas e minimiza a turbulência. As desvantagens são:
possibilidade de preenchimento incompleto dos canais e sistemas mais pesados
devido a maiores áreas das seções, resultando num menor rendimento metálico.
A relação das áreas dos canais do sistema é dada por uma seqüência
numérica que designa: canal de descida; canal de distribuição; canal de ataque. A
tabela 1 a seguir nos mostra algumas relações de áreas para sistemas.
33
Tabela 1 – Relações de Área de Sistemas Pressurizados e Despressurizados
Pressurizados Despressurizados
Ferros Fundidos Alumínio
1 : 0,90 : 0,50 1 : 4: 4
1 : 0,95 : 0,90 1 : 1,2 : 2
1 : 0,75 : 0,25 1 : 6 : 6
Aços Magnésio
1 : 0,80 : 0,60 1 : 4 : 4
1: 1: 1 1 : 2 : 2
As relações de área da tabela 1 apresenta relações de canais sugeridas por
vários autores [7] para diversas ligas. Nessa tabela observa-se a grande
diversidade
de valores sugeridos, mostrando por um lado que não há um regra bem
estabelecida, dependendo de uma escolha do projetista em relação aos
pretendidos.
Sistemas que não sigam as relações acima pode ser utilizados, desde que a
redução de área para o sistema pressurizado, e aumento de área para o sistema
despressurizado sejam obedecidas.
2.5 Cálculo do Tempo de Solidificação pela Regra de Chworinov
O método teórico desenvolvido por Chworinov possibilita calcular o tempo
médio de solidificação das diversas seções de uma peça de uma determinada liga
metálica. A partir dele é possível controlar o gradiente térmico e obter uma peça
fundida com estrutura metalúrgica definida, isenta de defeitos e não
conformidades.
A regra de Chworinov leva em consideração uma série de fatores que
influenciam no tempo de solidificação. Eles podem ser divididos em propriedades
inerentes ao material do qual é feita à peça, a forma da peça e os meios de
extração
de calor, no caso o material de moldagem.
A quantidade de calor do metal líquido depende de vários parâmetros, dentre
eles: temperatura de vazamento no momento em que o metal começa a encher o
molde; temperatura de solidificação; superaquecimento acima da temperatura de
34
fusão do material; calor específico da liga metálica no superaquecimento; calor
latente de fusão do material e massa da peça a solidificar.
As propriedades do material de moldagem, como a capacidade de extração
de calor também afetam o tempo de solidificação da peça. O material de
moldagem
deste trabalho é a areia verde, onde o material ligante dos grãos de areia é argila,
no
caso bentonita. Segundo Beeley [2], Montmorilonita é o principal constituinte das
bentonitas. Estas argilas têm alta capacidade de absorção de água e são usadas
devido as suas características de ligante entre os grãos de areia, e seu ativador é
a
água. Portanto, a água que é usada como ativador dessa propriedade, ao entrar
em
contato com o metal líquido extrai calor para sua evaporação durante os primeiros
minutos, pois após isso a areia de moldagem se encontra seca.
Dentre os fatores já mencionados, o que mais influencia o tempo de
solidificação é a geometria da peça, que uma vez conhecida pode ser usada para
se
projetar o sistema de alimentação de uma peça. A regra de Chworinov postula que
o
tempo total de resfriamento de uma peça é função da razão do seu volume pela
área
superficial em contato com o molde, de acordo com a equação 6.
Peso da Peça Sistemas
Peso da Peça Limpa
RM (66)
Houve um aumento no rendimento metálico de 10,68 % para a peça 2 que foi
testada. Como houve um acréscimo do fator de segurança para esta peça,
certamente pode-se trabalhar para se conseguir um máximo do rendimento
metálico
reduzindo assim o preço de custo da peça, e aumentando a produtividade.
Com os testes realizados é possível elaborar o procedimento para cálculo do
sistema de alimentação e enchimento para moldes de fundição, que será o
próximo
item do trabalho.
51
4.3 Procedimento para Cálculo de Sistemas de Alimentação e
Enchimento para Moldes de Fundição
4.3.1 Peça Vazada
Determinação dos pontos quentes, isto é, maior volume de metal em menor
área arrefecida (última parte da peça a se solidificar). Caso seja difícil de
visualizar,
calcular os módulos das partes da peça.
A
V
M , onde : V= Volume da parte da peça e A= Área Arrefecida pelo molde
O(s) alimentador(es) deve ser localizado na parte de maior módulo para
compensar a contração volumétrica do metal.
4.3.2 Alimentação
Deve ser feita a escolha por dois tipos de alimentadores, ou de topo ou cego.
A grande diferença entre os dois é que o primeiro tem melhor ação da gravidade,
mas resfria mais rápido por estar em contato com o ar. O massalote cego mantém
melhor a temperatura, mas tem uma efetividade um pouco menor. A escolha deve
ser feita também de acordo com as condições que a geometria da peça permita.
Existe uma prática de fundição que é fazer um entalhe no topo do massalote
com o objetivo de criar um ponto quente no alimentador e aumentar a sua
eficiência.
Abaixo será mostrado o método de cálculo das dimensões dos massalotes a
partir do módulo da parte a ser alimentada.
4.3.3 Módulo do Massalote
al p M k.M , onde: Mal = Módulo do Massalote
k = coeficiente de segurança
Mp= Módulo da Peça
Valores de “k”:
Aço = 1,2
FoFo Cinzento = 0,8 a 1,0
FoFo Nodular = 1,4
52
É recomendado que para início dos cálculos se use valor máximo do
coeficiente de segurança, para garantir que haja sanidade das peças. Conforme os
resultados dos primeiros testes que sejam realizados obtenham resultados pode-
se
reduzí-los sem comprometer a sanidade.
O diâmetro (Dm) e altura (Hm) do massalote são calculados conforme as
equações abaixo, além do volume para massalote cilíndrico:
m al D 4.M e m m H 1,5.D e
4
. . 2 V Dm Hm
m
Não esquecer de multiplicar o volume do massalote pelo número de
alimentadores.
Deve-se verificar que o massalote tenha um volume de metal suficiente para
compensar a retração volumétrica da peça, usando a seguinte equação:
V V .contrvol.2 massalote peça
Caso o volume do massalote seja menor que a peça e a sua retração, então
se devem aumentar as dimensões do alimentador, para que essa condição seja
satisfeita.
4.3.4 Raio de Ação dos Alimentadores (se necessário)
Essa é a distância máxima ao redor do núcleo da peça para que não haja
rechupes devido à contração metálica não compensada em metal líquido durante a
solidificação. Tal dimensão é mostrada na figura 19.
Valores de Contração Volumétrica
para Cada Material (%)
Aço Carbono _ 2,0 a 3,5
FoFo Cinzento e Nodular _ 0 a 2,0
53
Fig. 19 – Raio de Ação a Ser Calculado Sem a Utilização de Resfriadores
4.3.5 Ligação Massalote/Peça
A figura 20 e a tabela 2 abaixo indicam o modo de ligar o massalote com à
peça, segundo [6].
Fig. 20 - Ligação Massalote Peça
Tabela 2 – Dimensões da Seção Estrangulada
4.3.6 Sistema de Enchimento
Antes de calcular a área do canal de descida é necessário determinar a
velocidade de escoamento do metal líquido na base do canal de descida:
2 1 v k. 2.g.h , onde:
Mínimo Máximo Mínimo Máximo
Aços 0,40 Dm - 0,14 Dm 0,18 Dm
Ferros Fundidos 0,33 Dm 0,66 Dm - 0,18 Dm
Material d e
54
k = coeficiente que depende de muitos fatores, como material de moldação e
forma
dos canais. O valor usado varia entre 0,2 e 0,8. Valores perto de 0,8 resultarão em
velocidades maiores. Esse coeficiente quantifica o atrito entre o metal líquido e as
paredes do molde.
g = aceleração da gravidade, equivalente a 9,81 m/s2.
h1 = altura da panela até a poça do canal de descida, que é a altura da caixa do
molde mais a distância entre a panela de vazamento e o funil de descida.
O próximo passo do procedimento é o cálculo do sistema de enchimento,
onde primeiramente deve-se dimensionar a área da base do canal de descida,
pela
equação abaixo:
máx
metal
tvt
V
S
.2
, onde: Vmetal = Volume de metal a ser vazado para encher o molde
e os canais de distribuição e ataque.
Agora que se tem a área do canal de descida, deve-se verificar o tipo de
escoamento existente no canal. Como já foi explicado antes, o escoamento
laminar
deve ser priorizado. A equação para o número de Reynolds segue abaixo:
. .2 v D
Nr , onde: v 2 = velocidade na base do canal de descida
D = diâmetro do canal de descida
_ = peso específico do líquido
_ = viscosidade absoluta do líquido
O diâmetro do canal de descida é calculado pela área do canal, que tem uma
seção circular. As propriedades das ligas se encontram na tabela 3.
Tabela 3 – Propriedades dos Materiais no Estado Líquido, segundo [7]
Propriedades Ferro Fundido Aço
Viscosidade Absoluta (_) 3,72 .10-2 kg/ms 6,2 .10-2 kg/ms
Peso Específico (_) 6100 kg/m3 6980 kg/m3
Material
55
Depois de dimensionado o canal de descida, deve-se fazer a escolha por um
sistema pressurizado ou não-pressurizado. As relações entre o canal de descida,
canal de distribuição e canal de ataque estão explicadas no item 2.4.6 e as
relações
mais usadas estão na tabela 1.
Algumas recomendações são válidas para o canal de distribuição, tais como:
aumentar um pouco o fim do canal para funcionar como purga de escória, além da
redução das secções transversais do canal de distribuição, para compensar as
perdas de carga e manter pressões e velocidades iguais nos canais de ataque.
Para dimensionar o canal de distribuição a partir da área dele toma-se o
formato de um quadrado, onde a sua área é calculada através da fórmula a seguir:
A a2 , Existe a recomendação de aumentar um pouco a base e diminuir a base
menor, formando um trapézio para que se eliminem os cantos vivos, porém a área
não é afetada.
O último duto a ser dimensionado é o canal de ataque, que fará a ligação do
canal de distribuição com a peça. Com a sua área já determinada, suas arestas
podem ser calculadas com a ajuda da figura 21.
a 2. Sa e 4
b a
Fig. 21 – Dimensões do Canal de Ataque
Esses são os elementos básicos para se calcular um sistema de alimentação
e enchimento para moldes de fundição. Com esse procedimento torna-se mais
fácil
a compreensão, pela simplificação dos cálculos que, de outra forma, dificultariam o
acesso de muitas pessoas, devido à necessidade de possuir conhecimentos mais
abrangentes na área de engenharia e matemática.
56
5 CONCLUSÕES
Sistemas de alimentação e enchimento para moldes de fundição é uma área
de projeto interdisciplinar que demanda uma série de conceitos importantes para
garantir a qualidade do fundido. A elaboração de um procedimento simples, que
facilite o seu uso por pessoas sem conhecimentos profundos em engenharia, não
pode omitir requisitos definidos com base em fundamentos teóricos.
Para se efetuar os cálculos, o projetista deve possuir um conhecimento
mínimo de matemática e geometria, que lhe permita dividir a peça, visualizá-la e
proceder aos cálculos de maneira correta. O conhecimento prático de fundição não
é
de extrema necessidade, porém auxilia a efetivação do projeto.
Para ambas as peças os experimentos práticos foram alcançados com
sucesso, porém como a geometria da peça e as variáveis de fundição podem
influir
na sanidade das peças, é recomendável realizar mais testes para chegar a um
melhor desempenho do projeto.
O procedimento desenvolvido é confirmado através dos ensaios e pode sofrer
mudanças, na medida em que forem realizados mais testes práticos, com seus
resultados analisados com base na literatura. Este trabalho é o passo inicial para
que se consiga chegar à otimização do projeto.
Este trabalho visa ser apresentado àqueles que não tenham conhecimento
sobre projetos de moldes de fundição, mas que tenham suficientes bases em
matemática e geometria. Por exemplo, a realização de trabalhos nessa área por
estagiários ou funcionários pode ajudar em muito a consolidar o conhecimento em
fundição e seus processos dentro das empresas.
57
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ASM HANDBOOK, Vol. 15: Casting, ASM International, The Materials
Information Society for Metals, 9.th Edition, 1988.
[2] BEELEY, P.R. Foundry Technology. London: Butterworths, 1st Edition,1972.
[3] FOX, R.W., Mc DONALD, A.T. Introduction to Fluid Mechanics. New York.
John Wiley & Sons, Inc. 2.nd Edition, 1976.
[4] FERREIRA, J. M. G. C. Tecnologia da Fundição. Lisboa. Fundação Calouste
Gulbenkian. 2ª Edição, 1999.
[5] SMITH, W. F. Structure and Properties of Engineering Alloys. New York.
McGraw-Hill. 2.nd Edition, 1993.
[6] PUBLICAÇÃO TÉCNICA. Determinação dos Sistemas de Massalotes e
Canais. Belo Horizonte. SENAI – Departamento Regional de Minas Gerais. 2ª
Edição, 1987.
[7] BUSCHINELLI, A. J. A., NIÑO, C. E. Tecnologia da Fundição. Apostila da
disciplina EMC 5261 – UFSC, 2002.
[8] CHIAVERINI, V. Aços e Ferros Fundidos. São Paulo. Associação Brasileira
de
Metais. 4ª Edição, 1981.
58
7 APÊNDICE 1 – CÁLCULOS DA PEÇA 1
7.1 Parte 1
Cálculo do módulo da parte 1 através da relação entre o volume e a área:
11 11 int11 V V V tot (1)
11 11 11 . . 2
2
int 31
2
int11 int11 11 11 12 11
2
int11
2
11 . 59,25 32,5 2..32,5.22,0 2..59,25.22,0 . 59,25 44,5 totarref A (2.1)
2
A 25200,65 mm totarref (2.2)
11
mm
mm
mm
A
V
M
totarref
6,74
25200,65
0,17.10
2
63
11
11
11 _ _
_
_
__
_
_
_
_
_
_
__
_
_
(3)
7.2 Parte 2
21 21 int 21 V V V tot (4)
21
2
11 21 int11 21
2
int11
2
21 11 . 2. . . 2. . 6 . totarref tot tot tot tot A R R R h R h (5.1)
. 59,252 32,52 2. .59,25.19,0 2. .32,5 6.19,0
21 totarref A (5.2)
2
21 A 19379,88mm totarref (5.3)
59
mm
mm
mm
A
V
M
totarref
6,19
19379,88
0,12.106
2
3
21
21
21_ _
_
_
__
_
_
_
_
_
_
__
_
_
(6)
7.3 Parte 3
31 31 int31 V V V tot (7)
31
2
int 31 V (7.2)
3
31 V 336631,94mm tot e 3
int 31 V 108869,92mm (7.3)
3
31 V 227763,02 mm (7.4)
int 31 3 31 31
2
11
2
31
2
int 31
2
31 31 . . 2. . . 1 2. . totarref tot tot tot tot Rtot tot A R R R R R h h (8)
.78,252 44,52 .78,252 59,252 2. .44,5.17,5 2. .78,25.17,5
31 totarre A (8.1)
2
31A 34719,49 mm totarref (8.2)
mm
mm
mm
A
V
M
totarref
6,56
tot
34719,49
227763,02
2
3
31
31
31 _ _
_
_
__
_
_
_
_
_
_
__
_
_
(9)
Como o módulo da parte 1 foi o de maior valor, é nessa parte que o
massalote deve ser posicionado. Devido às dimensões da peça o ideal é colocá-lo
na forma lateral, sendo impossível ser massalote atmosférico. A próxima etapa é
calcular o módulo total da peça através do volume e área total para que se possa
dimensionar o alimentador. O coeficiente de segurança para o ferro fundido
cinzento
adotado é de 0,9.
7.4 Módulo da Peça
mm
mm
mm
A
V
M
T
T
T9,00
57595,55
518463,43
2
3
1
1
1_ _
_
_
__
_
_
_ _
_
_
__
_
_
(10)
M x mm m 0,9 9,00 8,10 1 (11)
60
7.5 Dimensionamento do Sistema de Alimentação
Agora serão dimensionados o diâmetro e a altura do massalote, para que se
possa calcular o seu volume e verificar se haverá metal suficiente para alimentar
uma peça. Os valores abaixo para se dimensionar o massalote foi obtido em [6].
D M mm mm m m 4. 4.8,10 32,4 11 1 (12)
H D mm mm m m 1,5. 1,5.32,4 48,6 11 11 (13)
3
2
11
2
11
11 4 .48,6 40069 ,70
. . 32,4 . 4 H mm V D m
m
m __
_
__
_ _
__
_
_ __
_
(14)
33
V V .cv .2 518463,43mm .0,02.2 20738,53 mm m T fc (15)
11 1
Como o molde tem cavidades para seis peças, e estão dispostas de modo
que um massalote alimente quatro peças diferentes e outro alimente duas,
devemse
calcular os dois massalotes. Começando com duas peças:
33
21 V 40069,70mm .2 80139,4 mm m (16)
3
21 21
2
21
21 . 4 . 1,5. 80139,4 1,17 m m
m
mD D D V _
__
_
_ __
_
(17)
D mm m 40,91 21 e H mm m 61,37 21 (17.1)
3
V V .cv .2. 2 51846,43.0,02.2. 2 41477,07 mm m T fc (18)
21 1
2 2 3 3
1V 51846,43. 6 . 61,36 .92,05 / 4 . 77,32 .115,98/ 4.(2) 4,47.10 m metal
(26.1)
v k 2.g.h 0,5 2.9,81.(0,186 0,1) 1,18 m/ s 21 21 (27)
Conhecendo-se o volume de metal e a velocidade na base do canal de
descida, pode-se calcular a área do canal de descida e verificar o tipo de
escoamento através do número de Reynolds, os valores de _ e _ foram retirados
da
tabela 3, do item 4.3.6.
42
3
21 1
1
11,18.12 3,15.10
4,47.10
v .t m
AV
máx
metal
cd
ou 315 mm2 (28)
D A mm cd cd 2 2 315 20,0 1 1 (29)
. . 1,18.0,02.6100 3,72.10 2 3869,89
1 21 1 R cd N v D (30)
(34)
OBS: A área 2 “A2” é a metade da área de uma elipse.
3
12 12 2 V A .2. . D 2 3570,1.2. . 577,4 2 6476002,88 mm T T (35)
A próxima etapa é o cálculo da área arrefecida do metal líquido que está em
contato com a areia do molde. Note que os valores de área dessa etapa são
diferentes da etapa 35.
12 1 2 3 A A 2.A A arref (36)
(37)
78,56.2. .577,4 22.25,52.2. .528 2113,22.2. .577,4 212 arref A (38)
2
1A 428915,63 mm arref (39)
Agora, com o volume da parte um e a área total arrefecida é possível calcular
o módulo da parte 1.
65
mm
mm
mm
Aarref
V
M 15,09
428915,63
6476002,88
2
3
12
12
12 (40)
8.2 Parte 2
O cálculo da parte 2 é igual à parte 3, por ser uma peça simétrica, portanto só
será demonstrada uma vez. O desenho com as dimensões dessa parte se
encontra
na figura 11. O diâmetro total dessa parte é 528 mm.
2
1A 27,7.42 1163,4 mm (41)
Para a área 2 foi feita uma aproximação de um retângulo, a fim de se facilitar
os cálculos.
2
2 A 8,55.19 162,45 mm (42)
.2. .528 22 1 2 V A A (43)
3
2V 1163,4 162,4 .2.. 528 2 2199268,16 mm (44)
A próxima etapa é a determinação da área total arrefecida, ou seja, que
estará em contato com as paredes do molde:
2
1 A 27,7 42 .2.. 528 2 115615,63 mm (45)
2
2 A 23 8,55 .2.. 472,6 2 46842,81 mm (46)
2
3A 19.2.. 455,5 2 27188,91 mm (47)
Com os resultados encontrados é possível determinar os módulos das partes
2 e 3.
mm
AAA
V
M 11,59
189647,35
2199268,16
123
2
22
(48)
M M 15,09 mm 11,59 mm 12 22 _ (49)
66
De acordo com os cálculos acima, os massalotes deverão estar posicionados
na parte 1, não se preocupando com as partes 2 e 3, pois, estas serão
alimentadas
pela parte 1. Será necessário conhecer o volume total de metal da peça para
cálculos futuros.
6 3
212 V V V .2 6476002,88 2199268,16 .2 10,87.10 mm T (50)
8.3 Dimensionamento do Sistema de Alimentação
A peça 2 é um anel, que pode ser tratado como uma barra. Então para este
caso é necessário conhecer o raio de ação, de modo a determinar o número
necessário de massalotes e suas distância efetivas de alimentação, como mostra a
figura 22.
Fig. 22 – Raio de Ação da Peça 2
Para a peça 2, o “T” é igual a 89,4 mm, e o diâmetro total é 577,4 mm, o
tamanho total da “barra” corresponde ao perímetro da peça, mostrado abaixo:
p 2. .577,4 21813,95mm 2 (51)
Alguns autores, [1- 3], citam que a distância “T” deve ser multiplicada por um
fator, que como indica a figura 13 é quatro. Porém para estes cálculos, foi usado o
fator três, para se garantir uma maior segurança durante os testes. As distâncias
entre cada par de alimentadores foram calculadas abaixo:
67
D mm r 3. 89,4 268,2 2 (52)
1813,95 268,2 6,76 2 m N (53)
Este último foi calculado através da relação entre o perímetro da peça e a
distância entre cada par de massalotes. A conclusão é que serão necessários de 6
a
7 alimentadores, o número escolhido foi 6, pois já foi aplicado um fator de
segurança
nos cálculos anteriores. O próximo passo é o cálculo dos alimentadores, onde o
fator
“1,2”, que é multiplicado pelo módulo da parte 1 é o coeficiente de segurança para
garantir a alimentação efetiva:
M mm m 1,2.15,09 18,10 2 (54)
D M mm m m 4. 4.18,10 72,4 2 2 (55)
H D mm m m 1,5. 1,5.72,5 108,68 2 2 (56)
A altura da peça 2 é 173,4 mm e sua metade, que é a partir da linha de
apartação é 86,7 mm. Então, para o massalote ter uma altura ideal, pode se
aumentar um pouco a altura a fim de se assegurar a alimentação da parte 2. O
volume do alimentador é calculado a seguir:
2 3 6 3
2
2
2
cd
R
vD
N (64)
O escoamento apresentará um pouco de turbulência, porém apenas nas
paredes do molde. Abaixo será apresentada a relação entre os canais de
enchimento da peça 2. Deve-se dimensionar o canal de distribuição para que haja
um aumento da pressão ao longo do canal de distribuição:
Canal de Descida : Canal de Distribuição : Canal de Ataque
1_ 462 mm2 : 0,90 _ 415,8 mm2 : 0,85 _ 323,4 mm2
Como a área do canal de distribuição deve ser 415,8 mm 2, considerando um
69
quadrado, cada aresta terá 20,39 mm, mas como a forma do canal será de um
trapézio, a base maior terá 24,4 mm e a base menor 16,4mm, com altura de
20,4mm.
Deverão ser feitos duas reduções sucessivas nos canais de distribuição, onde
a medida que será modificada é a altura, com reduções para 18,4mm e 16,4mm,
mantendo as demais dimensões.
Para o canal de ataque a área total é de 323,4 mm 2, para o cálculo da base
do canal “a” e a altura do canal “b”. As equações abaixo foram obtidas em [6].
a 2. A 2. 323,4 36,0 mm e b a 4 35,96 4 9,0 mm (65)
Depois de dimensionado todo o sistema de alimentação e enchimento para a
peça 2, serão descritos as etapas e os testes realizados para comprovação
experimental dos cálculos.