A OIT é o organismo responsável pelo controle e emissão de
normas referentes ao trabalho no âmbito internacional, com o objetivo de regulamentar as relações de trabalho por meio das convenções, recomendações e resoluções, visando proteger as relações entre empregados e empregadores no âmbito internacional. Funcionando da seguinte maneira, todos os anos, durante o mês de junho, é realizada a Conferência Internacional do Trabalho, uma assembleia geral que reúne quatro delegados de casa país, acompanhados de conselheiros técnicos e com direito a voto. Durante a Conferência são aprovadas convenções, recomendações e resoluções que visam melhorar as condições de trabalho em todo o mundo.
2) QUAL A ESTRUTURA DA OIT E SEUS ORGANISMOS
PRINCIPAIS?
Fundada em 1919 para promover a justiça social, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual é composta por delegados representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização. A OIT realiza o seu trabalho através de três organismos principais, compostos por representantes de governos, empregadores e trabalhadores: A Conferência Internacional do Trabalho define as normas internacionais do trabalho e as políticas gerais da OIT. Seu encontro acontece todos os anos em Genebra.
O Conselho de Administração é o conselho executivo da OIT. Ele se
reúne três vezes por ano em Genebra e toma decisões sobre as políticas da OIT, além de estabelece o programa e o orçamento que são submetidos à Conferência para adoção.
O Escritório Internacional do Trabalho é o secretariado permanente da
OIT. Trata-se do ponto focal para todas as atividades gerais da OIT, preparadas sob o escrutínio do Conselho de Administração e sob a liderança do Diretor-Geral.
O trabalho do Conselho de Administração e do Escritório é
apoiado por comitês tripartites que cobrem grandes indústrias, além de comitês de especialistas em assuntos como treinamento profissional, desenvolvimento de gestão, segurança e saúde no trabalho, relações industriais, educação dos trabalhadores e problemas especiais de mulheres e jovens trabalhadores.
3) DEFINA PARTICIPAÇÃO COLETIVA DOS EMPREGADOS NA
EMPRESA.
É uma garantia constitucional dada pela Carta Magna em diversos
institutos que visa o benefício dos trabalhadores. Dentre os institutos legais está o artigo 11 da Constituição da República prevê expressamente como direito fundamental social dos trabalhadores a eleição de um representante com a finalidade de promover o entendimento direto com os empregadores que contém com mais de 200 empregados. Conjuntamente com as normas que consagram a necessária participação do ente coletivo sindical dos trabalhadores no plano da negociação coletiva e na defesa dos interesses individuais e coletivos da categoria. A participação dos empregados diretamente nas empresas há previsão normativa internacional estabelecida pela Convenção 135 da OIT. Ela prevê que os representantes dos trabalhadores na empresa devem ser beneficiados com uma proteção eficiente contra quaisquer medidas que possam vir a prejudicá-los, nos mesmos moldes dos dirigentes sindicais. Trata-se, portanto, de garantia de emprego desde o registro da candidatura até um ano após o final do mandato. Além disso, facilidades devem ser concedidas, na empresa, aos representantes dos trabalhadores, de modo a possibilitar-lhes o cumprimento rápido e eficiente de suas funções.
4) QUAIS AS CARACTERISTICAS DAS CONVENÇÕES DA OIT?
Dentre suas características podemos citar que:
1) São tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que
podem ser ratificados sem limitação de prazo por qualquer dos Estados- Membros.
2) Até dezoito meses da adoção de uma convenção, cada Estado-
Membro tem obrigação de submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional) para aprovação. Após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do tratado, o que importa na incorporação automática de suas normas à legislação nacional. Após a ratificação, o Estado-Membro deve adotar medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da convenção em prazos determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento. Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais representativas de empregadores e trabalhadores.
3) No âmbito Internacional a vigência inicia-se doze meses após
ratificação de uma convenção por dois Estados-Membros. Já no âmbito nacional a vigência inicia-se a partir de doze meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde que a convenção já vigore em âmbito internacional. 4) Uma convenção pode ser objeto de revisão.
5) A abrangência de cada convenção é definida em seu texto,
havendo, porém, em algumas convenções, possibilidade de exclusão total ou parcial de ramos da atividade econômica, empresas ou produtos, ou mesmo a exclusão de aplicação de parte da convenção em todo o território nacional, a critério da autoridade nacional competente, após consulta às organizações representativas de empregadores e trabalhadores.
5) QUAIS OS TIPOS EXISTENTES DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
COLETIVOS DE TRABALHO E SUAS DISTINÇÕES?
Raimundo Simão, Amauri Mascaro Nascimento, Francisco
Ferreira Neto, entre outros, acreditam que há apenas três formas de solução de conflitos: a autodefesa, a autocomposição e a heterocomposição.
a) AUTODEFESA: As formas de autodefesa seriam,: a greve, o lockout, a
boicotagem, a sabotagem, os piques obstativos, pois com esta atitude a parte tenta impor, pela força, seu ponto de vista .
b) AUTOCOMPOSIÇÃO: Forma de composição voluntária, onde as partes
fazem concessões recíprocas, mesmo que sob a intervenção de um terceiro (conciliação ou mediação).
c) HETEROCOMPOSIÇÃO: É a solução obtida pela imposição de terceiro
estranho à relação ( arbitragem ou decisão judicial) .
6) QUEM PODE INSTAURAR E PROVOCAR O DISSIDIO
COLETIVO NA JUSTIÇA DO TRABALHO? Podem propor um dissídio os sujeitos que estão aptos a negociar as condições de trabalho. São eles:
Sindicato: pode instaurar o dissídio em qualquer situação. O artigo
857, parágrafo único, da CLT, coloca que “quando não houver sindicato representativo da categoria econômica (empregadores) ou profissional (empregados), poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação”.
Empresa: assim como o sindicato, a empresa pode instaurá-lo em
qualquer situação, conforme artigo 616, §2º da CLT. “No caso de persistir a recusa à negociação coletiva […] é facultada aos Sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo”.
Ministério Público do Trabalho: como dissemos, em caso de greve em
atividade essencial com possibilidade de lesão do interesse público, o MPT pode propor dissídio coletivo.
7) QUANDO É POSSÍVEL O USO DA AÇÃO DE CUMPRIMENTO
NA JUSTIÇA DO TRABALHO EM SEDE DE DISSIDIO COLETIVO E QUEM DETÉM LEGITIMIDADE?
No Direito do Trabalho quando não observada o
cumprimento pelo empregador, poderá se utilizar da ação de cumprimento da Justiça do Trabalho e terá legitimidade para esta ação os empregados ou os sindicatos, conforme disposto no art. 872 da CLT, onde darão entrada na Ação de Cumprimento em Varas do Trabalho.
8) QUAL O SIGNIFICADO DE NEGOCIADO SOBRE O
LEGISLADO CONFORME A CLT?
O legislado é composto primordialmente pelos direitos
trabalhistas previstos nos arts. 7º ao 11 da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que é a principal legislação que regula o trabalho subordinado, isto é, aquele em que o trabalhador executa o serviço sob as ordens do patrão e é por ele remunerado. O negociado se constitui nos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) ou Convenções Coletivas de Trabalho (CCT), que podem ser firmados pelos sindicatos das categorias dos trabalhadores com uma ou mais empresas (ACT) ou entre os sindicatos das categorias de trabalhadores e os sindicatos das categorias econômicas das empresas (CCT). Os primeiros aplicam-se apenas aos contratos de trabalho firmados entre os empregados e as empresas signatárias. Já as CCTs aplicam-se a todos os contratos de trabalho firmados entre os trabalhadores e as empresas, que estejam no âmbito de representação das entidades sindicais signatárias. Os ACT e CCT são normas coletivas de trabalho, juridicamente reconhecidas no Texto Constitucional. Essas normas podem estipular outras condições de trabalho, que também regerão os contratos de trabalho por elas abrangidos. O que se pretende, na verdade, com essa nova reforma trabalhista, é reduzir direitos dos trabalhadores e, dessa forma, diminuir os riscos e os custos das empresas, aumentando suas margens de lucro.
9) QUAL O SIGNIFICADO DE ULTRATIVIDADE DAS NORMAS
TRABALHISTAS?
Fenômeno jurídico que permite que uma norma, esgotado
seu prazo de vigência, continue a produzir efeitos. Para aplicarmos o conceito no contexto deste estudo, bastaria considerar o termo “norma” como aquela emanada das relações coletivas (instrumentos coletivos). A magistrada Lilian Gonçalves descreve o sistema ultrativo como aquele onde as cláusulas normativas, revestidas de natureza e eficácia de norma jurídica, situam-se em nível superior à vontade das partes e, portanto incorporam os contratos individuais de cada beneficiário por elas alcançado, mesmo após o término do prazo de vigência preestabelecido.
10) FAÇA DISTINÇÃO ENTRE COGESTÃO E AUTOGESTÃO.
Autogestão é a administração de um organismo pelos seus
participantes, em regime de democracia direta. Em autogestão, não há a figura do patrão, mas todos os empregados participam das decisões administrativas em igualdade de condições. Em geral, os trabalhadores são os proprietários da empresa autogestionada. Já na cogestão a ideia básica é a de que a convergência decorra da divisão de poderes no plano da relação empregatícia. Assim, o empregador passaria a compartilhar poder com seus empregados. A cogestão pode se dar através da eleição de empregados para ingressar nos órgãos de direção do empregador ou através da criação de um órgão de representação, que agiria paralelamente à direção. A distinção encontra- se na quantidade de poder transferido, em quanto na cogestão o poder é compartilhado, na autogestão há um regime de democracia direta.