Laboratório
de Química
Orgânica
Definição Geral
A cromatografia é um
método físico-químico de
separação que se
fundamenta na migração
diferencial dos
componentes de uma
mistura devido a diferentes
interações entre duas fases
imiscíveis: fase móvel (gás,
líquido ou um fluido
supercrítico) e fase
estacionária (fixa, colocada
Transporte dos componentes de
em uma coluna ou numa uma amostra por uma fase móvel
superfície sólida). através de uma fase estacionária
A grande variedade de combinações
entre fases móveis e estacionárias a
torna uma técnica extremamente
versátil e de grande aplicação.
Os termos cromatograma,
cromatografia, método CaCO3 pigmentos
cromatográfico aparecem em dois separados
trabalhos descrevendo suas
experiências para separar pigmentos
de um extrato de folhas (clorofila e
xantofila) e gemas de ovo, utilizando
uma coluna de vidro empacotada
com CaCO3 finamente dividido (fase
estacionária) e éter de petróleo (fase
móvel). A separação dos Cromatografia (grego)
componentes pode ser verificada por
meio de faixas coloridas na coluna. kroma [cor] + graph
[escrever]
Apesar do estudo de Tswett e
de outros anteriores que
poderiam ser considerados
precursores do uso dessa
técnica, a cromatografia foi
praticamente ignorada até a
década de 30, quando foi
redescoberta. A partir daí,
diversos trabalhos na área
possibilitaram seu
aperfeiçoamento e, em
conjunto com os avanços
tecnológicos, levaram-na a
um elevado grau de
sofisticação, resultando no
seu grande potencial de Mikhail Semenovich
aplicação em várias áreas. Tswett
(1872-1919)
Classificação dos Métodos
cromatográficos
Cromatografia
Planar Coluna
Centrífuga Líquida
CCD CP CSC Gasosa
(Chromatotron)
Segundo o modo
de separação:
adsorção, partição,
troca iônica,
exclusão ou
misturas desses
mecanismos.
Segundo a fase estacionária utilizada: fase
estacionárias sólidas, líquidas e quimicamente
ligadas.
Esqueletos fósseis
(SiO2 + óxidos
metálicos) de algas
microscópicas
A amostra a ser
separada é aplicada
como uma solução no
centro do disco giratório
umedecido com o
solvente.
A eluição com solvente
gera bandas circulares
de separação dos
componentes que são
removidos juntamente
com o solvente para um
tubo de recepção.
Capacidade: 500 mg por componente, cerca de1 g total.
Adsorventes: Silica gel, alumina e silica gel - nitrato de prata.
Solventes: Compatível com todos os solventes comumente
usados nas outras técnicas cromatográficas, inclusive ácido
acético. Não apropriada para uso com ácidos minerais.
Vantagens especiais:
* Não aplicação de “spot” ou raspagem de bandas.
* Separações são rápidas, cerca de 20 min.
* Permite a observação direta por UV ou de compostos
coloridos durante a eluição.
* Camadas finas de 1, 2 or 4 mm apresentam alta capacidade.
* Utiliza-se pouco solvente e a eluição por gradiente é fácil. O
solvente é regenerado in situ, podendo ser re-utilizado.
* Atmosfera de nitrogênio previne oxidação das amostras.
* Compacta (facilmente removida de um laboratório para outro),
poucos controles e não necessita altas pressões.
* Baixo preço. Chromatotrons custam menos que um simple
HPLC preparativo.
Cromatografia em Papel
A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de
partição líquido–líquido, estando um deles fixado a
um suporte sólido. O suporte é saturado em água e
a partição se dá devido à presença de água em
celulose (papel de filtro). Este método, embora
menos eficiente que a CCD, é muito útil para a
separação de compostos polares, sendo
largamente usado em bioquímica.
1 - Reservatório de Gás
e Controles de Vazão /
Pressão.
2 - Injetor (Vaporizador)
de Amostra.
3 - Coluna
Cromatográfica e Forno
da Coluna.
4 - Detector.
5 - Eletrônica de
Tratamento
(Amplificação) de Sinal.
6 - Registro de Sinal
(Registrador ou
Computador).
Na cromatografia gás-líquido (CGL), os dois fatores que
governam a separação dos constituintes de uma amostra
são:
Tanto na cromatografia
gasosa (CG) quanto na
cromatografia líquida
(comumente de alta
eficiência, CLAE) e a
banda é registrada como
um pico, que idealmente Cromatograma mostrando a
separação dos enantiômeros do tetramisol,
deve ter formato princípio ativo de vários medicamentos
gaussiano. usados para ascaridíase.
Mecanismos das separações em CLAE
O C H3
I
MM = 570
C 15 H 31
I
Análise quantitativa por cromatografia
A análise quantitativa em
cromatografia é baseada em
estabelecer o valor da área da
banda cromatográfica. Na
cromatografia em coluna, isto
é, gasosa (CG) e em
cromatografia líquida
(comumente de alta eficiência,
CLAE) a banda é registrada
como um pico que, idealmente
deve ter formato gaussiano.
Em cromatografia gasosa de
alta resolução, onde são
usadas colunas capilares, não
é incomum que os picos
tenham perfil gaussiano.
Similarmente ao que
ocorre na cromatografia
em camada delgada
(CCD), onde as
manchas observadas
tendem ao perfil
gaussiano, isto é,
aumentam das bordas
para o centro da
mancha e,
simetricamente,
diminuem do centro
para a outra borda. Isto
é mostrado na ao lado,
em que as quantidades
de analito numa
mancha foram obtidas
para secções verticais.
Nas correspondentes bandas
cromatográficas as
quantidades dos analitos
tendem ao perfil gaussiano, isto
é, aumentam das bordas para
o centro da mancha e,
simetricamente, diminuem do
centro para a outra borda.
Quando a banda
cromatográfica é registrada na
forma de pico, a sua área pode
ser calculada, como mostrado
abaixo, como a área do
triângulo isósceles que
“engloba” o pico
cromatográfico.
Na cromatografia em camada
delgada a área da mancha é
estabelecida pelo princípio de
densitometria. A
densitometria faz a contagem
do número de pontos de uma
imagem.
O procedimento e princípio de
obter áreas em CCD a partir
de imagens digitalizadas e
arquivadas em computador .
O número de pontos que
define a mancha (como “vista”
por um densitômetro ou
computador) é proporcional á
área da mancha.
O princípio da densitometria
As placas – no caso com
manchas visíveis de corantes –
são digitalizadas e com o arquivo
gerado realiza-se a contagem dos
pontos (pixeis é o termo usado na
área de computação) que
compõem cada mancha. A
contagem pode ser feita
manualmente – com muita
paciência – ou por meio de um
programa que conte os pixeis.
O número de pontos é
proporcional à área da
correspondente mancha e,
conseqüentemente, proporcional
à quantidade de analito nela
existente. Esta metodologia
representa o princípio de Princípio do estabelecimento de área de
uma mancha de CCD por meio de
estabelecimento de áreas escaneamento da placa cromatográfica.
cromatográficas.
Apesar do método de determinar áreas ser diferente para CG
e CLAE, o princípio é o mesmo do usado em CCD. O princípio
básico da quantificação é que a área dos picos registradas no
cromatograma é proporcional à massa do composto injetada.
Assim, é fundamental para a confiabilidade da análise que a
área dos picos seja medida o mais exata e reprodutível
possível. Existem vários modos de se medir a área de um
pico cromatográfico:
ou
2. Integradores Eletrônicos. Integradores são dispositivos
baseados em microprocessadores que coletam o sinal
cromatográfico, digitalizam-no (transformam o sinal elétrico
em números), detectam a presença de picos e calculam a
sua área. Integradores são muito mais precisos e rápidos
que qualquer método manual de medida, desde que
empregados convenientemente. Embora sejam dispositivos
caros, quando é necessária rapidez na produção de
resultados, o seu uso é quase mandatório.
OH OH OH
NO2
HNO3-H2O
+
NO2
Separação de mistura de o- e p-nitrofenol por CG
HO HO OH
H2SO4
+
O O
AcOH, H2O2
OH
IBX,
AcOEt, O OH
o
80 C I
O
IBX
O
O
Antibiótico Ác. iodóxibenzóico
O
macrolídeo
O
Acompanhamento de reação por análise
cromatográfica no CG
HO HO OH
+
O O
OH
Acompanhamento de reação por análise
cromatográfica no CG
HO
O
OH
IBX,
AcOEt,
o
80 C
O
O
Exercício de CLAE - Provão
A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) é um dos métodos
cromatográficos mais modernos utilizados em análise (CLAE
analítica) e separação/purificação de misturas (CLAE preparativa).
No próximo slide são dados os cromatogramas X, Y e Z de uma
mistura de compostos presentes em analgésicos: aspirina (A),
cafeína (B), fenacetina (C) e paracetamol (D), utilizando três fases
móveis diferentes, no modo isocrático, em uma mesma coluna.
Avaliando esses cromatogramas, responda às perguntas abaixo.
(a) Qual a fase móvel mais apropriada para ser utilizada em
escala preparativa, e a fase móvel mais adequada para utilização
em escala analítica, considerando um grande número de amostras
a serem analisadas? Justifique sua resposta.
(c) Sabendo-se que o composto mais polar elui primeiro, qual o
composto de maior tempo de retenção? Justifique sua resposta.
(b) Qual o tipo de coluna (fase reversa ou fase normal) utilizada
nestes três experimentos? Justifique sua resposta.
Referências
COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a
métodos cromatográficos.5ª ed. Campinas: Editora da Unicamp,
1993.
DEGANI, A. L. G.; QUEZIA , B. C.; VIEIRA, P. C. Cromatografia
– Um breve ensaio. Química Nova Na Escola. 1998, No. 7, 21.
Pereira, A. S.; Radler, F. A. N. Estado da arte da cromatografia
gasosa de alta resolução e alta temperatura. Química Nova,
2000, 23,
ANDRADE, J.B.; PINHEIRO, H.L.C.; LOPES, W.A.; MARTINS,
S.; AMORIM, A.M.M. e BRANDÃO, A.M. Determinação de
cafeína em bebidas através de cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE). Química Nova, 1995, 18, 379.
Antônio Luiz Pires Valente (in memoriam), Fabio Augusto e
Cássio Ricardo Fares Riedo - ANÁLISE QUANTITATIVA POR
CROMATOGRAFIA Universidade Estadual de Campinas,
Chemkeys.com.
http://www.chromatotron.com/chromatotron/specs.html