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O tema “licitações e contratos” é um dos mais “queridinhos” das ilustres bancas organizadoras.
Está-se diante da Lei “do capeta”, a tal Lei 8.666, de 1993. Mas, diga-se de passagem, é
“capeta” só quanto ao número, afinal seus detalhes são vencíveis com um pouco de
concentração.
Esse resumo pode ser utilizado para qualquer concurso público, porém, é, especialmente,
dirigido aos candidatos de acesso aos cargos do MPU 2013. É que a ilustre Cespe informou que
cobrará a Lei de Licitações, mas não deixou, de forma expressa, a certeza de que a parte de
contratos será ou não objeto de cobrança.
Na dúvida, guerreira(o), eu não estudo! Rs. Pode parecer paradoxal, é que há tanta matéria “pra”
estudar, e não me parece razoável encher a “cachola” com desinformações.
Mas, por descargo de consciência, vou contemplá-los com um resumo temático de contratos
administrativos.
Cyonil Borges.
1 - Introdução
Cabe relembrar, ainda, que o resultado da licitação é vinculante para a Administração, não
se admitindo a seleção de proposta que não seja a mais vantajosa. Vejamos, de novo, o art.
50 da Lei de Licitações e Contratos, a qual chamo, doravante, de LLC:
A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das
propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Ah! Como destacado, o fato de a Administração adjudicar o objeto da licitação não quer
significar (nem de longe!) eventual direito de contratação. A Administração (com toda a
prudência que merece a situação) pode deixar escoar o prazo de validade das propostas
comerciais ou ainda revogar a licitação, para a promoção de novo certame.
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a
contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Então, superados 60 dias, o licitante não está mais obrigado à proposta que apresentou.
Pescou? Não entendeu? Então responda: regularmente convocado, o licitante não comparece
para assinar o contrato. E agora? A Administração simplesmente não contrata ninguém?
Mais uma vez a resposta é dada pela Lei, que no mesmo art. 64 fixa:
Com a leitura atenta do dispositivo, percebe-se que a Administração pode convocar outros
licitantes, desde que o primeiro colocado no processo licitatório não compareça para
assinar o contrato, mas nas condições propostas pelo primeiro (em preço e prazo).
Todavia, vencido o prazo, os licitantes ficam liberados do compromisso e a Administração
apta à realização de novo certame.
Outra consideração de realce é que contratos não são atos administrativos propriamente
ditos. Como assim? Contratos não são produzidos pelo Estado-administrador?
Responda rápido: quem é maior, o ser humano ou o mamífero? Com certeza, o mamífero. O
ser humano pertence à classe dos mamíferos. Com outras palavras, o ser humano é um
mamífero em sentido estrito.
Com essa colocação, esclareço que contratos administrativos são apenas espécies dos
contratos da Administração, pois estes envolvem, cumulativamente, os contratos regidos por
normas de Direito Privado, igualmente praticados pela Administração (são reconhecidos pela
doutrina como contratos semipúblicos).
Fixação
CESPE - TA (IBAMA)/IBAMA/2012
Comentários:
A Administração pode celebrar, por exemplo, contratos de locação, os quais são contratos de
Direito Privado. Enfim, nem todos os contratos da Administração são Administrativos.
Gabarito: ERRADO.
Para a doutrina, “toda vez que o Estado firma compromissos recíprocos com terceiros, celebra
um contrato, ou seja, caracterizados pelo fato de que a Administração Pública figura num dos
pólos da relação contratual”.
É verdade. Em um dos polos está a Administração Pública como parte contratante (inc. XIV
do art. 6º – é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual), e na outra banda está
a pessoa física ou jurídica que firma o pacto, o contratado (inc. XV do art. 6º – a pessoa
física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública). E quem é
a Administração Pública para fins legais? A definição aparece no inc. XI do art. 6º, vejamos:
O fato de o contrato ser de Direito Privado não significa que não haja a aplicação de normas de
Direito Público, bem como não podemos afastar a aplicação de normas de Direito Privado nos
contratos administrativos, como bem espelha o art. 54 da Lei de Licitação. Vejamos:
Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral
dos contratos e as disposições de direito privado.
Percebe-se, sem dificuldade, que o Direito Privado, do qual o Direito Civil é ramo (por
exemplo), aplica-se tão-só em caráter subsidiário aos contratos administrativos, ou seja, quando
da existência de lacunas no direito público faculta-se a utilização supletiva do direito
privado e não a regência integral.
Assim, havendo uma lacuna (deficiência, incompletude) no trato dos contratos administrativos,
as normas de direito privado podem ser aplicadas supletivamente (subsidiariamente).
É claro que a Lei 8.666/1993 cuida dos contratos administrativos, contudo, os contratos
regidos predominantemente pelo Direito Privado não foram esquecidos. Vejamos o que diz
§3º do art. 62:
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que
couber:
Melhores momentos:
I) A LLC não se aplica na íntegra aos contratos de direito privado firmados pela
Administração. Apenas os arts. 55 e 58 a 61 são aplicados a tais contratos (no que couber); e
Dito isso, vejamos o conceito dos contratos administrativos, colocado na Lei 8.666 (art. 1º):
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre
órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de
vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
O art. 55 da LLC fornece um rol com 13 cláusulas necessárias, são elas. A seguir, quadro
resumo do autor Carlos Pinto Coelho Motta:
Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas,
inclusive daquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que
declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual,
salvo o disposto no §6o do art. 32 desta Lei.
A pergunta clássica das provas é se todas as cláusulas que constam do art. 55 são, de fato,
necessárias. Para esclarecer essa dúvida reproduzimos os ensinamentos do (melhor) autor da
disciplina Licitações e Contratos, o “cara”, Marçal Justen Filho:
Nem todas as hipóteses dos diversos incisos são realmente obrigatórias. Ou seja, a ausência
de algumas delas descaracteriza um contrato administrativo e acarreta a nulidade da avença.
Quanto a outras cláusulas, sua presença é desejável, mas não obrigatória. São obrigatórias as
cláusulas correspondentes aos incisos I, II, III, IV, e VII. As demais ou são
dispensáveis (porque sua ausência não impede a incidência de princípios e regras gerais) ou
são facultativas, devendo ser previstas de acordo com a natureza e as peculiaridades de cada
contrato.
Enfim, cláusula necessária não significa que a mesma tenha que constar do contrato,
expressamente. Interessante, não?
4. Características
As principais características dos contratos administrativos são CO F O CO I. Ah! Como
assim, COFOCOI? Que loucura é essa? Calma pessoal. Vejamos.
Os contratos administrativos são COnsensuais. De fato, não há contrato administrativo imposto
a ninguém. Os contratos, portanto, dependem de manifestação, consentimento, bilateral por
parte daqueles que vão integrá-lo.
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais
manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo
os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em
cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
(cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta lei, feitas em
regime de adiantamento.
A segunda é que nem sempre o contrato verbal é nulo e sem nenhum efeito, pois, o próprio
legislador autoriza sua celebração para pequenas compras (e não serviços, cuidado!) de pronto
pagamento (valores não superiores a R$ 4.000,00), o chamado regime de adiantamento.
Fixação
É considerado nulo, sem qualquer efeito, o contrato verbal feito pela administração, com
exceção dos relativos a contratações de pequenas compras de pronto pagamento, como as de
valor não superior a 5% do valor estimado para a modalidade convite, feitas em regime de
adiantamento.
Comentários:
A Lei prevê, por exceção, a admissibilidade de contratos verbais.
Gabarito: CERTO.
A terceira é que os contratos e seus aditamentos devem ser formalizados por escrito nas
repartições interessadas, o que facilita o controle interno e externo exercido por parte dos
órgãos competentes.
Porém, como toda regra, o legislador admite exceção. Quanto aos contratos relativos a direitos
reais sobre imóveis, exige-se que o instrumento de contrato seja lavrado em cartório de notas.
São exemplos de direitos reais (art. 1.225 do Código Civil de 2002): a propriedade; a superfície;
o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concessão de uso especial para fins de moradia; e concessão
do direito real de uso.
Outra característica dos contratos diz respeito ao caráter Oneroso. Os contratos firmados pela
Administração geram ônus financeiro, ou seja, a Administração pagará pelo que contrata (de
regra!).
A onerosidade, no entanto, nem sempre estará presente nos contratos administrativos. Por
exemplo: há contratos celebrados pela Administração nos quais, no lugar de adquirir algo,
haverá alienação (venda), e, claro, haverá ônus por parte dos particulares e não da
Administração contratante.
Uma última característica: o caráter intuitu personae. Significa que, em tese, o particular
vencedor da licitação é o que melhor comprovou as condições de contratar com a
Administração, devendo, portanto, ser o responsável pela execução do contrato.
Vale aqui uma breve observação, a de que subcontratação não retira (afasta) o
caráter intuitu personae e também não se confunde com subrrogação.
Além destas, mais à frente, trato da presença das cláusulas exorbitantes, uma das mais
importantes características dos contratos administrativos.
Fixação
Comentários:
Assim, muito clara a Lei: o contratado responde, ele mesmo, por suas obrigações. Mas, e se ele
ficar inadimplente? Será que não haveria a possibilidade de transferência de tais encargos para a
Administração contratante? Pela 8.666, não. Vejamos:
Resultado, quando do trabalhador termina seu contrato com a empresa e busca algum benefício
previdenciário junto ao INSS, não há nada. Neste caso, a dívida quanto aos encargos
previdenciários passa a ser da empresa (que normalmente já até encerrou suas atividades) e
do Estado também, que é SOLIDÁRIO em tal dívida. Desse modo, o trabalhador fica
relativamente mais protegido.
Gabarito: ERRADO.
5. Duração
De regra, o prazo dos contratos administrativos não pode ultrapassar a vigência dos créditos
orçamentários. Logo, os contratos administrativos terão sua vigência de acordo como o
orçamento, sendo, portanto, vedados contratos por prazo indeterminado(art.57, §3º, da
LLC).
Porém, essa é uma daquelas regras cheia de exceções, o que desperta o interesse de nossas
bancas examinadoras (e o nosso!).
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde
que isso tenha sido previsto no ato convocatório.
Nesse caso, a doutrina majoritária aponta que os contratos poderão ser prorrogados até o
máximo de quatro anos, isso se o instrumento convocatório tiver feito referência à
possibilidade de prorrogação.
Fixação
A duração dos contratos regidos pela Lei n.º 8.666/1993 fica adstrita à vigência dos respectivos
créditos orçamentários, excetuando-se os contratos relativos a projetos de longo prazo que
estejam autorizados no plano plurianual. Nesse caso, os contratos podem ser prorrogados
motivadamente, desde que tal prorrogação tenha sido prevista no ato convocatório.
Comentários:
A regra de duração é a vigência dos créditos orçamentários. Os projetos do PPA são, de fato,
exceções.
Gabarito: CERTO.
A regra segundo a qual o prazo de vigência do contrato administrativo não pode ultrapassar os
limites de vigência dos créditos orçamentários correspondentes comporta exceções, como a que
envolve os projetos de longo prazo previstos no plano plurianual, caso seja do interesse
da administração pública e desde que a prorrogação tenha sido prevista no ato convocatório.
(Certo/Errado)
Comentários:
Infelizmente, a ilustre banca nem sempre preza pela criatividade. E viva à Lavoisier...
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua
duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e
condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses.
No caso deste inciso, são serviços reconhecidos pela doutrina como de execução
continuada (os quais se contrapõem aos de execução instantânea). Em outros termos, serviços
que não podem sofrer solução de continuidade (não podem ser interrompidos), sob pena de
prejuízo à Administração, exemplos: vigilância; limpeza; motorista; e manutenção de
equipamentos (exemplo: elevadores).
O prazo contratual de tais serviços podem ser superiores, inclusive, ao prazo dos projetos
inclusos no Plano Plurianual, pois prorrogáveis até o limite de 60 meses.
E mais: de acordo com o §4º, em caráter excepcional, podem ser prorrogados por mais 12
meses, quando atinge o total de 72 meses.
Comentários:
Como sobredito, os contratos têm duração limitada à vigência dos créditos orçamentários, mas
a LLC prevê exceções.
Gabarito: CERTO.
Mais recentemente, com o advento da Lei 12.349, de 2010, ficou autorizada a prorrogação dos
prazos de vigência dos contratos por até 120 meses, caso haja interesse da administração. As
hipóteses estão previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII, XXXI do art. 24, a seguir:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de
uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de
comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
6. Execução
Bom, o contrato é um pacto, um acordo, e, como tal, deve ser observado, sob pena de o
instrumento cair em “descrédito” perante a sociedade. Vejamos o art. 66 da 8.666, de 1993,
estabelece:
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua
inexecução total ou parcial.
O destaque não consta do texto original, é para evidenciar, como dito, que o contrato deve ser
cumprido. Todavia, mais adiante, veremos que essa “obrigatoriedade” de execução não será
absoluta, sobretudo em razão da presença das cláusulas exorbitantes. Aguardem só um pouco,
ok? Antes disso, alguns detalhes importantes quanto à execução dos contratos
administrativos.
Entre as cláusulas necessárias, do art. 55 da LLC, acha-se o regime de execução. A
Administração tanto pode executar os serviços diretamente por meio de seu aparato, como
também utilizar-se de terceiros contratados com esta finalidade. Nessa ordem,
a execução pode ser direta e indireta. Vejamos.
A execução direta ocorre quando os serviços são prestados diretamente pelos próprios
órgãos da Administração. Por exemplo: uma Prefeitura, no lugar de terceirizar o serviço de
motorista, promove a realização de concurso público, e, a partir daí, realiza o serviço com seu
próprio pessoal e equipamentos.
Já a execução indireta é dividida em: empreitada global, por preços unitários e integral, e
tarefa. Como o próprio nome denuncia, a execução indireta ocorre quando a Administração
conta com apoio de terceiros, para execução de algo. A seguir, as definições de tais regimes
indiretos de execução.
- Empreitada por preço global: o preço ajustado leva em consideração a prestação de serviço
por preço certo e total. Nesse regime, o pagamento deve ser efetuado após a conclusão dos
serviços ou etapas definidos em cronograma físico-financeiro. Constata-se seu uso mais corrente
quando dos contratos de objetos mais corriqueiros, em que os quantitativos de materiais não
sofrem grandes flutuações.
- Empreitada por preço unitário: o preço leva em conta unidades determinadas da obra a ser
realizada. Diferentemente da global, são mais suscetíveis de variação durante a execução, razão
pela qual é mais adequada para contratos cujas quantidades de serviços e de materiais não são
definidas precisamente.
- Tarefa: é o que a doutrina reconhece como empreitada de lavor ou material, sendo regime
adotado para mão-de-obra para pequenos trabalhos, por preço certo, com ou sem fornecimento
de materiais.
O primeiro motivo é a admissão de obra ou de serviço cujo custo não esteja prévia e
criteriosamente fixado, com sua inclusão tanto no orçamento anual, quanto no plano
plurianual. O segundo, e mais óbvio, é que, sendo a remuneração da empresa contratada
parametrizada com base em percentual dos custos finais de execução, a tendência seria a
empresa elevar os custos o máximo possível, para que seus ganhos fossem maximizados.
7. Cláusulas Exorbitantes
A palavra exorbitante quer dizer “ir além”, “vencer limites”, “desbordar”, “extravasar”; já o
termo cláusula remete à idéia de regra, de dispositivo.
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e
serviçosvinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.
Bom, vejamos, rapidamente, informações a respeito de tais cláusulas, começando pela, sem
dúvida, mais “querida” pelo examinador: a alteração unilateral do contrato.
De acordo com §2º do art. 65, as alterações unilaterais não podem exceder a 25% do valor
inicial do contrato atualizado no caso de obras, serviços ou compras, limite válido tanto para
alterações qualitativas quanto quantitativas (Decisão 215/1999 – TCU – Plenário).
Por exemplo: um contrato de manutenção de elevadores (contratação de execução
continuada), com valor contratual de R$ 100.000,00/ano, não pode, unilateralmente,
ultrapassar R$ 125.000,00 (acréscimos) ou ficar aquém dos R$ 75.000,00 (supressões). O limite
de até 25% é a regra, então.
Obviamente, nem toda cláusula admite alteração unilateral. A Administração só pode alterar de
modo unilateral as cláusulas regulamentares ou de serviços dos contratos administrativos, não
sendo cabível a modificação unilateral das financeiras ou econômicas.
A primeira é que as modificações não podem, de acordo com a Lei, ultrapassar determinados
limites (25% de acréscimos e de supressões e 50% de acréscimos, neste último caso para
reforma de edifícios ou de equipamentos).
Destaca-se, inclusive, que a proteção às cláusulas financeiras não pode sequer ser afastada
por lei, isso porque a Constituição, em seu art. 37, XXI, dispõe expressamente que devem ser,
quanto às licitações, “mantidas as condições efetivas das propostas”.
Com efeito, o art. 58 dispõe em seu §1º que “as cláusulas econômico-financeiras e monetárias
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado”.
I) Regulamentares ou de serviço; e
Ressalte-se que, nas alterações unilaterais, o equilíbrio econômico financeiro deve ser
observado. Um exemplo numérico torna mais transparente a questão.
Suponha que a Administração tenha adquirido 100 bens, comprometendo-se a pagar R$ 100,00
reais. A Lei permite (art. 65, §1º) que a Administração acresça ou diminua as quantidades
contratadas em até 25%, sendo obrigatória a observância por parte do contratado, desde que
se mantenha o necessário equilíbrio econômico financeiro.
Até o momento, falamos sobre a alteração unilateral, logo de cláusula exorbitante. No entanto,
como deve proceder a Administração no caso de necessitar a redução aquém dos 25%?
Unilateralmente não pode! Hummm ... Resta a alteração de comum acordo (que, obviamente,
não é exorbitante)! Vejamos as possibilidades indicadas no art. 65, inc. II, da LLC:
O art. 87 da LLC registra as seguintes penalidades administrativas que podem ser aplicadas
pela Administração:
advertência;
multa;
suspensão temporária; e
declaração de inidoneidade.
Fixação
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada
à luz da Lei n.º 8.666/1993 e suas alterações.
Comentários:
Acrescento que, na esfera Federal, como atividade de controle interno, a competência para a
aplicação da penalidade é do Ministro de Estado.
Gabarito: ERRADO.
Também a possibilidade de exigência de garantia do contrato por parte da Administração
Pública é vista como cláusula exorbitante, uma vez que não encontra paralelo nos contratos
privados firmados entre particulares.
A garantia exigível pela Administração Pública junto ao contratado, daqui por diante
chamada de “garantia do contrato”, é um tanto diferente das garantias existentes
nos contratos privados firmados entre particulares.
Nesses últimos (contratos privados), quem apresenta garantia é o adquirente (de regra). É o
que ocorre no aval, na fiança, no depósito etc. Já no contrato administrativo,
a Administração Pública pode exigir garantia daquele que está lhe fornecendo(vendendo,
prestando serviços, executando a obra), com o propósito, em síntese, de assegurar o sucesso da
contratação realizada, pois, de certa forma, garante que o contratado tem condições de arcar
com o eventual ônus financeiro decorrente da contratação ou demonstra sua seriedade em querer
contratar.
Então, o contratado poderá ficar até 90 dias sem receber que, ainda assim, não pode sustar suas
obrigações, acabando por ter que, na prática, “financiar” o funcionamento da Administração
Pública.
Claro que o pagamento com atraso deve ser atualizado (corrigido) monetariamente, sendo tal
cláusula obrigatória nos contratos administrativos, por determinação expressa da Lei (inc. III do
art. 55 da Lei 8.666/1993). Mas, como sobredito, EVENTUALMENTE, o particular contratado
acaba “financiando” a Administração, pelo tempo em que fica sem receber pelo que vem
executando. As garantias exigidas mostram para Administração, assim, que
o contratado tem “bala na agulha”, ou seja, é capaz de suportar, eventualmente, insista-se, o
ônus advindo da contratação.
A Lei diz, ainda, ser a exigência de garantia ato discricionário. Vejamos (art. 56 da LLC):
É bom que se diga, também, que a garantia, quando exigida, é cláusula obrigatória no
contrato administrativo (inc. III do art. 55 da LLC), deve estar contida no próprio edital (o art.
56 determina sua inclusão no instrumento convocatório).
Assim, se o edital for omisso quanto à exigência de garantia, esta sequer pode ser incluída
em momento posterior, sem expressa concordância do contratado, pois deve ser conhecida a
real extensão de todas as obrigações que recairão sobre o contrato desde o momento de sua pré-
concepção, condizentes ao edital orientador da contratação futura.
Ressalte-se que a Administração Pública pode exigir garantia, mas não pode determinar,
especificamente, sua modalidade. A escolha do tipo de garantia fica sob a órbita de
discricionariedade do contratado. Vejamos (§1º do art. 56 da LLC):
Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I - caução em
dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma
escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido
pelo Ministério da Fazenda; II - seguro-garantia; III – fiança bancária.
- a garantia exigida do contratado não pode exceder 5% do valor contratado (§2º), podendo no
caso de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade
técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente
aprovado pela autoridade competente, chegar até dez por cento do valor do contrato (§3º);
Por fim, peço ao amigo concursando que não confunda exigência de garantia contratual com
a garantia de proposta (esta é item para a habilitação).
8. Extinção
A doutrina costuma apontar, tradicionalmente, três formas de extinção para os contratos
administrativos. A primeira forma é a “natural”, ou seja, pelo cumprimento do contrato. Esta,
aliás, é a forma desejável: que o contrato seja cumprido, fazendo com que o mesmo seja extinto
naturalmente.
Anulação ocorre em razão de ilegalidade. Na LLC, o assunto é abordado no art. 59, e a regra é
essa: caso a Administração Pública tenha de anular um contrato em razão de nulidade deste, não
fica isenta do dever de indenizar o contratado pelos prejuízos que sejam regularmente
comprovados. Atenção para o parágrafo único do art. 59 da LLC: pela norma, se o contratado
for responsável pela ilegalidade e o contrato for anulado por isso, o contratado deixaria de
ter direito de ser indenizado. Há muitas críticas doutrinárias (e mesmo jurisprudenciais) ao
dispositivo. A maior parte delas diz que a Administração Pública não pode deixar de fazer os
pagamentos ao contratado, mesmo no caso de ilegalidade imputável a este. Mas, pela Lei, deve-
se avaliar a boa-fé na conduta do contratado: se este for responsável pela ilicitude, com o
contrato sendo anulado, em razão de sua má-fé, deixa de ter direito à indenização.
A LLC consagra, ainda, o conhecido efeito ex tunc da anulação. Dessa forma, caso o vício (a
ilegalidade em si) tenha ocorrido na licitação, retroage-se àquela, declarando-se, de regra, a
nulidade de todos os atos subseqüentes e do próprio contrato. Com efeito, outro dispositivo
cuida do assunto, o art. 49, que assim estabelece no seu § 2º, § 2o, a nulidade do procedimento
licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
Consequentemente, havendo nulidade no processo licitatório, nulo será o contrato.
Fixação
Comentários:
Gabarito: ERRADO.
Pergunta interessante diz respeito à seguinte situação: caso haja nulidade em um contrato,
ainda assim, a Administração Pública poderia o manter? A resposta pode ser
positiva, a depender da circunstância. Vejamos.
Suponha um contrato que deriva de uma licitação que não tivesse seu edital publicado com a
antecedência exigida. O contrato, de grande vulto, já foi executado em mais de 80%, quando
se descobre a ilegalidade. Pergunta: melhor seria anular ou manter o contrato, promovendo-se a
responsabilidade de quem deu causa ao vício? A última alternativa é mais apropriada, sem
dúvida. Há jurisprudência de vários Tribunais Superiores (exemplificativamente – Acórdão
1.428/2003, do Plenário do TCU). Assim se procede tendo em conta a supremacia do interesse
público, que deve ser atingido da maneira mais ampla possível.
II) Ao proceder a anulação, deve-se avaliar a boa fé do contratado para concluir se este terá ou
não direito à indenização. Se não tiver agido de má fé, o contratado será indenizado pelos
prejuízos regularmente comprovados. Se tiver culpa quanto à anulação, o contratado, pela
LLC, perde o direito de ser indenizado; e,
III) Em alguns casos, a Administração Pública pode optar pela manutenção de um contrato
administrativo eivado de vício. Tal situação pode ocorrer em benefício da preservação do
interesse público. Todavia, deve-se promover a adequada apuração para que se conclua que é
responsável pela ilegalidade, aplicando-se as medidas que o caso requeira.
A terceira forma é a rescisão. O art. 78 da LLC nos fornece as situações que autorizam a
rescisão do contrato firmado junto a Administração, ou seja, desfazimento da avença (do
contrato) ainda durante sua execução, sendo decorrentes de: razões de interesse
público; descumprimento, culposo ou doloso, do contratado; inadimplência, em sentido
amplo, da Administração;e eventos estranhos à vontade das partes.
Observo que a rescisão, de forma distinta da anulação, pressupõe um contrato válido. A seguir,
resumidamente, apresentaremos as formas de rescisão.
Fixação
A rescisão do contrato firmado com a administração pública pode ser determinada por ato
unilateral e escrito da administração, na hipótese de ocorrência de caso fortuito ou de força
maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução contratual.
Comentários:
Gabarito: CERTO.
II – AMIGÁVEL: por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde
que haja conveniência para a Administração. Deverá ser precedida de autorização escrita e
fundamentada da autoridade competente. Entre outras características, destacam-se:
III – JUDICIAL: pelo fato de a Administração contar em seu favor com a rescisão unilateral
(cláusula exorbitante, logo, de natureza auto-executória), consideramos que esta espécie de
rescisão é promovida, regra geral, a partir de demanda do particular, a ocorrer,
especialmente, quando a rescisão amigável foi infrutífera, afinal de contas, decorre, muitas
vezes, de situações em que a Administração atua com abuso de poder, e
Fixação
A rescisão de um contrato administrativo por culpa da administração pública somente pode ser
feita na esfera judicial ou por acordo entre as partes.
Comentários:
A rescisão pode ser, igualmente, unilateral. Uma das cláusulas exorbitantes do contrato
administrativo.
Gabarito: ERRADO.
É bem verdade, como já se disse, que o contrato administrativo é como se fosse uma “lei” entre
as partes que o integram (“lex inter partes”) e deve ser cumprido obrigatoriamente (“pacta sunt
servanda”), porém, tão-somente se as condições inicialmente estabelecidas permanecerem
constantes do início ao término do ajuste, pois, caso contrário, aplicar-se-á a cláusula “rebus
sic stantibus” ("enquanto as coisas estão assim"), a qual, de certa forma, reduz a
obrigatoriedade de que o contrato deve ser cumprido a qualquer custo (“pacta sunt
servanda”), garantindo, por conseguinte, que o contrato seja alterado (revisto) ou mesmo
desfeito, sem ônus para as partes, no caso de ocorrência de um fato imprevisto.
O termo “álea” refere-se a um risco relacionado aos contratos, abrangendo três tipos,
segundo os ensinamentos da Maria Sylvia:
I) a ordinária, comuns às contratações, de modo geral;
Diferença entre álea ordinária e demais áleas → Álea ordinária é comum aos contratos
Diferença entre álea administrativa e econômica → Extraordinárias → Podendo levar a
revisão do contrato ou mesmo rescisão sem culpa das partes
“d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do
contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, na hipótese de sobreviverem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda,
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual.”
O fato do príncipe, decorrente de ato geral do Poder Público, não como parte contratual
(Estado-administrador), mas como Estado-império (príncipe), pode ser definido como
uma determinação estatal, geral, imprevista e imprevisível, positiva ou negativa, que onera
substancialmente a execução do contrato administrativo.
B – Fato da Administração
De início, é oportuno esclarecer que o fato da administração não se confunde com o fato do
príncipe, pois, enquanto o fato do príncipe incide de forma reflexa no contrato,
desequilibrando a economia do contrato; o fato da Administração relaciona-se diretamente
com o contrato. Embora distintos, têm efeitos bem próximos, pois, a depender do caso
concreto, podem acarretar até mesmo a rescisão do contrato ou a necessidade de revisão.
XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de
obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais
naturais especificadas no projeto.
A doutrina não é unânime quanto aos conceitos dos institutos, por essa razão, acompanharemos
o posicionamento DE PARTE DA DOUTRINA, o qual é o mais adotado a título de concursos
públicos, com a ressalva de que não existem verdades absolutas.
A força maior é definida como sendo o evento humano que, por imprevisível e inevitável,
cria a impossibilidade material de regular execução do contrato. São exemplos: greve que
paralise os transportes ou a fabricação de um produto que dependa a regular execução do
contrato.
Já o caso fortuito é evento da natureza também inevitável e imprevisível gerador
de impossibilidade total de regular execução do contrato. São exemplos: tufão destruidor em
região não sujeita a esse tipo de fenômeno e inundação imprevisível que cubra o local da obra.
D – Interferências imprevistas
Exemplo disso é quando em uma obra depara-se com terreno rochoso, sendo que a
Administração havia indicado em seu projeto o terreno como sendo arenoso. Cite-se, ainda, o
encontro de um lençol freático quando da construção de um túnel, e passagem subterrânea de
canalização ou dutos não revelados no projeto em execução.
10. Recebimento do objeto
Enfim chegamos à etapa final do contrato. É com o recebimento do objeto da licitação, a
empresa é liberada de seus encargos contratuais. O recebimento tem por finalidade
a certificação pela Administração quanto à ausência de problemas do objeto da licitação.
O art. 73 da LLC estabelece que tal recebimento pode se dar de modo provisório ou
definitivo, com características específicas a depender do objeto da licitação: obras ou
serviços; compras ou locação; gêneros perecíveis, serviços profissionais, e obras e serviços até
o limite do convite.
Fixação
CESPE - AL (CAM DEP)/CAM DEP/Técnico em Material e Patrimônio/2012
Comentários:
Alerto, ainda, para a leitura do §8º do art. 15 da LLC: o recebimento de material de valor
superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite (leia-se:
R$ 80.000,00), deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, três membros.
QUESTÕES EM SEQUÊNCIA
10) (2007/Cespe – TCU/Analista) A União, em suas contratações públicas, não pode conceder
tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte, pois tal comportamento
violaria o princípio da isonomia entre os licitantes. (Certo/Errado)
13) (2010/Cespe – Banco da Amazônia) Contrato é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da administração pública e particulares, em que haja acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada pelo documento que formaliza tal acordo. (Certo/Errado)
14) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 1/2009) Nos contratos celebrados pela administração
pública, exceto aqueles firmados com pessoas físicas, deve constar necessariamente cláusula
que declare competente o foro da sede da administração para dirimir qualquer questão
contratual. (Certo/Errado)
17) (Cespe – ANAC – Técnico Administrativo – Área 1/2009) Em nenhuma hipótese é possível
a celebração de contrato verbal com a administração em razão do rígido formalismo exigido, a
fim de evitar abusos e prejuízos ao erário. (Certo/Errado)
19) (2009/Cespe – TRT – 17R – Cargo 3) O contrato administrativo possui como uma de suas
características a natureza intuitu personae. Por essa razão, a lei veda a subcontratação, total ou
parcial, do objeto do contrato, a associação do contratado com outrem, bem como a cessão ou
transferência, salvo se estiverem expressamente previstas no edital da licitação e no contrato.
(Certo/Errado)
20) (2009/Cespe – TCU – Cargo 3) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae. (Certo/Errado)
21) (Cespe – IPOJUCA – Nível Superior – cargo 5/2009) Segundo a Lei n.º 8.666/1993, a
subcontratação dos serviços contratados, sem previsão contratual, constitui motivo para a
rescisão contratual. (Certo/Errado)
22) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu
personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, razão pela qual são
terminantemente vedadas, em qualquer hipótese, a subcontratação, total ou parcial, do seu
objeto, a associação do contratado com outrem e a sua cessão ou transferência. (Certo/Errado)
26) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 1/2009) A obrigação do contratado de manter, durante toda
a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação não é uma cláusula necessária ao
contrato público. Essa obrigação decorre do dever moral do contratado, que pode ser exigido
pela administração mesmo sem previsão expressa. (Certo/Errado)
30) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que a administração possui a prerrogativa de aplicar sanções de natureza
administrativa — entre as quais se incluem a advertência, a multa e a suspensão temporária de
participação em licitação — sendo a pena de multa a única passível de ser aplicada juntamente
com qualquer uma das outras. (Certo/Errado)
31) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 12) O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites das modalidades
de licitação concorrência e tomada de preços. (Certo/Errado)
32) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 12) A escolha da modalidade de garantia cabe ao contratado e
não pode ultrapassar o correspondente a 5% do valor do contrato, a não ser no caso de ajustes
que importem entrega de bens pela administração, dos quais o contratado ficará depositário. Ao
valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. (Certo/Errado)
33) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, o contrato deve ser publicado resumidamente no Diário Oficial no
prazo máximo de 20 dias a contar da assinatura, sendo dispensável essa publicação se tiver sido
formalizado por instrumento lavrado em cartório de notas. (Certo/Errado)
34) (Cespe - DPE/PI - Defensor/2009) Quanto aos contratos administrativos, é certo que, é
possível a administração exigir do contratado a prestação de garantia, nas contratações de obras,
serviços e compras, que não exceda 20% do valor do contrato. (Certo/Errado)
36) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 10) A exigência ou não de garantia para execução do contrato
é decisão discricionária da autoridade competente. (Certo/Errado)
38) (2010/Cespe - PGF - Advogado da União) Se a empresa de turismo X for contratada para
fornecer passagens aéreas para determinado órgão da União e, durante o prazo do contrato, essa
empresa alterar o seu objeto social, de forma a contemplar também o transporte urbano de
turistas e passageiros, mesmo que não haja prejuízo para o cumprimento do contrato
administrativo já firmado com o órgão federal, a administração pública poderá rescindir
unilateralmente o contrato. (Certo/Errado)
39) (Cespe – TRF-5R – Juiz-substituto) A variação do valor contratual para fazer face ao
reajuste de preços e às atualizações decorrentes das condições de pagamento previstas no
contrato não caracteriza alteração da avença, mas deve ser registrada em termo aditivo.
(Certo/Errado)
41) (2009/Cespe – TCU – Cargo 4) É possível a alteração unilateral pela administração pública
do contrato administrativo celebrado na hipótese de reforma de edifício, até o limite de 50% do
valor inicial atualizado do contrato, para os seus acréscimos. (Certo/Errado)
45) (Cespe - DPE/PI - Defensor/2009) Quanto aos contratos administrativos, é certo que, os
tributos que forem majorados ou criados após a data da celebração do contrato, mesmo que
comprovada a repercussão nos preços contratados, não implicarão a revisão do acordo celebrado
entre as partes, sendo esta uma das cláusulas exorbitantes da administração. (Certo/Errado)
46) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 11/2009) Acerca de atos e contratos administrativos, é certo
que, cláusulas de privilégio, também denominadas cláusulas exorbitantes, são as prerrogativas
conferidas ao administrado na relação do contrato administrativo, entre as quais se destaca a
possibilidade de alteração ou rescisão unilateral do contrato. (Certo/Errado)
50) (Cespe - TRF/1R - Juiz/2009) Não se admite a rescisão judicial do contrato administrativo,
uma vez que apenas à administração, em juízo de conveniência e oportunidade, cabe decidir
acerca da manutenção da avença contratual. (Certo/Errado)
51) (Cespe - TRF/1R - Juiz/2009) Constitui motivo para a rescisão do contrato administrativo o
atraso superior a noventa dias dos pagamentos devidos pela administração decorrentes de obras,
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a
situação. (Certo/Errado)
52) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, o fato do príncipe distingue-se do fato da administração na medida em
que o primeiro se relaciona diretamente com o contrato, enquanto o segundo (fato da
administração) só reflexamente repercute sobre o contrato. (Certo/Errado)
53) (2007/Cespe – TRF-5ª/JUIZ) Não pode ser aplicada a teoria da imprevisão para a
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo na hipótese de
aumento salarial concedido, em virtude de dissídio coletivo, aos empregados da empresa
contratada pela administração para terceirização de serviço, pois tal dissídio constitui evento
certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta. (Certo/Errado)
56) (Cespe – ANAC – Técnico Administrativo – Área 1/2009) Os efeitos produzidos pela
declaração de nulidade do contrato administrativo não são retroativos. (Certo/Errado)
57) (2009/Cespe – TCU – Auditor Federal de C. Externo – Cargo 1) É nulo e de nenhum efeito
o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas as que tenham até determinado valor previsto em lei, feitas em regime de
adiantamento. (Certo/Errado)
58) (2009/Cespe – TCU – Auditor Federal de C. Externo – Cargo 1) Aplica-se aos contratos
administrativos a exceptio non adimpleti contractus, na hipótese de atraso injustificado, superior
a 90 dias, dos pagamentos devidos pela administração pública. (Certo/Errado)
60) (2010/Cespe - PGF - Advogado da União) A despesa realizada pela administração sem
cobertura contratual não pode ser objeto de reconhecimento da obrigação de indenizar do
Estado. O servidor responsável pela não prorrogação tempestiva do contrato ou pela não
abertura de procedimento licitatório é quem deve pagar o fornecedor. (Certo/Errado)
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
Comentários:
Essa foi de bandeja! Foi feijão com arroz, café com leite, e não nosso bem trabalhado pato-no-
tucupi. Quando houver uma lacuna, uma deficiência, matéria não trabalhada adequadamente
pelo Direito Público, a LLC garante a aplicação subsidiária do direito privado, daí a incorreção
do quesito.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
AVE CESPE! Habemos Cespe. A banca é certamente a melhor do Brasil. Meu sonho, desde de
criancinha no mundo concursístico, é fazer parte do seleto grupo de professores que elaboram as
questões dos concursos promovidos pelo Cespe.
É verdade, a Administração pode sim celebrar contratos administrativos atípicos ou de Direito
Privado, como é a locação, o seguro e o financiamento (art. 62). Conforme o art. 61 (da
formalização e da eficácia), aplicável, no que couber aos contratos atípicos, é exigido um
mínimo de formalidade. Por exemplo: as regras do financiamento, apesar de formalizadas, são
desenhadas pela instituição financeira e não pelo Estado, daí a correção do quesito.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
Comentários:
As cláusulas exorbitantes são traços característicos dos contratos de Direito Público, assim,
quando o Poder Público celebra contratos de Direito Privado (ou semipúblicos), está ciente de
que nem sempre as prerrogativas de Direito Público estarão presentes, daí a incorreção da
alternativa.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Nem tanto ao céu nem tanto à terra! Os contratos administrativos não são, necessariamente,
regidos integralmente por normas de Direito Público, bem como não são integralmente regidos
por normas de Direito Privado. Os contratos administrativos são regidos por normas de Direito
Público, aplicando-se subsidiariamente normas de direito privado, e os contratos de direito
privado, regidos por normas de Direito Privado, mas normas de Direito Público podem ser
aplicadas subsidiariamente, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Comentários:
Todos, exatamente todos os atos e os contratos, são dirigidos sempre ao interesse público, daí a
correção da alternativa.
Gabarito: CERTO.
10) (2007/Cespe – TCU/Analista) A União, em suas contratações públicas, não pode conceder
tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte, pois tal comportamento
violaria o princípio da isonomia entre os licitantes. (Certo/Errado)
Comentários:
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Comentários:
Espera aí: se a isonomia veda qualquer diferenciação, para onde vão as cláusulas exorbitantes!?
As cláusulas exorbitantes desnivelam o contrato administrativo em favor do Estado (ops..., em
favor da coletividade, do interesse público), logo a existência de distinções é um fator decisivo
para o cumprimento das finalidades públicas, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
13) (2010/Cespe – Banco da Amazônia) Contrato é todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da administração pública e particulares, em que haja acordo de vontades para a
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada pelo documento que formaliza tal acordo. (Certo/Errado)
Comentários:
Esse é o conceito expresso na LLC, daí a correção. Vejamos uma questão interessantíssima
aplicada pela organizadora Cesgranrio (discursiva), em que a banca chama de convênio, mas
temos, em verdade, relação contratual:
(2009/Cesgranrio – Caixa Econômica/Advogado) Autarquia federal celebrou convênio de
cooperação técnica com instituição brasileira, sem fins lucrativos, incumbida estatutariamente
do desenvolvimento institucional, tendo por objeto a implementação e o gerenciamento de
programa de gestão da folha de pagamento dos servidores vinculados à autarquia, mediante o
pagamento de uma taxa de administração.
Emita parecer abordando a juridicidade da celebração do convênio.
Extensão: 50 linhas.
Os convênios têm em comum com o contrato tão-somente o fato de serem acordos de vontade.
Cada qual, porém, apresenta características e tratamento próprios, sendo que o principal
elemento de distinção concerne aos interesses das partes, que, no contrato, são opostos e
contraditórios, ao passo que no convênio, são convergentes e paralelos. No contrato, as partes
têm interesses opostos: o ente pagador deseja a prestação dos serviços, o fornecimento de um
bem ou a execução de uma obra, enquanto que o prestador de serviços/vendedor/empreiteiro
tem o foco na remuneração.
A partir da leitura do objeto contratual, conclui-se, sem maiores dificuldades, que o ajuste
entre a Autarquia federal e instituição brasileira, sem fins lucrativos, não pode ser
caracterizado como verdadeiro convênio. Ao contrário disso, trata-se de contrato travestido de
convênio, em que a obrigação principal do ente público é repassar os recursos financeiros
necessários à execução do objeto e fiscalizá-lo e, de outro, a obrigação da entidade privada de
executar o objeto contratual.
Nesse contexto, no presente caso, não restam dúvidas de que não se cogita de mera
transferência de recursos vinculada à consecução de objeto específico comum, mas, ao
contrário, trata-se de relação tipicamente sinalagmática, em que indisfarçavelmente a
autarquia pretende a prestação de serviços por parte da instituição conveniada e, pretendendo
burlar o necessário procedimento licitatório que deveria preceder o ajuste, fê-lo atribuindo-lhe
o nomen juris de convênio.
O fato de ao ajuste ter sido atribuída a denominação de convênio absolutamente não tem o
condão de desnaturar a sua verdadeira essência contratual. Nesse sentido, é suficiente
reportar-se à norma do artigo 2º, parágrafo único, da Lei de Licitações e Contratos
Administrativos.
Por outro lado, tampouco serve de fundamento para sustentar-se a legalidade da celebração do
“convênio” a hipótese de contratação direta prevista no artigo 24, inciso XIII, da Lei nº
8.666/1993. Isso porque a possibilidade de dispensa de licitação contemplada naquele
dispositivo legal pressupõe a observância dos requisitos exigidos pelo artigo 26 do mesmo
diploma, mediante a formalização de um procedimento de dispensa de licitação em que a
autoridade administrativa deve evidenciar a hipótese de contratação direta, a razão da escolha
do executante, bem como a justificativa do valor contratual (no caso, a taxa de administração).
14) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 1/2009) Nos contratos celebrados pela administração
pública, exceto aqueles firmados com pessoas físicas, deve constar necessariamente cláusula
que declare competente o foro da sede da administração para dirimir qualquer questão
contratual. (Certo/Errado)
Comentários:
Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
daquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual. A
ressalva fica por conta do §6o do art. 32 desta Lei.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Os contratos e seus aditamentos devem ser formalizados por escrito nas repartições interessadas,
o que facilita o controle interno e externo exercido por parte dos órgãos competentes, daí a
incorreção da alternativa. Porém, como toda regra, o legislador admite exceção. Quanto aos
contratos relativos a direitos reais sobre imóveis, é exigido que o instrumento de contrato seja
lavrado em cartório de notas. São exemplos de direitos reais (art. 1.225 do Código Civil de
2002): a propriedade; a superfície; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concessão de uso especial
para fins de moradia; e concessão do direito real de uso.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Se o termo é obrigatório quando se trata de concorrências e de TPs, é lógico que será facultativo
nos demais casos, daí a correção da alternativa.
Gabarito: CERTO.
17) (Cespe – ANAC – Técnico Administrativo – Área 1/2009) Em nenhuma hipótese é possível
a celebração de contrato verbal com a administração em razão do rígido formalismo exigido, a
fim de evitar abusos e prejuízos ao erário. (Certo/Errado)
Comentários:
Tive a oportunidade de jantar com o amigo Luciano Oliveira, quando de uma de suas visitas à
São Paulo. Entre os assuntos, uma história me chamou muito a atenção. Segundo o Luciano,
havia duas menininhas na seção de livros de concursos públicos (Saraiva) e conversavam: -
“A”: do que é esse livro na sua mão? – “B”: ainda não sei o que é direito, mas sei de uma
coisa... – “A”: Sabe? O que você sabe? – “B”: é algo que teremos que saber no futuro, porque
toda gente grande tem um livro desses e fica lendo o tempo todo...
Moral da história: mesmo quem ainda não sabe sobre concursos, ao se deparar com termos
como EM NENHUMA, encontra-se apto a acertar a questão de prova.
Os contratos verbais podem sim ser celebrados pela Administração até o limite de R$
4.000,00, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Nem sempre o contrato verbal é nulo e sem nenhum efeito, pois, o próprio legislador autoriza
sua celebração para pequenas compras (e não serviços, cuidado!) de pronto pagamento
(valores não-superiores a R$ 4.000,00), o chamado regime de adiantamento.
19) (2009/Cespe – TRT – 17R – Cargo 3) O contrato administrativo possui como uma de suas
características a natureza intuitu personae. Por essa razão, a lei veda a subcontratação, total ou
parcial, do objeto do contrato, a associação do contratado com outrem, bem como a cessão ou
transferência, salvo se estiverem expressamente previstas no edital da licitação e no contrato.
(Certo/Errado)
Comentários:
Os contratos são intuitu personae, porque firmados com o licitante que melhor proposta
ofertou à Administração. A subcontratação é realmente vedada, no entanto, se houver previsão
expressa no edital e no contrato, poderá ser viabilizada de forma PARCIAL, daí a correção do
quesito.
Gabarito: CERTO.
20) (2009/Cespe – TCU – Cargo 3) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae. (Certo/Errado)
Comentários:
Nem todos os contratos são personalíssimos, mas todos são intuitu personae, daí a correção
do quesito. Um exemplo de contrato personalíssimo seria o celebrado com o Oscar Niemeyer,
em caso de inexigibilidade. Na probabilidade remota de seu falecimento, o filho não poderia
continuar o contrato, dado o caráter personalíssimo.
Gabarito: CERTO.
21) (Cespe – IPOJUCA – Nível Superior – cargo 5/2009) Segundo a Lei n.º 8.666/1993, a
subcontratação dos serviços contratados, sem previsão contratual, constitui motivo para a
rescisão contratual. (Certo/Errado)
Comentários:
Subcontratar de forma não autorizada é burlar o princípio da licitação, logo, por questão lógica,
o contrato deve ser rescindido, daí a correção do quesito.
Gabarito: CERTO.
22) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, os contratos para os quais a lei exige licitação são firmados intuitu
personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado, razão pela qual são
terminantemente vedadas, em qualquer hipótese, a subcontratação, total ou parcial, do seu
objeto, a associação do contratado com outrem e a sua cessão ou transferência. (Certo/Errado)
Comentários:
Comentários:
O item está perfeito. Lembrem-se de que o prazo poderia excepcionalmente prorrogado por
mais 12 meses.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
Comentários:
Uma das cláusulas exorbitantes é o Poder de Fiscalização. Costumo dizer que a fiscalização
mais se aproxima de um poder-dever, isso porque a Administração não pode se furtar de
fiscalizar (dever), mas conta a prerrogativa de ingressar no domínio da empresa contratada
(poder), daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
26) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 1/2009) A obrigação do contratado de manter, durante toda
a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação não é uma cláusula necessária ao
contrato público. Essa obrigação decorre do dever moral do contratado, que pode ser exigido
pela administração mesmo sem previsão expressa. (Certo/Errado)
Comentários:
A empresa, depois de vencer a licitação, faz a contratação de menores de 18 anos para trabalhos
perigosos e insalubres. Pergunto: como cumpriu os requisitos de habilitação durante o
procedimento de licitação, não há necessidade de manter os requisitos ao longo do contrato?
Isso é ilógico, as condições de habilitação devem ser mantidas durante toda a execução
contratual, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
27) (2007/Cespe – TJ-TO/JUIZ) O atraso injustificado no início da obra, serviço ou
fornecimento é motivo para imposição de penalidade, mas não para rescisão do contrato.
(Certo/Errado)
Comentários:
Comentários:
Excelente quesito. É salutar que o fiscal confira a documentação das empresas, principalmente
quanto aos aspectos previdenciárias e trabalhistas, isso porque o Estado responde solidariamente
e subsidiariamente pelas dívidas, respectivamente.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
De acordo com o STJ, a declaração de inidoneidade não gera o rompimento automático de todos
os contratos em andamento, especialmente daqueles celebrados com entidades políticas
diversas. Se a Administração decidir rescindir, deve, caso a caso, abrir contraditório e ampla
defesa, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
30) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que a administração possui a prerrogativa de aplicar sanções de natureza
administrativa — entre as quais se incluem a advertência, a multa e a suspensão temporária de
participação em licitação — sendo a pena de multa a única passível de ser aplicada juntamente
com qualquer uma das outras. (Certo/Errado)
Comentários:
A multa é, segundo a LLC, a única penalidade que pode ser aplicada cumulativamente, daí a
correção da alternativa.
Gabarito: CERTO.
31) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 12) O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites das modalidades
de licitação concorrência e tomada de preços. (Certo/Errado)
Comentários:
Questão de fixação. Há vários instrumentos para a formalização dos contratos: ordem de
serviço, autorização de compra, nota de empenho, carta-convite e o instrumento do contrato. O
instrumento do contrato é obrigatório para as concorrências e as TPs, exatamente como diz o
enunciado do item, daí sua correção.
Gabarito: CERTO.
32) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 12) A escolha da modalidade de garantia cabe ao contratado e
não pode ultrapassar o correspondente a 5% do valor do contrato, a não ser no caso de ajustes
que importem entrega de bens pela administração, dos quais o contratado ficará depositário. Ao
valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens. (Certo/Errado)
Comentários:
A garantia exigida do contratado não pode exceder 5% do valor contratado (§2º), podendo no
caso de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade
técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente
aprovado pela autoridade competente, chegar até dez por cento do valor do contrato (§3º).
Perceberam a pegadinha? Isso mesmo, há outra possibilidade de a garantia ultrapassar a marca
dos 5%, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
33) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, o contrato deve ser publicado resumidamente no Diário Oficial no
prazo máximo de 20 dias a contar da assinatura, sendo dispensável essa publicação se tiver sido
formalizado por instrumento lavrado em cartório de notas. (Certo/Errado)
Comentários:
Apenas os contratos relativos a direitos reais sobre imóveis é que exigem que o instrumento de
contrato seja lavrado em cartório de notas. E mais: a lavratura no cartório não exclui a obrigação
de publicação no Diário Oficial, daí a incorreção do quesito.
Gabarito: ERRADO.
34) (Cespe - DPE/PI - Defensor/2009) Quanto aos contratos administrativos, é certo que, é
possível a administração exigir do contratado a prestação de garantia, nas contratações de obras,
serviços e compras, que não exceda 20% do valor do contrato. (Certo/Errado)
Comentários:
No máximo, a garantia contratual pode chegar a 10%, nos termos do art. 56 da LLC, daí a
incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
A Lei diz ser a exigência de garantia ato discricionário. Vejamos (art. 56 da LLC):
A Administração deve ter muito cuidado ao exigir a garantia, deve ser exigida apenas quando
necessária. A Administração Pública não deve cobrar garantia quando inexistirem riscos para si,
como nas compras de entrega imediata, por exemplo.
É bom que se diga, também, que a garantia, quando exigida, é cláusula obrigatória no contrato
administrativo (inc. III do art. 55 da LLC), deve estar contida no próprio edital (o art. 56
determina sua inclusão no instrumento convocatório).
Assim, se o edital for omisso quanto à exigência de garantia, esta sequer pode ser incluída
em momento posterior, sem expressa concordância do contratado, pois deve ser conhecida a real
extensão de todas as obrigações que recairão sobre o contrato desde o momento de sua pré-
concepção, condizentes ao edital orientador da contratação futura.
Ressalte-se que a Administração Pública pode exigir garantia, mas não pode determinar,
especificamente, sua modalidade. A escolha do tipo de garantia fica sob a órbita de
discricionariedade do contratado. Vejamos (§1º do art. 56 da LLC):
Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: I - caução em
dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco
Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; II - seguro-garantia; III – fiança bancária.
Gabarito: CERTO.
36) (2009/Cespe – Antaq – Cargo 10) A exigência ou não de garantia para execução do contrato
é decisão discricionária da autoridade competente. (Certo/Errado)
Comentários:
Perfeito! A Administração pode ou não exigir garantia, no entanto, ao exigir, cabe ao particular
escolher entre as modalidades, daí a correção da alternativa.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
38) (2010/Cespe - PGF - Advogado da União) Se a empresa de turismo X for contratada para
fornecer passagens aéreas para determinado órgão da União e, durante o prazo do contrato, essa
empresa alterar o seu objeto social, de forma a contemplar também o transporte urbano de
turistas e passageiros, mesmo que não haja prejuízo para o cumprimento do contrato
administrativo já firmado com o órgão federal, a administração pública poderá rescindir
unilateralmente o contrato. (Certo/Errado)
Comentários:
Trecho mágico: “mesmo que não haja prejuízo para o cumprimento do contrato”. Amigos, é
lógico que o contrato não deve ser rescindido. Agora, se da alteração do objeto, houver
prejuízos, compete à Administração rescindir a avença, daí a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
39) (Cespe – TRF-5R – Juiz-substituto) A variação do valor contratual para fazer face ao
reajuste de preços e às atualizações decorrentes das condições de pagamento previstas no
contrato não caracteriza alteração da avença, mas deve ser registrada em termo aditivo.
(Certo/Errado)
Comentários:
O item está quase perfeito, não fosse o erro! Os reajustes são apostilados, logo não há a
formalização de termos aditivos.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
De acordo com §2º do art.65, as alterações unilaterais não podem exceder a 25% do valor inicial
do contrato atualizado no caso de obras, serviços ou compras, limite válido tanto para
alterações qualitativas quanto quantitativas.
Obviamente, nem toda cláusula admite alteração unilateral. A Administração só pode alterar de
modo unilateral as cláusulas regulamentares ou de serviços dos contratos administrativos, não
sendo cabível a modificação unilateral das financeiras ou econômicas (como veremos mais à
frente).
Gabarito: CERTO.
41) (2009/Cespe – TCU – Cargo 4) É possível a alteração unilateral pela administração pública
do contrato administrativo celebrado na hipótese de reforma de edifício, até o limite de 50% do
valor inicial atualizado do contrato, para os seus acréscimos. (Certo/Errado)
Comentários:
Questão de fixação. Só peço atenção para o fato de 50% para acréscimos, ok.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
Engraçado, acho que já vi esse gatinho (ops...essa questão). Os reajustes são feitos por apostilas
e não termos aditivos, daí a correção do quesito.
Gabarito: CERTO.
Comentários:
Comentários:
Então, imagina que a Administração não tenha escrito no contrato sobre a possibilidade de
alteração unilateral. Nesse caso, o contrato transforma-se em cláusula pétrea? Claro que não!
Tirando os casos de rescisão que devem ser citados expressamente no termo do contrato, as
demais cláusulas exorbitantes decorrem do próprio sistema de proteção do interesse público, daí
a incorreção da alternativa.
Gabarito: ERRADO.
45) (Cespe - DPE/PI - Defensor/2009) Quanto aos contratos administrativos, é certo que, os
tributos que forem majorados ou criados após a data da celebração do contrato, mesmo que
comprovada a repercussão nos preços contratados, não implicarão a revisão do acordo celebrado
entre as partes, sendo esta uma das cláusulas exorbitantes da administração. (Certo/Errado)
Comentários:
Já vimos isso, não? As cláusulas financeiras não constituem cláusulas exorbitantes. Em sentido
diametralmente oposto, a Administração tem o dever de manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro, daí a incorreção do quesito.
Gabarito: ERRADO.
46) (Cespe – MCT/FINEP – Cargo 11/2009) Acerca de atos e contratos administrativos, é certo
que, cláusulas de privilégio, também denominadas cláusulas exorbitantes, são as prerrogativas
conferidas ao administrado na relação do contrato administrativo, entre as quais se destaca a
possibilidade de alteração ou rescisão unilateral do contrato. (Certo/Errado)
Comentários:
Quem perdeu esse item, foi por pura falta de atenção. As cláusulas são prerrogativas para o
Estado e não para os administrados.
Gabarito: ERRADO.
47) (2009/Cespe – TCU – Auditor Federal de C. Externo – Cargo 1) É permitida a alteração
unilateral dos contratos administrativos para o restabelecimento da relação que as partes
pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a
justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis, porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do
ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando-se
área econômica extraordinária e extracontratual. (Certo/Errado)
Comentários:
Em questões com mais de cinco linhas, se existente, o erro aparece nas duas primeiras linhas ou
na linha final. Nesse caso, o erro está no início, isso porque não é um caso de alteração
unilateral, mas sim de mútuo consentimento.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Esse nomezinho, conquanto apagado pela nova Lei de Falências, permanece vivo na vetusta
LLC. Na antiga concordata, o Estado pode manter o contrato, não sendo automática, portanto, a
rescisão.
Gabarito: ERRADO.
Comentários:
Há dois tipos de rescisão, com e sem culpa do contratado. A inexecução sem culpa (por
interesse público, por exemplo) acarreta o dever de o Estado indenizar o particular pelos
prejuízos causados (danos emergentes), daí a correção do quesito.
Gabarito: CERTO.
50) (Cespe - TRF/1R - Juiz/2009) Não se admite a rescisão judicial do contrato administrativo,
uma vez que apenas à administração, em juízo de conveniência e oportunidade, cabe decidir
acerca da manutenção da avença contratual. (Certo/Errado)
Comentários:
A rescisão pode ser: unilateral, amigável, judicial e de pleno direito. A judicial é a promovida
pela empresa contratada, talvez pela circunstância de não ter conseguido amigavelmente
encerrar a avença, daí a incorreção do quesito.
Gabarito: ERRADO.
51) (Cespe - TRF/1R - Juiz/2009) Constitui motivo para a rescisão do contrato administrativo o
atraso superior a noventa dias dos pagamentos devidos pela administração decorrentes de obras,
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a
situação. (Certo/Errado)
Comentários:
52) (2009/Cespe – AUGE/MG) Acerca dos contratos administrativos, regidos pela Lei n.º
8.666/1993, é certo que, o fato do príncipe distingue-se do fato da administração na medida em
que o primeiro se relaciona diretamente com o contrato, enquanto o segundo (fato da
administração) só reflexamente repercute sobre o contrato. (Certo/Errado)
Comentários:
O fato do príncipe em nada se confunde com o fato da Administração, a não ser pela
circunstância de serem espécies do gênero Teoria da Imprevisão. No fato do príncipe, há uma
determinação Estatal que alcança a todos os particulares, indistintamente, gerando reflexos
apenas indiretos sobre o contrato com a Administração. Há parte da doutrina que entende não se
tratar de fato do príncipe o ato de governo de esfera política diversa. Já no fato da
Administração, há um impacto direto sobre o contrato em andamento, daí a incorreção do
quesito.
Gabarito: ERRADO.
53) (2007/Cespe – TRF-5ª/JUIZ) Não pode ser aplicada a teoria da imprevisão para a
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo na hipótese de
aumento salarial concedido, em virtude de dissídio coletivo, aos empregados da empresa
contratada pela administração para terceirização de serviço, pois tal dissídio constitui evento
certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta. (Certo/Errado)
Comentários:
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Comentários:
Agora sim!
Gabarito: CERTO.
56) (Cespe – ANAC – Técnico Administrativo – Área 1/2009) Os efeitos produzidos pela
declaração de nulidade do contrato administrativo não são retroativos. (Certo/Errado)
Comentários:
57) (2009/Cespe – TCU – Auditor Federal de C. Externo – Cargo 1) É nulo e de nenhum efeito
o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas as que tenham até determinado valor previsto em lei, feitas em regime de
adiantamento. (Certo/Errado)
Comentários:
58) (2009/Cespe – TCU – Auditor Federal de C. Externo – Cargo 1) Aplica-se aos contratos
administrativos a exceptio non adimpleti contractus, na hipótese de atraso injustificado, superior
a 90 dias, dos pagamentos devidos pela administração pública. (Certo/Errado)
Comentários:
Comentários:
Efeitos financeiros retroativos?! Agora a amizade está desfeita! O contrato gera efeitos para o
futuro e não retroativamente, daí a incorreção do quesito.
Gabarito: ERRADO.
60) (2010/Cespe - PGF - Advogado da União) A despesa realizada pela administração sem
cobertura contratual não pode ser objeto de reconhecimento da obrigação de indenizar do
Estado. O servidor responsável pela não prorrogação tempestiva do contrato ou pela não
abertura de procedimento licitatório é quem deve pagar o fornecedor. (Certo/Errado)
Comentários:
Raciocínio lógico também cai em prova! Imagina que a Administração compra 2.000
computadores, no entanto, sem cobertura contratual. Imagina que a Administração compra
1.000 automóveis de representação do tipo Corolla, igualmente sem cobertura contratual.
Então, como não há cobertura contratual, a Administração não precisará pagar as despesas.
Seria o melhor dos mundos, não?!