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Objetivos História

1. Definir Idade Média


A Idade Média foi um período da História que se iniciou no século V, com o fim do
Império Romano e terminou em meados do século XV, com a queda de Constantinopla.

2. Identificar os povos que invadiram a Europa entre os séculos VIII e X.


Os povos que invadiram a Europa foram:
 Muçulmanos, no século VIII, vindos do Norte de África e atacaram a Península
Ibérica
 Viquingues ou Normandos, nos séculos VIII e IX vindos do Norte da Europa e
atacaram a Inglaterra e a Irlanda
 Magiares ou Húngaros, nos finais do século IX e inicio do século x, vindos da
Europa ocidental e atacaram França, Itália e Alemanha

3. Explicar a ruralização da economia neste período.


As invasões dos povos vindos de outros lugares criou um clima de insegurança e as
pessoas abandonaram as cidades e dirigiram-se para os campos à procura de proteção
e segurança junto dos senhores, que tinham exércitos próprios. Com o clima de
insegurança, o comércio e a vida nas cidades diminuiu porque havia medo. Estas
situações levaram à ruralização da economia, ou seja, a economia passou a ser a
principal atividade económica.

4. Definir economia de subsistência.


Apesar de a agricultura ser a principal atividade económica, as suas técnicas e
instrumentos eram muito rudimentares e, por isso, a produtividade era baixa e apenas
servia para o consumo de quem produzia. Além disso, as cidades e a atividade comercial
decaíram e a moeda em circulação era pouca. Assim, a economia era de subsistência,
ou seja, permitia apenas a sobrevivência das populações.

5. Explicar o significado de Sociedade Senhorial.


A sociedade senhorial era caracterizada pelo aumento do poder dos grandes senhores
locais (da nobreza e do clero) e pela criação de laços de dependência comuns a toda a
sociedade. Os senhores exerciam os seus poderes sobre os mais fracos, dai se dizer que
a sociedade era senhorial, ou seja, era governada pelos senhores.

6. Definir feudos, vassalos e suserano.

Feudos: terras, cargos ou direitos vitalícios dados em recompensa pela fidelidade e


serviços prestados

Vassalos: senhores menos poderosos que pediam proteção e sustento aos senhores
mais poderosos

Suserano: senhores mais poderosos que davam proteção aos menos poderosos. O Rei
era o suserano dos suseranos.
7. Descrever o contrato de vassalagem.
O contrato de vassalagem era uma cerimónia em que um vassalo se colocava na
dependência de um suserano e tinha 3 momentos:
 Homenagem: o vassalo declarava o seu desejo de ficar dependente do suserano
 Juramento de fidelidade: o vassalo jurava obediência e fidelidade ao suserano
 Investidura: o suserano entregava o feudo através de um objeto simbólico

Este contrato estabelecia um compromisso que implicava obrigações e direitos


recíprocos. O vassalo tinha de prestar ajuda militar, ajuda financeira, fidelidade e
aconselhamento. O suserano tinha de defender e dar proteção ao vassalo e dar-lhe um
feudo.

8. Caracterizar a sociedade medieval.


A sociedade medieval era tripartida e hierarquizada. Estava dividida em 3 grupos ou
ordens:
 Clero: era constituído por abades, bispos, arcebispos, monges, párocos e o Papa.
As suas funções eram orar pela salvação dos cristãos, celebrar as cerimónias de
baptismo, casamento e morte, assistir os pobres e doentes, ensinar. Tinham
poder, terras, bens e privilégios. Tinham um enorme poder junto das
populações e um grande poder económico que resultava das doações de terras,
bens e privilégios, por parte de reis e senhores.
 Nobreza: tinha funções militares e de defesa dos territórios. Possuíam riquezas
e prestigio. Combatiam na guerra e recebiam títulos e doações. Esta condição
levou à formação de uma aristocracia guerreira e fundiária.
 Povo: grupo mais numeroso, composto por camponeses, artesãos,
comerciantes. Eram o grupo não privilegiado pois não tinham direitos e tinham
de pagar impostos e trabalhar de graça nas terras dos senhores.
Tanto a nobreza como o clero eram os grupos privilegiados, pois tinham isenção de
tributos e leis e tribunais próprios. Recebiam tributos e rendas pagos pelo povo que
cultivava as suas terras.
Os critérios de distinção social eram o nascimento e as funções que desempenhavam na
sociedade (rezar, combater, trabalhar) e a mobilidade quase não existia (não era
possível mudar de classe social).

9. Explicar o significado de corveias e banalidades.


As corveias eram prestações de dias de trabalho gratuito na reserva do senhor e as
banalidades eram o uso obrigatório do moinho, forno e lagar do senhor.

10. Descrever como era organizado um domínio senhorial.


Um domínio senhorial divide-se em:
 Reserva: parte explorada pelo senhor e onde se encontra a residência dele, o
moinho, a igreja, o lagar, o celeiro e as terras mais férteis cultivadas pelos servos
e colonos;
 Mansos: pequenas parcelas de terra arrendadas pelo senhor aos camponeses
(mansos livres) ou aos servos (mansos servis) em troca de rendas, tributos,
obrigações e serviços gratuitos

11. Distinguir clero regular de clero secular.


O clero regular é aquele que obedece a uma regra e vive recolhido em mosteiros e
conventos (monges, frades e freiras). O clero secular é aquele que vive junto das
populações.

12. Explicar a importância dos mosteiros na Idade Média.


Os mosteiros eram muito importantes pois desenvolveram algumas funções como:
evangelização, desenvolvimento da agricultura e artesanato, assistência social aos mais
desfavorecidos, aos viajantes e peregrinos; desenvolvimento da cultura com a criação
de escolas, bibliotecas e com a cópia de manuscritos.
Nos mosteiros, criaram-se escolas monásticas e nas sés, escolas episcopais. Aí,
estudavam um conjunto de disciplinas: trivium (gramática, retórica) e o quadrivium
(aritmética, geometria, astronomia e música). Nos mosteiros, preservava-se a herança
cristã, greco-romana e muçulmana com a cópia de obras de autores dessas épocas. Os
manuscritos tinham iluminuras – desenhos coloridos que ornamentavam os
manuscritos. Em Portugal, muitos destes mosteiros beneditinos tornaram-se
importantes centros de cultura com destaque para as bibliotecas dos mosteiros de Santa
Cruz de Coimbra, Alcobaça e Lorvão.
Os mosteiros tinham de ser autossuficientes. Os monges viviam de acordo com a Regra
definida pela Ordem a que pertenciam. As horas do dia eram repartidas pelas seguintes
atividades: oração, ensino, reprodução de manuscritos de autores clássicos e cristãos
no scriptorium, trabalho nos campos, artesanato e pecuária. Cuidavam dos pobres e
doentes e acolhiam visitantes.

13. Caracterizar a arte Românica.


A arte Românica caracteriza-se por:
 Mosteiros, abadias e igrejas
 Plantas em cruz latina, de uma ou 3 naves que se cruzam com um transepto
 Abobada em berço ou cobertura de madeira
 Arcos de volta perfeita no interior das naves e portais
 Colunas robustas no interior e paredes grossas sustentadas por contrafortes no
exterior
 Tímpanos, arquivoltas e capitéis decorados com esculturas bíblicas e outras
 Poucas aberturas
Exemplos em Portugal: Sé de Braga e Coimbra
A arte românica esteve ligada à expansão das ordens religiosas como Cluny e Cister. Os
monumentos românicos serviam de recolhimento e defesa da população. Por isso,
tinham aparência sólida e robusta. O seu interior sombrio convidava à oração e ao
silêncio. Em Portugal, o românico apareceu mais tarde e correspondeu ao período de
formação da Nacionalidade. Manifestou-se em 2 tipos de construção: grandes edifícios
(como Sés de Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Lamego) e pequenas igrejas de caracter
local construídas apenas com uma nave que permitiam à população abrigar-se a
defender-se. Este último tipo está mais presente no Norte e Centro do país.
Construíram-se ainda alguns edifícios civis e militares.
A pintura e a escultura românica serviam para contar a história bíblica aos cristãos que
não sabiam ler nem escrever. Ambas serviam ainda de elementos decorativos da
arquitetura, embora também estejam presentes em iluminuras, miniaturas e relicários.

14. Identificar os princípios do Islamismo.


Os princípios do Islamismo são:
 Fé em Deus (Alá) - monoteístas
 Prática da oração cinco vezes ao dia na direção de Meca
 Caridade
 Fazer jejum no Ramadão
 Fazer peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida

15. Origem do Islamismo


No século VII surgiu, na Arábia, uma religião monoteísta – o Islamismo fundado pelo
profeta Maomé. Em 610, Maomé iniciou a sua pregação em Meca onde foi aceite pelos
pobres e perseguido pelos ricos. Em 622, Maomé abandonou Meca e refugiou-se com
os seus fiéis em Medina. Esta fuga ou hégira marca o início da era muçulmana. Em 630,
Maomé regressou a Meca, considerada cidade santa.

16. Expansão do Império Islâmico


Maomé era o chefe político e religioso e, quando morreu em 632, praticamente toda a
Arábia estava convertida ao Islamismo e formava um só Estado. Os seus sucessores – os
califas – continuaram a expansão do islamismo através da Guerra Santa (Jihad) que
obriga os muçulmanos a combaterem os inimigos da fé e a aceitar o islão. Assim, os
muçulmanos conquistaram um grande império que ia da Índia a Gibraltar e à Península
Ibérica, passando pelo mar Cáspio até ao deserto do Sara.
Este vasto império permitiu aos muçulmanos dominarem as principais rotas comerciais
(via marítima, fluvial ou terrestre). A expansão deveu-se ao desejo de difundir a fé cristã,
à procura de terras férteis para a agricultura, ao desejo de alargar a influência comercial
e controlar rotas e pontos estratégicos de comércio. Os muçulmanos controlavam o
comércio através das rotas de especiarias e das sedas.

17. Descrever a ocupação muçulmana da Península Ibérica.


Em 711, os muçulmanos do Norte de África passaram o estreito de Gibraltar e sob o
comando de Tarique invadiram a Península Ibérica. Venceram os visigodos e
rapidamente conquistaram todo o território com exceção da região montanhosa das
Astúrias e dos Pireneus. Foi aqui que se refugiou um grupo de cristãos que ofereceu
resistência ao domínio muçulmano. O sucesso dos muçulmanos explica-se pelo facto do
reino visigodo estar mais fraco por causas das lutas internas. Mas, os muçulmanos foram
derrotados em 732 na batalha de Poitiers o que os impediu de conquistar o reino franco
e avançar para a Europa.

18. Definir Reconquista Cristã.


Reconquista cristã é o processo longo de reocupação de territórios cristãos.
Este processo iniciou-se sob a liderança de um nobre visigodo, Pelágio, que derrotou os
muçulmanos na batalha de Covadonga em 7189. Mais tarde, outros núcleos cristãos
continuaram a expansão para sul. Este avanço foi facilitado pelo fim do califado de
Córdova que deu origem a reinos independentes, os taifas. O apoio das ordens religiosas
da Santa Sé, os cruzados – combatentes da Europa cristã que usavam uma cruz de pano
como insígnia e que ajudaram a libertar os territórios cristãos do poder dos
muçulmanos. Entre avanços e recuos, os cristãos foram reconquistando território e
organizando vários reinos na Península Ibérica: Astúrias, Leão e Galiza, na parte
ocidental; Castela, na parte central; Navarra, Aragão e Catalunha, na zona dos Pirenéus.
Foram ainda criados condados. Na Península Ibérica, coexistiam assim duas civilizações
com valores muito distintos.

19. Identificar os reinos peninsulares no século XII

20. Civilizações cristãs e muçulmana


As duas civilizações são muito diferentes mas, mesmo assim, coexistiram pacificamente
na Península Ibérica graças ao clima de tolerância que se desenvolveu entre elas. Esta
convivência levou alguns cristãos católicos a converterem-se ao islamismo. Outros
mantiveram a fé cristã mas adotaram o modo de vida islâmico e tornaram-se Moçárabes
- cristãos que mantiveram a sua religião mas adotaram o modo de vida islâmico. No
final da Reconquista, alguns muçulmanos permaneceram na Península e ficaram
conhecidos como mouros.

21. Contributos da cultura muçulmana


Os muçulmanos divulgaram muitas técnicas, produtos e saberes na península:
 Artesanato: trabalho de couro, metalurgia do ferro e aço, papel, cerâmica,
tapeçaria, vidro e ourivesaria
 Agricultura: métodos de rega (nora, picota, açude), culturas (arroz, laranjeira,
limoeiro, damasqueiro)
 Arquitetura: construção de mesquitas, castelos e palácios, com coberturas em
cúpulas, arcos em ferradura e azulejos na decoração
 Domínio cientifico: matemática (difusão dos algarismos, trigonometria e
álgebra), medicina (primeiras descrições de varíola e sarampo), astronomia,
geografia, química, filosofia
 Navegação, com introdução da bússola e do astrolábio
 Influência sobre a língua portuguesa (vocábulos iniciados por Al)
 Ruas estreitas e becos
 Azulejaria portuguesa

22. Descrever a luta da independência de D. Henrique a D. Afonso Henriques.


Na luta pela reconquista, foi pedida ajuda aos cruzados – guerreiros cristãos. O rei de
Leão, D. Afonso VI pediu ajuda aos militares franceses e dois destacaram-se: D.
Raimundo e D. Henrique. Assim, D. Afonso deu a D. Raimundo a sua filha Urraca e o
condado da Galiza; a D. Henrique deu a sua filha D. Teresa e o Condado Portucalense.
O Conde D. Henrique prestava obediência, fidelidade, ajuda militar e apoio na conquista
aos mouros a D. Afonso. Mas, queria a autonomia do condado. Quando D. Henrique
morreu, deixou um filho – D. Afonso Henriques – e o condado nas mãos da sua mulher.
Esta manteve as intenções do marido e juntou-se a um galego. Com o medo de que o
condado fosse anexado à Galiza, D. Afonso Henriques lutou contra a sua mãe e assumiu
o governo do Condado em 1128 após a Batalha de São Mamede. Quando assumiu o
poder, D. Afonso Henriques pretendeu a independência do reino e, para tal, lutou contra
D. Afonso VII (rei de Leão e Castela) e contra os muçulmanos para aumentar o reino e o
tornar independente.
Após a vitória na Batalha de Ourique, D. Afonso Henriques passou a usar o título de rei
e, em 1143, assinou um acordo de paz com o rei de Leão em que este reconheceu a
independência de Portugal.

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