cinco capacitações centrais de

Martha
Nussbauum
A abordagem das capacitações de Nussbaum pretende definir de uma forma mais justa a
desigualdade, indo além do utilitarismo e das preferências dos indivíduos – definições clássicas da
economia -, e abordando tudo aquilo que é necessário para garantir que todos os indivíduos tenham
liberdade de escolha. Martha divide as capacitações em 3 grupos, as capacitações básicas, as
individuais e as capacitações combinadas, sendo que essa última é uma relação entre as
capacitações internas com os fatores externos.

As capacitações básicas dos indivíduos se referem as capacidades inerentes, capacidade de

ver, ouvir, falar, amar, trabalhar, etc. Porém mais importantes que essas e que são passíveis de serem
alteradas são as capacitações internas, que envolvem a capacidade intelectual, emocional, traços de
personalidade, as preferências sexuais, liberdade religiosa. As combinadas se referem a situações
econômicas, políticas, sociais, e a aplicabilidade das capacitações individuais nessas esferas de
forma livre.

O mais marcante da abordagem das capacitações em relação ao utilitarismo é a amplitude

das CA, que não é reduzida a atingir a satisfação via maximização da utilidade. Ela vai além e toca
o conceito de dignidade humana, a garantia de uma vida digna.

A partir dos textos discutidos em sala de aula, é possível fazer uma associação com o tema
por eles abordados e algumas das 10 capacitações centrais de Martha Nussam.

No capítulo 7e 8 do livro ‘‘Ralé Brasileira quem é e como vive’’ de Jessé de Souza ele trata
do caso de Leninha e da sua jornada como empregada doméstica e de duas prostitutas da ralé,
NOME DAS PROSTITUTAS AQUI. Importante, ressaltar aqui que o autor faz questão de tratar do
efeito moral que está por trás não só da prostituição como também do trabalho doméstico . Ele nos
diz que é necessário que as conquistas garantidas para essa classe de trabalhadoras seja ampliado,
que não se limite a um maior acesso a bens de consumo ou a divisão da vida profissional da vida
pessoal, vidas essas que antes se confundiam e se limitavam ao espaço do quarto da empregada na
casa do patrão.

Consigo enxergar claramente a infeliz ausência de algumas abordagens de Nussam no caso

das entrevistas dessas mulheres , seriam elas – Emoções (Ser capaz de sentir emoção e estabelecer
vínculos) e Liberdade Sexual (Ser capaz de se mover livremente de um lugar para o outro, não ser
vítima de violência, ter oportunidade de escolha reprodutiva e satisfação sexual). O que eu consigo
observar nas entrevistas e na abordagem do livro é que há inúmeras controvérsias nas falas das
entrevistadas. O que demonstra a incapacidade de enxergar criticamente a própria condição, já que
mesmo que em certos aspectos as entrevistadas revelam gratidão e força de vontade para conseguir
mudar a própria condição, elas ainda em outras ocasiões descrevem a dificuldade de transpor
algumas condições inerentes a situação delas. O caso de Leninha consegue demonstrar bem isso.
Mesmo com ela dizendo que a situação dela atualmente é bem melhor que anteriormente e que só
tem a agradecer, ela relata situações de dor, humilhação e vergonha em relação ao seu marido. E