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Radames Gnattali, the Vargas Period, the Radio and the Construction of National Identity
Abstract: The paper analyzes the use of Brazilian popular music and the importance of Radames
Gnattali, a scholar composer in the construction of national identity in 1930's and 1945's during which,
Getulio Vargas, by radio tried to stablish the ideology of Estado Novo and create a Brazilian national
culture. Gnattali worked on radio stations and created arrangements that reconfigured brazilian popular
music. Thus, unwittingly, he contributed to a political process which he was a critical. The matter
became interesting to musicology searchers due to the aftermaths effects on his scholarly music
production.
1. Introdução
foram instalados “em todo o interior do País, receptores providos de alto-falantes, em praças,
logradouros públicos e vias de movimento” (ALMEIDA e GUTIERREZ, 2006, p.2).
XXI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música - Uberlândia - 2011
4. Radamés Gnattali
Não se pode perder de vista que Gnattali, “em relação aos seus contemporâneos,
apresentava um diferencial na produção musical”, pois, além de “pianista, violista e
compositor erudito”, atuava também “como instrumentista, compositor e arranjador de música
popular”. Aprendeu a tocar cavaquinho e violão (MATTOS, 2006, p.6). Simultaneamente ao
desempenho das “atividades de solista e camerista, tocava música popular na Rádio Clube do
Brasil” (MATTOS, 2006, p.7).
Necessitando se manter, lança-se no mercado da música popular, tocando em
orquestras de bailes de carnaval, estações de rádio e em gravações de discos. Fez arranjos para
Pixinguinha, Lamartine Babo, Manuel da Conceição e outros. Consegue trabalho nas rádios
Mayrink Veiga e Cajuti como pianista e na Rádio Transmissora como arranjador. Em 1932
grava seus primeiros choros: Espritado e Urbano. Em 1933 passa a regente e depois
arranjador. Mais tarde, com Pixinguinha, começa a trabalhar com arranjos, Gnattali com as
música românticas e os sambas-canções. Pixinguinha com os arranjos carnavalescos. Em
1936, foi contratado para a orquestra da Sociedade Rádio Nacional. Estava entre os melhores
músicos do mercado. Em 1937, se instaura a ditadura e a Rádio Nacional é encampada. A
estação começa a passar por mudanças e, em julho de 1937 as mudanças começam a ser
percebidas através de uma nova programação e do tipo de música veiculada (BARBOSA e
DEVOS, 1984, p.33-40). Na Rádio Nacional, era maestro e tinha a responsabilidade de dar
uma roupagem nova às canções brasileiras, diferente daquelas que eram tocadas pelos
regionais. Produz “arranjos de peças como toadas e choros para pequenos conjuntos, trios,
quartetos”. Aos poucos as formações foram ampliadas por ele “até chegar à orquestra”
(OLIVEIRA e MARTINS, 2006, p.186).
7. Conclusão
Referências
ANDRADE, Mário de. Música, doce música. 3 Ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 2006.
BARBOSA, Valdinha e DEVOS, Anne M. Radamés Gnattali: o eterno experimentador. Rio
de Janeiro: Funarte/Instituto Nacional de Música, 1984.
HAUSSEN, Doris Fagundes. Rádio e política: tempos de Vargas e Perón. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2001.
MARIZ, Vasco. História da música no Brasil. 6 Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
MELO, Ricardo Moreno de. A música e a questão nacional, do popular e das identidades
nacionais disponível em < www.overmundo.com.br/banco/a-musica-e-a-questao-do-nacional-
do-popular-e-das-identidades-nacionais >. Acesso em 27/12/2010.
MERHY, Sílvio Augusto. Arte musical e pesquisa historiográfica: uma reflexão tensa de Carl
Dahlhaus em Foudations of Music History. Opus: Revista da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação em Música,v. 13, n° 1,Goiânia (GO), 2007.
SEVERIANO, Jairo. Uma história da música popular brasileira: das origens à modernidade.
São Paulo: Ed. 34, 2008.
TINHORÃO, José Ramos. História social da música popular brasileira. São Paulo: Ed 34,
1998.
Notas
1
Neste discurso a arte superior é a arte da forma, das grandes obras, é arte pela arte, e possui autonomia estética. A arte
inferior é a cultura do resto, a cultura cuja coerência simbólica é construída com o que é descartado da cultura erudita, da
qual depende (DAHLHAUS apud MERHY, 2007, p.20).
2
O REGIONAL é um conjunto de execução musical geralmente constituído geralmente por dois violonistas, um
cavaquinista, um pandeirista e um flautista que não necessitava de arranjos escritos e tinha agilidade para improvisação e
resolver qualquer problema de acompanhamento dos cantores.