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A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - 06.09.

2011

João Ferreira Durão.

Ao abordar o tema Independência do Brasil, ou a independência de qualquer pais


entendemos ser necessário, primeiramente, entender o conceito de PAÍS, como “o território
geograficamente delimitado e habitado por uma coletividade com história própria”, ou “o conjunto
das condições materiais, culturais, psicológicas e morais que envolvem as pessoas” (Dicionário
Houaiss). Significa que, para que a colônia, um território geograficamente delimitado, procure
íomar-se independente do colonizador, é necessário que as pessoas (coletividade) que habitam essa
colônia reúnam idênticas condições materiais, culturais, psicológicas e morais.
Tomemos como exemplo histórico, o caso da independência dos Estados Unidos da
América. Embora o explorador Cristóvão Colombo, sob contrato com a coroa espanhola tenha
chegado, em 1492, a várias ilhas do Caribe, fazendo o primeiro contato com os povos indígenas,
somente em 2 de abril de 1513, o conquistador espanhol Juan Ponce de León desembarcou em o
que ele chamou de "La Florida" — a primeira visita europeia documentada no que viria a ser os
Estados Unidos continentais.
Brasil e Estados Unidos da América são, portanto, contemporâneos em existência e eram,
inicialmente, habitados pelos indígenas.
A primeira incursão colonizadora nos Estados Unidos ocorreu em 1534, quando
comerciantes de peles franceses estabeleceram a Nova França, na região dos Grandes Lagos. O
primeiro assentamento inglês bem sucedido foi em 1607, na Colônia da Virgínia, onde passaram a
cultivar o tabaco.
O segundo assentamento inglês bem sucedido ocorreu em 1620, a colônia de Ply- mouth,
dos chamados peregrinos, Puritanos que emigravam fugidos de perseguição religiosa na Inglaterra,
seguidos, em 1628, dos Puritanos emigrados que fundaram a colônia da Baia de Massachusets.
Seguiu-se uma onda de emigração de Puritanos para os Estados tinidos. Em 1634 já havia cerca de
dez mil Puritanos na Nova Inglaterra (costa leste dos Estados Unidos).
Afinal, quem eram esses Puritanos que emigravam fugindo da Inglaterra?
O Puritanismo foi um movimento religioso da Reforma (um misto de Calvinismo e
Presbiterianismo), iniciado no século XVI e consolidado no século XVII, na Inglaterra. Os
Puritanos tentavam, por meio da reforma da igreja Anglicana, introduzir seu estilo de vida moral e
seriedade religiosa como modelo para toda a nação.
Reprimidos e perseguidos, decidiram emigrar para a nova colônia americana na América.
Implantaram e fizeram prosperar os seus ideais, aplicando-os à população e resultando nas ações
que criaram o sentimento de honra nacional “o modo americano de vida (The american way of
life)”. Essa honrada raiz foi o motor que criou cidades, universidades, as 13 províncias que viriam
a reivindicar a independência (em 4 de julho de 1776) e formou a base da sociedade americana que
até hoje perdura.
A participação da Maçonaria em todas as fases da evolução da nação americana foi
complementar ao espírito evolutivo aplicado pelos Puritanos, Presbiterianos e outros ramos
religiosos da Reforma, no sentido de ali criarem uma pátria.
Observa-se, na formação da nação americana do norte que, desde o início da colonização,
criou-se o conceito de PAÍS, porque seus habitantes reuniram idênticas condições materiais,
culturais, psicológicas e morais.
No Brasil, a primeira incursão colonizadora ocorreu logo em 1503, três anos após o
descobrimento. O rei de Portugal, D. Manuel, deslumbrado com as riquezas da índia (ouro, prata,
jóias e pedras preciosas), não deu importância ao novo descobrimento e arrendou a Terra de Santa
Cruz ao “cristão- novo” (judeu convertido ao catolicismo por força das perseguições religiosas)
Fernando de Noronha. O contrato de arrendamento, inicialmente por três anos, foi prorrogado, em
1506, por mais dez anos. Logo em maio de 1503 os navios de Fernando de Noronha (e seus sócios
judeus) já estavam na Terra de Santa Cruz iniciando a devastação das florestas de “pau de tinta”, a
anilina daquela época, o pau Brasil. O pau de tinta era importado, inicialmente, da índia. À época
da prorrogação do contrato com Fernando de Noronha, o rei de Portugal deu-lhe, juntamente com
seus sócios, o monopólio do negócio e proibiu a importação do pau de tinta originário da índia.
Lucravam os exploradores e comerciantes e, também, a corte portuguesa que recebia as partes
exigidas nos contratos.
Enquanto prosseguissem as atividades extrativas do pau Brasil, em 1516 iniciou-se nova
fase de colonização - a segunda tentativa - a do cultivo e exportação da cana de açúcar (importante
riqueza para a Europa), em uma feitoria fundada em Pernambuco. Nascia a indústria açucareira
que, sob os cuidados de muitos laboriosos judeus expulsos da Europa, iria substituir a extração do
pau Brasil, marcando o segundo período de nossa história colonial.
A terceira tentativa de colonização ocorreu para forçar a ocupação da terra, em virtude dos
constantes ataques ao nosso território por piratas e corsários provenientes de vários pontos da
Europa. Foram instituídas as Capitanias Hereditárias. O rei de Portugal, d. João III, doou, entre
1534 e 1536, 15 capitanias, faixas de terra dispostas no sentido leste- oeste, entre o Oceano
Atlântico e o meridiano de Tordesilhas. A recomendação de ocupação e exploração da terra (pela
Carta de Doação) dava ao donatário poderes totais sobre a terra e plena autoridade no campo
judicial e administrativo para nomear funcionários, fazer escravos e aplicar a justiça, podendo até
decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres. Além da Carta de Doação havia a
Carta Foral tratando, principalmente, dos tributos a serem pagos pelos colonos, o que pertencia à
coroa e aos donatários. A população crescia com a remessa de degredados, judeus e cristãos-novos
fugidos da inquisição na Europa. Os desmandos, a falta de orientação moral, a exploração
gananciosa das riquezas fáceis, resultaram no fracasso das capitanias, somente progredindo as de
Pernambuco e S. Vicente, que cultivaram, com sucesso, a lavoura da cana de açúcar, apesar dos
impostos cobrados pela corte.
O fracasso das Capitanias Hereditárias demandou nova providência por parte da coroa, a
quarta tentativa de colonização: a criação da figura do Governador Geral do Brasil, em 1549. O
primeiro governador geral, Tomé de Souza, chegou à Bahia com enorme equipe de auxiliares, 600
degredados e os jesuítas, o padre Manuel de Nóbrega à frente, por imposição do papa, para
implantar a primeira diocese na colônia (a ordem dos jesuítas fora oficialmente criada apenas a
nove anos). Na comitiva do segundo governador geral Duarte da Costa, em 1553, novos jesuítas,
José de Anchieta à frente. Em seguida, Mem de Sá, que ficou até 1572. Então a corte dividiu a
colônia em duas partes, cada uma com um governador geral, o que durou até 1577, quando,
novamente um só governador geral passou a chefiar a colônia. Resultou, também, em fracasso essa
quarta tentativa de colonização.

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As providências tomadas pela coroa em relação à colônia foram, sempre, no sentido de
explorar as riquezas e tentar controlar o território contra invasões estrangeiras (defender as riquezas
conquistadas),
Nunca houve a intenção, uma vez sequer, da criação de uma sociedade fundamentada em
bases morais e religiosas, como ocorreu na colonização dos Estados Unidos, até porque não havia
em Portugal senão criminosos, ladrões e desocupados a degredar, além dos judeus expulsos da
Europa (a esses interessava o comércio). Diga-se, de passagem, que a atitude da coroa espanhola
em relação à sua colônia na América foi idêntica ou pior que a portuguesa.
Entre 1580 e 1640, Portugal ficou sob o domínio da Espanha e também nada foi feito de
útil no sentido da criação das mínimas condições sociais, políticas, morais e religiosas para a
criação de uma sociedade nos seus diversos níveis.
Desde a descoberta a colônia estava sujeita à sua própria sorte, enviando riquezas para o
desperdício da corte.
Desde 1624 até 1654, a colônia foi ocupada pelos holandeses, desde a Bahia até o
Maranhão, sem que a coroa portuguesa tivesse condições financeiras e militares para lhes dar
combate. Foram os colonos e não as tropas da coroa que expulsaram os holandeses em 1654.
A partir de 1640 iniciou-se a lavra de metais preciosos e, mais uma vez, o interesse da
coroa era em receber parte substancial dessas riquezas. Nesse meio tempo houve diversas
expansões no território da colônia, para o sul e para o oeste, sempre em busca de riquezas a explorar
e abarrotar a corte com recursos. De tal forma ficou importante a colônia que, em 1763, o Brasil
foi elevado a vice-reino, com a capital no Rio de Janeiro.
A população na colônia portuguesa era de portugueses degredados, seus descendentes,
judeus e a mestiçagem de portugueses, índios e negros. Não havia escolas, no sentido que, à época
era corriqueiro na Europa e na colônia americana. Os jesuítas fundaram escolas voltadas para a
catequese dos silvícolas (para depois tentarem escravizá-los) e colégios que transmitiam cultura
humanística de caráter acentuadamente retórico para, de um lado, atender os interesses da Igreja e,
de outro, as exigências do patriarcado da cana-de-açúcar. Os filhos dos colonos mais abastados
foram procurar cultura na Europa, em especial em Coimbra - Portugal e França (Paris e
Montpelier). Lá receberam, também, a influência da onda de libertação contra os nobres e senhores
feudais, que transbordava nas universidades e nas Lojas Maçônicas. Ao retomarem, encontraram
um tipo de feudalismo igual ou pior do que viram na Europa, provocado pelos donatários das
capitanias e pelos governadores gerais. A insatisfação estava generalizada e os produtores de
riquezas oprimidos pelas crescentes exigências de impostos, sem nenhum retomo às províncias.
Na Europa, a Paz de Vestfália (região da Alemanha), uma série de tratados encerrou as
Guerras dos Trinta Anos (conflito religioso entre católicos e protestantes na Boêmia - 1618 / 1648)
e dos Oitenta Anos (guerra de secessão nos Países Baixos tomando-os independentes da Espanha
- 1568 / 1648), reconheceu a Confederação Suíça e introduziu, no sistema internacional, os
princípios de soberania e o de Estado nação. A partir de então, a legitimidade das bulas papais e o
direito de exclusividade comercial, concedidos as monarquia ibéricas (Espanha e Portugal),
passaram a ser questionados pelas demais potências europeias. Portugal, para municiar-se com
documentação comprobatória de seus direitos, criou a Academia Real da História Portuguesa, em
1720, e determinou ao vice-rei do Brasil a criação de Academias, com idêntica finalidade de
documentar os direitos territoriais e comerciais na colônia. Assim, com essa estrita finalidade,
foram criadas a Academia dos

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Esquecidos (1724) e a Academia dos Renascidos (1759). Outras academias foram criadas, até
1790, com finalidades culturais e científicas.
O fato é que, em todas essas Academias estavam infiltrados maçons que se aproveitavam
da proteção dos vice-reis para tramar contra a corte. Em algumas delas chegaram a funcionar Lojas
Maçônicas e, todas elas, ao ser descoberto este propósito secreto dos maçons, foram encerradas
com severas punições aos seus membros.
Essas atividades maçônicas, desde 1724, desdobrando-se em Lojas criadas em várias
localidades, foram os fomentadores dos movimentos sediciosos contra a coroa de Portugal, desde
a Conjuração Mineira (1789), a Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798), a Conspiração
dos Suassunas (1801) e a Revolução Pernambucana (1817).
Nenhum desses movimentos, todavia, esboçou o sentimento de Brasil nas suas
conspirações de independência. Todos, sem exceção, almejavam separar AS SUAS PROVÍNCIAS
de Portugal. As razões eram sempre as mesmas: opressão dos colonizadores e coleta exorbitante
de impostos.
A razão disso é muito simples: Não havia, ainda, o conceito de PAÍS, porque seus
habitantes não reuniam idênticas condições materiais, culturais, psicológicas e morais. Os maçons,
embora incentivados por Irmãos que conheceram o trabalho da Ordem na Europa, estavam
imbuídos de objetivos imediatos ligados às suas Províncias. Não constava dos objetivos e das
ações dos maçons o senso de unidade nacional, o Brasil como país.
Se a Maçonaria trabalhava no sentido de libertar o país do jugo do colonizador, era
imperioso que esse fosse também o objetivo de todas as Lojas Maçônicas da colônia, eliminando
os esforços regionais. Era necessária a criação de uma Obediência, que organizasse o movimento
libertador, dentro da Maçonaria, em âmbito nacional, acolhendo a adesão, pelo menos, das três
mais importantes Províncias, - Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Fora disso, seria
continuar o sonho irrealizável.
Nas colônias espanholas da América, os movimentos de libertação, todos conduzidos pela
Maçonaria, não foram unificados e levaram à criação de diversas repúblicas independentes.
Mesmo nos Estados Unidos, a guerra pela independência foi inicialmente acolhida por
somente 13 províncias. Essas 13 províncias fundaram os Estados Unidos da América e buscaram
novas adesões por aquisição de províncias a outros colonizadores.
Em que pesem movimentos episódicos de criação de uma só Obediência Maçônica, como
foi o caso da criação do Grande Oriente Brasileiro, na Bahia, em 1813, pela reunião de três Lojas
Maçônicas locais (Virtude e Razão, Humanidade e União), a tese da unificação da Maçonaria não
prosperou até porque havia, ainda, somente o conceito regional. O Grande Oriente Brasileiro (cujo
Grão-Mestre era Antônio Carlos Ribeiro de Andrada) teve curta duração, até 1817, quando
desapareceu em virtude da devassa realizada após o malogro da Revolução Pernambucana.
A tese da conquista da independência do Brasil somente começou a tomar corpo, a meu
ver, dentro da Loja Comércio e Artes, criada no Rio de Janeiro em 24 de junho de 1815. Essa Loja
foi obrigada a abater colunas pelo decreto de 30 de março de 1818, em que d. João VI proibiu a
existência de quaisquer sociedades secretas em Portugal e todos os seus domínios.
A reinstalação da Loja Comércio e Artes em 24 de junho de 1821, com o título Loja
Comércio e Artes na Idade do Ouro possibilitou, pela ação de seus membros, expoentes na
sociedade, na cultura e na política, a consciência nacional para a independência da colônia.

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Foi naquela Loja Maçônica que germinou a criação de uma Obediência que organizasse o
movimento libertador dentro da Maçonaria, em âmbito nacional, acolhendo também a adesão, pelo
menos, das mais importantes Províncias, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
No início do ano de 1822, sob a iniciativa de Joaquim Gonçalves Ledo e seus seguidores,
os membros da Loja Comércio e Artes, com elevado número de membros, programaram a sua
divisão em três outras, como preparação para a criação de uma Obediência, o Grande Oriente
Brasiliano (logo depois, denominado Grande Oriente do Brasil). Foram criadas as Lojas Comércio
e Artes (já existente), União e Tranquilidade e Esperança de Niterói. A composição das três novas
Lojas foi feita, por sorteio, entre os membros da Loja Comércio e Artes.
Havia, todavia, movimentos políticos no sentido de impedir que a independência
prosperasse. Esses movimentos eram liderados pelos nobres portugueses no Brasil e em Portugal,
além de súditos portugueses no Brasil, que não toleravam perder as benesses que a colônia concedia
à nação colonizadora, assim como aos portugueses que exploravam as riquezas do Brasil.
É natural que o colonizador não admitisse o corte do vínculo com a colônia. Mas, à época,
havia homens nascidos no Brasil, que também não desejavam perder suas posições políticas e
financeiras que mantinham à sombra do colonizador.
Dentre esses brasileiros, destacou-se por sua liderança junto à nobreza, a figura de José
Bonifácio de Andrada e Silva. Era fortemente contra a independência e tinha razões de interesse
pessoal para tentar impedi-la. Desde 1780, quando tinha 17 anos de idade, viajou para Portugal,
matriculou-se na Universidade de Coimbra e formou-se em Filosofia Natural e Direito Canônico
entre 1787 e 1788. Após viajar durante 10 anos por diversos países da Europa como bolsista
naturalista e mineralogista, entre 1790 e 1800, ocupou a cátedra de Mineralogia na Universidade
de Coimbra, em 1801. No mesmo ano foi nomeado Intendente Geral das Minas e Metais do Reino.
Ocupou cumulativamente, outros cargos em Portugal, como os de membro do Tribunal das Minas,
administrador das antigas minas de carvão de Buarcos e diretor do Real Laboratório da Casa da
Moeda. Em 1808, na Guerra Peninsular (1807 a 1811), liderou a criação do batalhão formado por
estudantes e professores de Coimbra, o Corpo Voluntário Acadêmico, que atuou nos combates em
favor de Portugal e contra a invasão dos franceses, chegando a ser o comandante do Corpo, sob as
ordens dos ingleses, governadores de fato de Portugal.
Todos esses cargos rendiam a José Bonifácio salários, mesmo após seu regresso ao Brasil,
em 1819, onde se tomou um dos elementos da confiança do príncipe regente D. Pedro, sob a
aprovação da corte portuguesa.
Aliada às razões financeiras, José Bonifácio abrigava forte devoção à nobreza e exercia
grande influência política, tanto em Portugal como na colônia. A história oficial moderna
homenageou-o com o título de Patriarca da Independência. Todavia, os fatos históricos,
sobejamente comprovados, mostram a sua luta contra a independência, pela manutenção do Brasil
como colônia de Portugal e, sobretudo, contra o sonho de Gonçalves Ledo e seus seguidores, da
fundação de uma república independente e democrata. Para José Bonifácio, a independência do
Brasil significaria perda política e financeira.
Ao perceber que não poderia lograr êxito contra a independência, adotou, como posição
política de recuo, a tese da monarquia independente, sob a orientação da casa real de Bragança, a
corte portuguesa.

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A posição de Gonçalves Ledo, o verdadeiro Patriarca da Independência, clara e conhecida
por todos, era a da independência, sob o regime republicano-democrata.
Mas Gonçalves Ledo reconhecia que, sob as circunstâncias políticas, era praticamente
impossível prescindir da liderança do príncipe regente d. Pedro. Daí resultou o trabalho de
Gonçalves Ledo e seus seguidores para atrair d. Pedro às fileiras da Maçonaria.
Em 2 de junho de 1822, José Bonifácio criou uma Sociedade Secreta, fora da Maçonaria,
intitulada o “Apostolado”, ou a “Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz”, ou, como querem
outros historiadores, o “Apostolado da Nobre Ordem de Santa Cruz”.
Era intenção de losé Bonifácio (que não era, ainda, maçom), evitar que o príncipe D. Pedro
ingressasse na Maçonaria, onde a liderança de Gonçalves Ledo (seu histórico adversário) era muito
maior que a sua.
Assim, d. Pedro ocupou o mais alto cargo do Apostolado, com o título de Archonte- Rei,
sendo José Bonifácio seu lugar-tenente. Pertenciam ao Apostolado diversos maçons. Antônio
Carlos, o único maçom entre os três irmãos Andradas, viria a redigir, no Apostolado, sob orientação
de José Bonifácio, a constituição política que deveria reger os destinos do Brasil.
A assembleia geral de criação do Grande Oriente Brasiliano, sob a liderança de Gonçalves
Ledo e da Loja Comércio e Artes, ocorreu no 28° dia do 3o mês do ano de 5822 do calendário
maçônico primitivo, que estava em uso. Nesse calendário, o ano maçônico inicia no dia 21 de
março. Por conseguinte, o 28° dia do 3o mês é o dia 17 de junho. O ano, no calendário gregoriano,
é obtido pela subtração da cifra 4000, do ano do calendário primitivo, ou seja, 1822.
O Grande Oriente do Brasil, operando inicialmente no Rito Adonhiramita (e logo após no
Rito Moderno), passou a exercer a função de aglutinação dos anseios de grande número de maçons
e de Lojas Maçônicas existentes, à época, na colônia.
Nessa mesma assembleia de 17 de junho de 1822, em que foi criado o Grande Oriente
Brasiliano, foram nomeados, por aclamação, José Bonifácio para o cargo de grão- mestre e Joaquim
de Oliveira Alves para o cargo de grande delegado (atuai grão-mestre adjunto). Nenhum dos dois
estavam presentes. José Bonifácio, convocado a tomar posse, declarou não poder comparecer. O
marechal Joaquim de Oliveira Alves, chamado a tomar posse, compareceu imediatamente,
prestando o juramento. José Bonifácio prestou juramento na sessão de 19 de julho de 1822 (sexta
sessão do Grande Oriente).
Há, no episódio da aclamação de José Bonifácio (que não era maçom) como grão- mestre,
uma aparente incoerência política da parte de Gonçalves Ledo, já que os dois eram ferrenhos
inimigos políticos. Mas, a ascensão de José Bonifácio ao alto cargo de grão- mestre, foi,
claramente, uma manobra de Gonçalves Ledo e seus aliados, no sentido de atrair o “poder” para a
causa maçônica, já que José Bonifácio exercia forte influência sobre o príncipe regente.
Certamente, Gonçalves Ledo ainda nutria esperança da independência como república
democrática, utilizando os valores existentes para a causa que, apaixonadamente, defendia.
Na referida assembleia geral (das três Lojas), procedeu-se à eleição para os dirigentes do
Grande Oriente Brasiliano (título que ostentou na sua criação), tendo Gonçalves Ledo sido eleito
para o cargo de Primeiro Grande Vigilante.
O local da fundação do Grande Oriente Brasiliano foi em um sobrado da rua do Fogo,
esquina da rua São Joaquim (atuais rua dos Andradas esquina da Av.Marechal Floriano).

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Foi naquela Loja Maçônica que germinou a criação de uma Obediência que organizasse o
movimento libertador dentro da Maçonaria, em âmbito nacional, acolhendo também a adesão, pelo
menos, das mais importantes Províncias, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
No início do ano de 1822, sob a iniciativa de Joaquim Gonçalves Ledo e seus seguidores,
os membros da Loja Comércio e Artes, com elevado número de membros, programaram a sua
divisão em três outras, como preparação para a criação de uma Obediência, o Grande Oriente
Brasiliano (logo depois, denominado Grande Oriente do Brasil). Foram criadas as Lojas Comércio
e Artes (já existente), União e Tranquilidade e Esperança de Niterói. A composição das três novas
Lojas foi feita, por sorteio, entre os membros da Loja Comércio e Artes.
Havia, todavia, movimentos políticos no sentido de impedir que a independência
prosperasse. Esses movimentos eram liderados pelos nobres portugueses no Brasil e em Portugal,
além de súditos portugueses no Brasil, que não toleravam perder as benesses que a colônia concedia
à nação colonizadora, assim como aos portugueses que exploravam as riquezas do Brasil.
É natural que o colonizador não admitisse o corte do vínculo com a colônia. Mas, à época,
havia homens nascidos no Brasil que também não desejavam perder suas posições políticas e
financeiras que mantinham à sombra do colonizador.
Dentre esses brasileiros, destacou-se por sua liderança junto à nobreza, a figura de José
Bonifácio de Andrada e Silva. Era fortemente contra a independência e tinha razões de interesse
pessoal para tentar impedi-la. Desde 1780, quando tinha 17 anos de idade, viajou para Portugal,
matriculou-se na Universidade de Coimbra e formou-se em Filosofia Natural e Direito Canônico
entre 1787 e 1788. Após viajar durante 10 anos por diversos países da Europa como bolsista
naturalista e mineralogista, entre 1790 e 1800, ocupou a cátedra de Mineralogia na Universidade
de Coimbra, em 1801. No mesmo ano foi nomeado Intendente Geral das Minas e Metais do Reino.
Ocupou cumulativamente, outros cargos em Portugal, como os de membro do Tribunal das Minas,
administrador das antigas minas de carvão de Buarcos e diretor do Real Laboratório da Casa da
Moeda. Em 1808, na Guerra Peninsular (1807 a 1811), liderou a criação do batalhão formado por
estudantes e professores de Coimbra, o Corpo Voluntário Acadêmico, que atuou nos combates em
favor de Portugal e contra a invasão dos franceses, chegando a ser o comandante do Corpo, sob as
ordens dos ingleses, governadores de fato de Portugal.
Todos esses cargos rendiam a José Bonifácio salários, mesmo após seu regresso ao Brasil,
em 1819, onde se tomou um dos elementos da confiança do príncipe regente D. Pedro, sob a
aprovação da corte portuguesa.
Aliada às razões financeiras, José Bonifácio abrigava forte devoção à nobreza e exercia
grande influência política, tanto em Portugal como na colônia. A história oficial moderna
homenageou-o com o título de Patriarca da Independência. Todavia, os fatos históricos,
sobejamente comprovados, mostram a sua luta contra a independência, pela manutenção do Brasil
como colônia de Portugal e, sobretudo, contra o sonho de Gonçalves Ledo e seus seguidores, da
fundação de uma república independente e democrata. Para José Bonifácio, a independência do
Brasil significaria perda política e financeira.
Ao perceber que não poderia lograr êxito contra a independência, adotou, como posição
política de recuo, a tese da monarquia independente, sob a orientação da casa real de Bragança, a
corte portuguesa.

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A continuada ausência de José Bonifácio e de seu grande delegado, o maçom velho e doente
marechal Joaquim de Oliveira Alves, às sessões do Grande Oriente Brasiliano, ensejavam que as
sessões fossem presididas pelo primeiro grande vigilante Gonçalves Ledo, verdadeiro líder na
Maçonaria, que alinhavava todos os movimentos para a emancipação.
D. Pedro, que já era o dirigente máximo do Apostolado, percebeu que teria muito mais
amplo apoio nacional na Maçonaria do que naquela sociedade secreta não maçônica, o Apostolado.
D. Pedro também percebeu que, se não se incorporasse à Ordem, a independência seria proclamada
pela Maçonaria, de qualquer forma e ele estaria fora do movimento.
Atraído por Gonçalves Ledo, com o apoio de “última hora” de José Bonifácio, o príncipe
regente aceitou ser iniciado na Maçonaria, o que foi feito ritualisticamente, na Loja Comércio e
Artes, em 2 de agosto de 1822 (13° dia do 5o mês do ano da V. L de 5822, do calendário primitivo
então adotado), recebendo o nome heroico “Guatimosim”. O uso do “nome heroico” era, ainda,
herança do Rito Adonhiramita, embora o Grande Oriente já operasse no Rito Moderno.
Nesse mesmo dia e hora realizava-se a 9a sessão do Grande Oriente e a assembleia tomou
conhecimento da iniciação de d. Pedro ao final dos trabalhos. Consta, também, que o príncipe
regente, recém iniciado, foi recebido na sessão do Grande Oriente ao final da referida sessão de 2
de agosto.
No intuito de melhor atrair d. Pedro para a sua causa e afastar a influência que José
Bonifácio possuía em razão de seu cargo de grão-mestre, Gonçalves Ledo e seu grupo propuseram
na sessão de 22 de agosto (2o dia do 6o mês), o nome de d. Pedro para grão-mestre, o que foi
aprovado por aclamação; José Bonifácio, em decorrência, foi deslocado para o cargo de grão-
mestre adjunto.
Não seria necessário enfatizar que a manobra desagradou a José Bonifácio e que a dissensão
entre as duas correntes se acirrou. A vingança de José Bonifácio foi rápida e fulminante. Atuou
contra os líderes maçônicos e contra o Grande Oriente do Brasil, fomentando intrigas junto ao
príncipe regente, resultando na curta existência da Obediência, que foi obrigada por d. Pedro a
cerrar as atividades em 25 de outubro do mesmo ano.
Nesse meio tempo, a situação política na província de S. Paulo necessitava de cuidados
especiais. Ainda havia em S. Paulo grande reação contra o governo da regência, com adesão às
cortes de Lisboa, à semelhança do que ocorreu, alguns meses antes, em abril de 1822, na província
de Minas. Assim como obtivera a adesão de Minas, desejava d. Pedro a mesma adesão da província
de S. Paulo. Sem dúvida, era necessário ter, como aliadas, as três mais importantes províncias: Rio
de Janeiro, S. Paulo e Minas. Era iminente uma guerra civil que pretendia separar a Província de
São Paulo do resto do Brasil.
D. Pedro, que ainda não fora empossado no cargo de grão-mestre do Grande Oriente,
passou o poder a d. Leopoldina no dia 13 de Agosto de 1822, nomeando-a chefe do Conselho de
Estado e Princesa Regente Interina do Brasil, com todos os poderes legais para governar o país
durante a sua ausência e partiu, em 14 de agosto, para apaziguar São Paulo.
D. Leopoldina teve um papel decisivo na independência do Brasil. Em agosto de 1822, os
brasileiros já estavam cientes de que Portugal pretendia chamar d. Pedro de volta, rebaixando o
Brasil de Reino Unido para voltar a ser uma simples colônia.
Ainda no mês de agosto, no dia 25, d. Pedro conseguira a adesão da província de S. Paulo.
Permaneceu mais alguns dias na capital da província, partindo, no dia 5 de setembro,

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para uma visita à cidade de Santos. Dizem historiadores que d. Pedro fora a Santos visitar sua
amante, d. Domitila de Castro Canto e Melo.
Por fins de agosto, receberam-se, na corte o Rio de Janeiro, notícias de Lisboa.
Eram decretos de julho que anulavam atos do governo do Rio; mandavam processar os
ministros de d. Pedro e os signatários das representações a ele dirigidas, em nome das províncias
de S. Paulo e Minas, que resultou no episódio do “Fico” em 9 de janeiro de 1822; conservava o
príncipe real como regente do Brasil até que estivesse promulgada, em Portugal, a constituição da
monarquia, sujeitando-o ao congresso português e recebendo, para ministros e secretários de
Estado, os nomeados pelo rei.
Essas notícias chegaram ao tempo em que informações tranquilizadoras, vindas da Bahia,
davam conta do levantamento geral dos baianos contra a pesada opressão das tropas do general
Madeira de Melo, que insistia na adesão às cortes de Lisboa e não aceitava o “Fico”, assim como
a consequente posição de não submissão, por d. Pedro e seu ministério, às ordens das cortes de
Lisboa.
O Conselho de Estado foi convocado por José Bonifácio, ministro das relações exteriores
e, na ausência de d. Pedro, foi presidido pela princesa real, em 2 de setembro. D. Leopoldina era a
chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil desde 13 de agosto.
José Bonifácio fez a exposição verbal do estado em que se achavam os negócios públicos.
Enfatizou que não mais era possível permanecer naquele estado de dubiedade e indecisão e que,
para salvar o Brasil, cumpria que se proclamasse, imediatamente, a sua completa separação de
Portugal.
A mudança súbita de posição de José Bonifácio era decorrente das decisões da cortes de
Lisboa, que o atingiram frontalmente, porque, além de ministro de d. Pedro, ele foi signatário,
como vice-presidente da província de S. Paulo, da representação dirigida ao príncipe-regente, por
ocasião do episódio do “Fico”. Era réu duas vezes. Tratava-se, antes de tudo, de livrar-se daquela
certeza de condenação, mantendo sua posição junto ao príncipe-regente, para permitir futuras
manobras políticas.
Propôs José Bonifácio, na reunião do Conselho de Estado, que se escrevesse a d. Pedro
para que, sem perda de tempo, pusesse termo, ali mesmo em S. Paulo, à situação tão dolorosa para
os brasileiros. A ameaça de ação das tropas portuguesas sediadas na capital da colônia era iminente.
Todos os ministros aplaudiram a proposta, imediatamente aceita pela princesa real, d. Maria
Leopoldina, que também escreveu uma carta a d. Pedro, incentivando a efetivação das proposições
encaminhadas por José Bonifácio.
Já estavam prontos dois mensageiros, o major Antônio Ramos Cordeiro e Paulo Emílio
Bregaro, para partir ao encontro de d. Pedro com os despachos do Conselho de Estado.
Os mensageiros chegaram a S. Paulo no dia 7 de setembro. Informados que d. Pedro estaria
em Santos, dirigiram-se, de imediato, em direção daquela cidade. Encontraram o destacamento
precursor do príncipe-regente, que retomava a S. Paulo, no Ipiranga e d. Pedro, a meia légua
adiante.
Entregaram a correspondência ao príncipe, que, ainda montado, imediatamente passou a
ler. Após a leitura, entregou os documentos ao seu ajudante de ordens, major Canto e Melo. Disse,
então, d. Pedro, à meia voz:
“Tanto sacrifício feito por mim e pelo Brasil inteiro,... e não cessam de cavar a nossa
ruína!”, “É preciso acabar com isto!”.
Desembainhando a espada, grita: “Independência ou Morte”.

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Esporeou o animal e avançou para o local onde estava seu séquito, com a espada ainda
desembainhada. Exclamou, então, d. Pedro, para toda aquela gente:
“Camaradas! As cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil; cumpre, portanto,
declarar já a sua independência: estamos definitivamente separados de Portugal!”
Estendendo a espada à frente do corpo, repete, à toda força: “Independência ou Morte!”
Partiu dali a comitiva para S. Paulo, aonde chegou cerca das seis horas da tarde. A notícia
foi recebida com entusiasmo pelo povo. Seguiram-se as comemorações. D. Pedro permaneceu em
S. Paulo até o dia 9 e, na madrugada seguinte, partiu de volta ao Rio de Janeiro, aonde chegou à
noite do dia 14 de setembro.
Enquanto se aguardava o retomo de d. Pedro ao Rio, a Princesa Leopoldina idealizou a
bandeira do Brasil: Com o verde da família Bragança e o amarelo ouro da família Habsburgo.
No dia 9 de setembro de 1822, Gonçalves Ledo, que presidia a sessão do Grande Oriente,
em memorável discurso, declarou que:
“... as atuais circunstâncias políticas de nossa pátria, o rico, fértil e poderoso Brasil,
demandavam e exigiam imperiosamente que a sua categoria fosse inabalavelmente firmada com a
proclamação de nossa independência e da realeza constitucional na pessoa do Augusto Príncipe
Perpétuo Defensor Constitucional do reino do Brasil”.
Esta afirmação de Gonçalves Ledo, aprovada e aclamada (por unanimidade), foi
considerada como a declaração da independência proclamada desde o Grande Oriente do Brasil.
Não há dúvida que Gonçalves Ledo, ao fazer o inflamado discurso na sessão de 9 de
setembro, já sabia, muito bem, o que poderia acontecer, pois estivera presente à reunião do
Conselho de Estado no dia 2 de setembro.
Muitos autores, inclusive maçônicos, dataram a referida sessão como em 20 de a- gosto de
1822. Não foi. O erro de datação ainda se deve ao desconhecimento de que, pelo calendário
primitivo adotado pelo Grande Oriente, o 20° dia do 6o mês não é o dia 20 de agosto, mas é 9 de
setembro. No dia 20 de agosto de 1822 não houve sessão no Grande Oriente. Na sessão de 9 de
setembro nenhum dos presentes poderia saber que, dois dias antes, d. Pedro já houvera proclamado
a independência, com o famoso “Grito do Ipiranga”.
Esse erro de datação ocasionou, no Grande Oriente do Brasil e no restante da Maçonaria
brasileira, a instituição do dia 20 de agosto como sendo, até hoje, o “Dia do Maçom”.
Alguns autores, profanos e maçônicos, apresentam o dia da posse de d. Pedro como grão-
mestre no dia 14 de setembro de 1822. Há até, da parte desses autores que defendem o 14 de
setembro para a posse de d. Pedro como grão-mestre, alguma coerência, porque, segundo alguns
autores, ele teria regressado de São Paulo no dia 14 de setembro, diretamente para a sede do Grande
Oriente.
Mas a cronologia oficial confirma o dia 4 de outubro para a posse do grão-mestre d. Pedro.
O primeiro grão-mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva, ocupou o cargo, portanto entre os dias
17 de junho de 1822 e 4 de outubro de 1822.
A intenção de Gonçalves Ledo, em diminuir o prestígio de José Bonifácio e tentar, ainda,
a implantação da república surtiu efeito momentâneo.
Na posse de d. Pedro, em 4 de outubro, o Maçom Domingos Alves Branco aclamou, com
voz forte e por três vezes: “Viva o Senhor Dom Pedro de Alcântara, Primeiro Imperador e Defensor
Perpétuo do Brasil”. A assembleia repetiu com entusiasmo e, unanimemente, a aclamação proposta
por Domingos Alves Branco.

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Estava perdida a causa republicana. O Brasil independente continuaria a ser uma
monarquia, ligada às casas reais europeias, o que veio a ser, na prática, uma “meia independência”.
Na realidade, parece ter sido esta a vontade de D. Pedro, porque ele e os portugueses que o
cercavam desejavam manter d. Pedro imperador do Brasil e herdar o reino de Portugal, com a morte
de seu pai, velho e doente, D. João VI. Essa concorrência de fatos reuniria novamente Portugal e
Brasil, como dois reinos, mas, evidentemente, recriaria a condição de Brasil colônia.
Houve muitos desdobramentos políticos e militares, posteriores ao dia 7 de setembro de
1822, no sentido de anular a independência, com o retomo do Brasil à condição de colônia. A
apreciação histórica desses desdobramentos poderá ficar para outra ocasião. Muito Obrigado.

BIBLIOGRAFIA:
- Durão, João Ferreira - Pequena História da Maçonaria no Brasil - 1720 / 1882 - Madras Editora.
- ________ - Cavaleiros de Jesus - Breve História do Cristianismo - Madras Editora.
- ________ - Maçonaria Escocesa - Ensaios Culturais - Madras Editora.
- Barroso, Gustavo - História Secreta do Brasil -1 Volume - Companhia Editora Nacional.
- Calógeras, Pandiá — Formação Histórica do Brasil - Biblioteca do Exército Editora.
- Calmon, Pedro - História do Brasil - Vol. 1 - Livraria José Olympio Editora.
- Pombo, Rocha - História do Brasil - Vol. 1 - W. M. Jackson Inc. Editores.

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