ALBERTO MANGUEL
oe a Seaman
eowrNiire Sona TSAGRADECIMENTOS
Hé uma travessia pelo noroeste rumo
ao mundo intelectual
Laurence Sterne, A vida e as opinides
do cavalh
iro Tristram Shandy
Sou um viajante inquisitivo castico.
acaso, por meio de qualquer imagem que
cer: paisagens e prédios, cartées-postais e monumentos, museus e gale-
sosto de descobrir lugares ao
-s locais tenham a ofere-
rias que abrigam a meméria iconografica de um lugar. Assim-como ado-
ro ler palavras, adoro ler imagens, ¢ me agrada descobrir as historias
explicita ou secretamente entrelagadas em todos os tipos de obras de
arte — sem, contudo, ter de recorrer a vocabularios arcanos ou esotéri-
cos. Este livro desenvolveu-se a partir da necessidade de reivindicar,
para os espectadores comuns, como eu mesmo, a responsabilidade e o
direito de ler essas imagens e essas hist6rias,
Minha ignorancia de culturas mais vastas limitou meus exemplos
arte ocidental, da qual selecionei certo nimero de imagens pintadas, fo-
tografadas, esculpidas e edificadas — que achei especialmente assom-
brosas ou sugestivas. Eu poderia ter escolhido um punhado de outras
imagens: 0 acaso, atrativos particulares e a suspeita de uma historia in-
teressante me impeliram a escolher aquelas que agora compéem este li-
vro. Nao busquei inventar ou descobrir um método sistemético de ler
imagens (como aqueles propostos por grandes historiadores da arte, co-
mo Michael Baxandall' ou E. H. Gombrich’). Minha tnica desculpa é
que nfo fui guiado por qualquer teoria da arte, mas simplesmente pela |
curiosidade, \
Minha propria e fragil habilidade para ler imagens, fora de efrculos
académicos e de teorias criticas, foi posta A prova em um mimero de
instituigdes que gentilmente abriram suas portas para um amador. En-
tre elas, devo agradecer a Lynne Kurylo, na Galeria de Arte de Ontario:
Sherry-Anne Chapmaan, no Museu Glenbow em Calgary, Alberta; Ca-
qd
ei iessi‘“‘_idense, em Paris;
Campbell, na ‘em Londres; e a professora Moira
Roth, no Mills College, em Oakland, C:
‘uma primeira versio de meu capitulo sobre Caravaggio para pul
na Art Month bourne; Karen 6
de meus capftulos sobre Picasso e Marianna Gartner em Descant, To
ronto; muitos anos atrs, Barbara Moon publicou um relato sobre a
nha primeira visita ao Are-et-Senans em Saturday Night, Toront
dos os trés, meu agradecimento por sua confianga. Um texto um
diferente sobre monumento do Holocausto, em Berl
co na revista Sinn und Form, Berlim, gracas aos bons of
‘Meinert, bem como em Svenska Daghladet, Estocolmo, gragas a An-
ders Bjérnsson, ¢ na revista Nexus, da Universidade Tilburg, na Holan-
da, a pedido de Rob Riemen e Kirsten Walgreen. O Programa Mark-
Flanagan da Universidade de Calgary me ofereccu um ano de apoio
financeiro, tempo durante o qual escrevi parte deste livro: por sua ajuda
Varios amigos e colegas leram 0 manuscrito e me der:
sensatos, infelizmente nem sempre acatados, Minha cara
ra muito sofrida, Louise Denys, formulou todas as perguntas certas €
ime fez voltar atrs sempre que eu me havia afastado demais do leitor;
minhas editoras, Liz Calder, Marie-Catherine Vacher e Lise Bergev
corrigiu 0 manuscrito,com o olho de
ce € 0 trabalho manual de Barney Gilmore — a esses, 0 meu muito
obrigado; John Sweet lew as provas com sagacidade e cuidado; Simone
lou-se fundamental, foi persuadida a prestar a este nove livro o mesmo
impecdvel servigo inquisitorial; Lilia Moritz Schwarez.guiou-me com
destreza através dos dédalos do barroce brasileiro; a professora Stefania
Bianeani fez a gentileza de ler men capitulo sl sce
‘Comecei este livro pensando que esereveria sobre nossas emagdes
1 elas afetam (e sio afetadas por) nossa leitura das obras de arte.
ter terminade muito longe, do alvo que havia imaginado,
conforme Lanrence Sterne afirmou com tanta propriedade, “acho
hha nisso uma fatalidace — raramente chego ao local para onde par-
‘Como eseitor(¢ como letor), creo que ese, de algum modo, deve
‘sempre o meu lema.