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Engrenagens Acoplamentos
Engrenagens Acoplamentos
Engrenagens Acoplamentos
Engrenagens
Acoplamentos
Redutor
Motor
Freio
14
2.3.2. Cálculo da Redução:
A redução do sistema de acionamento deve garantir que a velocidade do veículo esteja dentro do
valor estabelecido na especificação. Os fatores que influenciam no dimensionamento são: rotação
do motor e diâmetro da roda.
Considerando um veículo com velocidade de translação V, a rotação n r da roda de diâmetro dr
deverá ser:
V
nr
π dr
nm
it
nr
π dr nm
it
V
A redução pode ser feita em um único redutor (figura 1.b) ou em reduções consecutivas (figura
1.a e figura 4).
A translação do veículo é obtida pela transmissão do conjugado do motor (torque) até as rodas
motrizes através de um conjuntos de elementos mecânicos dimensionados para atender às condições
da aplicação.
Na construção da transmissão existem componentes que são selecionados nos catálogos dos
fabricantes e outros projetados para atender as condições específicas da aplicação. Para alguns casos
o conjunto de transmissão pode ser padronizado, sendo selecionado no catálogo do fabricante com
base nas condições de carga e adaptado à geometria do veículo (figura 5 aplicado no carro 1.b).
Determinadas aplicações exigem que alguns componentes, como eixos, engrenagens e às vezes o
próprio redutor, sejam projetados para as condições específicas (figura 4 aplicado no carro 1.a).
Todos os componentes do sistema de transmissão, especificados através de catálogos ou
projetados, devem atender aos requisitos da norma adotada para o dimensionamento do veículo.
Para este caso existem normas específicas deste tipo de equipamento (NBR 8400) e normas
aplicadas ao projeto de elementos mecânicos (AGMA, DIN e a própria NBR).
Na análise dos esforços da transmissão são definidas as tensões de trabalho, que devem levar em
consideração fatores como: tipo de aplicação, ciclo de operação e fator de segurança. Os elementos
mecânicos, com base nas caracterísiticas do projeto e material especificado, devem possuir tensões
admissíveis superiores às tensões de trabalho. O critério de dimensionamento aplicado pode
considerar a ruptura, fadiga ou o desgaste, dependendo do tipo de componente. Na determinação
das tensões admissíveis são considerados, além das propriedades do material, fatores como:
dimensões da peça, concentração de tensões, corrosão e acabamento superficial.
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Figura 5: Motorização aplicada no Veículo da Figura 1.b – Acionamento direto na roda
A seguir são apresentados os cálculos e especificações dos principais elementos deste sistema de
transmissão.
a) Especificação do Motor:
No item 2.1.3. foi calculada a potência mínima requerida para o motor elétrico, sendo obtido o
valor de 57,81 (KW). Para as condições reais da aplicação este veículo também deve ser utilizado
para algumas operações de emergência. Nestas situações este veículo será utilizado para rebocar
outro equipamento no mesmo caminho de rolamento (ver memorial de cálculo Kawasaki). Nesta
condição será necessária uma potência de 75 (KW), já considerando a disponibilidade de motores
padronizados.
A especificação da rotação do motor depende do diâmetro da roda e da redução total do sistema.
O valor do diâmetro da roda é definido em função do peso total do veículo e da carga, conforme
item e.1.4 este valor é de 800 mm. A taxa de redução é definida em conjunto com a rotação do
motor. A rotação do motor é definida pelo número de polos. Neste caso será adotado um motor de
900 rpm, 8 pólos. Para motores com rotação superior seria necessária uma taxa de redução muito
elevada para o espaço disponível. Com este motor a taxa de redução total será de 1/56,55, conforme
equação do item 2.3.2.
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Item Valor Observação
Potência 75 KW Dimernsionamento
Número de Polos 8 Define a rotação
Fator ED 40% Classe de Utilização
Rotação 900 rpm Definido pela velocidade
Carcaça Normalizada 315 M Ver catálogo fornecedor
Classe de Isolação F Característica da Aplicação
Voltagem 440 V Alimentação elétrica
Frequência 60 Hz Alimentação elétrica
GD2 24 kgxm2 Θ = GD2/4 (ver. unidades)
Corrente máxima do motor 130 Ampéres Especificação do motor
Torque máximo do motor 81 kgfxm x 150% Controle do Painel
Torque na partida 81 kgfxm x 100% Controle do Painel
A escolha do motor é feita nos catálogos dos fabricantes com base nas especificações da
tabela.
b) Especificação do Freio:
c) Redutor:
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ideal de pares de engrenamento com os respectivos número de dentes. Em seguida podem ser
verificadas as dimensões das engrenagens pela capacidade de carga requerida pelo equipamento.
Após a definição das dimensões das engrenagens, são calculados os eixos, rolamentos, chavetas
e demais componentes da carcaça do redutor. Este cálculo deve atender os critérios de
dimensionamento mencionados anteriormente.
A figura 6 apresenta os componentes rotativos do redutor do veiculo que serão dimensionados
em seguida:
Engrenagem de Saída
Eixo de Saída
Engrenagem Intermediária
Motor de Acionamento
Este redutor terá a redução total de 1/28,91, sendo a redução final realizada pela transmissão por
engrenagem das rodas.
Os critérios de cálculo seguem a Norma AGMA 420.04 (Practice for Enclosesd Speed Reducers
or Increasers Using Spur, Helical, Herringbone and Spiral Bevel Gears).
A tabela 6 a seguir apresenta as características geométricas básicas para a verificação do
dimensionamento das engrenagens.
O dimensionamento destas engreagens deve atender dois requisitos para garantir o desempenho
requerido:
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Especificação Dados Para Projeto
Potência Requerida de Projeto 75 KW (104 HP)
Rotação de Entrada 900 rpm
Rotação de Saída 31,14 rpm (3,26 rd/s)
Redução 1/28,9
Aplicação Translação de Carro de Transferência
N d CosΨ
DPn ; (m n )
d CosΨ N
3) O “Pitch Diameter” é o mesmo que o circulo primitivo. As engrenagens não sofreram correção
nos dentes.
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1) Resistência do dente à fadiga: refere-se à capacidade da engrenagem transmitir a potência
requerida sem que ocorra a ruptura do dente por fadiga:
np d K v F J S KL
Paf af (AGMA 221.02)
126000 K o K m K s Pd K R K T
J
P af K 1 K 2 K 3 (AGMA 420.04)
Pd
No caso do dimensionamento pela AGMA 420.04 a Potência de Serviço será obtida por:
Paf
Potência de Serviço
CSF
Os valores referentes aos cálculos das engrenagens da figura 6 são mostrados na tabela 6.
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Primeiro Par
AGMA 221.02. Capacidade de Potência pela Resistência do Dente - Fadiga
0,42
Paf 0,025 3,7 49000
4,115
- Pinhão:
Paf 462,60 (HP)
0,58
Paf 0,025 3,7 42800
4,115
- Engrenagem
Paf 558,00 (HP)
Todos os valores obtidos acima são superiores ao valor requerido de 104 HP.
No caso da AGMA 420.04 está previsto a utilização do fator CSF, cujo valor máximo neste casoé
2. Neste caso o valor mínimo de potência será 231,3 HP (considerando o pinhão) que é superior ao
valor requerido de 104 HP.
No caso da AGMA 221.02 o fator Ko considerado com valor superior a 1, sendo o valor máximo
da tabela 3 igual a 2,25. Neste caso a potência admissível será de 165,22 HP (considerando o
pinhão), que ainda é superior ao valor requerido de 104 HP.
Segundo Par
AGMA 221.02. Capacidade de Potência pela Resistência do Dente - Fadiga
- Pinhão:
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161,79 4,775 0,92 10 0,40 49000 1
Paf
126000 1,0 1,5 1 3,175 1 1
0,40
Paf 0,005 6,9 49000
3,175
- Pinhão:
Paf 212,98 (HP)
0,57
Paf 0,005 6,9 42800
3,175
- Engrenagem
Paf 265,10 (HP)
np F I Cv S d CL CH
Pac ac (AGMA 211.02)
126000 C s C m C f C o C p C T C R
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Cm Fator de Distribuição de Carga 1,50 1,50 AGMA 211.02 tab. 1
Cf Fator de Condição da Superfície 1,0 1,0 AGMA 211.02 item 8
Co Fator de Sobrecarga 1,00 1,00 AGMA 211.02 tab. 2
Saf Tensão Admissível de Contato 120000 120000 AGMA 211.02 tab. 5
d Diâmetro Primitivo Pinhão/Coroa (in) 3,8875 4,775 ver desenho
CP Coeficiente de Elasticidade 2300 2300 AGMA 211.02 tab. 6
CL Fator de Vida 1,0 1,0 AGMA 211.02 fig. 7
CH Fator de Relação de Dureza 1,01 1,01 AGMA 211.02 fig. 8
CT Fator de Temperatura 1,0 1,0 AGMA 211.02 item 13
CR Fator de Segurança 1,0 1,0 AGMA 211.02 tab. 2
C1 n p d 2 C v 126000 0,075 0,023 AGMA 420.04 fig. A8/A14
C2 F / Cm 3,5 7,4 AGMA 420.04 fig. A15
m G S ac
C3 0,225 720 710 AGMA 420.04 fig. A18
m G 1 Cp
C4 CL 2 1 1 AGMA 420.04 fig. A20
(1) O valor de I é obtido com precisão no Apêndice A da norma AGMA 211.02 de fev. 1969.
Tabela 8:Valores Referentes ao Cálculo de Resistência ao Desgaste
AGMA 420.04 e AGMA 211.02
Neste caso o pinhão do segundo par esta no limite de dimensionamento. O fator de sobrecarga
(AGMA 211.02) e o fator de serviço (AGMA 420.04) foram considerados iguais a 1.
c.2) Dimensionamento dos Eixos e Rolamentos:
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W
Wr n
t
Wa
Wt
I II
Wt1
900 rpm
Wa
R2 R1
Φn = 20o e ψ = 13,54o.
P 75000 (W)
T1 795,8 (N m)
ω1 94,25 (rd s)
T1 2 795,8 2 1000
Wt1 16119 (N)
d p1 3,8875 25,4
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c.2.1.2) Reações de Apoio:
As forças serão divididas em dois planos: plano das forças radiais e forças tangenciais.
ΣF = 0
ΣM = 0
R 1r R 2r 6034,6
R 2r 105 R 1r 375
R 1t R 2 t 16119
R 2 t 105 R 1t 375
2 2
M If M Ir M It 1176596 ,7 (Nxmm) (Momento de Flexão)
1
M e M f M f M t
2 2
2
Mf = 11994 (Kgfxcm)
Mt = 8112 (Kgfxcm)
M Ie
1
2
11994 11994 2 8112 2 13237 (Kgf cm)
O valor da tensão equivalente na secção crítica, com diâmetro de 83 mm, será obtida na
equação:
M Ie M Ie 32 13237 32
σ Ie σ Ie 236 (Kgf/cm 2 )
Z fI π dI
3
π 8, 3 3
σ Ie 2,36 (Kgf/mm 2 )
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A Tensão Admissível de Fadiga da Secção I (σ Iaf) será considerada conforme recomendações da
NBR 8400 Apêndice H.
σ
σ Iaf Ifa
K If
K If 2 1,65 1 1 3,30
σ Ifa 35,7
σ Iaf 10,82 (Kgf/mm 2 ) (Este valor pela AGMA é de 14,64)
K If 3,30
Portanto:
σ Iaf σ Ie 2,36 (Kgf/mm 2 )
M It 8112 16
τ IIt 0,81 (Kgf/mm 2 )
Z t1 π8 3
A Tensão Admissível de Fadiga, com relação ao cisalhamento, também pode ser obtida através
da NBR 8400, sendo o valor para este caso de τIIaf = 6,18 (Kgf/mm2).
Portanto, para a secção II a tensão admissível é superior ao valor da tensão aplicada.
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c.2.1.5) Esmagamento da Chaveta:
Fe
T1 8112 8112
Fe Fe 2028 (Kgf)
d 2 8/ 2 4
2028
σ ec σ ec 2,54 (Kgf/mm 2 )
7 114
P X Fr Y Fa
Para a condição de melhor distribuição de carga o rolamento fixo, que recebe a carga axial, neste
caso deve ficar do lado de menor carga radial. A reação R 1 é menor do que R2, portanto a carga axial
deve ser aplicada do lado de R1.
2 2
F1r R 1r R 1 t F1r 384 (Kgf)
Fa Wa Fa 396 (Kgf)
27
Pelo critério de dimensionamento, sendo Fa/Fr = 1,03 > e (e = 0,24), tem-se:
X = 0,67 e Y = Y2 = 4,40.
Aplicando a equação é calculada a vida para o rolamento fixo na posição 1 do eixo de entrada:
10 10
1.000.000 C 3
1.000.000 25790 3
L 10h1
60 n P1 60 900 2000
No caso da posição 2, que somente recebe a carga radial (rolamento livre) tem-se:
10
1.000.000 25790 3
L10h2 L10h2 327.834 horas
60 900 1371
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III IV
Wr2
Wt2
161,80 rpm
16,94 rd/s
Wa1 Wa2
Wt1
Wr1
Esquema das
R4 R3
Forças de Engrenamento
Os cálculos referentes ao eixo de saída devem levar em consideração os dados da figura 10. O
rolamento utilizado é o autocompensador 23034. Para o dimensionamento devem ser efetuadas as
mesmas considerações dos eixos anteriores.
As forças radial, tangencial e axial correspondem aos mesmos valores do pinhão do eixo
intermediário.
Neste eixo o torque é transmitido nas duas pontas de eixo, devendo ser efetuada a verificação da
chaveta.
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VI V VI
Wa2
Após o dimensionamento dos componentes principais, eixos e engrenagens, a carcaça deve ser
projetada e os demais componentes do redutor devem ser especificados. Estes componentes são:
tampas, elementos de junção (porca, parafusos, arruelas), elementos de vedação (retentores e
juntas), espaçadores, visor de nível de óleo e respiros.
Posteriormente deve ser analisado o sistema de lubrificação a ser utilizado. Normalmente o
método de lubrificação é o banho de óleo. Para condições mais severas pode ser necessária a
lubrificação circulatória, incluido o resfriamento do óleo. Esta condição pode ser avaliada através da
norma AGMA 420.04, considerando o cálculo da potência térmica do redutor.
Estes componentes são utilizados para transmitir o torque desde o motor, passando pelo redutor
até atingir o eixo de acionamento das rodas motrizes.
Os fatores que determinam o dimensionamento são: torque e rotação.
No caso dos acoplamentos devem ser utilizados componentes padronizados. Existem diversos
tipos e modelos de acoplamentos que podem ser aplicados nos equipamentos de movimentação de
carga. Atualmente existem modelos com elastômeros que ocupam espaço nas diversas partes da
transmissão, este tipo de acoplamento não necessitam a lubrificação.
Para os equipamentos de maior capacidade normalmente o acoplamento mais utilizado é o de
engrenagens. A especificação feita com utilização do catálogo do fabricante, considerando o torque
e a rotação no ponto da instalação, também deve considerar o fator de serviço para a aplicação.
Porém, na maioria das aplicações o fator determinante para a especificação destes acoplamentos é o
diâmetro do eixo no local da instalação. Estes componentes tem a limitação do furo máximo no
cubo, sendo em muitos casos necessário um acoplamento com capacidade de transmissão de torque
superior ao especificado em função da limitação do furo. Recomenda-se para maiores detalhes
utilizar o catálogo dos fabricantes.
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Considerando como exemplo o acoplamento entre o motor e o redutor, o torque transmitido é de
8112 (Kgfxcm). Para um fator de serviço de dois, o torque para especificação é de 16224 (Kgfxcm).
Este torque pode ser transmitido por um acoplamento do tamanho 1015G, porém o furo máximo
neste caso é de 65 mm, sendo que o eixo do redutor tem 80 mm e o redutor 95 mm. Para atender
esta condição é especificado um acoplamento tamanho 1030G, que pode transmitir até 123343
(kgfxcm).
Estes dados foram obtidos do catálogo da PTI.
No caso dos eixos de transmissão deve ser verificada a tensão máxima de trabalho devido ao
torque em relação a tensão admissível do material. No dimensionamento do redutor foi descrito o
procedimento para esta análise. Além da verificação da tensão, estes eixos devem ser verificados
com relação ao ângulo de torção. Para algumas aplicações pode ser necessário eixo de comprimento
elevado, colocando em risco a estabilidade do eixo devido ao ângulo de torção acima do admissível.
Neste caso é necessário subdividir o eixo de transmissão de acordo com a necessidade do sistema de
acionamento.
e) Conjuntos de Rodas:
A figura 4 mostra o arranjo escolhido para o sistema de acionamento e conjuntos de rodas. Neste
modelo serão utilizados dois conjuntos de rodas motrizes e dois conjuntos de rodas movidos. A
seguir são apresentados os critérios para o dimensionamento destes componentes.
O carro possui dois conjuntos de rodas motrizes, conforme construção da figura 4. O torque de
saída do redutor é divido para os dois eixos de transmissão, 50% para cada lado.
Para calcular a tensão máxima de trabalho devem ser analisados os esforços aplicados ao eixo
pinhão de acionamento. Estes esforços são constituidos pelo torque transmitido pelo redutor e pelas
forças de engrenamento. O torque é definido pela seguinte expressão:
1 P
T3 K c
2 ω 3
A partir do valor do torque podem ser calculados os valores das forças de engrenamento. Em
seguida são obtidas as tensões de flexão, torção e a tensão combinada. Este valor é comparado com
a tensão admissível do material do eixo de transmissão.
31
Figura 11: Conjunto de Rodas Motriz
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e.1.2) Engrenamento da Roda:
O pinhão aciona duas rodas simultaneamente, através de engrenagens de dentes retos acopladas
diretamente ao eixo das rodas motrizes.
Os dados dimensionais das engrenagens são definidos na tabela abaixo:
Para o cálculo das potências admissíveis quanto à fadiga e o desgaste devem ser utilizadas as
normas AGMA.
Para o cálculo dos rolamentos devem ser utilizadas as reações de apoio calculadas no
dimensionamento do eixo, item e.1.1. A vida útil recomendada quanto a fadiga deve ser superior a
40.000 horas.
e.1.4) Rodas:
As rodas recebem os esforços devido ao peso próprio do carro e o peso da carga, que totaliza
260 toneladas para este veículo. As rodas não recebem exatamente o mesmo valor da carga, pois o
centro de gravidade do conjunto não é simétrico. No item 2.2.3 foi calculada a reação dos apoios na
estrutura. Apesar da diferença entre R1 e R2, podemos verificar que os valores são próximos. Além
disso as rodas suportam o peso próprio do conjunto de rodas. A carga máxima aplicada em uma roda
motriz (que corresponde ao maior valor de carga) é de 325000 (N).
O dimensionamento da roda é feito com base na expressão básica descrita abaixo:
Pr
Kf
D B
Pressão de Contato Kf = 4,836 (N/mm2) Deve ser menor que a Pressão Limite (1)
Carga aplicada Pr = 325.000 (N) Calculada a partir da carga total.
Diâmetro da Roda D = 800 (mm) Dimensão da roda.
Largura de Contato com Trilho B = 84 (mm) Dimensão do trilho.
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A Pressão de Contato define o material a ser especificado para a roda. Esta especificação deve
ser efetuada com referência nos catálogos dos fabricantes especializados, que estabelecem as
condições para a Pressão Limite (1).
A Norma NBR 8400 também estabelece o critério para determinação do material da roda com
base na Pressão Limite (1) (ver item 6.7.4 da Norma).
Considerando o critério da NBR 8400 temos:
K f Plim c1 c 2
Kf
Plim
c1 c 2
O que determina uma Plim 5,55 (N/mm2). A tensão de ruptura do material deverá ser superior a
600 (N/mm2) (NBR 8400 – Tabela 30).
Os eixos das rodas também devem ser calculados considerando como uma viga bi-apoiada. Os
valores das cargas e reações de apoio são obtidos a partir da carga aplicada à roda (Pr).
Normalmente são aplicados rolamentos autocompensadores de rolos. Para alguns casos também
são utilizados rolamentos de rolos cilindricos e rolamentos de rolos cônicos. No cálculo da carga
dinâmica equivalente deve ser considerada a carga radial devido ao esforço aplicado na roda e a
carga axial deve ser considerada em torno de 10% da carga radial, pois existem esforços devido ao
contato entre a aba da roda e o trilho. O esforço axial não pode ser determinado com precisão
através de cálculos, porém o valor de 10% da carga radial é normalmente utilizado para este tipo de
cálculo. A vida com relação a fadiga deve ser superior a 40.000 horas para esta aplicação.
Para este caso ocorre a mesma situação do dimensionamento dos rolamentos anteriores,
normalmente o diâmetro do eixo acaba sendo o fator determinante para a escolha do rolamento.
A trnsferência das cargas da estrutura principal do carro para as rodas é efetuada através da
estrutura do conjunto de rodas. No caso do conjunto motriz esta estrutura também suporta o sistema
de acionamento das rodas.
O projeto da estrutura do conjunto de rodas requer alguns cuidados especiais principalmente nas
regiões de apoio dos rolamentos e dos eixos das rodas, que devem ser reforçados para garantir
rigidez suficiente durante a translação do carro.
A seguir é apresentada a verificação da secção crítica. A figura 12 apresenta a aplicação das
cargas sobre a estrutura do conjunto de rodas.
A força F3 corresponde à reação R1 calculada no item 2.2.3, cálculo da estrutura principal. Nos
conjutos de rodas motrizes o peso é maior devido ao acionamento e a proteção.
Considerando que temos dois conjuntos de rodas motrizes a força F3 será:
34
F3
B R3 R3
F3
R3 R3
R 1 127200
F3 F3 63600 (Kgf)
2 2
63600
R3 R 3 31800 (Kgf)
2
F3 L 63600 900
MB M B 14310000 (Kgf mm)
4 4
S1 d 1 S 2 d 2 S 3 d 3 0
d1 d 2 327,5
d 3 d 2 152,5
d1 d 2 175
35
1
LCG
Substituindo os valores:
d1 = 327,5 (mm)
d2 = 50 (mm)
d3 = 202,5 (mm)
b h3
I S d CG
12
70 70 3
I1 70 70 125 2 I 1 78563333 (mm 4 )
12
22 2803
I2 22 280 502 I 2 55645333 (mm 4 )
12
60 25 3
I3 60 25 202,5 2 I 3 61587500 (mm 4 )
12
I I 1 I 2 I 3 I 195796166 (mm 4 )
Os módulos de resistência a flexão superior e inferior são obtidos em função da distância do CG,
conforme descrito abaixo:
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I I
Z SB e Z IB
d SCG d ICG
MB 14310000
σ SB σ SB 5,85 (Kgf/mm 2 )
2 Z SB 2 1223726
MB 14310000
σ IB σ IB 7,86 (Kgf/mm 2 )
2 Z IB 2 910680
A tensão é dividida por 2 porque o conjunto de rodas possui duas vigas principais de
sustentação.
Neste caso observamos que a tensão de trabalho calculada é superior à tensão admissível quanto
à fadiga para o aço ASTM A36, que é de 16 (Kgf/mm 2). A tensão calculada é inferior à tensão de
escoamento do material, 25,5 (Kgf/mm2), o que admite a aprovação das características geométricas
da estrutura do conjunto de rodas. Para uma condição mais segura do desempenho contínuo do
equipamento deve-se melhorar as características do conjunto de rodas para obter-se uma tensão
inferior a tensão admissível quanto a fadiga.
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