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ARISTOTELES TOPICOS DOS ARGUMENTOS SOFISTICOS “Tradogio de Leowes VaLtavono « Geen Boenient da versio nglena do W. A. Pickard —~ Cambridge METAFISICA CUVRO Le IVRO ID : ; “Teetugio dirt do grego por Yncew2o Cocco «nots de { - Tok quit be Canvatxo ETICA A NICOMACO “Tradogio de Leonel, VaLLanono e Gero Botan da versio inglesa de W.D. Ross POETICA Tradugio, coments © ind ‘Eupone oe : 5 | EDITOR: VICTOR CIVITA © enomistin de ETICA A NCOMACO : - ae ian =a GTA TS \ How on cURL (OPER ad aoneie soos 7 Admite-se geralmente que toda arte economia ¢ ariqueza. Mas quando tais ‘fe toda invesgecio, assim como toda artes se subordinam a umaiinia fecal eo ago ¢ toda escalha, sm mira um dade — assim como a selaria ¢ as ou- bh [bem qualquer; por to,com m em éaquilo aque to « jem. Mas observa- eq ‘ama certa diferenga: al- todas as agGes militares, na estratézia, ‘outros s20 produ: bh outras artes que também se incluem, fas atividades que os em tecceiras —, em todas elas os fins” como corre com as ciéncias que aca” amos de mencionar. oo © existe um fim que ciéncias ou Faculdades constitui o obj SX mesmo ¢ tudo o mais € desejado no to. Ninguém duvidaré de que o seu os tudo pertenga & arte mais prestigiosa a ‘que mais verdadeirameate se pode cha 1» em outra (po © POD ghar a are mesa. Ora, 2 pol pei tra ser dessa natureza, poi nosso des Lfim Getermina quais as ciencias que devem Serio bem, ou ates, o sumo bem. 4 1 “Kiar ago td 0 seu conecimento, Se estudadas See ede | gh porn, arande fens bs 2 toe G iy nesta TET Joao para asus pon. facades tidas em maior py AP” 5 aria, nio alcangaremos mais como a estratégia, a economia ¢ areis- mente aquilo que nos cumpre lean gar? Sc assim é, esforcemo-nos por Seterminar ainda que em linhas gerais Tegisla sobre 0 que + 250 ARISTOTELES: ye 'devernos ¢ 0 que nio devemos fazer, a preservar. Emibora vatha bem a pena oo", finalidade 4 ia deve abranger _atingir esse fim par ividuo 6, & Sida que tl fim seja o mesmo tan ve para o individuo como para o Estado, Nar Bideste mo parece sr algo mai frais completo quer a ating, quer @ Temos um exemplo ores dos creenses ¢ em quaisquer outros ‘dessa espécie que possa ter havido ‘quenlzasio. per Hick € evidenté ac fxard de acord® com 0. nosso plano nical a virude que deveros estadar de qualquer divide, a virtude porque humano era'o bem ¢ FF humana’ flicidade que busedvamos. é Por viriade humana enten nto das questbes que. estamos eatindo, ja que os nosso propésitos mais precisa, que seria, aliés, muito ‘ trabalhosa. ETICA A NICOMACO —1 13 9 Q32r. Lamporenk do user so vinwedt: A seu respeito slo feitas algumas afirmagoes bastante exatas, mesmo nas a5 partes. do corpo ou coisa di gio mas inseparéveis por natureza, circunferéncia de um céreulo, no inte- ressa 4 questo com que nos ocupamos de momento. Do elemento isracionsl, uma subdi- visio parece ear largaznente difun- dida e ser de natureza vegetative. Refi- ro-me & que & causa da nuwigio e do [que 0s da gente comum. Mas basta 265 quanto a esse assunto. Deixemos de | lado a faculdade nutritiva, uma vez & 268 ARISTOTELES ye Por conseguinte,o elemento iracio¥ nal também parece ser_duplo. Com c efeto, o elemento vegetative nao tem yA ap # ees / que, por natureza, ela no participa da ‘exceléncia humana, Parece haver na alma ainda outro elemento irracional, mas que, em certo em certo sentido, na medida em que 0 escua © tbe obedece. E nese sentido inet dade matemitica. _ us ge coro modo, elena it tempo, encontra-se neles um outro ele- ‘mento naturalmente oposto 20 princi- pio racional, Iotando contra este resistindo-Ihe, ‘como os membros paralisados_s¢ vol- Porgue, _exatamente ‘ani para = eaquerda quando procura- mos move-T6s para a direita, a mesma coisa sucede na alma: 05 impulsos dos inqontGaeMTes movern-se em _direcdes contrariss. Com uma diferenga, possui um principio possui tal principio ( aque carece dele) zat uma parie_ possuindo: coma umfno obedece saps. YY, ‘A vitde tambem se divide em eae" cies de acordo com esta diferenga, por-” ve Pe quanto dizemos que algunas viudes. ‘que nao nos interessa. Nem sequer rece ele participar de um pr 45 homem wntnentt = Kpebeo Chola wm uminane of 2 Qe) rauaknente Apates. atte weld Pale _ Mer Wateeres a pent dee J phe 2 > rele peapee _ o wares lf y ph Loven r 7 1 na yee o et LIVRO II Oah, ma nt wrplde, 0 ‘e tempos enquanto a virtude & adquirida em resultado do hi- se formado o seu nome 2 ‘por uma pequena modifica- gfe da palavra Wo: (Rabi). Por tudo isso, evidencia-se também que nenu- ‘ma das virmdes morais surge em nos oe Ratureza; com efeio, nada do-que temos adestrala jogando-a dex. mil nem se pode habituar 0 i fogo a ‘quer coisa que por aatureza se’com porte de cera maneira a comportar-se de ourra : Nao & pois, por natureza, nem i contrriando a natureza que a8 virt- des se geram em nds. Diga-se, antes, Por outro lado, de (odas as coisas que nos vém por natureza, primeiso adguirimas_a_poténcia_e mais tande exteriorizamas os atos. [sso & evidente no caso dos sentidos, pois nao foi por over ou ouvir freqiientemente que adqui- imos a visio e a audigio, mas, pelo ‘contririo, n6s as possufamos antes de mene nos tomamos justos ou injustos 268 ARISTOTELES 1 pelo que fazemos em presenga do hhabito do medo ou da ot tornamos valentes ov co% mesmo se pode dizer como as outras — porque nao investi- gamos para saber o que € a virtde, ‘mas a fim de nos tomarmos bons, do 1. gue ultrapassem determinados So Bw eoe ae ae ez. Sendo essa a natureza da exp! cdo geral, a dos casos part porquanto da sua diferenga nossa juventude nos ou daguela manera, Tem, pelo fio. imensa importincia, ov metbor: tudo depende disso. gtr a diforenga de caratees. | i HENS. eae Ba tratado seja desta natureza, devemos prestar tanto umd for poste, Comece our ertie a) ro sere desudas tanto para mais como para ment troem a saide a0 passo que. ‘© mesmo acontece com a tempe ranga, a coragem € as outras viruudes, pois o homem que a tudo teme e de tudo foge, nio fazeado frente a nada, toma'se um covarde, © © homem que nao teme absolutamente nada, mas vai ‘a9 encontro de todos os perigos, tor- que s¢ entrega a todos os prazeres € Mo se abstim de nenhum toma-se inempsans, enqanio 0 aie Os prazeres, Como fazem o$ ris- se tomadecerto mode inensivel| ETICA A NICOMACO —IT 268 2 Atemperanga ea coragem, quem mais esté em condigées de fazer destruidas pelo excesso e pela ‘as causas ¢ fontes de sua geragao © ‘erescimento so as mesmas que as de 2 evidentes 20s sentidos, como a por exemplo: ela é produzida pe Ingestio de grande quantidade de mento © por um exercicio intenso, ‘tivos do caréter 0 pr ¢ 5 acompanham os | atos; porque, 0 hhomem que se abstém de prazeres cor- ie sente fats, Isto & Wo toros — quer prazeres ¢ dores que ao “evem, na ocasio em que nao devem fou da mancira pela qual nfo devem oF ve, com prazeres © dores zo prazer_que_pratcany vor eiise di dor aus ot abaems de pois essa é a educagdo certa. Por outro lado, se as virtudes dizem pois, que essa espécie de exoclént respeito a ages ¢ paixdes,¢ cada agio tende a fazer o que é melhor com res- ¢ cada paixao € acompanhiada de pra ‘as dores, e que 0 1 zer ou de dor, também por este motive virtude se relacionara com prazerese Os fatos seguintes também nos -dores. Outra coisa qué @sti a indica-lo podem mostrar que a virtude e 0 vicio ET Tato de ser infligido 0 castigo se relacionam com essas mesmas coi- 29 cesses meias; ora, o castigo € uma espé- sas. Como. existem, trés objetos de tie de cura, ¢€ da natureza das curas.o escolha e urs de rejeigio —o nobre, 0 2 Leia 83 26: Rebs, $0-402. (8.607) 20 ARISTOTELES vantajoso, 0 agradivel e seus contré- 4 toca a0 prazer. Com efeto,além de ser comum aos animais, este também acompanha todos os objetos de’ esco- lha, pois até 0 nobre e 0 vantajoso se apresentam como agradaveis. tues “Acresce que © agradavel ¢ 0 dolo: 030 cresceram conosco desde a nossa inféncia, « por isso & diffcil conter menos, medimos nossas proprias pelo estalio do prazer e da dor. Por ém poderia pergumtar que en- s 20 declarar que devemos ticais que ele préprio possui. Sucede, por outro lado, que neste ponto nao ha similaridade de caso pequena sobre as nossas apdes para usarmos a frase >» € mais difielljutar contra ‘que contra ‘a dor, mas em tomo de prazeres, ‘que 0 homem que thes der bom uso seré bom ¢o que hes der mau uso sera mau. Demos por assentado, pois, que a onde surgiu a virtude £0 os mesmos fem que cla se atualiza. dade prépria, bastando que possuam determinado ‘cardter; mas porque os ‘tos que esto de acordo com as viru- des tenham determinado cardter, n30 - s€ segue que sejam praticados de - condigio para 2 posse das virtudes 0 ‘conhecimento pouco ou neahum peso fem, a0 passo que as outras condigées — isto € aquelas mesmas que resul- ETICA A NICOMACO — IL an ‘tam da pratica amiudada de atos justos temperantes — sio, numa palavra, tudo. or esnseguinte, as ages sio cha- ‘madas justas e temperantes quando sio tais como as que praticaria 0 hhomem justo ou temperante; mas ado é temperante o homem que as pratica, € tempecante; sem essa pritica, ninguém Devemos considerar agora o que a moderadamente; e da mesma forma no que se relaciona com as outras pai- Ses. (Ora, nem as virtues nem os vicios so paixdes, porque ningu chama bons ou maus devido as nossas w paixdes, ¢ sim devido as nossas virtu- des ou vicios. e porque nio somos lou- teria tequer 0 possbidace de tomar, ria das pessoas no pportam, de certo modo, como enfermos que escutassem atentamente os seus rmédicos, mas nfo fizessem nada do + que estes hes prescrevessem. Assim como a satide destes Siltimos aio pode restabelecer-se com tal tratamento, a alma dos segundos nio se tomard me- Thor com semelhante curso de flosofia. vados nem censurados por causa de guém nos chama bons ou maus, nem nos lowva ou censura pela simples Por conseguinte, se as virtudes no. 1 sfo paixdes nem faculdades, 90 resta top 18 —110552.08.867) m ARISTOTELES uma alternativa: a de que sejam dispo- sigdes de carder. 5, que toda virtude ia nao 6 coloca em boa condigio a coisa de que é a exceléncia ‘como também faz com que'a fungao dessa coisa. seja bem desempenhada. ‘que © faz desemperhar ‘bem a sua fungio. ‘Como isso vem a suceder, jo expli- ‘camos atrés® ¢, mas a seguinte conside ragdo da natureza specifica da virtude langard nova luz sobre 0 Em tude que & continuo e divisi © a falta. Por meio-termo no objeto entendo aquilo que é eqiidistante de mesmo para todos 0s homens; € por meio-termo reiativamente a n65, 0 que io é nem demasiado nem demasiada- mente pouco — ¢ este no é um 36 €0 ‘mesmo para todos. Por exemplo, se dex & demais e dois & pouco, seis 0 F4 rots 1127.(.d6T) Mostramos, assim, 0 que é a virtude com respeito 20 seu género. meio-termo, considerado em fungi do objeto, porque excede e & excedido por» porgdo aritmética. Mas o meio-termo Felativamente a nds no deve ser consi- derado assim: se dez libres € demais vo» para uma determinada pessoa comer © Guas libras € demasiadamente pouco, iado para a pessoa ‘que deve comélo, ou demasiadamente pouco — demasiadamente pouco para te. O mesmo se aplica & corrida e + ta Assim, um mestre em qualquer evita 0 excesso e a falta, buscando © meio-termo ¢ escolnendo-o — 0 meio-termo no no objeto, mes relat. ‘vamente a nds. Se é assim, pois, que cada arte reali- obras de arte nao é possiveltirar nem ‘acrescentar nada, subentendendo que © fexcesso e a falta destroem a exceléncia dessas obras, enquanto © meiovtermo 2 mais exata e melhor que qualquer arte, ‘como também o é a nature que a virtude deve ter 0 ‘visar a0 meio-termo. Refi Por exemplo, tanto © medo como a confianga, 0 apetite, @ ira, a compai- ETICA A NICOMACO—1I 2 xo, ¢ em geral o prazer e a dor, podem ‘Analogamente, no que tange as ages também existe excesso, caréncia 2s eum meiowtermo. Ora, a virtude diz reapeito as paixdes ¢ agdés em que.o excessa € uma forma de erro, assim como a caréncia, 20 passo que 0 meiotermo € uma forma de acerto ‘minada por um principio racional pré- prio do homem dotado de sabedoria pritica. E € um meio-termo entre dois 2h, Dil Bugle edo (eis, Ani vicios, um por excesso ¢ oitro por ‘que, enquanto os vicios ou longe ou ficam aquém do veniente no tocante as ages. + ‘9 meio-tsrmo, E assim, no gue toca & nomes que j de si mesmos implicam ‘maldade, como o despeito, o despudor, ( ‘a inveja, e, no campo das agies,,0 adultério, o furto, 0 assassinio. Todas E,no que se rere a essas coisas, tam- 1: pouco a bondade ou maldade depen- excesso de excesso ¢ uma caréncia de caréncia. Mas, do mesmo modo que io existe excesso nem caréncia de temperanga e de coragem, pois o que é intermediario também &, noutro senti- do, um extremo, também das apies que cexoesso ou falta de meio-termo. 2m ARISTOTELES ‘com os fatos los no nosso quatro Beral. Em relagdo 20s sentimentos de wm» medo ¢ de confianga, a coragem ¢ 0 ieio-termo; dos que excedem, 0 que faz no destemor nao tem nome (mvitas isposigSes no o tém), enguanto 0 que excede na audacia € temerario, © 0 que excede no medo ¢ mostra falta de audacia € covarde. Com relagio aos prazeres e dores — no todos, € menos + no que tange as dores —o meio-termo € a temperanga ¢ 0 excesso & a peranga. Pessoas deficientes no toc: 4» espécie de agdes as pessoas excedem © so deficientes de maneiras apostas: 0 Drédigo excedo no gastar e é deficiente to reeber enguanto 0 avao excade wumario, © com isso nos 5 mais ‘adiante essas dis- rio descritas com mais que diz respeito ao dinhei- cap. (8.407) 7 gosto; © uma deficiéacia, a mesqui- tihez;” estas diferem das disposiqaes 7 relago que apontamos entre a dade e a magnificéncia, da qual a meira difere por lidar ‘cor pequ ‘quantias, também se verifica aqui, pois hha uma’ disposigio que tem alguns ppontos em comum com 0 justo orgu- Tho, mas ocupa-se com pequenas hon- as, enquanto a este 58 interessam as grandes. Porque € possivel desejar a hhonra como se deve, mais do que se f+ deve © menos do que se deve, € 0 hhomem que excede em tais desejos § ETICA A NICOMACO — IL 25 sobre as demais disposigdes, de acordo irascivel a0 que excede e i 20 seu vicio; € a0 que fica pacatez A sua deficizncia HA outros wés meios. diferem entre si, apesar ma cera semethanga eomumn Todos eles dizem respeito a0 intercimbio em atos e palavras, mas diferem no seguin- te: um se relaciona com a verdade nes- sas esferas e 0s outros dois com o que € aprazivel: € destes, um se manifesta fem proporcionar divertimento © 0 outro em todas as circunstincias da vida. E preciso, portanto, falar destes dois, a fim de melhor compreendermos 1s que em todas 2s coisas o meio-termo & louvavel e os extremos nem louvaveis rem corretos, mas dignos Ora, a maioria dessas disposi bbém nao receberam nome, mos esforgar-n0s por inve ara que a nosca exposigao seja clara e Facil de acompanhar. No que toca a verdade, o interme- irio € a pessoa veridica e 20 meio- termo podemos chamar veracidade, fenquanto a simalagdo que exagera é a jacténcia ¢ a pessoa que se caracteriza por esse habito ¢ jactanciosa; ¢ a que subestima & a faisa modéstia, a que corresponde a pessoa falsamente mo- desta. & % por ele, um chocarreiro, enquanto a pessoa que mostra deficiéncia é uma espécie de ristico e a sua disposigao & arusticidade. Vejamos, finalmente, a terceira espé- cie de aprazibilidade, isto é a que se manifesta na vida em geral. O komem (que sabe agradar a todos da maneira dovida & amével, e 0 meio-termo é a amabilidade, enguanto 0 que excede o¢ limites @ uma pessoa obsequiosa se no tem nenhum prépésito determinado, lum fisonjeiro se visa a0 seu interesse € 0 homem que peca por defi- fe se mostra sempre desagra: € uma pessoa mal-humorada ¢ nesses assuntos, di-se que um homem @ intermedifrio ¢ um outro excede, ‘como, por exemplo, o acanhado que se envergonha de tudo; enquanto 0 que mostra deficifncia e nfo se envergonha : ee ee Adisposigdes se referem & dor © a0 pra- zer que nos inspiram a boa ou ma for- tuna de nossos semelhantes. O homem ‘que se caracteriza pela justa indigna- gio confrangese com a mé fortuna imerecida; 0 invejoso, que o ultra passa, aflige-se com toda boa fortuna iguiremos nele duss Iaearta: iales Lio Il ap. 6 — a das vier ois ‘Steavergena N07) 26 ARISTOTELES species e mostraremos em que sentido cada uma delas é um melo-termo; e 8 Existem, pois, tés espécies de dispo- eavolvem excesso ¢ carcacia respect vament, ea terceira uma virtude, ito & 0 meio-ermo. E em cero sentido cada uma delas se opée as outras duas, pois que cada disposigio extrema & Contriria tanto ao’ melotermo como a9 outro extrema, eo fielo-ermo & pparados com 03 excessos, ppaixdes como nas agies. Cor bravo parece temerdrio em » covarde, ¢ covarde em a0 ao insensivel e insensivel e $40 a0 voluptuoso, e o liberal parece prédigo em confroato com 0 avaro ¢ avaro em confronto com 0 prodigo. Por isso as pessoas que se encontram & covarde pelo temeririo, © analoga- ‘mente nos outros casos. Opostas como sao umas as outras essas digposipies, a maior contrarie~ dade & a que se observa entre 0s extre- ‘mos, ¢ nao destes para com 0 meio- termo; porquanto os extremos esto mais longe um do outro que do meio- termo, assim como o grande est mais » Tonge do pequeno eo pequeno do gran- de, do que ambos estio do igual. Por outro lado, alguns extremos trataremos do mesmo modo as virtu- 1 des racionais. ‘mostram certa semelhanga com 0 eio-termo, como a temeridade com a coragem ¢ a prodigalidade com a libe- ralidade. Os extremos, porém, mos- ‘ram a maior disparidade entre si; ora, ‘os contririos si definidos como as coisas que mais se afastam uma da ‘excesso. Por exemplo, nio é a temeri- dade, que representa tum excesso, mas a covatdia, uma deficiéncia, que mais se opie a ‘coragem; mas no caso da femperanga, o que mais se Ihe opie € a intemperanga, um excesso. : Tsso se deve a dois motivos, um dos ‘quais reside na propria coisa: pelo fato de um dos extremos estar mais pro- ximo do meio-termo © assemelhar-se mais a ele, nio opomos ao meio-termo. Este é, pois, a causa inerente & pro pria coisa. A outra reside em nbs mes- ‘mos, pois aquilo para que mais tende- ‘mos’ por natureza nos parece mais ‘contrério 0 meio-termo. Por exemplo, ‘n6s proprios tendemos mais natural: 1s ETICA A NICOMACO —II a dizermos mais contréries 20 termo aqueles extremos a que xamos arrastar com mais fr 9 Esté, pois, suficientemente esclare~ ido que a virtude moral um mefo- termo, © em que sentide devemos entender esta expresséo; ¢ que é um quais envolve exeesso € 0 outro defi cigncia, ¢ isso porque a sua natureza & visar 2 mediania nas paixdes e nos atos. ‘ermo. Por exemplo, encontrar 0 meio de um circulo nao € para qualquer um, mas 96 para aquele que sabe fazé-1o; e smo mado, qualquer um pode eda maneira que convé cis © que nao é para qualquer tampouco facil. Por isso a bondade # extraotdinariamente dificil, devemos, ‘contentar-nos com o menor dos males, como se costuma dizer; ¢ a melhor maneira de fazélo é a que de mos. Mas devemos considerar as coi- ‘sas para as quais nés proprios somos facilmente arrastados, porque um 9 sia XD, 29 5.08.80) por isso a intemperanga, que é um i excesso, & mais contréria a tempe- ranga. 2 pende numa ditegio ¢ outro em outras isso se pode reeonhecer pelo prazer ¢ pela dor que sentimos. E precio forgar do-nos o mais que pudermes do erro, ‘como procedem aqueles que procuram cendireitar varas tortas. ‘Ora, em todas as coisas 0 agradavel @ aquilo de que mais deve- \der-n0$, pois no podemos com imparcialidade. A atitude ‘tomar em face do prazer €, portanto, dos ancios do povo para com Hele na, © em todas as circunstancias cum- pre-nos dizer o mesmo que eles; por- que, se no dermos ouvidos 20 prazer, 1. Sorteremos menos perigo de errar. Em resumo, procedendo dessa forma que tereros mais probablidads de eertar fem resposta a que provocagao ¢ duran- te quanto tempo devemos eacolerizar~ Nos? E as vezes louvamos os que ficam 3; aquém da medida, jualificando-os de ccalmos, ¢ outras vezes louvamos os que se encolerizam, chamando-os de Varonis. Ndo s@ censura, contudo, 0 hhomem que se desvia_um pouco ‘da - bondade, quer ao sentido do menos, quer do’ mais; s6 merece reproche © hhomem cujo desvio € maior, pois esse x ‘munca passa despercebido. Mas até que ponto um homem pode desviar-se sem merecer censura? Isso 28 ARISTOTELES nfo é facil de determinar pelo raciaci- as coisas o meio-termo é digno de ser fio, como tudo que seja pereebido louvado, mas que as vezes devemos * pelos sentidas;tais coisas dependem de e outras ‘circunstancias particulares, e quem de- cide é a pereepeio. Fica bem claro, pois, que em todas meio-termo e o que écerto.

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