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Brasília, 19 de março de 2007.

Esclarecimentos sobre o uso da logomarca da ANVISA em propagandas e


publicidades de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária

A Gerência de Monitoramento e Fiscalização da Propaganda, Publicidade,


Promoção e Informação de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, verificou que a
logomarca da Anvisa vem sendo amplamente utilizada em propagandas e publicidades
de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária, como forma de se identificar órgãos
certificadores e acessar os certificados emitidos.
A propaganda de uma empresa com a logomarca da ANVISA pode causar
interpretação falsa de que o produto possui vantagens sobre os demais, quando na
verdade, a regularização de todos os produtos para a saúde junto ao órgão competente é
obrigatória por Lei.
É crime disposto no artigo 296, § 1º, inciso III do Código Penal, quem altera,
falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. O tipo
penal em referência apresenta como bem jurídico tutelado a fé pública, especialmente os
sinais públicos de autenticidade.
Vislumbra-se, pois, que a ANVISA, autarquia em regime especial, pode
eventualmente figurar como sujeito passivo do supramencionado tipo penal. Sob esse
prisma, deve-se oficiar ao Ministério Público Federal sobre os fatos aduzidos referentes
ao assunto em tela.
No tocante à eventual responsabilização no âmbito sanitário, a utilização
indevida do logotipo da ANVISA afigura-se como infração sanitária quando aposta em
rotulagem ou em propaganda, publicidade, promoção e informação de medicamentos e
demais produtos sujeitos à vigilância sanitária, conforme se extrai do disposto no artigo
59 da Lei 6360/76.

1
Ressalte-se que, em relação a medicamentos, a RDC 102/00, em seu artigo 4º,
inciso VI, impõe vedação expressa à utilização de mensagens tais como “publicidade
aprovada pela vigilância sanitária”, pelo “Ministério da Saúde” ou “Órgão congênere
Estadual, Municipal ou Distrito Federal”, exceto nos casos especificamente
determinados pela ANVISA.
Conclui-se, portanto, que em relação à utilização não autorizada da logomarca
da ANVISA deve-se autuar as empresas para que se abstenham de utilizar a logomarca
em questão, conforme o previsto em arcabouço legal, bem como oficiar ao Ministério
Público Federal para as providências cabíveis.

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