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O Imperialismo e a Primeira

Guerra Mundial
Nacionalismo, protecionismo, colonialismo, exportação de
capitais, concentração do capital, são elementos que
condicionam as relações entre potencias europeias até o fim
do século XIX, num ambiente de crescente conflito que
culmina com a I guerra mundial.

As noções de Império e Imperialismo ficaram associadas


à dominação que um Estado exerce sobre outro Estado
ou nação. Por isso, o imperialismo foi identificado, antes
de mais nada, com a expansão colonial do século XIX.
 Grande parte do século XIX foi mercada pelo declínio do
colonialismo: descolonização da América, ausência de uma
política de expansão colonial pelas principais potências e a
ascenção do liberalismo.
 Contudo, ações de anexação foram praticadas: Grã-
Bretanha, entre 1840-1870: Nova Zelândia, Hong Kong,
Natal, Serra Leoa. França (até 1870): anexação da Argélia,
partes de Senegal, Indochina, Taiti.
Razões que induziram às principais nações industrializadas a
promoverem a “anexação” de amplos territórios ultramarinos:

 O dever de transmitir a civilização para os povos atrasados.


(superioridade do “homem branco” física, intelectual e
cultural).
 Levar o cristianismo.
 Imperialismo social.
“A superioridade dos povos europeus, a missão religiosa e a
glória da conquista podiam produzir a adesão de diferentes
parcelas da população à empresa da colonização de modo a
sustentar uma política dos Estados imperialistas” p. 297

Estratégia para ser potencia Mundial, novo sentido da


colonização.
Necessidade Econômica:
Fonte de matérias-primas e insumos industriais (petróleo,
borracha, estanho).
Metais preciosos e diamantes.
Aumento da população urbano-industrial e necessidade de
maiores volumes de alimentos.
Abastecimento pelo monopólio colonial.
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Investimento externo:
1914:
Total de 40% do Investimento da Inglaterra foi para EUA e AL.
Canadá, Australia e Nova Zelândia: 25% do Investimento inglês.
1) Qual a causa da expansão externa das economias
capitalistas?
2) Qual o impacto sobre as economias coloniais?

John A. Hobson, 1902: concentração de renda nas mãos das


classes proprietárias. Por meio de elevada poupança, excedente
de capital não absorvido na Inglaterra.
Colônias eram necessárias para absorção do excedente de
capital.
Concentração de renda era indesejável. A elevação de renda da
classe trabalhadora, geraria oportunidades de investimento
nacional.
Em resumo Hobson percebeu na expansão imperialista britânica
a defesa de interesses privados por meio da utilização de
recursos públicos.
Rosa Luxemburgo, 1913:
Grosso modo, numa economia capitalista para que ocorra a
reprodução ampliada –isto é, o aumento da produção de um
período para outro- é preciso um aumento na produção de
bens de produção (máquinas, matérias-primas, etc) para ampliar
a capacidade produtiva.
Então a produção de bens de consumos deve cair para ampliar a
de bens de produção, não haverá motivo para induzir os
capitalistas a adquirirem novos bens de produção.
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É necessária a existência de um mercado externo, no sentido de
uma economia pré-capitalista (que poderia ser inclusive uma
área atrasada no próprio país capitalista).
É necessária que as economias atrasadas sejam transformadas
em economias capitalistas capazes de absorver o excedente das
metrópoles e prover insumos necessários.
Vladimir Lênin, 1917
“se fosse necessário dar uma definição o mais breve possível,
dever-se-ia dizer que o imperialismo é a fase monopolística do
capitalismo”.
Principais características do Imperialismo:
a) A concentração da produção e do capital em grau tão
elevado que criou monopólios que exercem papel decisivo
na vida econômica.
b) Fusão do capital bancário com capital industrial, e a criação
de uma “oligarquia financeira”.
c) Exportação de capitais, tornou-se extremamente importante
distinguindo-se da exportação de mercadorias.
d) A formação de associações internacionais monopolistas de
capitalistas que partilham o mundo entre si.
e) A conclusão da partilha territorial do mundo entre as
potências capitalistas mais importantes.
Luxemburgo entende que o capitalismo é incapaz, em sua
expansão, de gerar os mercados para a crescente produção.

Lênin entende que o Imperialismo é uma fase do capitalismo em


que o campo do investimento se mostra cada vez mais restrito
e o capital acumulado busca, no exterior, lucros mais elevados.

Ambos diferem do Hobson, pois entedem que a reforma social


não poderia suprimir o Imperialismo, ou seja a tendência à
expensão das economias capitalistas em direção de regiões
menos desenvolvidas.
A primeira Guerra Mundial (1914-1918):
Hobsbawm: potencias rivais começam a recortar o mapa,
tentando evitar que parcelas excessivas fosse para outras mãos.
Alemanha se ofende por possuir uma parte notavelmente
menor do que a França e Inglaterra.
Weber, 1894: tendencias expansionistas político-comerciais,
após um período de competição aparentemente pacífica, à
encruzilhada onde a força decide o grau de participação de cada
nação no domínio da terra.
Assassinato do arquiduque Francisco de Habsburgo, herdeiro do
trono da Áustria-Hungria, no dia 28 de junho de 1914.
Lado dos Aliados: França, Reino Unido, Russia, Itália, EUA,
Japão, Romênia, Sérvia, Montenegro, Grécia, Portugal e Brasil
(sem envíos de tropas para Europa).
Lado dos Imperios Centrais: Alemanha e Austria-Hungria,
com apoio de Turquia e Bulgária.
A primeira Guerra Mundial (1914-1918):

Ao fim do século XIX, os velhos rivais –França e Russia- não


representavam ameaças, mas, o verdadeiro perigo era a nascente
potencia Alemanha.
Houve forte apoio à guerra por parte das camadas populares. 2
Milhões de voluntários na Grã-Bretanha e na França 98,5%
atendeu ao chamado.
Nos quatro anos de batalha: 60 milhões de pessoas enviadas
para o combate.
8,5 milhões de mortos; 7 milhões mutilados e incapacitados; 15
milhões de feridos; Redução da força de trabalho.
Apoio dos EUA para os aliados foi fundamental. Qual o
financiamento desses gastos? O custo da guerra se estima em
1918 para 10 milhões de U$ por hora.
A primeira Guerra Mundial (1914-1918):
Fontes de financiamento da Guerra na perspectiva do Galbraith:
A força, o pagamento através de fundos arrecadados mediante
tributação, e, o pagamento com moeda emitida para esse fim.

Os aumentos da tributação foram impopulares, e apenas,


cobriram um terço dos gastos bélicos.
As vendas de bônus de guerra ao público foram comuns (o povo
transferia poupanças para o governo).
Títulos da dívida para os bancos.
Os mecanismos utilizados tiveram pressão inflacionária.
Pós-guerra: perca da capacidade produtiva principalmente da
Europa; desequilíbrio fiscal; dívidas. Esgotamento do padrão-
ouro.

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