Gestão de Riscos de
Segurança e Saúde no Trabalho
Baseada na Norma ISO 31000:2018
PRÉ-VISUALIZAÇÃO DO MANUAL
SUMÁRIO
APÊNDICES
A - COMUNICAÇÃO E CONSULTA ........................................................................................................................................ 20
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................................. 62
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Coleção Risk Tecnologia | Gestão de Riscos de SST
1.1 - ESCOPO
Este Manual da Coleção Risk Tecnologia fornece orientações sobre a aplicação da norma
ISO 31000:2018 para a gestão eficaz de riscos relacionados à Segurança e Saúde do Trabalho
(SST). Destina-se a auxiliar as organizações na adaptação de seus processos de gestão de
riscos para garantir a segurança e saúde dos trabalhadores e de outras pessoas no contexto
da legislação atual de SST.
Este Manual:
(a) explica as características peculiares dos riscos relacionados à segurança e saúde;
(b) delineia a construção geral e as implicações da legislação1;
(c) descreve algumas técnicas que podem ser úteis para a avaliação e o tratamento de riscos
relacionados à segurança e saúde; e
(d) descreve algumas abordagens que podem contribuir para verificar e demonstrar a
conformidade legal de uma organização.
Neste Manual, "risco relacionado à segurança e saúde" significa qualquer risco que seja capaz
de causar morte, lesão ou doença às pessoas. Por simplificação, é referido a partir deste ponto
como "risco relacionado à segurança".
1.2 - APLICAÇÃO
Este Manual destina-se a pessoas que são responsáveis pela gestão da SST ou cujas decisões
podem influenciar os resultados de SST. Essas pessoas podem ocupar qualquer nível nas
organizações, ser desde membros do conselho, diretores e outros gerentes seniores, até
pessoas no nível operacional. Aplica-se a organizações grandes e pequenas, incluindo
organizações públicas, privadas e do terceiro setor. A implementação vai diferir em função
dos recursos, da escala de riscos e da natureza das atividades da organização.
No interesse da brevidade, este Manual foi elaborado a partir do pressuposto de que os
usuários leram a ISO 31000:2018 (disponível para visualização no endereço:
http://iso31000.net/norma-iso-31000-de-gestao-de-riscos/).
1
N.T.: Originalmente, este Manual foi elaborado com referência à legislação da Austrália e Nova Zelândia; nesta
edição em português, procurou-se adaptar o conteúdo de forma a mantê-lo alinhado à legislação brasileira de SST.
2
N.T.: Os títulos em idioma estrangeiro referem-se a documentos não traduzidos para o português até o momento.
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IEC 60812 Analysis techniques for system reliability - Procedure for failure mode and
effects analysis (FMEA)
IEC 61882 Hazard and operability studies (HAZOP studies) - Application guide
IEC 62740 Root cause analysis (RCA)
ISO 31000 Gestão de riscos - Diretrizes
ISO 45001 Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho - Requisitos com
orientações para uso
SA HB 295 Product safety framework (series)
COMUNICAÇÃO E CONSULTA SOBRE RISCOS Publicado pela Risk Tecnologia Editora
ISO/IEC 31010 Gestão de riscos - Técnicas para o processo de avaliação de riscos
Dow’s fire and explosion index hazard classification guide, American Institute of Chemical
Engineers, 1994 (http://www.aiche.org/pubcat)
Health and Safety at Work Act, 2015
(http://www.legislation.govt.nz/act/public/2015/0070/latest/DLM5976660.html)
Interpretive Guideline—model Work Health and Safety Act - the meaning of ‘reasonably
practicable’, Safe Work Australia, 2011
(http://www.safeworkaustralia.gov.au/sites/swa/about/publications/pages/interpretiveguide
line-reasonably-practicable)
Promoting effective health and safety leadership using the platform in the Model Work Health
Safety Act, Barry Sherriff, publicado por Safe Work Australia, 2011
Model Code of Practice - How to Manage Work Health and Safety Risks, Safe Work Australia,
2011
(http://www.safeworkaustralia.gov.au/sites/swa/about/publications/pages/manage-
whsrisks-cop)
Work Health and Safety Act, 2011 (Cth)
(https://www.legislation.gov.au/Details/C2011A00137)
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SEÇÃO 2 - CONCEITOS-CHAVE
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Convém que os riscos sejam gerenciados dentro de uma estrutura que forneça os arranjos
organizacionais para apoiar o processo de gestão de riscos, de modo que o mesmo seja
aplicado em toda a organização. No contexto da segurança e saúde, convém que a estrutura
de gestão de riscos seja integrada ao sistema de gestão da SST da organização.
A ISO 31000 detalha as características de uma estrutura de gestão de riscos que deve ser
encontrada dentro do sistema de gestão da SST da organização. A ISO 45001:2018, publicada
em português pela Risk Tecnologia Editora, é a atual referência mundial para os sistemas de
gestão da SST.
5
N. T.: A definição da ISO 31000:2018 para fonte de risco é “elemento que, individualmente ou combinado, tem o
potencial para dar origem ao risco”, mas esta versão da norma não traz uma definição para o termo perigo.
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QUADRO 3.1
PERIGOS E RISCOS ASSOCIADOS
Perigo Risco Fatores Contribuintes
Eletrocussão como Equipamento não adequado
Eletricidade resultado do contato com para o uso. Inspeção
uma tomada defeituosa. deficiente.
Manutenção deficiente.
A pessoa pode sofrer lesão Falha mecânica. Fatores
Veículos em movimento na colisão de veículos ambientais. Motorista não
motorizados. habilitado para o serviço.
A inalação de vapores de Ventilação inadequada.
solvente pode causar Má compreensão das
Produtos químicos impactos a longo prazo no propriedades de produtos
sistema nervoso central. químicos. Manutenção
deficiente de EPI.
Pode ocorrer perda de Peso desconhecido. Falha
Carga elevada em controle da carga que leve a mecânica. Prática deficiente
grua lesão e/ou dano à de suspensão de cargas.
propriedade.
APÊNDICE A
COMUNICAÇÃO E CONSULTA
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Mais detalhes sobre o processo de comunicação e consulta na gestão de riscos podem ser encontrados no Manual
“COMUNICAÇÃO E CONSULTA SOBRE RISCOS (e Engajamento de Stakeholders)”, publicado pela Risk Tecnologia
Editora.
APÊNDICE B
ESTABELECIMENTO DO CONTEXTO
B1 - VISÃO GERAL
A ISO 31000:2018 aborda muitas questões que são críticas para o estabelecimento do
contexto. Algumas questões-chave em relação aos riscos relacionados à segurança são
discutidas abaixo.
B3 - CONTEXTO EXTERNO
Em geral, o contexto externo relaciona-se com assuntos que estão fora do controle direto da
organização, que introduzem incertezas, direcionam decisões, ou dão origem a riscos
relacionados à segurança e à maneira como são gerenciados. O contexto externo também
pode incluir a legislação, como a de Segurança e Saúde no Trabalho, em âmbito federal,
estadual e municipal.
B4 - CONTEXTO INTERNO
O contexto interno é qualquer coisa dentro de uma organização que pode influenciar a
maneira como uma organização gerencia riscos relacionados à segurança.
É importante compreender o contexto interno pelas razões listadas a seguir.
(a) A experiência mostra que muitas vezes há falhas organizacionais subjacentes aos
acidentes graves.
(b) A consideração do contexto interno no início do processo de gestão de riscos ajuda a
chamar a atenção, de forma proativa, para as fontes organizacionais de riscos relacionados à
segurança, em vez de após a ocorrência de um incidente.
(c) Tratamentos recomendados para riscos relacionados à segurança devem ajustar-se aos
arranjos organizacionais existentes.
(d) Compreender a cultura de segurança e de gestão de riscos da organização é fundamental
para gerenciar riscos relacionados à segurança de maneira eficaz.
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B5 - ANTECEDENTES E ESCOPO
Uma vez que o contexto da organização como um todo é compreendido, o contexto da
aplicação específica do processo de gestão de riscos pode ser abordado. Isso pode incluir os
itens a seguir.
(a) Descrever os antecedentes do estudo específico, incluindo a situação existente.
(b) Definir o escopo e os limites do objeto do processo de avaliação de riscos, incorporando
inclusões e exclusões específicas.
(c) Identificar conexões com outras atividades relacionadas.
(d) Identificar quaisquer requisitos regulamentares ou contratuais.
(e) Coletar dados e informações pertinentes, por exemplo, especificações técnicas, diagramas
de processo, dados de amostragem, dados de incidentes, informações sobre processos
anteriores de avaliação de riscos, etc.
(f) Decidir sobre as metodologias a serem utilizadas para o processo de avaliação de riscos.
(g) Decidir como a saída será registrada e comunicada.
(h) Identificar as partes interessadas, as questões específicas que as preocupam e as pessoas
que estarão envolvidas na avaliação de riscos.
É necessária uma descrição da situação atual para que as pessoas que não estejam
completamente familiarizadas com a configuração possam entender o processo de avaliação
de riscos. A situação atual pode se referir a partes da organização, ou a um processo, serviço
ou produto pertinente. Análises críticas do processo de avaliação de riscos devem possibilitar
a identificação das mudanças que podem ter ocorrido e permitir quaisquer alterações
necessárias.
É útil registrar o seguinte:
(i) descrição da situação atual.
(ii) o que foi incluído e o que se excluiu da avaliação.
(iii) quem esteve envolvido e sua experiência.
Isso possibilita às pessoas que não estejam completamente familiarizadas com a situação
entender a avaliação. Também economiza tempo, se outros necessitarem rever a avaliação
futuramente. Também possibilita mudanças que possam afetar os riscos a serem
reconhecidos.
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RESPOSTA OBSERVADA
Limiar de
resposta
adversa
DOSE
APÊNDICE C
IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS
C1 - VISÃO GERAL
Ao avaliar riscos relacionados à segurança, o conceito de perigo, que pode não ser pertinente
em outras naturezas de riscos, é usado (consulte a Seção 3). O conceito de perigo é útil, pois a
eliminação de um perigo é a forma mais eficaz de tratamento de riscos. No entanto, um perigo
normalmente pode ser a fonte de múltiplos riscos e, portanto, não é um foco adequado para o
processo de avaliação de riscos.
Deve haver uma etapa adicional que passe da identificação de um perigo para a identificação
e descrição dos riscos associados. O processo de avaliação de riscos precisa "expandir" um
cenário que indique o que pode acontecer e o resultado. Também pode identificar riscos
associados a fatores situacionais e organizacionais e à totalidade do sistema.
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Muitos registros de riscos são desnecessariamente complexos porque tentam fornecer uma
classificação para fatores contribuintes e não para o risco global.
Os Quadros C1 e C2 mostram uma abordagem simples baseada em perigos para a
identificação de riscos. O Quadro C1 ilustra a informação coletada em um processo de
avaliação de riscos e como ela é categorizada, e o Quadro C2 fornece um exemplo trabalhado.
QUADRO C1
CATEGORIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES COLETADAS E COMO SÃO OBTIDAS
QUADRO C2
EXEMPLO TRABALHADO
A abordagem simples mostrada nos Quadros C1 e C2 não pode ser aplicada a todas as
situações.
Alguns riscos podem exigir uma descrição mais complexa e não são passíveis de análise que
atribua um nível de risco simples. Por exemplo, onde o perigo é uma substância inflamável e o
evento (o que pode acontecer) é uma explosão, pode haver múltiplos mecanismos de ignição
e múltiplos resultados. Pode ser necessário na descrição desse risco a inclusão do efeito
dominó, falhas potenciais de controle e considerações mais amplas sobre as funções de
gestão. Uma maneira de se fazer isso é por meio de um diagrama de gravata borboleta (bow-
tie diagram, ver Apêndice G).
Embora a abordagem simples baseada em perigos dos Quadros C1 e C2 possa ser eficaz para
lidar com os riscos do dia a dia, ela pode levar a uma tendência a negligenciar a interação
complexa e intrincada entre pessoas e processos tecnicamente complexos, que
frequentemente são fatores contribuintes para acidentes graves.
APÊNDICE D
ANÁLISE DE RISCOS
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técnicas de análise e escalas de medição podem ser necessárias para esses tipos de
consequências.
Os dados históricos relativos a eventos semelhantes podem ser uma referência útil para se
estimar a probabilidade de eventos que ocorrem de maneira comum. No entanto, isso não se
aplica a eventos raros, nos quais o fato de que algo ainda não ocorreu não deve ser tomado
como indicação de que é improvável que ocorra no futuro.
Em todos os casos, convém que se comunique o contexto no qual se quer que as afirmações
sobre a probabilidade sejam entendidas. Por exemplo, geralmente é necessário especificar
fatores tais como a natureza da população, o período de tempo, o número total de atividades
ou a extensão geográfica dos eventos aos quais se aplica a estimativa de probabilidade.
O que poderia
Como isso poderia acontecer? Por que isso poderia acontecer?
acontecer
Vazamentos de Corrosão Material inadequado
líquidos do para atmosfera
tanque de salgada.
armazenamento
Veículo colide com tanque Veículo sai da estrada ao
trafegar muito rápido em
curva.
Pista escorregadia.
Tanque situado próximo à curva
da estrada.
APÊNDICE E
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE RISCOS
E1 - FINALIDADE
A finalidade da avaliação de riscos é entender a significância dos riscos e tomar decisões, com
base nos resultados da análise de riscos, sobre quais riscos necessitam de tratamento e as
prioridades de tratamento. A finalidade do tratamento de riscos é modificar os riscos de
modo que eles atendam aos critérios de risco pré-definidos.
A ISO 31000:2018 descreve o tratamento de riscos como um processo cíclico de avaliação de
opções de tratamento de riscos, e de decisão se os critérios de risco pré-definidos foram
atendidos. Isto implica a necessidade de se reavaliar um risco contra os critérios de risco pré-
definidos, uma vez que cada opção de tratamento de riscos é avaliada. Na verdade, alguns
tratamentos de riscos podem apresentar novos riscos. A avaliação de riscos e o tratamento de
riscos podem, portanto, ser vistos como um processo iterativo para determinar se os riscos
identificados foram suficientemente controlados.
Se o contexto externo incluir a legislação atual de SST18, os critérios de risco pré-definidos
para se decidir se o tratamento de riscos adicional é necessário serão influenciados pela
exigência de:
(a) primeiramente, eliminar os riscos à segurança e saúde "até onde for razoavelmente
praticável" (SFAIRP); ou
(b) se (e apenas se) não for razoavelmente possível eliminar os riscos para a segurança e
saúde, minimizar os riscos para a segurança e saúde "até onde for razoavelmente praticável"
(SFAIRP).
Para demonstrar que os riscos estão minimizados até o padrão de SFAIRP é necessário
verificar:
(i) se tratamentos adicionais de riscos são possíveis; e
(ii) se algum desses tratamentos de riscos é "razoavelmente praticável" de implementar.
E2 - INCERTEZA
Ao avaliar os riscos, é importante tomar nota das incertezas que foram identificadas e
analisadas anteriormente no processo. A avaliação de riscos deve levar em consideração a
variabilidade e a falta de conhecimento ou compreensão dos possíveis resultados que podem
resultar de uma tomada de decisão, e as implicações desses resultados.
18
N.T.: Ver nota de rodapé no 9.
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QUADRO E1
HIERARQUIA DAS MEDIDAS DE CONTROLE
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APÊNDICE G
METODOS ESPECÍFICOS
G1 - INTRODUÇÃO
Esta seção descreve algumas das muitas e variadas técnicas do processo de avaliação de
riscos (risk assessment) que foram desenvolvidas e evoluíram ao longo do tempo, a fim de
auxiliar na avaliação de riscos no local de trabalho. Cada uma tem seus pontos fortes e fracos.
Os métodos variam desde avaliações simples aplicadas por operadores quando estão prestes
a iniciar uma tarefa, até avaliações rigorosas e complexas. Convém que o método selecionado
seja adequado ao contexto em que vai ser aplicado.
Um projeto ou equipamento pode ser considerado como algo que percorre um ciclo de vida,
desde a ideia inicial até o final de vida ou disposição final. Convém que os riscos sejam
considerados ao longo deste ciclo, aplicando-se as técnicas adequadas para cada fase. Convém
que a avaliação nos estágios iniciais contemplem riscos que podem ocorrer em estágios
posteriores do ciclo de vida.
De maneira geral, quanto mais cedo os riscos do ciclo de vida e seus controles possam ser
identificados, mais eficaz o tratamento em termos de custos. No entanto, à medida que o ciclo
de vida avança, informações mais numerosas e diferentes estarão disponíveis, e os riscos
precisarão ser reavaliados. As ferramentas descritas abaixo podem ser usadas em qualquer
fase do ciclo de vida. A sua aplicabilidade depende do contexto, por exemplo, quem vai
executá-las, a situação em que são aplicadas ou qual o nível de informação disponível.
Os métodos descritos abaixo são alguns dos mais correntemente usados durante o processo
de avaliação de riscos relacionados à segurança. A norma ISO/IEC 31010 relaciona técnicas
adicionais e descreve suas aplicações e seus pontos fortes e fracos.
Convém que a organização especifique quais métodos devem ser aplicados, e em que
situação, para o seu contexto particular.
G2 - AVALIAÇÕES RÁPIDAS
Avaliações rápidas de riscos podem ser realizadas em qualquer nível de uma organização e
para qualquer decisão, como parte de uma cultura que considere "E se?" (“What If?”).
Usualmente são aplicadas pelos trabalhadores imediatamente antes do início do trabalho.
Tais métodos encorajam os trabalhadores a parar antes de iniciar o trabalho, para identificar
quaisquer perigos (particularmente aqueles específicos para a tarefa particular) e garantir
que os controles apropriados estejam em funcionamento. Um exemplo é o método “Take 5”19.
Esses métodos geralmente utilizam um livro de trabalho/folheto ou folha de trabalho para
induzir as etapas do método e registrar as ações de controle.
19
N.T.: Método da segurança de processos para aumentar a safety awareness, o estado de alerta para segurança no
local de trabalho, representado pela sequência de temos Stop, Look, Assess, Manage, Safely – Pare (e envolva o
cérebro antes de agir), Olhe (identifique os perigos), Avalie (quais os danos causados por esses perigos), Gerencie
(implemente controles, comunique aos demais), Segurança (ao executar e terminar a tarefa). Ver:
https://safetyrisk.net/the-take-5-for-safety-process/
52
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G3 - ABORDAGENS EM EQUIPE
Muitos métodos de identificação e análise de riscos têm abordagem em equipe, muitas vezes
em um cenário de reunião ou oficina (workshop). Os controles existentes são revisados e as
possíveis melhorias discutidas. O resultado em geral é um registro de riscos, descrevendo o
que pode acontecer, causas, consequências e controles existentes.
Embora um nível de risco possa ser atribuído a cada risco para auxiliar na comunicação da
significância com aqueles que não estão envolvidos na reunião, este exercício não deve
prejudicar o objetivo primário, que é garantir que os controles sejam os melhores praticáveis.
Os métodos em equipe podem ser aplicados em qualquer nível de uma organização, ou
envolver pessoas de vários níveis ou departamentos. O aspecto importante é que o
conhecimento e a experiência pertinentes sejam "trazidos à mesa". Esses métodos obtêm
conhecimento das partes interessadas e, quando documentados, podem contribuir para a
retenção do conhecimento organizacional, reduzindo assim as perdas. Os resultados
geralmente são documentados em um registro de riscos, e convém que este também
especifique os tratamentos de riscos necessários e por que o controle existente ou o
tratamento futuro eliminou o risco, ou o reduziu até onde era razoavelmente praticável.
Embora as oficinas (workshops) presenciais sejam o método mais comum utilizado, em alguns
casos outras técnicas de grupo que permitam entradas anônimas podem ser mais eficazes e
contornar problemas de pensamento de grupo e dominação do grupo por alguém de
personalidade forte, ou por uma questão dominante.
Uma vez que os tratamentos estejam implementados, convém que o registro de riscos seja
atualizado para refletir que os mesmos agora são controles existentes.
As abordagens em equipe são mais eficazes quando estruturadas. Por exemplo, considerando
cada passo de uma tarefa por vez, cada componente do equipamento ou cada passo de um
fluxograma.
G4 - ANÁLISE DE TAREFA
Uma Análise de Tarefa pode ser usada para estruturar uma avaliação de uma tarefa de
trabalho, em que cada etapa da tarefa é considerada de cada vez e os riscos associados são
identificados. Os controles necessários para executar a etapa com segurança são registrados,
incluindo-se quaisquer requisitos legais específicos.
Uma Análise de Tarefa simples é aplicada pelos trabalhadores em uma Job Safety Analysis
(JSA), para analisar a maneira mais segura de realizarem seu trabalho (algumas vezes se faz
referência a ela como JHA - Job Hazard Analysis). A JSA também fornece um formato para se
documentar as precauções a serem tomadas em cada etapa do trabalho. O processo JSA não
requer um tempo significativo, nem cria muita documentação. Alguns grupos industriais
elaboraram perfis de perigos (por exemplo, na agricultura e na construção civil) para auxiliar
seus membros a identificar riscos para a JSA.
Uma Análise de Tarefa também pode constituir a base para se produzir uma declaração de
método de trabalho seguro. Esta abordagem tem suas origens na indústria da construção e é
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Coleção Risk Tecnologia | Gestão de Riscos de SST
uma ferramenta preparada antes do início do trabalho. É usada nos estágios de planejamento
para auxiliar na comunicação e detalha o que deve ser feito, quando deve ser feito e quais as
precauções a serem implementadas. A declaração prescreve um formato para documentar as
precauções inerentes ao projeto do método de trabalho.
Uma Análise de Tarefa normalmente não leva em consideração de maneira detalhada a
segurança de equipamentos ou de produtos químicos utilizados; uma avaliação separada
para as máquinas, ferramentas e substâncias químicas pode ser necessária. Por exemplo,
considerando-se o trabalho num armazém, uma Análise de Tarefa precisaria ser seguida por
uma avaliação mais detalhada dos riscos associados ao uso de empilhadeiras ou de
plataformas elevatórias móveis, por exemplo, com referência a dados de incidentes, códigos
de prática e normas, e informações de riscos pelos fabricantes.
Processos de avaliação de riscos da planta também são importantes durante fornecimentos e
aquisições da unidade.
FIGURA G1 - DIAGRAMA DE ÁRVORE DE FALHAS (exemplo extraído da ABNT NBR ISO/IEC 31010)
Para obter mais informações sobre a AAF e sobre outras técnicas para o processo de avaliação de
riscos (risk assessment), incluindo as citadas neste Manual, visualize a ISO/IEC 31010 no endereço:
http://iso31000.net/norma-iso-iec-31010-tecnicas-avaliacao-riscos/.
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Controles Controles de
Preventivos Consequências
Os controles nunca são perfeitos. Os fatores que podem causar a falha de um controle são
mostrados como fatores de intensificação no diagrama. Barreiras para os fatores de
intensificação podem então ser identificadas. Finalmente, a gravata borboleta mostra os
sistemas de gestão necessários para dar suporte aos controles. Por exemplo, se a barreira for
um procedimento, então um suporte de gestão seria treinamento.
A gravata borboleta dá uma visão geral de múltiplos cenários possíveis, em uma imagem
simples. O desenvolvimento de um diagrama de gravata borboleta ajuda a compreender os
riscos e suas causas, consequências e controles. Ele pode ser usado para confirmar que um
risco foi minimizado até onde é razoavelmente praticável, verificando se cada possível
caminho possui barreiras adequadas, se os possíveis mecanismos de falha dessas barreiras
foram considerados e se os controles de prevenção das falhas também estão em
funcionamento. Também pode ser usado para verificar se há suporte da direção para garantir
que as barreiras continuem sendo mantidas.
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APÊNDICE H
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE RISCOS
H1 - VISÃO GERAL
Uma Matriz de Consequência-Probabilidade (também conhecida como grade de
probabilidade e impacto) é um gráfico onde a consequência é exibida em um eixo e a
probabilidade no outro eixo. O nível de risco é representado pelo ponto da grade (ou caixa em
uma matriz) que corresponde a um par consequência-probabilidade (veja a Figura H1).
Tradicionalmente, tais matrizes têm sido utilizadas para se decidir quando um risco é
tolerável. Isso não é compatível com a legislação atual de SST20. No entanto, elas podem ser
úteis para indicar a importância relativa dos riscos residuais, uma vez que foram controlados
até onde seja razoavelmente praticável, ou para decidir quais os riscos precisam ser
encaminhados à Alta Direção, ou para estabelecer prioridades para a análise crítica.
Uma Matriz de Riscos pode ser usada para auxiliar na comunicação de riscos, mas não é
pertinente para o teste SFAIRP.
Nível de risco
Consequência
Probabilidade
H2 - CONCEPÇÃO DE MATRIZES
Convém que a ferramenta seja projetada para se adequar à organização e seus riscos.
As escalas de consequência e probabilidade podem ser qualitativas, semiquantitativas ou
quantitativas. Convém que as limitações dos tipos de escala utilizados sejam reconhecidas,
por exemplo, que é incorreto e enganador somar níveis semiquantitativos de riscos ou
assumir que um controle produz uma melhoria percentual específica (...)