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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL DA

COMARCA DE CAMBÉ/PARANÁ.

APENSO AOS AUTOS: 530/97

Y. KAMINAGAKURA PETRÓLEO, pessoa jurídica de direito


privado, estabelecida na Rua Escócia, 153, na cidade de Uraí/Pr., inscrita no CGC sob n.
01.359.558/0001-20, representado pelo seu proprietário YUTAKA KAMINAGAKURA,
brasileiro, casado, do comércio, portador do CPF 499.983.909-15/Pr., e RG 3.283.759-0,
residente e domiciliado a Rua Av. dos Servidores Municipais, s/n, na cidade de Uraí/Pr., por
seu procurador e advogado, conforme mandato incluso(autos 530/97), vem mui
respeitosamente a digna presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE

Contra AQUILES PEREIRA SALERNO JÚNIOR, brasileiro,


casado, residente e domiciliado a Rua Marcélia, 195, Jardim Social, na cidade de Uraí/Pr.,
cep: 86.280-000, pelas motivos de fato e de direito que passa a aduzir.

I.
A Requerente nunca teve qualquer relação jurídica com o Requerido,
que é proprietário rural na cidade de Uraí/Pr.
Ocorre, que em data de fevereiro de 1996, manteve uma relação
jurídica com Sérgio Rosa, proveniente de uma sociedade sobre um Posto de revenda de
combustíveis. O Requerente sempre cumpriu seus compromissos na compra e venda de
produtos do seu ramo de negócio. Para saldar débitos relacionados a este comércio, na
dissolução da sociedade denominada KAMINAGAKURA E ROSA LTDA., o Sr. Yutaka
Kaminagakura deu uma Nota Promissória, assinada em branco, constando unicamente o
valor de R$35.000,00(trinta e cinco mil reais), ao Sr. Sérgio Rosa.

Por conseguinte, o requerido recebeu do Sr. Sérgio Rosa a referida


Nota Promissória e a preencheu com os dados da Empresa Y. KAMINAGAKURA
PETRÓLEO, e não da garantia particular pela qual havia sido emitida no valor de
R$35.000,00. Na verdade havia uma garantia representado por uma Nota Promissória, em
branco, somente com assinatura firmada, sem data de vencimento ou de emissão.

Acrescente-se que a emissão da Nota Promissória ocorreu antes


mesmo da existência da Empresa Autora, sendo que esta foi constituída em 30 de Julho de
1996 e 31 de Julho de 1996, conforme consta da cópia da ficha de inscrição e registro na
Junta Comercial de Londrina(anexado aos autos 530/97).

O requerido mandou o título preenchido, indevidamente, com o


vencimento em 01 de setembro de 1997, para o protesto especial, para requerer Falência da
empresa Autora, sendo a Suplicante obrigada a pagar ou deixar seu nome ser protestado,
fato esse que vem acontecendo, conforme aviso de protesto, do Tabelionato e Ofício de
Protestos de Títulos de Cambé - Pr., sob n. 05806/97, datado de 02/09/97.

Tal dívida é da pessoa física do Sr. Yutaka Kaminagakura, e não da


empresa Suplicante Y. KAMINAGAKURA PETRÓLEO, pessoa jurídica de direito
privado.
II.
O referido protesto é ilegal, e se for efetivado, acarretará prejuízos
irreverssíveis na ordem econômica e moral da requerente, pois a mesma tem seu forte na
representação e distribuição de produtos derivados de petróleo.

Para resguardar direitos evidentes do requerente já fora concedido em


Medida Cautelar a sustação de protesto, conforme fls. 15, dos autos n. 530/97, ao qual
deve a presente ação principal ser apensa.

Nesta esteira, reiterando os fatos já narrados, a Nota Promissória


expedida pelo requerido em seu favor, contra a empresa Requerente, fora totalmente
fraudada, não tendo sido preenchida com dados incorretos quanto ao sacado e sacador.

A nulidade de tal cártula é evidente, posto eivada de vícios


insanáveis, que descaracterizam a obrigação nela contida.

O representante da empresa Autora (Sr. Yutaka Kaminagakura) busca


a prestação jurisdicional para declarar a nulidade do título Nota Promissória em questão, e
age embasado na boa-fé que deve prosperar nas relações jurídicas entre particulares.

Não nega, por conseguinte, a emissão da referida Nota Promissória,


nem seu valor, mais não aceita ver tal utilizada fraudulentamente em nome de sua empresa
(Y. Kaminagakura Petróleo) para ensejar a falência da mesma, o que fora feito no intuíto
claro de forçar o pagamento.

No caso, é preemente seja declarada a nulidade da Nota Promissória,


buscando os possuidores do crédito nela constante outra forma de ver saldado seu crédito
sem que haja a necessidade de forjar títulos de crédito.
DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer se digne V.Exa. em proceder a citação do


requerido, para querendo contestar a presente ação, no prazo legal, sob pena de revelia e
confesso.

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas,


depoimento pessoal do requerido, e do seu ex-sócio Sérgio Rosa, oitiva de testemunhas, a
serem oportunamente arroladas, perícia com relação a época da assinatura e o
preenchimento da Nota Promissória.

Que a presente deverá ser processada e julgada procedente com a


declaração da nulidade do título em apreço, com a condenação do requerido nas custas
processuais e honorários advocatícios na razão de 20% do valor da causa, e demais
cominações de estilo, por falta de relação jurídica e preenchimento indevido face o
vencimento antecipado.

Dá-se a presente o valor de R$35.000,00(trinta e cinco mil reais).

Termos em que
Pede deferimento
Cambé, 17 de Outubro de 1.997

Idevar Campaneruti
OAB/PR 9.321

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