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Revional de /alimentos DivPlinio

 IDEVAR CAMPANERUTI
ADVOGADO - OAB PR.9321
ESCRITÓRIO: AV Inglaterra, 1.085 - 1.o Andar - SALA 02
CEP 86181-000 - Fone: (043) 254-3018
RESIDÊNCIA: Rua Holanda, 363 - Fone: (043) 254-4070
CEP: 86181-230 CAMBÉ - PARANÁ
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE CAMBÉ.

AUTOS 179/98

PLINIO FORCELINI, brasileiro, casado, funcionário público, residente e domiciliado à Av.


Roberto Conceição s/n, em Cambé Estado do Paraná, portador do RG. 725.179 Pr. e CPF/MF
013.633.289-72, por seu advogado e bastante procurador, mandado incluso, vem “data venia” a
presença de vossa excelência propor AÇÃO ORDINÁRIA REVISIONAL DE ALIMENTOS
com fundamento nos termos do § 3º do art. 602 do diploma Processual Civil contra, EUNICE
DE LOURDES MOTTA, brasileira, casada, professora, residente e domiciliada à rua Santo
Menegaso, n.º 140, Conjunto Santa Rita, em Londrina, portadora do Rg. n.º 1.484.226-8 e CPF
n.º 917.841.669-87, pelos fatos e direitos que expõe e requer a Vossa Excelência.

1º)Que o requerente esteve casado desde 28 de junho


de 1.966, conforme certidão de Casamento anexa de n.º 1.449 lavrada as fls. 361 do livro 05-B,
do cartório de Registro civil do município de Foz do Iguaçu Pr., constando da mesma a
averbação do Divorcio Direto conforme sentença nos autos nº179/ 98, que transitou em julgado
em agosto de 1998, e se encontra arquivado na caixa 108-S.

2º)Que o casal tem CINCO filhos, sendo 4 filhos


maiores e capazes, ficando dispensado dos alimentos.

Sendo que o filho LUIZ FERNANDO FORCELINI,


nascido aos 12/01/80, hoje com 19 anos, conforme certidão de nascimento 15.698 do livro A28
fls. 148 do 2º Oficio de Londrina, portador do RG. 7.850.390-4 Pr., possui plena capacidade
física e tirocínio normal, para exercer no âmbito de sua social, atividade profissional,
contribuindo desta forma, o garante de seu próprio sustento e também de sua família.

3º)No pacto do divórcio ficou estabelecido ao cônjuge


varão dispor de 30% (trinta por cento de seu vencimento), destinado a verba alimentícia.

Ocorre que, por tratar-se de um mero funcionário


público e não tento tido nenhum aumento em seu vencimento, o valor que naquela época era
oneroso, mas dado ao impto do momento ser oportuno para o divorcio consensual, foi aceito pelo
cônjuge varão, e hoje tornou se prejudicial e causando grande prejuízo na sua vida social, visto
que, somados todos os descontos obtidos em folha de pagamento obtemos o valor total de R$
853,09 (oitocentos e cinqüenta e três reais e nove centavos), conforme segue (doc. N.º 01), e
seus rendimentos não correspondem a uma vida digna de tantos anos de serviços prestados a
segurança pública de nosso Estado e as mudanças do plano econômico do governo.
1
Vale aqui frisar de que o Suplicante, constituiu nova
família, e tem seus gastos maiores do que a sobra do seu salário

4º)Nessa conformidade, por lógica a PLÍNIO FORCELINI, faz jus a redução da verba
alimentícia para, um salário mínimo correspondente a uma pensão mensal no atual valor de R$
130,00 (cento e trinta reais), que será descontado em folha de pagamento e depositado na conta
poupança n.º 295669-0 do Banestado agencia Tiradentes de Londrina, oficiando - se a Secretaria
de Segurança Publica.

5)Que a Divorcianda EUNICE DE LOURDES


MOTTA, por estar exercendo atividade própria, desistiu no divorcio da pensão alimentícia em seu
nome, isentando o cônjuge varão de sua prestação.

Lembrando de que a obrigação dos alimentos ao filho


são de responsabilidade dos pais e não somente do cônjuge varão

6º)Posto isto, tanto a lei como a jurisprudência,


autorizam o reajustamento da verba alimentícia, quer aquela fixada em decisão judicial, quer a que
foi ajustada na separação amigável, sempre que tenha advindo modificação na situação
econômica-financeira das partes, até mesmo quando a mulher tenha renunciado aos alimentos
anteriormente(cf. C.Civil401;C.P. Civil, arts.602, §3º e 1.111; n. 5.478/68,
art.15;R.T.390/144;346/531 – S.T.F.,Súm.379;209/476).

7º) DA TUTELA ANTECIPATORIA.

O legislador processual atendendo anseios latentes de


uma justiça mais célere e principalmente mais eficaz, fez inserir no Estatuto Processual norma
referente a antecipação da tutela.

Ante a existência de prova inequívoca do direito


pretendido que forme o convencimento do magistrado da verossimilhança da alegação, poderá ser
concedido, total ou parcialmente, a antecipação dos efeitos da tutela pretendida pelo autor.

É o que diz o art. 273, caput do C.P.C., com a nova


redação que lhe deu a lei nº 8.952, de 13/12/94, verbis:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde
que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e:

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;


ou

II - omissis”.

Pois bem.

O Autor prova a este r. Juízo que o valor descontando


em sua folha de pagamento, acaba de impossibilitar já a sua própria sobrevivência.

2
O Autor corre o risco de ver tão humilhado, o que
colocará em risco de vida a própria existência do Autor, que não auferi ganhos suficientes para,
pagar suas contas e continuar existindo e também sustentar a respectiva família.

Isso não pode mais perdurar, MM. Dr. Juiz!!!

A robusta, farta e evidente prova documental carregada


ao feito nesta oportunidade atende aos fins do art. 273, onde fica patente a existência do gravame.

A verossimilhança das alegações exsurgem das provas


carregadas pelo Autor.

O dano irreparável já fora demonstrado” a perdurar o


atual estado de coisas, isto é, mantendo-se as contraprestações nos valores que se encontram, o
Autor não terá, condições de efetivar os pagamentos, ficando, portanto, sujeita a medida coerciva
por parte da Requerida, que poderá lançar mão da execução na forma do artigo 733 do CPC.
Neste caso, levará ao comprometimento da própria existência do Autor, ao não pagamentos dos
alimentos e outros problemas subsequentes.

Há aqui, à evidência, a presença do fumus boni juris e


periculum in mora. Fumus boni juris, pela prova do pagamentos de mais de 88% (oitenta e oito
por cento) do seu ganho em alimentos.
Periculum in mora, porquanto o autor poderá ser preso

Logo, M.M. Dra. Juíza, o Autor faz jus, desde já, a


conceição de tutela antecipatória, para o fim de que tenha a diminuição dos descontos até
ulterior decisão e sentença onde certamente terá a procedência da sua pretensão.

Como é cediço a cognição do magistrado em se


tratando de tutela antecipatória é sumária, de tal sorte que se convença da verossimilhança do
dano e do direito alegado pela parte que lhe pede a antecipação dos efeitos da tutela.

No presente caso sub examine as provas documentais


autorizam, à saciedade e à evidência, a concessão de tutela antecipatória.

Em análise sobre o tema Luiz Guilherme Marioni, teceu


os seguintes comentários:

“Numa análise estrutural e funcional, pois, temos que a tutela


sumária antecipatória, na maioria das vezes, antecipa a sentença
definitiva, realizando desde logo a pretensão”. * 19

“O juízo de probabilidade, própria da cognição sumária, surge após


uma determinada atividade cognitiva. No processo de cognição
sumária se chega ao juízo de probabilidade, após a instrução sumária
(cautelar ou antecipatória), o juízo de probabilidade é, em verdade,
pressuposto para a própria solicitação da medida.

Quando estamos diante de prova pré-constituída, pode surgir desde


logo juízo de probabilidade suficiente para a decretação de uma
medida, se também ficar demonstrada de plano a existência do
periculum in mora, ou quanto a existência do perigo restar para ser
oferida pela regras de experiência do magistrado”. * 20

3
Em análise sobre a tutela sumária antecipatória como
decorrência do direito à adequada jurisdicional, o escólio do referido mestre é no sentido de que:

“se o Estado tem o dever de prestar a “devida tutela jurisdicional”,


entendida esta como a tutela apta a tornar efetivo o direito material,
o homem tem direito à “adequada tutela jurisdicional”.

O jurisdicionado não tem somente direito à resposta jurisdicional.


Tem, em verdade, direito à prestação jurisdicional efetiva.

Deveras, se determinada pretensão de direito material reaver tutela


urgente, em razão de estar inserida em uma determinada situação
emergencial, não é possível que o Estado se negue a prestar à devida
tutela jurisdicional”.

E conclui:

“Na verdade o que importa concluir é que o homem, por ter direito à
adequada jurisdicional, não pode ter negado o direito à ação ou à
medida sumária antecipatória”. * 21

* 19 - Tutela Cautelar e Tutela Antecipatória, 1ª Ed.,


2ª tiragem, São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais 1994, pag. 106.
* 20- Obra citada pag. 86
* 21 idem pag. 89

O magistrado paulista Antonio Geová da Silva Santos,


em análise sobre o INC., I, do art. 273 - onde a Reconvento fulcra o fundamento de seu pedido
de antecipação de tutela - asseverou:

“A irreparabilidade do dano decorrerá da ameaça de um grave dano


jurídico, caso não exista a satisfatividade do direito. Similar ao
periculum in mora, o receio de a parte vir a padecer dano irreparável
caso o Poder Judiciário não intervenha para antecipar o direito, fará
exsurgir um dos requisitos para a outorga da tutela antecipatória”. *
22
* 22-A tutela antecipatória e execução especifica,
Campinas, Copola Livros Ltda. 1995, pag., 21/22

Nos tribunais, traçando pouco a pouco os limites da


questão, têm decidido:

“Tutela antecipatória. Natureza jurídica. CPC, art. 273. Lei 8.952/95.

A tutela antecipatória, apesar das semelhança formais, não se


confunde com a proteção de natureza cautelar. Constitui antecipação
do julgamento, e não simples garantia de eficácia de outro processo”.
* 23

4
* 23 -TRF 5ª Região - ag .Reg. 48.48.228-PB. Rel.
juiz Francisco Falcão- J.em 03/05/95, DJ de 23/06/95, apud Boletim informativo da
legislação Brasileira de Juruá, 81, ano 1995, período de 01a 10 de julho.

Assim, contando com os doutos suplementos do M.M.


Juiz, que sempre tem se pautado por decisões justas, pede-se, respeitosamente, a concessão de
tutela antecipatória na forma acima exposta.

Face os argumentos e a situação fatica do autor, requer


de Vossa Excelência, a aplicação da TUTELA ANTECIPADA, determinado seja oficiado a
Secretaria do Estado da Administração, para que seja alterado o valor do desconto em folha de
pagamento, para uma salário mínimo vigente.

Ante o exposto requer-se digne Vossa Excelência mandar citar a ré, via AR para que,
querendo venha a contestar em tempo hábil sob pena de responder aos
efeitos da revelia.

Dá-se ao pleito o valor de R$1.560,00, meramente para


efeitos fiscais.

Nestes termos,
Pede e espera
Deferimento

Cambé 11, de Janeiro de 1.999.

Dr. IDEVAR CAMPANERUTI


Advogado-OAB 9.321-PR.

MARCUS VINICIUS GINEZ SILVA


Estagiário

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