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Capelania e

Saúde Cristã
Seminário Teológico Ev. Dr. Pedro Tarsier

Prof. Rodiney Custódio

O excesso de informação na Internet e nas


Redes Sociais gera a ansiedade que é
potencializada pelo uso do smartphone

Márcio Giovane Rosa Araujo


O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Sumário
Mal do século: síndrome do excesso de informação............................................................................... 4
A dor de nunca saber o bastante ......................................................................................................... 4
Sinais do naufrágio ............................................................................................................................... 8
Entrevista - "Ignorância programada é força". ................................................................................ 8
Transtorno de ansiedade por excesso de informação ........................................................................... 11
Dicas para diminuir o uso abusivo de internet .................................................................................. 11
Seu filho é viciado em jogos on line? ............................................................................................. 11
Atenção aos sinais .............................................................................................................................. 12
Aprenda a identificar as “doenças” da era digital ............................................................................. 12
Tem jeito? .......................................................................................................................................... 13
Dicas para diminuir o uso abusivo de internet: ............................................................................. 13
Quem sofre com isso?........................................................................................................................ 13
Aprenda dicas para combater e prevenir esse mal da era digital e as novas tecnologias ................ 14
Seja seletivo ................................................................................................................................... 14
Faça pausas .................................................................................................................................... 14
Relaxe a mente............................................................................................................................... 14
Limpe sua mesa.............................................................................................................................. 14
Tenha amigos reais ........................................................................................................................ 14
Excesso de informação pode causar exaustão do Sistema Nervoso Central......................................... 15
Para uma boa saúde mental, psiquiatra indica pausas durante as atividades .................................. 15
Características negativas observáveis................................................................................................ 16
Superficialidade nas informações ...................................................................................................... 16
Excesso de Informações pode causar a síndrome do pensamento acelerado. ..................................... 17
Caracterizando o problema ............................................................................................................... 17
Sintomas............................................................................................................................................. 18
Tecnologia .......................................................................................................................................... 18
Tratamento ........................................................................................................................................ 18
Sete dicas para viver melhor .............................................................................................................. 18
Excesso de Informação x Ansiedade: o mal do século........................................................................... 20
Você é um viciado em informação? ................................................................................................... 20
Você é viciado em internet? .............................................................................................................. 21
Consumo de mídia - dieta informação............................................................................................... 21
O excesso de informação é uma doença? ......................................................................................... 21
Se você apresenta alguns dos sintomas abaixo, cuidado, é preciso desacelerar: ............................. 22

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Existe uma solução? Sim! ................................................................................................................... 22


Confira algumas dicas simples para aliviar a ansiedade causada pelo excesso de informação: ....... 23
O excesso de informação nos torna idiotas ........................................................................................... 24
Saúde.................................................................................................................................................. 26
Oito novas doenças provocadas pelo uso da Internet. Você tem alguma?........................................... 27
Síndrome do toque fantasma ............................................................................................................ 27
Nomofobia ......................................................................................................................................... 28
Náusea Digital (Cybersickness) .......................................................................................................... 28
Depressão de Facebook ..................................................................................................................... 29
Transtorno de Dependência da Internet ........................................................................................... 29
Vício de jogos online .......................................................................................................................... 30
Cibercondria, ou hipocondria digital ................................................................................................. 30
O efeito Google .................................................................................................................................. 31
Como lidar com o excesso de informação no dia a dia ......................................................................... 32
O problema do excesso de informação ............................................................................................. 32
Uma solução....................................................................................................................................... 32
Entrando em ação .............................................................................................................................. 33
6 passos para reduzir o fluxo de informações ................................................................................... 33
1. Elimine tudo ............................................................................................................................... 33
2. Pergunte-se ................................................................................................................................ 33
3. Tente deixar só o essencial e adicionar aos poucos o resto ...................................................... 33
4. Reduza o tempo em cada item essencial ................................................................................... 33
5. Coloque limites no acesso as informações ................................................................................ 34
6. Depois de testado escreva esses limites no seu plano diário e pratique .................................. 34
7 passos para evitar a distração ......................................................................................................... 34
1. Imagine que você não é assim: INDECISO.................................................................................. 34
2. Se permita relaxar e eliminar a ansiedade de responder a tudo na hora ................................. 34
3. Dedique esse tempo para as tarefas realmente importantes ................................................... 34
4. Faça o teste do atraso: Não responda nada na hora por alguns dias (e-mails, redes sociais) .. 34
5. Dedique esses dias para criar a cultura de foco e de descanso ................................................. 34
6. Verifique se teve algo negativo no teste do atraso ................................................................... 34
7. Avalie se esse comportamento não é mais saudável que o anterior ........................................ 34
Conclusão ............................................................................................................................................... 35
Apêndice ................................................................................................................................................ 36
Trabalho comentado de “O Excesso de Informação – A Neurose do Século XXI” Dr. Ryon Braga.... 36

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

A Questão da Informação .............................................................................................................. 36


O Excesso de Informação ............................................................................................................... 37
O Excesso de Informação na Mídia ................................................................................................ 38
Ansiedade de Informação .................................................................................................................. 39
O excesso de informação como elemento de dissociação cognitiva................................................. 40
A Síndrome do Excesso de Informação.............................................................................................. 41
Tomada de Decisão ........................................................................................................................ 42
Neologismos da Era do Excesso de Informação ................................................................................ 44
Cybercondríacos............................................................................................................................. 44
Dataholics....................................................................................................................................... 44
Bulimia Informacional .................................................................................................................... 44
Obesidade Informacional ............................................................................................................... 45
Lemos muito, mas aprendemos pouco.............................................................................................. 45
Cosmograma .................................................................................................................................. 46
Como Trabalhar o Excesso de Informação..................................................................................... 46
Bibliografia ............................................................................................................................................. 48

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Mal do século: síndrome do excesso de informação


O excesso de informação está provocando uma angústia típica dos tempos atuais
e levando à conclusão de que, às vezes, saber demais é um problema. Nas
sociedades ocidentais, as pessoas se sentem pisando em um chão não muito firme,
por não conseguirem deglutir a carga de informações disponível em livros, na
imprensa, na televisão e na Internet. "Quanto mais sabemos, menos seguros nos
sentimos. É a sensação de que o mundo está girando a muitas rotações a mais do
que nós mesmos", dizem os especialistas (Online, Folha; 2001).

Para se ter uma ideia do tamanho do problema um bom exemplo é a quantidade de


informação impressa, filme ou arquivos magnéticos: seriam necessários dez
computadores pessoais para cada pessoa guardar apenas a parte que lhe caberia
sobre o que é produzido. Até o final do ano de 2017 estarão disponíveis mais de cinco
bilhões de páginas na Internet. Hoje existem no Brasil mais de 100 emissoras de
televisão no ar, em diversas línguas, com especialidades diferentes. Há 100 anos
existiam cerca de 200 revistas científicas em todo o mundo. Agora, são mais de 100
mil!

O excesso de informação já produziu até mesmo a versão século XXI dos


hipocondríacos: são os cybercondríacos que passam a apresentar sintomas
imaginários. Quem tem a síndrome não consegue dormir: não quer perder tempo e
quer continuar consumindo informações. As pessoas com quadro agudo dessa
síndrome são assoladas por um sentimento constante de obsolescência, a sensação
de que estão se tornando inúteis, imprestáveis, ultrapassadas. A maioria não expressa
sintomas tão sérios. O que as persegue é uma sensação de desconforto.

A dor de nunca saber o bastante

O eterno sentimento humano de ansiedade diante do desconhecido começa a tomar


uma forma óbvia nestes tempos em que a informação vale mais que qualquer outra
coisa. As pessoas hoje parecem estar sofrendo porque não conseguem assimilar tudo
o que é produzido para aplacar a sede da humanidade por mais conhecimento.

Alguns exemplos dessa síndrome: uma edição comum de um jornal como o New
York Times contém mais informação do que uma pessoa comum poderia receber
durante toda a vida na Inglaterra do século XVII.

Todos os anos é produzido mais de 2,1 bilhões de gigabytes em informação impressa,


filme ou arquivos magnéticos. Considerando-se que somos cerca de 7 bilhões de
pessoas no mundo, isso dá uma média de 300 megabytes de informação para cada
homem, mulher e criança de todo o planeta.

Atualmente existem mais de 4,5 bilhões de páginas disponíveis na Internet (World


Wide Web Size 2017). Até o fim do ano esse número estará beirando os 5 bilhões.

Até o início dos anos 90, a televisão brasileira tinha menos de dez canais. Hoje há
mais de 100 emissoras no ar, em diversas línguas, com especialidades diferentes. E

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

mais, a TV por assinatura – os canais pagos – já é uma realidade presente em nossos


lares, e, por conseguinte, oferecem um número maior ainda de opções de canal.

Os americanos compram uma quantidade superior a 1 bilhão de livros por ano. Mais
de 43% dos americanos que declaram ser consumidores vorazes de literatura leem
cinco deles por ano. De acordo com a mesma pesquisa, 7% dos compradores dizem
ler mais de cinquenta livros por ano, isto é, 7% dos compradores leem um livro por
semana!

Por trás desses elementos, há um fenômeno mais geral. Países, empresas, escolas,
famílias estão se rearticulando em outros modelos numa velocidade nunca vista.
Mudar é um inferno para a maioria das pessoas. Mais infernal ainda é a sensação de
que o mundo está girando a muitas rotações a mais do que nós mesmos. "O mal-estar
de nosso tempo é a inadequação, o sentimento opressivo de que as outras pessoas
estão fazendo as coisas certas, lendo os livros que contam e usando os computadores
e programas mais modernos, a saber não só estes, mas tudo o que está relacionado
com o uso de novas tecnologias e é desejo infundamentado chama-se de síndrome
da última versão; enquanto nós estamos ficando para trás na carreira ou nos
relacionamentos", diz o americano Wayne Luke, autor de um livro que compara o
ambiente de excesso de informação que existe hoje a uma "areia movediça". Luke
observa que nas sociedades ocidentais as pessoas se sentem pisando em um chão
não muito firme, por não conseguir metabolizar a carga de informações disponível em
livros, na imprensa, na televisão e na Internet. "Quanto mais sabemos, menos seguros
nos sentimos", escreveu Luke (Online, Folha; 2001).

Para tornar essa angústia ainda mais palpável, atualmente as pessoas são
bombardeadas pelo desempenho de modelos excepcionais cujas façanhas ganham
espaço cada vez maior na televisão, em jornais, revistas e livros de autoajuda. Diante
desses modelos de eficiência, a maioria se sente como algumas mulheres na
presença de Gisele Bündchen. Em comparação com a modelo, há sempre algo errado
com elas. Sobra ou falta alguma coisa. Segundo psicólogos, na imaginação de muita
gente o mundo está apinhado de Giseles corporativas ou sociais. Daí resulta
inevitavelmente um sentimento de inadequação.

Como toda ansiedade, a angústia típica de nosso tempo machuca. Seu componente
de irracionalidade é irrelevante para quem se sente mal. O escritório de estatísticas
da Inglaterra divulgou recentemente uma pesquisa que é ao mesmo tempo um
diagnóstico. Cerca de um sexto dos ingleses entre 16 e 74 anos se sente incapaz de
absorver todo o conhecimento com que esbarra no cotidiano. Isso provoca tal
desconforto que muitos apresentam desordens neuróticas. O problema é mais sério
entre os jovens e as mulheres.

Quem foi diagnosticado com a síndrome do excesso de informação tem dificuldade


até para adormecer. O sono não vem, espantado por uma atitude de alerta anormal
da pessoa que sofre. Ela simplesmente não quer dormir para não perder tempo e
continuar consumindo informações. Os médicos ingleses descobriram que as pessoas
com quadro agudo dessa síndrome são assoladas por um sentimento constante de
obsolescência, a sensação de que estão se tornando inúteis, imprestáveis,
ultrapassadas. A maioria não expressa sintomas tão sérios. O que as persegue é uma
sensação de desconforto - o que já é bastante ruim.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Segundo outra pesquisa feita em cinco países pela Reuters Business Information,
metade dos executivos ouvidos pelos encarregados do trabalho afirmou não se sentir
capaz de lidar com toda a informação que recebe. Uma terceira descoberta feita no
Japão pelos pesquisadores Michael Song e Mitzi Montoya-Weiss mostra que as
pessoas que trabalham com produtos de alta tecnologia são as mais afetadas. Elas
tendem a ser mais inseguras de suas possibilidades profissionais que as
empregadas em ramos mais tradicionais da economia. Com razão. Na vanguarda
competitiva das empresas digitais, a temida obsolescência profissional é tão real
quanto o ar que se respira.

Tecnologias sobem aos céus da Nasdaq e descem ao purgatório da insignificância


em questão de meses. Nesse setor, toda a informação disponível parece ser
insuficiente para se manter à tona. O escritor americano Po Bronson, o maior cronista
da civilização criada pelos zumbis do Vale do Silício, conta histórias apavorantes
dessa corrida desenfreada. "Nunca houve uma disputa tão ríspida entre pessoas e
empresas como a criada pela tecnologia da informação", diz Bronson.

A área de publicações científicas é um capítulo especial nesse terreno do excesso de


dados disponíveis. Há 100 anos existiam cerca de 200 revistas científicas no mundo.
Agora são mais de 100.000, 10.000 delas só de medicina. Essa área ferve. Uma
biblioteca eletrônica médica que arquiva os artigos das 4 800 principais revistas do
ramo tem registrados mais de 12 milhões de arquivos, e a cada ano outros 700 000
entram para o catálogo. Há hoje os cybercondríacos, pessoas que por meio de
pesquisas sobre saúde na Internet descobrem informações que deveriam estar
disponíveis apenas para médicos. São a versão século XXI dos hipocondríacos. Eles
passam a apresentar sintomas imaginários.

"Isso é cada vez mais comum", diz o infectologista do hospital Albert Einstein Artur
Timerman. Um estudo recente feito com 17.000 internautas pelo site Netaddiction
concluiu que 6% deles têm comportamento compulsivo diante da internet. Entre
esses comportamentos está um francamente vicioso. "Há pessoas que se não leem a
mesma informação em três ou quatro fontes diferentes ficam inseguras sobre sua
veracidade. São 'dataholics', literalmente viciados em informação", define Renato
Sabbatini, neurocientista da Universidade de Campinas.

Só agora os especialistas começam a distinguir o que é apenas uma manifestação de


desconforto psicológico inespecífico de uma síndrome provocada pela correria da vida
moderna. "A ansiedade por informação ainda não é considerada isoladamente. Está
dentro de uma categoria denominada ansiedade por formação, que por sua vez é um
dos componentes do estresse associado ao trabalho", diz Márcio Bernik, psiquiatra-
chefe do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo.

O Ambulatório de Ansiedade da USP ainda não pesquisa a ansiedade de informação


especificamente. Mas tem atendido um número crescente de ansiosos que
mencionam como causa de suas apreensões a incapacidade de absorver informações
no ritmo que consideram ideal. "Ler e aprender sempre foi tido como algo bom, algo
que deveríamos fazer cada vez mais. Não sabíamos que haveria um limite para isso.
Está acontecendo com a informação o que já aconteceu com o hábito alimentar. Em

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

vez de ficarmos bem nutridos, estamos ficando obesos de informação", diz Anna
Verônica Mautner, psicanalista em São Paulo.

Vale a pena examinar, agora, como se sentem aqueles que a sociedade considera
modelares, os vencedores na corrida profissional e social. O economista Odair Abate,
há seis anos responsável pelo departamento de economia do banco Lloyds no Brasil,
nos fornece um bom exemplo. É ele quem analisa os cenários econômicos nacional e
mundial e dá as diretrizes para a atuação do banco. Como fontes de informação, Abate
lê jornais, revistas e os relatórios de uma consultoria econômica. Consulta
regularmente seu banco de dados, sabatina frequentemente dois ou três políticos com
quem mantém contato. Além disso, acessa sites exclusivos e caros na Internet que
lhe trazem informações fresquinhas 24 horas por dia. E como Abate se sente depois
de carregar todos os seus neurônios com informações de primeira linha? "Tenho a
nítida sensação de não ter lido tudo o que deveria. Isso me deixa ansioso. Felizmente,
depois de muitos anos de trabalho, aprendi a lidar com isso e reduzir minha margem
de erro", diz Abate.

A vida no campo também está sendo contagiada pela síndrome do excesso de


informação. Em Nova Mutum, Mato Grosso, o fazendeiro Sérgio Nogueira paga cerca
de 500 reais por mês para ter acesso à Internet (Online, Folha; 2001). "Sem
acompanhar a Bolsa de Chicago ou a previsão do tempo, não sei quando plantar ou
vender meu produto. Aqui, informação vale ouro".

Entre os vencedores, no imaginário das pessoas, estão sem dúvida os executivos com
formação de padrão internacional, os diplomados dos cursos de MBA, o famoso
Master in Business Administration. Pois bem, eles igualmente se sentem atolados em
palavras, números, gráficos, imagens e sons. "Vivemos angustiados com tanta
informação", diz Renato Cotta de Mello, coordenador do MBA da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. "Nosso curso é frequentado por executivos de 35 a 37 anos que já
sabem muita coisa. O objetivo é ensiná-los não a acumular mais conhecimento, mas
a colocar o que sabem dentro de um contexto que faça sentido prático." Os
professores dessas escolas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, investem boa
parte de sua energia em alertar os alunos para o fato de que não há esperança de
que as exigências do mercado diminuam. "O grande desafio para esses estudantes é
aprender que antes de gerenciar um negócio é preciso aprender a gerenciar a própria
ansiedade", resume Alberto Luiz Albertin, professor e coordenador na área de
negócios da era digital da Fundação Getúlio Vargas.

Isso é possível? Talvez para alguns, dificilmente para todos. O que se sabe ao certo
é que a multiplicidade de informação sempre gera desconforto. "Há dados demais
e eles muitas vezes não são confiáveis. Por isso a ansiedade é uma constante em
minha vida. Além de rastrear tudo o que posso na Internet, ainda checo o que
descubro em fontes tradicionais, em geral mais confiáveis", diz o advogado José
Eduardo Carneiro Queiroz, paulistano de 30 anos (Online, Folha; 2001), especialista
em mercado de capitais. Queiroz é o mais jovem sócio do escritório de advocacia
Mattos Filho, de São Paulo. É também o que mais utiliza a Internet como fonte de
informação. "Meus clientes são instituições financeiras e empresas com títulos nos
mercados de ações, que geralmente precisam de respostas imediatas. Dependem de
eu estar a par de um acontecimento, uma mudança de regra. Preciso ser
extremamente bem informado", afirma.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

O americano Richard Saul Wurman, autor dos livros Ansiedade de Informação e


Ansiedade de Informação2, este último lançado no final do ano passado nos Estados
Unidos e ainda não publicado no Brasil, sugere que as pessoas encarem o mundo
como um grande depósito de material de construção. E o que fazer com a matéria-
prima? Ora, diz ele, seja um arquiteto de sua própria catedral de conhecimento.
A arma para isso é a "ignorância programada", ou seja, a escolha criteriosa do que
se quer absorver. O resto deve ser deixado de lado, como o compositor que intercala
pausas de silêncio entre as notas para que a música faça sentido aos ouvidos. "A
ansiedade de informação é o buraco negro que existe entre os dados disponíveis e o
conhecimento. É preciso escapar dela", observa Wurman. Ou, ao menos, não deixar
que ela venha a assumir proporções dolorosas para quem precisa ultrapassá-la no
dia-a-dia.

Sinais do naufrágio

Se você apresenta alguns dos sintomas abaixo, é sinal de que também sofre de
angústia da informação

► Por mais esforço que faça, não consegue sentir-se atualizado com o mundo
a sua volta;

► Sente-se culpado cada vez que olha para a pilha de jornais e revistas e o
volume de e-mails recebidos que não conseguiu ler;

► Fica abatido quando uma pesquisa na Internet resulta num documento de


dezenas de páginas, pois acredita que, se não ler todas elas, não saberá tudo
o que deve sobre o assunto;

► Acena afirmativamente, sem convicção, sempre que alguém menciona um


livro, um filme ou uma notícia de que você, na verdade, nunca ouviu falar;

► Acha que o problema é seu e não do fabricante quando percebe que não
consegue seguir as instruções para montar um aparelho que comprou;

► Cerca-se de aparelhos digitais na esperança de que a simples presença deles


a sua volta ajude a torná-lo uma pessoa mais adaptada à alta tecnologia;

► Sente-se envergonhado quando tem de dizer "Não sei", mesmo que a


pergunta se refira à sucessão no Nepal ou ao novo programa de correio
eletrônico da Microsoft.

Entrevista - "Ignorância programada é força".

Aos 65 anos, o americano Richard Saul Wurman sustenta que, num mundo em que
as pessoas são cercadas de informações por todos os lados, não saber nada sobre
certos assuntos pode ser tão importante para a saúde mental quanto o silêncio o é
para a música. Arquiteto por formação, construiu prédios, foi empresário, organizou

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

eventos e durante muitos anos foi cartógrafo. Atingiu o sucesso quando resolveu criar
sua própria profissão, a arquitetura da informação. Desde então, escreveu mais de 75
livros sobre os mais variados assuntos, de medicina e mercado financeiro a animais
de estimação e turismo. Seu segredo? Não saber absolutamente nada sobre o
tema sobre o qual vai escrever. Assim, tudo o que descobre é o que interessa à
maioria das pessoas.

Como é possível escrever sobre assuntos tão diversos?


► O segredo é justamente minha ignorância diante de cada assunto. Abordo cada
questão como um leigo faria. O livro, assim, fica mais claro e mais bem estruturado.

Quando a informação passou a ter tanto valor?


► Desde que o primeiro pirata desenhou um mapa de tesouro. A informação era fonte
de poder quando a Bíblia foi escrita. Isso não mudou. O que temos, hoje, é uma
explosão de dados. O que diferencia uma pessoa de outra é a capacidade de entender
os dados, de transformá-los em informação útil.

Qual a diferença entre dado e informação?


► A informação só é informação quando comunica algo que outra pessoa entende.
Dados não são nada disso, podem ser um amontoado de números e palavras
incompreensíveis. Alguns dados são informação para quem os compreende.

Como se transformam dados em informação?


► Como se joga futebol? É o trabalho de uma vida, não é como aprender os passos
de uma dança. É muito complexo. Por isso as pessoas ficam tão ansiosas. Porque
não se sentem capazes de cumprir as tarefas a que se acham obrigadas.

Quais as consequências psicológicas dessa ansiedade?


► Não sou médico, mas não dá para negar que, se uma pessoa em um escritório
acha que a pessoa a seu lado sempre sabe mais do que ela, há problemas.

A Internet é a maior fonte de informação, mas, como o senhor diz em seu livro, 80%
das buscas são um fracasso. Isso vai mudar?
► Acho que teremos melhores versões. A acessibilidade e as ferramentas de procura
serão melhores. Em quinze anos, a Internet de hoje estará irreconhecível. Um carro
de 1910 não tem nada, além das rodas, que seja igual ao carro de hoje. Será o mesmo
com a Internet. Fico doente quando imagino que não estarei vivo para ver isso. As
ferramentas de busca são primitivas, são um carro de 1910. Mas, por piores que sejam
as estatísticas, o que se consegue hoje é infinitamente melhor do que há dez anos.

Qual a forma mais eficiente de transmissão de informação?


► É a conversa cara a cara, olho no olho. Comunhão é a resposta – “E perseveravam
na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. ” At 2:42
(ARA 1993). Essa é a melhor forma de comunicar. Telefonar é melhor que escrever
uma carta. Assisto a muitos documentários na televisão, eles também são boa fonte
de informação. Todos os dias eu leio pelo menos dois jornais, várias revistas, falo
bastante ao telefone, encontro muitas pessoas. É assim que assimilo informação. As
pessoas devem escolher os próprios caminhos. Nada, no entanto, supera uma
conversa pessoal (presencial).

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

O senhor sente ansiedade por informação?


► Não. E sabe por quê? Porque me permito ser um ignorante. Esse é o truque. É
preciso se permitir não saber. Só quem não sabe faz as perguntas óbvias e corretas,
aquelas que quase todo mundo tem medo de fazer por serem óbvias.

Uma criança hoje está mais bem preparada para entender toda a informação
disponível?
► Sim e não. O que é incrível é a forma como, sozinhas, as crianças estão se
familiarizando com a quantidade de tecnologia disponível. Elas não são
necessariamente ensinadas a fazer isso. Aprendem simplesmente.

Em conclusão, certamente o arquiteto Wurman não quis entrar no mérito do conteúdo


aprendido, por não estar ele focando no objeto a ser conscientizado. Antes, referiu-
se apenas a um aprendizado qualquer, a um ensino sem direção e sem meta,
totalmente individualizado, face a massa de dados coletados que poderia, então,
transformar-se em informação capaz de ser absorvida, deixando o aspecto
quantitativo e qualitativo sem a devida análise. Por exemplo, é possível uma criança
estar “simplesmente aprendendo” o que é abominação aos olhos de Deus. A saber, a
invocação de espíritos demoníacos por jogo de tabuleiro OUIJA, isto é, o desafio
Charlie-Charlie ocorrido há quase dois anos, ou explicitamente matar seguido de se
suicidar, no caso recente do jogo da Baleia Azul.

Tabuleiro ouija é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos
em que se coloca um indicador móvel. Foi criado para ser usado como método de
necromancia ou comunicação com espíritos (Wikipédia Ouija, Site; 2017).
1Sm 28:6-8 * Em ansiedade carnal, Saul potencializa a eminente morte por suicídio.
Consultou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por
6
sonhos, nem por Urim, nem por profetas.
Então, disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium,
7 para que me encontre com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Há uma
mulher em En-Dor que é médium.
Saul disfarçou-se, vestiu outras roupas e se foi, e com ele, dois homens, e, de
8 noite, chegaram à mulher; e lhe disse: Peço-te que me adivinhes pela
necromancia e me faças subir aquele que eu te disser.

O termo jogo da Baleia Azul refere-se a um suposto assunto em uma rede social russa
ligado ao aumento de suicídios adolescentes. Supostamente, o "jogo" envolve uma
série de tarefas que os jogadores devem completar, algumas das quais envolvem
automutilação. A última tarefa é o suicídio. Acredita-se que o jogo esteja relacionado
com mais de 100 casos de suicídio pelo mundo, havendo fotos de feridas auto
infligidas e compartilhadas em redes sociais, juntamente com as hashtags do jogo
(Wikipédia, Site; 2017).
Dt 30:19-20 * Deus quer que todos escolham a vida e não o suicídio.
Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a
19 morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência,
Amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois
20 disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o
SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Transtorno de ansiedade por excesso de informação


Se você está sempre conectado e lê imediatamente todos os e-mails que chegam na
sua caixa postal? Mesmo assim, tem a sensação de que precisa estar mais
atualizado? Saiba que esses são alguns sinais de quem sofre de ansiedade de
informação, descubra como prevenir e combater esse tipo de transtorno (Viva Saúde,
Revista 2014).

Os sintomas mais comuns do transtorno digital são, frustração por não


se manter atualizado, saber pouco ou com atraso, necessidade de
checar a mesma informação em várias fontes.

Para se ter uma ideia do potencial do problema, hoje produzimos milhares de vezes
mais informações em um ano do que todas as gerações que nos antecederam e,
provavelmente, você recebe em um mês mais informação do que o seu tataravô teve
acesso durante toda a vida. Muitas pessoas podem estar vivendo o que se
convencionou chamar ansiedade de informação, esse transtorno é causado pela
avalanche de informações que recebemos todos os dias sem sermos capazes de
entendê-las ou selecioná-las.

Dicas para diminuir o uso abusivo de internet


Seu filho é viciado em jogos on line?

Apesar de ainda não ser classificada como uma patologia, especialistas são unânimes
em dizer que essa ansiedade afeta a saúde e a qualidade de vida das pessoas,
principalmente devido ao ritmo acelerado e à abundância de dados proporcionados
pelas novas tecnologias. “Nossa capacidade de seleção tem de fazer parte do nosso
aprendizado. Temos de perguntar: eu uso a tecnologia ou é ela que está me usando?
Se ela não trouxer conforto então fizermos alguma coisa errada, não ao inventá-la,

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

mas em como lidamos com ela”, analisa o médico Roberto Cardoso, coordenador de
medicina comportamental do Femme Laboratório da Mulher (SP).

Atenção aos sinais

Os sintomas mais comuns são frustração por não se manter atualizado, saber pouco
ou com atraso; necessidade de checar a mesma coisa em diversas fontes; e estresse
pela dificuldade de lidar com tanta informação. Essa ansiedade prejudica o
desempenho. “Você fica distraído, agitado, não para de balançar o corpo, tem lapsos
de memória e pode até ter problemas de concentração”, diz Cardoso. Para a psicóloga
Juliana, trata-se de um comportamento de dependência. “É como se a pessoa
precisasse daquilo para sobreviver." Ela explica que três pontos mostram que algo
está errado.

 “A primeira coisa é quando a pessoa só gosta de estar conectada. Não lê, não
conversa com ninguém, só fica ligada, como se isso fosse a única fonte de prazer”,
diz.

 A segunda coisa é quando o indivíduo começa a ter perdas no trabalho e nas


relações. “A pessoa deixa de sair de casa para entrar na internet, perde o horário, não
dorme porque se conecta às duas horas da manhã, perde o tempo que tinha de estar
trabalhando para ficar on-line”, analisa.

 Já o terceiro ponto é querer parar com o comportamento, mas não conseguir.


“Existem pessoas que acordam no meio da noite para ver se tem alguma atualização
e não conseguem dormir”, observa.

Colocar limites e priorizar informações ajudam a combater o transtorno de ansiedade


por informação.

Aprenda a identificar as “doenças” da era digital

Cybercondríacos: São aquelas pessoas reconhecidas como hipocondríacas que


pesquisam o tempo todo sobre doenças na internet e começam a acreditar que estão
doentes.

Dataholics: São os fissurados por informação, que precisam checar o mesmo dado
em diversas fontes para estarem seguros. Mas sentem-se ansiosos por não
preencherem essa busca desenfreada por informação.

Bulimia informacional: É a necessidade compulsiva de coletar informações em


grande quantidade, sem critério, seleção ou preocupação com a qualidade e
confiabilidade dos dados.

Obesidade informacional: Pode ser uma consequência da bulimia informacional e


ocorre quando se tem excesso de informações desnecessárias e irrelevantes que,
quando acumuladas, prejudicam o aprendizado que poderia ser útil.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Tem jeito?

A mudança de estilo de vida é a melhor maneira de prevenir e tratar o problema,


aprendendo a colocar limites e priorizar as informações. Mas se você percebeu
que a ansiedade está afetando a sua vida, vale a pena procurar a ajuda de um
profissional de saúde, como de um psicólogo, psicoterapeuta ou psiquiatra, que
orientará sobre a intervenção mais adequada. Nos casos em que o nível de ansiedade
está bastante elevado, o psiquiatra pode indicar o uso de medicamentos ansiolíticos
ou até antidepressivos, sempre com acompanhamento médico.

Dicas para diminuir o uso abusivo de internet:

A maioria das pessoas que sofrem com a compulsão por uso de internet são
adolescentes e a jovens adultos que se sentem solitários e sofrem de timidez. Aprenda
como prevenir a compulsão digital e transtornos mentais.

O uso excessivo de internet pode acarretar problemas ansiedade e sedentarismo


acompanhado de má alimentação.

O uso excessivo de internet pode trazer vários problemas à saúde. A mais recente
descoberta, é chamada de ansiedade da informação. O termo é novo, foi criado a
cerca de 10 anos pelo designer e arquiteto norte-americano Richard Saul Wurman,
autor do livro Ansiedade da informação: como transformar informação em
compreensão (Ed. Cultura). Para ele, esse transtorno é causado pela avalanche de
informações que recebemos todos os dias sem sermos capazes de entendê-las ou
selecioná-las. “A ansiedade de informação é a lacuna entre o que você acha que
deveria saber e aquilo que você realmente é capaz de compreender”, explica Wurman.
Esse transtorno pode acarretar doenças mentais como mudanças repentinas de
comportamento e até doenças físicas como o sedentarismo acompanhado de má
alimentação.

Quem sofre com isso?

Ainda não existem estatísticas sobre o tema, mas os especialistas avaliam que a
ansiedade de informação acontece com mais frequência em adolescentes e jovens
adultos, principalmente os homens. “Aqueles que precisam ficar conectados o tempo
inteiro, que usam smartphones para checar e-mails do trabalho, estão mais
vulneráveis, pois não conseguem se desligar”, diz a psicóloga Juliana Bizeto,
coordenadora do Ambulatório de Dependências Não Químicas da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp-EPM). Outras pessoas suscetíveis a isso são as mais
solitárias e tímidas, que usam a internet como um “ambiente seguro” para se
relacionar com os amigos virtuais. “Indivíduos mais retraídos, que não gostam de
convívio social, estão mais propensos a esse tipo de ansiedade, principalmente nas
faixas dos 30 e 40 anos de idade”, comenta o neurocientista Renato Sabatini,
presidente do Instituto Edumed para Educação, Medicina e Saúde (SP).

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Aprenda dicas para combater e prevenir esse mal da era digital e as novas tecnologias
Seja seletivo

Selecione somente as informações que são essenciais, úteis ou curiosas para a


sua vida. “Quando você não seleciona fica com um problema, pois tem informação
demais. Ao invés de lhe tranquilizar, ela te estressa. Outro passo é escolher as fontes
de informação, utilizando um número menor, útil e confiável”, diz Roberto Cardoso,
coordenador de medicina comportamental do Femme Laboratório da Mulher (SP).

Faça pausas

Aprenda a fazer pausas com duração de 10 a 15 minutos entre uma atividade e


outra, principalmente se seu trabalho requer criação e inovação. Você pode tomar um
cafezinho, conversar com alguém ou descansar.

Relaxe a mente

Pratique atividades que ajudem a reduzir o seu nível de ansiedade, como meditação,
exercícios físicos, cozinhar, passear com o cachorro e ler um livro. O importante é
você se desligar dos agentes causadores de ansiedade para relaxar a mente por
alguns minutos.

Limpe sua mesa

Crie o hábito de limpá-la regularmente. Se você é daqueles que junta vários papéis,
principalmente anúncios e ofertas de produtos para, um dia, ler com calma, criando
uma pilha em cima da mesa, pegue uma lata de lixo e jogue tudo fora, sem olhar. Não
seja um acumulador de informação e material inútil.

Tenha amigos reais

Estabeleça várias fontes de relação. Para a psicóloga Juliana Bizeto, coordenadora


do Ambulatório de Dependências Não Químicas da Unifesp, quem conversa com os
amigos somente on-line, está mais propenso a desenvolver ansiedade. “Nossa vida
é como se fosse um leque. Se fechamos esse leque e estabelecemos relações
exclusivas temos um problema, então devemos mantê-lo aberto, tendo amigos, se
relacionando, pois somos seres sociais, isto é, precisamos do contato físico, do olhar
do outro.”.

Comunhão é a base. At 2:42 “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na


comunhão, no partir do pão e nas orações.”.

A ANSIEDADE, tem como causa provável “a falta de confiança no fluxo e no


processo da vida”, cujo novo padrão filosófico de pensamento é: “Eu me amo e me
aprovo. Confio no processo da vida. Estou seguro. ”, segundo a obra de Louise L.
Hay (L. Hay 2001).

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Excesso de informação pode causar exaustão do


Sistema Nervoso Central

Para uma boa saúde mental, psiquiatra indica pausas durante as atividades

A tecnologia trouxe muitos benefícios, dentre eles o acesso imediato por meio da
internet, a uma quantidade enorme de informações. Entretanto, por outro lado, a
exposição exagerada a muitos dados pode criar alguns problemas, principalmente se
não houver limite ao que uma pessoa consome em termos de informação. No caso da
web, se você é do tipo que, mesmo estando sempre conectado, sente que deveria
estar mais atualizado de tudo o tempo todo, cuidado, pois poderá estar sofrendo da
chamada ansiedade da informação (Ciência, Globo; 2014).

Diante desse contexto, o médico psiquiatra Luiz Vicente Figueira de Mello, do


Ambulatório de Transtornos Ansiosos do Hospital das Clínicas, pertencente à
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conta que o excesso de
informações, processada acima da capacidade neuronal, pode levar à sobrecarga das
conduções elétricas no cérebro e ao estresse cognitivo, quando muito intenso. “O
aumento excessivo de sons, imagens e a leitura por horas a fio, sem descanso, ou
pausa do sistema sensorial, pode levar à exaustão do Sistema Nervoso Central (SNC),
ou à síndrome de burn out, com o aparecimento de sequelas”, relata o médico.

Luiz conta que as situações nas quais se percebe a ocorrência do consumo excessivo
de informações estão, em sua maior parte, concentradas nos trabalhos exigidos por
empresas que delimitam metas a serem cumpridas em prazos muitos curtos. Já entre
as fontes que geram atualmente excesso de informação, o médico cita como as
principais o computador e a comunicação feita pelos aparelhos móveis e fixos durante
várias horas sem descanso do sistema sensorial, que, segundo ele, ainda não está
adaptado a este tipo de demanda.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Características negativas observáveis

O especialista ressalta que as gerações mais jovens são, progressivamente, mais


preparadas para a obtenção de uma nova linguagem, mais resumida, objetiva e
superficial nos conteúdos e com maior velocidade. “Essas novas estruturas
cerebrais formarão, por meio dessa plasticidade, pessoas com uma percepção dessa
linguagem mais adaptadas a ela. Os estímulos especializam os indivíduos, mas não
os tornam, a meu ver, pessoas superiores ou inferiores. Apenas mais especializadas,
como são especializados os indivíduos de outras culturas diferenciadas”, aponta.

Superficialidade nas informações

Quanto à superficialidade em relação à assimilação das informações no meio online,


o jornalista norte-americano Nicholas Carr, autor do livro “A Geração Superficial: o
que a internet está fazendo com os nossos cérebros”, destaca em sua obra que o uso
exagerado da internet pode causar sérios riscos, incluindo a formação de pessoas
menos inteligentes, menos focadas, e mais ansiosas do que as gerações
anteriores.

No livro, Nicholas faz uma comparação dos efeitos na mente humana em duas
situações específicas: uma delas se dá na leitura de um livro, ato que, segundo o
autor, exige concentração e interpretação, e a outra, com o uso da internet, na qual o
jornalista ressalta que o internauta apenas corre os olhos pelas informações. O autor
alerta para o fato de que uma mudança brusca no que diz respeito à organização do
pensamento pode, de certa maneira, comprometer algumas capacidades, como a de
concentração e aprofundamento, alterando a forma como diversos assuntos são
compreendidos.

Como antídoto a esse cenário, Nicholas propõe o uso da internet de maneira


planejada, aconselhando que as pessoas se dediquem apenas a um assunto por
vez como forma de manter o foco e otimizar o raciocínio e a inteligência.

Complementando este conselho, Luiz Vicente ressalta que as pessoas devem ter
consciência de suas limitações fisiológicas e culturais. “Levamos milhares de anos
para atingir esse nível cognitivo e afetivo, com extinções e seleções progressivas. Os
períodos de trabalho, ou uso de nossos sistemas sensoriais, devem ter descanso
intermitente, como nos exercícios físicos, para não sofrermos exaustão”, finaliza.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Excesso de Informações pode causar a


síndrome do pensamento acelerado.

Caracterizando o problema

“Tem dificuldade em relaxar a mente e acalmar os pensamentos? Está sempre em


busca de estímulos, precisando de cada vez mais informações para satisfazer essa
vontade? O excesso de informações satura o córtex cerebral, produzindo uma
mente hiper pensante, agitada, com baixo nível de tolerância, impaciente e sem
criatividade. Podem afetar a saúde emocional de uma boa quantidade de gente:
depressão, estresse, síndrome do pânico e nomofobia (medo de ficar sem celular)
podem se tornar sintomas. ” (Oliveira 2015).

Essa é uma condição moderna que tem origem com o ritmo alucinante das grandes
cidades, com overdoses diárias de informações e obrigações que afetam a saúde
emocional de uma boa quantidade de gente. Depressão, estresse, síndrome do
pânico e nomofobia (medo de ficar sem celular) são outros exemplos de situações que
ocorrem com muito mais frequência nas últimas décadas.

Especialistas dizem que a síndrome do pensamento acelerado não é uma doença,


mas sim um sintoma vinculado a um quadro de transtorno de ansiedade. As pessoas
mais vulneráveis geralmente são aquelas que são avaliadas constantemente por
conta das suas obrigações profissionais, não podendo desligar um minuto sequer,
caso contrário o trabalho é comprometido. Bons exemplos são executivos, jornalistas,
escritores, publicitários, professores e profissionais da saúde.

As possíveis causas são, além dessa ansiedade devido à pressão profissional, o


excesso de informações às quais somos submetidos durante o dia, condição
considerada normal nos dias de hoje.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Sintomas

É comum entre quem tem a síndrome do pensamento acelerado ter a sensação de


estar sendo esmagado pela rotina, com aquela impressão de que 24 horas são
insuficientes para cumprir tudo o que você tem planejado para o dia. Há o sentimento
persistente de apreensão, falta de memória, déficit de atenção, irritabilidade e sono
alterado. O humor flutuante é outra característica bem comum.

O esgotamento mental da pessoa que não consegue desacelerar o seu pensamento


normalmente se converte em cansaço físico também. Isso porque o córtex cerebral, a
camada mais evoluída do cérebro, “rouba” energia que deveria ser utilizada em
músculos e outros órgãos.

Tecnologia

Um componente que colabora muito para o aumento nos casos de síndrome do


pensamento acelerado e para a piora no quadro é a tecnologia. Primeiro, com a
popularização da televisão, há décadas, as crianças começaram a ter menos atenção
na escola e os educadores mais dificuldade para influenciar o universo psíquico dos
jovens.

Depois, vieram os videogames e computadores. Hoje, as redes sociais são um mundo


que oferece um excesso de estímulos e informações. Passar uma noite inteira no
Facebook significa uma quantidade absurda de textos (lidos e escritos) e imagens
passando pelo nosso cérebro em um tempo curto. Além disso, ser usuário de uma
rede social colabora para a ansiedade – cria-se o costume de consultá-las o tempo
todo para checar se há novas mensagens.

Tratamento

Se você fecha com tudo o que foi dito acima é provável que tenha a síndrome do
pensamento acelerado. Nesse caso, é recomendável buscar a ajuda profissional de
um especialista.

Sete dicas para viver melhor

 Treine sua mente para admirar algo que o dinheiro não compra, como observar
seu filho a desenhar ou pintar, abraçar mais, beijar mais, trocar experiências com os
filhos, dar carinho a quem se ama.

 Tenha mais contato com a natureza. Caminhe ao ar livre, admire as árvores e os


animais, aprecie o silêncio e o vento no rosto…

 Faça alguma atividade lúdica. Vale praticar um esporte, ler um livro e contar
histórias.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

 Proteja a sua emoção. Não cobre demais os outros (seja marido, sejam filhos ou
amigos) nem a si mesma, isso torna a vida angustiante. Não exija demais das
pessoas. Ao contrário, elogie mais, aponte as características boas, os pontos fortes
de quem está ao seu lado.

 Aprenda a relaxar. Pare um momento do dia, esqueça tudo ao redor, respire fundo,
solte o corpo e esvazie a mente.

 Perdoe o outro e se auto perdoe.


 Dê mais risada, não leve a vida tão a ferro e fogo. Sorria!

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que é potencializada pelo uso do smartphone

Excesso de Informação x Ansiedade: o mal do século

Você é um viciado em informação?

Vivemos a era da informação. Todos os dias somos bombardeados com uma enorme
quantidade de informação, uma nova tecnologia, versão de um novo sistema, uma
nova linguagem de programação, a cada segundo a mídia nos coloca em situações
que precisamos nos adaptar, buscar soluções rápidas para não sermos prejudicados.
São tantas coisas que fazemos no nosso dia a dia, que temos a percepção de que
não vamos dar conta de tudo e que o tempo fica cada vez escasso (TI 2016).

A informação é importante para muitos profissionais, inclusive da área de TI para a


realização dos projetos e atividades, todos precisam manipular a cada dia muitas
informações: o jornal diário, um e-mail, uma matéria importante, uma nova tecnologia,
acabar aquele artigo para a revista, visitar um cliente, fazer isso, aquilo e mais um
pouco, quem não fica ansioso?

Segundo artigo da revista Superinteressante (nov. 2008), não existe um significado


concreto sobre o tema, mas Sigmund Freud, no século 19, falou que a ansiedade é
um medo de “algo incerto, sem objetivo”. O significado mais aceito hoje em dia vem
do psiquiatra australiano Anubrey Lewis que, em 1967, descreveu o termo como “um
estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigindo para
futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.

É comum as pessoas se sentirem intimidadas e impotentes frente a enorme


quantidade de informações existente a sua volta, e buscarem, portanto, mais e mais
informações na vã tentativa de suprir suas inseguranças. O problema é que tais
sentimentos de impotência agravam os sintomas de ansiedade que, por sua vez,
reduzem a capacidade de aprender, gerando mais ansiedade e fechando o círculo
vicioso.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Você é viciado em internet?

No infográfico abaixo é demostrado a dieta de consumo de mídia em 24 horas do


americano, publicado pela Wired o artigo mostra o consumo de mídia e o quanto é
importante manter um consumo saudável, priorizando a qualidade nas informações
recebidas. O controle e produtividade é fundamental.

Consumo de mídia - dieta informação

Tudo que foi descrito são sintomas típicos da ansiedade, você é ansioso? Está
contando os minutos para acabar esse artigo, pois é, a maioria das pessoas tem que
manipular muitas informações, o que leva a pensamentos ruins, de que não estão
dando conta do recado, o que acaba gerando estresse e aquela tão mal desejada
úlcera no estômago.

O excesso de informação é uma doença?

O excesso de informação nos torna dependentes (porém ainda não é considerada


doença), a chamada síndrome da fadiga informativa (ou síndrome da informação),
a pessoa ocupa a mente com várias coisas ao mesmo tempo e perda a capacidade
de processar o que está fazendo, aumenta o nível de estresse. Os sintomas dessa

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

síndrome se afloram, quando pessoa não consegue dormir, não quer perder tempo e
quer continuar consumindo informações, passa horas lendo, demora muito para se
“desligar”, vagueia em várias fontes de informação e não absorve nada, sempre com
a sensação de que está se tornando inútil, imprestável, ultrapassada.

Se você apresenta alguns dos sintomas abaixo, cuidado, é preciso desacelerar:

● Por mais esforço que faça, não consegue sentir-se atualizado com o mundo a sua
volta;

● Sente-se culpado cada vez que olha para a pilha de jornais e revistas e o volume
de e-mails recebidos que não conseguiu ler;

● Fica abatido quando uma pesquisa na Internet resulta num documento de dezenas
de páginas, pois acredita que, se não ler todas elas, não saberá tudo o que deve sobre
o assunto;

● Acena afirmativamente, sem convicção, sempre que alguém menciona um livro, um


filme ou uma notícia de que você, na verdade, nunca ouviu falar;

● Sente-se envergonhado quando o eterno sentimento humano de ansiedade diante


do desconhecido começa a tomar uma forma óbvia nestes tempos em que a
informação vale mais que qualquer outra coisa.

É importante destacar que a tentativa de apreender muitas informações ao mesmo


tempo prejudica a capacidade de fixação mnemônica dessas informações e,
consequentemente, a consolidação do aprendizado, o que atrapalho muito o
rendimento e a produtividade.

O Psicólogo criador do conceito de Síndrome da Fadiga Informativa, David Lewis,


autor do texto “Morrendo pela Informação? ”, afirma que o excesso de informação
paralisa a capacidade analítica e aumenta dúvidas, angustias e ansiedades,
redundando em plena ausência de senso crítico.

Descrevendo os efeitos da sobrecarga de informações sobre um indivíduo, David


afirma que esta condição pode gerar estresse, ansiedade, tensão, distúrbios de sono,
problemas digestivos, dificuldade de memorização e irritabilidade.

Parece que estou descrevendo a rotina de quem está lendo esse artigo e inclusive a
minha, mas não temos como fugir do excesso de informação, é necessário, o mundo
está mudando e as decisões devem ser tomadas mais rapidamente. Desligar um
pouco é um santo remédio.

Existe uma solução? Sim!

O americano Richard Saul Wurman, autor dos livros Ansiedade de Informação e


Ansiedade de Informação2, sugere que as pessoas encarem o mundo como um
grande depósito de material de construção. E o que fazer com a matéria-prima?
Ora, diz ele, seja um arquiteto de sua própria catedral de conhecimento. A arma

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

para isso é a “ignorância programada”, ou seja, a escolha criteriosa do que se quer


absorver. O resto deve ser deixado de lado, como o compositor que intercala pausas
de silêncio entre as notas para que a música faça sentido aos ouvidos. “A ansiedade
de informação é o buraco negro que existe entre os dados disponíveis e o
conhecimento.

É preciso escapar dela”, observa Wurman. Ou, ao menos, não deixar que ela assuma
proporções dolorosas para quem precisa ultrapassá-la no dia a dia. O ideal para todo
profissional é reservar um tempo diário para planejamento, para definir as tarefas e
projetos que sejam colocados em prática, no curto e longo prazo, colocando
corretamente as prioridades e controlando o tempo e as informações que recebe
diariamente.

Pense e avalie como está seu dia a dia, organize suas tarefas, estabeleça prioridades,
como falo sempre em meus artigos “Planejamento é a chave para o sucesso”, por
isso coloque tudo que for realizar no papel, identificando o que realmente é importante
e prioritário, garanto que seus dias serão bem mais sadios.

Confira algumas dicas simples para aliviar a ansiedade causada pelo


excesso de informação:

►Organize seu dia, fazendo um planejamento diário de suas tarefas;

►Defina horários para checar e responder seus e-mails;

►Organize seus compromissos numa agenda, seja ela digital ou física;

►Estabeleça horários para entrar em redes sociais;

►No momento de descanso e relaxamento, ouça uma música calma e esqueça o


computador e o smartphone;

►No momento de estudo, concentre-se nos pontos mais importantes;

►Exercícios físicos são recomendados, desde que sejam prazerosos;

►Saia um pouco da rotina nos finais de semana, descanse e relaxe;

►Procure perceber os sinais do seu corpo e o momento em que ele requer um


recolhimento, diminua a agitação e o gasto excessivo de energia vital;

►Lance mão de automassagens e técnicas de respiração;

►Busque mais qualidade de vida e bem-estar para ter uma vida mais saudável e boa
longevidade.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

O excesso de informação nos torna idiotas


Quando o escritor norte-americano Nicholas Carr começou a pesquisar se a internet
estava arruinando nossas mentes, assunto de seu novo livro, ele restringiu seu acesso
à internet, deu um tempo no e-mail e desligou suas contas no Twitter e no Facebook
(Blog, Acid 2017).

Em seu novo livro The Shallows: What the Internet is Doing to Our Brains, ele diz que
a rede está nos privando da capacidade aprofundada de raciocínio.

Carr levantou em 2008 a questão controversa de que "o Google estaria nos
deixando idiotas" e decidiu aprofundar sua pesquisa sobre como a rede afeta nosso
cérebro. Seu livro examina a história da leitura e a ciência de como o uso de diferentes
mídias afeta nossa mente. Explorando como a sociedade passou da tradição oral para
a palavra escrita e depois para a internet, ele detalha como nosso cérebro se
reprograma para se ajustar às novas fontes de informação. Ler na internet mudou
fundamentalmente a forma como usamos nosso cérebro.

A quantidade de textos, fotos, vídeos, músicas e links para outras páginas combinada
com incessantes interrupções na forma de mensagens de texto, e-mails,
atualizações do Facebook e feeds de RSS fez com que nossas mentes se
acostumassem a catalogar, arquivar e pesquisar informações. Desta forma,
desenvolvemos habilidades para tomar decisões rapidamente, especialmente visuais.
Por outro lado, cada vez lemos menos livros, ensaios e textos longos - que nos
ajudariam a ter foco, concentração, introspecção e contemplação. Ele diz que estamos
nos tornando mais bibliotecários - aptos a encontrar informações de forma rápida e
escolher as melhores partes - do que acadêmicos que podem analisar e interpretar
dados.

A ausência de foco obstrui nossa memória de longo prazo e nos torna mais
distraídos. "Nós não nos envolvemos com as funções de interpretação de nossos
cérebros", diz. Ele ainda afirma que, por séculos, os livros protegeram nossos
cérebros de distrações, ao fazer nossas mentes focalizarem um tema por vez.

Se escritores suprem a necessidade crônica de uma sociedade distraída, eles


inevitavelmente evitarão argumentos complexos que requerem atenção prolongada e
escreverão de forma concisa e aos pedaços, Carr prevê. Ele inclusive sugere um
exercício para aqueles que sentem que a internet os tornou incapazes de se
concentrarem: diminuam o ritmo, desliguem a web e pratiquem habilidades de
contemplação, introspecção e reflexão.

1Co 11:28-29 “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e


beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para
si.”.

É bem claro pelo que já sabemos sobre a ciência do cérebro que, se você não
exercita habilidades cognitivas específicas, você acaba as perdendo. Se você
se distrai facilmente, não pensará da mesma forma que pensa se você presta
atenção (Nicholas Carr).

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Cientistas dizem que fazer malabarismo com e-mail, celular e outras fontes de
informação muda a maneira como as pessoas pensam. Nossa concentração está
sendo prejudicada pelo fluxo intenso de informação. Esse fluxo causa um impulso
primitivo de resposta a oportunidades ou ameaças imediatas. O estímulo provoca
excitação - liberação de dopamina - que vicia. Na sua ausência, vem o tédio.

Enquanto muita gente diz que fazer várias coisas ao mesmo tempo aumenta a
produtividade, pesquisas mostram o contrário. As multitarefas dificultam a
concentração e a seleção necessárias para ignorar informações irrelevantes. E
mesmo depois que a pessoa se desliga, o pensamento fragmentado continua.

Para estudiosos de Stanford, a dificuldade de se concentrar só no que interessa


mostra um conflito cerebral, que vem da nossa evolução. Parte do cérebro age como
uma torre de controle, ajudando a pessoa a se concentrar nas prioridades. Partes
primitivas, como as que processam a visão e o som, querem que ela preste atenção
às novas informações, bombardeando a torre de controle. Funções baixas do cérebro
passam por cima de objetivos maiores, como montar uma cabana, para alertar sobre
o perigo de um leão por perto. No mundo moderno, o barulho do e-mail chegando e/ou
uma sinalização sonora de uma rede social passa por cima do objetivo de escrever
um plano de negócios ou jogar bola com o filho.

Mas outras pesquisas mostram que o cérebro também se adapta (condiciona).


Usuários de internet têm mais atividade cerebral do que não usuários. Eles estão
ganhando novos circuitos de neurônios (bioquimicamente falando). Isso não é
necessariamente bom, porque não significa que estamos nos tornando mais
inteligentes. Nossas crianças nascem sabendo programar o micro-ondas e mexer nas
configurações da TV, mas ao crescerem terão menos senso crítico e independência
que as outras gerações. Estarão TERRIVELMENTE acostumadas a terem tudo
pronto, mastigado, desde a pipoca de micro-ondas até as notícias que recebem.

Ficaremos parecidos cada vez mais com os gordinhos do filme Wall-E, imersos na
informação de tal ponto que falarão com os colegas AO LADO via WhatsApp (e isso
já acontece!). Com as relações sociais tradicionais sendo destruídas e trocadas por
uma virtual, quem detiver o controle dos meios de tráfego virtual controlará as relações
sociais.

A música também é uma forma de induzir a mudanças no cérebro. Ajuda a manter o


"gado", tão interessante para quem controla as engrenagens.

Um estudo foi conduzido por cientistas em um grupo de ratos para estudar os efeitos
da música rock. O grupo de ratos que foi exposto à música rock foi ficando
progressivamente mais desorientado em testes, e por fim se tornaram incapazes de
completar o labirinto. Quando os cérebros destes ratos foram dissecados, verificou-se
que eles foram submetidos a mudanças estruturais anormais. Os neurônios em seu
cérebro (em especial na região do hipocampo, que é conhecido por ser importante
na aprendizagem e na formação da memória) cresceram de forma descontrolada
em todos os sentidos, sem fazer conexão com outros neurônios. Aumentos
significativos no RNA mensageiro, que está envolvido na formação da memória,
também foram encontrados.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Saúde

Passar mais de quatro horas por dia em frente à televisão aumenta o risco de sofrer
doenças cardiovasculares e, inclusive, o de morrer, revela um estudo divulgado hoje
pela imprensa australiana.

A probabilidade de sofrer doenças cardiovasculares é 80% superior à de quem passa


menos tempo, e a de morrer aumenta 46%. Até porque ver TV engorda.

Concretamente, cada hora em frente a uma televisão representa um risco de morte


11% maior, de acordo com a pesquisa realizada com 8.800 pessoas e divulgada na
publicação científica "Circulation: Journal of the American Heart Association". O
cientista David Dunstan afirmou que o problema é causado pela falta de mobilidade,
que impede que o organismo processe de maneira adequada açúcares e gorduras
(diabetes). Não importa que se façam exercícios diários - o dano vem do tempo
prolongado que se passa sentado diante de uma tela, segundo Dunstan.

As 8.800 pessoas pesquisadas, entre 25 e 50 anos de idade e que se uniram ao


projeto entre 1999 e 2000, realizavam entre meia e uma hora de exercícios diários e,
no entanto, 284 morreram em seis anos.

Dunstan indicou que a pesquisa enfocou particularmente os casos de gente que vive
junto à televisão, mas as conclusões são aplicáveis a qualquer outra atividade
sedentária, como as pessoas que passam o dia jogando computador. O pesquisador
lembrou que "o corpo humano foi feito para se movimentar".

Três em cada quatro norte-americanos serão obesos em 2020. Você não vê esse
padrão de beleza na mídia, vê?

Assim como os passageiros de Wall-E, não temos interesse no mundo que nos cerca,
nem no que nos reserva o futuro. Não enquanto tivermos distração suficiente para
preencher nossos dias vazios e "modelos" para satisfazer nossos desejos por nós.
Quem é a mão que nos "alimenta"? Quem manda no "capitão" desse navio?

Quais são os reais efeitos daquilo que comemos e bebemos diariamente, e como as
grandes indústrias estão por trás de um lento envenenamento que nos torna fracos,
doentes, estúpidos e favorece o lucrativo comércio dos remédios e planos de saúde?

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Oito novas doenças provocadas pelo uso da Internet.


Você tem alguma?
É oficial. Conheça os distúrbios que surgiram - ou pioraram - por conta do uso quase
compulsivo da Internet e dos dispositivos digitais móveis

A Internet é um buffet infinito de vídeos de gatos, TV e Instagrams de celebridades.


Mas ela também pode estar aos poucos levando você à beira da insanidade. E não
estamos aqui usando nenhuma figura de linguagem.

À medida que a Internet evoluiu para ser onipresente da vida moderna,


testemunhamos o aumento de uma série de transtornos mentais distintos ligados
diretamente ao uso da tecnologia digital. Até recentemente, esses problemas, amenos
ou destrutivos, não tinham sido reconhecidos oficialmente pela comunidade médica.

Algumas dessas desordens são novas versões de aflições antigas, renovadas pela
era da banda larga móvel, enquanto outras são criaturas completamente novas. Não
fique surpreso se você sentir uma pontinha de - pelo menos - uma ou duas delas
(Dashevsky 2013).

Síndrome do toque fantasma

O que é: quando o seu cérebro faz com que você pense que seu celular está vibrando
no seu bolso (ou bolsa, se você preferir).

Alguma vez você já tirou o telefone do bolso porque o sentiu tocar e percebeu depois
que ele estava no silencioso o tempo todo? E, ainda mais estranho, ele nem estava
no seu bolso para começo de conversa? Você pode estar delirando um pouco, mas
não está sozinho.

Segundo o Dr. Larry Rosen, autor do livro iDisorder, 70% dos heavy users (usuários
intensivos) de dispositivos móveis já relataram ter experimentado o telefone tocando
ou vibrando mesmo sem ter recebido nenhuma ligação. Tudo graças a mecanismos
de resposta perdidos em nossos cérebros.

"Provavelmente sempre sentimos um leve formigamento no nosso bolso. Há algumas


décadas nós teríamos apenas assumido que isso era uma leve coceira e teríamos
coçado", diz Rosen em entrevista ao TechHive.

"Mas agora, nós configuramos o nosso mundo social para girar em torno dessa
pequena caixa em nosso bolso. Então, sempre que sentimos um formigamento,
recebemos uma explosão de neurotransmissores do nosso cérebro que podem causar
tanto ansiedade quanto prazer e nos preparam para agir. Mas ao invés de achar que
é uma coceira, reagimos como se fosse o telefone que temos que atender
prontamente", completa.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

No futuro, com a computação vestível, há o risco de a doença evoluir para novas


formas, como, por exemplo, usuários de Google Glass começarem a ver coisas que
não existem porque seu cérebro está ligado a sinais típicos do aparelho.

Nomofobia

O que é: a ansiedade que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo
"Nomofobia" é uma abreviatura de "no-mobile phobia" (medo de ficar sem telefone
móvel).

Sabe aquela horrível sensação de estar desconectado quando acaba a bateria do seu
celular e não há tomada elétrica disponível? Para alguns de nós, há um caminho
neural que associa diretamente essa sensação desconfortável de privação
tecnológica a um tremendo ataque de ansiedade.

A nomofobia é o aumento acentuado da ansiedade que algumas pessoas sentem


quando são separadas de seus telefones. O distúrbio pode ter efeitos negativos muito
reais na vida das pessoas no mundo todo. E é mais intenso nos heavy users de
dispositivos móveis

Tanto que essa condição encontrou seu caminho na mais recente edição do
Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5, ou Manual Diagnóstico
e Estatístico de Distúrbios Mentais) e levou a um programa de tratamento dedicado à
Nomophobia no Centro de Recuperação Morningside em Newport Beach, Califórnia.

"Estamos condicionados a prestar atenção às notificações dos nossos telefones",


disse Rosen. "Somos como os cães de Pavlov, de certa forma. Você vê as pessoas
pegarem seus celulares e dois minutos depois fazerem a mesma coisa, mesmo que
nada tenha ocorrido. Isso é impulsionado pela ação reflexa, bem como pela
ansiedade para se certificar de que não ter perdido nada. É tudo parte da reação
FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de estar perdendo algo)."

Náusea Digital (Cybersickness)

O que é: a desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando


interagem com determinados ambientes digitais.

A última versão do iOS, sistema operacional móvel da Apple, é uma reinvenção plana,
versátil e bonita da interface do usuário móvel. Infelizmente, ela também faz as
pessoas vomitarem e forneceu o mais recente exemplo da doença.

Assim que a nova versão do iOS foi liberada para os usuários de iPhone e iPad no
mês passado, os fóruns de suporte da Apple começaram a encher com reclamações
de pessoas que sentem desorientação e náuseas depois de usar a nova interface.

Isso tem sido atribuído em grande parte ao efeito que faz com que os ícones e a tela
de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo tridimensional abaixo do
visor de vidro.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Essas tonturas e náuseas resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de


cyber doença. O termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de
desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade virtual. É
basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado por conta da
sensação de movimento quando não estamos realmente nos movimentando.

Depressão de Facebook

O que é: a depressão causada por interações sociais (ou a falta de) no Facebook.

Os seres humanos são criaturas sociais. Então você pode pensar que o aumento da
comunicação facilitada pelas mídias sociais faria todos nós mais felizes e mais
contentes. Na verdade, o oposto é que parece ser verdade.

Um estudo da Universidade de Michigan mostra que o grau de depressão entre jovens


corresponde diretamente ao montante de tempo que eles gastam no Facebook.

Uma possível razão é que as pessoas tendem a postar apenas as boas notícias sobre
eles mesmos na rede social: férias, promoções, fotos de festas, etc. Então é super
fácil cair na falsa crença de que todos estão vivendo vidas muito mais felizes e bem-
sucedidas que você (quando isso pode não ser o caso).

Tenha em mente que esse crescimento da interação das mídias sociais não tem que
levar ao desespero.

O Dr. Rosen também conduziu um estudo sobre o estado emocional dos usuários do
Facebook e identificou que, enquanto realmente há uma relação entre o uso do
Facebook e problemas emocionais como depressão, os usuários que possuem um
grande número de amigos na rede social mostraram ter menor incidência de tensão
emocional.

Isso é particularmente verdade quando o uso da mídia social é combinado com outras
formas de comunicação, como falar ao telefone.

Moral da história: 1) não acredite em tudo o que seus amigos postam no Facebook e
2) pegue o telefone de vez em quando.

Transtorno de Dependência da Internet

O que é: uma vontade constante e não saudável de acessar à Internet.

O Transtorno de Dependência da Internet (por vezes referido como Uso Problemático


da Internet) é o uso excessivo e irracional da Internet que interfere na vida cotidiana.
Os termos "dependência" e "transtorno" são um pouco controversos na comunidade
médica, já que a utilização compulsiva da Internet é vista frequentemente como
sintoma de um problema maior, em vez de ser considerada a própria doença.

"Diagnósticos duplos fazem parte de tratamentos, de modo que o problema está


associado a outras doenças, como depressão, TOC, Transtorno de Déficit de Atenção

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que é potencializada pelo uso do smartphone

e ansiedade social", diz a Dra. Kimberly Young. A médica é responsável pelo Centro
de Dependência da Internet, que trata de inúmeras formas de dependência à rede,
como o vício de jogos online e jogos de azar, e vício em cyber sexo.

Além disso, ela identificou que formas de vício de Internet geralmente podem ser
atribuídas a "baixa autoestima, baixa autossuficiência e habilidades ruins".

Vício de jogos online

O que é: uma necessidade não saudável de acessar jogos multiplayer online.

De acordo com um estudo de 2010 financiado pelo governo da Coreia do Norte, cerca
de 18% da população com idades entre 9 e 39 anos sofrem de dependência de jogos
online. O país inclusive promulgou uma lei chamada "Lei Cinderela", que corta o
acesso a games online entre a meia-noite e às 6 da manhã para usuários com menos
de 16 anos em todo o país.

Embora existam poucas estatísticas confiáveis sobre o vício em videogames nos


Estados Unidos, o número de grupos de ajuda online especificamente destinados a
essa aflição aumentou nos últimos anos. Exemplos incluem o Centro para Viciados
em Jogos Online e o Online Gamers Anonymous, que formou o seu próprio programa
de recuperação de 12 passos.

Embora a atual edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders não
reconheça o vício em jogos online como um transtorno único, a Associação
Psiquiátrica Americana decidiu incluí-lo em seu índice (ou seção III), o que significa
que estará sujeito a mais pesquisa e pode eventualmente ser incluído junto a outras
dependências não baseadas em substâncias químicas, como o vício em jogos de
azar.

"Quando você é dependente de algo, seu cérebro basicamente está informando que
precisa de certas substâncias neurotransmissoras, particularmente a dopamina e a
serotonina, para se sentir bem", diz o Dr. Rosen. "O cérebro aprende rapidamente que
certas atividades vão liberar essas substâncias químicas. Se você é um viciado em
jogos de azar, tal atividade é o jogo. Se você é um viciado em jogos online, então a
atividade é jogar videogames. E a necessidade de receber os neurotransmissores
exige que você faça repetidamente a atividade para se sentir bem."

Cibercondria, ou hipocondria digital

O que é: a tendência de acreditar que você tem doenças sobre as quais leu online.

O corpo humano é um magnífico apanhado de surpresas que constantemente nos


presenteia com dores misteriosas, aflições e pequenos inchaços que não estavam ali
da última vez que verificamos. Na maioria das vezes, essas pequenas anormalidades
não dão em nada.

Mas os vastos arquivos de literatura médica disponíveis online permitem que a nossa
imaginação corra solta em todos os tipos de pesadelos médicos!

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Teve uma dor de cabeça? Provavelmente não é nada. Há uma chance de você morrer
muito em breve! É esse o tipo de pensamento que passa pela cabeça de um
cybercondríacos - que juntam fatores médicos para chegar às piores conclusões
possíveis.

E isso está longe de ser incomum. Em 2008, um estudo da Microsoft descobriu que
auto diagnósticos feitos a partir de ferramentas de busca online geralmente levam os
"buscadores aflitos" a concluir o pior. A hipocondria sempre existiu, claro, mas antes
as pessoas não tinham a Internet para ajudar a pesquisar informações médicas às
três da manhã. A cibercondria é apenas uma hipocondria com conexão banda larga.

"A Internet pode exacerbar os sentimentos existentes de hipocondria e, em alguns


casos, causar novas ansiedades. Porque há muita informação médica lá fora, e
algumas são reais e válidas e outras contraditórias", disse o Dr. Rosen. "Mas, na
Internet, a maioria das pessoas não pratica a leitura literal da informação. Você pode
encontrar uma maneira de transformar qualquer sintoma em milhares de doenças
terríveis. Você alimenta essa sensação de que está ficando doente."

O efeito Google

O que é: a tendência do cérebro humano de reter menos informação porque ele sabe
que as respostas estão ao alcance de alguns cliques.

Graças à Internet, um indivíduo pode facilmente acessar quase toda a informação que
a civilização armazenou ao longo de toda sua vida, AQUELAS POSTADAS É CLARO.
Acontece que essa vantagem acabou alterando a forma como nosso cérebro funciona.

Identificada algumas vezes como "The Google Effect" (ou efeito Google) as pesquisas
mostram que o acesso ilimitado à informação faz com que nossos cérebros retenham
menos informações. Ficamos preguiçosos. Em algum lugar do nosso cérebro está o
pensamento "eu não preciso memorizar isso porque posso achar no Google mais
tarde".

Segundo o Dr. Rosen, o Efeito Google não é necessariamente uma coisa ruim. Ele
poderia ser visto como o marco de uma mudança social, uma evolução que apontaria
para o nascimento de uma população mais esperta e mais informada. Mas também é
possível, admite ele, que tenha resultados negativos em certas situações. Por
exemplo, um jovem adolescente não memorizar a matéria das provas porque ele sabe
que a informação estará no Google quando ele precisar, diz o médico.

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Como lidar com o excesso de informação no dia a dia


É comum começarmos o dia já com a cabeça cheia de coisas para fazer. Tarefas,
lembretes, papelada. Enfim, mesa cheia e mente a mil. Com a internet cada vez mais
cheia de conteúdo para disponibilizar nos sentimos sem tempo para absorver tudo
que nos é oferecido. Essa questão é tão marcante que é a chamada hoje em dia de
information overload, ou então sobrecarga de informação. Muitas vezes, esse
problema paralisa as pessoas. Como excesso de informação, as pessoas não sabem
mais quem seguir ou ouvir e bloqueiam (Rui 2017).

Para resolver essa questão precisamos verificar a causa e trabalhar em algumas


soluções possíveis. Não vamos conseguir evitar o fluxo de informação existente, mas
podemos fazer melhores escolhas que irão nos manter mais focados e com menos
informação, ou melhor com a informação que realmente precisamos. Para esse
problema vale a qualidade e não a quantidade.

O problema do excesso de informação

Estamos na era da Informação, mas poderíamos muito bem chamar da A Era da


Distração. É comum divagarmos por aí sem perceber o que estávamos fazendo
antes. Seja um e-mail novo que chegou, um comentário em uma rede social, ou algum
colega que chamou, perdermos muito tempo com distrações. Distrações são sem
dúvida o maior vilão da produtividade atualmente. Sem foco, dificilmente conseguimos
nos dedicar por um tempo razoável para realizar uma atividade importante sem
sermos interrompidos por banners, notificações sonoras e visuais, pop ups, etc. A
partir dessa distração podemos ir para longe da nossa tarefa somente em
pensamento.

Para pessoas que utilizam criatividade no seu trabalho são severamente prejudicadas
devido a distrações. E se você está pensando que somente pintores, autores, e
pessoas desse nicho utilizam criatividade está enganado. Você, eu, pais ajudando no
dever de casa, filhos ao fazer o tema, funcionários ao escrever um e-mail, gerentes
na tomada de decisões, enfim, há uma infinidade de pessoas que usam a criatividade.

Além disso, estamos conectados o tempo todo e recebendo informações o tempo


todo. E mesmo quando não estamos focados em uma atividade o excesso de
informação nos assombra em tempo real. E, sinceramente, informação cansa. Por
isso é preciso avaliar se tudo que estamos consumindo é realmente importante para
nosso desenvolvimento e trabalho.

Uma solução

A primeira solução é mais teórica e paira no âmbito mental. Primeiro é preciso saber
que não necessitamos de tanta informação assim durante o dia. São diversos os
motivos pelos quais absorvemos tanta informação, como:

►Hábito;
►Desejo de conhecer tudo sobre um assunto;

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►Medo de ficar desinformado;


►Medo de perder oportunidades.

Para todos esses motivos é preciso se auto avaliar e perceber se é ou não um


comportamento destrutivo. Por exemplo, se temos o hábito de ler muita informação,
devemos avaliar se esse comportamento não está prejudicando nosso trabalho. Se é
feito a todo o momento ou reservamos algum tempo específico para o mesmo.

Quando gostamos muito de um assunto queremos saber tudo a respeito e muitas


vezes nos perdemos no meio de tanta informação e decisão sobre o que ler. Que tal
escolher 2 a 3 autores principais desse assunto e eliminar o resto.

Quanto aos medos é preciso testar. Será que realmente ficarei desinformado. Fique
alguns dias sem a informação com um teste e avalie o impacto. Aumente se considerar
pouco tempo e avalie novamente. Oportunidades existem em muitos lugares. Pense
dessa maneira: Quantas oportunidades você não está perdendo ao terminar seu
trabalho com qualidade e no tempo ao invés de absorver toda a informação que
aparece pela frente.

Entrando em ação

A segunda solução é prática, e envolve mudança de hábitos durante o dia a dia.


Vamos fazer um passo a passo para resolver dois dos maiores problemas atuais para
realizar um bom trabalho de qualidade com foco e qualidade.

6 passos para reduzir o fluxo de informações

1. Elimine tudo

Fique algumas horas do dia sem nenhum fluxo de informação, afim de poder refletir
melhor.

2. Pergunte-se

O que é realmente importante para me comunicar? Quais informações preciso


consumir? Blog, news, etc.?

3. Tente deixar só o essencial e adicionar aos poucos o resto

Descadastre-se de lista de e-mails que você não costuma ler. As vezes ficamos com
receio de não assinar algo mesmo não lendo. Para cada assunto eleja 2-3 autores e
receba e-mails apenas desses durante o dia. Descadastre-se do resto.

4. Reduza o tempo em cada item essencial

E-mail é importante, mas você precisa dele aberto o tempo todo? Mas você precisa
ficar com ele aberto o dia todo?

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5. Coloque limites no acesso as informações

Acesse redes sociais e e-mails em horários pré-determinados. Ninguém precisa estar


grudado na frente da sua caixa de entrada o tempo todo. Só com essa atitude sua
produtividade irá melhorar e muito.

Exemplo. Verificar e-mail por 30 minutos, 3 vezes por dia. Acessar 30 minutos de
blogs e revistas, 2 vezes por dia

6. Depois de testado escreva esses limites no seu plano diário e pratique

7 passos para evitar a distração

1. Imagine que você não é assim: INDECISO

Decida fazer o que realmente quer fazer, o que realmente é importante

2. Se permita relaxar e eliminar a ansiedade de responder a tudo na hora

3. Dedique esse tempo para as tarefas realmente importantes

Elimine distrações: notificações de e-mail, redes sociais, abas do navegador, etc.


Qualquer coisa que possa tirar sua atenção.

4. Faça o teste do atraso: Não responda nada na hora por alguns dias (e-mails, redes sociais)

Responda somente em horários determinados por você: 3x por dia por exemplo.

5. Dedique esses dias para criar a cultura de foco e de descanso

30 min de foco + 10 de descanso aumente quando conseguir ficar os 30 minutos…

Crie hábitos diários para realizar as tarefas mais importantes, nesses momentos
proíba-se de acessar qualquer outro site ou programa. Determine um tempo para essa
tarefa importante. Após acabar o prazo se premie com alguma distração do seu gosto,
desta forma há a ajuda em criar um ciclo de foco e de descanso.

6. Verifique se teve algo negativo no teste do atraso

7. Avalie se esse comportamento não é mais saudável que o anterior

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que é potencializada pelo uso do smartphone

Conclusão
Esse trabalho apresentou o problema do excesso de informação na Internet e nas
Redes Sociais que gera a ansiedade e que é potencializada pelo uso do smartphone.
Não se tem como se frear a tecnologia e muito menos o uso de produtos que advém
desse contexto, mas se tem como mudar a postura mental e comportamental diante
do problema, ao almejar-se saúde.

O computador, o tablet e o notebook são meios, jamais um fim. Agora, em se tratando


de smartphones, isto é, de celulares com capacidade de processamento igual a de
um computador, o fim torna-se mais que isto: vira parte de nosso corpo, sendo
“indispensável” o seu uso, não importando onde se vai. A nomofobia está aí. O medo
de perder a informação, de não se atualizar, de não se registrar aquela foto ou vídeo
imperdível, a postagem que não se lê, mas que gostamos de a reenviar para provar
que estamos vivos no grupo, etc... É dentro dessa realidade que surge a necessidade
de se compartilhar o inútil que nada edifica, cuja fase terminal pode redundar em
postagens de jogos mortais: como o do Charlie-Charlie e o da Baleia Azul. Enfim, são
tantas as carnalidades em apologia, de tal forma que é praticamente impossível para
a pessoa comum sobreviver sem adquirir uma ansiedade, depressão e demais
variantes de patologia mental, e no caso do cristão, de manter a sua santidade.

Ao se manipular dados soltos, a saber, ao se compor uma informação que nos


interessa, cansa. Mas é um princípio saudável de organização mental que rege a
absorção de conhecimento e o respectivo uso prático. Pensar antes de agir não é uma
alternativa, é uma obrigação constante de quem quer aprender.

Foi proposto aqui uma forma de se reduzir a quantidade de informações as quais


somos expostos diariamente. Focar-se no conteúdo, tão e somente unitário, de tal
forma que produza conscientização sobre o que se está sendo absorvido enquanto
conhecimento: a mudança de mentalidade - sem nenhuma forma de interrupção. A
saber, a transformação do indivíduo no seu relacionamento comunicativo diário, só é
possível quando houver a conscientização e o foco daquilo que se comunica longe da
ansiedade. Aliás, hoje, a ausência de ansiedade é um excelente termômetro indicativo
de saúde.

Tanto a mudança da mentalidade como as dicas práticas aqui citadas irão ajudar no
dia a dia a tomarmos as melhores decisões quanto ao que queremos ver e ouvir.
Somos dotados da capacidade de tomar decisão, e não agentes passivos frente a
uma avalanche de opções - que mete medo por não saber por onde se começar a
julgar, quando da separação por conteúdos, aquilo que realmente nos interessa. Tais
escolhas em nosso julgamento, à luz da Palavra, são extremamente importantes para
melhorar a nossa saúde, e também para relaxar a nossa mente: é o nosso
posicionamento perante uma situação de excesso de informação na Internet – focar
no importante e no consciente, dispensando todo e qualquer tipo de excesso.

Devemos sempre manipular informações corretas, focadas, sem excesso, com senso
crítico, pensadas antes de serem imediatamente (re) enviadas, tal como o uso
consciente do e-mail. Desta forma, haverá ganhos na qualidade de vida dos seres
sociais que lutam contra a ansiedade a qualquer tempo, com qualquer tecnologia
vindoura, na busca de novas formas de comunicação e de relacionamento saudáveis.

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Apêndice

Trabalho comentado de “O Excesso de Informação – A Neurose do Século XXI”


Dr. Ryon Braga

Chegou o fim de semana. Terei para ler três imensos jornais de domingo e uma pilha
de revistas de marketing, de management, de publicidade, de informática, de
variedades e de educação, além de todo o clipping do setor educacional, acumulado
durante a semana. Trouxe para casa cinco livros novos que comprei esta semana,
para se juntar às dezenas de outros livros que estão, há meses, na fila de espera para
serem lidos. Passei na locadora e aluguei dois filmes imperdíveis, que todos já viram,
menos eu. Além disso, pretendo colocar em dia os mais de 100 e-mails atrasados,
que estão aguardando resposta. Tem ainda uma festa de aniversário da família para
ir, os slides de duas palestras para preparar e um espetáculo teatral excelente que, é
claro, já está nos últimos dias na cidade (Braga 2017).

Este é um típico final de semana em minha vida, mas, tenho certeza, soa familiar à
grande parte das pessoas que estão lendo este artigo. Ele faz parte dos “efeitos
colaterais” da chamada Era da Informação – uma era em que a quantidade de
informação disponível e acessível pegou a todos nós de surpresa. Não estávamos
preparados para ela. Antes, as pessoas não sabiam que não sabiam. Agora,
sabem que não sabem, e isso, num mundo competitivo e predatório, gera uma
sensação de frustração e incapacidade que, aos poucos, vai se transformando em
uma ansiedade cada vez maior.

A Questão da Informação

Definição

Para Shanon, autor do livro “A teoria matemática da comunicação”, informação é


tudo aquilo que reduz a incerteza. Partindo dessa premissa, o que vivemos hoje
não poderia ser definido como a Era da Informação, uma vez que temos uma
explosão de dados e fatos que, isoladamente, não têm significado e não produzem
compreensão. Sem isso, não reduzem a incerteza e, portanto, passam a ser “não-
informação”.

Utilidade

Se o indivíduo não consegue desenvolver mecanismos de coletar e transformar


dados e fatos em informação, de nada vale ele ter acesso a miríades de fontes
desses dados. Ao contrário, é possível que essa enxurrada de não-informação que
ele tem acesso ou recebe diariamente, acabe dificultando ainda mais sua tarefa de
transformar tudo isso, primeiro em informação útil, e depois em conhecimento
aplicado.

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Aplicabilidade

Outra questão pertinente quanto à utilidade da informação é a capacidade do indivíduo


em dar aplicabilidade a ela. É muito comum encontrar pessoas matraqueando, a
saber de murmuração, de forma tecnicamente correta, um repositório de informações
sobre como se faz para resolver determinada situação e, no instante seguinte,
mostrarem-se totalmente ineptas para aplicar suas soluções em um contexto mais
elaborado. Em uma simples analogia com a pedagogia convencional vemos que,
mesmo nas escolas mais bem “sucedidas”, observa-se que a maioria dos bons
estudantes (frequência assídua, notas altas e o reconhecimento dos professores) não
demonstra uma compreensão adequada dos conceitos que aprenderam na escola.
Eles falham em resolver problemas que são formulados de maneira ligeiramente
diferente daquela em que foram formalmente instruídos e testados.

At 6:1 “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve


murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam
sendo esquecidas na distribuição diária.”.

Jo 7:12 “E havia grande murmuração a seu respeito entre as multidões. Uns diziam:
Ele é bom. E outros: Não, antes, engana o povo.”.

1Pe 4:9 “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração.”.

O Excesso de Informação

Quantidade

Ninguém duvida dos benefícios que a tecnologia da informação tem proporcionado a


todos. Acessar, em tempo real, informações sobre quase tudo que existe no mundo e
poder estabelecer contato direto com as fontes de informações, representa uma
drástica mudança de paradigma na sociedade humana. Por outro lado, o maior acesso
à informação tornou visível a parte “submersa do iceberg” – há informação demais
e tempo de menos.

O excesso de informação pode ser percebido através da grandiosidade dos números


que os fatos nos mostram:

- Mais de 1.000 novos títulos de livros são editados por dia em todo o mundo;
- Uma só edição do jornal americano The New York Times contém mais informações
do que uma pessoa comum recebia durante toda a sua vida há 300 anos (Revista
Veja de 05 de setembro de 2001);
- Atualmente existem mais de 4,5 bilhões de páginas disponíveis na Internet (World
Wide Web Size 2017);
- Estão em circulação mais de 100 mil revistas científicas no planeta;
- Há 15 anos a Televisão brasileira tinha menos de 10 canais. Hoje tem mais de 100
e, daqui a 10 anos, estima-se, terá mais que 400 canais!

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Acesso

Para que possamos entender melhor a questão do excesso de informação vamos


verificar um exemplo prático e real. Se um estudante universitário que sabe ler apenas
em português e inglês, resolve realizar uma pesquisa aprofundada sobre o tema
crianças hiperativas, irá deparar-se com a seguinte quantidade de informações:

Mediante estes números, não é preciso muito esforço para perceber que, se o
estudante não estiver preparado para o trato com a informação, tenderá a ficar
extremamente ansioso, sem saber por onde começar seu trabalho.

Armazenamento

O armazenamento da informação também contribui para o problema da ansiedade.


Para a editora da revista eletrônica Mundo Digital, Maria Ercília, está acontecendo
uma inversão de paradigma no nosso relacionamento com a informação. “Nossa
capacidade de produzi-la era contida e disciplinada pela dificuldade e pelo custo de
publicação, transmissão e arquivamento.

Hoje o que acontece é exatamente o contrário: esses custos caem mais depressa do
que podemos acompanhar. ”Se não estamos gastando muito espaço nem dinheiro
para guardar algo, acabamos não jogando fora - e gerando uma pilha de dados, que
se torna inútil pelo seu próprio volume absurdo. Muitas pessoas têm informações
armazenadas em CD, disquetes e no HD do computador que, se impressas, não
caberiam em suas casas.

Jo 21:24-25 * João inspirado pelo E.S. registra o Evangelho de maneira concisa


Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu;
24
e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem
25 relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os
livros que seriam escritos.

O Excesso de Informação na Mídia

Dispersão

O excesso de informações em forma de textos técnicos, análises, críticas, opiniões,


interpretações superficiais, ao invés de embasar o conhecimento e auxiliar a tomada
de decisão, acaba causando uma dispersão do conteúdo informacional que pode
gerar conclusões mal fundamentadas e decisões equivocadas.

Supérfluo

Segundo o jornalista André Azevedo, o excesso de informação na mídia pode estar


causando um relativismo absoluto nas concepções humanas ou um “sentimento de
impotência, que costuma levar o indivíduo à apatia, ao conformismo, ao cinismo ou
mesmo niilismo - pois a constelação de informações inviabiliza a hierarquia de

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valores do receptor, impossibilitando-o de avaliar o que é de fato fundamental e o


que é supérfluo”.

Para Azevedo, “as futilidades circulam ao lado de grandes questões da humanidade


com idênticos formatos, espaços editoriais e repercussão. A notícia importante
desaparece, encolhida sob a multiplicação infinita de fofocas sobre celebridades,
rusguinhas teatrais entre políticos - declarações oficiais - que não passam de
murmurações - e etc. O viciado em informação precisa saber tanto sobre a nova
tecnologia de aparelhos de mp3 quanto o resultado do campeonato mundial de ping-
pong, tanto sobre as oscilações da bolsa em Kuala Lumpur quanto à nova safra de
desenhos animados do Cartoon Network, independente da necessidade real de saber
tais coisas”.

Revistas

Diante deste cenário, as revistas segmentadas que souberem realizar o papel de


coletar, selecionar e contextualizar a informação, dentro das necessidades de seu
público-alvo, deverão ser as mais bem-sucedidas nesta era do excesso de
informação.

Ansiedade de Informação

Segundo Richard Wurman, autor do livro “Ansiedade de Informação”, este é o


resultado da distância cada vez maior entre o que compreendemos e o que achamos
que deveríamos compreender.

Com medo de ficar desatualizado e na busca de acompanhar as miríades de teorias


preconizadas pelos “gurus” do conhecimento, muitas pessoas começam a
desenvolver sentimentos de ansiedade e frustração, em consequência da
incapacidade de absorverem toda a quantidade de informações que julgam
necessárias.

Para a psiquiatria, a ansiedade surge em consequência da superestimulação que não


pode ser descarregada por meio da ação.

No caso da ansiedade de informação, ela pode resultar tanto do excesso como da


carência de informação. O que conta para a gênese da ansiedade é como nos
sentimos perante a informação ou a falta dela.

Há um círculo vicioso comum para todos aqueles que ficam ansiosos na busca de
informações. Quanto mais informações obtêm, mais ficam sabendo da existência de
novas fontes da mesma informação, gerando ainda mais ansiedade.

É comum as pessoas se sentirem intimidadas e impotentes frente à quantidade


enorme de informações existente à sua volta, e buscarem, portanto, mais e mais
informações na vã tentativa de suprir suas inseguranças.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

O problema é que tais sentimentos de impotência agravam os sintomas de ansiedade


que, por sua vez, reduzem a capacidade de aprender, gerando mais ansiedade e
fechando o círculo vicioso.

O mal-estar começa com a sensação de que tudo está acontecendo mais rápido do
que se consegue assimilar. Executivos costumam ficar angustiados pensando que os
outros estão obtendo mais informações, lendo mais livros, lendo os livros e revistas
certos, utilizando softwares melhores, enquanto eles estão ficando para trás em suas
carreiras.

Segundo Wurman, são várias as situações que costumam provocar ansiedade de


informação: não compreender a informação; sentir-se assoberbado por seu volume;
não saber se uma certa informação existe e; não saber onde encontrá-la.

A rigor, se não está publicado online, a informação erroneamente é dada como


inexistente. Isto é um erro grave e remonta a criação de uma outra base de
conhecimento: o conhecimento publicável online (o que se curte ou não), contraposto
ao conhecimento de fato (a ciência aplicada).

O excesso de informação como elemento de dissociação cognitiva

 Manter a capacidade de se concentrar e fixar a atenção,


selecionando os estímulos e informações que interessam, tornaram-
se os grandes desafios desta era do conhecimento.

A tentativa de apreender muitas informações ao mesmo tempo prejudica a


capacidade de fixação mnemônica dessas informações, e consequentemente, a
consolidação do aprendizado.

A nossa capacidade de reter e consolidar estímulos e informações é limitada, mas


nossa percepção não. Isso possibilita que a pessoa se ocupe com várias coisas ao
mesmo tempo, mas com perda da capacidade de processar adequadamente o que
está fazendo.

Nossa percepção do mundo é simultânea, mas nossa ação é sequencial; se a


pessoa não estabelecer prioridades não conseguirá ter um bom desempenho.

Não são apenas as informações provenientes de livros, revistas, jornais e dos


websites que estão causando ansiedade e problemas. Os e-mails e os telefones
celulares começam a entrar no rol dos elementos potencialmente nocivos ao bom
desempenho cognitivo dos profissionais ansiosos.

E-mails

Os e-mails, que representam um marco sem precedentes na facilitação da


comunicação humana à distância, estão se tornando um elemento que rouba muito
tempo e gera ansiedade nos profissionais mais suscetíveis.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Recentes pesquisas mostraram que um executivo norte-americano recebe, em média,


de 35 a 120 e-mails diários, dependendo da função e tipo de atividade que exerce.
Tomando como base 50 e-mails diários, pelos menos 35 deles são de informações
inúteis, isto é, 70% são informações repetitivas ou não solicitadas (spams).
Estima-se que o executivo gaste de 45 a 60 minutos de seu tempo diário com esse
tipo de e-mail.

Celular

Já o telefone celular, importante elemento de facilitação da comunicação just-in-time,


também tem se mostrado, nas mãos dos mais ansiosos, um causador de
dissociação cognitiva.

Conforme explica Renato Sabattini, neurocientista da Unicamp, quando toca o celular


e a pessoa interrompe repetidamente uma tarefa que estava realizando, isso
automaticamente inibe os circuitos cerebrais que estavam sendo formados para que
a informação fosse decodificada. Ao iniciar outra atividade, como falar ao celular, o
cérebro vai ter que formar um novo circuito. Noutras palavras, não se foi assimilado o
que deveria. Este é um ponto forte para não sermos interrompidos enquanto
absorvemos o conhecimento, tipificado pelos dados que conseguimos compreender.

Por exemplo, em um discipulado da Palavra ou no próprio culto a Deus, o


celular/smartphone não deve ser utilizado. Antes, desligado e guardado. Se é
esperado uma comunicação extremamente importante, que se faça em local
apropriado a esta, fora da reunião, sem prejudicá-la. Logo, não devemos deixar o
telefone/smartphone tocando, bipando, ou atendê-lo nessas circunstâncias. Muito
menos permitir que alguma forma sonora ou visual prejudique a terceiros (flashes e
posicionamento na frente de alguém para registro de fotos ou vídeos sonoros), ou
ainda, por vibração que prejudique a nós mesmos ou ao próximo. Em tempo, qualquer
sinalização advinda de uma rede social e/ou do sistema de telefonia móvel deve ser
ignorada, desligando-se o aparelho.

Esse vai-e-vem, que é muito desgastante, pode causar lapsos de memória e dificultar
a absorção e o processamento das informações que estavam em curso.

Deixar-se levar pela avalanche de informações é uma das fontes de danos ao


cérebro. Mas não a única. Não concluir as tarefas começadas pode ser muito pior.
Atualmente, o telefone celular passou a ser um dos principais elementos geradores
de permanentes interrupções nas atividades de quem dele se vale em excesso.

A Síndrome do Excesso de Informação

A Síndrome do Excesso de Informação ainda não é uma doença. Considerada


isoladamente, ela faz parte dos componentes do estresse associado ao trabalho.
Mesmo assim, ela já começa a apresentar características próprias.

Na medida em que a ansiedade no trato com a informação vai crescendo, o nível de


estresse vai subindo, com consequências mais graves para o nosso organismo.
Começa com desordens do humor, com o aumento da irritabilidade e continua com a

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

dificuldade para adormecer, distúrbios da memória até chegar a níveis elevados de


estresse e desenvolvimento de um comportamento neurótico.

É importante ressaltar que a origem do problema está na incapacidade das pessoas


em lidar com o excesso de informação e não, obrigatoriamente, na quantidade de
informações.

Profissionais, pressionados por chefes, gurus, consultores e outros mais, vivem tendo
a sensação de que não se sentem capazes de assimilar todas as novidades em sua
área, nem de lidar com todas as informações que recebem. O sentimento de
obsolescência profissional é o que predomina. Não satisfeitos em curtir sozinhos
suas angústias, muitos profissionais acabam passando essa ansiedade para seus
filhos.

O problema acomete principalmente executivos e profissionais workaholics, que


precisam estar sempre bem informados.

Um dos principais sinais de início da síndrome é quando você começa a demorar


muito para se "desligar" das atividades diárias mesmo quando está fora delas.
Exemplo: em casa, no final de semana, na companhia da família ou diante da TV,
você não consegue tirar da cabeça o relatório que faltou fazer, o livro que gostaria de
ter lido no fim de semana e não leu ou aquele dado do gráfico da companhia que não
ficou bem compreendido.

Tomada de Decisão

Outra sequela do excesso de informação é a dificuldade na tomada de decisão. A


imensa quantidade de informações disponíveis para tomar como base cada vez que
precisa decidir sobre algo, faz com que o indivíduo se sinta, cada vez mais inseguro
na hora de tomar decisões. Ele fica com a sensação de que ainda poderia obter mais
algumas informações que lhe dariam mais embasamento. Além de tudo, o tempo
para reflexão vai ficando cada vez mais escasso, cedendo lugar para o tempo
gasto na absorção de mais e mais informações. Nas redes sociais, a instantaneidade
da resposta com baixa reflexão, potencializa ao extremo a carnalidade.

Ef 5:1-4 * Controlar a forma e o conteúdo para produzir a mente consciente de Cristo


1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por
2
nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.
Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem
3
entre vós, como convém a santos;
Nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas
4
inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.

Com a dificuldade na tomada de decisão, o julgar está impossibilitado de ser atingido


à luz da Palavra de Deus.

A saber, o julgar é um ato ou processo de PENSAR antes de AGIR (decidir).

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

O julgar não tem nada a ver com preconceito e/ou interpessoalidade. -É conceito
mesmo e versa sobre a conscientização de ações tomadas a partir de uma decisão.

O conhecer e vivenciar de maneira correta a Sagrada Escritura hoje é distorcida pela


obra do maligno.

O julgar, de uma maneira simples, é o sim (certo, confirmação) ou o não (errado,


negação) de uma condicionante.

Mt 5:37 "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do
maligno.".

Assim, com o julgamento feito, a execução de nossa parte não é a condenativa [esta
é a de Deus], mas a que restaura.

Em se tratando de relações sociais, a edificação do irmão é através do outro, e é o


que fortalece a igreja.

Com o julgamento correto é que iremos auxiliar a quem tem o problema - não por
CARNALMENTE condená-lo - (a parte fácil), sim por mostrar e conscientizar (inculcar
a parte espiritual) que existe uma solução (a parte difícil da forma e de conteúdo).

1. O julgar deve ir a tal ponto de não condenar, pois aí sim é o erro, e não se terá a
nossa ajuda.

Quando se fala em julgar, qual é a primeira frase de que você lembra? Provavelmente,
seja esta "não julgue para não ser julgado".

Essa frase é uma verdade bíblica, porém as pessoas aprenderam o significado dessa
passagem de forma errada e repetem isso religiosamente para justificar suas atitudes
erradas de forma que ninguém possa corrigi-las.

O mau hábito das pessoas em relação à Palavra de Deus é ler versículos e analisados
individualmente ou fora de contexto, sendo que devemos analisar a Bíblia em sua
totalidade.

2. Conforme a passagem bíblica em Romanos capítulo 2

A um nível pessoal, cada pessoa vê o que acontece à sua volta e tenta decidir se é
bom ou mau. As conclusões a que chegar vão ser suas opiniões, ou seus julgamentos,
e vão ajudar a decidir como deve agir.

1-) O texto de Mt 7:1 não proíbe todo tipo de julgamento, somente o julgamento
hipócrita;

2-) A Bíblia mostra diversos exemplos de servos de Deus julgando, inclusive Jesus.

3. O propósito de julgar que Deus exige de nós não é para condenar ninguém ao juízo,
mas para se libertar da escravidão no pecado. Desta forma, ajudando aos outros
também ficamos livres do mal.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

4. Procede o julgamento - pensar (testificar, comparar) antes de agir (produzir ajuda,


conscientização).

A) A Escritura ORDENA que julguemos;


B) Somos ordenados a julgar;
C) Mt 7:1 é frequentemente tirado fora do contexto;
D) Versos semelhantes - dirigidos a hipócritas.

Para Richard Wurman, a tomada de decisão vai se tornando mais crítica na medida
em que aumenta o volume de informações, porque muitas pessoas encaram as
decisões com apreensão, uma vez que elas implicam em eliminar possibilidades.

A tomada de decisão, por sua vez, está profundamente relacionada com a capacidade
de realização prática ou efetiva de algo. Talvez seja por isso que o indeciso tenha
baixa capacidade de realização. Deve advir desse fato o dito popular que fala que se
você reunir cinco intelectuais em torno de um projeto prático, terá tantos “senões” e
considerações que dificilmente conseguirá concretizá-lo.

Mt 5:37 “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não.


O que disto passar vem do maligno.”.

Neologismos da Era do Excesso de Informação

Cybercondríacos

É a versão digital dos hipocondríacos. São pessoas que pesquisam os sinais e


sintomas de determinadas doenças na Internet e passam a acreditar que a possuem.
O pior é quando pesquisam sobre o tratamento e passam a se automedicar.

Dataholics

Termo criado pelo professor Sabbatini da Unicamp, que serve para designar as
pessoas que são “viciadas em informação”.

São pessoas que só se sentem seguras após lerem a mesma informação em quatro
ou cinco fontes, para checar a veracidade da mesma.

Bulimia Informacional

Termo que caracteriza a necessidade compulsiva pela coleta de informações, cada


vez em maior quantidade, geralmente de forma pouco criteriosa. O bulímico
informacional não se preocupa com a qualidade da informação da qual “se alimenta”,
mas sente uma imperiosa necessidade de ficar sabendo de tudo o que se passa nas
áreas em que atua.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

Obesidade Informacional

Resultado da bulimia informacional, nesse caso, a obesidade refere-se ao excesso de


informação desnecessária ou pouco relevante, que ao se acumular, prejudica a
efetivação do aprendizado relativo às informações que realmente seriam úteis ao
indivíduo.

Lemos muito, mas aprendemos pouco

A busca, seleção e leitura de informações deve ser precedida pelo estabelecimento


de objetivos bem definidos. Ou seja, antes de ler qualquer coisa você deve responder
as seguintes perguntas:

- Por que eu estou lendo este texto?


- Para que servirão estas informações?
- Qual o significado dessas informações no meu contexto de vida ou profissional?
- Como e com o que posso associar estas informações de forma a compreendê-las
com mais profundidade?
- Como posso dar aplicabilidade prática a estas informações?

No mínimo, as respostas a essas perguntas nos ajudariam a organizar nosso tempo


e nosso processo de aprendizagem. Mas também poderá ajudar a dar a noção de
sentido e prioridade ao que fazemos, de forma que, certamente, passaremos a rever
a quantidade e a qualidade das informações que processamos.

A leitura de qualquer tipo de informação deve ser sucedida por um período de


reflexão quanto ao significado do material lido.

O processo de reflexão exige análise, associação, contextualização e síntese, de


forma que ele pode proporcionar não só a criação de conhecimento original, como
também auxilia o processo de fixação mnemônica do conteúdo. Sem isso, teremos a
sensação de estarmos “absorvendo” muito, mas na verdade, estaremos aprendendo
pouco. É o caso típico da comunicação onde se prima pelo menor tempo de resposta:
a saber, as redes sociais.

O emissor ao responder pelo WhatsApp, rede social típica dos smartphones de hoje,
ao perceber que o receptor está levando um tempo de resposta superior a alguns
poucos minutos, erroneamente perde a paciência pela ansiedade da resposta. Isto
implica que, advindo desta intolerância a prazos, o emissor interpreta a demora na
resposta do receptor como se não fosse importante o que ele ali comunica, gerando-
se um desentendimento gratuito e unilateral, independente das razões circunstanciais
em que receptor vivencia naquele instante: trabalhando, dirigindo, caminhando, e etc.

Gl 5:22 “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,


bondade, fidelidade, ”.

Pv 12:25 “A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra.”.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

1Pe 5:6-7 “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em
tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele
tem cuidado de vós.”.

Cosmograma

O Cosmograma, técnica desenvolvida pelo pesquisador brasileiro Waldo Vieira, é um


excelente instrumento de auxílio ao pesquisador, no que se refere ao trato com a
informação.

Vieira define o Cosmograma da seguinte maneira: “O Cosmograma é a planilha


técnica para determinação valorativa das realidades do universo através da
associação máxima de ideias (visão de conjunto) ”.

A utilização da técnica do Cosmograma proporciona ao pesquisador obter uma mega-


síntese da realidade pesquisada, através do entrecruzamento de informações e
análise minuciosa dos fatos. O Cosmograma permite:

● Compreender a interdisciplinaridade dos fatos cotidianos;


● Ampliar a visão de conjunto dos fenômenos existenciais;
● Aumentar a criatividade, obtida através da acumulação de achados (informações);
somada ao processo de correlacioná-las sucessivamente (associação de ideias);
● A identificação da essência por trás de fenômenos específicos.

Como Trabalhar o Excesso de Informação

- Admita para você mesmo que você será um eterno aprendiz. Nunca poderá nem
precisará saber de tudo;

- Lembre-se sempre que você não precisa saber tudo, mas somente como encontrar
o que precisa.

O mais importante, então, não é acumular informações, mas aprender a localizá-las e


inseri-las em um contexto que faça sentido prático (aplicabilidade). Vale mais saber
como localizar e selecionar as informações sobre determinado assunto do que tentar
saber tudo sobre ele.

Quando você realmente precisar deste conhecimento, você pode construí-lo com
rapidez;

- Aprenda profundamente como funcionam os princípios e métodos de organização


das informações, para poder extrair delas valor e significado. Descubra como a
estrutura da informação está organizada (num livro, numa revista, num jornal ou na
Internet), isto é a chave para a correta busca e seleção da informação;

- Compreenda que grande parte dos textos e sites na Internet dizem a mesma coisa
com outras palavras;

- Sempre estabeleça limites na busca de informações (cronológico e quantitativo);

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

- Procure aprender os melhores critérios de seletividade. Não leia as informações


provenientes de boas fontes. Leia apenas as de fontes excelentes. Priorização é a
chave;

- Procure associar sempre ideias e conceitos com fatos. Desta forma, a recuperação
da informação será sempre mais fácil; (Palavras curtas e grossas)

- Ao invés de ler sempre todas as notícias e fatos que lhe interessam, recorte-os e
guarde em uma pasta, separando-os por assunto. Quando uma pasta, sobre
determinado assunto, tiver mais do que 50 recortes, leia-os todos de uma vez. Com
isso você aprenderá a ter mais visão de conjunto, associar informações com mais
facilidade, e então, você descobrirá o tempo que você perdia lendo a mesma coisa
em vários lugares diferentes ou com outras palavras;

- Também é importante saber quem são as pessoas chave que poderão ajudá-lo a
integrar e contextualizar as informações quando você precisar;

- Procure concluir as tarefas que começou. Cada vez que você abandona uma
atividade para fazer outra (pára de ler um e-mail para atender ao telefone, por
exemplo), o seu cérebro interrompe a construção de circuitos neuronais necessários
àquela atividade para iniciar outra. Isso promove o esquecimento da primeira tarefa e
exige mais energia do cérebro.

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O excesso de informação na Internet e nas Redes Sociais gera a ansiedade
que é potencializada pelo uso do smartphone

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