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Aula 1 Atos Administrativos - Introdugao Conceite de Ato Administrativo Hoje prevalece @ concepcdo dos atos eslatais, como atos que decorrem da prépria soberania popular, organizada em um Estado de Direito, concepgéo essa que obriga que o proprio Direito passe a regular a producdo desses atos, estobelecendo regras que, de um lado, fornecem ao Estado os meios de alingir os seus objetivos e, de outro, garantem os direitos dos cidadéos. Cabe co Direito Publico, em seus diversos ramos, estudar os atos praticados pelo Estado, de maneira a compreendé-los. E a0 Direito Administrativo, cabe estudar os atos praticados no desempenho da chamada fungéo administrative, Funcéo essa que envolve todos as atividades estatais, ainda que muitas vezes de forma ouxiiar. Para esse estudo, vamos utilizar o seguinte conceito: © ato administrative é um ato jurdico produzido pelo Estado, no exercicio da fungéo administrativa, sob regime juridico administrative e sujeito ao controle de legalidade. Mais do que um conceito para decorar, buscamos aqui permitir a compreenséo do que ¢ 0 alo administrativo, disinguindo-o de outros atos estatais ou privados. Para essa compreenséo, vamos dividir em partes. Dividimos em partes essa definicdo e através dessas partes vamos explicar 0 que é 0 ato administrativo, 1°) O ato administrativo é um ato juridico: nessa sentenca, estamos salientando que o ato administrative & um ato que envolve modificagées nas relacées jurfdicas. Ou seja, 6 um ato que se destina a criar, modificar, transfert, esclarecer e extingvir direitos e obrigacées que vinculam a Administracéo a outras pessoas. Portanto, hé atos que nao se destinam a producéo de efeitos juridicos, e portal razéio ndo pertencem a essa categoria, dos atos juridicos. Séo eles: 08 alos materiais ou de mera execucGo, nos quais apenos se salisfaz uma necessidade da Administragéo ou da coletividade, sem que hoja interferéncia nas relacées juridicas: um professor que ministra uma aula, um funcionério municipal que faz limpeza das ruas, um servidor que organiza o ambiente de sua reparlicéo, etc. 08 alos preparatérios, que néo produzem efeitos diretamente, por dependerem de um outro ato ou conjunto de atos. Porém, devem ser considerados parte integrante do ato administrativo resultante: assim, 0 voto de um membro de um colegiado néo pode ser considerado um sozinho um ato administrative, mas a deciséo do colegiado, sim. O mesmo raciocinio se aplica a um parecer técnico que embasaré uma deciséo do autoridade superior. Ele se integra aquela decisdo, que ¢ 0 ato capaz de produzir os efeitos uridicos “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming 2°) O ato administrative € produzido pelo Estado: aqui salientamos que 0 agente, aquele que pratica © ato administrative recebe os seus poderes do préprio Estado, ou seja, dos entes politicos, que entre nés so personificados pela Unido, pelos Estados-membros, pelo Distrito Federal e pelos Municfpios, cada um dentro de suas respectivas competéncias, definidas no Constituicéo Federal As vezes, esses atos sGo concretizados por outras pessoas juridicas, por entidades criadas pelo prdprio Estado, como as pessoas da Administracéo Indirela, ou mesmo por parficulares. O importante é fisar que a fonte do poder para a prética de tais atos vem do préprio Estado, que as alribui ou delega a essos pessoas. Sem que uma lei ou contrato atribua esses poderes, esses atos ndo podem ser praticados por essas outras pessoas juridicas. 3°) O ato administrativo & praticado no exercicio da funcdo administrative: Nem todo ato juridico praticado pelo Estado ou por quem detenha os poderes atribuidos pelo Estado 6 um ato administrativo. E necessdrio ainda que tal ato seja praticado no exercicio da chamada fungéo administrativa, é explicada em outra aula do curso. Portanto, néo sdo atos administrativos os atos praticados no exercicio das fungées jurisdicional e legislative, 4°) O ato administrativo é praticado sob regime juridico administrative: Ou seja, apenas os alos que so regulados por esse regime proprio que existe para a Administragéo, regime que consisle em restrigdes & prerrogalivas especiais, diferenciadas do direito incidente sobre os particulares. Néo sdo alos administrativos aqueles que so praticados pelas regras do direito privado, pois as vezes a lei impée que a Administragéo atve em igualdade de condicdes e sob as mesmas regras que o particular. Alei de licitagées e contralos menciona alguns contratos celebrados pela Administragéo e que sdo regidos predominantemente pelo Direito Privado: 0 seguro, o financiamento e a locacéio em que « Administragéo seja a locatria. (Vide Lei 8.666/93 (Lei de Licitacdes e Contratos), em seu art. 62, §3°). 5°. O.alo administrative é sujeito a controle de legalidade: £ 0 que se costuma chamar de sindicabilidade do ato administrativo pelo Judiciério. Ou seja, os alos administratives néo so absolutamente definitivos, eles podem ser invalidados pela autoridade judicial, o que também serve para diferencié-los dos alos jurisdicionais, que tendem a se tornar imutéveis pela chamada coisa julgada. Além do controle pelo Judiciério, 0 ato administrative também esté sujeito ao chamado controle parlamentar, isto é, pelos érgéos do Poder Legislativo. Ato Perfeito, Ato Vélido e Ato Eficaz Sao qualidades do ato juridico e também do ato administrative que devem ser analisadas pelo profissional do Direito para compreenséio da situacéo juridica existente. Perfeicdo: a0 contrério do significado comum, néo significa auséncia de defeitos. Perfeicéo na linguagem juridica tem um sentido de algo que esté completo. Dai vem também o verbo perfazer, isto é, completar. Portanto, 0 ato perfeito € o que se considera completo, existente, que j6 podemos reconhecer como tal. Por exemplo: um decreto de nomeagéo que deixou de ser publicado ¢ um ato imperfeito, pois néo ocorreu a exteriorizagéo do ato e ele ndo chegou sequer a exislt Por isso, alguns autores dizem que o ato imperfeito é, navverdade, o ato inexistente. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Validade: é a auséncia de vicios de defeitos no ato. Significa que ele esté conforme ao ordenamento juridico ao qual ele pertence. O exame da validade se faz através da andlise dos elementos do ato préximo tema da apostila Eficécia do ato: 6a copacidade de produziros efeitos que se esperam dele. Isso néo tem aver coma validade do ato, mas sim com a existéncia de determinados fatos ou alos capazes de impedir ou de propiciar a producio desses efeitos. Os atos administratives, da mesma maneira que os atos privados, podem ter os seus efeitos svjeitos as condig6es ou termos. Por exemplo: a habiltagéo para conduzir veiculo esté sujeita a um termo (evento futuro e certo de que dependem os efeitos de um ato juridico), uma data a parlir da qual ela deixa de produzir efeitos, obrigando o fitulard sua renova. Outro exemplo: © candidato se inscreve em um concurso publico e esta dito no Edital: sua inscricéo somente produziré efeitos apés o pagamento da taxa devida. Trata-se de uma condicéo (um evento futuro e incerto) de que depende a eficdcia desse ato de natureza administrativa. Além disso, a lei pode impor que a eficécia de um ato administrative esteja subordinada a prévia edicdo de outro ato, que o confirme. Assim, nas chamadas "homologacées", em que a autoridade superior confirma o atoda autoridade subordinada. Portanto, 0 ato pode ser vilido e néo produzir efeitos, em razdo da existéncia de um desses fatores que venha aimpedira produgéo desses efeitos. Um ato invdlido, por sua vez, néo deveria ser capaz de produzir efeitos juridicos vélidos. Porém, em nome do principio da boa-fé e do principio da seguranca juridica, se permite a preservagio dos efeitos de um ato administrative, ainda que haja nele uma mécula. Isso seré estudado quando tratarmos da anulagéo e da convalidacéo do ato administrativo, Concluindo essa parte, chegaremos a seguinte concluséio: para que onalisemos um ato juridico, no caso, um alo administratvo, ele precisa ser sempre perfeito, isto é, existente. Porém, uma vez que ele exista, ele pode ser A-Perfeito, vélido e eficaz; B - Perfeito, valido e ineficaz; C-Perfeito, invélido e ineficaz; D- Perfeito, invélido e eficaz. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Elementos do Ato Adi istrativo Aandlise uridica do ato juridico implica ne separagio dele em elementos logicamente distintos. Usilizaremos a diviséo mais conhecida, em cinco elementos, quais sejam 1, SUJEITO. 2. OBIETO 3. FORMA 4, MOTIVO, 5. FINALIDADE 1) Sujeito: Chama-se svjeito ou agente a pessoa que se encontra investida dos poderes legais pora a prética do ato administrativo. E costume acrescentar 0 adjetivo "competente", ressaltando que, para o Direito Administrativo, néo basta que aquele que produz o alo tenha a capacidade civil, mas que disponha de uma competéncia para tanto. Isto &, que esse sujeito esteja investido de um poder legal para a prética daquele ato. Se ele é um funcionério pablico, que aquela atividade esteja entre suas atribuigdes legais. Se ele é um contratado, que esses poderes estejam previstos nas cléusulas contratuais que ele firmou com a Administracéo. Para. verificagéo dos poderes alribuides ao agente, devem ser analisados os seguintes aspectos: «@) aspecto material: seo ato praticado se encontra no rol de matérias atribuidos aquele agente; b) aspecto territorial: deve © agente praticar alos dentro do émbito espacial definido na lei e em seus regulamentos; )aspecto temporal: hé que se analisar se o ato foi produzido durante a competéncia do agente; Através da anélise do elemento svjeito, pode-se constatar diversos defeitos, capazes de levar & anulacéo do ato, Séo eles: A) Incapacidade: Como sabemos, a incapacidade néo é vicio exclusivo dos alos administrativos, mas de todos 0s alos juridicos. A questéo, alids, & regulada no Cédigo Civil, que dispée sobre as causas de perda ov suspenséo da capacidade civil, Porém a incapacidade civil nem sempre viciard 0 ato administrativo. Haveré vicio apenas quando para a prética de tal ato for imprescindivel o uso da capacidade volitiva pelo agente. Ainda no tema incapacidade, devemos ainda lembrar que pode ocorrer a incapacidade do agente para a prética de determinados atos, em razio de sua suspeicéo ou impedimento. Sobre a suspeicéio © 0 impedimento vide Lei 9.784/99 (Lei Federal de Procedimentos Administrativos), artigos 18.20, “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming B) Incompeténcia: Ela pode decorrer de duas situagées diversas: - Usurpacio de poder: & a situagéo do agente sem fitulagéo legal, isto é, que ndo se encontra investido em funcées piblicas e que pratica o alo como se tivesse tal investidura. Trata-se de conduta criminalmente ‘ipificada. - Funcionério de fato: situagéo em que hé uma irregularidade na investidura do agente, mas este exerce as atribuigées com aparente legalidade; - Excesso de poder: situagéo em que o agente, embora tenha a fitulagéo legal para a protica de alos administrativos, extravasa os poderes que a lei lhe confere, invadindo a competéncia de outra autoridade ov praticando atos néo previstos na lei. Pode configurar conduta criminalmentetipficada como crime de abuso de avloridade (Lei n° 4.898/65).. 2) Objeto: MARIA SYLVIA DI PIETRO nos define 0 objeto ou conteido do ato administrative como "o efeito juridico imediato que o ato produz’. Isto 6, aquilo que o ato prescreve, aquilo que nos permite reconhecé-lo como um ato tipico. Assim, 0 objeto de um ato de demisséo do servidor 0 rompimento do vinculo de trabalho que o unia & Administragdo. O objeto da desapropriacéo é a transferéncia forcada da propriedade ora o ente expropriante. Tal como no Direito Privado, 0 objeto do ato administrative deve ser licito, certo, moral e possivel. Vejamos uma um ais requisitos e as conseqdéncias de seu descumprimento: «@) Licitude: para o Direito Administrativo tem um significado particular, pois jd vimos que a Administragéo esI6 sujeita Go principio da legalidade estrita. Por esse principio ela somente pode eleger os objelos claramente autorizados ou impostos pela lei. Um objeto ilicito, por exemplo, seria a aplicagéo da pena de confisco pelo néo pagamento de um tributo, b) Certeza: esté relacionada com o principio da seguranga juridica que nos diz que néo deve pairar divida sobre o sentido das prescricées contidas no ato administrative. Um exemplo veridico, jé ocorrido, por inerivel que pareca, foi a de um ato autorizando uma licenca a um servidor cujo nome @ autoridade desconhecia, pois estava ilegivel ¢) Moralidade: também é principio da Administragéo Publica, conforme jé vimos. Um exemplo interessante e também veridico sobre a imoralidade de um objeto & 0 caso, que sai nos jorais, do candidato a prefeito, que celebrou negécio registrado em cartério com o presidente da Camara Municipal, visando & nomeagéo de apadrinhados em troca do apoio eleitoral. d) Possibilidade: € pressuposto légico para a existéncia do ato. Ela abrange a possibilidade material e a possibilidade juridica, Possibilidade material significa possiblidade desse objeto ser realizdvel de fato. A possibilidade juridica significa que este objeto pode ser realizado, do pono de vista da légica que existe nas relagées juridicas. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming 3) Forma * Podemos dizer que, em sentido amplo, o conceito de forma compreende: ~ aexteriorizagtio do ato administrative. 08 formalidades e também o procedimento a ser seguido na producéo desse alo. Aeexteriorizagio do ato administrative, em geral, se dé pela forma escrita. Essa é a regra geral, pois a forma escrita é a que melhor atende & necessidade de seguranca e também de publicidade desses atos. Isso néo exclui outras formas, como a gestual (sinais do guarda de transit), visuals (sinais de trénsito), ete. O aspecto essencial a ser ressaltado, no que tange & forma, é o sua natureza instrumental. Ela é um meio para que © ato seja conhecido pelos seus destinatérios e atinja suas finalidades. Por essa razéo se diz que na Administragéo, deve-se adotar uma postura de formalismo moderado, que alguns autores também mencionam como principio do informalismo que néo significa falta de formalidades, mas adequacéo das formalidades & natureza e& finalidade do ato. © vicio na forma poderé levar & invalidade do ato. Porém, em casos menos graves, é permitida a convalidacéo dos vicios formais vide o t6pico"convalidacéo dos atos administrativos. 4) Motivo Ao falarmos do motivo, devemos diferenciar dois tipos de motivo: = omotivodefato que é0o acontecimento que desencadeia a acéo administrativa -omotive dedireito que é 0 comando normativo previsto para a edigéo daquele ato. Diferente do motivo é a motivagéo, que é a explicitagéio dos motives do ato. A motivagio faz parte da forma do ato. Quando a lei obriga 0 agente poblico a mofivar seus atos, a falta dessa motivagéo levaré, logicamente a invalidade desse ato. Aimporténcia da motivagéo se revela também pela adogéo undnime pela doulrina e pela jurisprudéncia da denominada teoria dos motives determinantes, pela qual o agente pUblico, ao expor os motivos adotados para. protica do ato, vincula o alo aqueles motives. 5. Finalidade E onorte de todo ato administrativo: a finalidade pUblica. *NGo hé ato administrative sem um fim piblico a sustenté-lo", 6 0 que diz DIOGENES GASPARINI. E dever, portanto, do agente piblico, buscar em seus atos, a satisfagéo dessas finalidades, em geral apontadas pela prépra lee pelos principios do Direito Administrativo. Ondo atendimento a esse requisito gera o vicio conhecido como desvio de finalidade ou desvio de poder, que se caracteriza quando o agente busca um fim que colide como interesse pUblico “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br Aula 2 Atos Administrativos - Outros Aspectos Atributos dos atos administrativos A\ributos sé0 qualidades, coracterslicas. © ato administrativo costuma apresentar certas caracteristicas peculiares, préprias dele, que podem diferencié-los dos atos dos particulares. Os atributos que a doutrina costuma citarséo: = presuncéo de legitimidade -imperatividade -auto-executoriedade Uma adverténcia: embora sejam citados sempre conjuntamente nos manuals, isso néo quer dizer que eslejam sempre presentes. Com excecéo da presuncéo de legitimidade, que é um atributo constante, os demais podem ou néo estar presentes em um alo administrativo, Presungio de Legitimidade. J6 falamos desse atributo em aula anterior (Capftulo 2), ao estudar os princfpios do Direito Administrativo, pois ele também é tratado muitas vezes como um prinefpio. Na ocasido, explicamos que essa presungdo & uma decorréncia légica do principio da legalidade estrita e é necessério ao proprio exercicio da avtoridade pela Administragéo Publica. Vamos apenas lembrar que essa presuncdo ¢ juris tantum, isto é, relative, admitindo que outra pessoa comprove que esse ato é invélido, ilegitimo e merece ser anulado. Esse alributo também néo significa a irresponsabilidade da Administracéo, pois ela deve, ao sofrer qualquer forma de controle de legalidade demonstrar a regularidade de seus atos, visto que também existe o dever de fransparéncia na atuagéo administrativa. Assim, tanto © parlamentar quanto o juiz podem requisitar informacées da Administragéo, para que possam fazer esse exame de legalidade Imperatividade Aimperatividade 6 uma caratersstica dos atos em que a Administracéo exerce sua prerrogotiva, o seu poder de impor obrigacées unilateralmente aos administrados. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Exemplos de atos dotados de imperatividade: Obrigacées de fazer: -Aiinstalagéo de um equipamento obrigalério Ex: O cinto de seguranga eo extintor do carro; - O parcelamento ea edificagéo compulsérios de terrenos urbanos; - Aapresentacéo dos registros contdbeis do estabelecimento. Obrigagées de néo-fazer: = O embargo da obra irregular; - Asuspenséo das atividades irregulares de uma empresa; = O desfazimento de uma fuséo entre sociedades que seja considerada abusiva. Obrigagées de pagar: = O langamento do ributo; - Aimposicéo de multa. Obrigagées de suportar: = Submeter-se a fiscalizacéo; - Sofrera apreensdo, perda ou expropriagéo de bens; -Sofrera constituigéo de servidéo, etc. Os atos dotados de imperatividade sdo os atos mais Kipicos da Administragéo, pois neles ela exerce aquele Poder de que foi dotada pela coletividade, para atuar em prol do seu interesse. Eo que a doutrina chama de "poder extroverso' da Administragéo, a capacidade dela interferir na esfera juridica de outras pessoas, criando para elas obrigacées. Mas é importante lembrar que existem outros atos administrativos néo dotados de imperatividade. Exemplo de alos néo dotados de imperatividade: um edital de licitacdo (visto que ninguém é obrigado a participar do certame), a concesséo de um beneficio (uma autorizagéo, uma comenda, elc.), 0 emisséo de uma certidéo, elt. Auto-Executoriedade Além de poder impor obrigagées de maneira unilateral, a Administragéo pode, em determinadas hipéteses, constranger diretamente © particular ao cumprimento desta obrigagdo ou execulé-la diretamente, de maneira forcada, sem a intervengéo do Poder Judiciério. Aisso chamamos de auto-executoriedade. E, evidentemente, um instrumento excepcional. Ele é admitido somente nas situagdes em que o interesse plblico ndo pode ficar & espera da propositura e apreciagdo de uma demanda judicial e depende de autorizacéo implicta ov explicta da lei. Além disso, a auto-executoriedade deve ser sempre aplicada na medida certa para evitar aquele perigo ov aquela lesdo ao interesse publico, respeitando-se o principio da proporcionalidade “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Exemplos de uso permitido da auto-executoriedade comuns no nosso direito positvo: ~ asuspenséo, interdicdo de ou intervengéo em estabelecimento empresarial; - aremogio ov destrvigéo de coisas em sitvacdo irregular, ov que estejam oferecendo risco a seguranga das pessoas; = capreensdo de bens ¢ equipamentos vilizados em infragéo as normas da Administragéo; - oarrombamento de residéncia, para prestar socorro, entre outras medidas de cardter urgente e impositivo. Exemplos de situacées em que no existe auto-executoriedade: a desapropriacéo de um bem de terceiro, a execucéo de uma divida tributéria, sé0 medidas que somente podem ser pleiteadas perante o Judiciério. CLASSIFICAGAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. Atos gerais e atos individuais Essa distingdo se baseia na distingdo entre destinatérios determinados ov indeterminados do ato administrative. Atos gerais so aqueles que néo tém um destinatério certo: destinam-se a todos os que se enquadram na situagio nele definida. Ex.:edital de concurso. A\cos individuais s60 aqueles que tém destinatério certo, definido. Ex. a nomeacéo de um agente poblico. Atos internos e atos externos Aqui, a classificagéo tem por critério a repercusséo dos atos. Ato interno é aquele que somente produz efeitos no &mbito interno da Administracéo. Por exemplo, circulares € portarias internas, ordens de servicos, relagées de remessa, et Ato externo é aquele que produz efeitos em relacéo a terceiros. Por essa razéo, se costuma dizer que ele deve ser obrigatoriamente publicado, visto que os inleressados tem direito @ conhecer 0 conteddo de um ato da Administragéo que vé atingir seus interesses. Atos simples e atos complexos Essa classificacéo é baseada no critério do nimero de vontades que participam para edicéo de um ato administrative. Ato simples € aquele que depende apenas da vontade de um érgGo pora produzir seus efeitos. Ex.: a nomeagéo de um Ministro pelo Presidente da Repblica Dentro dos atos simples, hé autores fazem a distingio entre: a) alos singulares: aqueles que so produzidos por um s6 agente; b) atos colegiais: aqueles que sGo produzidos por vérios agentes reunidos em um colegiado. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br @ leaming Ato complexo & aquele que depende da vontade de mais de um érgéo, ente ou Poder. Ex.: a nomeagéo dos Ministros do Supremo Tribunal, pois depende da vontade de dois Poderes: o Presidente da Republica escolhe, mas 0 Legislative, no caso, o Senado, deve aprovar essa escolha. Essa 6 a classificagéo que dislingue os atos administrativos conforme a liberdade, a margem de escolha do agente ao praticé-los, Poresse eritério, hé dois ipos: os alos vinculados e os alos discricionérios. Atos vinculados: costuma-se dizer que neles a lei predetermina a decisdo a ser tomada no caso concreto, sendo que 0 agente administrativo apenas aplica a norma, numa atividade meramente mecénica. Ex.: a emisséo de uma cerfidéo, olangamento de um tibuto séo atos vinculados Altos discricionérios: aqui a lei deixa ao agente uma margem de escolha, para que ele adote a solugéo mais adequade ao interesse piblico. Isso porque o legislador, ao editar a lei, néo tem o poder de prever lodas as situagées possiveise editar todas as normas apropriadas aos casos concrelos. Por exemplo: a decisio o ser tomada pelo Prefeito, entre constrvir um hospital ou uma creche no bairro Essa margem de escolha costuma ser denominada de mérito do alo, ¢ que compreende as razées de conveniéncia e oportunidade que embasam a deciséo adotada. Somente os atos discricionérios, portanto, possuem mérito, nesse sentido de que falamos. Extingéo do ato administrativo. Com a extingdo, cessam os do ato administrativo ¢ ele deixa de existir no mundo jurdico. Pode-se dizer que esta extingéo tanto pode ser natural" como provocada. Sao "causos naturais" de morte do ato juridico: Hipéteses de extingdo natural do ato administrative a) Cumprimento de seus efeitos, compreendendo: 1.1) Esgotamento do prazo; 1.2) Execucéo material do ato; 2.3) Implemento de condicéo resolutiva ou termo final. b) Desaparecimento do sujeito da relacéo juridica. ¢) Desaparecimento do objeto da relagéo juridica. ato administrative também pode se extinto pela edicéio de outro ato administrative que o desfaca, como se “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming pode ver abaixo: Hipéteses de extingdo provocada por meio de outro ato jurid «@) Por ato juridico de particular, em que temos: 4.1) Arendncia; @.2) Arecusa. b) Por outro ato juridico da Administracdo. S60 espécies: b.1) Ainvalidacéo; b.2) Arevogacéo; b.3) Acassagéo; <) Acaducidade. advento de nova legislacéo, contréria ao ato) d) Porato judicial (invalidacéo judicial) Interessa-nos especialmente os casos em que a exlingdo ¢ provocada pela Administracéo, por se trator de aos administraivos que incidem sobre outros atos administrativos,retirando-os do mundo juridico. Esses atos so exercidos com base no poder de autotutela da Administragéo, que jd estudamos na aula relacionada aos principios. Ainvalidagéo Para CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO, a invalidagéo também chamade anulagéo "€ a supresséo, com efeito relroativo, de um ato administrativo ou da relagéo juridica dele nascida, por haverem sido produzidos em desconformidade com a ordem juridica’. Ao invalidar, isto é, a0 anular seus atos, a Administragéio Pdblica exerce um dever de reparar, consertar a cordem jurdica violada. Em rozéo do dever de zelar pela legolidade, a invalidagio dos atos pela Administragéo pode e deve ser realizado ex officio, isto 6, sem a necessidade de provocacée, por iniciative da prépria Administracéo. Porém, quando a invalidacéo puder prejudicar direitos de terceiros, é necessério que ao administrado seja permitida a defesa de seus interesses, respeitando-se as garantias constitucionais do devido proceso legal, da ampla defesa e do contraditério vide art. 5°, incisos LIVe LV da CF/88. Porém, nem todo vicio do alo administrativo leva & invalidagéo, pois pode haver a possibilidade de convalidacée do ato, que adiante estudaremos. Arevogacéo A revogagio é o desfazimento do alo administrativo, com a finalidade de realizar uma nova escolha, mais adequade ao interesse pUblico, subslituindo © ato por outro mais apropriado ou simplesmente fazendo cessaros seus efeitos em definitvo. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Portanto, que 0 ato de revogacéo & um alo discricionéro, isto é, baseado numa escolha do administrador, que decidird sobre a conveniéncia ea oportunidade de manter aquele ato anterior ou revogé-lo. Justamente porse tratar de uma atividade discricionéria, apenas a Administragéo pode revogar os seus atos, no sendo permitido oo Poder Judiciério desfazé-los dessa forma. Ao Poder Judiciério cabe, quando provocado, invalidar o ato que apresente vicio. Revogar é pretrogativa da propria Administracéo. No tocante aos efeitos que produz, a revoga¢éo também é diferente da invalidacéo, pois, 0 ato revocalério somente pode cessar 0$ efeitos do ato revogado no momento alual ou posterior & sua edigéo. Ou seja, os seus efeitos operam ex nunc (isto 6, ndo retroativos). E é légico que seja assim, pois o ato que foi revogado era plenamentelicito, vilido, néo havendo motivo para negar os efeitos que ele produziu. ‘Vamos agora observar 0 seguinte esquema, que compara involidagio e revogacéo, de maneira a gravarmos bem suas diferencas: INVALIDACAO REVOGACGAO Causa: vicio do ato Causa; realizagio de nova escolha, mais adequada ao interesse piblico B ato vinculado: ha dever de invalidar E ato discriciondrio: ha escolha em revogar (O Tudicidrio pode invalidar ‘O Tudiciatio nao pode revogar Opera efeitos retroativos (ex func) Opera efeitos nao retroativos (ex nunc) Acassacéo A cassagio é diferente tanto da invalidacéo quanto da revogagéo, pois ela é causada por uma atitude do préprio administrado. Ela é uma sango aplicada ao administrado, beneficiado por um ato administrativo, em razGo do descumprimento de deveres juridicos a ele impostos como condigéo para o gozo desses beneficios. Ex.: a cassagéo da habilitagéo para dirigir, em razéo do excesso de infragdes cometidas pelo condutor. Com relagéo & cassagéo, néo se pode classificé-la como ato vinculado ou discricionério, visto que isso dependeré do que a lei dispée a respeito, podendo estabelecé-la como um dever ou uma escolha do agente administrative. E @ cossagéo retroage? Isso também depende do que a lei estabelecer. Mas, como regra geral, devem permaneceros efeitos ocorridos até o momento em que ocorreu a violagio do dever pelo administrado, pois somente nesse momento ocorreu a violagéo daquela condigéo imposta a ele para gozar dos efeitos benéficos do ato administrativo. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br leaming Convalidagéo do ato administrative Como jé vimos, quando esté diante de um vicio em um ato seu, a Administragéo se vé diante de duas possibilidades: ou invalida, anula o ato, porque isso é necessério; ov, convalida o ato, se isso for possivel. A convalidacéo, portanto, é um alo que corrige os vicios do ato anterior, atuando de forma retroativa. Porém, para que possa ocorrer a invalidacéo, é necessério que o vicio do ato a ser convalidado seja sanével, isto é, de possivel correcéo, Consideram-se sanéveis, em tese, 0s vicios relatives ao elementos sujeito (competéncia) e forma. Porém somente a andlise do caso concreto & que permit verificar se 0 vicio em questéo & sujeito & corregio. No que tange aos defeitos relativos & competéncia do sujeito, eles podem ser sanados, desde que o ato possa ser ratificado, isto &, confirmado pelo 6rg0 competente para a produgio do ato. O exemplo mais conhecido é o da pratica de atos por funcionéiio de fato, que desde que ndo tenham outros vicios, podem ser ralificados pela autoridade competente. Também podem ser ratficados os alos praticados indevidamente pelo subordinado, mas que possam ser confirmados pelo superior hierérquico, a quem caberia praticé-lo. Por outro lado néo pode haver a convalidagéo de um ato praticado por uma autoridade de compeléncia absolutamente distinta. Assim, por exemplo, uma autorizacéo para garimpo, concedida por um funcionério ‘municipal jamais poderé ser ratificada, pois essa autorizacéo somente poderia ser dada pelo érgéo federal, em razéo do que dispée a Consiituicdo Federal sobre essa competéncia. Da mesma forma, os alos praticados por particular em usurpacéo de funcdo poblica jamais sero sanéveis Quanto & forma, cabe lembrar que ela é de natureza instrumental. Se o vicio formal néo afetar a propria existéncia do ato e tampouco interferr na certeza e na seguranca juridica em relacéo ao sev contetido ou nas garantias dos administrados, néo hé vantagem em promover a invalidacéo desse ato, Por cilimo, & importante observar que a Lei n® 9.784/99 (Lei Federal de Procedimentos Administrativos art. 11) estabelece como condigéio da convalidagéo a inexisténcia de leséo oo interesse ptblico e a ndo ‘ocorréncia de prejuizos a terceiros. Portanto, se ocorrerem tais circunstancias, a Administragéo estaré impedida de convalidar o ato, devendo, portanto, invalidé-lo, anulé-lo. CONTROLE JURISDICIONAL DO ATO ADMINISTRATIVO Em nosso sistema constitucional, vigora 0 principio da inafastabilidade do controle jurisdicional. Isto ¢ toda lestio ou ameaca a direitoesté sujeita a controle por parte do Judiciério art. 5%, Inciso XXKV da CF/88. Porém, hé que se fazer uma distingdo: com relagéo aos atos vinculados, isto é, aqueles produzidos como ‘mera aplicagéo de um comando legal, esse controle é pleno, ilimitado. J6 com relacéo ao ato em que haja um aspecto discricionério, onde a lei permitiu ao agente ptblico realizar uma escolha, se costuma dizer que a decisdo judicial no poderé questionar 0 mérito do ato, isto é, essa margem de escolha que a lei ofereceu ao agente, “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br @ leaming Isso néo quer dizer que 0 uso da discricionariedade estord fora de controle. Caberé ao Poder Judiciério aferir se 0 agente poblico respeitou os limites que Ihe sdo impostos pela prépria finalidade legal e tendo em vista a sitvagio concrela que lhe é apresentada. Para isso, 0 ato seré analisado sob a luz dos principios da moralidade, da razoabilidade e da proporcionalidade, entre outros j6 explicados em nossa aula sobre os principios. Além disso, 0 julgador poderé entender presente o desvio de finolidade, apurando, por meio de indicios, que © agente fez sua escolha baseada em um interesse de cardter pessoal, visando beneficiar-se daquele alo ov prejudicaralgum inimigo, etc. Poderé ainda se utilizar da teoria dos motivos determinantes: por essa teoria, 0 motivar 0 ato, o agente vincula sua deciséo aos motivos expostos. Assim, se for provado que esses motivos eram falsos ou inexistentes, a deciséo seré anulada Resumindo: hé instrumentos juridicos que permitem evitar 0 abuso da discricionariedade, isto é, extrapolacéo daquela margem de liberdade conferida pela lei ao agente piblico. Porém, dentro dessa margem, isto 6, sobre o mérito do ato discriciondrio, néo pode o juiz se manifestar, sob pena de invadir a competéncia da Administragéo, ingressando indevidamente na fungdo administrativa ou governamental, que néo € a funcéo que o juizesté exercendo ao proferir uma sentenca. “Probidao reprodugto teal ou parcial, por qualquer melo ou process assim como incluso em qualquer sistema de processamento de dads. A violagde do dito outorl é crime punido com priséo © mula (at. 184 do Cédigo Penal), sem prejulzo da busca © apreensoo do ‘moterileindenizagbes patimonaise moroiscabives (ors. 101 0 110dalei9.610/98- Lei dos Diets Autorais)* worw.r2direito.com.br

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