Você está na página 1de 3

(emendatio libelli)Art. 383.

O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou


queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave.
§ 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de
suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os
autos.
O fatos já estão descritos na denúncia, já é de conhecimento do juiz e das partes. Os fatos vem
antes, os fatos estão narrados corretamente na denúncia, mas na hora da tipificação da
conduta praticada dentro dos dispositivos no pedido de condenação, é tipificado de forma
equivocada pelo MP, então o que acontece é um erro de tipificação, pois a narrativa dos fatos
está correta, não passa de uma pequena emenda, o juiz pode corrigir na hora de proferir a
sentença “posição majoritária, mas a doutrina vem aceitando a antecipação da emendatio
libelli em algumas hipóteses: 1.Quando o indivíduo faz jus a benefícios que seriam negados em
razão do erro na tipificação;2.Quando implicar em incompetência absoluta do juízo; 3.Quando
existe ilegitimidade de parte; 4.Quando o erro na tipificação acarretar em extinção da
punibilidade, ex: prescrição, decadência”.
Pode ocorrer em razão da nova tipificação da conduta, onde uma pessoa deveria receber tal
benefício, não poderá mais receber, onde deverá abrir vista ao MP para que se manifeste.
Podendo também ocorrer a verificação da incompetência do órgão.
O juiz pode tipificar de forma correta, sem necessidade da oitiva das partes, pois os fatos estão
corretamente narrados na denúncia, pois a ideia é que o réu se defende dos fatos, e eles estão
corretos. Contudo, há entendimentos contrários e minoritários.
OBS: Entende-se que a suspensão condicional do processo, não pode ser aplicada de ofício
pelo juiz, que é uma discricionariedade do MP.
(mutatio libelli)Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição
jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância
da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou
queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em
crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
Surge em consequência de uma alteração dos fatos durante o processo, então a denúncia
narra um determinado fato, é recebida, o processo tem início, a instrução probatória ocorre
e durante o processo surgem provas de que o crime é diferente daquele que estava narrado
na exordial acusatória, ou seja, surgem provas durante o processo que alteram a imputação,
fazem surgir a necessidade de alteração da imputação, então o MP deve alterar a
denúncia(possibilitando contraditório e ampla defesa, e até mesmo nova produção de
provas), através do aditamento escrito ou oral e lavrado a termo, pois o juiz é inerte. O juiz ao
proferir a sentença, deve respeitar o princípio da congruência, que é o princípio da correlação
entre a acusação e sentença. Se o MP não aditar a denúncia, o juiz irá remeter o caso ao PGR
para este promover(então é uma manifestação de um aditamento provocado pelo juiz), se
este também não fizer, o juiz deverá absolver o réu.
Julgamento:
Extra-Petita: Os fatos estão completamente diversos do que foi narrado na denúncia.
Necessário aditamento. A sentença é extra petita quando a providência jurisdicional
deferida é diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base
em fundamento não invocado
Citra-Petita: Aqui o MP narrou o fato além do que deveria, quando o conteúdo da imputação
é maior do que aquilo que foi efetivamente provado, a citra-petita ocorre quando o juiz não
examina em toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial (com a sua fundamentação)
ou a defesa do réu. O entendimento é que bastaria o juiz ouvir a defesa, desclassificando a
infração, sem precisar de aditamento do MP, e também há entendimento que é necessário
aditamento.
Ultra-Petita: Aqui o MP narrou o fato de forma reduzida. É caracterizado pelo fato de o juiz
ter ido além do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. Exemplo: se o autor pediu
indenização por danos emergentes, não pode o juiz condenar o réu também em lucros
cessantes. Por isso o MP deve aditar a denúncia antes, para poder o juiz julgar.

Você também pode gostar