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REDAÇÃO – PROFA.

ISABELLA UNTERRICHTER RECHTENTHAL – ENSINO MÉDIO – 2017

Leia os textos a seguir para produzir sua redação:

A cultura indígena é um conjunto de características que marca um determinado grupo


indígena.

Os Yanomamis possuem quatro línguas, vivem em malocas (moradia redonda de topo cônico),
possuem características seminômades (mudam de habitat quando necessário), são caçadores e
creem nos rixis (espíritos de animais protetores e amigos).

Os Guaranis se manifestam através da cerâmica e com rituais religiosos, falam somente uma
língua, são migrantes e agricultores, “creem na terra sem males” (os mortos passam a proteger os
vivos).

Vale ressaltar que, embora tenham características comuns, os índios não são iguais, mas cada
povo habitante de determinada área do território brasileiro, possui suas diferenças em: cultura,
organização política/social, rituais, lendas, arte, habitações, educação, alimentação, entre outros.
Nem todos vivem da mesma maneira. A maioria localiza-se nas Terras Indígenas.

Os indígenas são uma fonte de conhecimento. Suas experiências passadas entre gerações formou
o que nós chamamos de cultura brasileira: diversificada, heterogênea e peculiar. Desde o
descobrimento vem englobando o modo de vida europeu e o mesclado de valores, costumes,
línguas e hábitos dos indígenas que eram quase que desprezados pelos nobres.
Fonte: Site Índios Brasileiros. Disponível em: http://indios-brasileiros.info/cultura-indigena.html

“Martírio”: a democracia para os índios nunca chega


Documentário mostra a resistência Guarani Kaiowá ao longo do tempo

“Os índios são à prova de golpe. O estado de exceção é a nossa praia”, costuma dizer o líder
indígena Ailton Krenak, quando indagado a respeito do impacto do golpe de 2016 sobre os povos
originários da Ilha de Vera Cruz. Centrado na luta sem trégua dos índios Guarani Kaiowá de Mato
Grosso do Sul, o documentário Martírio, dirigido pelo antropólogo, indigenista e cineasta franco-
brasileiro Vincent Carelli, foi finalizado em contexto ainda democrático, mas está em cartaz agora,
num Brasil ainda mais sombrio que o de um ano atrás, quando Dilma Rousseff foi apeada da
Presidência da República.

“A democracia para os índios nunca chega. É isso que Ailton quer dizer”, afirma Carelli, também
responsável pelo projeto Vídeo nas Aldeias, crucial na empreitada de revelar aos indígenas que
eles têm o direito da autoexpressão. “Mas tudo piora muito em tempos de ditadura, de golpe, de
abuso de autoridade, de partidarismo no Judiciário. Acho que neste momento todos nós somos
índios no Brasil”, afirma o diretor, que desde 1988 acompanha com câmera em punho as
vicissitudes dos guarani kaiowá.

Fonte: Revista Carta Capital

“Na verdade, o que se chama genericamente de índios é um grupo de mais de trezentos povos
que, juntos, falam mais de 180 línguas diferentes. Cada um desses povos possui diferentes
histórias, lendas, tradições, conceitos e olhares sobre a vida, sobre a liberdade, sobre o tempo e
sobre a natureza. Em comum, tais comunidades apresentam a profunda comunhão com o ambiente
em que vivem, o respeito em relação aos indivíduos mais velhos, a preocupação com as futuras
gerações, e o senso de que a felicidade individual depende do êxito do grupo. Para eles, o sucesso
é resultado de uma construção coletiva. Estas ideias, partilhadas pelos povos indígenas, são
indispensáveis para construir qualquer noção moderna de civilização. Os verdadeiros
representantes do atraso no nosso país não são os índios, mas aqueles que se pautam por visões
preconceituosas e ultrapassadas de “progresso”.

Fonte: AZZI, R. As razões de ser guarani-kaiowá. Disponível em:


www.outraspalavras.net. Acesso em: 7 dez. 2012.

No Brasil, desde o século 16, existem instrumentos legais que definem e propõem uma política
para os índios, fundamentados na discussão da legitimidade do direito dos índios ao domínio e
soberania de suas terras. Esse direito – ou não – dos índios ao território que habitam está registrado
em diferentes legislações portuguesas, envolvendo Cartas Régias, Alvarás, Regimentos, etc.
Até 1988, a política indigenista brasileira estava centrada nas atividades voltadas à incorporação
dos índios à comunhão nacional, princípio indigenista presente nas Constituições de 1934, 1946,
1967 e 1969. A Constituição de 1988 suprimiu essa diretriz, reconhecendo aos índios sua
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras
que tradicionalmente ocupam.
Os índios também ampliaram sua cidadania, já são partes legítimas para ingressar em juízo em
defesa de seus direitos e interesses. Assim, o principal objetivo da política indigenista hoje é a
preservação das culturas indígenas, através da garantia de suas terras, e o desenvolvimento de
atividades educacionais e sanitárias.
Entretanto, a insuficiência de recursos oficiais, a integração cada vez mais comum do índio às
sociedades urbanas e os conflitos raciais e sociais dos povos brasileiros têm colocado em risco a
concretização das propostas políticas e direitos indígenas garantidos por Constituição.

Fonte: www.vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/a-questao-indigena-cerca-
de-315-mil-indios-vivem-em-seis-estados-brasileiros.htm

O indígena no Brasil: Uma luta histórica para existir - Por Carolina Cunha
“Nas terras indígenas, a exploração e o aproveitamento dos recursos hídricos e das riquezas
minerais só podem ser feitos com a autorização do Estado brasileiro. Mas as áreas de preservação
ambiental e os territórios indígenas são alvos da extração ilegal de recursos.
O avanço do agronegócio também é um fator que pressiona os territórios indígenas. No Parque do
Xingu, ao longo dos anos se formou um cinturão de fazendas de soja em seu entorno,
transformando o parque indígena em uma “ilha verde de floresta”.
Grandes obras hidrelétricas na Amazônia também são alvos de críticas. A maior delas é a Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, no Baixo Xingu, em Altamira (PA), que será a segunda maior do país.
A barragem gerou um forte movimento de oposição entre os povos indígenas da bacia do Xingu,
que temem que a hidrelétrica afete os rios e sua sobrevivência. Recentemente a FUNAI autorizou
o IBAMA a conceder a licença para a barragem operar.”

Índios ficam feridos em confronto com fazendeiros no Maranhão

Região está localizada a 220 km de São Luís. Índios e fazendeiros entraram em confronto em disputa territorial.
Por G1 MA, São Luís, MA - 1/05/2017 12h27 Atualizado 02/05/2017 20h

Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas num confronto entre índios e fazendeiros, no povoado Bahias, na
cidade de Viana (MA), localizada a 220 km de São Luís, nesse domingo (30). A região é alvo de conflito
agrário. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um grupo de fazendeiros atacou o território e
feriu os indígenas. Segundo o Cimi foram 10 feridos, o Governo do Maranhão diz que foram sete, sendo
cinco índios e dois fazendeiros.
Inicialmente, a informação era que um índio tinha tido a mão decepada, mas nesta terça-feira (2), o diretor
do Hospital Tarquínio Lopes Filho, Newton Gripp, explicou que a lesão causada ao índio foi grave, mas a
mão não chegou a ser decepada, pois "não rompeu arteria nenhuma e quando isso não acontece a mão
permanece viva".
Segundo a Pastoral da Terra, os índios, do povo Gamela, foram pegos de surpresa com a chegada de
dezenas de homens à área. O grupo chegou com armas de fogo, pedaços de pau e facões. “Eles invadiram
e já foram atirando e tentando cercar a gente. Circularam para ficarmos no meio. Foi aí que só senti o
impacto”, relata um sobrevivente.
Disputa por terra
De acordo com Rosimeire, o território está em embate para devolução aos índios do povo Gamela há pelo
menos três anos.
"O povo Gamela está em luto pelo território há pelo menos três a quatro anos. Quem tem responsabilidade
de fazer essa regularização fundiária é a Funai. A Funai até agora só ficou na primeira fase de
identificação e nunca mais seguiu com o processo. Então, cansados de esperar por essa resolução do
estado, que tem a responsabilidade legal de fazer isso, os índios empreenderam ações de retomada do
território tradicional", disse.
PROPOSTA:

Redija uma redação dissertativo-argumentativa em que se discuta o seguinte tema: A identidade


indígena e a situação do índio no Brasil. Redija seu texto em, no mínimo, 7 linhas e, no máximo,
30 linhas.

Orientações:
Não é preciso dar título à sua redação. Lembre-se de mencionar informações e dados extraídos da
coletânea, trabalhar a interdisciplinaridade e/ou a intertextualidade e apresentar duas perspectivas
referentes à problemática apresentada. É imprescindível a apresentação de uma proposta de
intervenção ao concluir o texto.

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