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Editorial

Educar na visão espírita


A concepção espírita de educação vai além dos limites da presente
encarnação, é bem mais complexa que as versões mundanas, por revelar
nossa macropersonalidade, resultante da soma de incontáveis existências na
matéria ao longo de muitos milênios. Os hábitos, as tendências, as vocações,
as índoles, os desejos e os comportamentos, bem diferentes em cada um de
nós, são testemunhos eloquentes dessa realidade.
Em cada encarnação, adquirimos experiências e valores que vão
moldando o caráter que hoje temos.
Comprovadas as diferenças, os métodos educativos não podem ser
iguais. Por esta razão, a Doutrina Espírita aconselha detida observação,
desde o nascimento, a fim de que se possa
melhor sentir os níveis de inquietação, de
insegurança ou de reações positivas de
cada filho.
O senso de observação dos pais deve
conduzir o programa educacional de forma
propositiva, diferentemente da imposição
que, quase sempre, é desastrosa, por colidir
com as legítimas necessidades do espírito
reencarnante.
Entendamos: se um filho traz a vocação
para a filosofia de maneira acentuada,
exigir que ele seja médico vai redundar
em fracasso, que pode levar aos perigosos
quadros de depressão que assustam os
estudiosos da questão. Mil vezes um professor de filosofia feliz do que um
médico frustrado. Não devemos impor nossas vontades, apenas direcioná-
las de forma aceitável, para produzir as desejadas alterações mentais, sem
os choques que afastam os filhos do convívio familiar.
Quando os pais, por inabilidade, perdem influência, a importância das
ruas cresce no campo dos desejos, na busca de autoafirmação. O amigo da
escola, a namorada, o companheiro do shopping, quase sempre desorientados,
passam a ser os verdadeiros formadores de opinião, com danos para a sua
micropersonalidade, que é a vida atual. Os valores negativos despertam com
incontrolável intensidade, e as experiências e os compromissos sadios que
trazemos caem no esquecimento, por falta dos estímulos necessários.
Maio/agosto - 2013 3
Observar e propor corretamente, sufocando
as más tendências e despertando o bem que
está em todos nós, devem obedecer a alguns
critérios sancionados pela lógica doutrinária que,
em princípio, podem ser definidos em três passos
distintos.
O primeiro passo é a conversação, que permite
avaliar os graus de acerto das medidas tomadas,
reforçando as mais eficientes; o segundo, quando o
diálogo não apresenta os resultados desejados, é a
advertência, que mostra a presença da autoridade
doméstica, inibe a agressividade e reconduz à
disciplina indispensável; o terceiro, e último, é o
castigo, dado com equilíbrio e com as explicações
que o motivaram, passando pela retirada dos
brinquedos, dos programas de TV, dos passeios, das festas, das mesadas
etc., compreendendo que, muitas vezes, como afirma Humberto de Campos
em “Boa Nova”, psicografia de Chico Xavier, “(...) o amor para educar não
prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o
esclarecimento”. Pelo mesmo médium, Emmanuel, na questão 113 de “O
Consolador”, é contundente: “(...) o menino livre é a semente do celerado”,
tanto quanto o espírito Casimiro Cunha na sua poesia “Carta às Mães”, também
psicografia de Chico, coloca nessas trovas: “Ouve ainda. Tem cuidado com
o teu próprio coração. Não deixes que se transforme o teu amor em paixão.
(...) Castiga amando o teu filho em teu carinho profundo. Prefere o teu próprio
ensino às tristes lições do mundo”.
Não há nenhuma razão para peso de consciência, quando o castigo,
mesmo duro, serve para tirar o filho da beira do precipício moral.
Nos dias que correm, jovens apanham nas ruas, da polícia, nas prisões,
nas escolas, porque não foram educados da maneira desejável. O que é
pior? Uma rápida reflexão nos dirá.
Os passos apresentados, para atingirem seus objetivos, precisam estar
acompanhados da exemplificação. Como pedir aos filhos que façam o que
não fazemos? Uma ação no bem vale mais que muitos floreados conselhos.
A evangelização na sociedade espírita é fundamental. A criança se
socializa, submete-se às influências positivas dos amiguinhos, tem a vigilância
dos evangelizadores, recebe as energias positivas da casa e é estimulada,
em grupo, para o melhor, o que reforça o lado generoso da personalidade,
cortando, pouco a pouco, as garras do egoísmo, chaga da Humanidade.
Pais, lembrem-se, vocês serão os filhos de amanhã e receberão de
acordo com os seus merecimentos.
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Presença de Emmanuel/Chico Xavier
José nunca teve destaque na teologia das religiões.
A seu respeito poucas informações existem, salvo alguns
trechos bíblicos e raros textos apócrifos não confiáveis.
Não temos datas nem traços da sua personalidade.
Emmanuel, na bela mensagem que segue, o classifica
como um homem integral e exemplo de humildade.

José da Galileia Emmanuel

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor,
dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria.” Mateus, 1:20
Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se
movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atentamos para a
precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somen-
te os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.
É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos,
de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos va-
cilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecan-
do-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.
José da Galileia foi um homem tão profundamente espiritual que
seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode
prescindir do material humano para um serviço de definições.
Já pensaste no Cristianismo sem ele?
Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recor-
demos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados
pelas Forças Divinas a um homem.
Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca
se vangloriou de dádiva tão alta.
Não obstante contemplar a sedução que Jesus exercia sobre os
doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.
O mundo não tem outras notícias de suas ati-
vidades senão aquelas de atender às ordenações
humanas, cumprindo um édito de César e as que
no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração
e o trabalho.
Sem qualquer situação de evidência, deu a Je-
sus tudo quanto podia dar.
A ele deve o Cristianismo a porta da primeira
hora, mas José passou no mundo dentro do divino
silêncio de Deus.
Livro “Levantar e Seguir”, Emmanuel/Chico Xavier, cap. 9 – GEEM.
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Bezerra de Menezes
Estudos Filosóficos
de Freitas Nobre
OPINIÃO

Sobre a mulher:

De tudo quanto venho observando nestas últi-


mas décadas da sociedade terrena, em torno dessa
criatura gentil, cujo coração é generoso e amorável,
mas discricionário; simples, mas ignorante; herói-
co, mas arbitrário; dedicado, mas inconsequente,
uma cláusula preponderante se eleva entre todas:
- será necessário que a mulher pense mais no ideal
do que, nas realidades mundanas; mais no espírito
que anima e o qual há de marchar para luz, através
de labores evolutivos sem limites, do que no sexo;
mais em Deus do que no homem, que lhe tem ar-
rebatado todas as mais formosas e dignificantes
preocupações.

Sobre a educação:

A educação e a instrução são as duas colunas em


que assenta o edifício da perfeição humana, donde po-
demos devassar os vastos e infinitos horizontes, cer-
rados com sete selos aos que deixam ficar inertes, em
estéril gérmen, as potências de sua alma.

Sobre a tarefa espírita:

Levem adiante o ministério espírita, a palavra


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escrita, o verbo emocionado na garganta, o livro de li-
bertação de consciência, a caridade do pão, do agasalho,
do medicamento, a obra de educação
e de socorro, nos seus vários ângulos
terapêuticos, como profilaxia e como
cura, todos com regime de urgência.
Sobre a oração:

Quem ora jamais monologa. Até


a petição menos feliz tem a resposta
que lhe cabe, procedente das som-
bras. Freitas Nobre

Pensamentos do Livro “Conduta Espírita”, autor André


Luiz, psicografia Waldo Vieira, cap. 21 - Perante a criança
“Na meninice corpórea, o espírito encontra ensejo
de renovar as bases da própria vida.”

“Os pais espíritas podem e devem matricular os fil-


hos nas escolas de moral espírita cristã, para que
os companheiros recém-encarnados possam ini-
ciar com segurança a nova experiência terrena.”

“Os pais respondem espiritualmente como cicero-


nes dos que ressurgem no educandário da carne.”

“Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita,


de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo
efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna. O livro edifi-
cante vacina a mente infantil contra o mal.”

“Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prê-


mios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito
que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-
lhes a mente.”

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Parábola do mau rico e Lázaro
(Lucas, 16:19-31)
Havia um homem rico É que Lázaro só teve males,
Que se vestia suntuosamente Sendo, doravante, consolado;
E, todo e a qualquer dia, E como tudo vós possuístes,
Se regalava intensamente. Estais agora atormentado.
Estendido à sua porta, Ademais, entre nós e vós
Um pobre jazia ulcerado, Sempre um abismo existirá
Vestido miseravelmente Tão grande, que de sorte
E de Lázaro era chamado. Ninguém poderá atravessar.
Este queria se saciar, E os que queiram passar
Porque com fome estava, Daqui para aí não o poderão,
Com as migalhas da mesa do rico; Como também o contrário,
Mas ninguém lhas dava. Daí para aqui, não o conseguirão...
Seu sofrimento era atroz; No entanto, o rico lhe disse:
À morte estava condenado, - Eu vos imploro, Pai Abraão,
E até os próprios cães Enviais Lázaro à casa de meu pai...
Lambiam as feridas do coitado. E continuou sua suplicação:
O rico, um dia, morreu - Lá, tenho cinco irmãos;
Tendo destino inclemente A fim de que esta realidade
E foi levado ao inferno Seja-lhes por ele atestada...
Por ter sido indiferente. E prosseguiu com sinceridade:
Estando em tormentos, - De modo que, também,
Olhou para o alto, de permeio, Não venham para este ambiente
E viu, ao longe, Abraão Tão repleto de tormentos...
E Lázaro no seu seio. E calou-se, tristemente.
E gritando rumo aos céus, Mas Abraão lhe retrucou
Ele clamou, dizendo assim: Chamando-lhe a atenção:
- Oh! Meu Pai Abraão, - Se tinham aos profetas e a Moisés,
Tende piedade de mim Que os escutassem, então...
E enviai-me, então, Lázaro, - Não, meu amado Pai...
Porque estou à míngua, Disse o rico a Abraão:
A fim de que molhe o seu dedo - Se tiverem contato como os mortos,
Para refrescar minha língua; Penitência eles farão.
Pois que muito sofro Abraão lhe respondeu
Estes extremados tormentos, Rematando esta questão:
Por esta chama que me consome - Se não ouvem a Moisés e aos profetas,
Nestes terríveis momentos. Em ninguém mais eles crerão;
Mas Abraão lhe respondeu: Ainda que algum dos mortos
- Lembrai-vos do acontecido, - Acentuou Pai Abraão –
Que em toda vossa vida Venha a ressuscitar,
Muitos bens houvestes tido, Eles, também, não acreditarão.

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Vianna de Carvalho
responde
ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA
Médium: Divaldo Pereira Franco

Pergunta:

A simples ligação do espírito perturbado (obsessor) com


o médium, sem qualquer diálogo doutrinário, poderia constituir
recurso para habilitá-lo a esclarecimento oportuno no mundo
espiritual?

O fenômeno da incorporação de um espírito em estado


de perturbação, e não somente daquele que se caracteriza como
perseguidor – obsessor – sempre resulta em bênçãos para o co-
municante, que experimenta uma forma de repetição da morte
física, graças aos fluidos animais que é portador o médium, que
o encharca, facultando-lhe experimentar a ocorrência perturba-
dora que ficara bloqueada no seu inconsciente.
Face a esse resultado, os benfeitores espirituais dispõem
de melhores possibilidades para oferecer-lhe esclarecimentos
indispensáveis à paz e ao equilíbrio.
Ideal, no entanto, é que havendo a comunicação, a mes-
ma se transforme em oportuna psicoterapia, mediante a dou-
trinação e as orientações sábias à entidade necessitada, que se
beneficia como despertar, conforme o tormento no qual se en-
contre incursa.
A incorporação ou a psicofonia dos espíritos sofredores
tem como meta socorrê-los com misericórdia e amor, convi-
dando-os à libertação das fixações físicas e psíquicas que perma-
necem após a disjunção cadavérica.

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CURIOSIDADES
QUE EDIFICAM
A primeira comunicação mediúnica de Ismael (gover-
nador espiritual do Brasil) deu-se em Uberaba (MG), em
1919, por meio da médium Maria Modesto Cravo (foto). O
Centro Espírita Uberaberense consul-
tou a FEB, à época, e os dirigentes es-
pirituais da Casa Máter do Espiritismo
Brasileiro autenticaram a mensagem.

Atos dos Apóstolos, que compõem


o Novo Testamento, foi escrito pelo
evangelista Lucas.

Matias substitui Judas Iscariotes


no Colégio Apostólico.

O Apocalipse, que quer dizer Revelação em grego,


foi escrito pelo apóstolo e evangelista João, quando des-
terrado na Ilha de Patmos, na Grécia (Ásia), próxima às
cidades de Nileto e Éfeso.

A cepa (imagem abaixo), tronco da videira, que ilus-


tra os “Prolegômenos” de “O Livro dos Espíritos”, foi pro-
posta pelos espíritos João Evangelista, Santo Agostinho,
São Vicente de Paulo, São Luís, o Espírito de Verdade,
Sócrates, Platão, Fénelon,
Franklin e Swedenborg,
que assessoraram Kardec
na obra da codificação es-
pírita. Nela estão simboli-
camente representados o
corpo, o espírito (licor) e a
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alma (espírito ligado ao corpo).

“O Livro dos Espíritos”, composto


de 1.019 perguntas e respostas, está
dividido em 4 partes: “ Das causas
primárias”, “Do mundo espírita ou dos
espíritos”, “ Das leis morais” e “Das
esperanças e consolações”.

A cidade mais distante visitada


por Jesus foi Cesareia de Filipe, na
Galileia, na fronteira da Síria e da Fe-
nícia.

A primeira instituição espírita do Brasil foi o Grupo
Familiar do Espiritismo, fundado por Luiz Olímpio Te-
les de Menezes (foto acima), em 17
de setembro de 1.865, em Salvador,
Bahia. Em Paris, nesse mesmo ano,
Allan Kardec publicava “O Céu e o In-
ferno”.

Bezerra de Menezes presidiu a


FEB em 1889 (ano da Proclamação da
República e do fim do Império no Bra-
sil). Depois a presidiu de 1894 a 1900
(ano da sua desencarnação). Nesse
ano de 1900, o Brasil possuía menos
de um décimo da população atual, à
época, a Diretoria Geral de Estatística, do Ministério da
Agricultura, Indústria e Comércio, computou 17.318.556
brasileiros.

“Igreja” veio do grego “enklesía”, que significava,


à época do Cristo, “comunidade”. Portanto, entende-se
que Jesus propusera a criação de uma nova comunidade
e não de um templo de pedra, como propõem as religi-
ões dogmáticas.
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Bilhetes Fraternais
A Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão
– SODEC, cujo patrono espiritual é o ilustre
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, em co-
memoração aos seus 35 anos de fundação, publica
livro com 90 significativas e oportunas mensagens.

Aos irmãos da Sodec,


Sabemos que a divulgação dos prin-
cípios norteadores dos sagrados ensina-
mentos de Nosso Senhor Jesus Cristo é o objetivo maior da
amada Doutrina Espírita. Os espíritas, conscientes de suas pre-
ciosas tarefas, sabem que o corpo definha e tomba, desfazendo-
se em pó, e que a alma prossegue em sua eterna peregrinação
na busca da luz.
Imbuídos do espírito de serviço, nada nos custa socorrer
os que choram, carregados de aflições, sob o pesado fardo dos
conflitos íntimos. À retaguarda dos favores sociais, esses irmãos,
que se arrastam no corpo físico, precisam de mãos abençoadas,
como as mãos do Senhor que, um dia, multiplicou pães e peixes,
naquela tarde inesquecível do Sermão no Monte, emoldurado
pelas águas cristalinas do Genesaré.
Não bastou. Deu-lhes mais. O Senhor, em cantilena divi-
na, fez soar o hino da libertação, falando-lhes da ansiosa solici-
tude pela vida, exortando-os a buscar os tesouros da alma. Por
isso, somos, como nos diz Emmanuel: pregadores de cartazes
anunciando o Reino dos Céus.
A SODEC, como o próprio nome encerra, surgiu com os
elevados propósitos de socorrer e, acima de tudo, esclarecer.
Que Jesus, nosso Divino Tutor, possa continuar encontrando nos
corações desses nossos irmãos, campos fértil para a caridade,
para a celeste semeadura dos pequeninos grãos da inesgotável
misericórdia de Jesus.
Resta-nos parabenizá-los pela iniciativa.
O ESPÍRITA - Conselho Editorial
12 Maio/agosto - 2013
Divulgando o Espiritismo
em terras inexploradas!
O incansável trabalhador da Seara Espírita
Cristã, Divaldo P. Franco (foto), em e-mail a um
membro do Conselho desta Revista informou
carinhosamente sobre a sua recente jornada
européia. Ao todo foram 30 cidades de 15 pa-
íses em 41 dias, vivendo emoções incomuns
pois falou em Zagreb (Croácia) e Ljubjana (Es-
lovênia), países que, ao que tudo indica, jamais
tiveram movimento espírita, muito menos conferências públicas.
Em países recém saídos da Guerra dos Bálcãs, marcados por
feridas não cicatrizadas pelo ódio racial, religioso, político, econô-
mico e por massacres hediondos, Divaldo palestrou sobre Jesus
e Sua mensagem de amor, de perdão, de esperança, de fraterni-
dade, e, pôde observar nos ouvintes o nascimento do interesse
nobre pelo nosso amado Espiritismo.
Parabéns Divaldo pela disposição, boa vontade e disciplina
na divulgação da Verdade. Que Jesus e os bons espíritos o ampa-
rem sempre na sua bela caminhada!
O ESPÍRITA - Conselho Editorial

Revista O ESPÍRITA - Compromisso com a divulgação


Precisamos de atitude exata, fé operosa e humildade vigilante para
mantermos a Doutrina indene ao cárcere do dogmatismo e da elitização
preconceituosa. Portanto, a divulgação fiel dos preceitos baseados nos
eternos dons da Verdade, respaldados nas magnas lições do Mestre,
torna-se imprescindível para a repercussão dos anseios divinos na am-
pliação das percepções humanas e na libertação das consciências.
Deste modo, visando à ampliação do quadro de assinantes/cola-
boradores e o desejável equilíbrio financeiro, implantamos uma nova
rotina operacional que consiste na assinatura da REVISTA, também via
internet (www.oespirita.com.br), criando assim, facilidades mediante
avanços tecnológicos.
Solicitamos, diante do supracitado, sustentados em objetivos no-
bres, que o irmão leitor faça ou renove sua assinatura, e colabore na
disseminação da Doutrina Espírita.
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Verificação
de Conhecimentos
Doutrinários
Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de
Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de
Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confira


o resultado na página 24:
1. Qual o Evangelho que registra a promessa de Jesus relativa ao Consolador?

Mateus Marcos
Lucas João

2. No elucidativo livro “Nosso Lar”, quem era o espírito com maior número de
horas de serviço na respectiva colônia espiritual, onde se encontrava em tarefa
ativa há mais de 200 anos?

Veneranda Clarêncio
Laura Narcisa

3. É formado por emanações neuropsíquicas (em
destaque na imagem ao lado na cor azul) que
pertencem ao campo fisiológico e que, revestindo o
períspirito, asseguram o equilíbrio entre a alma e o
corpo físico. Nos referimos:

à aura.
ao duplo etérico.
ao perispirito.
ao ectoplasma.
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4. Desencarnou em 1885 e deixou uma de suas vontades consignadas em
testamento confiado a Augusto Vacquerie: “Deixo 50.000 francos aos pobres.
Desejo que me levem ao cemitério na carreta dos pobres. Recuso as orações de
todas as igrejas. Creio em Deus”. Quem foi?

Léon Denis
Bittencourt Sampaio
Victor Hugo
Allan Kardec

5. Na Revista Espírita de Março de 1858, Júpiter


(foto) é indicado como o mais evoluído dos planetas
do Sistema Solar. Qual a expectativa de vida dos
seus habitantes mencionada por Kardec?

130 anos 180 anos


200 anos 500 anos

6. Qual o nome da faculdade de ler impressões e recordações ao contato com
objetos comuns?

Psicofonia Psicometria
Parapsicologia Clarividência

7. Quem é o autor das seguintes obras: “Instruções Práticas sobre as Manifestações


Espíritas” e “Viagem Espírita em 1862”.

Gabriel Delanne Camille Flammarion


Allan Kardec Léon Denis

8.Reconhecida como “poetisa de raro merecimento”


por Olavo Bilac, que prefaciou a obra “Horto”,
único livro que ela nos deixou, também nos trouxe
suas poesias em “Parnaso de Além Túmulo”. Nos
referimos a:

Auta de Souza.
Anália Franco.
Meimei.
Scheilla.
Maio/agosto - 2013 15
Homenagem a Allan Kardec
“Allan Kardec, esse laborioso trabalhador,
tornou-se o fundador inconteste de uma Dou-
trina que desabrocha como Terceiro Testamen-
to. Foi ele por excelência o Consolador.”

Camille Flammarion

“Kardec enxugou lágrimas, irmanou e redi-


miu, fazendo surgir das cinzas a Fênix de espe-
ranças eternas.”

Roque Jacintho

“Poucas as existências como a de Allan Kar-


dec, nas quais tão claramente se evidencia a cui-
dadosa execução de um plano articulado entre
espíritos e homens.”

Hermínio Miranda

“Cartas anônimas, insultos, traições, difa-


mações sistemáticas, nada foi poupado a esse
intrépido lutador, a essa alma grande e varonil
que penetrou integralmente na imortalidade.”

Henri Sausse

“Não consigo entender o Espiritismo sem


Jesus e sem Allan Kardec para todos, com todos
e ao alcance de todos, a fim de que os nossos
princípios atinjam os fins a que se propõem.”

Chico Xavier
16 Maio/agosto - 2013
A paz na morte
Ivan de Albuquerque - São Paulo
Mesmo quando o nosso dever moral seja o de pelejar para alijar as
práticas violentas da coletividade social, cabe-nos entender que em tudo o
que se vive hoje em dia, no seio das sociedades mais diferenciadas, há um
sentido educativo e impulsionador do progresso de que necessitamos.
Ainda quando nos caiba laborar vivamente pela paz, promovendo-a
desde os nossos mais simples gestos, precisaremos entender o porquê de nos
acharmos atados às vivências ásperas, complexas e violentas de um mundo
expiatório como a Terra, dado o nosso estado empobrecido de evolução.
No Planeta em que renascemos para a aquisição da escolaridade am-
pla, capaz de nos iluminar o intelecto e o sentimento, enfermidades, frustra-
ções, deficiências e morte são as peças que compõem o estranho mosaico da
nossa experiência de redenção no caminho da autoiluminação.
Vale a pena, então, fazer esforços para desenvolver estilos de vida que
nos credenciem a fazer sintonia com as bênçãos da saúde e não com as fai-
xas da doença; a desenvolver raciocínios lúcidos aprumados ao bom senso,
para que não fiquemos atados aos processos de frustrações .
Urge valorizar a honra do corpo físico, fugindo aos excessos como quer
que se expressem a fim de não conectarmos com deficiências que costumam
impor graves sofrimentos. Torna-se indispensável que movimentemos nossa
jornada terrena de forma nobre, luminosa e digna que não nos prendamos
ao temor da morte corporal, mas, sim, evi-
temos as ocorrências da morte moral, mo-
tivada pelos vícios, que nos aprisionam a
torturantes dependências.
Para viver em regime de paz é impres-
cindível não sintonizar com as inspirações
da violência nem com as façanhas dos vio-
lentos. Assim, a morte nos alcançará sem
qualquer travo de culpa na consciência.
Para disseminar as propostas da paz
é fundamental não alimentar as impressões do medo nem comungar com
os medrosos. Assim, a morte nos achará confiantes na vibração da perene
vida.
Para se ter paz na morte, que inicia seu processo desgastador desde o
primeiro hausto da criatura quando nasce, é necessário ao indivíduo manter-
se em caminho de moderação em tudo o que diga e em busca de harmonia
em tudo o quanto faça, exercitando-se em viver equilibradamente.
A desencarnação não pesará sobre quem soube amar a Deus e respeitar
o próximo como não aprisionará em celas de amargura e remorsos quem
soube ser livre e, ao mesmo tempo, respeitar a liberdade alheia.
Apesar do sofrimento moral que o passamento de um ser querido nos
impõe, a morte física significa, em tese, a ansiada alforria após uma existên-
cia de lutas, de produtividade e de amor na busca da autorrenovação, do
progresso e da paz.

Maio/agosto - 2013 17
Extraídas da obra “Encontro Marcado”, autor Emmanuel, psicografia Chico Xavier.

Frases que merecem


meditação
“Hoje é e será constantemente a ocasião ideal para transformarmos maldi-
ção em benção e sombra em luz.”
“Pessimismo e azedume transformam pequeninos contratempos da vida
em desastres grandes do coração.”
“Devemos ser, não obstante as nossas imperfeições, um ponto de luz nas
trevas, em que a inspiração do Senhor possa brilhar.”
“Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se pro-
põem garantir a felicidade conjugal.”
“Não farias explodir uma bomba dentro de casa, comprometendo a vida
daqueles que mais amas. No entanto, por vezes não vacilamos em detonar
a dinamite da cólera, aniquilando as energias dos companheiros que nos
trazem apoio e cooperação.”
“Decerto, nem sempre a doçura pode ser a marca do nosso verbo ou da
nossa atitude, porquanto, momentos surgem nos quais o bem geral recla-
ma a governança da providência rija ou a frase salgada de advertência.”
“A caridade é luz da Vida Superior, cujos raios reconstituem a saúde e a
alegria da alma, na condição de terapia divina.”
“Humildade não é omitirmo-nos e sim conservarmo-nos no lugar de traba-
lho em que fomos situados pela Sabedoria Divina.”
“O egoísmo te fará tecla muda e não conseguirás responder aos apelos da
vida a que se execute, onde estejas, a sinfonia da felicidade geral.”
“Quase sempre, o companheiro situado na provação temporária da idiotia
é um gênio fulgurante, reencarnado na sombra, a estender-te o pensamen-
to aflito e mudo, necessitado de compaixão.”
“Urge depositar valores da alma, nas reservas da vida, considerando as
nossas necessidades de amanhã.”
18 Maio/agosto - 2013
Tribuna Livre O ESPÍRITA responde
Pergunta: tíferas sobre seus irmãos, fazendo
“tremer” o solo ensanguentado. As
Embora passados 2 anos fi- pátrias feridas tiveram seus filhos
cou a dúvida. Onde encontrar as despedaçados. Mataram, feriram,
razões para as tsunamis e os ter- torturaram, provocando “tsuna-
remotos que arrasaram diversas mis” de ódio.
cidades do Japão? E a destruição Foi por isso que Jesus adver-
ocorrida na região serrana do Rio tiu Pedro, impedindo-o que prati-
de Janeiro em 2011? casse um mal maior, após cortar a
orelha de Malco, soldado a mando
Resposta: de Caifás. Lembremos: “Pedro,
guarda a tua espada, porque quem
Nós, espíritas, sabemos que com a espada fere, com a espa-
Deus é absolutamente justo e da será ferido” (Jo,18:10). Jesus
perfeito, nada permite que não deixou claro que a cada um será
mereçamos. Nada acontece por dado segundo suas obras. É a lei
acaso. Tudo no Universo tem uma do mérito, negativo ou positivo.
explicação lógica e inconfundível, No caso do Rio de Janeiro,
plenamente compreensível. desconhecemos as causas. Mas
No caso particular do Japão, podemos raciocinar com os mes-
sabemos que as tsunamis e os ter- mos princípios expostos e tendo
remotos, com base na lei de causa a certeza de que se trata de um
e efeito, se fizeram violentos para resgate coletivo. É uma benção
corresponder em intensidade aos a reencarnação que nos permite
atos de violência cometidos contra quitar dívidas. Poderemos voltar
outros povos. A relativa tranqulida-mais felizes e sadios, com a cons-
de do povo japonês, diante desses ciência tranquila, junto daqueles
fatos, é fruto da certeza incons- que amamos. Deus não separa os
ciente de que está resgatando seu que verdadeiramente se amam. A
passado de guerras injustificáveis. alegria do reencontro, mais tarde,
Em 1895, invadiu a Manchúria; em cobrirá todas as dores e tristezas
1905, invadiu a Rússia; em 1910, da curta separação.
invadiu a Coreia; em 1937, invadiu Eles continuam vivos, juntos
a China; e, em 1941, invadiu Pearl de nós, ninguém morre!
Harbor, território americano no
Oceano Pacífico. Despejou cente- Obs.: Consultar “O Livro dos
nas de toneladas de bombas mor- Espíritos”, cap. VI.
Maio/agosto - 2013 19
Dinheiro e (in) felicidade, numa
breve ponderação espírita
Jorge Hessen - DF

Sigmund Freud defendia a tese de de felicidade, que não poderia vir de bens
que todo homem é instigado pela busca exteriores (dinheiro, por exemplo) e do
da felicidade, contudo essa procura soa corpo carnal, mas somente da alma, por-
como ilusória no mundo real, porquanto a que esta é a essência do homem.
pessoa tem experiências de fracassos e É absolutamente lógico que necessi-
desencantos e o máximo que pode alcan- tamos do dinheiro para viver. A nossa vida
çar é uma “felicidade” ilusória. Contras- material está sujeita ao dinheiro, portan-
tando porém com a tese freudiana, um to necessitamos de recursos financeiros
grupo de consultores da Spectrem Group para dignificar nossa vida. Em verdade,
entrevistou 1.200 pessoas, interrogando- o dinheiro é neutro – nem é bom, nem
as sobre o nível de felicidade em relação é mau em si. Utilizado para caridade,
a trabalho, casamento, hobbies, dinheiro dinheiro é instrumento sublime. Porém,
entre outros temas. Constatou-se que cobiçado, ou se dele fizermos mau uso, é
quanto mais dinheiro possui uma pessoa instrumento de infelicidade. Sem o altruís-
maiores são os seus níveis de felicidade1. mo do desprendimento, “a fé se resume à
Todavia, será que o dinheiro compra a fe- adoração sem proveito; a esperança não
licidade? passa de flor incapaz de frutescência, e
Na antiguidade examinava-se a fe- a própria caridade se circunscreve a um
licidade sob o ponto de vista filosófico. jogo de palavras brilhantes, em torno do
Aristóteles afirmava que a felicidade está qual os nus e os famintos, os necessi-
relacionada ao equilíbrio e harmonia ad- tados e os enfermos costumam parecer,
vindos da prática do altruísmo. Por outro pronunciando maldições”2.
lado, Epicuro afiançava que felicidade Na parábola dos talentos, Jesus ex-
seria reflexo da satisfação dos desejos põe que lucro, longe de ser mau, é o alvo
carnais. O sábio Lao Tsé dizia que a fe- de trabalho e investimentos. Ao mesmo
licidade poderia ser alcançada tendo tempo, nos ensina que o que se ganha
como fonte a natureza. Porém, Confúcio deve ser usado para os propósitos do
acreditava na felicidade como resultado bem. Na metáfora, a condenação cai so-
da harmonia entre as pessoas. Para Só- bre o homem que não aproveita sua opor-
crates era impraticável alguém ser feliz se tunidade – dinheiro é para usar, não para
agisse contra suas próprias convicções. esconder ou guardar. É como o sangue
“Conhece-te a ti mesmo”, pronunciava que precisa circular no organismo social.
Sócrates, certificando que quem controla Se ficar estagnado, provoca a “trombose”
os instintos e extingue as coisas supér- na sociedade.
fluas, basta a si mesmo, dependendo O espírito Emmanuel explica que o
exclusivamente de sua razão para que dinheiro “se faz dínamo do trabalho e da
alcance a felicidade. Dessa percepção de beneficência. Na base do dinheiro é que
consciência íntima, o mestre de Platão e se fazem os aviões e os arranha-céus;
Xenofonte aprofundava a sua concepção no entanto, é igualmente com ele que se
20 Maio/agosto - 2013
consegue o lençol para o doente desam- de “meter a mão no bolso” e, quase sem-
parado ou a xícara de leite para a criança pre, deixam de colaborar, financeiramen-
desvalida”3. Ora, trocando o dinheiro pelo te, com as obras sociais. Há muitos con-
alimento destinado a acudir as vítimas da frades espíritas, ativos participantes nos
escassez ou “permutando-o pelo frasco trabalhos das inúmeras instituições dou-
de remédio para aliviar o doente estendi- trinárias espalhadas pelo Brasil que mu-
do nos catres de ninguém, reconhecere- dam de assunto tão logo o apelo que lhes
mos que o dinheiro também é de Deus”4. são dirigidos implique na emissão de um
Embora não seja cheque ou na entrega
fundamentalmente de algumas cédulas
a matriz da alegria para socorrer os mais
ou da felicidade, re- necessitados.
conhecemos que o Tais confrades
dinheiro pode ser o escravizam-se na
medicamento ao en- vocação da sovinice
fermo, a comida aos impenitente, recolhem
desamparados, o teto o ouro do mundo para
aos desabrigados erigir com ele o túmu-
relegados ao frio da noite, o socorro si- lo suntuoso em que se lhes sepultam a
lencioso ao peregrino sem lar. “Não nos esperança e recebem a benção do amor
esqueçamos de que Jesus abençoou o para transformá-la na algema que os en-
vintém da viúva, no tesouro público do carceram, por vezes, no purgatório do
Templo e, empregando o dinheiro para o sofrimento.
bem, convertamo-lo em colaborador do O dinheiro “nas garras da mesquinhez
Céu em todas as situações e dificuldades é metal enferrujado, suscitando a penúria,
da Terra 5.” mas um vintém no serviço de Jesus pode
Jamais pronunciemos que o dinheiro converter-se em promissora sementeira
é instrumento do mal; muito pelo contrá- de paz e felicidade7”. Entretanto, infeliz-
rio, pois o dinheiro é suor convertido em mente há cristãos apresentando claros si-
cifrão. É urgente que lhe apliquemos em- nais de uma vida confortável, portando-se
pregos nobres, lembrando que a moeda como se não tivessem a mínima condição
no bem faz prodígios de amor. Porém, de ajudar o próximo através da doação do
vale refletir o preceito de Paulo: “tendo supérfluo de moedas que abarrotam suas
sustento e com o que nos cobrirmos, es- contas bancárias. Nesse caso, o dinheiro
tejamos, com isso, contentes”6. Essa lição estabelece vínculos profundos com a pró-
deve ser sempre ponderada quando nos pria infelicidade.
faltam recursos financeiros. A circulação
Referências:
do dinheiro é uma condição importante 1
http://economia.terra.com.br/noticias
para que a prosperidade apareça. Porém, 2
Xavier, Francisco Cândido. Dinheiro, dita-
raros são os indivíduos que mantêm uma do pelo Espírito Emmanuel, SP: IDE, 1990.
relação equilibrada com o dinheiro, sem 3
Idem
traumas, sem culpas, sem excessos de
4
Idem
5
Idem
qualquer natureza. 6
I Timóteo 6:8
Dinheiro e avareza não se deveriam 7
Xavier, Francisco Cândido. Dinheiro, dita-
misturar, pois os avarentos não gostam do pelo Espírito Emmanuel, SP: IDE, 1990.
Maio/agosto - 2013 21
Dissertações Espíritas
O EXEMPLO É O MAIS PODEROSO AGENTE DE PROPAGAÇÃO
(...) O que vos recomendo, prin- dindo que vos ameis uns aos outros,
cipalmente e antes de tudo, é a to- não faço senão lembrar a divina pala-
lerância, a afeição, a simpatia de uns vra daquele que, há mil e oitocentos
para com os outros e também para anos, trouxe à Terra pela primeira
com os incrédulos. vez o gérmen da igualdade. Segui a
Quando vedes um cego na rua, o sua lei: ela é a vossa; nada fiz do que
primeiro sentimento que tornar mais palpáveis al-
se impõe é a compaixão. guns de seus ensinamen-
Que assim seja, também, tos. Obscuro operário
para com os vossos ir- daquele mestre, daquele
mãos cujos olhos estão Espírito superior emana-
velados pelas trevas da do da fonte de luz, refleti
ignorância ou da incre- essa luz como o pirilam-
dulidade; lamentai-os, po reflete a claridade de
em vez de os censurar. uma estrela. Mas a es-
Mostrai, por vossa do- trela brilha nos céus e o
çura, a vossa resignação pirilampo brilha na Terra,
em suportar os males desta vida, a nas trevas. Tal é a diferença.
vossa humildade em meio às satisfa- Continuai as tradições que vos
ções, vantagens e alegrias que Deus deixei ao partir.
vos envia; mostrai que há em vós Que o mais perfeito acordo, a
um princípio superior, uma alma maior simpatia e a mais singular ab-
obediente a uma lei, a uma verdade negação reinem no seio da Comis-
também superior: o Espiritismo. são. Espero que ela saiba cumprir
As brochuras, os jornais, os li- com honra, fidelidade e consciência
vros, as publicações de toda sorte o mandato que lhe é confiado.
são meios poderosos de introduzir Ah! quando todos os homens
a luz por toda parte, mas o mais se- compreenderem o que encerram as
guro, o mais íntimo e o mais acessí- palavras amor e caridade, não mais
vel a todos é o exemplo na carida- haverá na Terra soldados e inimigos;
de, a doçura e o amor. só haverá irmãos; não mais haverá
Agradeço à Sociedade por ajudar olhares irritados e selvagens; só ha-
os verdadeiros infortunados que lhe verá frontes inclinadas para Deus!
são indicados. Eis o bom Espiritis- Até logo, caros amigos, e ainda
mo, eis a verdadeira fraternidade. obrigado, em nome daquele que
Ser irmãos: é ter os mesmos inte- não esquece o copo d’água e o óbo-
resses, os mesmos pensamentos, o lo da viúva.
mesmo coração!
Espíritas, sois todos irmãos na Allan Kardec, “Revista Espírita”,
mais santa acepção do termo. Pe- junho de 1869.
22 Maio/agosto - 2013
Notícias comentadas
Chips substituem animais em laboratório
Nos laboratórios da Merck & Co. em Boston, USA, cientistas estão
usando microchips projetados para se assemelhar a um pulmão doente,
na busca para um novo tratamento para a asma.
(...) Os EUA estão financiando projetos para repli-
car diversos tecidos e órgãos com essa finalidade.
Se os esforços derem certo, basta lembrar
que para validar uma nova droga apenas uma em
10.000 substâncias descobertas em laboratório
acaba aprovada para utilização em pacientes. Ge-
ralmente após mais de uma década de pesquisas
e desenvolvimento, com gastos de milhões de dó-
lares e o sacrifício de muitas vidas de animais, na maioria ratos. (Jornal
Valor Econômico – 20/6/2013 – Jonathan D. Rockoff).
O caminho que se abre levará à interrupção, em futuro próximo, da
utilização de animais em testes de laboratório.
A Humanidade tem se beneficiado dos animais ao longo de sua exis-
tência, desde a alimentação até os experimentos em laboratórios, onde
também são utilizados como testes de medicamentos. O passivo para com
eles ainda é enorme. Com o avançar do conhecimento estamos nos afas-
tando dessa dependência constrangedora, conferindo a eles, aos poucos,
respeito, liberdade e dignidade.
Guardemos, sobre nosso relacionamento com os animais, a reflexão
de Emmanuel em O CONSOLADOR (7.ª Ed. FEB, 1977 – item 79): “Con-
siderando que os animais igualmente possuem, diante do tempo, um por-
vir de fecundas realizações, através de numerosas experiências chegarão
um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos
no escoar dos milênios a situação de angelitude. A escala do progresso é
sublime e infinita. No quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busque-
mos uma figura que nos convoque ao sentimento de solidariedade e de
amor que deve imperar em todos os departamentos da natureza visível e
invisível. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O
homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade
de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em
nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal”.
Maio/agosto - 2013 23
Egoísmo poderia ter extinto seres humanos
A evolução não favorece as pessoas egoístas, segundo uma nova
pesquisa realizada por cientistas americanos. Ao contrário disso, o novo
estudo afirma que ser cooperativo traz vantagens sobre o egoísmo.
Divulgado pela publicação científica Nature Communications, o es-
tudo concluiu que se todos preferissem exercer ações egoístas os seres
humanos poderiam ter sido extintos. (Site: g1.globo.com/ciencia-e-saude/
noticia/2013/08/egoismo-poderia-ter-extinto-seres-humanos).
Em termos espirituais, a Lei de Progresso reflete em cada ser o acer-
vo de suas obras, no entanto, as aquisições ocorrem nas relações em
sociedade, regidas dentro do espírito da fraternidade universal de co-
operação mútua. É verdade que não alcançamos esse estado ideal de
vivência, mas caminhamos nessa direção, e andaremos mais rápido se
internarmos as luminosas diretrizes do Evangelho de Jesus.
“O egoísmo, chaga da humanidade, tem que desaparecer da Terra,
cujo progresso moral obsta. É, pois, o alvo para o qual todos os verdadei-
ros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem.
Digo coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se
a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, em-
pregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro
devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é o causador
de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por
conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. É a invasão do
coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver
ainda o cristianismo desempenhado por completo a sua missão.” (Emma-
nuel em “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Cap. XI – item 11)
Não existe espaço para o egoísmo na Lei Natural. Já nos advertia a
Doutrina Espírita em 1864, há quase 150 anos. Agora, em 2013, a ciência,
de modo relutante, está corroborando.

Respostas
Verificação de conhecimentos doutrinários
Páginas 14 e 15
Q.7 - Allan Kardec / Q.8 - Auta de Souza.
Q.4 - Victor Hugo./ Q.5 - 500 anos / Q.6 - Psicometria
Q.1 - João / Q.2 - Veneranda / Q.3 - ao duplo etérico.

24 Maio/agosto - 2013
Carta ao atual e futuro
ASSINANTE MANTENEDOR

Querido(a) irmão(ã),
A Revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais
deixou de circular em seus 34 anos de existência.
Sempre com dificuldades, levou para todo o Brasil a mensagem
consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propos-
tas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo.
Cabe colocar, que muitas casas espíritas carentes,
mormente no interior, onde há enorme falta de material
de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍ-
RITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciên-
cia, que contribua com os valores sugeridos (R$ 20,00
- 1 ano de assinatura e R$ 35,00 - 2 anos de assinatura),
ou mediante colaboração espontânea acima deste va-
lor, para que possamos custear as três edições anuais
da revista (abril/agosto/dezembro), as postagens dos
exemplares que serão remetidos em seu nome e a distri-
buição gratuita para centenas de instituições espíritas.
Ao enviar sua parcela de contribuição, você viabi-
lizará a continuação deste trabalho e apoiará os edito-
res, que lutam com denodo para manterem erguida a
bandeira da Nova Fé, e que arcam com grande parte
dos custos desta produção, sem nada receberem pelos
serviços prestados.
Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada,
entendendo que a luta pela vitória do bem é da respon-
sabilidade de todos.
Contribua com a divulgação da Doutrina Espírita.
Assinatura pelo site: www.oespirita.com.br
ou preencha o formulário no verso.

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